A VERDADE EM POPPER
Kaline Ferreira Davi*
Tudo evolui, não há realidades eternas, assim como não
há verdades absolutas.
Humano, demasiadamente humano.
Frederich Nietsze
RESUMO: O artigo foi elaborado com o intuito de demonstrar que o filósofo Karl Popper
modificou completamente a busca pelo conhecimento. Até a formulação majestosa de sua tese
falseacionista existia uma desenfreada busca por uma verdade absoluta que estagnava o saber.
Depois de sua contribuição para o pensamento filosófico o alvo da pesquisa não era mais uma
verdade absoluta e perene, mas sim uma verdade conjectural, provisória, que poderia perder o
caráter de verdade em pouco tempo, bastaria que a evolução trouxesse novas respostas
melhores e mais adequadas.
A VERDADE EM POPPER
Conhecer um pouco de Karl Popper nas aulas de metodologia científica ministrada pelo
professor Edivaldo Boaventura na UFBA e desvendar parte de seu pensamento, foi um dos
maiores prazeres revelados na vida acadêmica.
O interesse surgiu basicamente pela da grande modificação que ele causou na concepção de
verdade que imperava até as primeiras décadas do século XX, e que alterou
conseqüentemente toda estrutura da busca pelo conhecimento científico.
Não foram poucos aqueles que o criticaram, o que, utilizando a sua própria teoria é algo
positivo, pois a crítica faz evoluir o conhecimento. Dentre os seus críticos mais ferrenhos
estão os membros da Escola Frankfurtiana destacando Habermas, Thomas Kuhn e Lakatos.
Malgrado as críticas, também não são poucos os simpatizantes de suas teorias, adeptos que
fazem parte de diversos ramos da ciência, o que demonstra que seu pensamento
revolucionário é de extrema utilidade científica. Na biologia, um grupo seleto de biólogos se
*
Mestra em Direito Público pela Universidade Federal da Bahia. Professora convidada da pós-graduação latosensu da Fundação Faculdade de Direito - UFBA, Advogada da União, Representante da Escola da AGU na
Bahia.
seduziram pela teoria de Popper e pelo menos três deles ganharam o Prêmio Nobel de
Medicina e Fisiologia – Peter Medawar, John Eccles e Jacques Monod – não poupando
elogios ao filósofo. Peter Medawar chegou a afirmar que Popper, sem dúvida, foi o maior
filósofo da ciência que já existiu.
Nos domínios da arte também não faltaram louvores a Popper, o que ficou por conta de Ernst
Gombrich, que chegou a dizer que se sentiria honrado se alguém notasse em seus escritos
alguma influência de Popper.
Em sua obra Conhecimento Objetivo – Uma Abordagem Evolucionária, que é uma de suas
últimas obras, Popper mostra-se ressentido com o fato de que poucos filósofos apoiaram a
tese de que ele resolveu o problema da indução, e acrescenta que várias obras recentes são
influenciadas pelo seu pensamento, embora não lhe atribuam nenhum crédito por isso; e
outras, citam a sua obra de forma distorcida, atribuindo-lhe opiniões que nunca sustentou, ou
criticando-o com base em incompreensões. (POPPER, 1999, p.13)
O que Popper faz no primeiro capítulo desse livro foi enfatizar o grande feito que ele próprio
se atribuiu, que foi o rompimento com o conhecimento indutivo, reinante à época, o que,
embora existam vozes dissonantes, foi o bastante para distanciá-lo dos filósofos do Círculo de
Viena.
É enfática a recusa de Popper em aceitar o título de positivista, o que reputa como um engano
que teve início com a tolerância dos membros do Círculo1 em analisar suas obras e até dar
publicidade as suas idéias, mesmo em oposição à deles.
Quando acusado de positivista pelos frankfurtianos2 Popper retruca afirmando que:
1
O Círculo de Viena foi um grupo de filósofos e cientistas, organizado informalmente em Viena à volta da
figura de Moritz Schlick. Encontravam-se semanalmente, entre 1922 e finais de 1936, ano em que Schlick foi
assassinado por um estudante universitário irado. Muitos membros deixaram a Áustria com a ascendência do
partido Nazi, tendo o círculo sido dissolvido em 1936. O seu sistema filosófico ficou conhecido como o
"Positivismo Lógico".Membros proeminentes do Círculo incluiram Rudolf Carnap, Otto Neurath, Herbert Feigl,
Philipp Frank, Friedrich Waissman, Hans Hahn. Receberam as visitas ocasionais de Hans Reichenbach, Kurt
Gödel, Carl Hempel, Alfred Tarski, W. V. Quine, e A. J. Ayer (que popularizou a obra deles em Inglaterra)..
2
A Escola de Frankfurt é uma escola de pensamento marxista da Sociologia, Pesquisa Social e Filosofia que
abordou criticamente aspectos contemporâneos das formas de comunicação e cultura humanas. Deve-se à Escola
de Frankfurt a criação de conceitos como Indústria Cultural e Cultura de Massa. O grupo emergiu no Instituto
para Pesquisa Social (Institut für Sozialforschung) da Universidade de Frankfurt-am-Main na Alemanha. O
instituto tinha sido fundado com o apoio financeiro do mecenas judeu Felix Weil em 1923. Em 1929, Max
Horkheimer tornou-se director do Instituto. Max Horkheimer, filho de um industrial rico, pode contar com o
investimento de parte da fortuna do pai para o projecto. Theodor Adorno era seu amigo de longa data.
“[...] eu não nego decerto a possibilidade de estender o termo positivista até que ele
abranja todos os que tenham algum interesse pelas ciências naturais, de forma a que
venha ser aplicado até aos adversários do positivismo, como eu próprio. Sustento
apenas que tal procedimento não é nem honesto nem apto a esclarecer o assunto. [...]
eu sempre lutei contra as estreitezas das teorias ‘cientificistas’ do conhecimento e,
especialmente contra todas as formas de empirismo sensualista. Eu lutei contra a
imitação das ciências naturais pelas ciências sociais e pelo ponto de vista de que a
epistemologia positiva é inadequada até mesmo em sua análise das ciências naturais,
as quais, de fato, não são generalizações cuidadosas da observação, como crê
usualmente, mas são essencialmente especulativas e ousadas [...]” (BARRETO,
p.15)
Infere-se desse excerto que toda a angústia de Popper em ser considerado positivista, reside
no fato de que essa conclusão deriva de uma análise insatisfatória de sua obra, ou de uma má
compreensão. Ele chega a acusar aqueles que o julgam positivista de conhecerem sua obra
apenas de segunda mão. Em verdade, o que de útil e prático se retira dessa discussão sobre a
pertença de Popper ao Círculo de Viena se resume em ressaltar a crucial semelhança que seu
pensamento tinha com o positivismo, a importância da prova empírica, o que era comum em
Popper e nos positivistas vienenses.
O que não se pode concluir diante da incontestável semelhança, é que não existiam
contradições entre o pensamento de Popper e o dos positivistas. A questão é determinar qual o
critério para sopesar entre semelhanças e contradições e precisar a corrente de filiação de um
filósofo.
Inquestionavelmente Popper afastou por completo a idéia da verificação de uma teoria através
da experiência, o que revelaria a verdade de um caso particular a ser aplicado genericamente –
base do raciocínio indutivo. O que ele defendia e acreditava era na experimentação capaz de
testar uma hipótese num caso particular, o que levaria a certeza apenas quando a hipótese
sufragasse aos testes, pois, do contrário, caso ultrapassasse bem aos testes, haveria
corroboração e não certeza.
A teoria falseacionista de Popper tem acento em três pilares construídos por ele mesmo, a
idéia de testabilidade, corroboração e alcance da verossimilhança.
A testabilidade advém da idéia de que os enunciados ou teses são hipóteses que deverão ser
testadas para avaliar a sua falseabilidade. O que demonstra ser a teoria de Popper
essencialmente negativa. A teoria de que todos os cisnes são brancos não pode ser
comprovada pela constatação de cisnes brancos em toda parte do mundo, mas, ela proíbe que
existam cisnes de qualquer outra cor em qualquer lugar, assim, o potencial falseador dessa
teoria é imenso, basta que seja encontrado um cisne negro em algum lugar para que ela seja
falseada.
A idéia de corroboração se relaciona com o prestígio passado da teoria, atesta o modo como
ela resolveu seus problemas num certo tempo, para isso, é levada em consideração a
severidade dos testes que foi submetida e a forma como ela reagiu a esses testes. “A
corroboração é um revelador relato de atuação passada.” (POPPER, 1999, p.28). Popper faz
questão de dar ênfase ao caráter de relato do passado da corroboração, justamente porque
pretende demonstrar que nunca quis induzir os seus leitores a pensarem que fazia uma
projeção do sucesso futuro da teoria testada. O que desautorizaria o que defende, já que desta
forma estaria propagando uma teoria indutivista.
Certas pessoas pensaram que a expressão provar sua aptidão para sobreviver mostra
que eu aqui pretendia falar de uma aptidão para sobreviver no futuro, para resistir a
testes futuros. Lastimo se induzir alguém em erro, mas só posso dizer que não fui eu
a misturar a metáfora darwiniana. Ninguém espera que uma espécie que sobreviveu
no passado sobreviva no futuro em razão disso [...] Seria absurdo sugerir que a
sobrevivência darwiniana envolva, de algum modo, uma expectativa de cada espécie
que até aqui sobreviveu e continue a sobreviver. (Quem diria que é muito alta a
expectativa de vida de nossa própria espécie?). (POPPER, 1999, p.29).
O que Popper afirmou sobre corroboração é que ela é escalonada em graus, que variam entre
alto e baixo, devido ao modo como a teoria sobreviveu aos testes, e em relação à severidade
dos testes aplicados.
Quanto à verossimilitude3, ele admite poder chegar a uma maior proximidade com a verdade,
o que ocorre é uma má compreensão do sentido que para ele tem a palavra verossimilhança.
Ele a define em termos de probabilidade lógica, aproximando a verossimilhança da noção de
senso comum de Tarski4, que é a maior ou menor proximidade de uma teoria com os fatos,
com a realidade.
Assim, para demonstrar os equívocos em que a noção de senso comum incide e das quais
Popper terá que se libertar, ele se utiliza de uma teoria que denomina de “teoria do balde
mental”, que, segundo ele “no mundo filosófico, esta teoria é melhor conhecida pelo nome
mais nobre de teoria da tábula rasa”, a qual compara nossa mente a um balde vazio e nesse
balde entra material pela abertura, que representa os nossos sentidos, o que demonstra que
todo o conhecimento humano é recebido através de nossos sentidos.
Para Popper, a teoria do balde é absolutamente equivocada ao afirmar que o conhecimento
consiste em coisas que vêm de fora e nos preenchem; e ao afirmar que o conhecimento mais
puro e não adulterados são os ele mentais, aqueles que não foram impregnado por nossas
3
O vocábulo ve.ros.sí.mil adj m + f (corr de verissímil, do lat verisimile) 1 Semelhante à verdade. 2 Que tem
a aparência verdade. 3 Que não repugna à verdade; provável. (Houaiss, 2000).
4
Alfred Tarski defensor da teoria do senso comum. Para esse filósofo uma teoria só é verdadeira se, e apenas se,
corresponder aos fatos.
constatações pessoais, ou seja, o conhecimento absorvido passivamente, antes da digestão
intelectual.
Deduz-se facilmente que o erro dessa teoria do senso comum é considerar como
conhecimento puro o conhecimento elementar, recebido passivamente, sem acréscimos de
nossas constatações pessoais, pois para esses teóricos o conhecimento que avança da pura
recepção é um conhecimento duvidoso.
Na verdade o que ocorre é que os seres humanos, diferentemente do que os teóricos da teoria
do senso comum pregam, necessitam de um conhecimento mais profundo, que ultrapasse os
meros dados coletados, o que só se obtém através de associação de idéias.
A partir desse raciocínio Popper demonstra que a meta da ciência é a verossimilitude. Haja
vista que em cada etapa da vida e do desenvolvimento de um organismo temos de admitir a
existência de conhecimento por associação.
Concordantemente, o crescimento de todo conhecimento consiste na modificação de
conhecimento prévio – ou sua alteração, ou sua rejeição em ampla escala. O
conhecimento nunca começa do nada, mas sempre de algum conhecimento de base –
conhecimento que no momento é tido como certo – juntamente com algumas
dificuldades, alguns problemas. Estes, via de regra, surgem do choque entre, de um
lado, expectativas de nosso conhecimento de base e, de outro, algumas novas
descobertas, tais como nossas observações ou algumas hipóteses sugeridas por elas.
(POPPER, 1999, p.75)
O que Popper demonstra é que a verossimilitude que ele acredita e que considera capaz de ser
atingida pela corroboração das teorias é o fortalecimento da capacidade daquele conhecimento
corroborado gerar novos conhecimentos. Exemplificando: se a teoria da relatividade foi
corroborada em grau maior do que a teoria de Newton, isso quer dizer que a teoria da
relatividade é mais verossímil, ou seja, tem maior potencial de gerar a partir dela
conhecimentos novos e válidos.
Daí se extrai que a acusação de que Popper na verdade relacionou a corroboração e a
verossimilitude através de um raciocínio indutivo, não procede, uma vez que ele não
contradisse o caráter da corroboração de relato da atuação passada da teoria, o que ele fez foi
emprestar uma conotação diferente ao vocábulo – verossimilhança - que denota maior
potencial para produzir novos conhecimentos e não potencial de verdade.
Exatamente pra acreditar no alcance de uma verdade sempre provisória, a questão de
segurança na base empírica não tem para ele a importância que tem para os indutivistas.
Vale transcrever excerto de seu livro A lógica da pesquisa científica:
A base empírica da ciência objetiva nada tem, portanto, de absoluto. A ciência
repousa em base firme. A estrutura de suas teorias levanta-se, por assim dizer, num
pântano. Semelha-se a um edifício construído sobre pilares. Os pilares são
enterrados no pântano, mas não em qualquer base natural ou dada. Se deixarmos de
enterrar mais profundamente esses pilares, não o fazemos por termos encontrado
terreno firme. Simplesmente nos detemos quando achamos que os pilares estão
suficientemente assentados para sustentar a estrutura – pelo menos por algum tempo.
(p.125).
Com essa passagem Popper não deixa dúvida de que a base empírica nunca é suficientemente
segura, e isso é inteiramente justificável perante a teoria que defende, onde nenhum
conhecimento leva a verdade absoluta, mas apenas a hipóteses falseáveis.
Depois de estudar Popper e suas principais obras não resta dúvida sobre a grande importância
desse filósofo para a história, política, economia, enfim para os ramos das ciências sociais e
naturais.
Popper rompe completamente com o rumo que, até o século XX, estavam dando à filosofia
das ciências. Ele mostra uma feição de verdade que condiz exatamente com o que Sócrates5
propunha como meta para a filosofia – a busca incessante de respostas.
Seguindo a orientação de Popper o conhecimento será sempre mutável, e as certezas sempre
duvidosas, o que, será suficiente para motivar o homem e nunca deixar que ele se acomode
diante de uma aparente verdade.
A idéia de verificar hipóteses e confirma-las através de experiências, foi o método indutivista
reinante desde Aristóteles até os positivistas que antecederam Popper. A partir dele a filosofia
deu um salto, pois até aí ninguém questionava a busca por uma verdade absoluta e estagnante
através e raciocínios positivos.
O que Popper propôs foi uma revolução de idéias, não existem certezas, a indução não serve
para comprovar nada e nada é comprovável, apenas falseável. Imaginemos à época, como as
idéias de Popper desestruturaram todo um sistema, que se apoiava numa base empírica
indutiva que Popper destrói, para ele não existe sequer uma base sólida para o conhecimento,
muito menos uma base empírica indutiva.
Ele foi um filósofo da modernidade, viveu no século XX e suas idéias são atuais e vigoram
até os dias de hoje influenciando em muito a metodologia das ciências, inclusive das ciências
sociais.
5
Sócrates é considerado o patrono da filosofia porque jamais se contentou com as opiniões estabelecidas, com os
preconceitos de sua sociedade, com as crenças inquestionadas de seus conterrâneos. Andava pelas ruas de Atenas
fazendo perguntas, praticando o que denominava maiêutica – parto das idéias. (CHAUI, p.04)
Foi Popper quem primeiro enfatizou a idéia de um problema de pesquisa. Ele afirma que o
conhecimento é gerado a partir da tensão entre a ignorância e o conhecimento que já
possuímos. Com efeito:
[...] conhecemos muito, mas nossa ignorância é sóbria e ilimitada, inclusive nos
campos das próprias ciências naturais (primeira tese). No entanto, apenas
aparentemente há contradição entre essas duas teses, pois é do desencontro entre tais
situações que surge a tensão que impulsiona o conhecimento. Cabe então à lógica do
conhecimento discutir tal tensão que impulsiona o conhecimento [...].
Coube a Popper a problematização das observações e percepções como ponto de partida para
a pesquisa, que antes, era impulsionada apenas pela percepção ou observação passiva.
Ele propõe que a qualidade de uma pesquisa científica está no ajuste do problema e na
qualidade das respostas sugeridas, que nada mais são do que as hipóteses.
[...] é o caráter e a qualidade do problema que, e também, é claro, a audácia e a
originalidade da solução sugerida, que determinam o valor ou a ausência do valor de
uma empresa científica [...].
O que é isso senão a descrição do modelo metodológico que utilizamos hoje?
Autores atuais que escrevem e se dedicam ao tema metodologia da pesquisa científica,
ressaltam a importância do problema de pesquisa e das hipóteses formuladas a partir dele
vejamos:
Toda pesquisa inicia-se com algum tipo de problema. Contudo defini-lo não é uma
tarefa fácil, pois são várias as suas acepções. Especificamente no caso da realização
de uma pesquisa, o que interessa é o problema científico."
[...]
O raciocínio hipotético é usual em pesquisa, pois pode ser confirmado ou não no
desenvolvimento da investigação. As hipóteses são instrumentos típicos das ciências
físicas que vieram enriquecer a pesquisa social [...] (BOAVENTURA, 2004).
Com base nessas considerações pode-se dizer que um problema é de natureza
científica quando envolvem variáveis que pode ser tidas como testáveis [...] (GIL,
2002).
Diante das afirmações colhidas de obras de nosso tempo, não há como discordar que Popper é
atual e que influenciou em muito a metodologia científica aplicada nos dias de hoje, inclusive
nas ciências sociais.
Reverenciemos esse gigante da filosofia!
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CHIBENI, Silvio Seno, Observações sobre as relações entre a ciência e a filosofia.
Disponível em: http://www.unicamp.br/~chibeni/texdid/cienfilo.doc Acessado em: 23.05.05,
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Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100 Acessado em:
22/05/2006
GIL, Antonio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa, São Paulo: Atlas, 2002.
HOUAISS, Antonio. Dicionário da Língia Portuguesa, Objetiva, 1990
MAZZOTI, Alda Judith. GEWANDSZAIDER, Fernando. O Método nas ciências naturais e
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