“SER UM HOMEM FEMININO” PARA DISCUTIR GÊNERO: UMA INTERVENÇÃO NA DISCIPLINA DE “EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR E A CONSTRUÇÃO CURRICULAR” Igor Maciel da Silva Universidade do Estado de Minas Gerais – Campus Ibirité [email protected] Marina Guedes Costa e Silva Universidade do Estado de Minas Gerais – Campus Ibirité [email protected] GT9- Diversidade Sexual, Relações de Gênero e Educação Palavras Chave: Educação Física. Educação. Gênero O eixo deste trabalho é a apresentação de um relato de experiência ocorrido na disciplina de “Educação Física Escolar e a Construção do Currículo” da Universidade do Estado de Minas Gerais, Campus Ibirité, em que foi proposto na disciplina do 4º período, a discussão das teorias pós-críticas do currículo, fundamentando-se no livro “Documentos de Identidade, uma introdução às teorias do currículo”, de Tomaz Tadeu da Silva (2004), em que para a apresentação do tópico “Uma coisa “estranha” no currículo: a teoria queer”(p.105-109) à turma, me propus a inserção em âmbitos que dissessem de um pertencimento ao tema, como o “I Congresso de Diversidade Sexual e Gênero”, realizado entre os dias 2 a 5 de setembro deste ano na Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e o “Seminário 30 anos do NEPEM: desafios da construção em diálogos das práticas e teorias feministas, IV Seminário Internacional de Política e Feminismo”, realizado entre os dias 10 e 13 de setembro, na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, também da UFMG. O que foi de cordial importância para indicações bibliográficas e entendimento de muitas questões que abarcam as identidades de gênero. Isto posto, foi sugerido a oferta de duas palestras nos horários noturno e matutino na instituição, no intuito de dar destaque ao tema, além de corroborar para uma formação, pessoal e dos presentes, menos restrita ao tema. O que aconteceu nos dias 30 de setembro no noturno e 3 de outubro no matutino no horário do intervalo, para que também os alunos dos cursos de Letras, Matemática, Pedagogia e Ciências Biológicas pudessem participar deste momento de formação. Para isto me travestilizei nestes dois momentos, não só para a incorporação de um tema a ser apresentado, mas por afetação nada tendenciosa a atrair olhares, e sim para sentir na pele o que é ser um homem vestido de mulher aos olhos de outros que se dizem discentes em cursos de formação de professores e professoras, no intuito de balizar o entendimento que a escola é um espaço plural não só para a inserção de conhecimentos cientificamente aceitos, mas também é dali que entram e saem os homens, as mulheres e os ditos desviantes para o mundo do trabalho e de afirmação social, devendo as questões de identidade de gênero estar abarcada de forma significativa no currículo dos conteúdos escolares.