Questão 1
Questão 2
A cidade antiga (grega, entre os séculos VIII
e IV a.C.) e a cidade medieval (européia, entre os séculos XII e XIV), quando comparadas, apresentam tanto aspectos comuns
quanto contrastantes.
Indique aspectos que são
a) comuns às cidades antiga e medieval.
b) específicos de cada uma delas.
Se, para o historiador, a Idade Média não
pode ser reduzida a uma “Idade das Trevas”,
para o senso comum, ela continua a ser lembrada dessa maneira, como um período de
práticas e instituições “bárbaras”.
Com base na afirmação acima, indique e descreva
a) duas contribuições relevantes da Idade
Média.
b) duas práticas ou instituições medievais
lembradas negativamente.
Resposta
a) Aspectos comuns:
Tratava-se de núcleos urbanos que possuíam autonomia político-administrativa e que passaram
por várias formas de governo. Constituíram-se
também como centros de produção e difusão cultural e foram importantes centros econômicos, especialmente ligados às atividades mercantis.
Tanto cidades antigas como medievais eram fortificadas, muitas vezes dotadas de muralhas que
serviam como proteção.
Destacamos ainda que, nos dois momentos, as
construções religiosas predominavam no espaço
urbano.
b) Especificidades:
A pólis grega conheceu formas variadas de governo, mas no século V a.C. uma delas, Atenas, notabilizou-se por estabelecer o regime democrático, no qual aqueles que eram considerados cidadãos exerciam o governo da cidade. Outra peculiaridade foi a existência do trabalho escravo. A
pólis grega era a principal unidade político-administrativa na Grécia Antiga no intervalo entre os
séculos VIII e IV a.C.
Comparadas à pólis grega, as cidades medievais
possuíam menos autonomia político-administrativa, pois se constituíam em uma das esferas de
poder local que tinha de disputar seu espaço e
autonomia com as esferas de poder mais amplas,
que eram as monarquias medievais, e com as esferas de poder supranacionais, nomeadamente, a
Igreja e o Império.
Ao mesmo tempo as cidades medievais vieram a
se constituir em importantes centros de comércio
que deram origem a uma poderosa classe mercantil, que a partir de um certo momento, teve um
importante papel na dissolução do regime feudal
ao propugnar pela livre-circulação de pessoas e
mercadorias, que está de alguma forma na origem da formação das monarquias nacionais, o
Estado Moderno.
Resposta
a) Entre as várias contribuições da Idade Média,
podemos destacar:
1) A definição de esferas de poder local (cidades
e feudos), nacional (monarquias medievais) e supranacional (a Igreja e o Império). Trata-se de um
longo e complexo processo em que, à custa de
tensões e conflitos, cada uma dessas três esferas
foi formulando meios de convivência e coexistência que, de alguma forma, serviram de base para
as modernas formas de organização político-administrativas do mundo contemporâneo, sendo
estabelecidas regras de coexistência, respeito e
convívio e o reconhecimento da existência de direitos e deveres específicos de cada uma dessas
esferas de poder. No plano das formas de organização político-administrativa das comunidades
humanas, essa foi talvez uma das mais importantes contribuições do Ocidente Medieval.
2) No plano cultural, a outra contribuição importante
da civilização medieval foi a definição dos grandes
grupos lingüísticos resultantes dos contatos entre as
heranças da civilização clássica greco-romana e as
culturas dos chamados “povos bárbaros” que vieram dar origem aos idiomas que são utilizados
por uma parte significativa da humanidade. Além
desses aspectos, podemos destacar outras contribuições, como as universidades criadas a partir
daquele período; contatos entre Oriente e Ocidente, propiciando o conhecimento de inventos e tecnologias que serão usadas nas grandes navegações; o trabalho dos monges copistas que ajudaram a preservar a cultura clássica; as primeiras
instituições bancárias; a filosofia patrística e escolástica e a arquitetura românica e gótica, relacionadas principalmente às construções de grandes
catedrais.
história 2
b) Instituições ou práticas medievais lembradas
negativamente:
1) No contexto da Europa Medieval um dos aspectos negativos foi o uso e abuso dos argumentos de autoridade, ou seja, desde que buscassem
respaldo no texto bíblico (autoridade), as evidências empíricas e do uso da razão eram negadas
ou colocadas em um segundo plano caso viessem a questionar consagrados dogmas religiosos.
2) Em nome da defesa de argumentos de autoridade, uma das mais criticadas instituições medievais foi o Tribunal da Inquisição, responsável por
julgar e punir exemplarmente todos os desvios à
doutrina consagrada pela Igreja.
Questão 3
Durante o século XVIII, na Europa, constituíram-se dois pólos dinâmicos: um de dimensão
cultural, representado pela França, e outro
de dimensão econômica, representado pela
Inglaterra.
Descreva aspectos referentes ao
a) primeiro pólo.
b) segundo pólo.
Resposta
a) Primeiro pólo: dimensão cultural.
Apesar de ultrapassar as fronteiras francesas,
existe um relativo consenso em dar um destaque
especial ao chamado Século das Luzes na França
do século XVIII. No plano político muitos de seus
pensadores criticam o absolutismo e propõem
formas representativas de governo. No plano
econômico, criticam as práticas mercantilistas e
propõem a livre-circulação de pessoas e mercadorias. Criticam-se igualmente os argumentos de
autoridade e, em contrapartida, valorizam o experimento e o uso da razão. No plano social defendem a igualdade jurídico-política, em oposição
aos privilégios em vigor.
b) Segundo pólo: dimensão econômica.
A Inglaterra do século XVIII foi o berço da Revolução Industrial. O sistema de produção artesanal é
eliminado e em seu lugar instaura-se o sistema
fabril, com energia a vapor, máquinas, divisão do
trabalho e linhas de produção, que revolucionaram os modos de produção de manufaturas, fazendo com que a Inglaterra se tornasse o "empório" do mundo.
Por sua vez, a produção em escala industrial
supõe a livre-circulação de pessoas e mercadorias,
a ampliação de mercados de consumo e de regiões onde pudessem obter insumos (matérias-primas) industriais, ou seja, as transformações tecnológicas engendraram novas formas de organização do trabalho – ampliação e difusão do traba-
lho assalariado –, novas formas de organização
industrial e comercial, bem como o impulso ao setor de serviços, com especial importância à infraestrutura de comunicação e meios de transporte.
Podemos ainda destacar outros aspectos da Revolução Industrial, como a aceleração da urbanização e o conseqüente êxodo rural; a formação de
duas novas classes sociais: o operariado urbano e
a classe média urbana; a formação de sindicatos e
de cooperativas; e o deslocamento do centro de
decisões políticas para as cidades industriais.
Questão 4
O estabelecimento dos franceses na Baía de
Guanabara, em 1555, é um entre outros episódios que ilustram as relações entre a
França e as terras americanas pertencentes
à Coroa lusitana, durante os três primeiros
séculos da colonização.
a) Explique o que levou os franceses a se estabelecerem pela primeira vez nessas terras.
b) Cite e caracterize uma outra tentativa francesa de ocupação na América Portuguesa.
Resposta
a) Existem pelo menos dois aspectos relevantes:
um de caráter mais geral e o outro mais específico. O mais geral é que o episódio pode ser considerado um capítulo da disputa entre as Monarquias Nacionais pelas fontes de produção no processo da expansão marítimo-comercial européia.
As potências européias contestam a "divisão" do
mundo feita entre portugueses e espanhóis, e
nesse sentido, a França Antártica é a expressão
do desafio da monarquia francesa à suposta hegemonia ibérica na expansão marítima.
O contexto mais específico associa-se à situação
política da França naquele período, marcada pelas chamadas Guerras de Religião, com violência
de parte a parte entre católicos e protestantes.
Nesse contexto, os patrocinadores da expedição
ao Rio de Janeiro esperavam criar núcleos de povoamento onde pudessem realizar uma obra de
catequese e onde não houvesse perseguições religiosas.
b) Outra tentativa foi o estabelecimento francês
no Maranhão, a chamada França Equinocial
(1612-1615). Os franceses fundaram São Luís
(1612) em homenagem ao seu rei. Entretanto,
conflitos entre os ocupantes e a pronta reação
aos invasores foram responsáveis pela curta estadia francesa no Maranhão. Destaca-se também
que a invasão francesa ocorreu no contexto das
rivalidades franco-espanholas, no momento em
que o Brasil fazia parte do domínio espanhol
(1580-1640).
história 3
Questão 5
Nos Estados Unidos, a expansão para o Oeste
se completou no final do século XIX. Discorra
sobre esse fenômeno histórico no que se refere
a) à questão indígena e à incorporação de terras para a agricultura.
b) ao Oeste, como temática da cultura norte-americana, por exemplo na literatura, no
cinema e nos meios de comunicação.
Resposta
a) Diferentemente da América portuguesa, onde a
expansão territorial ocorreu ainda no Período Colonial, na América inglesa a expansão territorial
ocorre no período posterior à emancipação política, especialmente no decorrer do século XIX.
Não existe um único fator responsável pelo processo de expansão, todavia é possível destacar a
entrada de imigrantes no país que tinham a expectativa de se tornar proprietários de terras e que,
com a descoberta do ouro, tiveram mais uma forte
motivação em direção ao Oeste. Existiam obstáculos físicos – os Apalaches e as Rochosas – e humanos (diversificada população indígena que ocupava aquele vasto território).
As populações indígenas, em sua expressão mais
significativa, eram seminômades e viviam sobretudo da caça, da pesca e da coleta, precisando
ocupar, portanto, em diferentes estações do ano,
diferentes áreas do território.
Nesses termos as expedições dos colonos em direção ao interior resultaram em tensão, conflito e
graves confrontos que, no final do processo, garantiram a ocupação do território pelos colonos,
que se voltaram para a agricultura, a pecuária, a
mineração e o comércio, e o extermínio das culturas indígenas de diversas formas – primeiro pelo
abate de búfalos, diminuindo a capacidade de
caça dos indígenas; pelo extermínio físico por intermédio de guerras ou da propagação de doenças contagiosas; pela incorporação de uma parte
dos indígenas sobreviventes à sociedade nacional; e pela formação de reservas indígenas
mediante a definição de territórios específicos,
onde os nativos remanescentes e seus descendentes foram autorizados a se estabelecer.
b) A chamada "conquista do Oeste" incorporou-se
como importante temática da cultura norte-americana das mais variadas formas.
No campo da história, deve-se a Frederick Jackson
Turner o destaque da "fronteira" na concepção da
história do país.
Data também do século XIX a doutrina do "Destino Manifesto", uma crença segundo a qual os
Estados Unidos deviam se estender do Atlântico
ao Pacífico.
Na literatura destaca-se James Fenimore Cooper
(1789-1851), autor de diversas obras cuja temática envolve o confronto com indígenas e a expansão territorial. Também associado à temática do
Oeste, destaca-se Samuel Langhorne Clemens,
mais conhecido como Mark Twain (1835-1910),
considerado, entre outros aspectos, como um escritor cujas obras estão bastante relacionadas à
expansão territorial e à vida nas regiões pioneiras.
A indústria cinematográfica norte-americana teve
na temática do "far west" um de seus mais importantes filões. Destacam-se, entre outros, D. W.
Griffith (O nascimento de uma nação) e John Ford
(No tempo das diligências). O cinema foi um dos
veículos mais importantes para popularizar a figura do empreendedor, o pioneiro que, enfrentando
a natureza e os índios, teria conquistado o vasto
território.
Nos meios de comunicação de massa, como o rádio, o jornal, a televisão e contemporaneamente a
Internet, o Oeste como temática continua presente e passa por um processo de revisão e reavaliação especialmente em relação à devastação da
natureza e ao destino das populações indígenas.
Questão 6
A extinção do tráfico de escravos africanos no
Brasil ocorreu em 1850.
Com relação a esse marco histórico,
a) explique o papel da Inglaterra nessa decisão.
b) relacione-o com a chegada de imigrantes.
Resposta
a) Desde 1810 os britânicos pressionavam pelo final do tráfico de escravos para o Brasil.
Entre os motivos que levaram a Inglaterra a adotar essa posição, podemos citar, entre outras, razões humanitárias, o favorecimento da produção
açucareira britânica na Índia e a necessidade de
ampliar seus mercados de consumo devido à Revolução Industrial.
A interferência britânica foi decisiva na abolição
do tráfico de escravos. Pela pressão britânica, foi
assinado um tratado em 1826 e, em 1831, foi
aprovada a abolição do tráfico, embora ele tenha
continuado.
Em 1845, o Parlamento britânico aprova o Bill
Aberdeen, no qual se decidia que a Marinha britânica poderia apresar em quaisquer águas ter-
história 4
ritoriais, inclusive brasileiras, navios que estivessem transportando escravos para o Brasil ou
apresentassem indícios de tê-lo feito.
Finalmente, depois de décadas de pressão britânica, em setembro de 1850, é aprovada a Lei Eusébio de Queirós, que extinguiu o tráfico de escravos para o Brasil.
b) A Lei Eusébio de Queirós cria uma situação
nova. O tráfico continua clandestinamente, mas
os escravos tornam-se muito caros e os custos
operacionais começam a subir. Além disso, a expansão do café para o Oeste Paulista e o aumento da procura no mercado internacional levaram
então à utilização alternativa de mão-de-obra livre
proveniente da Europa.
Questão 7
Ideologicamente, a implantação do regime republicano no Brasil associa-se à difusão dos ideais
políticos do positivismo.
Entre o final do século XIX e início do século XX,
alguns pensadores, tomando como parâmetro as
ciências da natureza, principalmente a Biologia, a
Química e a Física, procuraram dar um fundamento científico ao conhecimento dos homens e
da sociedade. Essa doutrina foi abraçada, principalmente, pelos membros da jovem oficialidade
do Exército.
A iniciativa da conspiração e da implantação do
regime republicano no Brasil teve, no Exército,
sobretudo nos positivistas, seus grandes expoentes.
Questão 8
A vitória do regime republicano no Brasil
(1889) e a conseqüente derrubada da monarquia podem ser explicadas, levando-se em
conta diversos fatores. Entre eles, explique
a) a importância do Partido Republicano.
b) o papel dos militares apoiados nas idéias
positivistas.
Resposta
a) A partir da segunda metade do século XIX, o
Brasil passa por uma série de transformações
econômicas (expansão cafeeira) e sociais (transição do trabalho escravo para o trabalho livre). As
alterações políticas acompanham essas transformações.
A nova aristocracia rural cafeeira opõe o "princípio democrático", sinônimo de descentralização,
ao "princípio monárquico", sinônimo de centralização.
Os liberais irão identificar a centralização e o poder pessoal do imperador com o Partido Conservador e, futuramente, com a própria monarquia.
Em 1870, esses liberais insatisfeitos fundam o
Partido Republicano.
Pouco a pouco a monarquia perdia seus suportes.
Em 1888, com a abolição da escravidão, o Partido
Republicano ganha o apoio da aristocracia açucareira escravocrata, o que praticamente liquida as
bases que sustentavam a monarquia.
b) Desde a Guerra do Paraguai, o Exército rompera a tutela que o prendia ao quadro administrativo, agindo e decidindo sobre o próprio governo.
Além disso, o Exército voltara abolicionista da
guerra, negando o papel de "capitão-do-mato"
que o império queria lhe impor.
As questões militares – conflitos entre o Exército
e o governo – aumentam as tensões entre ambos.
“Canudos não se rendeu. Exemplo único em
toda a História, resistiu até ao esgotamento
completo. [...] Caiu no dia 5, ao entardecer,
quando caíram os seus últimos defensores,
que todos morreram. Eram quatro apenas:
um velho, dois homens feitos e uma criança,
na frente dos quais rugiam raivosamente cinco mil soldados.”
Euclides da Cunha, Os Sertões.
Relacione o movimento de Canudos com
a) os problemas econômico-sociais da região.
b) a crença religiosa e a luta política da população.
Resposta
a) A Revolta de Canudos (1895-1897) está associada ao contexto de miséria existente no Sertão
nordestino e à dificuldade de sobrevivência de
grande parte da população com a presença constante da seca e com o abandono econômico e social, sendo a ação do governo federal e estadual
nula. Dessa maneira, Antônio Conselheiro e seus
seguidores fundam uma comunidade no sertão
baiano, visando à construção de uma vida melhor.
b) Liderado pelo beato Antônio Conselheiro, no
sertão da Bahia, o episódio é considerado um
exemplo de “movimento social de caráter messiânico”, em que o líder promete a instauração do
paraíso terrestre. Canudos, por atrair uma população cada vez maior, provocava falta de
mão-de-obra nos latifúndios da região e o enfraquecimento do poder e da influência da Igreja Católica, que tinha cada vez menos fiéis. Forças policiais são enviadas para dispersá-los, mas não
história 5
obtêm sucesso. São chamadas, então, forças do
Exército, que vão dizimar os seguidores de Conselheiro. É importante destacar que Canudos foi
acusado de ser um movimento monarquista.
Observe-se que Antônio Conselheiro condenava
a República nos seus discursos, embora isso não
significasse um posicionamento consciente a favor da monarquia.
Questão 9
Fonte: Ilustração do livro Justicialismo, p. 185.
Fonte: Dia do Trabalho, Rio de Janeiro, 1942.
In: Nosso Século, nº 23, capa.
Observando essas duas imagens e apoiando-se em seus conhecimentos,
a) descreva os dois personagens históricos,
explicando as relações entre o Estado e os
trabalhadores.
b) indique, no mínimo, duas outras características desses dois governos denominados
populistas.
Resposta
a) As Guerras Mundiais romperam o modelo agrário-exportador e instauraram a industrialização
substitutiva de importações na América Latina.
Desenvolve-se, então, um intenso processo de urbanização. O centro da gravidade política e econômica desloca-se do campo para a cidade.
As cidades, por sua vez, não possuem infra-estrutura para receber o aumento exponencial da população, ocorrendo, assim, graves problemas nos
setores de habitação, transportes e saúde pública.
O caudilhismo e o coronelismo, eficientes formas
de controle no meio rural, já não são mais válidos
nas cidades.
Desenvolve-se o populismo, um tipo de prática
política em que o líder faz apelos diretos às
massas, por cima das instituições políticas tradicionais, tais como partidos e o Parlamento, e acena
com reformas para minimizar os problemas das
populações carentes.
Os líderes populistas em destaque são Juan Domingo Perón e Getúlio Vargas, presidentes, respectivamente, da Argentina e do Brasil.
Perón (justicialismo) e Vargas (trabalhismo) aprovam uma legislação que procura assegurar um
mínimo de garantias aos trabalhadores assalariados do setor urbano; passam a exercer grande
controle sobre os sindicatos, afastando lideranças
mais combativas e colocando em seus lugares os
“pelegos”. Usam, ainda, a repressão e o controle
da informação (censura e propaganda), conquistando, com isso, o apoio dos trabalhadores, e
afastando, assim, a influência que a esquerda
(comunistas e anarquistas) exercia sobre o operariado. Ambos criaram para si a imagem de “pai
dos pobres”.
b) Podemos indicar como outras características
dos governos de Juan Domingo Perón (Argentina)
e Getúlio Vargas (Brasil) o nacionalismo econômico; a manipulação da opinião pública, buscando o
apelo direto às massas; ambos, durante o período
das décadas de 1930 e 1940, chegaram a se
"aproximar" do nazifascismo, como forma de
atrair apoio para os seus projetos nacionais; o
caráter personalista, autoritário e centralizador.
história 6
Questão 10
Índia e China ocupam, no atual cenário mundial, um lugar tão importante que já se fala,
entre estudiosos de geopolítica, em denominar o século XXI como o “século asiático”.
Sobre as trajetórias históricas contemporâneas desses dois países, iniciadas, respectivamente, em 1947 e 1949, é possível estabelecer
mais de um paralelo, ressaltando semelhanças e contrastes.
Indique o processo histórico
a) da Índia, a partir de 1947, e seus desdobramentos posteriores.
b) da China, a partir de 1949, e seus desdobramentos posteriores.
Resposta
a) Em 1947, logo após a independência da União
Indiana, eclodiu uma guerra civil entre hindus e
muçulmanos que resultou na partilha do país em
um Estado de maioria hindu, a Índia, e um Estado
de maioria muçulmana, o Paquistão, localizado a
noroeste e nordeste da península – respectivamente Paquistão Ocidental e Oriental. Em 1971, o
Paquistão Oriental, com apoio da Índia, separou-se do Ocidental por motivos étnicos (diferenças entre paquistaneses e bengalis), dando origem à República Islâmica de Bangladesh. A multiplicidade étnica no interior de seu território resultou em movimentos separatistas. Na atualidade,
existem vários movimentos, destacando-se os dos
estados da Caxemira (hindus e muçulmanos), envolvendo o Paquistão, no Punjab, no Assam (questão étnica) e Tamil, que querem a formação de um
Estado tâmil, envolvendo o território de Tamil Nandu, na Índia, e o norte e leste de Sri Lanka.
Além dos movimentos separatistas, a Índia também tem problemas de unidade política, devido à
sua intensa heterogeneidade étnica, lingüística e
religiosa.
No aspecto econômico, depois da independência,
a Índia levou uma política industrial por programas denominados Planos Qüinqüenais e contemporaneamente veio a se tornar um dos chamados
"países emergentes", nos quais, ao lado de
graves disparidades socioeconômicas, florescem
centros de tecnologia de ponta que usam
mão-de-obra barata, o que lhes propicia, como no
caso da China, vantagens competitivas no mercado mundial.
b) A Revolução Chinesa de 1949 pôs fim às intervenções colonialistas e implantou o socialismo. O desenvolvimento do país a partir de então foi feito por Planos Quinqüenais (o primeiro
em 1953). Logo após a revolução houve uma
aproximação com a União Soviética em 1950 –
o pacto de amizade, aliança e ajuda mútua, no
entanto, o rompimento com a URSS se deu em
1960, tendo como início um conflito ideológico.
Nos anos 1950 ocorre a ocupação do Tibet por
tropas chinesas e conflitos na fronteira com a
Índia.
Assim como a Índia, a China enfrenta problemas internos por movimentos separatistas, principalmente
na região oeste do país, marcada por grande diversidade cultural (56 grupos étnico-nacionalistas),
onde se destaca o movimento separatista do Tibet,
comandado pelo líder budista Dalai-Lama, exilado
na Índia.
Como a Índia, a China faz parte do grupo de países chamados "emergentes". O uso intensivo de
mão-de-obra barata, tecnologia de ponta e preços
altamente competitivos no mercado internacional
colocam, atualmente, a China como um importante ator no cenário da economia mundial.
História – extensa e exigente
Comparada à prova do ano passado, a deste ano pode ser considerada mais exigente. Ao mesmo tempo que algumas perguntas eram abertas (questões 1 e 2), outras, cujas respostas envolviam uma dissertação (questão 10, por exemplo), podem ter dado origem a um problema: tanto o
tempo quanto o espaço reservado para as respostas podem não ter sido suficientes. Faltou também um certo equilíbrio, sendo notável a ausência de questões com nível médio de dificuldade.
Medieval Colônia
10%
10%
República
Monarquia
10%
20%
Antiga/
Medieval
10%
América
20%
Contemporânea
20%
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FUVEST 2008 - 2ª Fase