PUC/SP Workshop “Heterogeneidade Sócio-Espacial nas Regiões Metropolitanas” Território e Desigualdade: Desafios Metodológicos na Análise de Dados Socioterritoriais Centro de Estudos das Desigualdades SocioTerritoriais Licença de Uso: Creative Commons Atribuição-Uso Não-ComercialCompartilhamento http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br/ 1 Missão CEDEST Buscar ser um dos centros de excelência no estudo de indicadores intra-urbanos socioterritoriais para apoiar políticas públicas para as cidades brasileiras. Investigar as desigualdades socioterritoriais através de análise espacial para construir indicadores de diagnóstico e predição em políticas sociais. Estabelecer um diálogo permanente entre análise sociológica e técnicas matemático-computacionais, para uma crítica substantiva e subjetiva dos procedimentos analíticos. Equipe CEDEST Humanos Aldaiza Sposati (serviço social – PUCSP) Dirce Koga (serviço social – PUC-SP) Frederico Ramos (arquiteto – CEDEST) Kazuo Nakano (arquiteto – CEDEST/POLIS) Cláudia Almeida (arquiteta) Paulina Lopes (arquiteta – mestranda no INPE) Flávia Feitosa (geógrafa – mestranda no INPE) Engenheiros Antonio Miguel Monteiro Gilberto Câmara Silvana Amaral (ecóloga) Isabel Escada (ecóloga) Ana Paula Dutra de Aguiar (doutoranda no INPE) Colaboradores Científicos Saúde Pública Marilia Sá Carvalho (ENSP/FIOCRUZ) Wayner Souza (CPqAM/FIOCRUZ) Cristovam Barcellos (ENSP/FIOCRUZ) Estatísticos Suzana Druck (EMBRAPA/Cerrados) Paulo Justiniano Ribeiro (UFPr) Corina Freitas (INPE) Trevor Bailey (Univ. Exeter – Reino Unido) Renato Assunção (UFMG) Diante dos novos processos sociais em nossas cidades... As ações e propostas de intervenções e planejamentos locais orientam-se cada vez mais a partir das relações entre as partes e o todo urbano. A descentralização da gestão urbana demanda instrumentos adequados de política pública. precisamos.... ... ampliar nossa capacidade de revelar os territórios invisíveis do espaço das cidades (1) descobrir não apenas onde, mas o que define e estrutura um certo “lugar”; (2) estas respostas permanecem implícitas em medidas que abordam as cidades como um todo. (3) voltar-se para o território, considerando suas diferenças buscando métodos capazes de revelar, dentre um universo de múltiplas variáveis, quais seriam mais relacionadas ao fenômeno nos diferentes territórios que compõe a cidade. Metodologias de Análise Espacial Exploratórias Visualização e Cognição visual Análise multi-variada (análise fatorial, clustering) Regressão (espacial e não-espacial) Baseadas em modelos Inferência formal (estimação, testes de hipótese, predição): requer modelos estatísticos “a priori” Inferência subjetiva: conceitos sociológicos “a priori” – exclusão social Como conhecer o território? Dados censitários e “surveys” Organizados por espaços de coleta (e.g., setores censitários) Resultam em áreas “homogêneas” em bancos de dados geográficos Capacidade analítica Entender a distribuição espacial dos valores nas áreas homogêneas (identificar tendências e aglomerados) Modelar possíveis explicações para os padrões observados Usar os modelos para indicar o que pode acontecer em outras ocasiões Cuidados Objetivo primário não é descrição acurada dos dados Mais importante: entendimento dos padrões espaciais e determinação dos relacionamentos entre variáveis com potencial explanatório Questões Metodológicas Onde estão as desigualdades intra-urbanas? Como caracterizar os fatores estruturantes dos lugares das cidades? Como diferenciar os espaços intra-urbanos? Como construir modelos prognósticos da evolução das desigualdades intra-urbanas? Conceitos Estruturantes Desigualdades Fatores estruturantes Diferenciação dos espaços Modelos prognósticos O que queremos destes conceitos para que sejam úteis em políticas públicas universais e territoriais? Que sejam mensuráveis Que permitam diferenciação entre atores sociais Que os modelos matemáticos sejam relevantes no território Conceitos Estruturantes Desigualdades Fatores estruturantes Regressão – espacial e não-espacial Espaços de redes e espaços de lugares Diferenciação dos espaços Indicadores de desigualdade: Mapa da exclusão, topografia social Técnicas de regionalização, efeitos de escala Imagens de satélite para desagregação de áreas Modelos prognósticos Modelos de população Modelos probabilísticos Conceitos Estruturantes: Desigualdade Desigualdade Modelo sociológico abstrato Verificável apenas cognitivamente Abordagens Exclusão Social Vulnerabilidade Polaridade inclusão-exclusão como superação da noção de pobreza Hipóteses: encontrar grupos diferenciados Problemas analítico-computacionais Como construir indicadores compostos? Como lidar com efeitos de escala? Como construir mapas significativos cognitivamente? Indicadores de Desigualdade Indicador de Inclusão/Exclusão Social Composição de indicadores Renda, Qualidade de vida, Desenvolvimento Humano, Equidade de Gênero Produtos do estudo Mapa de inclusão/exclusão social Dimensão cognitiva forte Construção do banco de dados geográfico Permite a construção de múltiplas análises INDICADORES SÓCIO-ECONÔMICOS FONTE CENSO IBGE (1991) CENSO IBGE (1991) CENSO IBGE (1991) CENSO IBGE (1991) INDICADORES Iexi Chefes de família abaixo da linha de Pobreza (sem Rendimento) Iexi Chefe de Família na Linha de Pobreza (com ganho até 2 SM Iexi sem rendimento Iexi até 0,5 SM Iexi de 0,5 até 1 SM Iexi de 1 à 2 SM Iexi de 2 à 3 SM Iexi de 3 à 5 SM Iexi de 5 à 10 SM Iexi de 10 à 15 SM Iexi de 15 à 20 SM Iexi mais de 20SM Iexi Chefes de Família não Alfabetizados Iexi Alfabetização Escolaridade Precária Precária( de 1 à 3 anos de estudo) Iexi de 4 à 7 anos de estudo Iexi de 8 à 19 anos de estudo Iexi de 11 à 14 anos de estudo Iexi amis de 15 anos de estudo Iexi Alfabetização Precoce ( com 5 à 9 anos ) Iexi Alfabetização Tardia ( de 10 à 14 anos ) Iexi não Alfabetizados Iexi Alfabetização Precária Iexi População acima de 70 anos Iexi Precário Abastecimento de Àgua Iexi Precário Instalação sanitária (Esgoto) Iexi Precário Tratamento do Lixo Iexi Propriedade Domiciliar Iexi Densidade Habitacional Iexi Condições de Privacidade Iexi Conforto Sanitário Iexi Habitação Precária Iexi Mulheres não Alfabetizadas Iexi Concentração de Mulheres Chefes de Família ÍNDICES Iex Precária Condição de Sobrevivência CAMPO Iex AUTONOMIA DE RENDA DOS CHEFES DE FAMÍLIA Iex de Distribuição de Renda dos Chefes de Família Iex de Desenvolvimento Educacional Iex DESENVOLVIME NTO HUMANO Iex estímulo Educacional Iex Escolaridade Precária Iex Longevidade Precária Iex Qualidade Ambiental Conforto Domiciliar Iex Qualidade Domiciliar Iex QUALIDADE DE VIDA Iex EQUIDADE E X C L U S Ã O / I N C L U S Ã O S O C I A L 33_IND(s)/49_IND(s) DESENVOLVIMENTO HUMANO ENTRE 1991 E 2000 DESENVOLVIMENTO HUMANO DESENVOLVIMENTO HUMANO 1991 2000 [-1.00~-0.75] [-0.75~-0.50] [-0.50~-0.25] [-0.25~0.00] [0.00~0.25] [0.25~0.50] [0.50~0.75] [0.75~1.00] DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL ENTRE 1991 E 2000 1991 DEduc 2000 Analf 6,996 Analf 5,203 1 a 3 AE 13,485 1 a 3 AE 10,925 4 a 7 AE 33,750 4 a 7 AE 28,549 8 a 10 AE 15,375 8 a 10 AE 16,999 11 a 14 AE 16,096 11 a 14 AE 24,383 > 15 AE 11,615 > 15 AE 12,071 Exclusão 20,481 Exclusão 16,128 Inclusão 43,085 Inclusão 53,452 Análise Comparativa do Densenvolvimento Educacional em São José dos Campos entre 1991 e 2000 Percentual de Chefes de Família DEduc 40 35 30 25 20 15 10 5 0 Analf 1a3 4a7 Anos de Estudo em 1991 Anos de Estudo em 2000 8 a 10 11 a 14 > 15 Anos de Estudo Visão Tradicional dos Indicadores Densidade demográfica de São Paulo Censo de 1991 Dados agregados em distritos Apresentação de dados Agrupamento em quantis Será que estes patamares são reais? O TERRITÓRIO Território Divisão distrital Zonas OD87 Zonas OD97 Topografia Social: Das Áreas às Superfícies Boa parte dos estudos de políticas públicas está associada a fenômenos contínuos no espaço Dados sócio-econômicos são coletados pontualmente, mas agregados por partição espacial Risco de homicídio Densidade demográfica Distribuição de renda Setor censitário, distritos, municípios Particões espaciais são unidades de coleta e não unidades de análise Agregamento de dados em regiões esconde variações internas, e pode criar limites artificiais Topografia Social Definição Representação de dados socio-econômicos como uma superfície contínua Expressão territorial da rugosidade das desigualdades sociais das cidades. Objetivos Aproximar variação contínua dos atributos Remover limites arbitrários das regiões Permitir comparação de dados de suportes espaciais distintos Suporte para modelagem temporal Topografia Social:Percepções do Espaço Espaço como uma subdivisão planar Espaço como uma superfície contínua POPULAÇÃO EM GRADES REGULARES Das Áreas às Superfícies dados agrupados por áreas / polígonos geração de centróides X,Y,Z X,Y,Z X,Y,Z X,Y,Z pontos / amostras interpolação superfície contínua / grade X,Y,Z Superfície de Risco de Homicídios: Krigagem Binomial 1996 1999 Fatores Estruturantes Idéia Análise multivariada Estabelecer relacionamentos entre variáveis territoriais (e.g. análise fatorial) Estabelecer regiões com comportamento multidimensional diferenciado Regressão Variável a ser explicada (e.g. taxa de homicídio) Variáveis explicativas (e.g., analfabetismo, renda). Regressão Não-Espacial Objetivo explicar comportamento de variáveis a partir de fatores explicativos Modelos multivariados não espaciais. yi = 0 + 1x1 +… + ixi + i yi i xi i = estimativa da var. resposta para a região i; = coeficiente de regressão = variável explicativa (para a região i) = resíduo (erro aleatório de n modelagem) R2 = 1 S (y – y ) – S (y – y ) i=1 n i=1 i i i i 2 2 REGRESSÃO PONDERADA ESPACIALMENTE yi 0 (ui , vi ) k k (ui , vi ) xik i 1) Extensão do modelo de regressão tradicional para o modelo com parâmetros estimados localmente. Onde (ui,vi) são coordenadas geográficas do ponto i no espaço. 2) Matriz de betas é estimada a partir da equação matricial onde X e Y são as matrizes dos valores observados nos diferentes pontos do espaço 3) W(i) é a matriz de pesos geográficamente determinados a partir de uma função quadrática 0( ui ,vi ) 0( ui , vi ) .. 0( ui ,vi ) 0( u ,v ) 0( u ,v ) i i i i 0( u ,v ) .. 0( u ,v ) 0( u ,v ) .. 0( u ,v ) .. i i i i i i i .. 0( u ,v ) i i i 0( u ,v ) i i .. .. .. 0( ui ,vi ) (i) ( X TW (i) X )1 X TW (i)Y wi1 0 W (i) .. 0 0 wi 2 .. 0 0 .. 0 .. .. 0 win .. ANÁLISE ESPACIAL: Regressão espacialmente ponderada Modelo geral TX _ HOM 0 1 (%X _ Analf) Onde: TX_HOM é a taxa de homicídios de 2000 por distrito (PROAIM) %X_analf é a porcentagem de chefes de família analfabetos.(CENSO 2000) Modelo espacial TX _ HOM 0 (ui , vi ) 1 (ui , vi ) (%X _ Analf ) Data # # # ### # # # # # # ## #### # # ## # # # # # # # # # # # # # # ## # # # # # # # # # # # ### # # ## # # # # ## ### # # # ## # # # # # # # ## # # # # ## # # # # # # # # # # ## # # # # # # # # # # ## ## # # ## # ## ## # # ### # # # ## ## # # # # ## # # # # # ## # # # # # # ### # # # # ## # # # # # # # # # ## # # # # ## ## ## # # # ## # # # ## # ## # ## ## # ### ## # ### ## # # # ### # ## # # # # #### # ## ## ## # # ## # # # # # # # # ## # ### # # # # # ## # ## ### # # # # ## ## # # ### # ## # ## # # # # # # # # ## # # # # ## ### #### ## # # ## # # ## ### # # ## ### ### # ## # # # # # ###### # # ## #### ##### # ### ### ###### ## ## # # ### ## ## # ### ## # #### # ### # # # # # # ## # # ### # # # # ## 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Como reconhecer espaços homogêneos no interior das cidades? Procedimento Desagregação dos dados em unidades atômicas Reagregação de áreas em novos espaços A Questão da Escala A Utilização dos Setores Censitários Identificar variações Intra-Distritais Exige adaptações Aumenta a Variabilidade espacial dos dados Potencializa o efeito de outliers e de setores discrepantes em relação ao entorno Efeitos de escala e zoneamento Efeito de escala - diferentes resultados estatísticos são obtidos a partir das mesmas variáveis quando a informação é agrupada em diferentes níveis de resolução espacial. Efeito de zoneamento - é a variabilidade dos resultados estatísticos obtidos pelas diversas maneiras de agrupamento das unidades de área em uma determinada escala. (Wrigley et. al , 1996) EFEITOS DE ESCALA E ZONEAMENTO O efeito das diferentes possibilidades de agrupamento sobre o valor da correlação EFEITOS DE ESCALA 270 ZONAS OD97 DO MSP População >60 anos População não alfabetizada Renda per capita EFEITOS DE ESCALA 96 DISTRITOS DO MSP População >60 anos População não alfabetizada Renda per capita EFEITOS DE ESCALA 96 ZONAS RENDA HOMOGENEAS DO MSP População >60 anos População não alfabetizada Renda per capita A) Porcentagem da população com 60 anos ou mais B) Porcentagem da população não alfabetizada C) Renda individual per capita em reais * DISTRITOS VARIÁVEIS ZONAS RENDA Comparação entre as matrizes de correlação para as variáveis selecionadas ZONAS OD97 EFEITOS DE ESCALA Diferenciação do Espaço: Regionalização Desenvolvimento de métodos de regionalização Reagregar N pequenas áreas (a mais fina resolução disponível) em M regiões maiores de maneira a otimizar a função geral do dado agregado. Possíveis soluções Algoritmos semi-automatizados de regionalização Regionalização: Mapas como Grafos Regionalização: Mapas como Grafos Agregamento em áreas Agregamento em áreas com restrição de população mínima Modelos Prognósticos Desafio Dada uma situação atual, como vai evoluir o território? Alternativas Modelos estatísticos Requerem parametrização dos fenômenos Utilizados em epidemiologia espacial Modelos determinísticos Propagação espacial de relações multivariadas Automatos celulares Modelos: Uma Visão Geral O que modelar? Fatores dinâmicos de mudança do território Hipótese Agentes humanos realocação do uso de território Fatores de mudança são refletidos no uso da terra Modelos: Uma Visão Geral O que modelar? Hipótese Fatores dinâmicos de mudança do território Agentes humanos realocação do uso de território Fatores de mudança são refletidos no uso da terra Modelos de mudança de uso e cobertura da terra LUCC (“land use and land cover change”) Ampla literatura internacional Pouco esforço de pesquisa no Brasil Modelos: Uma Visão Geral tempo Demanda Econômica Mudanças População Alocação Uso Terra Produtividade Terra Modelos: Uma Visão Geral tempo Ordenamento Território Demanda Econômica Alocação Uso Terra Vulnerabilidade Território Mudanças População Produtividade Terra Modelos de Evolução Urbana S2 Realidade S3 Conceitos Estruturantes Desigualdades Fatores estruturantes Regressão – espacial e não-espacial Espaços de redes e espaços de lugares Diferenciação dos espaços Indicadores de desigualdade: Mapa da exclusão, topografia social Técnicas de regionalização, efeitos de escala Imagens de satélite para desagregação de áreas Modelos prognósticos Modelos de população Modelos probabilísticos Limites de Modelagem