CULTIVANDO ÁGUA BOA
36
À PROCURA DA VERDADEIRA
RIQUEZA DO HOMEM
Paralelamente ao 6º Encontro Cultivando Água Boa, são realizados em Foz do Iguaçu outros quatro
eventos correlatos da maior relevância no âmbito nacional e internacional. Juntos, reúnem mais de 4.000
pessoas, entre elas representações de pelo menos 40 países. Provavelmente, constitui o maior evento do
gênero no Brasil e na América Latina em 2009. A seguir, a caracterização de cada evento.
5ª CONFERÊNCIA
INTERNACIONAL
SOBRE FELICIDADE
INTERNA BRUTA
O que, afinal, o ser
humano realmente aspira ao longo de sua passagem pela Terra? Elementar: felicidade, mesmo quando a persegue
por caminhos erráticos,
como o acúmulo de riqueza material, de dinheiro. Por mais que isso
ajude, há muitos outros
ingredientes necessários
à felicidade, ao maior
bem-estar possível neste
mundo.
Verdadeira revolução nesse afã de dizer em que consiste e como mensurar o progresso, ou a verdadeira riqueza do homem,
parte do Butão, um minúsculo país da Ásia
que trocou o índice PIB (Produto Interno
Bruto) pelo índice FIB (Felicidade Interna
Bruta).
DESENVOLVIMENTO É SER FELIZ
Segundo o conceito FIB, desenvolvimento é ser feliz, senão, não é desenvolvimento. Para mensurá-lo são levados em
conta 72 indicadores em nove dimensões,
ou componentes da felicidade e bem-estar
no Butão: bem-estar psicológico, uso do
tempo, vitalidade da comunidade, cultura, saúde, educação, diversidade do meio
ambiente, padrão de vida, governança.
O movimento vem ganhando o mundo, especialmente pela voz e pelo empenho do movimento ambientalista.
Uma das formas de disseminação é a
conferência internacional anual, que neste ano é realizada pela primeira vez no Brasil, em Foz do Iguaçu, graças a gestões desenvolvidas pelo Instituto Visão Futuro e
a Itaipu Binacional.
RECONHECIMENTO AO
CULTIVANDO ÁGUA BOA
Segundo os organizadores, a escolha
do Brasil e de Foz do Iguaçu como sede
do evento se deve à constatação de que
"o país apresenta características sociais,
ambientais e políticas públicas favoráveis
à aplicação das dimensões do FIB - aspectos esses verificados no Programa
Cultivando Água Boa, da Itaipu e parceiros, pelo trabalho de construção da
sustentabilidade na Bacia Hidrográfica
do Paraná 3.
A conferência abre às 15h30 do dia
20, logo após o encerramento do 6º Encontro Cultivando Água Boa, e se estenderá até o meio-dia do dia 24.
Encontro Anual do Centro de Saberes
e Cuidados Socioambientais da Bacia do Prata
O evento tem a finalidade de estabelecer o planejamento de ações para o período
2010-2012, além de avaliar as atividades executadas e em desenvolvimento, continuar o
debate sobre a dinâmica a ser aplicada nas futuras ações do Centro de Saberes e Cuidados Socioambientais da Bacia do Prata, que reúne cinco países (Brasil, Paraguai, Bolívia,
Argentina e Uruguai).
NOVEMBRO DE 2009
7º Encontro Iberoamericano de
Desenvolvimento Sustentável
„A origem desse evento está na apresentação das
conclusões do II CONAMA (II Congresso Nacional do
Meio Ambiente), realizado no Rio de Janeiro em 1995,
quando se evidenciou a necessidade de organizar um
encontro iberoamericano que reuniria em um mesmo
foro os países da região para tratar dos principais problemas ambientais e pleitear soluções comuns. O primeiro encontro se deu já no ano seguinte, em Madri,
Espanha, depois foi sendo reeditado sempre em países diferentes, até chegar à sétima edição, a ser realizada pela primeira vez no Brasil, com representações
de 10 países.
„Segundo seus responsáveis, o encontro propõe, na agenda ambiental internacional, debates
sobre política e administração ambiental, planejamento energético, ecologia urbana, planos de cooperação internacional, contaminação atmosférica, fornecimento e contaminação da água, educação ambiental, produção de energia; participação
cidadã, cooperação hispano-americana, gestão
sustentável das cidades, entre outros temas.
„Anunciam os organizadores que o evento "será
planejado para ser um dos principais encontros do gênero na América Latina, portanto contará com a presença de autoridades e articuladores sociais em escala internacional, regional e local, indivíduos que servem de ponto de referência para o tema do meio ambiente e o desenvolvimento sustentável".
1º Encontro de Organismos
de Bacias da América Latina e Caribe
„Durante a abertura o Fórum de Águas das Américas, realizado em Foz do
Iguaçu em novembro de 2008, que contou com a participação de representantes de 33 países da América Latina e do Caribe, foi anunciada pelo Governo do Paraná a realização do I Encontro de Organismos de Bacias da América
Latina e Caribe. Novamente, 33 países estarão representados.
„Em 1998 foi criada a Rede Latinoamericana de Organismos de Bacias (RELOB),
congregando os organismos de bacias da América Latina. A RELOB foi rearticulada
em 2008 na assembléia geral realizada nos dias 11 a 12 de dezembro de 2008 na
cidade do Rio de Janeiro, por ocasião do X Encontro Nacional de Comitês de Bacias
Hidrográficas.
É uma realização do Governo do Paraná, Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Superintendência de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental (SUDERHSA), Instituto Ambiental do
Paraná (IAP), Instituto de Terras, Cartografia e Geociências (ITCG), Companhia
Paranaense de Energia (Copel), Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), Itaipu Binacional, Fórum Nacional de Comitês de Bacias Hidrográficas e
Rede Latinoamericana de Organismos de Bacia (Relob).
„Em 2007, contando com o apoio da Câmara Técnica de Gestão dos
Recursos Hídricos Transfronteiriços (CTGRHT), do Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH), foi realizado pelo Governo do Paraná, Itaipu Binacional e Agência Nacional de Águas (ANA), o I Encontro Trinacional para a
Gestão de Águas Fronteiriças e Transfronteiriças, nos dias 4 a 6 de junho, em
Foz do Iguaçu.
„O objetivo é contribuir com o fortalecimento da gestão integrada dos
recursos hídricos na América e no Caribe, por intermédio do conhecimento de
experiências nacionais e internacionais e do intercâmbio entre organismos de
bacias hidrográficas, na perspectiva da construção de uma agenda positiva
entre os diversos representantes de organizações no âmbito da RELOB e demais redes de bacias hidrográficas.
PROGRAMA SOCIOAMBIENTAL DA ITAIPU BINACIONAL - FOZ DO IGUAÇU, NOVEMBRO DE 2009 - No 15
EM FOZ DO IGUAÇU, O MAIOR EVENTO
SOCIOAMBIENTAL LATINOAMERICANO
CULTIVANDO ÁGUA BOA
2
OUTRO MUNDO É POSSÍVEL
E DEVE SER CONSTRUÍDO
Juvêncio Mazzarollo, editor
Nestes dias, 18 a 24 de novembro
de 2009, a Itaipu Binacional e seus parceiros de ação socioambiental na Bacia
Hidrográfica do Paraná 3, juntamente
com inúmeros outros atores da mesma
causa no Brasil e no mundo, compartilham um conjunto de vivências que marcarão profundamente suas vidas. Estão
imersos em um riquíssimo universo de
convivência, diálogo, troca de conhecimentos e experiências de luta pela salvação de sua casa comum - o planeta Terra
- e da própria vida em todas suas formas
e manifestações.
Itaipu e parceiros - cultivadores da
água boa - realizam seu encontro anual
de avaliação e realimentação do programa pelo qual fazem a parte que lhes cabe
nessa crucial missão. A eles juntam-se
partícipes da mesma missão em outras
frentes, outros lugares e compromissos todos convergindo para o mesmo grande ideal. São os protagonistas que se encontram no mesmo espaço e tempo em
torno do desenvolvimento sustentável no
âmbito dos países iberoamericanos; são
também os protagonistas dos organismos
de bacias hidrográficas da América Latina e do Caribe, bem como dos que desenvolvem saberes e cuidados socioambientais na Bacia do Prata; e são, ainda,
os protagonistas da busca pelas prioridades que, de fato, respondem ao superior
anseio do homem: a felicidade.
Mais de 4 mil pessoas de 40 países
se concentram em Foz do Iguaçu para se
conhecer, conviver, ensinar, aprender e
amar, com tal força que, depois, voltarão
para o pedaço de planeta que tem o privilégio de desfrutar e a responsabilidade de cuidar na sua passagem pela vida.
A todos, Foz do Iguaçu e a Itaipu,
como anfitriães, saúdam e querem oferecer o melhor bem-estar e o maior proveito possíveis, apesar de suas limitações,
e esperam estabelecer laços de uma
união imorredoura em torno da convicção de que um novo mundo é possível e
será construído.
Todos os que estão aqui, aqui estão porque sabem e vivem a situação dramática, ameaçadora a que a humanidade chegou por caminhos que não deveria ter percorrido, e estão dispostos a corrigir a rota enquanto há tempo.
Sim, ainda há tempo, por isso há
esperança. Esperança é o que move todas as pessoas de boa vontade, do bem.
Sem ela, melhor seria terem todos permanecido em casa conformados com a
tragédia que se anuncia e que, a cada
dia, dá sinais mais visíveis de aproximação.
Mas aqui estão, e isto é animador,
porque têm uma oportunidade muito especial de se instrumentalizar, de se armar para essa verdadeira guerra que a
humanidade tem de travar, a menos que
prefira se resignar com a desgraça, com
a ruína que vem cavando para si própria.
A Mãe Terra ama seus filhos e quer
o melhor para eles, mas não mais aceitará ser por eles maltratada como vem
sendo. Se seus filhos a respeitarem e dela
cuidarem, ela estará sempre disposta a
lhes garantir vida plena e bem-estar, hoje
e sempre. ([email protected])
EXPEDIENTE
Publicação da Diretoria de
Coordenação da Itaipu Binacional
Diretor Geral Brasileiro: Jorge Miguel Samek
Diretor de Coordenação e Meio Ambiente: Nelton Miguel Friedrich
Superintendentes: Newton Kaminski (Obras), Jair Kotz (Meio Ambiente)
Gerente Executivo do Cultivando Água Boa: Odacir Fiorentin
Superintendente de Comunicação Social: Gilmar Piolla
Redação e edição: Juvêncio Mazzarollo
Fotografia: Adenésio Zanella, Caio Coronel, Alexandre Marchetti
Pesquisa e seleção fotográfica: Valéria Silva Borges
Visual e DTP: HDS
Impressão: Jornal “O Paraná”
Diretoria de
Coordenação
Av. Tancredo Neves, 6731
Foz do Iguaçu - Paraná
CEP 85866-900
Fone (45) 3520-5724
Fax (45) 3520-6998
[email protected]
NOVEMBRO DE 2009
Pensando bem...
CULTIVANDO ÁGUA BOA
NOVEMBRO DE 2009
35
REUNIÕES PREPARATÓRIAS AO 6o ENCONTRO CAB
„Pela dinâmica expansionista, o capital põe em perigo ou destrói suas
próprias condições, a começar pelo meio ambiente natural.
Michel Löwy, no livro Ecologia e Socialismo
„A produção capitalista só desenvolve a técnica e a combinação do
processo de produção social ao minar as fontes de toda a riqueza: a terra
e o trabalhador.
Idem
„Agora a Terra está mudando, de acordo com suas regras internas,
para um estado em que já não somos bem-vindos.
James Lovelock, no livro A Vingança de Gaia
„Rogo aos meus amigos verdes que repensem sua crença ingênua
Altônia
Terra roxa
São Miguel do Iguaçu
Quatro Pontes
Santa Tereza do Oeste
Santa Terezinha de Itaipu
São Pedro do Iguaçu
Toledo
Nova Santa Rosa
Missal
Medianeira
Cascavel
no desenvolvimento sustentável e na energia renovável, e que poupar
energia é tudo o que precisa ser feito.
Idem
„Temo que nossos filhos e netos, olhando para o nosso tempo, tenham motivos para nos amaldiçoar e nos devotar um soberano desprezo,
porque não fizemos o que devíamos.
Leonardo Boff
„Precisamos enfrentar o fato, meus amigos, de que o amanhã é hoje.
Estamos de frente para a feroz urgência do agora. E nesse dilema da vida
e da história, existe o que se chama chegar atrasado.
Martin Luther King
„Desenvolvimento sustentável e capitalismo são incompatíveis.
Juvêncio Mazzarollo, filósofo da obviedade
NESTA EDIÇÃO
Editorial ........................................................................................... 2
Artigos - Leonardo Boff e Maurice Strong ............................................ 3
Feiras Vida Orgânica e Sabores do Paraná. .......................................... 4
Alimentação e nutrição, direito humano básico .................................... 5
O ser humano está altamente poluído ............................................... 6
Municípios são chamados a ser protagonistas do CAB .......................... 7
Agressão ao meio ambiente é causa de todas as crises ........................ 8
Jean-Michel Cousteau na Itaipu. ........................................................ 9
Pronaf Sustentável é lançado na Bacia do Paraná 3. .......................... 10
Itaipu e responsabilidade socioambiental nas empresas. .................... 11
Laboratório Ambiental da Itaipu inova métodos. ................................. 12
Dia da Árvore: balões lançam sementes sobre a BP3 ......................... 13
Condomínio de Agroenergia da Agricultura Familiar. ............................ 14
Ações do Programa Cultivando Água Boa:
Sustentabilidade das comunidades indígenas .............................. 15
Produção de peixes em nossas águas. ........................................ 16
Coleta solidária. ........................................................................ 17
Educação ambiental para a sustentabilidade. ............................... 18
Desenvolvimento rural sustentável ............................................ . 20
Gestão da informação territorial ................................................. 22
Gestão por bacias hidrográficas. ................................................. 23
Plantas medicinais e fitoterápicos ............................................... 24
Biodiversidade, nosso patrimônio. .............................................. 25
Formatura de jovens jardineiros .................................................. 26
Criança: cidadã ou consumista. ....................................................... 27
O Brasil e as mudanças climáticas. ................................................. 27
Encontro Paranaense de Educação Ambiental. ................................. 28
Educação Ambiental da Itaipu no Benchmarking. ............................... 29
Difusão do Cultivando Água Boa. ...................................................... 30
6º Encontro Cultivando Água Boa. .................................................... 33
Eventos correlatos ao 6º Encontro CAB. ............................................ 36
CULTIVANDO ÁGUA BOA
34
NOVEMBRO DE 2009
REUNIÕES PREPARATÓRIAS AO 6o ENCONTRO CAB
NOVEMBRO DE 2009
CULTIVANDO ÁGUA BOA
Um círculo vicioso mortal
LEONARDO BOFF
Da Comissão da Carta da Terra
A demanda é por um outro
sistema e um outro paradigma de
habitar este pequeno, velho, devastado
e superpovoado planeta
São José das Palmeiras
Santa Helena
Pato Bragado
Ouro Verde do Oeste
Ramilândia
Mercedes
Maripá
Mundo Novo
Itaipulândia
Entre Rios do Oeste
Diamante do Oeste
Céu Azul
Estamos todos sentados em cima de paradigmas civilizacionais e econômicos falidos. É o que nos revela a atual crise global com suas várias vertebrações. Nada de consistente se apresenta como alternativa viável a curto e a
médio prazo. Somos passageiros de um avião em vôo cego. O que se oferece
é fazer correções e controles à la Keynes, que, no fundo, são mudanças no
sistema mas não do sistema. Mas é este sistema que comparece como insustentável, incapaz de oferecer um horizonte promissor para a humanidade. Por isso, a
demanda é por um outro sistema e um outro paradigma de habitar este pequeno,
velho, devastado e superpovoado planeta. É urgente porque o tempo do relógico
corre contra nós e temos pouca sabedoria e parco sentido de cooperação.
Em razão dos interesses dos poderosos que não fazem o necessário para
evitar o fatal, as soluções implementadas mundo afora vão na linha de “mais
do mesmo”. Mas isso é absolutamente irracional pois foi esse “mesmo” que
levou à crise que poderá evoluir para uma tragédia completa.
Estamos, pois, enredados num círculo vicioso letal. Dois impasses estão
à vista, gostem ou não os economistas, “os salvadores” do mundo: um humanitário e outro ecológico.
O primeiro limite é de natureza ética: a consciência planetária, surgida
à deriva da globalização, suscita a pergunta: quanto de inumanidade e de
crueldade aguenta o espírito humano ao verificar que 20% das pessoas consomem 80% de toda a riqueza da Terra, condenando o resto à cruz do desespero, encurralada nos limites da sobrevivência? Esta aceitará o veredito de
morte sobre ela? Ela resiste, se indigna e, por fim, se rebelará por instinto de
sobrevivência O ideal capitalista de crescimento ilimitado num planeta limitado parece não ser mais proponível ou só sob grande violência.
O segundo é o limite ecológico: o capitalismo criou a cultura do consumo e do desperdício cujo protótipo é a sociedade norte-americana. Generalizar esta cultura – cálculos foram já feitos – precisar-se-iam de duas ou mais
Terras semelhantes à nossa, o que torna o propósito irrealizável. Por outra
parte, encostamos nos limites dos recursos e serviços da Terra e os ultrapassamos em 40%. Todas as energias alternativas à fóssil, mantido o atual consumo, atenderia somente 30% da demanda global. Como se depreende,
dentro do mesmo modelo, somos um sapo sendo lentamente cozido sem
chances de saltar da panela.
Há três propostas criativas: a da economia solidária que não mais se guia
pelo objetivo capitalista da maximização do lucro e de sua apropriação individual. A do escambo com as moedas regionais. A terceira é a da biocivilização e da
Terra da Boa Esperança, do economista polonês que dirige um centro de pesquisa sobre o Brasil em Paris: Ignacy Sachs. Ela confere centralidade à vida e à
natureza, tendo o Brasil como o lugar de sua antecipação. As três são possíveis
mas não acumularam ainda força suficiente para ganhar a hegemonia.
Talvez elas nos poderiam salvar. Mas teremos tempo hábil? Bem dizia
Gramsci: “o velho não acaba de morrer e o novo custa em nascer”. Não se
desmonta uma cultura de um dia para outro. Quem está acostumado a comer bife de filé dificilmente se resignará a comer ovo.
Meu sentimento do mundo diz que vamos ao encontro de uma formidável
crise generalizada que nos colocará nos limites da sobrevivência. Chegando a
água ao nariz, faremos tudo para nos salvar. Possivelmente seremos todos
socialistas, não por ideologia mas por necessidade: os parcos recursos naturais serão repartidos equanimemente entre os humanos e os demais viventes
da comunidade de vida. Santo Agostinho sabiamente ensinou que dois fatores ocasionam em nós grandes transformações: o sofrimento e o amor. Devemos aprender já agora a amar e a sofrer por esta única Casa Comum a fim de
que possa ser uma grande Arca de Noé que albergue a todos. Então será, sim,
a Terra da Boa Esperança, um sinal de um Jardim do Éden ainda por vir.
3
A Mãe Terra exige resgate climático
MAURICE STRONG
Ex-diretor executivo do Pnuma
Somos a civilização
mais rica que já
existiu. Podemos
aceitar que não estamos em
condições de salvar a nós
mesmos e às gerações futuras?
Um estudo do Fórum Humanitário Mundial,
encabeçado pelo ex-secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Kofi Annan, estima que
o custo econômico e humano da mudança climática já chega a aproximadamente US$125 bilhões anuais, significando a perda de 300 mil
vidas e afetando cada vez mais pessoas em todo
o mundo, em especial os pobres. As medidas financeiras para alcançar o êxito na segurança climática vão além do que até agora consideram os
principais países desenvolvidos e do que reclamam China e as nações em desenvolvimento.
Essas medidas não devem consistir apenas
em fornecer uma soma global, mas também na
aplicação de um pacote de compromissos firmes
durante um longo prazo, com uma contribuição
inicial da magnitude de pelo menos US$ 1 trilhão. A redistribuição de maciços recursos econômicos e humanos que hoje se destinam ao
setor militar poderia satisfazer a maior parte das
necessidades em matéria de segurança climática. Seria o caso de dar prioridade à melhoria da
vida no planeta em lugar de outorgá-la ao poder
de matar.
Se a quantia de US$ 1 trilhão pode parecer
irrealmente alta nas atuais circunstâncias, cabe
lembrar que é apenas uma porção do que os Estados Unidos gastaram nas guerras do Iraque e
do Afeganistão e nas atuais tentativas de resgate
de suas principais instituições financeiras e de
sua debilitada economia.
Na crise da mudança climática há uma necessidade maior ainda de resgate do que na crise econômica e financeira, embora ambas estejam intrinsecamente relacionadas. Somos a
civilização mais rica que já existiu. Podemos
realmente aceitar que não estamos em condições de salvar a nós mesmos e às gerações
futuras?
Há boas notícias quanto às promissoras dimensões do progresso tecnológico que nossa sociedade do conhecimento produziu. A informação cada vez mais sofisticada e a tecnologia proporcionam ferramentas que nos permitem entender e manejar os sistemas complexos que determinam o funcionamento de nossa civilização. Os
países asiáticos mais bem sucedidos economicamente, especialmente Japão e Coréia do Sul,
nenhum bem-dotado de recursos naturais, construíram seu êxito graças ao desenvolvimento de
tecnologias avançadas e de altas taxas de investimento em educação e pesquisa. Além disso, a
China faz progressos impressionantes para se
transformar em uma economia baseada no conhecimento e na tecnologia, bem como outros
países asiáticos em diferentes graus.
O que devemos fazer? Primeiro, necessitamos de um novo modelo econômico que integre
as disciplinas tradicionais com as novas percepções da economia ecológica. Esta “nova economia” deve proporcionar bases teóricas que incorporem na política tarifária e nas contas nacionais os verdadeiros valores do ambiente e dos
serviços proporcionados pela natureza. Também
deve incluir um regime fiscal e de regulamentação com incentivos para o sucesso da sustentabilidade econômica, social e ambiental.
As ações das pessoas e suas prioridades dependem de sua motivação. Embora todos estejamos motivados pelo interesse próprio, em um plano mais profundo, a ética, a moral e os valores
espirituais fornecem a base subjacente de nossa
motivação. Grande parte dos atuais conflitos, violências e “terrorismos” surgem não de motivações
econômicas, mas de ideologias extremas e de
preconceitos profundamente arraigados.
Em uma economia de mercado que leva ao
processo de globalização, o mercado proporciona
os sinais que motivam a necessidade do desenvolvimento sustentável. É necessária uma política
impositiva que favoreça os produtos e os procedimentos mais benéficos para o meio ambiente e a
sociedade e que aumente as taxações dos que
são nocivos. Porém, nenhuma nação pode adotar
isoladamente essa política sem prejuízo para sua
própria economia. Isto só pode ser efetivamente
realizado no contexto de um acordo internacional
obrigatório para todos os países.
A próxima Conferência Internacional sobre
Mudança Climática, que acontecerá em dezembro em Copenhague, será uma das mais importantes e uma das mais difíceis. É um inquietante
paradoxo que, enquanto o nosso futuro depende
de graus de cooperação sem precedentes, vivamos uma crescente divisão.
Copenhague será um marco muito importante, talvez decisivo, no caminho para as mudanças fundamentais a fim de alcançar a segurança
climática essencial para nossa sobrevivência,
tanto quanto a sustentabilidade e o progresso a
que devemos aspirar. O tempo está se esgotando e não podemos deixar passar a oportunidade.
Entretanto, devemos nos dar conta de que
ainda existem poucas evidências de que os governos estejam preparados para concretizar os
compromissos que nos levarão a essa nova era.
Os países, as organizações e as pessoas que
participam desse diálogo terão papel importante
em Copenhague. Façamos com que as medidas
para conseguir a segurança climática tenham a
mais alta prioridade em nossas vidas, tal como
esperamos que tenham para os governos.
*Artigo produzido para o Terramérica, projeto de comunicação dos Programas das Nações Unidas para
o Meio Ambiente (Pnuma) e para o Desenvolvimento
(Pnud), realizado pela Inter Press Service (IPS) e distribuído pela Agência Envolverde em 13/7/09.
CULTIVANDO ÁGUA BOA
4
NOVEMBRO DE 2009
Variedade e qualidade dos produtos atrairam cerca de 20 mil visitantes, o dobro do esperado Samek na abertura do evento: “é resultado das parcerias que Itaipu tem na BP3”
FEIRAS
zAGROECOLOGIA
VIDA ORGÂNICA E
SABORES DO PARANÁ
Eventos revelaram alto nível alcançado pelo sistema orgânico na BP3 e no PR
Uma vida mais saudável e saborosa esteve ao alcance de quem
foi ao CTG Charrua, em Foz do
Iguaçu, nos dias 25 a 28 de junho de 2009. Durante os quatro
dias, o mundo da alimentação orgânica e da agricultura familiar
pôde ser descoberto, debatido e
experimentado por quem visitou
a 14ª Feira Vida Orgânica, da Itaipu Binacional e seus parceiros, e
a Feira Sabores do Paraná, da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab), com
apoio da Prefeitura de Foz do Iguaçu. A Feira Vida Orgânica foi criada em 2005, fruto do amadurecimento do Projeto de Agricultura Orgânica, do Programa Cultivando Água Boa, criado em 2003.
A 14ª edição do evento, desta vez
realizado conjuntamente com a
Feira Sabores do Paraná, foi, segundo o seu gestor, João José
Passini, “a maior e melhor de todas, o que evidencia o grande
avanço alcançado pela agricultura orgânica na Bacia Hidrográfica do Paraná 3, a BP3”.
Já a Feira Sabores do Paraná,
criada há dez anos, é uma realização da Fábrica do Agricultor, do
Programa Agroindústria Familiar,
da Seab, sempre levada a diferentes cidades do Estado. Esta foi a
primeira vez que chegou a Foz do
Iguaçu.
A abertura dos eventos teve a
participação do governador do Paraná, Roberto Requião, do secretário estadual de Agricultura e
Abastecimento, Valter Bianchini,
do diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, Jorge Samek, e do
diretor de Meio Ambiente da Itai-
pu, Nelton Friedrich.
O governador Requião destacou a qualidade dos produtos comercializados, a excelência da
produção orgânica e seu papel na
preservação da biodiversidade.
Fez ainda duras críticas ao capitalismo movido pela ganância desenfreada e insustentável. “Se a
ganância continuar mandando na
produção, vai chegar o momento
em que vamos ser alimentados por
ração; perderemos a dimensão da
diversidade alimentar que vem
desde os primeiros moradores de
nossa terra”, disse.
Jorge Samek destacou os investimentos feitos pela Itaipu nas
microbacias e propriedades rurais
dos 29 municípios da BP3. “Um
sobrevoo pela região nos mostra
rios recuperados, estradas adequadas à proteção do solo e agricultores orgânicos que não geram
passivos ambientais”, afirmou.
“Isso vem crescendo principalmente em função das parcerias da
Itaipu com entidades e instituições
da região alvo do CAB”.
Rica e apetitosa
variedade de produtos
„As feiras apresentaram e comercializaram uma
grande, rica e apetitosa variedade de produtos da agricultura familiar orgânica, e ainda ofereceram ao público oportunidades de aprendizagem com palestras
de alto nível, seminários e debates, momentos lúdicos, culturais e artísticos (como a apresentação da
Orquestra Viola Caipira, da Faculdade Assis Gurgacz
(FAG), de Cascavel) e um concorrido café colonial.
„Os dois eventos simultâneos contaram com 80 expositores, receberam cerca de 20 mil visitantes – o dobro do
esperado –, serviram 2.000 refeições e movimentaram aproximadamente R$ 200.000,00 em vendas.
„Mas o que mereceu especial destaque foi a alta
qualidade dos produtos expostos e comercializados,
das embalagens ao conteúdo, in natura ou industrializados.
„A Feira Vida Orgânica é importante ação do Cultivando Água Boa (CAB) dentro do Projeto de Desenvolvimento
Rural Sustentável, que abrange a agricultura orgânica e
familiar, a diversificação da produção e agregação de valor
aos produtos por meio da agroindustrialização.
„Materializam-se assim os três conceitos-chave que
se entrelaçam na concepção inovadora do CAB: responsabilidade socioambiental, desenvolvimento sustentável e qualidade de vida – valores que as feiras
Vida Orgânica e Sabores do Paraná revelaram ter alcançado um patamar elevado na Itaipu e na BP3, em
Foz do Iguaçu e no Paraná.
CULTIVANDO ÁGUA BOA
NOVEMBRO DE 2009
6
33
ENCONTRO
º
CULTIVANDO ÁGUA BOA
Hora de avaliar o andamento do programa, fazer ajustes e projetar sua continuidade
Já é tradicional: em novembro de cada ano, os que cultivam
água boa se reúnem em Foz do
Iguaçu para se encontrar, confraternizar, dialogar, comemorar,
assimilar novos conhecimentos e fazer novo pacto pela vida sustentável.
É o Encontro Cultivando Água Boa, que neste
ano está em sua sexta
edição e se realiza nos
dias18 a 20 de novembro,
em conjunto com outros
eventos de dimensão nacional e
internacional (ver página 36).
O Encontro Cultivando Água
Boa é preparado em reuniões dos
atores em cada um dos 29 municípios da BP3, quando as comunidades passam por uma espécie
de brainstorming (tempestade de
idéias) ao redor do desenvolvimento do programa socioambiental da Itaipu e seus parceiros.
As reuniões preparatórias ao
6º Encontro coincidiram com o
processo de institucionalização
dos comitês gestores municipais
do CAB (ver pág. 7) e foram coordenados por uma equipe de colaboradores da Itaipu (Odacir Fiorentin, Luiz Suzuke, Gilmar Sec-
co, Sílvio Depiné), pelos gestores de bacias (Edoni Pedroso, José Barth, Elton
José Deves, Vilmar Freitas, Sadi Ferronato,
Sérgio Scherer, Neron Halinski, Romualdo Barth,
Moacir Pistori,
Edson Poier, Rubens de Souza e
Marcelo Uliana) e
gestores de programas, especialmente da
educação ambiental.
OFICINAS REPARATÓRIAS
Os trabalhos se desenvolveram em oficinas sobre os programas e projetos do CAB em andamento em cada município. “O
papel da Itaipu, tanto nos comitês gestores como nas reuniões
preparatórias ao grande evento
de novembro, é articular e mobilizar as comunidades”, diz Luiz
Suzuke. “A importância deste trabalho pôde ser atestada no 5º
Encontro CAB, de 2008, quando
uma pesquisa revelou que mais
de 70% dos participantes compareceram motivados pelas reuniões preparatórias.”
Gilmar Secco destaca que
essa é a “oportunidade que as
comunidades têm de dizer o que
querem, pois o programa só é
bom quando é bom para a comunidade. O processo é o da democracia participativa, não apenas
representativa, de modo que os
resultados e os méritos das realizações não sejam de uma instituição ou de outra, da Itaipu
ou da Prefeitura, mas da comunidade.”
Gilmar acrescenta: “A impressão comum que tivemos nos 29
municípios da BP3 é de uma avaliação altamente positiva dos programas do CAB. Em todas as reuniões o que se verificou é que está
cada vez mais reforçada a consciência da necessidade de em todos foi reforçada a necessidade
de se levar adiante o programa
mediante o envolvimento cada
vez maior das comunidades, que,
onde as coisas não andam bem,
cobram mesmo”, diz Gilmar.
E Suzuke acrescenta que “as
pessoas estão muito conscientes
de que, na questão ambiental,
como na saúde, é muito melhor
e mais fácil preservar do que remediar”.
“O CAMINHO É POR AÍ”
Odacir Fiorentin, gerente executivo do CAB, afirma: “A imersão que fizemos nessa verdadeira peregrinação pela BP3, seja
para a revitalização dos comitês gestores, seja para preparar o
6º Encontro CAB, nos deu a certeza da consolidação do programa. Temos muito que fazer e avançar, porque o programa
não foi construído para quatro ou oito anos, mas para sempre,
porque a questão ambiental é para sempre. A consolidação do
CAB está na nova roupagem e promete grandes resultados,
em função especialmente da mais ampla participação de praticamente todas as entidades existentes nos municípios. Para
nossa surpresa, temos comitês formados por representantes
de mais 50 entidades. Isso revela o avanço da consciência
ambiental e do comprometimento da sociedade. As pessoas
reconhecem: o caminho é por aí, e nós temos que participar,
nós temos que fazer.
“Entidades regionais como AMOP, Acamop, Adeop e Caciopar criaram um departamento de meio ambiente para conectar
as entidades com os comitês gestores municipais do CAB.
“Na execução das ações: concluímos 70 microbacias de
2003 até hoje; serão 100 até o final de 2010. Poderíamos
executar mais talvez, mas temos que respeitar os orçamentos
dos municípios, sua capacidade de investimento e também de
outros parceiros e da própria Itaipu;
“Temos um resultado tão proveitoso que se tornou referência nacional e até mundial, principalmente, fundamentalmente pela participação da sociedade. Posso dizer que é um
momento de muita felicidade chegar ao 6 Encontro com todos os comitês formados e institucionalizados nos municípios, em torno dos convênios já firmados para as ações durante dois anos.”
REUNIÕES PREPARATÓRIAS AO 6o ENCONTRO CAB
Marechal Cândido Rondon
Guaíra
Vera Cruz do Oeste
32
CULTIVANDO ÁGUA BOA
II Seminário Regional
de Peixe de Água Doce
Realizado em São Miguel do Iguaçu, este evento
teve participação de 425 pessoas entre técnicos,
agentes municipais, piscicultores, pescadores, índios e representantes de entidades ligadas ao setor.
A Itaipu, além de apoiar o evento, participou com
palestra de Nelton Friedrich sobre sustentabilidade
e exposição, pelo gestor Pedro Tonelli, sobre o programa Mais Peixes em Nossas Águas, do Cultivando
Água Boa.
ExpoConcórdia 2009
A experiência da Itaipu na gestão ambiental por bacias hidrográficas
foi um dos principais temas do Seminário sobre Desenvolvimento do Alto
Uruguai Catarinense “Para onde vamos?”, realizado dentro da programação da ExpoConcórdia 2009, na cidade de Concórdia, SC. Na questão
ambiental, o Programa Cultivando Água Boa, apresentado por Nelton Friecrich, foi recebido como resposta à pergunta “Para onde vamos?”
Congresso de Controladores de Pragas
A mensagem socioambiental da Itaipu também foi levada ao Congresso Sulbrasileiro de Atualização Tecnológica em Controle de Pragas e Vetores, realizado em Joinville, SC, numa iniciativa da Associa dos Controladores de Pragas de Santa Catarina (ACPRAG) e da Associação Paranaense
de Controladores de Pragas e Vetores (APRAV). A participação da Itaipu
se concentrou especialmente no trabalho que a empresa desenvolve no
campo do saneamento básico e da coleta solidária e seletiva de materiais
recicláveis.
NOVEMBRO DE 2009
Comitivas de Londrina
e Maripá na Itaipu
Realizado em Foz do Iguaçu, o Simpósio sobre Plantio Direto na Palha
contou com participação da Itaipu com apoio financeiro, palestras e debates especialmente sobre produção integrada de alimentos e energia para
uma nova agricultura, questão em que se destaca o aproveitamento de
dejetos animais para a produção de eletricidade nas propriedades rurais.
“Tudo o que como e bebo me
traz saúde e vida ou doença e morte”
Bio Brasil Fair
Em julho a Itaipu participou, em São
Paulo, com estande, na feira Bio Brazil
Fair – exposição de Alimentos e Bebidas, Chás e Ervas, Cosméticos, Produtos Têxteis e Artesanato, Mel e Derivados, Entidades Certificadoras e Insumos
e Equipamentos, em tudo voltadas para
a agroecologia. O evento recebeu mais
de 20 mil visitantes. A Bio Brazil Fair
gera o desenvolvimento da produção
agroecológica, estimula o relacionamento comercial, proporciona negócios ao
longo do ano, divulga marcas e o setor
como um todo em diversas mídias e promove a consciência do consumo de orgânicos.
Congresso
Nós Podemos Paraná
No dia 28 de outubro, o diretor de Meio Ambiente da Itaipu, Nelton Friedrich, participou do
2º Congresso Nós Podemos Paraná – Cultura,
Ação e Criatividade, na sede da Federação das
Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), em Curitiba. Nelton fez parte da Roda de Diálogo “Meio
Ambiente e o Futuro do Planeta”.
O Centro de Saberes e Cuidados Socioambientais da Bacia do Prata apresentou seu
projeto pedagógico na conferência central do
VI Congresso Ibero-americano de Educação
Ambiental, denominado Perspectivas Regionais em Educação Ambiental. O evento foi
realizado entre 16 e 19 de setembro, em
San Clemente de Tuyu, província de Buenos
Aires. A apresentação foi feita pelo diretor
de Meio Ambiente da Itaipu e membro do
Conselho Diretor do Centro, Nelton Friedrich, que também apresentou as ações de
educação ambiental do Cultivando Água Boa
na oficina Educação Ambiental em Bacias
Hidrográficas. A Itaipu participou também
com exposição de painéis que mostram as
interfaces da educação ambiental com as
diversas ações do Cultivando Água Boa.
5
PENSAMENTO DE DOM MAURO
O prefeito de Londrina, Homero Barbosa
Neto, acompanhado de assessores, visitou Itaipu para conhecer o Cultivando Água Boa com o
objetivo de conhecer os fundamentos do programa e utilizá-los na política socioambiental do seu
município.
Tabém visitaram Itaipu o prefeito e os vereadores do município de Maripá para dialogar sobre o andamento das ações do Cultivando Água
Boa naquele município da Bacia Hidrográfica do
Paraná 3.
VI Conferência Ibero-americano de Educação Ambiental
Simpósio sobre Plantio Direto na Palha
CULTIVANDO ÁGUA BOA
NOVEMBRO DE 2009
Dom Mauro: “A solidariedade só é uma virtude quando se cultiva a justiça”
ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO,
DIREITO HUMANO BÁSICO
Cabe à família, à sociedade e aos governos garantir esse direito ao ser humano
Em seguida à solenidade de
abertura, Nelton dirigiu mesa
redonda para o debate do tema
Gestão da Merenda Escolar e
Consumo Consciente, com participação de Dom Mauro Morelli, do Instituto Harpia Harpya,
ONG dedicada à premente questão da segurança alimentar e
nutricional, e do médico especialista em neuropediatria e nutrólogo Mauro Lins, de Niterói,
Rio de Janeiro (ver pág. 6).
Dom Mauro destacou a importância do Programa Nacional de Alimentação Escolar
(PNAE), instituído pela Lei
11.947, cuja origem está no
Programa Dinheiro Direto na
Escola, de 1995, criado para
prestar assistência financeira
suplementar às escolas públicas
de educação básica e às escolas
privadas sem fins lucrativos,
inscritas no Conselho Nacional
de Assistência Social.
Na verdade, até 2008, o programa contemplou apenas escolas públicas de ensino fundamental, mas em 2009, com a
edição da Medida Provisória
455, de 28 de janeiro, e depois,
com sua transformação em lei
(nº 11.947) em junho, foi ampliado para toda a educação
Dom Mauro Morelli se tornou conhecido pela luta no combate à fome. Ele tem se destacado por uma ação firme em favor de
uma Igreja aberta ao mundo e na luta pela dignidade humana.
Hoje é uma das principais expressões nacionais no combate à
fome e à miséria. Depois de integrar, junto com Herbert de Souza, o Betinho, a Campanha da Cidadania contra a Fome, a Miséria e pela Vida, ele tem continuado a buscar, junto de governos,
ONGs e entidades civis, soluções para os graves problemas nacionais, além de assessorar iniciativas de combate à fome em
todo o Brasil.
Para ele, “campanhas contra a fome não enchem a barriga
de ninguém. O doador se alimenta com a bondade de seu gesto,
sem garantir o pão de cada dia ao faminto. Provoca-se muito
mais ansiedade do que saciedade, sem promover o direito básico de cada ser humano ao alimento e à nutrição”.
Dom Mauro entende que “não se deve ajudar os necessitados por um sentimento piegas” e que “a solidariedade só é uma
virtude quando se cultiva a justiça” e que, “sem paternalismo e
assistencialismo, pela participação e pelo trabalho, o povo quer
e deve exercer sua cidadania”.
Para Dom Mauro, “no Piauí, como em qualquer lugar do Brasil, o que está em jogo é um direito humano básico. Sem a promoção da cidadania, o povo continuará faminto”, afirma.
E MAIS
“Com miséria e fome não existe e
nem sobrevive democracia alguma”
„“Ter fme é sinal de saúde. Não ter acesso ao alimento
de boa qualidade que nutra o meu organismo para viver
com saúde é violação de um direito humano básico”, prega
o bispo. “Cabe à família, à sociedade e aos governos garantir esse direito a cada ser humano. Vamos tomar consciência de que o problema da fome é uma coisa ordinária,
que interessa a todas as pessoas e que deve ser solucionado como exigência de um direito. Não com favores e caridade”, ele diz.
Ato de abertura do debate sobre gestão da merenda escolar
básica, passando a abranger as
escolas de ensino médio e da
educação infantil. Em 2008 beneficiava 26,9 milhões de alunos, e em 2009 passou a beneficiar 45,6 milhões.
DIRETRIZES
A lei que instituiu o Programa Nacional de Alimentação
Escolar (PNAE) estabelece,
entre outras, as seguintes diretrizes:
„O emprego da alimentação
saudável e adequada, compreendendo o uso de alimentos variados, seguros e saudáveis,
contribuindo para o crescimento e o desenvolvimento dos alu-
nos e para a melhoria do rendimento escolar;
„a alimentação escolar é direito dos alunos da educação
básica pública e dever do Estado;
„a inclusão da educação alimentar e nutricional no processo de ensino e aprendizagem;
„a universalidade do atendimento aos alunos;
„a participação da comunidade no controle social;
„o apoio ao desenvolvimento sustentável, com incentivo à
aquisição de gêneros alimentícios diversificados, preferencialmente oriundos da agricultura familiar orgânica.
„“Todos os níveis e ramos de governo deverão responder a
esse direito de forma planejada e orgânica. As prioridades e a
metodologia dos planos, com seus programas e projetos, deverão corresponder à dignidade humana e às exigências da cidadania.”
„“Não seremos um povo culto e forte sem que as pessoas efetivamente se alimentem para ter vida com saúde.
Com miséria e fome não existe e nem sobrevive democracia alguma. Assim como a águia da Mantiqueira desaparece quando é rompida a cadeia alimentar, assim se desfaz
uma nação quando o povo não tem assegurado o acesso e
o gozo de alimento que produz saúde.”
„“Estejamos atentos ao direito e à qualidade dos alimentos
e bebidas. Alimento, dom de Deus e direito de todas as pessoas.
Tudo o que como e bebo me traz saúde e vida ou doença e
morte. O aleitamento materno é decisivo para a vida saudável da
criança. Os refrigerantes são ótimos para gerar doenças cardiovasculares.”
6
CULTIVANDO ÁGUA BOA
NOVEMBRO DE 2009
NOVEMBRO DE 2009
CULTIVANDO ÁGUA BOA
31
Comitiva da Itália
visita Itaipu
No caminho da Felicidade Interna Bruta
Autoridades, dirigentes da Itaipu e técnicos presentes nas feiras Vida Orgânica e Sabores do Paraná, que primaram pela diversidade
NEUROPEDIATRA ALERTA: O SER
HUMANO ESTÁ “ALTAMENTE POLUÍDO”
Estilo de vida tido como moderno leva a maioria das pessoas a ter uma saúde cada vez mais debilitada
constatações ao es“Refeições rápidas, à
tudar causas ligadas
base de alimentos com
a quadros de retarmuitos conservantes e
do mental e outros
corantes, muita fritura
problemas do sistee muito açúcar, vegetais
ma nervoso, entre
com elevada concentraelas a exposição a
ção de pesticidas, peichumbo, mercúrio e
xes contaminados com
outros contaminanchumbo e mercúrio,
Mauro Lins
tes. Nos últimos 14
carnes com altas doses
anos vem estudando os benefíde hormônios e medicamentos,
cios da alimentação natural para
entre outros problemas ligados
a saúde. Na sua clínica, o médiao estilo de vida moderno, esco costuma receitar a seus pacitão levando as pessoas a ter
entes alimentos orgânicos, sono
uma saúde cada vez mais debie atividade física regular como
litada.”
seus principais “remédios”.
Com esse alerta, o médico
Segundo Lins, “há várias
Mauro Lins iniciou sua palestra
evidências de que é grave o
no painel sobre Gestão da Megrau de contaminação das pesrenda Escolar e Consumo Conssoas no mundo todo”. Informou
ciente. E continuou: “Mas não
que, Nos Estados Unidos, um
é apenas pela boca que o ser
estudo feito com recém-nascihumano se contamina. Cosdos constatou a presença de
méticos, medicamentos, eletrosubstâncias químicas nos cordomésticos, produtos de limpedões umbilicais de milhares de
za, entre outros fatores, tambebês. Foram encontradas 287
bém são responsáveis pela presubstâncias químicas – 180 desença de elementos químicos
las, cancerígenas. “O dado é
estranhos na corrente sanguípreocupante porque estima-se
nea e em diversos órgãos. Soque 50% da chance de ter cânmente após a Segunda Guerra
cer na vida seja determinado
Mundial, mais de 80 mil subsnos dois primeiros anos de
tâncias químicas foram lançavida.”
das no ambiente.”
“Outra pesquisa” – inforMauro Lins chegou a essas
mou Lins – “revela diminuição
da enzima paraoxanase-1, o
que deixa o sistema imunológico mais vulnerável em 30%
a 40% da população. Esse problema é consequência da contaminação. “Não é apenas o
meio ambiente que está poluído. O ser humano também está
altamente poluído.”
SOLUÇÃO:
ALIMENTOS ORGÂNICOS
“Da mesma forma como
existem muitos estudos apontando os malefícios da alimentação errada, existem muitos
outros que comprovam os benefícios da ingestão de alimentos puros, produzidos sem agrotóxicos e sem a adição de conservantes e de outros químicos”, ensinou Lins.
Ele informou que, em fevereiro deste ano, a Academia
Americana para o Avanço da
Ciência lançou o documento
Solo Vivo, Qualidade dos Alimentos e o Futuro Alimentar,
em que consta, por exemplo,
que:
Na produção de maçãs orgânicas, os solos apresentam
melhor saúde documentada
pela maior diversidade biológi-
ca, maior quantidade de matéria orgânica e melhores propriedades físicas e químicas. A
melhora da qualidade do solo
dos sistemas de produção de
maçãs orgânicas leva a ganhos
na qualidade nutricional, no
sabor e no armazenamento da
fruta. E mais: tomates que utilizam fertilizantes orgânicos
mantêm concentrações constantes de benéficos antioxidantes, mesmo com o aumento do
tamanho da fruta.
“Os métodos de fertilização
do solo orgânico melhoram os
padrões de expressão genética
da planta, proporcionando assimilação mais eficiente de nitrogênio e carbono em tomates.
Esse ganho na eficiência da captação de nutrientes deixa as
plantas com mais energia para
produzir metabólitos secundários benéficos, compostos que
promovem saúde em plantas e
humanos”, disse o médico.
Para ele, esses estudos só
vêm comprovar o que já se sabia há muito tempo. Afinal, o
pai da medicina, Hipócrates,
que viveu no século IV a.C., já
dizia: “Faça do alimento a sua
medicina e da medicina o seu
alimento”.
Selo para
produtos e
concurso
de receitas
A abertura das feiras
também foi marcada pelo
lançamento do selo Vida Orgânica, a ser aplicado em
todos os produtos gerados
na BP3 com base na agroecologia, e do 2º Concurso de
Receitas Saudáveis da BP3,
aberto à participação de todas as merendeiras das escolas da região, que diariamente servem 167 mil refeições aos estudantes. A
exemplo do que resultou do
primeiro concurso – um livro
com dezenas de receitas
premiadas – novo livro será
lançado em novembro, no 6º
Encontro Cultivando Água
Boa, com as premiadas do
novo concurso. “Pretendemos chegar a mil merendeiras participando”, disse o diretor de Meio Ambiente da
Itaipu, Nelton Friedrich.
Para preparar a 5ª Conferência Internacional sobre Felicidade Interna
Bruta (FIB), que divide espaço com o 6º Encontro Cultivando Água Boa e
outros eventos (ver pág. 36), o diretor de Meio Ambiente da Itaipu, Nelton Friedrich, esteve no Butão a convite do governo daquele país asiático.
Butão é o país pioneiro na troca de índices como o PIB (Produto Interno
Bruto) pelo índice FIB (Felicidade Interna Bruta) para medir a verdadeira
riqueza de um país. Além de ultimar preparativos para a conferência,
Nelton pôde conhecer a fundo em que consiste o índice FIB e apresentar
o trabalho desenvolvido pelo Programa Cultivando Água Boa. Ele viajou
junto com Susan Andrews, diretora do Instituto Ethos, que propôs a realização da 5ª Conferência em Foz do Iguaçu. Entre outras autoridades e
lideranças butanesas, Nelton e Susan se reuniram com o ministro da
Educação, Lyonpo Thakur Powdyel, e o primeiro-ministro Jigme Thinley.
Semana
Mundial da Água
A Itaipu e a Agência Nacional de Águas (ANA) representaram o Brasil na 18ª Semana Mundial da Água, promovida pelo Instituto Internacional da Água, de Estocolmo, Suécia. A Itaipu, representada pelo diretor Nelton
Friedrich, contribuiu com a
apresentação da sua experiência de gestão de água desenvolvida pelo Cultivando
Água Boa, e a ANA levou ao
evento a experiência brasileira na gestão de águas. A Semana
Mundial da Água reuniu dirigentes e técnicos de instituições especializadas em recursos hídricos, autoridades governamentais e líderes de ONGs.
Em outubro, uma comitiva da
Província de Toscana, Itália, esteve na Itaipu para conhecer as ações
do Cultivando Água Boa, no contexto do desenvolvimento do acordo de cooperação existente entre
a empresa binacional, a Universidade de Pisa (Unipi) e a Universidade Federal do Paraná. Fizeram
parte da comitiva o ministro do
Meio Ambiente da Itália, Marco
Betti; o diretor do setor geral de
política territorial e ambiental, Paolo Matina; o professor Marco Mazzoncini, da área de agroecologia
da Unipi, Roberto Spandre, adido
científico da Itália no Brasil.
Uma semana antes, o diretor
geral da Itaipu, Jorge Samek, e
Nelton Friedrich, diretor de Meio
Ambiente, haviam estado em Florença, Itália, apresentando a missão de responsabilidade social e
ambiental da empresa no Fórum
Ítalo-Brasileiro da Cidade do Futuro.
Itaipu na campanha
Alimentação, direito de todos
Energia e
desenvolvimento
sustentável
No dia 14 de setembro, o diretor geral JorgeSamek participou
em Curitiba do lançamento no Paraná da campanha “Alimentação,
direito de todos”, criada para estimular a aprovação da Proposta
de Emenda Constitucional que trata do direito à alimentação. O
evento, realizado no auditório do Museu Oscar Niemeyer, envolveu
a exibição do filme “Garapa”, de José Padilha, e um painel de debates com autoridades vinculadas à questão da fome no País, entre elas o deputado federal Nazareno Fonteles, o diretor do Instituto Brasileiro de Análises Econômicas (Ibase), Francisco Menezes,
e a presidente da seccional paranaense do Conselho Nacional de
Segurança Alimentar (Consea/PR), Silvia Rigon. Samek proferiu a
palestra de abertura do evento e destacou a importância fundamental das parcerias na implementação de qualquer programa social
ou ambiental.
A convite da Fundação MAPFRE
Seguros, organizadora do evento,
a Itaipu participou em agosto do V
Seminário sobre Geração de Energia e Desenvolvimento Sustentável e do 3° Encontro Técnico sobre
“A vocação e participação das fontes alternativas na matriz energética brasileira”. O superintendente
de Meio Ambiente da Itaipu, Jair
Kotz, representou a empresa e
abordou o tema “Geração renovável em grandes aproveitamentos hidrelétricos”.
Palestras para mais de mil acadêmicos
Abordando temas ambientais e sustentabilidade, com foco especial na questão da coleta seletiva de materiais recicláveis, o diretor Nelton Friedrich e gestores de programas do CAB proferiram um ciclo de três palestras
em cada turno dos cursos da unidade de Medianeira da Universidade Técnica Federal do Paraná (UTFPR).
CULTIVANDO ÁGUA BOA
30
NOVEMBRO DE 2009
CULTIVANDO ÁGUA BOA
NOVEMBRO DE 2009
7
DIFUSÃO DO CULTIVANDO ÁGUA BOA
COMPARTILHANDO EXPERIÊNCIAS
EM NÍVEL NACIONAL E INTERNACIONAL
Só nos últimos três meses, a mensagem do programa foi levada a mais de 5.000 pessoas no Brasil e no exterior
A Itaipu Binacional concebeu e implementa seu programa socioambiental também com uma visão pedagógica, ou ecopedagógica, no sentido de
que pode oferecê-lo como modelo que,
com as devidas adequações, pode ser
aplicado em toda parte.
À medida em que se consolidou e
ganhou notoriedade por suas qualidades, cada vez mais se constitui em fonte
de inspiração, conhecimento e ação
Brasil afora e mundo afora.
Convites para palestras e participações em eventos e exposições chegam
de toda parte e são cada vez mais freqüentes. A Itaipu tem se empenhado
ao máximo para atender a todos da melhor maneira possível, obtendo sempre
grande receptividade, aplauso e manifestação de vontade de replicar a experiência. Este trabalho tem sido feito, especialmente, pelo diretor de Meio
Ambiente, Nelton Friedrich, ou por seu
assessor Odacir Fiorentin, pelo superintendente de Meio Ambiente, Jair
Kotz, e outros colaboradores, como
Luiz Suzuke e Gilmar Secco.
A seguir, até a página 32, é apresentada uma amostra desta importante missão. Só nos meses de agosto,
setembro e outubro de 2009, o Cultivando Água Boa foi exposto a mais de
5.000 pessoas no Brasil e no exterior.
O objetivo é difundir
o carrinho elétrico no Brasil
Equipamento que dá eficiência e aumenta renda dos trabalhadores é adotado como modelo pelo Presidente Lula
Carrinhos elétricos desenvolvidos pela Itaipu Binacional
serão usados por catadores de materiais recicláveis de todo o Brasil
No dia 29 de outubro, o presidente Luiz Inácio Lula
da Silva anunciou a transferência da patente do carrinho elétrico desenvolvido pela Itaipu para o Movimento
Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis (MNCMR). O anúncio foi feito na abertura da Expocatadores
2009, em São Paulo.
No mesmo evento, Itaipu assinou protocolo de intenções com a Eletrobrás para apoiar o movimento de
catadores no fornecimento dos veículos elétricos.
A binacional foi representada pelo diretor-geral brasi-
leiro, Jorge Samek, pelo diretor de Coordenação, Nelton
Friedrich, e pelo coordenador do Projeto Coleta Solidária,
do Cultivando Água Boa, Luiz Carlos Matinc.
Na cerimônia, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, assumiu o compromisso de abrir linha de crédito
específica para a compra dos veículos elétricos pelos catadores. Em agosto, a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) abriu licitação no valor de R$ 6 milhões para a
construção de barracões de reciclagem Brasil afora.
„Por sua vez, a Eletrobrás já destinou R$ 1 milhão ao
MNCMR para investimento em barracões e outros equipamentos usados na reciclagem. Sobre a linha de crédito para a compra dos carrinhos, Samek informa que Itaipu, BNDES e catadores vão se reunir para definir como
será feito o financiamento. “O objetivo é universalizar o
carrinho elétrico no Brasil”, afirma Samek.
„Pela linha de crédito, o BNDES subsidiará parte
da compra e financiará a outra, com parcelamento a
longo prazo e juros baixos. “Os catadores poderão
pagar os carrinhos com a própria venda do material
reciclado”, diz Samek. “Como a eficiência da coleta
aumenta com o carrinho elétrico, os catadores poderão destinar uma parte de seu lucro para o pagamento das parcelas”.
„As prefeituras de todo País poderão contatar o movimento nacional para a compra dos carrinhos. “São os
catadores que irão administrar e vender esses carrinhos
daqui para a frente”, explicou Lula. Os veículos poderão
ser fabricados no próprio município, para baratear o seu
custo de produção.
„O carrinho foi desenvolvido em parceria entre a
Plataforma Itaipu de Energias Renováveis, Parque
Tecnológico Itaipu (PTI) e a empresa Blest Engenharia, de Curitiba. Seu custo de produção gira em torno de R$ 6,8 mil. A capacidade de transporte é de
300 quilos de carga, com autonomia para rodar de 4
a 5 horas, ou 25 a 30 quilômetros. Após isso, a bateria precisa ser carregada. A recarga completa leva
em torno de seis horas. O acionamento do motor e o
controle de velocidade são feitos manualmente em
botões localizados no guidão.
Em todos os municípios, mobilização das comunidades foi muito forte
Propostas são discutidas e votadas pelos envolvidos na formação dos comitês gestores
zPARCERIA
Municípios são chamados
a ser protagonistas do CAB
“Itaipu precisa dos municípios e municípios precisam da Itaipu”, diz vice-prefeito
As eleições municipais de
2007 causaram certa instabilidade nas parcerias em torno da
implementação do Programa
Cultivando Água Boa (CAB), especialmente em municípios nos
quais a oposição venceu. Para
superar essa situação, uma equipe da Diretoria de Coordenação
e Meio Ambiente da empresa,
formada por Odacir Fiorentin,
Luiz Suzuke, Gilmar Secco e Sílvio Depiné, mais os gestores de
bacias, desenvolveram intensa
atividade junto às novas autoridade municipais, entidades e
atores sociais para sensibilizar
sobre a importância da continuidade das ações do programa nos
29 municípios da BP3, começando pelo fortalecimento dos comitês gestores.
Nessa tarefa surgiu uma
novidade: a proposta de institucionalização, mediante lei
municipal, do Comitê Gestor do
CAB de cada município. Em todos os municípios a proposta foi
muito bem aceita e já está concretizada.
Coroando o processo de revitalização, no dia 29 de julho
foi realizado no Parque Tecno-
Encontro no PTI reuniu representações dos comitês gestores dos 29
municípios da Bacia Hidrográfica do Paraná 3
lógico Itaipu (PTI) encontro
que reuniu 160 pessoas entre
funcionários da Itaipu, prefeitos e vice-prefeitos, secretários
municipais, vereadores e membros dos comitês gestores.
Impossibilitado de participar do encontro, o diretor-geral da Itaipu, Jorge Samek, enviou mensagem de incentivo
aos participantes dessa reunião,
pois fortalecer os comitês gestores municipais do Cultivando
Água Boa, ampliar suas funções
e até dar-lhe um caráter de legalidade, por meio de sua institucionalização pelas prefeitu-
ras e câmaras, “é uma ótima
medida”, escreveu Samek.
“Sendo formados por membros indicados pela sociedade
organizada de cada município
e, em alguns casos, já nomeados por decreto municipal, fica
garantida a pluralidade de idéias, assegurada a participação
da comunidade e estabelecido
o equilíbrio na relação públicoprivado-sociedade. Trata-se de
uma forma de obter grande
avanço do marcante trabalho
socioambiental e de consolidação do Cultivando Água Boa na
BP3”, observou Samek.
Cultivando Água Boa
deve ser um
movimento de todos
No encontro no PTI, o diretor
de Meio Ambiente da Itaipu, Nelton Friedrich, reforçou a proposta: “Queremos consolidar e ampliar a atuação dos comitês gestores, porque é o caminho para
fazer com que o protagonismo
não seja da Itaipu, mas das próprias comunidades que implementam o programa”, disse Nelton. “O Programa não pode ser
centrado na Itaipu. Temos, sim,
que caminhar todos juntos na
correção de rumos para construir
a sustentabilidade econômica,
social e ambiental na BP3.”
O mesmo entendimento foi
revelado por manifestações de
diversos representantes dos
municípios, como a do vice-prefeito Marcos Mocelin, de Santa
Helena, primeiro município a
institucionalizar o Comitê Gestor do CAB.
“Os municípios precisam da
Itaipu e a Itaipu precisa dos municípios para levar adiante esse
grande programa que é o Cultivando Água Boa”, disse Mocelin. Dessa forma, a continuidade do programa não vai depender de quem estiver na direção
da Itaipu, mas dos municípios,
suas autoridades, entidades e
comunidades.
PRIMEIROS PASSOS
DA OFICIALIZAÇÃO
O processo começa
com a inclusão de cláusula obrigatória de compromisso de oficializar e fortalecer o comitê nos novos convênios do município com a Itaipu; aprovação, pela Câmara de Vereadores, da lei que institui o comitê; convite à participação do maior número possível de instituições
públicas e entidades sociais; indicação, pelas instituições e entidades, dos
seus representantes no
comitê; nomeação, via decreto, dos membros do
comitê pelo prefeito.
Os comitês gestores
têm caráter consultivo,
com os objetivos de congregar os interesses da
comunidade; compatibilizar os interesses dos diferentes usuários; participar
na elaboração dos planos
de bacia e dos programas
anuais e plurianuais de
investimentos; propor a
elaboração de estudos,
pesquisas e projetos de interesse da comunidade;
acompanhar a execução
das obras e serviços programados nos convênios
com a Itaipu Binacional.
8
CULTIVANDO ÁGUA BOA
zÉTICA DO CUIDADO
‘Agressão ao meio ambiente
está por trás de todas as crises’
Palestras de Leonardo Boff lotam auditórios da Itaipu em Curitiba e em Foz do Iguaçu
Desde sua implantação, em 2003, o
Programa Cultivando
Água Boa tem a contribuição intelectual de
Leonardo Boff em termos
de fundamentação teórica e prática,
de modo que o programa seja implementado dentro da melhor ciência
ecológica, expressa especialmente em
documentos planetários como a Carta
da Terra, de cuja formulação Boff participou, Metas do Milênio, Agenda 21,
Protocolo de Kyoto, Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e
Responsabilidade Global, entre outros.
Frequentemente, Leonardo Boff
comparece na Itaipu e na região aportando sua sabedoria, como ocorreu no
final de junho e início de julho de
2009, quando veio do Rio de Janeiro,
onde mora, para conduzir um painel
sobre o tema “A ética do cuidado no
cotidiano das pessoas – desafios e possibilidades”, especial para diretores e
funcionários da Itaipu Binacional,
mas aberto também ao público em
geral.
EM CURITIBA E FOZ
O painel se desenvolveu em Curitiba, no Teatro Tuca, da PUC-PR, em
Curitiba, para um público de 500 pessoas, no dia 30 de junho, e em Foz do
Iguaçu no auditório do Centro de Treinamento da Itaipu, no dia 1º de julho,
com público de uma centena de diretores e funcionários da empresa.
Em Curitiba o painel contou com a
participação do pró-reitor comunitário de extensão da PUC, Ricardo Tescarolo, dos diretores dos cursos de
Teologia, César Augusto Kuzma, e Engenharia Ambiental, Fabiana De Nadai Andreoli.
O evento foi promovido pela própria Itaipu em parceria com a PUC-PR
(Pontifícia Universidade Católica do
Paraná), com apoio da Copel (Companhia Paranaense de Energia), Sanepar (Companhia de Saneamento do
Paraná), Secretaria de Estado do Meio
Ambiente do Paraná, UFPR (Universidade Federal do Paraná), dos Correios e da ONG Ação Voluntária.
NOVEMBRO DE 2009
Por uma nova sociedade
Como prega por toda parte, Boff insistiu na
necessidade de se adotar um novo modelo de
sociedade diante de uma realidade global abatida pela convergência de várias crises simultâneas: alimentar, ambiental, energética e econômica.
“Nossa alternativa é viver ao redor de alguns
valores comuns, que permitam ajudar a Terra a
sair da crise”, afirmou. “Tais valores passam pela
responsabilidade coletiva; pela criação de uma
estratégia de cuidado dos ecossistemas; e pelo
estabelecimento de uma rede de cooperação
mundial, tarefa em que as grandes corporações,
como a Itaipu, têm papel fundamental; devem
fazer exatamente o que Itaipu faz há mais de
seis anos”.
“Ando muito pelo mundo em função do meu
trabalho e noto que a Itaipu está sendo reconhecida não somente como hidrelétrica, mas
também como uma empresa que desenvolve um
projeto ecológico sustentável, de referência, que
engloba milhares de pessoas”, disse. “O novo
modelo de sociedade já está em construção na
região alvo das ações do Cultivando Água Boa,
por isso desejo que outras empresas vejam essas boas experiências e façam o mesmo.”
E MAIS
Lições de Leonardo Boff
„”Nenhuma empresa, pública ou privada, so-
Leonardo Boff:
“Há hoje nos EUA uma crise mais profunda do que aquela econômicofinanceira. É a crise do estilo de sociedade que foi montada desde sua
constituição pelos pais fundadores. Ela é profundamente individualista,
derivação direta do tipo de capitalismo que ai foi implantado. A exaltação
do individualismo ganhou a forma de um credo num monumento diante do
majestoso Rockfeller Center em Nova York, no qual se pode ler o ato de fé
de John D. Rockfeller Jr: - Eu creio no supremo valor do indivíduo e no seu
direito à vida, à liberdade e à persecução da felicidade”.
Na apresentação do palestrante, o
diretor de Meio Ambiente da Itaipu,
Nelton Friedrich, reconheceu: “Ter
conosco Leonardo Boff é ter ao nosso lado um conselheiro presente desde o lançamento do Cultivando Água
Boa (CAB), uma pessoa de grande im-
portância nesse processo”. E Boff
também expressou seu reconhecimento: “A Itaipu Binacional está
na dianteira mundial quando se
pensa no papel que uma empresa
deve ter na realidade que vivemos”.
breviverá num horizonte longo sem sustentabilidade. Não haverá uma nova Arca de
Noé; ou nos salvamos todos, ou nos perdemos todos.”
„”A conquista da Terra, da natureza pelo homem, num processo que historicamente foi de
dominação e devastação, está por trás de todas as crises.”
„”Não há como parar a roda (da catástrofe
planetária), mas podemos diminuir sua velocidade. Ou fazemos uma aliança global,
ou aceitamos o risco de desaparecer como
seres humanos.”
„”Nós precisamos da Terra; a Terra não precisa
de nós.”
„”Se eu não posso mudar o mundo, posso
mudar uma parte do mundo, que sou eu.”
„”O ser humano aprende com o sofrimento, mas
também pode aprender com o amor.”
Itaipu presente no
Ciclo de Palestras no RJ
O trabalho socioambiental da Itaipu esteve no
centro das atenções no Ciclo de Palestras realizado no Rio de Janeiro na Semana do Meio Ambiente, em junho, promovido pelo Centro de Pesquisa da Eletrobrás, e na XV Semana do Meio Ambiente da PUC-RJ, eventos que também tiveram a
contribuição de Leonardo Boff. Itaipu foi representada pelo diretor de Coordenação e Meio Ambiente, Nelton Friedrich.
CULTIVANDO ÁGUA BOA
NOVEMBRO DE 2009
29
zPRÊMIOS
Educação Ambiental da Itaipu
no benchmarking brasileiro
Mais uma vez, a empresa fica entre as melhores no ranking da sustentabilidade
Em 2007 foi
o Programa
Cultivando
Água Boa como
um todo que recebeu o prêmio de
melhor prática de sustentabilidade do Brasil; em 2009, o premiado foi especificamente o Programa de Educação Ambiental
para a Sustentabilidade, do próprio Cultivando Água Boa. Trata-se do Ranking Benchmarking
Ambiental Brasileiro, criado em
2003 pela empresa Mais Projetos, especializada em gestão e
capacitação ambiental, e consolidado como um dos mais respeitados selos de sustentabilidade do Brasil. É uma espécie
de certificação de qualidade das
ações ambientais brasileiras,
com reconhecimento internacional. O objetivo é identificar, selecionar e compartilhar o melhor do conhecimento em programas ambientais.
As 30 melhoras práticas ambientais do Brasil em 2009 no
ranking Benchmarkin foram conhecidas no dia 4 de setembro,
no Centro de Convenções Frei
Caneca, em São Paulo, por um
público formado por executivos, gestores, especialistas e jornalistas.
Neste ano foram inscritos
169 programas ou projetos de
empresas no campo ambiental,
dos quais 30 foram selecionados
e classificados – e a Educação
Ambiental da Itaipu ficou em
terceiro lugar, superando trabalhos de empresas de renome
nacional e internacional como a
Anglo American, Givaudan do
Brasil, Embratel, Johnson & Johnson, Souza Cruz, Klabin, Bradesco, Valtra do Brasil e outras.
Na solenidade, a apresentação do Case Educação Ambiental para Sustentabilidade foi
feita pelo Diretor de Meio da
Itaipu, Nelton Frederich, que
esteve acompanhado por Leila
Fátima Alberton e Rodrigo Cu-
Odacir, Leila, Nelton, Michelle e Rodrigo comemoram
Selo Ouro “Amigo da Fauna”
Prêmio de 2007
pelli, da equipe de Educação
Ambiental; Michelle Lorencetti, da equipe de Relações Públicas, e Odacir Fiorentin, gerente executivo do Cultivando
Água Boa.
Para integrar o Ranking Benchmarking é necessário antes
passar pelo crivo de uma comissão técnica multidisciplinar, formada por especialistas de vários países que pontuam os casos
sem saber de quais empresas
são. Neste ano, a comissão técnica contou com 16 especialistas de seis diferentes países. É
também necessário cumprir um
regulamento conforme determina o Programa Benchmarking
que já se encontra em sua 7ª
edição e já selecionou 171 casos de mais de 100 instituições.
Um dos critérios básicos de classificação é a coerência entre dis-
Prêmio de 2009
curso (teoria) e prática.
DIFERENCIAL
Os casos vencedores passam
a fazer parte do maior banco de
boas práticas brasileiras de sustentabilidade, disponíveis para
empresas, instituições públicas e
privadas, universidades e mídias especializadas.
Segundo Leila Alberton, gestora do programa de Educação
Ambiental da Itaipu, “foi uma
grande oportunidade para divulgar o programa, que se destacou
por abranger um conjunto de
ações continuadas, e não apenas
pontuais, como acontece na
maioria das empresas. Um dos
nossos diferenciais é justamente o caráter permanente do trabalho de educação, tanto para o
público interno como para o externo.”
A Itaipu Binacional também foi
contemplada, em
2009, com o Selo
Ouro “Amigo da
Fauna”, conferido
pelo Instituto Ambiental do Paraná
(IAP). Com isso, o
IAP quer dar visibilidade às iniciativas de empresas
voltadas à preservação e proteção à
fauna silvestre.
Nesse sentido,
Jair Kotz (esq.) representou Itaipu no
Itaipu se destaca
ato de entrega do Selo Ouro
pelo trabalho que
desenvolve nos refúgios biológicos, tanto na margem brasileira
como na paraguaia, no campo da pesquisa, manejo, monitoramento e fiscalização. Na solenidade de entrega do prêmio, a
Itaipu foi representada pelo superintendente de Meio Ambiente Jair Kotz.
As primeiras empresas contempladas com o Selo do IAP
foram a Fundação Boticário de Proteção à Natureza, a Itaipu
Binacional e o Criadouro Conservacionista Onça-Pintada.
“Ao longo da história da política conservacionista da fauna
paranaense, foi necessário agregar atores que estavam obtendo resultados positivos”, diz João Batista Campos, coordenador de Biodiversidade e Áreas Protegidas da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos. “Este evento de premiação é uma forma de reconhecer instituições que contribuem para a conservação da fauna do Estado, servindo de exemplo para toda a sociedade.”
CULTIVANDO ÁGUA BOA
Parque Tecnológico Itaipu recebeu representações de dezenas de instituições e entidades
NOVEMBRO DE 2009
Superintendente de Meio Ambiente da Itaipu Binacional, Jair Kotz representou a empresa
Mesa de honra da abertura da Convenção Hemisférica de Proteção Ambiental Portuária
9
Como todas personalidades ilustres que visitam Itaipu, Cousteau plantou árvore
zPRESENÇA ILUSTRE
zEVENTO
Educação Ambiental do Paraná
realiza encontro estadual no PTI
“A responsabilidade pelo cuidado com a natureza é de cada um” (Carlos Rodrigues Brandão)
De 13 a 16 de outubro, o Parque Tecnológico Itaipu foi sede do Encontro Paranaense de
Educação Ambiental (Epea), evento anual que
em 2009 reuniu cerca de 600 pessoas em torno do tema “Educação para Cultura da Paz e
Sustentabilidade Local e Planetária”. Participaram autoridades, professores, acadêmicos e gestores ambientais de todo o Estado.
O Epea é uma promoção coletiva de diversas instituições presentes no município e região,
entre elas a Prefeitura de Foz do Iguaçu, Itaipu
Binacional, Fundação Parque Tecnológico Itaipu, Parque Nacional do Iguaçu, Núcleo Regional de Educação de Foz do Iguaçu, Conselho
de Desenvolvimento dos Municípios Lindeiros,
Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Faculdades Anglo-Americano,
Eduvivência, Educare, Instituto de Comunicação Solidária (ComSol) e Nativa Socioambiental, com apoio da Universidade Aberta do Brasil (UAB), União Dinâmica de Faculdades Cataratas (UDC), Unifoz, Rede Sul Brasileira de
Educação Ambiental (REASUL) e Sanepar.
Autoridades prestigiaram e participaram do
evento: Rachel Trajber, diretora de Educação
Ambiental do Ministério da Educação e Cultura; Lindsley Rasca Rodrigues, secretário estadual do Meio Ambiente; Jorge Pegoraro,
chefe do Parque Nacional do Iguaçu; e o superintendente de Gestão Ambiental da Itaipu, Jair Kotz, representando a direção da empresa.
CULTIVANDO ÁGUA BOA
NOVEMBRO DE 2009
Educação crítica,
reflexiva e participativa
O encontro se desenvolveu
com palestras, painéis, atividades
culturais, oficinas temáticas, exibição de vídeos, reuniões e mesas-redondas, sempre buscando
a sensibilização ambiental. Também houve a reunião da Rede Paranaense de Educação Ambiental (REA/PR) e o lançamento, pela
autora, Angélica Góis Morales, do
livro “Formação Profissional do
Educador Ambiental: reflexões,
possibilidades e constatações”. A
autora esteve no espaço de exposições para diálogos com interessados em conhecer a sua nova
obra.
Paralelamente ao encontro,
houve a Feira da Sustentabilidade, com exposição de produtos e
serviços da área ambiental, como
os alimentos orgânicos do município de Capanema e as peças
de artesanato do Grupo de Moradores do Parque Nacional do
Iguaçu e de tribos indígenas da
região.
Livros, plantas e produtos
medicinais também foram comercializados, além de uma exposição intitulada “Memórias do Parque Nacional do Iguaçu” e do Programa Cultivando Água Boa.
TROCA DE EXPERIÊNCIAS
Mais de 200 trabalhos foram
apresentados oralmente ou em
pôsters. E houve um espaço para
os participantes deixar suas
mensagens na “Árvore da Esperança”.
Especificamente na temática, o encontro foi uma troca de
experiências e de idéias sobre a
educação ambiental.
Daí surgiu a proposta de congregar todos os que atuam na
educação ambiental e ampliar o
intercâmbio entre os diferentes
segmentos, como universidades,
escolas, organizações não-governamentais, OSCIPS e outros, no
sentido de promover uma prática educativa crítica, reflexiva e
participativa frente aos problemas socioambientais.
O QUE ELES DISSERAM
„Rasca Rodrigues, secretário estadual do
Meio Ambiente, sobre o Programa Cultivando
Água Boa: “É parâmetro de como as instituições devem se envolver e se relacionar com a
comunidade. Considero o programa uma das
melhores intervenções ambientais de todo o planeta”.
„Carlos Rodrigues Brandão, antropólogo,
que proferiu a palestra magna sobre “Educação
para Cultura da Paz e Sustentabilidade Local/
Planetária”, convocou a sociedade a assumir o
papel de protagonista nas questões relacionadas ao meio ambiente. “A responsabilidade de
cuidarmos da natureza é de cada um, por meio
de pequenos gestos e ações. Não podemos depender apenas de políticas globais e planetárias
para resolver todos os problemas ambientais. A
humanidade vive a década da educação ambiental dentro e fora das escolas. Precisamos pensar em sociedades sustentáveis, e nisso a educação é fundamental, decisiva.”
„Rachel Trajber, do Ministério da Educação: “É necessário modificar o pensamento atual
de uma sociedade baseada no modelo capitalista e hegemônico, para um sistema de cooperação social e coletivo de ações ambientais. Temos possibilidades de transformar nossa sociedade e contribuir para a construção de sociedades sustentáveis.”
„Jair Kotz, superintendente de Meio Ambiente da Itaipu: “A educação ambiental é o alicerce do Cultivando Água Boa, pois só com a
mudança de mentalidade e de hábitos – papel
da educação –, a Itaipu e seus parceiros jamais
seriam, como estão sendo, os grandes agentes
da sustentabilidade ambiental na BP3. Precisamos dos educadores ambientais à frente da
mudança de pensamento, consciência e ação.”
“É O QUE ITAIPU JÁ FAZ”
Jean-Michel Cousteau:
“o impossível não existe”
A 1ª Convenção Hemisférica de Proteção Ambiental Portuária foi organizada pela Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa),
tendo na pauta os diversos aspectos da operação de portos,
como a dragagem, por exemplo, e seus impactos sobre o
ambiente.
O principal destaque do
evento foi a palestra magna do
ambientalista e oceanógrafo
Jean-Michel Cousteau para cerca de 800 pessoas. Cousteau
enfatizou “a necessidade urgente de promover uma revolução da comunicação e de tomar atitudes que mudem os
rumos na relação que o ser humano tem com o ambiente.
Todos podemos fazer uma escolha. E quando a fazemos é
nossa responsabilidade seguila e comunicá-la aos formadores de opinião. O impossível
não existe”, afirmou Cousteau.
Oceanógrafo prega atitudes que mudem a relação do homem com o ambiente
Em junho de 2004, na tarefa de estabelecer conexões internacionais na implementação
do Programa Cultivando Água
Boa, o diretor de Coordenação
e Meio Ambiente da Itaipu Binacional, Nelton Friedrich, esteve em Barcelona, Espanha,
participando de conferência
sobre “Água, Vida e Segurança”, promovida pela Cruz Verde Internacional, Unesco e Conselho Mundial da Água.
Na ocasião, Nelton teve o
primeiro encontro com o oceanógrafo Jean-Michel Cousteau,
filho do lendário Jacques Cousteau, informando-o sobre as
ações de responsabilidade socioambiental que começavam
a deslanchar na área de influência da usina de Itaipu, com
vistas a estabelecer alguma
possível forma de cooperação
ou parceria em torno de algum projeto. Jean-Michel ficou impressionado e mostrou
desejo de, algum dia, conhecer tudo isso.
A oportunidade que esperava chegou em julho de 2009,
quando ele esteve participando,
em Foz do Iguaçu, da 1ª Con-
Jean-Michel Cousteau (centro) em visita à Central Hidrelétrica de Itaipu
venção Hemisférica de Proteção
Ambiental Portuária, promovida pela Organização dos Estados Americanos (OEA), com
apoio da Itaipu.
Quando foi anunciada a vinda do famoso oceanógrafo e
ambientalista, Nelton Friedrich
lhe enviou convite para que visitasse Itaipu e as ações do Cultivando Água Boa, e argumentou: “Nós não lidamos diretamente com mares, mas sim com
alguns rios que vão para o Oceano Atlântico. A água – nosso
principal compromisso, ativo,
matéria-prima básica – tem posição central no Cultivando
Água Boa, como fio condutor
do conjunto de suas ações soci-
oambientais. Portanto, o alcance das ações do programa tem,
sim, repercussão também nas
águas marítimas, na medida em
que as águas fluviais fluem para
os oceanos e os afetam positiva ou negativamente, dependendo do tratamento que recebem em seu curso terrestre.”
Jean-Michel Cousteau veio
e, além de deixar sua tocante
mensagem, visitou a usina, conheceu a região e as ações do
Cultivando Água Boa – e não só
gostou do que viu e ouviu, mas
também mostrou interesse de
estabelecer uma relação entre o
programa socioambiental da
Itaipu e a entidade que dirige, a
Ocean’s Futures Society.
QUEM É JEAN-MICHEL
28
“O Brasil deve se orgulhar de
sua independência enérgica,
proporcionada, principalmente,
pela energia da Itaipu. Por muito tempo o foco do Brasil foi a
energia (porque era deficiente
no setor). Hoje, olho para os
países e vejo que muitos dependem de outros na questão energética, mas o Brasil, não. Isso
gera para o Brasil uma liberdade simbólica, um tesouro que
talvez nem os próprios brasileiros saibam que possuem.
“Mas, como transformar
essa liberdade em ações práticas de preservação ambiental?
É o que Itaipu já faz.. Já visitei
muitas usinas e nunca tinha
sido convidado para plantar
uma árvore” (Cousteau plantou
uma muda de araçá no Bosque
dos Visitantes da Itaipu Bionacional), e disse que, “se todos
plantassem mais árvores do
que consomem, já seria um
grande passo”.
„Como o pai Jacques Costeau, Jean-Michel é pesquisador e
educador que, desde 1968, atua produzindo documentários sobre as riquezas naturais dos rios e oceanos. Aos 71 anos, já
rodou mais de 70 filmes, tendo conquistado até mesmo um
prêmio Emmy. Apontado como um dos mais importantes ambientalistas do mundo – a Casa Branca já o elegeu Herói do Ambiente, em 1998 –, ele criou em 1999 a Ocean´s Futures Society, organização sem fins lucrativos com sede em Santa Bárbara, Califórnia, EUA. E hoje, entre outras atividades, dedicase, por meio de um projeto chamado Embaixadores do Meio
Ambiente, a ensinar crianças de seis países a viver de modo
sustentável – no Brasil, a ação ocorre no Guarujá, Litoral Norte
de São Paulo, com apoio da Dow Química.
CULTIVANDO ÁGUA BOA
10
NOVEMBRO DE 2009
CULTIVANDO ÁGUA BOA
NOVEMBRO DE 2009
Criança: cidadã ou consumista?
Por Frei Betto, escritor
Evento teve lugar no Centro de Treinamento da Itaipu e foi protagonizado pela Itaipu, Adeop e MDA, representado por seu delegado no Paraná, Reni Denardi
zCRÉDITO RURAL
Pronaf Sustentável é lançado
na Bacia Hidrográfica do Paraná 3
Representante do MDA diz que não faltarâo linhas de crédito para investimento na agricultura familiar
Em ato realizado no Auditório Integração, do espaço
Treinamento da Itaipu, no dia
31 de julho, o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA),
a Itaipu e a Agência de Desenvolvimento do Oeste do Paraná (Adeop) lançaram o Programa Pronaf Sustentável na Bacia Hidrográfica do Paraná 3
(BP3). O MDA esteve representado por Reni Denardi, da Delegacia Federal do Desenvolvimento Agrário no Paraná; pela
Itaipu, o diretor de Meio Ambiente, Nelton Friedrich, entre
outros; e pela Adeop, o diretor
Elsídio Cavalcante Barbosa.
A instituição do Programa
Nacional de Fortalecimento
Agricultura Familiar Sustentável, ou simplesmente Pronaf
Sustentável, foi concebido em
2007 pelo MDA e consolidado
em 2009 pelo Decreto 6.882.
De acordo com o MDA, o
programa objetiva “diagnosticar, planejar, orientar, coordenar e financiar unidades produtivas de agricultores familiares e assentados da reforma
agrária no âmbito das modalidades de crédito rural do Pro-
grama Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar
Sustentável”.
Há muito reivindicada por
organizações de apoio à agri-
cultura familiar, a nova modalidade de crédito considera a
propriedade rural como um
todo, nos seus múltiplos aspectos e funções, não apenas ati-
vidades isoladas ou
tópicas, como cultura
do milho, da soja, feijão, agroindústria,
agricultura orgânica,
etc. Por ele, todas as
modalidades e possibilidades agrícolas e
não agrícolas (como o
turismo rural, por
exemplo) de uma propriedade rural familiar podem ser contempladas em único projeto global.
Desde o início da
gestação do novo programa, a Itaipu não só
se interessou por ele,
no contexto do Programa Cultivando
Água Boa e seu projeto específico para a
agricultura familiar,
como também foi fonte de subsídios para
sua estruturação pelo
MDA. Agora, com a
institucionalização da
Pronaf Sustentável, Adeop, Itaipu e MDA assumem a tarefa de
apoiar sua implementação nos
29 municípios da BP3 – alvo do
Cultivando Água Boa.
Denardi: um
salto de qualidade
Na cerimônia de
lançamento do programa,
o representante
do MDA, Reni Denardi,
afirmou que “o Pronaf
Sustentável representa um
salto de qualidade, pois
flexibiliza o fornecimento
do crédito agrícola.
Antes, o crédito tinha um
fim específico, agora é
possível investir em
qualquer material da
cadeia produtiva. Isso
incentiva os pequenos
produtores a planejar
a produção a médio
e longo prazos, e
estabelece uma relação
próxima entre o agricultor,
a assistência técnica e a
instituição de crédito.”
Reni informou que já
estão destinados R$ 13
bilhões para o Pronaf
nacional, dos quais
R$ 1 bilhão para o Paraná.
“O presidente Lula
garantiu que não faltarão
linhas de crédito para
investimento na
agricultura familiar.
O problema não é falta de
recursos, mas a
capacidade operacional
dos produtores”, disse
Reni. No primeiro
momento, para a região
da BP 3, o Pronaf
Sustentável vai investir
R$ 2,6 milhões.
Pesquisas indicam que as crianças brasileiras costumam passar quatro horas por dia na escola e o dobro
de olho na TV. Impressiona o número de peças publicitárias destinadas
a crianças ou que as utilizam coo isca
de consumo.
A pesquisadora Susan Linn, da
Universidade de Harvard, constatou
que o excesso de publicidade causa
nas crianças distúrbios comportamentais e nutricionais. De obesidade precoce, pela ingestão de de alientos ricos em açúcares ou gorduras saturadas, como refrigerantes e
frituras, à anorexia provocada pela
obsessão da magreza digna de passarela
Sexualidade precoce e desajustes familares são outros efeitos da
excsiva exposição à publicidade. São
menos felizes as crianças influenciadas pelas idéias de que sexo independe de amor, a estética do corpo
predomina sobre os entimentos e a
felicidade reside na posse de bens
materiais.
Impregnada desses falsos valores, tão divulgados como absolutos,
a criança exacerba suas expectativas. Se ua criança associa sua felicidade a propostas consumistas, tanto maior será sua frustração e infelicidade, seja pela impossibilidade de
saciar o desejo, seja pela incapacidade de cultivar sua autoestima a
partir de valores enraizados em sua
subjetividade. Torna-se, assim, ua criança rebelde, geniosa, indisciplinada em casa e na escola.
A praga do consumismo é, hoje,
também uma questão ambiental e
política. Montanhas de plástco se
acumulam nos oceanos nos oceanos
e a incontinência do desejo dficulta
cada vez mais uma sociedade sustentável, na qual os bens da Terra e
os frutos do trabalho humano sejam
partilhados entre todos.
Um dos fatores da deformação
infantil é a desagregação do núcleo
familiar. No Dia dos Pais um garoto
suplicou ao pai, em bilhete, que desse a ele tanta atenção quanto dedica à TV... Um filho de pais separados
pediu para morar com os avós após
presenciar a discussão dos pais de
que, um e outro, queriam se ver livre
dele no fim de semana.
Causa-me horror o orgulho de pais
que exiem seus filhos em concursos
de beleza. Uma criança instigada a,
precocemente, porestar demasiada
atenção ao próprio corpo, tende à esquizorenia de ser biologicamente infantil e psicologicamente “adulta”. Encurta-se, assim, seu tempo de infância.
Nào surpreende, pois, que, na adolescência, o vazio do coração busque copensação na ingestão de drogas.
Crianças são seres miméticos por
natureza. Ora, o que esperar de ua
criança que presencia os pais huilharem a faxineira, jogarem lixo na rua...
Criança precisa de afeto, de sentir-se valorizada e acolhida, mas também de disciplina e, ao romper o código de conduta, de punição sem vioência física ou oral. Só assim aprenderá a conhecer os próprios liites e
respeitar os direitos do outro. Só assim evitará tornar-se u adulto invejoso, competitivo, rancoroso, pois saberá não confundir diferença com divergência e não fará da dessemelhança fator de preconceito e discriminação.
É preciso conversar com elas, através da linguagem adequada, sobre situações-limites da vida: dor, perda,
ruptura afetiva, fracasso, morte. Incutir nelas o respeito aos mais pobres
e a indignação frente à injustiça que
causa pobreza; senso de responsabilidade social (há dias vi alunos de ua
escoa varrendo a rua), de preservação ambiental (como a economia de
água), de protagonismo político (saber acatar decisão da maioria e inteirar-se do que significam os períodos
eleitorais).
Se voocê adora passear com seu
filho em shoppings, não estranhe se,
nofuturo, ele se tornar um adulto ressentido por não possuir tantos bens
finitos. Se você, porém, incutir nele
os bens infinitos, - generosidade, solidariedade, espiritualidade - ele se
tornará uma pessoa feliz e, quando
adulto, será seu companheiro de amizade, e não o eterno filho-problema a
lhe causar tanta aflição.
Saber educar é saber amar
27
zMUDANÇA CLIMÁTICA
O menor desmatamento
da Amazônia em 21 anos
É possível o desenvolvimento da região mantendo a floresta em pé
Em reunião com os Ministérios do Meio
Ambiente e do Desenvolvimento Agrário e
os governadores do Pará, Mato Grosso e
Rondônia, o presidente Luiz Inácio Lula da
Silva anunciou no dia 12 de novembro o registro da menor taxa de desmatanento da
Amazônia nos últimos 21 anos. O presidente também anunciou os números (resultados) do Programa Arco Verde-Terra Legal
que, ao longo de 20 semanas, levou aos 43
municípios da Amazônia responsáveis por
mais de 50% do desmatamento da floresta
amazônica, reais alternativas de desenvolvimento sustentável.
O desenvolvimento com preservação
ambiental é a meta da Operação Arco Verde. A proposta é desenvolver, junto com as
populações locais, novos modelos de exploração econômica, invertendo a lógica do
desmatamento. Aliada às ações de fiscalização e repressão, que vem reduzindo drasticamente a derrubada da floresta, a operação tem demonstrado que é possível o desenvolvimento da região mantendo a floresta em pé, através do extrativismo e de modernas técnicas agroextrativistas e agroecológicas.
Ao coibir a abertura de novas áreas
para a agropecuária, fechar serrarias e confiscar gado criado em áreas de preservação,
O Presidente Lula com a Ministra Dilma
o Governo afeta populações inteiras que tiram seu sustento destas atividades clandestinas. É um efeito inevitável, mas que vem
sendo corrigido com programas de substituição dessas atividades por práticas sustentáveis.
A redução do desmatamento, previsto pelo Plano Nacional de Mudanças do
Clima assinado pelo presidente Lula, aprovado na Câmara e em tramitação no Senado em caráter terminativo, depende hoje
em mais de 90% das ações de repressão. A
médio prazo, o Ministério do Meio Ambiente espera ampliar a participação das medidas educativas e de sustentabilidade no
cumprimento das metas previstas pelo Governo Federal.
Proposta da ONU sobre emissões é pra valer
Após reunião com o Presidente Lula (dia
12/11/09), os ministros Carlos Minc (Meio
Ambiente) e Dilma Rousseff (Casa Civil) afirmaram que "o Brasil assumirá um compromisso firme e político sério de redução das
emissões de gases-estufa". Mas Governo Federal ainda não divulgou qual proposta será
levada à conferência da ONU sobre mudanças climáticas em Copenhague, em dezembro. A ministra Dilma disse, no entanto, que
a definição depende de reuniões que ocorrerão nos próximos dias, uma delas com o Presidente Lula.
A ministra Dilma afirmou que o país terá
um "objetivo voluntário" de redução, e o ministro Minc disse que a proposta brasileira
será "como se fosse realmente uma meta".
Ele confirmou que o percentual de redução
das emissões ficará entre 38% e 42% e que
os cortes vão ser definidos por setor.
"O que é objetivo firme com números de-
finidos se não é uma meta? São como se
fossem realmente metas", afirmou o ministro, após participar de um seminário sobre
políticas públicas e mudanças climáticas, organizado pelo TCU (Tribunal de Contas da
União). A ministra esclareceu: "Não estamos
falando em meta. País em desenvolvimento
não tem meta. O que temos é um compromisso voluntário de redução porque isso é
uma questão política séria".
O Presidente Lula, referindo-se a cobranças aos países desenvolvidos, perguntou: "Como é que a gente vai discutir essa
questão do clima com seriedade se a gente vai ter em Copenhague uma reunião e,
pelo que eu estou sabendo, os grandes líderes não vão?" E criticou: "Na hora de assinar os protocolos, todo mundo assina
qualquer coisa. Na hora de cumprir, pão,
pão, queijo, queijo, ninguém quer abrir mão
do seus hábitos e costumes."
26
CULTIVANDO ÁGUA BOA
NOVEMBRO DE 2009
Coral dos formandos (foto à esq.) abrilhantou a solenidade,
prestigiada pela presença de familiares, amigos, instrutores,
diretores da Itaipu, que ofereceu o curso, e autoridades
NO RITMO DO CAB
FORMATURA DE
JOVENS JARDINEIROS
No dia 23 de julho, no CRV,
houve a formatura da sexta
turma, de 19 alunos, do Projeto Jovem Jardineiro, depois
de um ano de estudos e atividades. Os formandos foram
acompanhados de familiares e
prestigiados com a presença
de autoridades, gestores e atores do projeto. Desde sua implantação, o projeto já capacitou mais de 200 jovens.
O projeto atende a adoles- Heitor Winckler
Daiane Klima
centes com idade entre 16 e
quentava o terceiro ano do ensino médio e
18 anos e trabalha com jardinagem, eduainda estava confuso sobre qual curso prescação ambiental, cerâmica, informática e
canto. As aulas ocorreram no Refúgio Biotaria vestibular. Pouco tempo depois, o inlógico Bela Vista. A presença no programa
teresse pelo meio ambiente cresceu e o gagarantiu ainda, para cada estudante, uma
roto decidiu seguir profissão na área. Hoje,
bolsa-auxílio de um salário mínimo e, ao
Heitor é acadêmico do segundo período de
final do treinamento, um kit de jardinagem
engenharia ambiental. “Meu interesse foi
para poderem trabalhar.
despertado durante as aulas práticas no
“O projeto possibilita vários aprendizaRefúgio Biológico, onde tínhamos contato
dos”, diz seu coordenador, Renê Diomar
direto com a natureza, plantas e animais”,
Fernandes. “O curso não se restringe ao enconta.
sinamento de uma profissão aos jovens ou
Já Daiane Patrícia Klima, 17 anos, não
à inserção deles no mercado de trabalho,
pretende
seguir profissão na área de meio
mas avança para o despertar de uma nova
ambiente.
Contudo, diz que mudou a maconsciência por meio do conhecimento, saneira de pensar a respeito do assunto. “Levo
bedoria e respeito ao meio ambiente e à
comigo outras perspectivas e significados
cidadania.”
sobre meio ambiente, natureza e cidadania,
além de mais conhecimento e experiência.
BONS EXEMPLOS
Espero crescer com isso”, diz Daiane, aluna
Heitor Manoel Ries Winckler, 18 anos,
do quarto ano de magistério do Colégio
descobriu a aptidão profissional durante o
Barão do Rio Branco.
curso. Quando ingressou no projeto fre-
CULTIVANDO ÁGUA BOA
NOVEMBRO DE 2009
Jorge Samek e Nelton Friedrich, da Itaipu, com Ricardo Young, presidente do Instituto Ethos
11
Heloísa Covolan apresenta relatório da Itaipu com metodologia GRI
zEVENTOS
Para apaixonados por jardinagem
Tudo bem que quem planta e cuida do seu canteiro, pátio ou jardim já
ajuda o meio ambiente. Mas pode fazer mais. Pode fazer um jardim 100%
correto. Quem dá as dicas é o agrônomo e paisagista Toni Backes, com
seus dez mandamentos para criar um
jardim ecológico:
1. Recrie o ambiente mais próximo do original (faça um programa de necessidade da natureza),
mas evite coleta de plantas do ambiente natural.
2. Plante diversidade. Quanto mais
plantas diferentes, mais chance de ter
jardim atrativo para a fauna. Plante
principalmente espécies nativas. Maneje também as plantas espontâneas, invasoras.
3. Faça um jardim estético, mas
produtivo. Existem inúmeras espécies rústicas de usos medicinais e
alimentares.
4. Evite gramados e uso de canteiros com flores anuais, pois são os
vegetais que mais requerem manutenção e só servem para a contemplação.
5. Tenha local com água (vertente, açude, laguinho, recolhimento de água da chuva, etc.).
6. Melhore o microclima com
uso de vegetação, reduzindo ventos, altas temperaturas, baixa umidade, geadas, reflexão do sol.
6. Tenha no jardim abrigo, água e
alimentação para atração de animais,
especialmente aves.
7. Faça reciclagem de matéria
Itaipu no debate da responsabilidade
social e ambiental nas empresas
Diretores da binacional participaram de encontro da Global Reporting Initiative e do Instituto Ethos
orgânica, evite trazer terras do
ambiente natural. Não tenha solo
coberto, use sempre vegetação ou
faça "mulches". Não use agrotóxicos e adubos químicos.
8. Adapte e climatize as edificações com telhados vivos, trepadeiras,
etc. Use pisos com superfícies drenantes e com materiais de baixa pegada
ecológica.
9. Não tenha pressa, o jardim
não precisa ser feito todo de uma
vez; deixe a natureza agir.
Nos dias 18 e 19 de junho
de 2009, o diretor-geral brasileiro da Itaipu, Jorge Samek, o
diretor de Meio Ambiente, Nelton Friedrich, e a coordenadora de Responsabilidade Socioambiental, Heloisa Covolan,
participaram do Encontro Anual do Conselho de Stakeholders
da Global Reporting Initiative
(GRI), em São Paulo.
O encontro aconteceu paralelamente à Conferência Internacional do Instituto Ethos, o
maior evento latino-americano
sobre responsabilidade social
empresarial. Os representantes
da Itaipu foram recebidos pelo
presidente da GRI, Ernst Ligteringen, que esteve na empresa
no ano passado para o lançamento do Relatório de Sustentabilidade relativo a 2007.
O conselho da GRI é formado por 50 pessoas de várias
partes do mundo, que representam organizações da sociedade
civil, empresas e governos. É
esse conjunto de pessoas envolvidas (stakeholders) que estabelece os indicadores da GRI
para a elaboração de relatórios
de sustentabilidade. A Itaipu,
que há dois anos elabora relatórios de acordo com essas diretrizes, foi co-patrocinadora da
vinda do grupo ao Brasil. Foi a
primeira vez que o grupo se
reuniu fora da Holanda, país
sede do GRI.
“A NOVA GERAÇÃO”
Samek exibiu aos integrantes do conselho o filme “Itaipu, a nova geração”. De acordo com Heloisa, os conselheiros “ficaram muito impressionados com a qualidade da plataforma de iniciativas de sustentabilidade adotadas pela
Itaipu para colaborar com o desenvolvimento sustentável da
região”.
Para dar uma dimensão do
trabalho, Samek destacou que
a Bacia do Paraná 3 (BP3) – região de influência da binacional e alvo do programa socioambiental Cultivando Água
Boa – é a área mais produtiva
da agroindústria paranaense e
ocupa um espaço maior que alguns países europeus.
Samek também ressaltou as
razões que levaram a Itaipu a
adotar os indicadores da GRI.
Holandês Ernst Ligteringen no lançamento do Relatório de 2007
“As diretrizes da GRI são como
guias para aprimorarmos cada
vez mais a gestão da sustentabilidade do nosso negócio, que,
além de gerar a energia mais
limpa da matriz brasileira, promove o desenvolvimento das
pessoas que trabalham na empresa, aumenta o cuidado com
a natureza do nosso entorno,
incentiva a economia da região
e participa de esforços coletivos
para a inclusão social daqueles
que ainda não têm seus direitos fundamentais garantidos”,
disse Samek.
A Itaipu também colabora
com a ampliação ou melhoria
dos indicadores da GRI. Representando o Brasil no Grupo
Consultivo formado por 15
pessoas de vários países, Heloisa Covolan integra um projeto da GRI e do Banco Mundial para estudar os indicadores
de gênero.
Conferência
Internacional do
Instituto Ethos
Jorge Samek e Nelton Friedrich também participaram
de oficina da Conferência Internacional do Instituto Ethos
e foram recebidos pelo presidente da entidade, Ricardo
Young. A Itaipu ainda integrou
o estande da Eletrobrás, que
foi a maior patrocinadora do
evento, e distribuiu brindes
elaborados pela comunidade
indígena ava guarani aos
mais de 1.200 participantes
do evento.
Antes do encerramento,
os diretores da Itaipu receberam o Compêndio de Sustentabilidade das Nações, das
mãos da autora da obra, Anne
Louette.
O trabalho apresenta indicadores desenvolvidos por
vários países para medir o índice do bem-estar das populações, indo além dos índices
puramente de crescimento
econômico, como o Produto
Interno Bruto (PIB). Movimento desencadeado a partir do
Butão, país asiático situado
entre a China e a Índia, em
contraposição ao índice PIB,
introduz o índice FIB (Felicidade Interna Bruta).
O livro, com patrocínio da
Itaipu e outras entidades, seria lançado em Curitiba no dia
21 de julho, na sede do Sesi/
Fiep.
CULTIVANDO ÁGUA BOA
12
NOVEMBRO DE 2009
zTECNOLOGIA
Laboratório Ambiental da Itaipu
inova métodos de exames clínicos
Farmacêutica-bioquímica e equipe desenvolvem teorias e procedimentos únicos na biologia e meio ambiente
O protozoário Acanthamoeba spp., causador de doenças
que podem ser fatais, como ceratite e encefalite, leva uma
média de 30 a 40 dias para ser
identificado em exames tradicionais. Porém, a pesquisa, aliada à vontade de aperfeiçoar e
criar novos métodos, levou os
biólogos e bioquímicos do Laboratório Ambiental da Itaipu
a descobrir uma técnica para
reduzir esse tempo para apenas
48 horas.
É apenas um exemplo dos
conhecimentos desenvolvidos
no Laboratório Ambiental da
Itaipu transmitidos no 1° Curso sobre Técnicas Laboratoriais
Aplicadas em Amostras Biológicas Ambientais, realizado em
julho, com participação de 32
pessoas, entre profissionais da
área, acadêmicos, professores e
representantes do Parque das
Aves e da Vigilância Sanitária
de Foz do Iguaçu.
Para o professor de Biome-
Leonilda Correia dos Santos, responsável pelo Laboratório Ambiental da Itaipu: referência em novos métodos
dicina da Uniamérica, Ney Carlos Lucca, o curso foi “uma excelente oportunidade de agregar novos valores em relação a
exames laboratoriais nas áreas
de zoologia e meio ambiente.
As ideias apresentadas vão me
ajudar em pesquisas que vou
desenvolver, além de serem
novos conhecimentos que poderei passar para meus alunos.”
No curso também foi apre-
sentado o método do Exame a
Fresco, criado pelo Laboratório Ambiental e que serve para
identificar infecções bacterianas a partir de um simples hemograma.
Segundo a farmacêutica e
bioquímica Leonilda Correia dos
Santos, responsável por essas e
outras descobertas, o curso mostrou que o laboratório começa a
se consolidar como referência no
campo da pesquisa e desenvolvimento de novos métodos de
exames laboratoriais.
Para a farmacêutica e bioquímica Michelle Pires Cubilla,
“o curso ofereceu uma visão
multiprofissional, envolvendo
técnicas das áreas ambiental e
de animais, mas que também
podem ser utilizadas em exames humanos”.
Michelle, que também é bolsista em pesquisa pelo Parque
Tecnológico Itaipu, acredita que
as teorias e os métodos desenvolvidos por Leonilda são únicas. “Ela tem uma visão direcionada para a pesquisa privilegiada. Com seus novos métodos, ela acaba revendo e melhorando várias técnicas laboratoriais, ocasionando um avanço
inevitável na área.”
Os participantes do curso
receberam, ainda, 280 arquivos
com artigos científicos, fotos,
legislação e apostilas diversas.
PALESTRA DE PETER HECK
Jogar lixo fora é enterrar dinheiro
No dia 22 de julho, o professor Peter Heck, coordenador do Programa de Mestrado
Internacional em Gestão de Resíduos Sólidos da Universidade de Trier, Alemanha, proferiu
palestra na Unioeste para autoridades, técnicos da Itaipu e
catadores de materiais recicláveis.
“Quando enterramos o lixo
orgânico, estamos enterrando
dinheiro”, afirmou Peter Heck,
sugerindo que grande parte dos
resíduos orgânicos pode ser
transformada em energia e fertilizante. A palestra abriu as atividades de 2009 do Fórum Regional Lixo e Cidadania da BP
3, que reúne catadores, prefeituras e autoridades.
Heck disse que na Alemanha é
proibida a criação de aterros sanitários para destinar o lixo. “Isso é loucura”, diz. Ao invés de enterrar o
problema, o governo recicla o lixo,
gerando renda e empregos e reduzindo os passivos ambientais. Por lá,
já existem quase quatro mil usinas,
que transformam resíduos orgânicos
em gás, energia e fertilizante. A intenção é chegar a 10 mil até 2020.
Segundo Heck, uma tonelada de
biomassa tem a energia de 50 litros
de óleo e 600 kg de fertilizante. “O
Brasil não precisa de óleo e fertilizante? Então por que joga o lixo
fora? No Brasil, 70% do lixo é orgânico. Apenas 5% dos resíduos não
podem ser aproveitados”, disse.
Segundo o especialista, a experiência da Alemanha pode ser trazi-
Heck
falou para
autoridades,
técnicos da
Itaipu e
catadores
de materiais
recicláveis
da ao Brasil. Ele é diretor de um
instituto que difunde a reciclagem
de lixo orgânico. O instituto tem
parcerias em 21 países e, no Brasil, estuda fazer o tratamento dos
resíduos do Aterro da Cachimba,
na região metropolitana de Curiti-
ba. Com 250 mil habitantes, o município de Colombo, por exemplo,
gera 20 mil toneladas de material
orgânico anualmente. Entre produção de energia, biogás, fertilizantes e créditos de carbono, a cidade deixa de ganhar quase 3 milhões
de reais por ano. “É preciso parar de enterrar dinheiro”, pregou o professor alemão. “Não
precisamos dar nem oxigênio,
só um lugar quente e úmido, e
as bactérias fazem todo o trabalho de graça.”
NOVEMBRO DE 2009
CULTIVANDO ÁGUA BOA
25
NO RITMO DO CAB
BIODIVERSIDADE,
NOSSO PATRIMÔNIO
CONSERVAÇÃO E MANEJO DE
ANIMAIS SILVESTRES
„Nascimento de dois veados-bororó, duas harpias (uma não sobreviveu), um cervo-do-pantanal e duas
jaguatiricas gêmeas.
MONITORAMENTO
DA ICTIOFAUNA
„Monitoramento radiotelemétrico pela equipe da Divisão de Reservatório com downloading dos dados
armazenados, coleta e marcação de
peixes, para análise de consultoria
especializada.
„Instalação de estruturas para
captura e amostragem de peixes junto ao Canal de Águas Bravas.
OPERAÇÕES DE RESGATE
„Com relação às operações de
resgate em unidades geradoras, no
período foram realizadas 16 operações, totalizando 4.796 exemplares
de 16 espécies.
CONSERVAÇÃO/RECUPERAÇÃO
DE ÁREAS PROTEGIDAS
„Continuidade dos trabalhos de
recuperação florestal das áreas protegidas da Itaipu com plantio de 4,53
ha (3,82 hectares no Refúgio Biológico Bela Vista e 0,1 hectare na Faixa
de Proteção do Reservatório, totalizando 11.225 mudas plantadas).
„ Manutenção florestal em
117,09 hectares do Refúgio Biológico Bela Vista, objetivando o pleno desenvolvimento dos reflorestamentos
já implantados.
PRODUÇÃO E
EXPEDIÇÃO DE MUDAS
„Foram produzidas e faturadas
42.000 mudas de três espécies no
Viveiro Florestal de Foz do Iguaçu. O
estoque atual de mudas é de 352.100
unidades de 68 espécies, em três diferentes estágios de crescimento.
„Expedidas a campo 56.500 mudas.
LABORATÓRIO DE SEMENTES
„Coletados 38,98 quilos de sementes de 9 espécies arbóreas. O
estoque atual é de 246,19 kg de sementes de 71 espécies.
„Doado 1,89 quilo de sementes ao
Horto Municipal de Foz do Iguaçu.
„A meta de 34.000 hectares de
área conservada estabelecida no período foi integralmente atendida,
tendo sido realizadas as seguintes
atividades:
ŠManejo e conservação florestal:
poda de condução em 45.633 m de
extensão na Faixa de Proteção do
Reservatório.
ŠCombate a incêndio florestal em
área de 3,5 ha em S. Terezinha.
Coleta, seleção e armazenamento de sementes, nascimento de
animais silvestres, produção e plantio de mudas envolvem a população
na preservação e reconstituição do meio ambiente natural
MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO AMBIENTAL
LABORATÓRIO AMBIENTAL
„56 exames no setor de controle nos postos de trabalho.
„252 exames nos setores de conservação
e manejo de animais silvestres, operação do
Zoológico Roberto Ribas Lange e monitoramento da ictiofauna.
„297 exames na operação do Laboratório
Ambiental e 149 exames no setor de Vigilância
Epidemiológica.
„15 exames no setor de implantação do
uso de plantas medicinais e fitoterápicos.
MONITORAMENTO DO
RESERVATÓRIO E AFLUENTES
„Acompanhamento da campanha de mo-
nitoramento da qualidade da água do reservatório.
„Realizada campanha de monitoramento
de tanques-rede.
„Finalizado o manual de especificação
técnico-operacional de monitoramento participativo de rios e todo o material necessário
para incubação das empresas de monitoramento junto à Fundação Parque Tecnológico
Itaipu.
„Realização de campanha de campo para
coleta de amostras e início do processamento
de dados.
„Inspeção de campo em cada uma das
estações visando às melhorias a serem efetuadas.
CULTIVANDO ÁGUA BOA
24
NOVEMBRO DE 2009
CULTIVANDO ÁGUA BOA
NOVEMBRO DE 2009
13
NO RITMO DO CAB
PLANTAS MEDICINAIS
E FITOTERÁPICOS
IMPLANTAÇÃO DO
USO NOS MUNICÍPIOS
„Realizados dois módulos
teóricos e quatro práticas ambulatoriais para médicos, dentistas, nutricionistas e outros
profissionais, com vistas à utilização da fitoterapia no atendimento à saúde, especialmente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
VISITA AO VIVEIRO
DA EMPRESA CHAMEL
„Em visita técnica realizada no viveiro de mudas medicinais da empresa Chamel, o
Projeto de Plantas Medicinais
recebeu 500 mudas de espinheira santa para multiplicação
no horto da Itaipu. As mudas
produzidas serão utilizadas
para produção de plantas desidratadas no Ervanário da Itaipu e doadas a agricultores da
região.
RECEPÇÃO DE
VISITAS TÉCNICAS
„O projeto recebeu visita
técnica de representantes da
Prefeitura de Enéas Marques,
Ato simbólico envolveu e empolgou milhares de pessoas nos 29 municípios da BP3...
... e as crianças em festa lançaram os balões com as sementes
zDIA DA ÁRVORE
Balões espalham sementes
sobre os municípios da BP3
A idéia partiu dos gestores de educação ambiental dos 29 municípios da BP3
dos coordenadores da Secretaria de Meio Ambiente do
Paraná (SEMA) e de participantes de cursos realizados
pelo Centro Integrado de
Educação, Natureza e Saúde
(ACIENS). Os visitantes conheceram as atividades do Ervanário da Itaipu e os processos empregados na desidratação de plantas medicinais,
bem como o trabalho realizado pela empresa no setor.
„O projeto também recebeu
visitas técnicas de representantes do setor metalúrgico da Bélgica e turistas franceses interessados em conhecer as atividades desenvolvidas pela Itaipu
na área de plantas medicinais
e outros projetos socioambientais.
AUMENTO EXPRESSIVO
DO CONSUMO
„Em Santa Helena, o Comitê Gestor do Cultivando Água
Boa constatou aumento de 40%
para 82% na utilização de plantas medicinais e fitoterápicos
em função do trabalho desenvolvido pelo Projeto de Plantas
Medicinais da Itaipu e parceiros.
INCENTIVO À
AGRICULTURA FAMILIAR
„ Dando continuidade à
política de incentivo à agricultura familiar para produção de
plantas medicinais na BP3,
com ênfase na atenção básica
à saúde, a Itaipu produziu e
distribuiu mais 5.492 mudas só
nos meses de agosto e setembro.
PARTICIPAÇÃO NA SIPAT
„Projeto Plantas Medicinais
participou da Semana Interna
de Prevenção de Acidentes de
Trabalho na Itaipu doando
mudas de espécies medicinais
para os funcionários.
Plantas medicinais contra o tabagismo
Quem fuma sabe:
largar o vício do cigarro não é nada fácil,
ainda mais para quem
não pode pagar um
tratamento à base de
medicamentos importados tidos como revolucionários, ou sequer encontra palavras de incentivo entre amigos
e familiares. Mas, em Foz do
Iguaçu, um tratamento inédito e gratuito oferece medicamentos 100% naturais e muitos ombros amigos. Com a ajuda da Itaipu, profissionais de
dois postos municipais de saúde incluíram plantas medicinais no tratamento antitabagis-
ta. Os fitoterápicos são doados
pela Itaipu e complementam a
ação de remédios alopáticos
(químicos) e das terapias de
grupo. Para quem participa, fumaça, agora, só a da infusão
das ervas no preparo dos chazinhos. “Os resultados são muito positivos”, garantem os responsáveis pelo projeto.
O Dia Mundial da Árvore (21 de setembro)
ganhou tons de celebração da natureza e até
ares de feriado nos municípios da BP3. Em cada
uma das 29 cidades da BP3 foram soltos, simultaneamente,
mil balões biodegradáveis com
sementes de árvores nativas,
como ipê, angico, paineira e
aroeira, entre outras.
A idéia partiu dos gestores
de educação ambiental dos 29
municípios da BP3. Itaipu assumiu, forneceu os balões e as sementes e as transportou até os
locais de lançamento aos ares
da região.
Não se trata de apresentar
isto como método eficiente de
plantar árvores, que pode funcionar apenas em determinados
ambientes e com determinadas
espécies de árvores. O gesto da
Itaipu e parceiros no Cultivando Água Boa foi mais simbólico do que prático, até porque
em cada balão foram lançadas
duas sementes. Como disse na
ocasião o diretor de Meio Ambiente da Itaipu, Nelton Friedrich, “o simbolismo é forte,
mas não de ficar restrito
ao dia 21 de setembro,
pois todo dia deve ser
dia da árvore, plantando
ou adotando uma. O
mundo só vai resolver o seu
grande problema se reassumir
a sintonia com a natureza, e
dentro dela a árvore tem um
Anna Rebeca Macedo Mazzarollo
LABORATÓRIO HERBARIUM
„Representantes da Itaipu
e Sustentec reuniram-se com o
Laboratório Herbarium, em
Curitiba, para negociação de
venda de plantas medicinais
produzidas por agricultores orgânicos da Bacia Hidrográfica
do Paraná 3. O Laboratório Herbarium é o maior produtor de
fitoterápicos do Paraná, portanto um potencial comprador da
produção de plantas medicinais
incentivada pelo projeto da Itaipu, que, além da produção, tem
se preocupado com a comercialização dos produtos. Entre as
plantas de interesse do laboratório estão o guaco, a espinheira santa e azedoaria, que já podem ser produzidas pelos agricultores e comercializadas com
o laboratório para produção de
medicamentos fitoterápicos.
Estufa de ervas
medicinais;
Laboratório de
Extrato Seco;
cultivo,
processamento e
produtos prontos
para distribuição,
consumo e saúde
popular
papel decisivo”.
Ou como entendeu a diretora da Escola Padre Luigi, de
Foz do Iguaçu, Paulina Simões:
“É uma forma lúdica de as crianças compreenderem a importância da árvore e da preservação do meio ambiente.”
“Vai ajudar a nascer mais árvores”
Em Medianeira, crianças de todas as escolas municipais e estaduais se reuniram na praça central da cidade para soltar os balões, ao
som da fanfarra do Colégio Estadual João Manoel Mondrone. “É importante, vai ajudar a nascer mais árvores na natureza”, disse Iuri, de
10 anos, da 4ª série da Escola Monteiro Lobato. Feita a contagem
regressiva, o céu de Medianeira se coloriu de verde, amarelo, azul e
vermelho, as cores de Itaipu. Em Marechal Cândido Rondon também
teve festa, com participação de cerca de 300 estudantes. O ato incluiu apresentações culturais, o lançamento dos programas Berçário
Natural e Aquecedor Solar Ecológico e entrega das lixeiras ecológicas
às escolas públicas e ao parque Anitta Wanderer. “Resolvemos integrar todas as ações voltadas ao meio ambiente e ao turismo, que
agregam um mesmo projeto”, disse Celiria Smaniotto, gestora ambiental da Itaipu e funcionária da Secretaria de Educação
da Prefeitura de Marechal Rondon.
14
CULTIVANDO ÁGUA BOA
Autoridades, lideranças e técnicos presentes na sessão de abertura do evento
Condomínio de Agroenergia da
Agricultura Familiar em Rondon
“É uma oportunidade que os agricultores não podem deixar escapar”, afirma produtor rural
Os dejetos, ao invés de poluidores do meio ambiente, passarão a ser
fonte de biogás – combustível que
movimentará uma microcentral termelétrica. O projeto utiliza tecnologias desenvolvidas na região para biodigestores, tubulações de gás e motogeradores.
O custo estimado para as obras
nas propriedades e na construção da
microcentral (que será também uma
estrutura voltada ao ensino e à pesquisa) é de cerca de R$ 29 mil por
propriedade, totalizando R$ 1,1 milhão. A Itaipu e demais parceiros se
responsabilizam pelo projeto, assistência técnica, materiais e equipamentos de construção, cabendo aos
agricultores a mão-de-obra.
Para o agricultor Gedson Vargas,
dono de uma propriedade de 16 hectares e dedicado à produção de leite,
“o condomínio é uma oportunidade
que os agricultores não podiam deixar escapar, porque estamos recebendo tudo, e nós só temos que trabalhar. Vai ser muito bom para nós”.
O diretor-geral brasileiro da Itaipu, Jorge Samek, destacou “o caráter social do projeto, que proporciona novas fontes de receita para o produtor rural, com a venda de energia,
produção de biofertilizante e venda
de créditos de carbono”.
SANEAMENTO
O projeto é um passo a mais no
saneamento ambiental que vinha
sendo adotado no Ajuricaba, uma das
microbacias alvo do CAB. Conforme
o superintendente de Energias Renováveis da Itaipu, Cícero Bley Jr., o
projeto foi preparado e discutido ao
longo de cinco meses pelos técnicos
das instituições envolvidas e responde ao grande desafio que é inserir o
pequeno produtor no mercado da
agroenergia. “É um projeto que pode
ser facilmente replicado em outras
partes do país”, disse Cícero.
Projeto é levado a
encontro da FAO em Roma
No dia 28 de outubro, o superintendente de
Energias Renováveis, Cícero Bley Jr., e especialistas em agroenergia de outros continentes encontraram-se em Roma, Itália, para apresentar
propostas de combate à pobreza por meio da
bioenergia. O encontro foi convocado pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e
Alimentação (FAO), para tratar do seguinte tema:
“Como projetar, implementar e replicar iniciativas de bioenergia de pequena escala orientada
a um meio de vida sustentável na área rural”.
Nas últimas três décadas, a bioenergia tem
ocupado muito o interesse em sua difusão por
parte da ONU e suas agências, com as quais a
Itaipu mantém estreito relacionamento, como a
FAO, a Onudi e a Unesco.
No encontro de Roma, Itaipu, representada
por Cícero Bley, foi convidada a expor o projeto
do Condomínio de Agroenergia para Agricultura
Familiar. Além de fazer a apresentação do projeto, Cícero Bley se reuniu com especialistas em
busca de recursos para a criação de condomínios semelhantes em outras regiões do Paraná.
Cícero Bley, coordenador de Energias Renováveis da Itaipu, expõe o projeto do condomínio
CULTIVANDO ÁGUA BOA
NOVEMBRO DE 2009
23
Obras de manutenção da infra-estrutura, como no acesso à usina, jardinagem nos
estabelecimentos da Itaipu, coleta e destinação adequada de materiais recicláveis
Autoridades e agropecuaristas conhecem o projeto na maquete da bacia do Ajuricaba
zPIONEIRISMO
No dia 13 de agosto, em Marechal Cândido Rondon, cerca de 300
pessoas, entre agricultores e autoridades federais, estaduais e municipais, participaram do ato de lançamento de um projeto pioneiro no país:
o Condomínio de Agroenergia da
Agricultura Familiar. Entre os presentes estiveram o prefeito de Rondon,
Moacir Froehlich, o secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento
do Paraná, Walter Bianchini, o diretor-geral da Itaipu, Jorge Samek, e o
superintendente de Energias Renováveis da Itaipu, Cícero Bley Jr.
Resultado de uma parceria entre
a Itaipu Binacional, Prefeitura de
Rondon, Secretaria de Estado da
Agricultura, Copel, Emater, Iapar,
Embrapa, Fundação Parque Tecnológico Itaipu (FPTI) e Instituto de Tecnologia Aplicada e Inovação, o projeto permitirá que 41 propriedades
familiares estabelecidas às margens
do Rio Ajuricaba, município de Rondon, utilizem dejetos da agropecuária para gerar energia para consumo
próprio e para venda à Copel de eventuais excedentes. Inicialmente, porém, toda a energia será vendida à
Copel, que paga por ela preço superior ao da energia que a empresa vende aos agricultores.
NOVEMBRO DE 2009
NO RITMO DO CAB
GESTÃO POR
BACIAS HIDROGRÁFICAS
PRÁTICAS
CONSERVACIONAIS DE
ÁGUA E SOLO
„Execução de 3,06 km de
cercas em Pato Bragado.
„Calçamento com pedra irregular de 885 metros de estradas em Pato Bragado.
„Cascalhamento de 12,27
km de estradas em Ouro Verdedo Oeste.
SANEAMENTO RURAL
„Coleta e destinação adequada, nos últimos quatro meses, de 20.322 toneladas de dejetos em 11 municípios, atendendo e beneficiando 651 produtores rurais.
DIAGNÓSTICO DOS
RECURSOS NATURAIS
RENOVÁVEIS DE
PROPRIEDADES
„Contratação da Empresa
Conceito Assessoria e Planejamento Ambiental, de Marechal
Cândido Rondon, para a revisão
de 630 projetos de adequação
ambiental em propriedades rurais nos municípios de Marechal
Cândido Rondon, Medianeira,
Céu Azul, Quatro Pontes, Pato
Bragado e Matelândia.
„Contratação, pela Funda-
ção Parque Tecnológico Itaipu,
por meio de convênio, de novas empresas incubadas de Projetos Ambientais e Educação
Ambiental para execução das
ações previstas no referido convênio. Foram contratadas as
empresas: Habitat e Nativa, de
Foz do Iguaçu; Trovo e Viana,
de Cascavel; e TecBio, de Marechal Cândido Rondon.
„Encontro técnico com acadêmicos de Agronomia da Unioeste de Marechal Cândido Rondon para ajustes metodológicos
de forma a agilizar o processo
de elaboração de projetos de
adequação ambiental de propriedades rurais dentro do convênio firmado entre Itaipu e Unioeste.
„Desenvolvimento de tratativas em conjunto com a área
jurídica e de compras para viabilizar e formalizar a seleção de
parceiros para a continuidade
dos diagnósticos dos recursos
naturais renováveis de propriedades rurais em convênio com
universidades da região.
INFRAESTRUTURA
EFICIENTE
„Manutenção do sistema
viário da Itaipu com serviços de
prevenção e correção, especialmente de drenagem pluvial, sinalização horizontal e vertical,
meio-fio, cercas, muros, calçadas, estrada de acesso e vias
internas da usina.
„Manutenção dos sistemas
elétrico e hidráulico na usina.
„ Correção do pavimento
com pedra no Refúgio Biológico Bela Vista, Parque da Piracema e no estacionamento dos
visitantes.
„Entregue o estudo de alternativas de acesso à Universidade de Integração LatinoAmericana (UNILA) pela empresa Dalcon Engenharia Ltda.,
aceita pela Diretoria da Itaipu.
„Reurbanização da Avenida
Tancredo Neves, que dá acesso
à usina.
COLETA E DESTINAÇÃO
DE RESÍDUOS SÓLIDOS E
VARRIÇÃO
„Coleta de lixo, varrição de
ruas, praças e avenidas, poda de
árvores, recolhimento de entulhos
orgânicos e inorgânicos. Lixo orgânico coletado: 23.730 kg.
MANUTENÇÃO
DO SISTEMA ELÉTRICO
„Confecção de eletroduto e
instalação no painel do religador
do alimentador 14 para lançamento da alimentação auxiliar.
„Reinstalação de conjuntos
de lâmpadas ultra violeta no
Refúgio Biológico Bela Vista.
„Instalação de novo suporte para elevação da altura das
luminárias da barreira de controle na entrada da usina.
„Atendimento emergencial
à ruptura de cabo de aterramento devido à escavação perto do mirante.
„Manutenção da infraestrutura mecânica, hidráulica e
de combate a incêndio.
„Monitoramento da rede de
água tratada das áreas externas
da usina.
„ Apoio aos trabalhos de
abastecimento de água bruta.
„Monitoramento da Esta-
ção de Tratamento de Esgoto do
Centro de Recepção de Visitantes (CRV).
„Manutenção de carrinhos
da Coleta Solidária.
„Limpeza dos poços da estação elevetória do esgoto Bela Vista.
„Lavagem dos módulos da
Estação de Tratamento de Água
e substituição dos tirantes das
cortinas.
„Inspeção geral do funcionamento das bombas das estações elevatórias dos esgotos do
Refúgio Biológico Bela Vista.
„Substituição de bomba da
estação elevatória do Centro ce
Recepção de Visitantes.
„Sondagem do solo do local onde será instalada a Estação de Tratamento de Efluentes para os escritórios da Central Hidrelétrica Itaipu.
SANEAMENTO NA REGIÃO
DESTINAÇÃO ADEQUADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS
A Central de Triagem de Resíduos Recicláveis repassou à Cooperativa dos Agentes Ambientais de Foz do Iguaçu (Coaafi) 13.373 kg
de resíduos sólidos (papel, papelão, plástico, latas, etc.).
CONTROLE DE VETORES DE PRAGAS
„Para manter higienizados os ambientes e o patrimônio, foi feito
controle de pragas e insetos nas edificações do Parque Tecnológico
Itaipu.
„Monitoramento preventivo contra infestações de insetos, roedores e ervas nas subestações das margens brasileira e paraguaia, e
controle de larvas do mosquito da dengue nas áreas de paisagismo e
edificações internas e externas da Itaipu (internas e externas) e do
Floresta Clube.
„Controle de formigas nas áreas de paisagismo reflorestadas do
RBV e nas áreas verdes e edificações de responsabilidade da Itaipu
na Vila “A”.
CULTIVANDO ÁGUA BOA
22
NOVEMBRO DE 2009
GESTÃO DA
INFORMAÇÂO
TERRITORIAL
EXECUÇÃO
2007 – 2009
„Estruturação da Unidade
de Geoprocessamento e da Unidade de Cartografia, com:
„concurso público para seleção e alocação de profissionais capacitados;
„disponibilização de plataformas de software e hardware
adequados;
„disponibilização de conjunto de informações territoriais (banco de imagens satelitais
e base cartográfica) apropriados;
„ Atendidas, em 2007,
10.766 demandas, e, 2008,
14.596 demandas pela Unidade de Geoprocessamento e Unidade de Cartografia, com desenvolvimento de atividades
como elaboração de mapas temáticos e topográficos, impressões de material geográfico,
gravações de CD´s/DVD´s com
informações geográficas, execução de atualizações na Base
Cartográfica, atualizações de
informações em SIG, levantamentos topográficos na região
de influência da Itaipu, participação em reuniões e eventos
externos.
SISTEMATIZAÇÃO DAS
INFORMAÇÕES
TERRITORIAIS E
HISTÓRICAS
„Sistematização do processo de concessão de áreas de Uso
Múltiplo na Faixa de Proteção
e Reservatório (aplicação OFP)
e Controle dos Marcos da Poligonal Envolvente;
„sistematização do processo de elaboração dos projetos
de Adequação Ambiental em
Propriedades Rurais da BP3
(aplicação SIG@LIVRE), com
armazenamento de informações de 5.213 projetos;
„desenvolvimento da aplicação CPTT – Cadastro de Projetos Técnicos e Temáticos, elaborados de Unidade de Geoprocessamento e Unidade de Cartografia, visando organizar e
agilizar a recuperação de trabalhos já realizados por essas unidades, facilitando a elaboração
de novas versões desses projetos;
„desenvolvimento da aplicação PMI - Portal de Mapas
Itaipu para facilitar e democratizar o acesso às informações
territoriais e ambientais da área
de influência da Itaipu;
„participação com o Ministério do Desenvolvimento Agrário no desenvolvimento da metodologia do Pronaf Sustentável e coordenação no desenvolvimento
da
aplicação
SIG@LIVRE SUSTENTÁVEL,
para gestionar os dados desse
programa.
OPERAÇÃO DA UNIDADE
DE GEOPROCESSAMENTO
Atendimento de pedidos de
diversas áreas de programas da
Itaipu, prefeituras e instituições
de ensino superior, foram elaborados trabalhos temáticos
contendo informações geográficas da Área Prioritária e da
Bacia do Paraná 3.
15
NO RITMO DO
NO RITMO DO CAB
OBJETIVO
Manter, disponibilizar e
evoluir o acervo de informações cartográficas e geográficas, com confiabilidade e
integridade, da região de influência da Itaipu, subsidiando a tomada de decisão para
adequada evolução da gestão
territorial e ambiental da Entidade.
A seguir, é presentada lista dos principais trabalhos e
atividades desenvolvidas e a
desenvolver nas 4 ações do
programa, considerando execução no período de 20072009 e planejamento para o
período 2010-2011.
CULTIVANDO ÁGUA BOA
NOVEMBRO DE 2009
CULTIVANDO ÁGUA BOA
„Trabalho conjunto com a
Diretoria de Coordenação e Diretoria Técnica para compatibilização das curvas de nível de
1979, visando subsidiar estudos do alteamento ou deplecionamento do Reservatório;
„trabalho conjunto com a
Diretoria Administrativa visando subsidiar a otimização das
linhas coletivas de transporte
dos empregados da Itaipu;
„convênio com a Agência
Nacional de Águas (ANA) para
codificação das bacias hidrográficas da área de influência da
Itaipu, por meio da utilização
de tecnologia de geoprocessamento e cartografia, com internalização da metodologia de
codificação desenvolvida pela
ANA;
„trabalho conjunto com a
Diretoria Técnica de digitalização do material analógico sobre sondagem geológica anterior à construção da barragem,
visando a modelagem geotécnica com o uso de técnicas de
geoprocessamento e cartografia;
„atualização sistemática do
banco de imagens satelitais da
BP3 por meio de contratação e
de convênios de cooperação;
„digitalização e georreferenciamento dos processo de
concessão de áreas de uso múltiplo na Faixa de Proteção e no
Reservatório:
„digitalização de 7.882 documentos (1.7 Gbytes) sobre
476 processos de concessão;
„relocação de 212 marcos
da Poligonal Envolvente, com
digitalização de 430 documentos (0,6 Gbytes).
A partir desta página, até a 27, são apresentadas
as principais ações desenvolvidas nos três últimos meses,
nos 29 municípios da Bacia Hidrográfica do Paraná 3,
pelos diversos projetos do programa socioambiental
da Itaipu Binacional e seus parceiros
SUSTENTABILIDADE DE
COMUNIDADES INDÍGENAS
TEKOHA OCOY,
SÃO MIGUEL DO IGUAÇU
Portal de mapas
OPERAÇÃO DA UNIDADE
DE CARTOGRAFIA
Em atendimento a pedidos
de diversas áreas formais e programas da Itaipu, foram elaborados 22 trabalhos técnicos, nos
quais se destaca o desenho para
adaptação da alça de acesso à
(Universidade Federal da Integração Latinoamerican (Unila)
a partir do trevo da Vila C, para
acesso provisório de serviço,
além de 49 plotagens de desenhos contendo informações geográficas da Área Prioritária e
da BP3, dentre os quais se destacam:
„Fornecimento de dados da
Estação Base de GPS para levantamentos externos;
„cópias de diversos desenhos com levantamentos efetuados para apoio e subsídios a
diversas solicitações;
„adoção do padrão nacional de armazenamento de dados geográficos de acordo com
metodologia da Comissão Nacional de Cartografia (Concar).
LEVANTAMENTOS
TOPOGRÁFICOS NA BP3
Concluídos 13 trabalhos
de levantamentos topográficos/geodésicos na área de
influência do Reservatório e
regularização imobiliária,
dentre os quais se destacam:
„Verificação de divisas da
Poligonal Envolvente com a Fazenda Paulista em Santa Terezinha de Itaipu;
„levantamentos olanialtimétricos em áreas do Parque
Tecnológico Itaipu (PTI);
„levantamento topográfico
do terreno para o projeto do
Posto da Polícia Florestal/Laboratório de Ictiologia em Santa
Helena;
„estaqueamento e altimetria da área onde será implantado o acesso à Unila pelo trevo da Vila C;
„verificação de divisas em
três lotes da Vila A para alienação.;
„levantamento planialtimétrico em áreas da usina para
subsídio ao projeto de implantação de rede de esgoto;
„levantamento dos limites
para revisão da RDE da Área
Industrial.
„Apoio a confecção de cerca de divisa na aldeia Tekoha
Añetete.
„Nascimento de dois bezerros do plantel bovino.
„Distribuição de sementes
de melancia, melão e pepino.
„Apoio ao preparo de solo
para plantio.
„Produção e distribuição de
106,5 kg de mel à comunidade
Tekoha Añetete.
Segurança alimentar e nutricional
„Apoio ao atendimento semanal de 20 crianças e 20
acompanhantes pelo Programa
de Nutrição Infantil.
„Repasse de 120 cestas básicas à comunidade Tekoha
Ocoy e 14 ao Programa de Nutrição Infantil.
Atividade agropecuária
„Visita de representante da
FAO (Organização das Nações
Unidas para Alimentação e
Agricultura) à aldeia com o
objetivo de conhecer o programa de criação de peixes em tanques-rede pelos índios.
„Repasse de 32m³ de rama
da mandioca para plantio.
Fortalecimento
da cultura ava guarani
„Valorização da mulher indígena por meio do fomento ao
artesanato para comercialização, o que significa importante
fonte de renda e melhoria da
qualidade de vida. Uma compradora assídua é empresa suíça Gebana, que tem sede no
Brasil. O grupo responsável
pelas vendas é composto, em
sua maioria, por mulheres indígenas.
„Venda de árvores da vida
para a Prefeitura de São Miguel
do Iguaçu.
„Formação de grupos de
trabalho para fomento à produção agrícola familiar.
„Apoio à participação dos
artesãos indígenas no SIPAT.
„Filmagens das TVs Cataratas, Naipi, Justiça e Tarobá na
comunidade indígena do
Ocoy, retratando a produção
artesanal e o modo de vida na
aldeia.
TEKOHA AÑETETE,
DIAMANTE DO OESTE
Segurança alimentar
e nutricional
„ Apoio ao atendimento
médio semanal de 33 crianças
pelo Programa de Nutrição Infantil.
Atividade agropecuária
Fortalecimento da
cultura ava guarani
„Apoio aos juízes federais
no planejamento das ações a
serem empreendidas no Projeto Expedição da Cidadania.
TEKOHA ITAMARÃ,
DIAMANTE DO OESTE
Segurança alimentar
e nutricional
„Apoio ao atendimento médio semanal de 26 crianças pelo
Programa de Nutrição Infantil.
Atividade agropecuária
„Repasse de 23 m³ de rama
de mandioca para plantio.
„Reunião entre lideranças
indígenas, representantes da Associação Indígena Tekoha Itamarã, Prefeitura de Diamante do
Oeste e Itaipu para planejamento do plantio de mandioca a ser
comercializada com a Cooperativa Agroindustrial Lar.
Atividades comuns às três comunidades
SAÚDE NA FRONTEIRA
Apoio do grupo de trabalho do
projeto Saúde na Fronteira, da
Itaipu, no desenvolvimento de
curso intensivo para os índios sobre a importância da alimentação e dos benefícios das vacinas
na prevenção de doenças como
gripe, sarampo, paralisia infantil
e malária.
VALORIZAÇÃO DA
CULTURA AVA GUARANI
Produção de DVD pelo Programa Ñandeva com cenas das
danças, músicas e do cotidiano
das três aldeias.
Visita técnica de representante da Itaipu em área indíge-
na argentina com o objetivo de
prestar assistência e repassar
metodologia para o plantio de
mudas frutíferas.
NUTRIÇÃO INFANTIL
Consolidação de canais de
comunicação entre as comunidades indígenas, Itaipu Binacional,
Prefeituras Municipais e demais
parceiros para fortalecer a logística para a nutrição infantil nas
três aldeias.
EXPEDIÇÃO DA CIDADANIA
Cerca de 300 índios receberam documentos pessoais (identidade, CPF, carteira de trabalho
e título de eleitor).
CULTIVANDO ÁGUA BOA
16
NOVEMBRO DE 2009
NO RITMO DO CAB
„O Programa Desenvolvimento Rural Sustentável, em parceria com o Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) e a Agência de Desenvolvimento do Extremo Oeste do Paraná (Adeop), realizou capacitação dos técnicos que trabalharão no Programa Nacional de Fortalecimento da
Agricultura Familiar (Pronaf) Sustentável. A instrução foi realizada em agosto no auditório do
Polo Astronômico Casimiro Montenegro, do (PTI).
Participaram do treinamento 25 pessoas que, a
partir de setembro, realizam os trabalhos de
campo nos municípios da BP3.
APOIO À AQUICULTURA
REGIONAL
„Orientação técnica para
controle do mexilhão dourado
nos tanques-rede para evitar que
o molusco comprometa a eficiência desse sistema de produção de peixe.
„O projeto-piloto do programa, resultado de convênio entre a Adeop e o Ministério
do Desenvolvimento Agrário (MDA), atenderá 2,5 mil propriedades agrícolas nos 29 municípios da BP3. Será uma espécie de laboratório antes de o benefício se estender a
outras regiões do país.
VISITA DA FAO
„José Tobino, representante da FAO (Organização das
Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), visitou Itaipu e conheceu o programa de
aquicultura e pesca, e participou do 2º seminário de peixes
de água doce em São Miguel do
Iguaçu. Tobino elogiou muito o
trabalho de inclusão social e
segurança alimentar, resultado
da criação de peixes em tanques-rede por pescadores e índios.
ATENDIMENTOS
À COMUNIDADE
„Em atendimento à solicitação da Prefeitura de Itaipulândia, foram entregues 2.500
juvenis de pacu aos pequenos
produtores rurais da cidade,
com viveiros escavados subtilizados mas com potencial para
boa produção.
„ Foram entregues 1.500
alevinos de pacu em atendimento à solicitação da 3ª Companhia do 34º Batalhão da Infantaria Motorizado de Guaíra.
Os alevinos foram soltos em viveiros escavados existentes nas
dependências do Batalhão.
„Mais de 40 alunos do curso técnico em aquicultura do
Instituto Federal do Paraná
(IFPR) foram recebidos para
uma visita no Canal da Piracema, onde foram apresentados
os equipamentos, estrutura, fun-
cionalidade e importância na biodiversidade da ictiofauna no Reservatório e no Rio Paraná.
„A TV Tarobá produziu e
veiculou reportagem especial
sobre a cadeia produtiva do
pacu desde a produção do alevino e a engorda até o consumo na merenda escolar.
„Por iniciativa do IAP (Instituto Ambiental do Paraná),
CREA (Conselho Regional de
Engenharia, Arquitetura e
Agronomia) e EMATER/PR
(Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural), foi dado curso de reciclagem em licenciamento ambiental para piscicultura.
„Foi realizado pregão eletrônico para compra de ração
para peixes visando à produção
de alevinos e a manutenção de
matriz durante doze meses,
sendo vencedora a Centro Oeste Rações S/A – Guabi de Sales
Oliveira – SP, e o total de ração
adquirida foi de 61.370 kg.
„Cadastro técnico no IBAMA das colônias de pescadores
e do responsável pelo encami-
nhamento dos processos de licenciamento das áreas aquícolas requeridas pelas colônias.
„Realização de vistoria da
Marinha nas áreas aquícolas.
„ Foi encaminhada, para
formalização, minuta de convênio, plano de trabalho e requisição de compra para o convênio a ser celebrado entre Itaipu, Colônia de Pescadores São
Francisco e Prefeitura de Entre
Rios do Oeste, com o objetivo
de promover a aquicultura no
município.
EVENTOS
„2º Seminário Regional de
Peixe de Água Doce de São Miguel do Iguaçu, com 425 participantes.
„Participação no 1º Concurso de Merendeiras para elaboração de receitas para a merenda escolar à base de peixe.
„ Ministério da Pesca e
Aquicultura realizou a 2ª Oficina Territorial para implantação da política de desenvolvimento da aquicultura e pesca
no Paraná.
CULTIVANDO ÁGUA BOA
21
Capacitação para
o Pronaf Sustentável
PRODUÇÃO DE PEIXES
EM NOSSAS ÁGUAS
BALANÇO DA PRODUÇÃO
„Volume de peixes produzidos em tanques-rede, consumidos ou comercializados pelos pescadores, assentados e índios, foi de 30.675 quilos.
NOVEMBRO DE 2009
Piscicultura em tanques-rede no Lago de Itaipu
prospera, inclusive nas comunidades indígenas,
e atrai eventos da política nacional para o setor
Adequação dos pontos de pesca
„Distribuição de lixeiras e orientação quanto à limpeza e retirada de animais domésticos nos pontos de pesca de Pato Bragado, Santa Helena, Missal e Entre Rios. Foi firmado acordo com as
prefeituras desses municípios para periodicamente fazerem a retirada de lixo.
„Início da adequação dos pontos de pesca 18 ao 22.
„A Prefeitura de Itaipulândia contribuiu com máquinas e operários na adequação do ponto de pesca e se comprometeu com a
retirada mensal do lixo do local.
„Produção e distribuição, pelo Centro de Produções Técnicas,
de DVD sobre o processamento artesanal de pescado.
Estação de Hidrobiologia
„Participação no II Congresso de Produção de Peixes Nativos em Cuiabá, MT, cujo principal objetivo foi adquirir conhecimento técnico para o desenvolvimento da reprodução de peixes
nativos.
„No início de 2009, foi criado um plantel de reprodutores de
pacus, curimbas e jundiás para avaliar o desempenho de maturação dessas espécies em tanques-rede, de acordo com pesquisas
da Unioeste de Toledo, conveniada da Itaipu.
„O grupo forma a primeira das quatro turmas que devem passar pela capacitação. Boa
parte da equipe já tem experiência na área ambiental e, alguns, também nos sistemas de produção agrícola. As instruções ficaram a cargo
de técnicos da Itaipu, Iapar e Adeop. As exposições teóricas abordaram os conceitos e ferramentas do programa, questões ambientais, o
diagnóstico das propriedades e o planejamento
teórico e operacional das ações propostas pelo
Pronaf Sustentável. A capacitação foi complementada com aulas práticas em propriedades
rurais da BP3.
„Caberá aos técnicos levar à prática o
enfoque sistêmico do programa. Eles abordarão os agricultores e farão o levantamento de diversas informações. Entre elas, as
atividades desenvolvidas na propriedade, os
fatores ambientais, a produção, a composição da família, aspectos econômicos e até
dados mais subjetivos. Eles também pesquisarão o que o agricultor deseja para o
seu futuro, quais os seus sonhos.
„A formatação do curso foi feita pela Itaipu.
E não por acaso. A Itaipu assentou a base do
projeto-piloto do Pronaf Sustentável ao desenvolver as ações do Cultivando Água Boa na BP3,
região que foi escolhida pelo governo federal para
testar o programa. Ainda em fevereiro de 2009,
o MDA decidiu usar a experiência da Itaipu chamando a empresa, e também a Adeop, para a
assinatura de um termo de cooperação para a
implantação da fase inicial do programa.
O curso teve boa avaliação em todos os aspectos (organização, instrutores, local, alimentação, etc.), tanto pelos participantes como pelos instrutores.
(Saiba mais sobre o assunto na pág. 10)
EXCURSÃO A
NOVA AURORA
„No dia 8 de setembro, técnicos
do Programa Desenvolvimento Rural Sustentável acompanharam um
grupo de 34 pessoas, entre agricultores, técnicos e estudantes de Foz
do Iguaçu, em visita a três pontos
em Nova Aurora, que tem um programa de apoio às agroindústrias,
entre elas a Empresa Rural Manarin, que assume a missão de “produzir com qualidade respeitando o
meio ambiente e proporcionando
aos consumidores uma vida mais
saudável”.
SIMPÓSIO
SOBRE PLANTIO DIRETO
NA PALHA
„Brasil e Paraguai realizaram
conjuntamente um simpósio sobre
Plantio Direto na Palha com enfoque
na “qualidade garantindo sustentabilidade”. Itaipu participou por meio
do diretor de Meio Ambiente, Nelton Friedrich, que proferiu palestra
na abertura do evento sobre o tema
“Produção integrada de alimentos e
energia para uma nova agricultura”.
EXCURSÃO DO
ASSENTAMENTO S. ISABEL
„No dia 19 de setembro foi feita
excursão com agricultores e técnicos
do Assentamento Santa Isabel, do
município de Ramilândia. Participaram 35 integrantes de projetos apoiados pela Itaipu, como Culturas Alternativas, Agricultura Orgânica,
Agroindústrias, etc., com o objetivo
de difundir técnicas de produção orgânica, diversificação e transformação da produção.
CURSO DE PASTOREIO
RACIONAL VOISIN
„Nos dias 23 a 25 de setembro
foi realizado curso sobre Pastoreio
Racional Voisin para 25 técnicos da
Rede ATER com o professor Luiz Car-
Reunião de criação da Associação de Produtores Orgânicos
de Mundo Novo, MS; comitiva em visita ao Assentamento Santa
Isabel, Ramilândia; e visita de agricultores a agroindústrias de
Nova Aurora, como o Laticínio Manarin (abaixo)
los Pinheiro Filho, em Malrechal Cândido Rondon. O curso foi promovido
pela Sustentec, com apoio logístico
da Itaipu, e organizado por técnicos
da Biolabore e do Capa.
III SEMINÁRIO DE APICULTURA
DO OESTE DO PARANÁ
„No dia 26 de setembro foi realizado o III Seminário de Apicultura do
Oeste do Paraná, na cidade de Santa
Helena, com participação de aproximadamente 300 pessoas. Foi uma realização da Coofamel, Itaipu,, Biolabore,
Sustentec, Emater, Sebrae e Unioeste.
CRIAÇÃO DA ASSOCIAÇÃO DE
PRODUTORES ORGÂNICOS
DE MUNDO NOVO
„Também em setembro foi criada a Associação de Produtores Orgânicos de Mundo Novo, MS. Na assembléia estiveram presentes 36 produtores. A formalização da entidade foi
incentivada pelos trabalhos da Suzete Ferrazza, consultora do Instituto
Maytenus, e pelo técnico da Biola-
bore Etiene Leite Júnior, que presta
serviço de assistência técnica e extensão rural nesse município.
FERRAMENTAS
E ESTRATÉGIAS
DA REDE ATER
„Realizado o 2º Módulo de Capacitação dos técnicos da Rede ATER,
com foco no tema Sistemas Agroflorestais, escolhido pelos técnicos em
reuniões anteriores ao evento.
Esta capacitação contou com
apoio financeiro da Produtores Associados para o Desenvolvimento
de Tecnologias Sustentáveis (Sustentec) para pagamento das horas
técnicas e despesas de viagem da
instrutora Fabiana Mongeli Peneireiro.
O curso foi prático e teórico. A
parte prática foi desenvolvida numa
propriedade de produção orgânica
atendida pelo Centro de apoio ao
Pequeno Agricultor (Capa). Foram
capacitados 29 técnicos da Biolabore, do Capa e da Itaipu Binacional.
CULTIVANDO ÁGUA BOA
20
NOVEMBRO DE 2009
NOVEMBRO DE 2009
CULTIVANDO ÁGUA BOA
17
NO RITMO DO CAB
COLETA SOLIDÁRIA
Nas imagens, aprendizado teórico e prático de bioarquitetura;
abaixo, seminário e feira sobre sementes no Paraguai
NO RITMO DO CAB
DESENVOLVIMENTO
RURAL SUSTENTÁVEL
INCENTIVO À PRODUÇÃO
E CONSUMO DE
ALIMENTOS ORGÂNICOS
„Formação do Comitê Gestor do Cultivando Água Boa em
Diamante do Oeste. O programa mobilizou 30 pessoas para
esse evento, no qual foram discutidas as diretrizes para o
Programa de Desenvolvimento Rural Sustentável no município.
DESENVOLVIMENTO DA
AGRICULTURA FAMILIAR
„Realização da Assembléia
Geral da Cooperativa Agrofa-
miliar Solidária dos Apicultores
da Costa Oeste do Paraná (Coofamel) em Santa Helena, onde
foram apresentados os resultados das ações em 2009 e definidas as metas para o próximo
semestre.
XIV FEIRA AGROECOLÓGICA
„A Feira foi realizada no
Centro de Educación, Capacitación y Tecnología Campesina
(CECTEC) na comunidade de
Pirapey, Departamento de Itapuã, Paraguai.
O evento desenvolveu seminários e apresentações cul-
turais e contou com uma exposição de sementes crioulas
de diversas variedades, muitas
delas próximas de extinção.
Representando o governo do
Paraguai, participaram o Ministro do Meio Ambiente e o
Vice-Ministro da Agricultura e
uma equipe de funcionários da
Itaipu (Diretoria de Coordenação). Além da Itaipu, a comitiva representava também duas
instituições ligadas à agroecologia no Brasil: o ITEPA, representado por Nildemar Gonçalves da Silva, e o Fórum Oeste,
representado por Salete Zilio.
No decorrer do evento, várias
reuniões e contatos foram feitos com instituições, autoridades, estudantes do Paraguai e
da Argentina, com objetivo de
criar o Comitê Gestor de Agroecologia na fronteira dos três
países.
REDE DE
ASSISTÊNCIA TÉCNICA
E EXTENSÃO RURAL
„Realização do II Módulo
de Capacitação da Rede ATER
(Assistência Técnica e Extensão
Rural) em Marechal Cândido
Rondon sobre o tema Sistemas
Agroflorestais.
„Realizado encontro da Rede
de ATER (CAPA, Biolabore, Sustentec, DESER, Instituto Maytenus e Itaipu) para definição de
estratégias e ferramentas para a
agricultura orgânica na BP3.
„Realizado o primeiro curso para formação de técnicos
para atuar no Pronaf Sustentável na BP3, no Pólo Astronômico do PTI, promovido pela
Agência de Desenvolvimento
Regional do Extremo Oeste do
Paraná (ADEOP) para 25 profissionais da região.
ENTREGA
DE SEMENTES
„A Unidade de Beneficiamento de Sementes do IAPAR de
Palotina doou 500 kg de semente de cobertura à Fazenda da Esperança, de Toledo. O programa
Desenvolvimento Rural Sustentável foi responsável por reali-
zar o intermédio dessa doação
para a Fazenda da Esperança,
que atende jovens alcoólatras e
dependentes químicos.
CURSO DE
BIOARQUITETURA
„Entre os dia 25 a 30 de setembro foi ministrado curso de
Bioarquitetura pelo Tibá – Tecnologia Intuitiva e Bio-Arquitetura do Rio de Janeiro. O início
se deu com palestra para estudantes de arquitetura, técnicos
e agricultores da BP3, e seu desenvolvimento teve lugar em
terreno onde será construída
loja de produtos orgânicos que
seguirá todos os preceitos da bioarquitetura e servirá como
amostra prática desses conceitos. Participaram do curso, com
duração de 40 horas, 20 pessoas, entre técnicos, agricultores,
agentes de extensão e representantes da Prefeitura de Foz do
Iguaçu. No curso foram apresentados conceitos de construção de banheiro seco, plastocimento, adobe, teto-verde, construção com bambu, conceitos
de agroecologia e sistemas
agroflorestais e biogeologia.
COMITÊ GESTOR DE
DIAMANTE DO OESTE
„No dia 28 de agosto foi
realizada a reunião de Formação do Comitê Gestor do Cultivando Água Boa em Diamante
do Oeste, com participação de
30 pessoas ligadas ao Programa Desenvolvimento Rural Sustentável.
EM FOZ DO IGUAÇU
„Começo das gestões e debates
em todos os Centros de Triagem da
Cooperativa dos Agentes Ambientais
objetivando a criação do Comitê Regional de Catadores Organizados,
com sede em Foz do Iguaçu.
„Desenvolvimento de discussões
da proposta de transformação da
Cooperativa dos Agentes Ambientais de Foz do Iguaçu (COAAFI) em
entidade com o título de Utilidade
Pública.
„Participação no debate em torno da situação dos carroceiros de Foz
do Iguaçu, segmento ainda não participante da cooperativa, quanto à
utilização de suas carroças na coleta
de materiais recicláveis.
ENTREGA DE CARRINHOS
ELÉTRICOS
„O projeto Coleta solidária fez
entrega de carrinhos elétricos às organizações de catadores dos municípios de Cascavel, Vera Cruz do
Oeste e Santa Helena, Céu Azul, Santa Terezinha de Itaipu, Medianeira,
Palotina, Marechal Cândido Rondon
e Cascavel. Junto à entrega foi feito
trabalho de demonstração do funci-
onamento e mecanismos dos carrinhos, em convênio com o Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis, e capacitação dos
catadores para a operação do equipamento, em conjunto com o Instituto Lixo e Cidadania.
EM CASCAVEL
„Reinauguração da Central de
Processamento e Transferência de
Materiais Recicláveis Ecolixo e entrega de carrinhos elétricos.
„A Cooperativa dos Trabalhadores Catadores de Material Reciclável assumiu a concessão de uso da
estrutura da Ecolixo, sob a denominação de Central de Processamento e Transferência de Materiais Recicláveis. A cooperativa conta com 55 famílias cooperadas,
atendendo, indiretamente, 273
pessoas.
Catadores de recicláveis
de Cascavel na
reinauguração da Central
de Processamento,
com entrega de novos
carrinhos elétricos,
e, em Foz do Iguaçu,
debate para a formação
do Comitê Regional de
Catadores Organizados:
lixo que não é lixo, mas
fonte de renda e
respeito ao meio ambiente
EM NOVA SANTA ROSA
Desenvolvimento de trabalho de
esclarecimento sobre a importância
da formação de uma associação de
catadores no município. A proposta foi bem aceita, prosperou e está
praticamente consolidada.
CADASTRO NACIONAL
II SEMINÁRIO DE CATADORES
O Centro Internacional de Hidroinformática (CIH), em cooperação com a Diretoria de
Coordenação e a Coordenadoria de Energias
Renováveis de Itaipu, entregou no Parque Tecnológico Itaipu (PTI) o Cadastro Nacional de
Catadores de Materiais Recicláveis. Serviço
online elaborado pelo CIHC em software livre,
o sistema vai contribuir diretamente na organização, integração e fortalecimento do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais
Recicláveis (MNCR), além de permitir o acompanhamento da frota de carrinhos elétricos.
Cerca de 200 catadores e técnicos dos
municípios da BP3 realizaram o II Seminário
Regional com o objetivo principal de constituir o Comitê Regional de Catadores Organizados, com sede em Foz do Iguaçu. A criação deste Comitê articula-se com o plano
de consolidação de três comitês regionais
na BP3 – em Foz do Iguaçu, Cascavel e Marechal C. Rondon.
Foi decidido que a entidade terá sede em
Foz do Iguaçu e que o comitê será formado
por um catador por base.
Na Expocatadores 2009, evento
realizado em São Paulo com
participação de 2.000 catadores
do Brasil e da América Latina, a
Itaipu foi premiada com o selo
“Empresa Amiga do Catador”,
em reconhecimento às ações do
Projeto Coleta Solidária, do
Cultivando Água Boa.
CULTIVANDO ÁGUA BOA
18
NO RITMO DO CAB
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
PARA A SUSTENTABILIDADE
CAPACITAÇÃO EM
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
CORPORATIVA
„Distribuição de texto para
reflexão referente ao Dia do
Meio Ambiente a todos os empregados.
„Palestras de Leonardo Boff
a todos os empregados da Itaipu sobre Ética do Cuidado no
Cotidiano (ver pág. 8).
„Elaboração de conteúdos
referentes aos painéis informativos a serem utilizados no Centro de Triagem de Reciclados e
Centro de Armazenagem.
„Palestras de Educação Ambiental e Monitoramento de Resíduos para os novos integrantes do Programa de Iniciação e
Incentivo ao Trabalho (PIIT).
„Desenvolvimento de estudos e discussões para a organização e facilitação dos trabalhos da Rede Corporativa e da
Rede Interna de Educadores
para diálogos e encaminhamentos da pauta coletiva.
„Distribuição à imprensa de
materiais sobre o trabalho de
monitoramento de resíduos da
Itaipu.
„Estudo para a implementação do Plano de Gerencia-
mento de Resíduos Sólidos em
conjunto com a Superintendência de Obras, Saneamento e Divisão de Ação Ambiental.
„Elaboração e distribuição
interna da planilha de monitoramento de resíduos para a
rede interna de educadores, incluindo esclarecimentos de dúvidas sobre a questão.
„Promoção de palestra e
debate sobre monitoramento
de resíduos do projeto Vai e
Vem, dentro das atividades do
Programa de Integração do
Novo Empregado.
„Organização e acompanhamento de visita técnica de
empregados da Itaipu aos projetos socioambientais em andamento na BP3.
„Elaboração de novo mapeamento da Rede Interna de
Educação Ambiental na Central
Hidrelétrica
„Diálogo permanente com
os facilitadores da Rede Interna de Educação Ambiental, com
o objetivo de estimular e fortalecer a responsabilidade socioambiental corporativa, especialmente no que se refere à coleta seletiva.
EDUCAÇÃO AMBIENTAL NAS
ESTRUTURAS EDUCADORAS
DA ITAIPU
„Desenvolvimento de atividades com estudantes de escolas municipais de Foz do Iguaçu, comunidades do entorno
das estruturas e jovens
jardineiros,visando a estimular
o cuidado e a participação nas
questões ambientais.
FORMAÇÃO EM EDUCAÇÃO
AMBIENTAL NA BP3
„Encontro dos participantes do FEA em Foz do Iguaçu
para avaliação e planejamento
das ações do programa para o
período 2009-2010.
„Realização de Oficinas de
Autoestima para moradores do
município de São José das Palmeiras.
„Encontro do Coletivo Educador da BP3 em Cascavel para
planejamento das ações 20092010.
„Participação no VI Fórum
Brasileiro de Educação Ambiental, juntamente com os 58 gestores da Educação Ambiental
da BP3, com apresentação de
trabalhos, participação em
mesa redonda e monitoria no
CULTIVANDO ÁGUA BOA
NOVEMBRO DE 2009
Em colônia de férias, nas estruturas
educadoras da Itaipu (Refúgio Biológico
Bela Vista e Ecomuseu), no contato com
animais e plantas, na brincadeira e
confecção de artesanato, na Rede Interna
Corporativa e na BP3, uma intensa e
extensa atividade de transformação de
consciências e atitudes
estande da Itaipu.
„Realização de três encontros de formação para os educadores ambientais/PAP3 (Pessoas que Aprendem Participando) dos 29 municípios da BP3,
nos núcleos de Foz do Iguaçu,
Toledo e Cascavel, com a pesquisadora Aline Cunha, sobre
metodologias de educação popular segundo a concepção de
Paulo Freire, com participação
de 144 educadores.
„Realização de cinco etapas
das Oficinas do Futuro nos
municípios de Nova Santa Rosa
(Sanga das Antas e Príncipe),
Mercedes (Interbacia Guilherme), Terra Roxa (Córrego Cambu), Toledo (Rio Marreco) e
Santa Terezinha de Itaipu (Interbacia Três Fazendas), com
participação de 162 pessoas.
„Realização de 12 ciclos de
Oficinas do Futuro nas microbacias dos municípios de Toledo, São Pedro do Iguaçu, Missal, Ouro Verde do Oeste e Vera
Cruz do Oeste, com participação de aproximadamente 500
agricultores.
„Realização de três encontros com os educadores ambientais do Programa de Formação de Educadores Ambientais
(FEA) e gestores municipais de
educação ambiental para planejamento, alinhamento, articulação e fortalecimento das ações
educativas.
„O primeiro encontro reuniu os 58 gestores municipais
da educação ambiental para es-
tudo e debate dos seguintes assuntos: Panorama atual do Programa Coleta Solidária na BP3;
elaboração de projeto de captação de recurso para os coletivos educadores municipais;
mobilização para a comemoração do Dia da Árvore; avaliação da participação dos gestores municipais no Fórum Brasileiro de Educação Ambiental no
Rio de Janeiro.
O segundo e o terceiro encontros foram realizados nos
municípios de Santa Terezinha
de Itaipu e Ramilândia, onde os
educadores ambientais do FEA
(Formação de Educadores Ambientais) avaliaram o panorama da educação ambiental e
definiram prioridades, sendo a
principal a consolidação do coletivo educador municipal e
das comunidades de aprendizagem e a efetivação da Sala
Verde.
„Realização do 3º Módulo
do Curso de Gestão da Merenda Escolar para merendeiras
das escolas e centros municipais
de educação infantil da BP3,
nos municípios de Santa Terezinha de Itaipu, Céu Azul, Pato
Bragado e Altônia.
EDUCOMUNICAÇÃO
SOCIOAMBIENTAL
„Reunião com a equipe de
Educação Ambiental e a Divisão de Ação Ambiental, para
tratar dos detalhes do lançamento da segunda edição do
concurso “Receitas Saudáveis
19
das Merendeiras da Bacia do Paraná 3 - Edição Orgânicos”
„Produção e distribuição do
cartaz do concurso e capa do
caderno de “Receitas Saudáveis
das Merendeiras da Bacia do
Paraná 3 - Edição Orgânicos” e
do “Caderno de Educação Ambiental para Sustentabilidade”.
„Participação na produção
de materiais da Divisão de Educação Ambiental dos 25 anos do
Refúgio Biológico Bela Vista –
RBV.
REFÚGIO BIOLÓGICO
BELA VISTA
„Projeto Amigos do Refúgio, formado por um grupo fixo
de 20 crianças residentes no
entorno do Refúgio Biológico
Bela Vista, com as quais são realizadas atividades educativas
quinzenais, no contraturno escolar, por meio de atividades
com programação continuada
ao longo do ano.
„Atividades na trilha dos
sentidos: identificar facilidades
para realização de atividades
com olhar diferenciado para o
nosso entorno; identificar cores, formas e tipos diferentes de
materiais que poderão gerar
artes.
PROJETO ESCOLAS NO RBV
„Voltado para alunos das
4ªs séries das escolas municipais de Foz do Iguaçu, objetivando estimular o cuidado e a
participação nas questões ambientais por meio de atividades
lúdico-educativas tendo como
tema “Água”.
ANIVERSÁRIO
DO REFÚGIO
„Planejamento e realização
de atividades comemorativas
dos 25 anos do RBV, evento que
teve apresentação da peça teatral com o tema “As Histórias
do Refúgio Bela Vista” e oficina
de desenho sobre o aniversário,
com participação dos moradores da comunidade da Vila C.
ECOMUSEU
„Projeto Escolas no Ecomuseu, voltado a alunos de escolas municipais de Foz do Iguaçu, visando a estimular o cuidado e a participação nas questões ambientais.
„Realização de atividades
educativas relacionadas à exposição “Consciência Hídrica” e
“Cultivando Água Boa”.
JOVEM JARDINEIRO
„Educação Ambiental para
grupo de adolescentes (aulas
semanais para grupo fixo).
„Atividades para sensibilizar sobre questões ambientais
e sociais por meio de ações de
educação ambiental fundamentadas no Cultivando Água Boa
e na responsabilidade social
institucional.
„Incentivo a atividades educativas, culturais e de lazer com
os adolescentes do Projeto Jovem Jardineiro, voltadas especialmente à área ambiental.
CULTIVANDO ÁGUA BOA
20
NOVEMBRO DE 2009
NOVEMBRO DE 2009
CULTIVANDO ÁGUA BOA
17
NO RITMO DO CAB
COLETA SOLIDÁRIA
Nas imagens, aprendizado teórico e prático de bioarquitetura;
abaixo, seminário e feira sobre sementes no Paraguai
NO RITMO DO CAB
DESENVOLVIMENTO
RURAL SUSTENTÁVEL
INCENTIVO À PRODUÇÃO
E CONSUMO DE
ALIMENTOS ORGÂNICOS
„Formação do Comitê Gestor do Cultivando Água Boa em
Diamante do Oeste. O programa mobilizou 30 pessoas para
esse evento, no qual foram discutidas as diretrizes para o
Programa de Desenvolvimento Rural Sustentável no município.
DESENVOLVIMENTO DA
AGRICULTURA FAMILIAR
„Realização da Assembléia
Geral da Cooperativa Agrofa-
miliar Solidária dos Apicultores
da Costa Oeste do Paraná (Coofamel) em Santa Helena, onde
foram apresentados os resultados das ações em 2009 e definidas as metas para o próximo
semestre.
XIV FEIRA AGROECOLÓGICA
„A Feira foi realizada no
Centro de Educación, Capacitación y Tecnología Campesina
(CECTEC) na comunidade de
Pirapey, Departamento de Itapuã, Paraguai.
O evento desenvolveu seminários e apresentações cul-
turais e contou com uma exposição de sementes crioulas
de diversas variedades, muitas
delas próximas de extinção.
Representando o governo do
Paraguai, participaram o Ministro do Meio Ambiente e o
Vice-Ministro da Agricultura e
uma equipe de funcionários da
Itaipu (Diretoria de Coordenação). Além da Itaipu, a comitiva representava também duas
instituições ligadas à agroecologia no Brasil: o ITEPA, representado por Nildemar Gonçalves da Silva, e o Fórum Oeste,
representado por Salete Zilio.
No decorrer do evento, várias
reuniões e contatos foram feitos com instituições, autoridades, estudantes do Paraguai e
da Argentina, com objetivo de
criar o Comitê Gestor de Agroecologia na fronteira dos três
países.
REDE DE
ASSISTÊNCIA TÉCNICA
E EXTENSÃO RURAL
„Realização do II Módulo
de Capacitação da Rede ATER
(Assistência Técnica e Extensão
Rural) em Marechal Cândido
Rondon sobre o tema Sistemas
Agroflorestais.
„Realizado encontro da Rede
de ATER (CAPA, Biolabore, Sustentec, DESER, Instituto Maytenus e Itaipu) para definição de
estratégias e ferramentas para a
agricultura orgânica na BP3.
„Realizado o primeiro curso para formação de técnicos
para atuar no Pronaf Sustentável na BP3, no Pólo Astronômico do PTI, promovido pela
Agência de Desenvolvimento
Regional do Extremo Oeste do
Paraná (ADEOP) para 25 profissionais da região.
ENTREGA
DE SEMENTES
„A Unidade de Beneficiamento de Sementes do IAPAR de
Palotina doou 500 kg de semente de cobertura à Fazenda da Esperança, de Toledo. O programa
Desenvolvimento Rural Sustentável foi responsável por reali-
zar o intermédio dessa doação
para a Fazenda da Esperança,
que atende jovens alcoólatras e
dependentes químicos.
CURSO DE
BIOARQUITETURA
„Entre os dia 25 a 30 de setembro foi ministrado curso de
Bioarquitetura pelo Tibá – Tecnologia Intuitiva e Bio-Arquitetura do Rio de Janeiro. O início
se deu com palestra para estudantes de arquitetura, técnicos
e agricultores da BP3, e seu desenvolvimento teve lugar em
terreno onde será construída
loja de produtos orgânicos que
seguirá todos os preceitos da bioarquitetura e servirá como
amostra prática desses conceitos. Participaram do curso, com
duração de 40 horas, 20 pessoas, entre técnicos, agricultores,
agentes de extensão e representantes da Prefeitura de Foz do
Iguaçu. No curso foram apresentados conceitos de construção de banheiro seco, plastocimento, adobe, teto-verde, construção com bambu, conceitos
de agroecologia e sistemas
agroflorestais e biogeologia.
COMITÊ GESTOR DE
DIAMANTE DO OESTE
„No dia 28 de agosto foi
realizada a reunião de Formação do Comitê Gestor do Cultivando Água Boa em Diamante
do Oeste, com participação de
30 pessoas ligadas ao Programa Desenvolvimento Rural Sustentável.
EM FOZ DO IGUAÇU
„Começo das gestões e debates
em todos os Centros de Triagem da
Cooperativa dos Agentes Ambientais
objetivando a criação do Comitê Regional de Catadores Organizados,
com sede em Foz do Iguaçu.
„Desenvolvimento de discussões
da proposta de transformação da
Cooperativa dos Agentes Ambientais de Foz do Iguaçu (COAAFI) em
entidade com o título de Utilidade
Pública.
„Participação no debate em torno da situação dos carroceiros de Foz
do Iguaçu, segmento ainda não participante da cooperativa, quanto à
utilização de suas carroças na coleta
de materiais recicláveis.
ENTREGA DE CARRINHOS
ELÉTRICOS
„O projeto Coleta solidária fez
entrega de carrinhos elétricos às organizações de catadores dos municípios de Cascavel, Vera Cruz do
Oeste e Santa Helena, Céu Azul, Santa Terezinha de Itaipu, Medianeira,
Palotina, Marechal Cândido Rondon
e Cascavel. Junto à entrega foi feito
trabalho de demonstração do funci-
onamento e mecanismos dos carrinhos, em convênio com o Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis, e capacitação dos
catadores para a operação do equipamento, em conjunto com o Instituto Lixo e Cidadania.
EM CASCAVEL
„Reinauguração da Central de
Processamento e Transferência de
Materiais Recicláveis Ecolixo e entrega de carrinhos elétricos.
„A Cooperativa dos Trabalhadores Catadores de Material Reciclável assumiu a concessão de uso da
estrutura da Ecolixo, sob a denominação de Central de Processamento e Transferência de Materiais Recicláveis. A cooperativa conta com 55 famílias cooperadas,
atendendo, indiretamente, 273
pessoas.
Catadores de recicláveis
de Cascavel na
reinauguração da Central
de Processamento,
com entrega de novos
carrinhos elétricos,
e, em Foz do Iguaçu,
debate para a formação
do Comitê Regional de
Catadores Organizados:
lixo que não é lixo, mas
fonte de renda e
respeito ao meio ambiente
EM NOVA SANTA ROSA
Desenvolvimento de trabalho de
esclarecimento sobre a importância
da formação de uma associação de
catadores no município. A proposta foi bem aceita, prosperou e está
praticamente consolidada.
CADASTRO NACIONAL
II SEMINÁRIO DE CATADORES
O Centro Internacional de Hidroinformática (CIH), em cooperação com a Diretoria de
Coordenação e a Coordenadoria de Energias
Renováveis de Itaipu, entregou no Parque Tecnológico Itaipu (PTI) o Cadastro Nacional de
Catadores de Materiais Recicláveis. Serviço
online elaborado pelo CIHC em software livre,
o sistema vai contribuir diretamente na organização, integração e fortalecimento do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais
Recicláveis (MNCR), além de permitir o acompanhamento da frota de carrinhos elétricos.
Cerca de 200 catadores e técnicos dos
municípios da BP3 realizaram o II Seminário
Regional com o objetivo principal de constituir o Comitê Regional de Catadores Organizados, com sede em Foz do Iguaçu. A criação deste Comitê articula-se com o plano
de consolidação de três comitês regionais
na BP3 – em Foz do Iguaçu, Cascavel e Marechal C. Rondon.
Foi decidido que a entidade terá sede em
Foz do Iguaçu e que o comitê será formado
por um catador por base.
Na Expocatadores 2009, evento
realizado em São Paulo com
participação de 2.000 catadores
do Brasil e da América Latina, a
Itaipu foi premiada com o selo
“Empresa Amiga do Catador”,
em reconhecimento às ações do
Projeto Coleta Solidária, do
Cultivando Água Boa.
CULTIVANDO ÁGUA BOA
16
NOVEMBRO DE 2009
NO RITMO DO CAB
„O Programa Desenvolvimento Rural Sustentável, em parceria com o Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) e a Agência de Desenvolvimento do Extremo Oeste do Paraná (Adeop), realizou capacitação dos técnicos que trabalharão no Programa Nacional de Fortalecimento da
Agricultura Familiar (Pronaf) Sustentável. A instrução foi realizada em agosto no auditório do
Polo Astronômico Casimiro Montenegro, do (PTI).
Participaram do treinamento 25 pessoas que, a
partir de setembro, realizam os trabalhos de
campo nos municípios da BP3.
APOIO À AQUICULTURA
REGIONAL
„Orientação técnica para
controle do mexilhão dourado
nos tanques-rede para evitar que
o molusco comprometa a eficiência desse sistema de produção de peixe.
„O projeto-piloto do programa, resultado de convênio entre a Adeop e o Ministério
do Desenvolvimento Agrário (MDA), atenderá 2,5 mil propriedades agrícolas nos 29 municípios da BP3. Será uma espécie de laboratório antes de o benefício se estender a
outras regiões do país.
VISITA DA FAO
„José Tobino, representante da FAO (Organização das
Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), visitou Itaipu e conheceu o programa de
aquicultura e pesca, e participou do 2º seminário de peixes
de água doce em São Miguel do
Iguaçu. Tobino elogiou muito o
trabalho de inclusão social e
segurança alimentar, resultado
da criação de peixes em tanques-rede por pescadores e índios.
ATENDIMENTOS
À COMUNIDADE
„Em atendimento à solicitação da Prefeitura de Itaipulândia, foram entregues 2.500
juvenis de pacu aos pequenos
produtores rurais da cidade,
com viveiros escavados subtilizados mas com potencial para
boa produção.
„ Foram entregues 1.500
alevinos de pacu em atendimento à solicitação da 3ª Companhia do 34º Batalhão da Infantaria Motorizado de Guaíra.
Os alevinos foram soltos em viveiros escavados existentes nas
dependências do Batalhão.
„Mais de 40 alunos do curso técnico em aquicultura do
Instituto Federal do Paraná
(IFPR) foram recebidos para
uma visita no Canal da Piracema, onde foram apresentados
os equipamentos, estrutura, fun-
cionalidade e importância na biodiversidade da ictiofauna no Reservatório e no Rio Paraná.
„A TV Tarobá produziu e
veiculou reportagem especial
sobre a cadeia produtiva do
pacu desde a produção do alevino e a engorda até o consumo na merenda escolar.
„Por iniciativa do IAP (Instituto Ambiental do Paraná),
CREA (Conselho Regional de
Engenharia, Arquitetura e
Agronomia) e EMATER/PR
(Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural), foi dado curso de reciclagem em licenciamento ambiental para piscicultura.
„Foi realizado pregão eletrônico para compra de ração
para peixes visando à produção
de alevinos e a manutenção de
matriz durante doze meses,
sendo vencedora a Centro Oeste Rações S/A – Guabi de Sales
Oliveira – SP, e o total de ração
adquirida foi de 61.370 kg.
„Cadastro técnico no IBAMA das colônias de pescadores
e do responsável pelo encami-
nhamento dos processos de licenciamento das áreas aquícolas requeridas pelas colônias.
„Realização de vistoria da
Marinha nas áreas aquícolas.
„ Foi encaminhada, para
formalização, minuta de convênio, plano de trabalho e requisição de compra para o convênio a ser celebrado entre Itaipu, Colônia de Pescadores São
Francisco e Prefeitura de Entre
Rios do Oeste, com o objetivo
de promover a aquicultura no
município.
EVENTOS
„2º Seminário Regional de
Peixe de Água Doce de São Miguel do Iguaçu, com 425 participantes.
„Participação no 1º Concurso de Merendeiras para elaboração de receitas para a merenda escolar à base de peixe.
„ Ministério da Pesca e
Aquicultura realizou a 2ª Oficina Territorial para implantação da política de desenvolvimento da aquicultura e pesca
no Paraná.
CULTIVANDO ÁGUA BOA
21
Capacitação para
o Pronaf Sustentável
PRODUÇÃO DE PEIXES
EM NOSSAS ÁGUAS
BALANÇO DA PRODUÇÃO
„Volume de peixes produzidos em tanques-rede, consumidos ou comercializados pelos pescadores, assentados e índios, foi de 30.675 quilos.
NOVEMBRO DE 2009
Piscicultura em tanques-rede no Lago de Itaipu
prospera, inclusive nas comunidades indígenas,
e atrai eventos da política nacional para o setor
Adequação dos pontos de pesca
„Distribuição de lixeiras e orientação quanto à limpeza e retirada de animais domésticos nos pontos de pesca de Pato Bragado, Santa Helena, Missal e Entre Rios. Foi firmado acordo com as
prefeituras desses municípios para periodicamente fazerem a retirada de lixo.
„Início da adequação dos pontos de pesca 18 ao 22.
„A Prefeitura de Itaipulândia contribuiu com máquinas e operários na adequação do ponto de pesca e se comprometeu com a
retirada mensal do lixo do local.
„Produção e distribuição, pelo Centro de Produções Técnicas,
de DVD sobre o processamento artesanal de pescado.
Estação de Hidrobiologia
„Participação no II Congresso de Produção de Peixes Nativos em Cuiabá, MT, cujo principal objetivo foi adquirir conhecimento técnico para o desenvolvimento da reprodução de peixes
nativos.
„No início de 2009, foi criado um plantel de reprodutores de
pacus, curimbas e jundiás para avaliar o desempenho de maturação dessas espécies em tanques-rede, de acordo com pesquisas
da Unioeste de Toledo, conveniada da Itaipu.
„O grupo forma a primeira das quatro turmas que devem passar pela capacitação. Boa
parte da equipe já tem experiência na área ambiental e, alguns, também nos sistemas de produção agrícola. As instruções ficaram a cargo
de técnicos da Itaipu, Iapar e Adeop. As exposições teóricas abordaram os conceitos e ferramentas do programa, questões ambientais, o
diagnóstico das propriedades e o planejamento
teórico e operacional das ações propostas pelo
Pronaf Sustentável. A capacitação foi complementada com aulas práticas em propriedades
rurais da BP3.
„Caberá aos técnicos levar à prática o
enfoque sistêmico do programa. Eles abordarão os agricultores e farão o levantamento de diversas informações. Entre elas, as
atividades desenvolvidas na propriedade, os
fatores ambientais, a produção, a composição da família, aspectos econômicos e até
dados mais subjetivos. Eles também pesquisarão o que o agricultor deseja para o
seu futuro, quais os seus sonhos.
„A formatação do curso foi feita pela Itaipu.
E não por acaso. A Itaipu assentou a base do
projeto-piloto do Pronaf Sustentável ao desenvolver as ações do Cultivando Água Boa na BP3,
região que foi escolhida pelo governo federal para
testar o programa. Ainda em fevereiro de 2009,
o MDA decidiu usar a experiência da Itaipu chamando a empresa, e também a Adeop, para a
assinatura de um termo de cooperação para a
implantação da fase inicial do programa.
O curso teve boa avaliação em todos os aspectos (organização, instrutores, local, alimentação, etc.), tanto pelos participantes como pelos instrutores.
(Saiba mais sobre o assunto na pág. 10)
EXCURSÃO A
NOVA AURORA
„No dia 8 de setembro, técnicos
do Programa Desenvolvimento Rural Sustentável acompanharam um
grupo de 34 pessoas, entre agricultores, técnicos e estudantes de Foz
do Iguaçu, em visita a três pontos
em Nova Aurora, que tem um programa de apoio às agroindústrias,
entre elas a Empresa Rural Manarin, que assume a missão de “produzir com qualidade respeitando o
meio ambiente e proporcionando
aos consumidores uma vida mais
saudável”.
SIMPÓSIO
SOBRE PLANTIO DIRETO
NA PALHA
„Brasil e Paraguai realizaram
conjuntamente um simpósio sobre
Plantio Direto na Palha com enfoque
na “qualidade garantindo sustentabilidade”. Itaipu participou por meio
do diretor de Meio Ambiente, Nelton Friedrich, que proferiu palestra
na abertura do evento sobre o tema
“Produção integrada de alimentos e
energia para uma nova agricultura”.
EXCURSÃO DO
ASSENTAMENTO S. ISABEL
„No dia 19 de setembro foi feita
excursão com agricultores e técnicos
do Assentamento Santa Isabel, do
município de Ramilândia. Participaram 35 integrantes de projetos apoiados pela Itaipu, como Culturas Alternativas, Agricultura Orgânica,
Agroindústrias, etc., com o objetivo
de difundir técnicas de produção orgânica, diversificação e transformação da produção.
CURSO DE PASTOREIO
RACIONAL VOISIN
„Nos dias 23 a 25 de setembro
foi realizado curso sobre Pastoreio
Racional Voisin para 25 técnicos da
Rede ATER com o professor Luiz Car-
Reunião de criação da Associação de Produtores Orgânicos
de Mundo Novo, MS; comitiva em visita ao Assentamento Santa
Isabel, Ramilândia; e visita de agricultores a agroindústrias de
Nova Aurora, como o Laticínio Manarin (abaixo)
los Pinheiro Filho, em Malrechal Cândido Rondon. O curso foi promovido
pela Sustentec, com apoio logístico
da Itaipu, e organizado por técnicos
da Biolabore e do Capa.
III SEMINÁRIO DE APICULTURA
DO OESTE DO PARANÁ
„No dia 26 de setembro foi realizado o III Seminário de Apicultura do
Oeste do Paraná, na cidade de Santa
Helena, com participação de aproximadamente 300 pessoas. Foi uma realização da Coofamel, Itaipu,, Biolabore,
Sustentec, Emater, Sebrae e Unioeste.
CRIAÇÃO DA ASSOCIAÇÃO DE
PRODUTORES ORGÂNICOS
DE MUNDO NOVO
„Também em setembro foi criada a Associação de Produtores Orgânicos de Mundo Novo, MS. Na assembléia estiveram presentes 36 produtores. A formalização da entidade foi
incentivada pelos trabalhos da Suzete Ferrazza, consultora do Instituto
Maytenus, e pelo técnico da Biola-
bore Etiene Leite Júnior, que presta
serviço de assistência técnica e extensão rural nesse município.
FERRAMENTAS
E ESTRATÉGIAS
DA REDE ATER
„Realizado o 2º Módulo de Capacitação dos técnicos da Rede ATER,
com foco no tema Sistemas Agroflorestais, escolhido pelos técnicos em
reuniões anteriores ao evento.
Esta capacitação contou com
apoio financeiro da Produtores Associados para o Desenvolvimento
de Tecnologias Sustentáveis (Sustentec) para pagamento das horas
técnicas e despesas de viagem da
instrutora Fabiana Mongeli Peneireiro.
O curso foi prático e teórico. A
parte prática foi desenvolvida numa
propriedade de produção orgânica
atendida pelo Centro de apoio ao
Pequeno Agricultor (Capa). Foram
capacitados 29 técnicos da Biolabore, do Capa e da Itaipu Binacional.
CULTIVANDO ÁGUA BOA
22
NOVEMBRO DE 2009
GESTÃO DA
INFORMAÇÂO
TERRITORIAL
EXECUÇÃO
2007 – 2009
„Estruturação da Unidade
de Geoprocessamento e da Unidade de Cartografia, com:
„concurso público para seleção e alocação de profissionais capacitados;
„disponibilização de plataformas de software e hardware
adequados;
„disponibilização de conjunto de informações territoriais (banco de imagens satelitais
e base cartográfica) apropriados;
„ Atendidas, em 2007,
10.766 demandas, e, 2008,
14.596 demandas pela Unidade de Geoprocessamento e Unidade de Cartografia, com desenvolvimento de atividades
como elaboração de mapas temáticos e topográficos, impressões de material geográfico,
gravações de CD´s/DVD´s com
informações geográficas, execução de atualizações na Base
Cartográfica, atualizações de
informações em SIG, levantamentos topográficos na região
de influência da Itaipu, participação em reuniões e eventos
externos.
SISTEMATIZAÇÃO DAS
INFORMAÇÕES
TERRITORIAIS E
HISTÓRICAS
„Sistematização do processo de concessão de áreas de Uso
Múltiplo na Faixa de Proteção
e Reservatório (aplicação OFP)
e Controle dos Marcos da Poligonal Envolvente;
„sistematização do processo de elaboração dos projetos
de Adequação Ambiental em
Propriedades Rurais da BP3
(aplicação SIG@LIVRE), com
armazenamento de informações de 5.213 projetos;
„desenvolvimento da aplicação CPTT – Cadastro de Projetos Técnicos e Temáticos, elaborados de Unidade de Geoprocessamento e Unidade de Cartografia, visando organizar e
agilizar a recuperação de trabalhos já realizados por essas unidades, facilitando a elaboração
de novas versões desses projetos;
„desenvolvimento da aplicação PMI - Portal de Mapas
Itaipu para facilitar e democratizar o acesso às informações
territoriais e ambientais da área
de influência da Itaipu;
„participação com o Ministério do Desenvolvimento Agrário no desenvolvimento da metodologia do Pronaf Sustentável e coordenação no desenvolvimento
da
aplicação
SIG@LIVRE SUSTENTÁVEL,
para gestionar os dados desse
programa.
OPERAÇÃO DA UNIDADE
DE GEOPROCESSAMENTO
Atendimento de pedidos de
diversas áreas de programas da
Itaipu, prefeituras e instituições
de ensino superior, foram elaborados trabalhos temáticos
contendo informações geográficas da Área Prioritária e da
Bacia do Paraná 3.
15
NO RITMO DO
NO RITMO DO CAB
OBJETIVO
Manter, disponibilizar e
evoluir o acervo de informações cartográficas e geográficas, com confiabilidade e
integridade, da região de influência da Itaipu, subsidiando a tomada de decisão para
adequada evolução da gestão
territorial e ambiental da Entidade.
A seguir, é presentada lista dos principais trabalhos e
atividades desenvolvidas e a
desenvolver nas 4 ações do
programa, considerando execução no período de 20072009 e planejamento para o
período 2010-2011.
CULTIVANDO ÁGUA BOA
NOVEMBRO DE 2009
CULTIVANDO ÁGUA BOA
„Trabalho conjunto com a
Diretoria de Coordenação e Diretoria Técnica para compatibilização das curvas de nível de
1979, visando subsidiar estudos do alteamento ou deplecionamento do Reservatório;
„trabalho conjunto com a
Diretoria Administrativa visando subsidiar a otimização das
linhas coletivas de transporte
dos empregados da Itaipu;
„convênio com a Agência
Nacional de Águas (ANA) para
codificação das bacias hidrográficas da área de influência da
Itaipu, por meio da utilização
de tecnologia de geoprocessamento e cartografia, com internalização da metodologia de
codificação desenvolvida pela
ANA;
„trabalho conjunto com a
Diretoria Técnica de digitalização do material analógico sobre sondagem geológica anterior à construção da barragem,
visando a modelagem geotécnica com o uso de técnicas de
geoprocessamento e cartografia;
„atualização sistemática do
banco de imagens satelitais da
BP3 por meio de contratação e
de convênios de cooperação;
„digitalização e georreferenciamento dos processo de
concessão de áreas de uso múltiplo na Faixa de Proteção e no
Reservatório:
„digitalização de 7.882 documentos (1.7 Gbytes) sobre
476 processos de concessão;
„relocação de 212 marcos
da Poligonal Envolvente, com
digitalização de 430 documentos (0,6 Gbytes).
A partir desta página, até a 27, são apresentadas
as principais ações desenvolvidas nos três últimos meses,
nos 29 municípios da Bacia Hidrográfica do Paraná 3,
pelos diversos projetos do programa socioambiental
da Itaipu Binacional e seus parceiros
SUSTENTABILIDADE DE
COMUNIDADES INDÍGENAS
TEKOHA OCOY,
SÃO MIGUEL DO IGUAÇU
Portal de mapas
OPERAÇÃO DA UNIDADE
DE CARTOGRAFIA
Em atendimento a pedidos
de diversas áreas formais e programas da Itaipu, foram elaborados 22 trabalhos técnicos, nos
quais se destaca o desenho para
adaptação da alça de acesso à
(Universidade Federal da Integração Latinoamerican (Unila)
a partir do trevo da Vila C, para
acesso provisório de serviço,
além de 49 plotagens de desenhos contendo informações geográficas da Área Prioritária e
da BP3, dentre os quais se destacam:
„Fornecimento de dados da
Estação Base de GPS para levantamentos externos;
„cópias de diversos desenhos com levantamentos efetuados para apoio e subsídios a
diversas solicitações;
„adoção do padrão nacional de armazenamento de dados geográficos de acordo com
metodologia da Comissão Nacional de Cartografia (Concar).
LEVANTAMENTOS
TOPOGRÁFICOS NA BP3
Concluídos 13 trabalhos
de levantamentos topográficos/geodésicos na área de
influência do Reservatório e
regularização imobiliária,
dentre os quais se destacam:
„Verificação de divisas da
Poligonal Envolvente com a Fazenda Paulista em Santa Terezinha de Itaipu;
„levantamentos olanialtimétricos em áreas do Parque
Tecnológico Itaipu (PTI);
„levantamento topográfico
do terreno para o projeto do
Posto da Polícia Florestal/Laboratório de Ictiologia em Santa
Helena;
„estaqueamento e altimetria da área onde será implantado o acesso à Unila pelo trevo da Vila C;
„verificação de divisas em
três lotes da Vila A para alienação.;
„levantamento planialtimétrico em áreas da usina para
subsídio ao projeto de implantação de rede de esgoto;
„levantamento dos limites
para revisão da RDE da Área
Industrial.
„Apoio a confecção de cerca de divisa na aldeia Tekoha
Añetete.
„Nascimento de dois bezerros do plantel bovino.
„Distribuição de sementes
de melancia, melão e pepino.
„Apoio ao preparo de solo
para plantio.
„Produção e distribuição de
106,5 kg de mel à comunidade
Tekoha Añetete.
Segurança alimentar e nutricional
„Apoio ao atendimento semanal de 20 crianças e 20
acompanhantes pelo Programa
de Nutrição Infantil.
„Repasse de 120 cestas básicas à comunidade Tekoha
Ocoy e 14 ao Programa de Nutrição Infantil.
Atividade agropecuária
„Visita de representante da
FAO (Organização das Nações
Unidas para Alimentação e
Agricultura) à aldeia com o
objetivo de conhecer o programa de criação de peixes em tanques-rede pelos índios.
„Repasse de 32m³ de rama
da mandioca para plantio.
Fortalecimento
da cultura ava guarani
„Valorização da mulher indígena por meio do fomento ao
artesanato para comercialização, o que significa importante
fonte de renda e melhoria da
qualidade de vida. Uma compradora assídua é empresa suíça Gebana, que tem sede no
Brasil. O grupo responsável
pelas vendas é composto, em
sua maioria, por mulheres indígenas.
„Venda de árvores da vida
para a Prefeitura de São Miguel
do Iguaçu.
„Formação de grupos de
trabalho para fomento à produção agrícola familiar.
„Apoio à participação dos
artesãos indígenas no SIPAT.
„Filmagens das TVs Cataratas, Naipi, Justiça e Tarobá na
comunidade indígena do
Ocoy, retratando a produção
artesanal e o modo de vida na
aldeia.
TEKOHA AÑETETE,
DIAMANTE DO OESTE
Segurança alimentar
e nutricional
„ Apoio ao atendimento
médio semanal de 33 crianças
pelo Programa de Nutrição Infantil.
Atividade agropecuária
Fortalecimento da
cultura ava guarani
„Apoio aos juízes federais
no planejamento das ações a
serem empreendidas no Projeto Expedição da Cidadania.
TEKOHA ITAMARÃ,
DIAMANTE DO OESTE
Segurança alimentar
e nutricional
„Apoio ao atendimento médio semanal de 26 crianças pelo
Programa de Nutrição Infantil.
Atividade agropecuária
„Repasse de 23 m³ de rama
de mandioca para plantio.
„Reunião entre lideranças
indígenas, representantes da Associação Indígena Tekoha Itamarã, Prefeitura de Diamante do
Oeste e Itaipu para planejamento do plantio de mandioca a ser
comercializada com a Cooperativa Agroindustrial Lar.
Atividades comuns às três comunidades
SAÚDE NA FRONTEIRA
Apoio do grupo de trabalho do
projeto Saúde na Fronteira, da
Itaipu, no desenvolvimento de
curso intensivo para os índios sobre a importância da alimentação e dos benefícios das vacinas
na prevenção de doenças como
gripe, sarampo, paralisia infantil
e malária.
VALORIZAÇÃO DA
CULTURA AVA GUARANI
Produção de DVD pelo Programa Ñandeva com cenas das
danças, músicas e do cotidiano
das três aldeias.
Visita técnica de representante da Itaipu em área indíge-
na argentina com o objetivo de
prestar assistência e repassar
metodologia para o plantio de
mudas frutíferas.
NUTRIÇÃO INFANTIL
Consolidação de canais de
comunicação entre as comunidades indígenas, Itaipu Binacional,
Prefeituras Municipais e demais
parceiros para fortalecer a logística para a nutrição infantil nas
três aldeias.
EXPEDIÇÃO DA CIDADANIA
Cerca de 300 índios receberam documentos pessoais (identidade, CPF, carteira de trabalho
e título de eleitor).
14
CULTIVANDO ÁGUA BOA
Autoridades, lideranças e técnicos presentes na sessão de abertura do evento
Condomínio de Agroenergia da
Agricultura Familiar em Rondon
“É uma oportunidade que os agricultores não podem deixar escapar”, afirma produtor rural
Os dejetos, ao invés de poluidores do meio ambiente, passarão a ser
fonte de biogás – combustível que
movimentará uma microcentral termelétrica. O projeto utiliza tecnologias desenvolvidas na região para biodigestores, tubulações de gás e motogeradores.
O custo estimado para as obras
nas propriedades e na construção da
microcentral (que será também uma
estrutura voltada ao ensino e à pesquisa) é de cerca de R$ 29 mil por
propriedade, totalizando R$ 1,1 milhão. A Itaipu e demais parceiros se
responsabilizam pelo projeto, assistência técnica, materiais e equipamentos de construção, cabendo aos
agricultores a mão-de-obra.
Para o agricultor Gedson Vargas,
dono de uma propriedade de 16 hectares e dedicado à produção de leite,
“o condomínio é uma oportunidade
que os agricultores não podiam deixar escapar, porque estamos recebendo tudo, e nós só temos que trabalhar. Vai ser muito bom para nós”.
O diretor-geral brasileiro da Itaipu, Jorge Samek, destacou “o caráter social do projeto, que proporciona novas fontes de receita para o produtor rural, com a venda de energia,
produção de biofertilizante e venda
de créditos de carbono”.
SANEAMENTO
O projeto é um passo a mais no
saneamento ambiental que vinha
sendo adotado no Ajuricaba, uma das
microbacias alvo do CAB. Conforme
o superintendente de Energias Renováveis da Itaipu, Cícero Bley Jr., o
projeto foi preparado e discutido ao
longo de cinco meses pelos técnicos
das instituições envolvidas e responde ao grande desafio que é inserir o
pequeno produtor no mercado da
agroenergia. “É um projeto que pode
ser facilmente replicado em outras
partes do país”, disse Cícero.
Projeto é levado a
encontro da FAO em Roma
No dia 28 de outubro, o superintendente de
Energias Renováveis, Cícero Bley Jr., e especialistas em agroenergia de outros continentes encontraram-se em Roma, Itália, para apresentar
propostas de combate à pobreza por meio da
bioenergia. O encontro foi convocado pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e
Alimentação (FAO), para tratar do seguinte tema:
“Como projetar, implementar e replicar iniciativas de bioenergia de pequena escala orientada
a um meio de vida sustentável na área rural”.
Nas últimas três décadas, a bioenergia tem
ocupado muito o interesse em sua difusão por
parte da ONU e suas agências, com as quais a
Itaipu mantém estreito relacionamento, como a
FAO, a Onudi e a Unesco.
No encontro de Roma, Itaipu, representada
por Cícero Bley, foi convidada a expor o projeto
do Condomínio de Agroenergia para Agricultura
Familiar. Além de fazer a apresentação do projeto, Cícero Bley se reuniu com especialistas em
busca de recursos para a criação de condomínios semelhantes em outras regiões do Paraná.
Cícero Bley, coordenador de Energias Renováveis da Itaipu, expõe o projeto do condomínio
CULTIVANDO ÁGUA BOA
NOVEMBRO DE 2009
23
Obras de manutenção da infra-estrutura, como no acesso à usina, jardinagem nos
estabelecimentos da Itaipu, coleta e destinação adequada de materiais recicláveis
Autoridades e agropecuaristas conhecem o projeto na maquete da bacia do Ajuricaba
zPIONEIRISMO
No dia 13 de agosto, em Marechal Cândido Rondon, cerca de 300
pessoas, entre agricultores e autoridades federais, estaduais e municipais, participaram do ato de lançamento de um projeto pioneiro no país:
o Condomínio de Agroenergia da
Agricultura Familiar. Entre os presentes estiveram o prefeito de Rondon,
Moacir Froehlich, o secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento
do Paraná, Walter Bianchini, o diretor-geral da Itaipu, Jorge Samek, e o
superintendente de Energias Renováveis da Itaipu, Cícero Bley Jr.
Resultado de uma parceria entre
a Itaipu Binacional, Prefeitura de
Rondon, Secretaria de Estado da
Agricultura, Copel, Emater, Iapar,
Embrapa, Fundação Parque Tecnológico Itaipu (FPTI) e Instituto de Tecnologia Aplicada e Inovação, o projeto permitirá que 41 propriedades
familiares estabelecidas às margens
do Rio Ajuricaba, município de Rondon, utilizem dejetos da agropecuária para gerar energia para consumo
próprio e para venda à Copel de eventuais excedentes. Inicialmente, porém, toda a energia será vendida à
Copel, que paga por ela preço superior ao da energia que a empresa vende aos agricultores.
NOVEMBRO DE 2009
NO RITMO DO CAB
GESTÃO POR
BACIAS HIDROGRÁFICAS
PRÁTICAS
CONSERVACIONAIS DE
ÁGUA E SOLO
„Execução de 3,06 km de
cercas em Pato Bragado.
„Calçamento com pedra irregular de 885 metros de estradas em Pato Bragado.
„Cascalhamento de 12,27
km de estradas em Ouro Verdedo Oeste.
SANEAMENTO RURAL
„Coleta e destinação adequada, nos últimos quatro meses, de 20.322 toneladas de dejetos em 11 municípios, atendendo e beneficiando 651 produtores rurais.
DIAGNÓSTICO DOS
RECURSOS NATURAIS
RENOVÁVEIS DE
PROPRIEDADES
„Contratação da Empresa
Conceito Assessoria e Planejamento Ambiental, de Marechal
Cândido Rondon, para a revisão
de 630 projetos de adequação
ambiental em propriedades rurais nos municípios de Marechal
Cândido Rondon, Medianeira,
Céu Azul, Quatro Pontes, Pato
Bragado e Matelândia.
„Contratação, pela Funda-
ção Parque Tecnológico Itaipu,
por meio de convênio, de novas empresas incubadas de Projetos Ambientais e Educação
Ambiental para execução das
ações previstas no referido convênio. Foram contratadas as
empresas: Habitat e Nativa, de
Foz do Iguaçu; Trovo e Viana,
de Cascavel; e TecBio, de Marechal Cândido Rondon.
„Encontro técnico com acadêmicos de Agronomia da Unioeste de Marechal Cândido Rondon para ajustes metodológicos
de forma a agilizar o processo
de elaboração de projetos de
adequação ambiental de propriedades rurais dentro do convênio firmado entre Itaipu e Unioeste.
„Desenvolvimento de tratativas em conjunto com a área
jurídica e de compras para viabilizar e formalizar a seleção de
parceiros para a continuidade
dos diagnósticos dos recursos
naturais renováveis de propriedades rurais em convênio com
universidades da região.
INFRAESTRUTURA
EFICIENTE
„Manutenção do sistema
viário da Itaipu com serviços de
prevenção e correção, especialmente de drenagem pluvial, sinalização horizontal e vertical,
meio-fio, cercas, muros, calçadas, estrada de acesso e vias
internas da usina.
„Manutenção dos sistemas
elétrico e hidráulico na usina.
„ Correção do pavimento
com pedra no Refúgio Biológico Bela Vista, Parque da Piracema e no estacionamento dos
visitantes.
„Entregue o estudo de alternativas de acesso à Universidade de Integração LatinoAmericana (UNILA) pela empresa Dalcon Engenharia Ltda.,
aceita pela Diretoria da Itaipu.
„Reurbanização da Avenida
Tancredo Neves, que dá acesso
à usina.
COLETA E DESTINAÇÃO
DE RESÍDUOS SÓLIDOS E
VARRIÇÃO
„Coleta de lixo, varrição de
ruas, praças e avenidas, poda de
árvores, recolhimento de entulhos
orgânicos e inorgânicos. Lixo orgânico coletado: 23.730 kg.
MANUTENÇÃO
DO SISTEMA ELÉTRICO
„Confecção de eletroduto e
instalação no painel do religador
do alimentador 14 para lançamento da alimentação auxiliar.
„Reinstalação de conjuntos
de lâmpadas ultra violeta no
Refúgio Biológico Bela Vista.
„Instalação de novo suporte para elevação da altura das
luminárias da barreira de controle na entrada da usina.
„Atendimento emergencial
à ruptura de cabo de aterramento devido à escavação perto do mirante.
„Manutenção da infraestrutura mecânica, hidráulica e
de combate a incêndio.
„Monitoramento da rede de
água tratada das áreas externas
da usina.
„ Apoio aos trabalhos de
abastecimento de água bruta.
„Monitoramento da Esta-
ção de Tratamento de Esgoto do
Centro de Recepção de Visitantes (CRV).
„Manutenção de carrinhos
da Coleta Solidária.
„Limpeza dos poços da estação elevetória do esgoto Bela Vista.
„Lavagem dos módulos da
Estação de Tratamento de Água
e substituição dos tirantes das
cortinas.
„Inspeção geral do funcionamento das bombas das estações elevatórias dos esgotos do
Refúgio Biológico Bela Vista.
„Substituição de bomba da
estação elevatória do Centro ce
Recepção de Visitantes.
„Sondagem do solo do local onde será instalada a Estação de Tratamento de Efluentes para os escritórios da Central Hidrelétrica Itaipu.
SANEAMENTO NA REGIÃO
DESTINAÇÃO ADEQUADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS
A Central de Triagem de Resíduos Recicláveis repassou à Cooperativa dos Agentes Ambientais de Foz do Iguaçu (Coaafi) 13.373 kg
de resíduos sólidos (papel, papelão, plástico, latas, etc.).
CONTROLE DE VETORES DE PRAGAS
„Para manter higienizados os ambientes e o patrimônio, foi feito
controle de pragas e insetos nas edificações do Parque Tecnológico
Itaipu.
„Monitoramento preventivo contra infestações de insetos, roedores e ervas nas subestações das margens brasileira e paraguaia, e
controle de larvas do mosquito da dengue nas áreas de paisagismo e
edificações internas e externas da Itaipu (internas e externas) e do
Floresta Clube.
„Controle de formigas nas áreas de paisagismo reflorestadas do
RBV e nas áreas verdes e edificações de responsabilidade da Itaipu
na Vila “A”.
CULTIVANDO ÁGUA BOA
24
NOVEMBRO DE 2009
CULTIVANDO ÁGUA BOA
NOVEMBRO DE 2009
13
NO RITMO DO CAB
PLANTAS MEDICINAIS
E FITOTERÁPICOS
IMPLANTAÇÃO DO
USO NOS MUNICÍPIOS
„Realizados dois módulos
teóricos e quatro práticas ambulatoriais para médicos, dentistas, nutricionistas e outros
profissionais, com vistas à utilização da fitoterapia no atendimento à saúde, especialmente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
VISITA AO VIVEIRO
DA EMPRESA CHAMEL
„Em visita técnica realizada no viveiro de mudas medicinais da empresa Chamel, o
Projeto de Plantas Medicinais
recebeu 500 mudas de espinheira santa para multiplicação
no horto da Itaipu. As mudas
produzidas serão utilizadas
para produção de plantas desidratadas no Ervanário da Itaipu e doadas a agricultores da
região.
RECEPÇÃO DE
VISITAS TÉCNICAS
„O projeto recebeu visita
técnica de representantes da
Prefeitura de Enéas Marques,
Ato simbólico envolveu e empolgou milhares de pessoas nos 29 municípios da BP3...
... e as crianças em festa lançaram os balões com as sementes
zDIA DA ÁRVORE
Balões espalham sementes
sobre os municípios da BP3
A idéia partiu dos gestores de educação ambiental dos 29 municípios da BP3
dos coordenadores da Secretaria de Meio Ambiente do
Paraná (SEMA) e de participantes de cursos realizados
pelo Centro Integrado de
Educação, Natureza e Saúde
(ACIENS). Os visitantes conheceram as atividades do Ervanário da Itaipu e os processos empregados na desidratação de plantas medicinais,
bem como o trabalho realizado pela empresa no setor.
„O projeto também recebeu
visitas técnicas de representantes do setor metalúrgico da Bélgica e turistas franceses interessados em conhecer as atividades desenvolvidas pela Itaipu
na área de plantas medicinais
e outros projetos socioambientais.
AUMENTO EXPRESSIVO
DO CONSUMO
„Em Santa Helena, o Comitê Gestor do Cultivando Água
Boa constatou aumento de 40%
para 82% na utilização de plantas medicinais e fitoterápicos
em função do trabalho desenvolvido pelo Projeto de Plantas
Medicinais da Itaipu e parceiros.
INCENTIVO À
AGRICULTURA FAMILIAR
„ Dando continuidade à
política de incentivo à agricultura familiar para produção de
plantas medicinais na BP3,
com ênfase na atenção básica
à saúde, a Itaipu produziu e
distribuiu mais 5.492 mudas só
nos meses de agosto e setembro.
PARTICIPAÇÃO NA SIPAT
„Projeto Plantas Medicinais
participou da Semana Interna
de Prevenção de Acidentes de
Trabalho na Itaipu doando
mudas de espécies medicinais
para os funcionários.
Plantas medicinais contra o tabagismo
Quem fuma sabe:
largar o vício do cigarro não é nada fácil,
ainda mais para quem
não pode pagar um
tratamento à base de
medicamentos importados tidos como revolucionários, ou sequer encontra palavras de incentivo entre amigos
e familiares. Mas, em Foz do
Iguaçu, um tratamento inédito e gratuito oferece medicamentos 100% naturais e muitos ombros amigos. Com a ajuda da Itaipu, profissionais de
dois postos municipais de saúde incluíram plantas medicinais no tratamento antitabagis-
ta. Os fitoterápicos são doados
pela Itaipu e complementam a
ação de remédios alopáticos
(químicos) e das terapias de
grupo. Para quem participa, fumaça, agora, só a da infusão
das ervas no preparo dos chazinhos. “Os resultados são muito positivos”, garantem os responsáveis pelo projeto.
O Dia Mundial da Árvore (21 de setembro)
ganhou tons de celebração da natureza e até
ares de feriado nos municípios da BP3. Em cada
uma das 29 cidades da BP3 foram soltos, simultaneamente,
mil balões biodegradáveis com
sementes de árvores nativas,
como ipê, angico, paineira e
aroeira, entre outras.
A idéia partiu dos gestores
de educação ambiental dos 29
municípios da BP3. Itaipu assumiu, forneceu os balões e as sementes e as transportou até os
locais de lançamento aos ares
da região.
Não se trata de apresentar
isto como método eficiente de
plantar árvores, que pode funcionar apenas em determinados
ambientes e com determinadas
espécies de árvores. O gesto da
Itaipu e parceiros no Cultivando Água Boa foi mais simbólico do que prático, até porque
em cada balão foram lançadas
duas sementes. Como disse na
ocasião o diretor de Meio Ambiente da Itaipu, Nelton Friedrich, “o simbolismo é forte,
mas não de ficar restrito
ao dia 21 de setembro,
pois todo dia deve ser
dia da árvore, plantando
ou adotando uma. O
mundo só vai resolver o seu
grande problema se reassumir
a sintonia com a natureza, e
dentro dela a árvore tem um
Anna Rebeca Macedo Mazzarollo
LABORATÓRIO HERBARIUM
„Representantes da Itaipu
e Sustentec reuniram-se com o
Laboratório Herbarium, em
Curitiba, para negociação de
venda de plantas medicinais
produzidas por agricultores orgânicos da Bacia Hidrográfica
do Paraná 3. O Laboratório Herbarium é o maior produtor de
fitoterápicos do Paraná, portanto um potencial comprador da
produção de plantas medicinais
incentivada pelo projeto da Itaipu, que, além da produção, tem
se preocupado com a comercialização dos produtos. Entre as
plantas de interesse do laboratório estão o guaco, a espinheira santa e azedoaria, que já podem ser produzidas pelos agricultores e comercializadas com
o laboratório para produção de
medicamentos fitoterápicos.
Estufa de ervas
medicinais;
Laboratório de
Extrato Seco;
cultivo,
processamento e
produtos prontos
para distribuição,
consumo e saúde
popular
papel decisivo”.
Ou como entendeu a diretora da Escola Padre Luigi, de
Foz do Iguaçu, Paulina Simões:
“É uma forma lúdica de as crianças compreenderem a importância da árvore e da preservação do meio ambiente.”
“Vai ajudar a nascer mais árvores”
Em Medianeira, crianças de todas as escolas municipais e estaduais se reuniram na praça central da cidade para soltar os balões, ao
som da fanfarra do Colégio Estadual João Manoel Mondrone. “É importante, vai ajudar a nascer mais árvores na natureza”, disse Iuri, de
10 anos, da 4ª série da Escola Monteiro Lobato. Feita a contagem
regressiva, o céu de Medianeira se coloriu de verde, amarelo, azul e
vermelho, as cores de Itaipu. Em Marechal Cândido Rondon também
teve festa, com participação de cerca de 300 estudantes. O ato incluiu apresentações culturais, o lançamento dos programas Berçário
Natural e Aquecedor Solar Ecológico e entrega das lixeiras ecológicas
às escolas públicas e ao parque Anitta Wanderer. “Resolvemos integrar todas as ações voltadas ao meio ambiente e ao turismo, que
agregam um mesmo projeto”, disse Celiria Smaniotto, gestora ambiental da Itaipu e funcionária da Secretaria de Educação
da Prefeitura de Marechal Rondon.
CULTIVANDO ÁGUA BOA
12
NOVEMBRO DE 2009
zTECNOLOGIA
Laboratório Ambiental da Itaipu
inova métodos de exames clínicos
Farmacêutica-bioquímica e equipe desenvolvem teorias e procedimentos únicos na biologia e meio ambiente
O protozoário Acanthamoeba spp., causador de doenças
que podem ser fatais, como ceratite e encefalite, leva uma
média de 30 a 40 dias para ser
identificado em exames tradicionais. Porém, a pesquisa, aliada à vontade de aperfeiçoar e
criar novos métodos, levou os
biólogos e bioquímicos do Laboratório Ambiental da Itaipu
a descobrir uma técnica para
reduzir esse tempo para apenas
48 horas.
É apenas um exemplo dos
conhecimentos desenvolvidos
no Laboratório Ambiental da
Itaipu transmitidos no 1° Curso sobre Técnicas Laboratoriais
Aplicadas em Amostras Biológicas Ambientais, realizado em
julho, com participação de 32
pessoas, entre profissionais da
área, acadêmicos, professores e
representantes do Parque das
Aves e da Vigilância Sanitária
de Foz do Iguaçu.
Para o professor de Biome-
Leonilda Correia dos Santos, responsável pelo Laboratório Ambiental da Itaipu: referência em novos métodos
dicina da Uniamérica, Ney Carlos Lucca, o curso foi “uma excelente oportunidade de agregar novos valores em relação a
exames laboratoriais nas áreas
de zoologia e meio ambiente.
As ideias apresentadas vão me
ajudar em pesquisas que vou
desenvolver, além de serem
novos conhecimentos que poderei passar para meus alunos.”
No curso também foi apre-
sentado o método do Exame a
Fresco, criado pelo Laboratório Ambiental e que serve para
identificar infecções bacterianas a partir de um simples hemograma.
Segundo a farmacêutica e
bioquímica Leonilda Correia dos
Santos, responsável por essas e
outras descobertas, o curso mostrou que o laboratório começa a
se consolidar como referência no
campo da pesquisa e desenvolvimento de novos métodos de
exames laboratoriais.
Para a farmacêutica e bioquímica Michelle Pires Cubilla,
“o curso ofereceu uma visão
multiprofissional, envolvendo
técnicas das áreas ambiental e
de animais, mas que também
podem ser utilizadas em exames humanos”.
Michelle, que também é bolsista em pesquisa pelo Parque
Tecnológico Itaipu, acredita que
as teorias e os métodos desenvolvidos por Leonilda são únicas. “Ela tem uma visão direcionada para a pesquisa privilegiada. Com seus novos métodos, ela acaba revendo e melhorando várias técnicas laboratoriais, ocasionando um avanço
inevitável na área.”
Os participantes do curso
receberam, ainda, 280 arquivos
com artigos científicos, fotos,
legislação e apostilas diversas.
PALESTRA DE PETER HECK
Jogar lixo fora é enterrar dinheiro
No dia 22 de julho, o professor Peter Heck, coordenador do Programa de Mestrado
Internacional em Gestão de Resíduos Sólidos da Universidade de Trier, Alemanha, proferiu
palestra na Unioeste para autoridades, técnicos da Itaipu e
catadores de materiais recicláveis.
“Quando enterramos o lixo
orgânico, estamos enterrando
dinheiro”, afirmou Peter Heck,
sugerindo que grande parte dos
resíduos orgânicos pode ser
transformada em energia e fertilizante. A palestra abriu as atividades de 2009 do Fórum Regional Lixo e Cidadania da BP
3, que reúne catadores, prefeituras e autoridades.
Heck disse que na Alemanha é
proibida a criação de aterros sanitários para destinar o lixo. “Isso é loucura”, diz. Ao invés de enterrar o
problema, o governo recicla o lixo,
gerando renda e empregos e reduzindo os passivos ambientais. Por lá,
já existem quase quatro mil usinas,
que transformam resíduos orgânicos
em gás, energia e fertilizante. A intenção é chegar a 10 mil até 2020.
Segundo Heck, uma tonelada de
biomassa tem a energia de 50 litros
de óleo e 600 kg de fertilizante. “O
Brasil não precisa de óleo e fertilizante? Então por que joga o lixo
fora? No Brasil, 70% do lixo é orgânico. Apenas 5% dos resíduos não
podem ser aproveitados”, disse.
Segundo o especialista, a experiência da Alemanha pode ser trazi-
Heck
falou para
autoridades,
técnicos da
Itaipu e
catadores
de materiais
recicláveis
da ao Brasil. Ele é diretor de um
instituto que difunde a reciclagem
de lixo orgânico. O instituto tem
parcerias em 21 países e, no Brasil, estuda fazer o tratamento dos
resíduos do Aterro da Cachimba,
na região metropolitana de Curiti-
ba. Com 250 mil habitantes, o município de Colombo, por exemplo,
gera 20 mil toneladas de material
orgânico anualmente. Entre produção de energia, biogás, fertilizantes e créditos de carbono, a cidade deixa de ganhar quase 3 milhões
de reais por ano. “É preciso parar de enterrar dinheiro”, pregou o professor alemão. “Não
precisamos dar nem oxigênio,
só um lugar quente e úmido, e
as bactérias fazem todo o trabalho de graça.”
NOVEMBRO DE 2009
CULTIVANDO ÁGUA BOA
25
NO RITMO DO CAB
BIODIVERSIDADE,
NOSSO PATRIMÔNIO
CONSERVAÇÃO E MANEJO DE
ANIMAIS SILVESTRES
„Nascimento de dois veados-bororó, duas harpias (uma não sobreviveu), um cervo-do-pantanal e duas
jaguatiricas gêmeas.
MONITORAMENTO
DA ICTIOFAUNA
„Monitoramento radiotelemétrico pela equipe da Divisão de Reservatório com downloading dos dados
armazenados, coleta e marcação de
peixes, para análise de consultoria
especializada.
„Instalação de estruturas para
captura e amostragem de peixes junto ao Canal de Águas Bravas.
OPERAÇÕES DE RESGATE
„Com relação às operações de
resgate em unidades geradoras, no
período foram realizadas 16 operações, totalizando 4.796 exemplares
de 16 espécies.
CONSERVAÇÃO/RECUPERAÇÃO
DE ÁREAS PROTEGIDAS
„Continuidade dos trabalhos de
recuperação florestal das áreas protegidas da Itaipu com plantio de 4,53
ha (3,82 hectares no Refúgio Biológico Bela Vista e 0,1 hectare na Faixa
de Proteção do Reservatório, totalizando 11.225 mudas plantadas).
„ Manutenção florestal em
117,09 hectares do Refúgio Biológico Bela Vista, objetivando o pleno desenvolvimento dos reflorestamentos
já implantados.
PRODUÇÃO E
EXPEDIÇÃO DE MUDAS
„Foram produzidas e faturadas
42.000 mudas de três espécies no
Viveiro Florestal de Foz do Iguaçu. O
estoque atual de mudas é de 352.100
unidades de 68 espécies, em três diferentes estágios de crescimento.
„Expedidas a campo 56.500 mudas.
LABORATÓRIO DE SEMENTES
„Coletados 38,98 quilos de sementes de 9 espécies arbóreas. O
estoque atual é de 246,19 kg de sementes de 71 espécies.
„Doado 1,89 quilo de sementes ao
Horto Municipal de Foz do Iguaçu.
„A meta de 34.000 hectares de
área conservada estabelecida no período foi integralmente atendida,
tendo sido realizadas as seguintes
atividades:
ŠManejo e conservação florestal:
poda de condução em 45.633 m de
extensão na Faixa de Proteção do
Reservatório.
ŠCombate a incêndio florestal em
área de 3,5 ha em S. Terezinha.
Coleta, seleção e armazenamento de sementes, nascimento de
animais silvestres, produção e plantio de mudas envolvem a população
na preservação e reconstituição do meio ambiente natural
MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO AMBIENTAL
LABORATÓRIO AMBIENTAL
„56 exames no setor de controle nos postos de trabalho.
„252 exames nos setores de conservação
e manejo de animais silvestres, operação do
Zoológico Roberto Ribas Lange e monitoramento da ictiofauna.
„297 exames na operação do Laboratório
Ambiental e 149 exames no setor de Vigilância
Epidemiológica.
„15 exames no setor de implantação do
uso de plantas medicinais e fitoterápicos.
MONITORAMENTO DO
RESERVATÓRIO E AFLUENTES
„Acompanhamento da campanha de mo-
nitoramento da qualidade da água do reservatório.
„Realizada campanha de monitoramento
de tanques-rede.
„Finalizado o manual de especificação
técnico-operacional de monitoramento participativo de rios e todo o material necessário
para incubação das empresas de monitoramento junto à Fundação Parque Tecnológico
Itaipu.
„Realização de campanha de campo para
coleta de amostras e início do processamento
de dados.
„Inspeção de campo em cada uma das
estações visando às melhorias a serem efetuadas.
26
CULTIVANDO ÁGUA BOA
NOVEMBRO DE 2009
Coral dos formandos (foto à esq.) abrilhantou a solenidade,
prestigiada pela presença de familiares, amigos, instrutores,
diretores da Itaipu, que ofereceu o curso, e autoridades
NO RITMO DO CAB
FORMATURA DE
JOVENS JARDINEIROS
No dia 23 de julho, no CRV,
houve a formatura da sexta
turma, de 19 alunos, do Projeto Jovem Jardineiro, depois
de um ano de estudos e atividades. Os formandos foram
acompanhados de familiares e
prestigiados com a presença
de autoridades, gestores e atores do projeto. Desde sua implantação, o projeto já capacitou mais de 200 jovens.
O projeto atende a adoles- Heitor Winckler
Daiane Klima
centes com idade entre 16 e
quentava o terceiro ano do ensino médio e
18 anos e trabalha com jardinagem, eduainda estava confuso sobre qual curso prescação ambiental, cerâmica, informática e
canto. As aulas ocorreram no Refúgio Biotaria vestibular. Pouco tempo depois, o inlógico Bela Vista. A presença no programa
teresse pelo meio ambiente cresceu e o gagarantiu ainda, para cada estudante, uma
roto decidiu seguir profissão na área. Hoje,
bolsa-auxílio de um salário mínimo e, ao
Heitor é acadêmico do segundo período de
final do treinamento, um kit de jardinagem
engenharia ambiental. “Meu interesse foi
para poderem trabalhar.
despertado durante as aulas práticas no
“O projeto possibilita vários aprendizaRefúgio Biológico, onde tínhamos contato
dos”, diz seu coordenador, Renê Diomar
direto com a natureza, plantas e animais”,
Fernandes. “O curso não se restringe ao enconta.
sinamento de uma profissão aos jovens ou
Já Daiane Patrícia Klima, 17 anos, não
à inserção deles no mercado de trabalho,
pretende
seguir profissão na área de meio
mas avança para o despertar de uma nova
ambiente.
Contudo, diz que mudou a maconsciência por meio do conhecimento, saneira de pensar a respeito do assunto. “Levo
bedoria e respeito ao meio ambiente e à
comigo outras perspectivas e significados
cidadania.”
sobre meio ambiente, natureza e cidadania,
além de mais conhecimento e experiência.
BONS EXEMPLOS
Espero crescer com isso”, diz Daiane, aluna
Heitor Manoel Ries Winckler, 18 anos,
do quarto ano de magistério do Colégio
descobriu a aptidão profissional durante o
Barão do Rio Branco.
curso. Quando ingressou no projeto fre-
CULTIVANDO ÁGUA BOA
NOVEMBRO DE 2009
Jorge Samek e Nelton Friedrich, da Itaipu, com Ricardo Young, presidente do Instituto Ethos
11
Heloísa Covolan apresenta relatório da Itaipu com metodologia GRI
zEVENTOS
Para apaixonados por jardinagem
Tudo bem que quem planta e cuida do seu canteiro, pátio ou jardim já
ajuda o meio ambiente. Mas pode fazer mais. Pode fazer um jardim 100%
correto. Quem dá as dicas é o agrônomo e paisagista Toni Backes, com
seus dez mandamentos para criar um
jardim ecológico:
1. Recrie o ambiente mais próximo do original (faça um programa de necessidade da natureza),
mas evite coleta de plantas do ambiente natural.
2. Plante diversidade. Quanto mais
plantas diferentes, mais chance de ter
jardim atrativo para a fauna. Plante
principalmente espécies nativas. Maneje também as plantas espontâneas, invasoras.
3. Faça um jardim estético, mas
produtivo. Existem inúmeras espécies rústicas de usos medicinais e
alimentares.
4. Evite gramados e uso de canteiros com flores anuais, pois são os
vegetais que mais requerem manutenção e só servem para a contemplação.
5. Tenha local com água (vertente, açude, laguinho, recolhimento de água da chuva, etc.).
6. Melhore o microclima com
uso de vegetação, reduzindo ventos, altas temperaturas, baixa umidade, geadas, reflexão do sol.
6. Tenha no jardim abrigo, água e
alimentação para atração de animais,
especialmente aves.
7. Faça reciclagem de matéria
Itaipu no debate da responsabilidade
social e ambiental nas empresas
Diretores da binacional participaram de encontro da Global Reporting Initiative e do Instituto Ethos
orgânica, evite trazer terras do
ambiente natural. Não tenha solo
coberto, use sempre vegetação ou
faça "mulches". Não use agrotóxicos e adubos químicos.
8. Adapte e climatize as edificações com telhados vivos, trepadeiras,
etc. Use pisos com superfícies drenantes e com materiais de baixa pegada
ecológica.
9. Não tenha pressa, o jardim
não precisa ser feito todo de uma
vez; deixe a natureza agir.
Nos dias 18 e 19 de junho
de 2009, o diretor-geral brasileiro da Itaipu, Jorge Samek, o
diretor de Meio Ambiente, Nelton Friedrich, e a coordenadora de Responsabilidade Socioambiental, Heloisa Covolan,
participaram do Encontro Anual do Conselho de Stakeholders
da Global Reporting Initiative
(GRI), em São Paulo.
O encontro aconteceu paralelamente à Conferência Internacional do Instituto Ethos, o
maior evento latino-americano
sobre responsabilidade social
empresarial. Os representantes
da Itaipu foram recebidos pelo
presidente da GRI, Ernst Ligteringen, que esteve na empresa
no ano passado para o lançamento do Relatório de Sustentabilidade relativo a 2007.
O conselho da GRI é formado por 50 pessoas de várias
partes do mundo, que representam organizações da sociedade
civil, empresas e governos. É
esse conjunto de pessoas envolvidas (stakeholders) que estabelece os indicadores da GRI
para a elaboração de relatórios
de sustentabilidade. A Itaipu,
que há dois anos elabora relatórios de acordo com essas diretrizes, foi co-patrocinadora da
vinda do grupo ao Brasil. Foi a
primeira vez que o grupo se
reuniu fora da Holanda, país
sede do GRI.
“A NOVA GERAÇÃO”
Samek exibiu aos integrantes do conselho o filme “Itaipu, a nova geração”. De acordo com Heloisa, os conselheiros “ficaram muito impressionados com a qualidade da plataforma de iniciativas de sustentabilidade adotadas pela
Itaipu para colaborar com o desenvolvimento sustentável da
região”.
Para dar uma dimensão do
trabalho, Samek destacou que
a Bacia do Paraná 3 (BP3) – região de influência da binacional e alvo do programa socioambiental Cultivando Água
Boa – é a área mais produtiva
da agroindústria paranaense e
ocupa um espaço maior que alguns países europeus.
Samek também ressaltou as
razões que levaram a Itaipu a
adotar os indicadores da GRI.
Holandês Ernst Ligteringen no lançamento do Relatório de 2007
“As diretrizes da GRI são como
guias para aprimorarmos cada
vez mais a gestão da sustentabilidade do nosso negócio, que,
além de gerar a energia mais
limpa da matriz brasileira, promove o desenvolvimento das
pessoas que trabalham na empresa, aumenta o cuidado com
a natureza do nosso entorno,
incentiva a economia da região
e participa de esforços coletivos
para a inclusão social daqueles
que ainda não têm seus direitos fundamentais garantidos”,
disse Samek.
A Itaipu também colabora
com a ampliação ou melhoria
dos indicadores da GRI. Representando o Brasil no Grupo
Consultivo formado por 15
pessoas de vários países, Heloisa Covolan integra um projeto da GRI e do Banco Mundial para estudar os indicadores
de gênero.
Conferência
Internacional do
Instituto Ethos
Jorge Samek e Nelton Friedrich também participaram
de oficina da Conferência Internacional do Instituto Ethos
e foram recebidos pelo presidente da entidade, Ricardo
Young. A Itaipu ainda integrou
o estande da Eletrobrás, que
foi a maior patrocinadora do
evento, e distribuiu brindes
elaborados pela comunidade
indígena ava guarani aos
mais de 1.200 participantes
do evento.
Antes do encerramento,
os diretores da Itaipu receberam o Compêndio de Sustentabilidade das Nações, das
mãos da autora da obra, Anne
Louette.
O trabalho apresenta indicadores desenvolvidos por
vários países para medir o índice do bem-estar das populações, indo além dos índices
puramente de crescimento
econômico, como o Produto
Interno Bruto (PIB). Movimento desencadeado a partir do
Butão, país asiático situado
entre a China e a Índia, em
contraposição ao índice PIB,
introduz o índice FIB (Felicidade Interna Bruta).
O livro, com patrocínio da
Itaipu e outras entidades, seria lançado em Curitiba no dia
21 de julho, na sede do Sesi/
Fiep.
CULTIVANDO ÁGUA BOA
10
NOVEMBRO DE 2009
CULTIVANDO ÁGUA BOA
NOVEMBRO DE 2009
Criança: cidadã ou consumista?
Por Frei Betto, escritor
Evento teve lugar no Centro de Treinamento da Itaipu e foi protagonizado pela Itaipu, Adeop e MDA, representado por seu delegado no Paraná, Reni Denardi
zCRÉDITO RURAL
Pronaf Sustentável é lançado
na Bacia Hidrográfica do Paraná 3
Representante do MDA diz que não faltarâo linhas de crédito para investimento na agricultura familiar
Em ato realizado no Auditório Integração, do espaço
Treinamento da Itaipu, no dia
31 de julho, o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA),
a Itaipu e a Agência de Desenvolvimento do Oeste do Paraná (Adeop) lançaram o Programa Pronaf Sustentável na Bacia Hidrográfica do Paraná 3
(BP3). O MDA esteve representado por Reni Denardi, da Delegacia Federal do Desenvolvimento Agrário no Paraná; pela
Itaipu, o diretor de Meio Ambiente, Nelton Friedrich, entre
outros; e pela Adeop, o diretor
Elsídio Cavalcante Barbosa.
A instituição do Programa
Nacional de Fortalecimento
Agricultura Familiar Sustentável, ou simplesmente Pronaf
Sustentável, foi concebido em
2007 pelo MDA e consolidado
em 2009 pelo Decreto 6.882.
De acordo com o MDA, o
programa objetiva “diagnosticar, planejar, orientar, coordenar e financiar unidades produtivas de agricultores familiares e assentados da reforma
agrária no âmbito das modalidades de crédito rural do Pro-
grama Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar
Sustentável”.
Há muito reivindicada por
organizações de apoio à agri-
cultura familiar, a nova modalidade de crédito considera a
propriedade rural como um
todo, nos seus múltiplos aspectos e funções, não apenas ati-
vidades isoladas ou
tópicas, como cultura
do milho, da soja, feijão, agroindústria,
agricultura orgânica,
etc. Por ele, todas as
modalidades e possibilidades agrícolas e
não agrícolas (como o
turismo rural, por
exemplo) de uma propriedade rural familiar podem ser contempladas em único projeto global.
Desde o início da
gestação do novo programa, a Itaipu não só
se interessou por ele,
no contexto do Programa Cultivando
Água Boa e seu projeto específico para a
agricultura familiar,
como também foi fonte de subsídios para
sua estruturação pelo
MDA. Agora, com a
institucionalização da
Pronaf Sustentável, Adeop, Itaipu e MDA assumem a tarefa de
apoiar sua implementação nos
29 municípios da BP3 – alvo do
Cultivando Água Boa.
Denardi: um
salto de qualidade
Na cerimônia de
lançamento do programa,
o representante
do MDA, Reni Denardi,
afirmou que “o Pronaf
Sustentável representa um
salto de qualidade, pois
flexibiliza o fornecimento
do crédito agrícola.
Antes, o crédito tinha um
fim específico, agora é
possível investir em
qualquer material da
cadeia produtiva. Isso
incentiva os pequenos
produtores a planejar
a produção a médio
e longo prazos, e
estabelece uma relação
próxima entre o agricultor,
a assistência técnica e a
instituição de crédito.”
Reni informou que já
estão destinados R$ 13
bilhões para o Pronaf
nacional, dos quais
R$ 1 bilhão para o Paraná.
“O presidente Lula
garantiu que não faltarão
linhas de crédito para
investimento na
agricultura familiar.
O problema não é falta de
recursos, mas a
capacidade operacional
dos produtores”, disse
Reni. No primeiro
momento, para a região
da BP 3, o Pronaf
Sustentável vai investir
R$ 2,6 milhões.
Pesquisas indicam que as crianças brasileiras costumam passar quatro horas por dia na escola e o dobro
de olho na TV. Impressiona o número de peças publicitárias destinadas
a crianças ou que as utilizam coo isca
de consumo.
A pesquisadora Susan Linn, da
Universidade de Harvard, constatou
que o excesso de publicidade causa
nas crianças distúrbios comportamentais e nutricionais. De obesidade precoce, pela ingestão de de alientos ricos em açúcares ou gorduras saturadas, como refrigerantes e
frituras, à anorexia provocada pela
obsessão da magreza digna de passarela
Sexualidade precoce e desajustes familares são outros efeitos da
excsiva exposição à publicidade. São
menos felizes as crianças influenciadas pelas idéias de que sexo independe de amor, a estética do corpo
predomina sobre os entimentos e a
felicidade reside na posse de bens
materiais.
Impregnada desses falsos valores, tão divulgados como absolutos,
a criança exacerba suas expectativas. Se ua criança associa sua felicidade a propostas consumistas, tanto maior será sua frustração e infelicidade, seja pela impossibilidade de
saciar o desejo, seja pela incapacidade de cultivar sua autoestima a
partir de valores enraizados em sua
subjetividade. Torna-se, assim, ua criança rebelde, geniosa, indisciplinada em casa e na escola.
A praga do consumismo é, hoje,
também uma questão ambiental e
política. Montanhas de plástco se
acumulam nos oceanos nos oceanos
e a incontinência do desejo dficulta
cada vez mais uma sociedade sustentável, na qual os bens da Terra e
os frutos do trabalho humano sejam
partilhados entre todos.
Um dos fatores da deformação
infantil é a desagregação do núcleo
familiar. No Dia dos Pais um garoto
suplicou ao pai, em bilhete, que desse a ele tanta atenção quanto dedica à TV... Um filho de pais separados
pediu para morar com os avós após
presenciar a discussão dos pais de
que, um e outro, queriam se ver livre
dele no fim de semana.
Causa-me horror o orgulho de pais
que exiem seus filhos em concursos
de beleza. Uma criança instigada a,
precocemente, porestar demasiada
atenção ao próprio corpo, tende à esquizorenia de ser biologicamente infantil e psicologicamente “adulta”. Encurta-se, assim, seu tempo de infância.
Nào surpreende, pois, que, na adolescência, o vazio do coração busque copensação na ingestão de drogas.
Crianças são seres miméticos por
natureza. Ora, o que esperar de ua
criança que presencia os pais huilharem a faxineira, jogarem lixo na rua...
Criança precisa de afeto, de sentir-se valorizada e acolhida, mas também de disciplina e, ao romper o código de conduta, de punição sem vioência física ou oral. Só assim aprenderá a conhecer os próprios liites e
respeitar os direitos do outro. Só assim evitará tornar-se u adulto invejoso, competitivo, rancoroso, pois saberá não confundir diferença com divergência e não fará da dessemelhança fator de preconceito e discriminação.
É preciso conversar com elas, através da linguagem adequada, sobre situações-limites da vida: dor, perda,
ruptura afetiva, fracasso, morte. Incutir nelas o respeito aos mais pobres
e a indignação frente à injustiça que
causa pobreza; senso de responsabilidade social (há dias vi alunos de ua
escoa varrendo a rua), de preservação ambiental (como a economia de
água), de protagonismo político (saber acatar decisão da maioria e inteirar-se do que significam os períodos
eleitorais).
Se voocê adora passear com seu
filho em shoppings, não estranhe se,
nofuturo, ele se tornar um adulto ressentido por não possuir tantos bens
finitos. Se você, porém, incutir nele
os bens infinitos, - generosidade, solidariedade, espiritualidade - ele se
tornará uma pessoa feliz e, quando
adulto, será seu companheiro de amizade, e não o eterno filho-problema a
lhe causar tanta aflição.
Saber educar é saber amar
27
zMUDANÇA CLIMÁTICA
O menor desmatamento
da Amazônia em 21 anos
É possível o desenvolvimento da região mantendo a floresta em pé
Em reunião com os Ministérios do Meio
Ambiente e do Desenvolvimento Agrário e
os governadores do Pará, Mato Grosso e
Rondônia, o presidente Luiz Inácio Lula da
Silva anunciou no dia 12 de novembro o registro da menor taxa de desmatanento da
Amazônia nos últimos 21 anos. O presidente também anunciou os números (resultados) do Programa Arco Verde-Terra Legal
que, ao longo de 20 semanas, levou aos 43
municípios da Amazônia responsáveis por
mais de 50% do desmatamento da floresta
amazônica, reais alternativas de desenvolvimento sustentável.
O desenvolvimento com preservação
ambiental é a meta da Operação Arco Verde. A proposta é desenvolver, junto com as
populações locais, novos modelos de exploração econômica, invertendo a lógica do
desmatamento. Aliada às ações de fiscalização e repressão, que vem reduzindo drasticamente a derrubada da floresta, a operação tem demonstrado que é possível o desenvolvimento da região mantendo a floresta em pé, através do extrativismo e de modernas técnicas agroextrativistas e agroecológicas.
Ao coibir a abertura de novas áreas
para a agropecuária, fechar serrarias e confiscar gado criado em áreas de preservação,
O Presidente Lula com a Ministra Dilma
o Governo afeta populações inteiras que tiram seu sustento destas atividades clandestinas. É um efeito inevitável, mas que vem
sendo corrigido com programas de substituição dessas atividades por práticas sustentáveis.
A redução do desmatamento, previsto pelo Plano Nacional de Mudanças do
Clima assinado pelo presidente Lula, aprovado na Câmara e em tramitação no Senado em caráter terminativo, depende hoje
em mais de 90% das ações de repressão. A
médio prazo, o Ministério do Meio Ambiente espera ampliar a participação das medidas educativas e de sustentabilidade no
cumprimento das metas previstas pelo Governo Federal.
Proposta da ONU sobre emissões é pra valer
Após reunião com o Presidente Lula (dia
12/11/09), os ministros Carlos Minc (Meio
Ambiente) e Dilma Rousseff (Casa Civil) afirmaram que "o Brasil assumirá um compromisso firme e político sério de redução das
emissões de gases-estufa". Mas Governo Federal ainda não divulgou qual proposta será
levada à conferência da ONU sobre mudanças climáticas em Copenhague, em dezembro. A ministra Dilma disse, no entanto, que
a definição depende de reuniões que ocorrerão nos próximos dias, uma delas com o Presidente Lula.
A ministra Dilma afirmou que o país terá
um "objetivo voluntário" de redução, e o ministro Minc disse que a proposta brasileira
será "como se fosse realmente uma meta".
Ele confirmou que o percentual de redução
das emissões ficará entre 38% e 42% e que
os cortes vão ser definidos por setor.
"O que é objetivo firme com números de-
finidos se não é uma meta? São como se
fossem realmente metas", afirmou o ministro, após participar de um seminário sobre
políticas públicas e mudanças climáticas, organizado pelo TCU (Tribunal de Contas da
União). A ministra esclareceu: "Não estamos
falando em meta. País em desenvolvimento
não tem meta. O que temos é um compromisso voluntário de redução porque isso é
uma questão política séria".
O Presidente Lula, referindo-se a cobranças aos países desenvolvidos, perguntou: "Como é que a gente vai discutir essa
questão do clima com seriedade se a gente vai ter em Copenhague uma reunião e,
pelo que eu estou sabendo, os grandes líderes não vão?" E criticou: "Na hora de assinar os protocolos, todo mundo assina
qualquer coisa. Na hora de cumprir, pão,
pão, queijo, queijo, ninguém quer abrir mão
do seus hábitos e costumes."
CULTIVANDO ÁGUA BOA
Parque Tecnológico Itaipu recebeu representações de dezenas de instituições e entidades
NOVEMBRO DE 2009
Superintendente de Meio Ambiente da Itaipu Binacional, Jair Kotz representou a empresa
Mesa de honra da abertura da Convenção Hemisférica de Proteção Ambiental Portuária
9
Como todas personalidades ilustres que visitam Itaipu, Cousteau plantou árvore
zPRESENÇA ILUSTRE
zEVENTO
Educação Ambiental do Paraná
realiza encontro estadual no PTI
“A responsabilidade pelo cuidado com a natureza é de cada um” (Carlos Rodrigues Brandão)
De 13 a 16 de outubro, o Parque Tecnológico Itaipu foi sede do Encontro Paranaense de
Educação Ambiental (Epea), evento anual que
em 2009 reuniu cerca de 600 pessoas em torno do tema “Educação para Cultura da Paz e
Sustentabilidade Local e Planetária”. Participaram autoridades, professores, acadêmicos e gestores ambientais de todo o Estado.
O Epea é uma promoção coletiva de diversas instituições presentes no município e região,
entre elas a Prefeitura de Foz do Iguaçu, Itaipu
Binacional, Fundação Parque Tecnológico Itaipu, Parque Nacional do Iguaçu, Núcleo Regional de Educação de Foz do Iguaçu, Conselho
de Desenvolvimento dos Municípios Lindeiros,
Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Faculdades Anglo-Americano,
Eduvivência, Educare, Instituto de Comunicação Solidária (ComSol) e Nativa Socioambiental, com apoio da Universidade Aberta do Brasil (UAB), União Dinâmica de Faculdades Cataratas (UDC), Unifoz, Rede Sul Brasileira de
Educação Ambiental (REASUL) e Sanepar.
Autoridades prestigiaram e participaram do
evento: Rachel Trajber, diretora de Educação
Ambiental do Ministério da Educação e Cultura; Lindsley Rasca Rodrigues, secretário estadual do Meio Ambiente; Jorge Pegoraro,
chefe do Parque Nacional do Iguaçu; e o superintendente de Gestão Ambiental da Itaipu, Jair Kotz, representando a direção da empresa.
CULTIVANDO ÁGUA BOA
NOVEMBRO DE 2009
Educação crítica,
reflexiva e participativa
O encontro se desenvolveu
com palestras, painéis, atividades
culturais, oficinas temáticas, exibição de vídeos, reuniões e mesas-redondas, sempre buscando
a sensibilização ambiental. Também houve a reunião da Rede Paranaense de Educação Ambiental (REA/PR) e o lançamento, pela
autora, Angélica Góis Morales, do
livro “Formação Profissional do
Educador Ambiental: reflexões,
possibilidades e constatações”. A
autora esteve no espaço de exposições para diálogos com interessados em conhecer a sua nova
obra.
Paralelamente ao encontro,
houve a Feira da Sustentabilidade, com exposição de produtos e
serviços da área ambiental, como
os alimentos orgânicos do município de Capanema e as peças
de artesanato do Grupo de Moradores do Parque Nacional do
Iguaçu e de tribos indígenas da
região.
Livros, plantas e produtos
medicinais também foram comercializados, além de uma exposição intitulada “Memórias do Parque Nacional do Iguaçu” e do Programa Cultivando Água Boa.
TROCA DE EXPERIÊNCIAS
Mais de 200 trabalhos foram
apresentados oralmente ou em
pôsters. E houve um espaço para
os participantes deixar suas
mensagens na “Árvore da Esperança”.
Especificamente na temática, o encontro foi uma troca de
experiências e de idéias sobre a
educação ambiental.
Daí surgiu a proposta de congregar todos os que atuam na
educação ambiental e ampliar o
intercâmbio entre os diferentes
segmentos, como universidades,
escolas, organizações não-governamentais, OSCIPS e outros, no
sentido de promover uma prática educativa crítica, reflexiva e
participativa frente aos problemas socioambientais.
O QUE ELES DISSERAM
„Rasca Rodrigues, secretário estadual do
Meio Ambiente, sobre o Programa Cultivando
Água Boa: “É parâmetro de como as instituições devem se envolver e se relacionar com a
comunidade. Considero o programa uma das
melhores intervenções ambientais de todo o planeta”.
„Carlos Rodrigues Brandão, antropólogo,
que proferiu a palestra magna sobre “Educação
para Cultura da Paz e Sustentabilidade Local/
Planetária”, convocou a sociedade a assumir o
papel de protagonista nas questões relacionadas ao meio ambiente. “A responsabilidade de
cuidarmos da natureza é de cada um, por meio
de pequenos gestos e ações. Não podemos depender apenas de políticas globais e planetárias
para resolver todos os problemas ambientais. A
humanidade vive a década da educação ambiental dentro e fora das escolas. Precisamos pensar em sociedades sustentáveis, e nisso a educação é fundamental, decisiva.”
„Rachel Trajber, do Ministério da Educação: “É necessário modificar o pensamento atual
de uma sociedade baseada no modelo capitalista e hegemônico, para um sistema de cooperação social e coletivo de ações ambientais. Temos possibilidades de transformar nossa sociedade e contribuir para a construção de sociedades sustentáveis.”
„Jair Kotz, superintendente de Meio Ambiente da Itaipu: “A educação ambiental é o alicerce do Cultivando Água Boa, pois só com a
mudança de mentalidade e de hábitos – papel
da educação –, a Itaipu e seus parceiros jamais
seriam, como estão sendo, os grandes agentes
da sustentabilidade ambiental na BP3. Precisamos dos educadores ambientais à frente da
mudança de pensamento, consciência e ação.”
“É O QUE ITAIPU JÁ FAZ”
Jean-Michel Cousteau:
“o impossível não existe”
A 1ª Convenção Hemisférica de Proteção Ambiental Portuária foi organizada pela Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa),
tendo na pauta os diversos aspectos da operação de portos,
como a dragagem, por exemplo, e seus impactos sobre o
ambiente.
O principal destaque do
evento foi a palestra magna do
ambientalista e oceanógrafo
Jean-Michel Cousteau para cerca de 800 pessoas. Cousteau
enfatizou “a necessidade urgente de promover uma revolução da comunicação e de tomar atitudes que mudem os
rumos na relação que o ser humano tem com o ambiente.
Todos podemos fazer uma escolha. E quando a fazemos é
nossa responsabilidade seguila e comunicá-la aos formadores de opinião. O impossível
não existe”, afirmou Cousteau.
Oceanógrafo prega atitudes que mudem a relação do homem com o ambiente
Em junho de 2004, na tarefa de estabelecer conexões internacionais na implementação
do Programa Cultivando Água
Boa, o diretor de Coordenação
e Meio Ambiente da Itaipu Binacional, Nelton Friedrich, esteve em Barcelona, Espanha,
participando de conferência
sobre “Água, Vida e Segurança”, promovida pela Cruz Verde Internacional, Unesco e Conselho Mundial da Água.
Na ocasião, Nelton teve o
primeiro encontro com o oceanógrafo Jean-Michel Cousteau,
filho do lendário Jacques Cousteau, informando-o sobre as
ações de responsabilidade socioambiental que começavam
a deslanchar na área de influência da usina de Itaipu, com
vistas a estabelecer alguma
possível forma de cooperação
ou parceria em torno de algum projeto. Jean-Michel ficou impressionado e mostrou
desejo de, algum dia, conhecer tudo isso.
A oportunidade que esperava chegou em julho de 2009,
quando ele esteve participando,
em Foz do Iguaçu, da 1ª Con-
Jean-Michel Cousteau (centro) em visita à Central Hidrelétrica de Itaipu
venção Hemisférica de Proteção
Ambiental Portuária, promovida pela Organização dos Estados Americanos (OEA), com
apoio da Itaipu.
Quando foi anunciada a vinda do famoso oceanógrafo e
ambientalista, Nelton Friedrich
lhe enviou convite para que visitasse Itaipu e as ações do Cultivando Água Boa, e argumentou: “Nós não lidamos diretamente com mares, mas sim com
alguns rios que vão para o Oceano Atlântico. A água – nosso
principal compromisso, ativo,
matéria-prima básica – tem posição central no Cultivando
Água Boa, como fio condutor
do conjunto de suas ações soci-
oambientais. Portanto, o alcance das ações do programa tem,
sim, repercussão também nas
águas marítimas, na medida em
que as águas fluviais fluem para
os oceanos e os afetam positiva ou negativamente, dependendo do tratamento que recebem em seu curso terrestre.”
Jean-Michel Cousteau veio
e, além de deixar sua tocante
mensagem, visitou a usina, conheceu a região e as ações do
Cultivando Água Boa – e não só
gostou do que viu e ouviu, mas
também mostrou interesse de
estabelecer uma relação entre o
programa socioambiental da
Itaipu e a entidade que dirige, a
Ocean’s Futures Society.
QUEM É JEAN-MICHEL
28
“O Brasil deve se orgulhar de
sua independência enérgica,
proporcionada, principalmente,
pela energia da Itaipu. Por muito tempo o foco do Brasil foi a
energia (porque era deficiente
no setor). Hoje, olho para os
países e vejo que muitos dependem de outros na questão energética, mas o Brasil, não. Isso
gera para o Brasil uma liberdade simbólica, um tesouro que
talvez nem os próprios brasileiros saibam que possuem.
“Mas, como transformar
essa liberdade em ações práticas de preservação ambiental?
É o que Itaipu já faz.. Já visitei
muitas usinas e nunca tinha
sido convidado para plantar
uma árvore” (Cousteau plantou
uma muda de araçá no Bosque
dos Visitantes da Itaipu Bionacional), e disse que, “se todos
plantassem mais árvores do
que consomem, já seria um
grande passo”.
„Como o pai Jacques Costeau, Jean-Michel é pesquisador e
educador que, desde 1968, atua produzindo documentários sobre as riquezas naturais dos rios e oceanos. Aos 71 anos, já
rodou mais de 70 filmes, tendo conquistado até mesmo um
prêmio Emmy. Apontado como um dos mais importantes ambientalistas do mundo – a Casa Branca já o elegeu Herói do Ambiente, em 1998 –, ele criou em 1999 a Ocean´s Futures Society, organização sem fins lucrativos com sede em Santa Bárbara, Califórnia, EUA. E hoje, entre outras atividades, dedicase, por meio de um projeto chamado Embaixadores do Meio
Ambiente, a ensinar crianças de seis países a viver de modo
sustentável – no Brasil, a ação ocorre no Guarujá, Litoral Norte
de São Paulo, com apoio da Dow Química.
8
CULTIVANDO ÁGUA BOA
zÉTICA DO CUIDADO
‘Agressão ao meio ambiente
está por trás de todas as crises’
Palestras de Leonardo Boff lotam auditórios da Itaipu em Curitiba e em Foz do Iguaçu
Desde sua implantação, em 2003, o
Programa Cultivando
Água Boa tem a contribuição intelectual de
Leonardo Boff em termos
de fundamentação teórica e prática,
de modo que o programa seja implementado dentro da melhor ciência
ecológica, expressa especialmente em
documentos planetários como a Carta
da Terra, de cuja formulação Boff participou, Metas do Milênio, Agenda 21,
Protocolo de Kyoto, Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e
Responsabilidade Global, entre outros.
Frequentemente, Leonardo Boff
comparece na Itaipu e na região aportando sua sabedoria, como ocorreu no
final de junho e início de julho de
2009, quando veio do Rio de Janeiro,
onde mora, para conduzir um painel
sobre o tema “A ética do cuidado no
cotidiano das pessoas – desafios e possibilidades”, especial para diretores e
funcionários da Itaipu Binacional,
mas aberto também ao público em
geral.
EM CURITIBA E FOZ
O painel se desenvolveu em Curitiba, no Teatro Tuca, da PUC-PR, em
Curitiba, para um público de 500 pessoas, no dia 30 de junho, e em Foz do
Iguaçu no auditório do Centro de Treinamento da Itaipu, no dia 1º de julho,
com público de uma centena de diretores e funcionários da empresa.
Em Curitiba o painel contou com a
participação do pró-reitor comunitário de extensão da PUC, Ricardo Tescarolo, dos diretores dos cursos de
Teologia, César Augusto Kuzma, e Engenharia Ambiental, Fabiana De Nadai Andreoli.
O evento foi promovido pela própria Itaipu em parceria com a PUC-PR
(Pontifícia Universidade Católica do
Paraná), com apoio da Copel (Companhia Paranaense de Energia), Sanepar (Companhia de Saneamento do
Paraná), Secretaria de Estado do Meio
Ambiente do Paraná, UFPR (Universidade Federal do Paraná), dos Correios e da ONG Ação Voluntária.
NOVEMBRO DE 2009
Por uma nova sociedade
Como prega por toda parte, Boff insistiu na
necessidade de se adotar um novo modelo de
sociedade diante de uma realidade global abatida pela convergência de várias crises simultâneas: alimentar, ambiental, energética e econômica.
“Nossa alternativa é viver ao redor de alguns
valores comuns, que permitam ajudar a Terra a
sair da crise”, afirmou. “Tais valores passam pela
responsabilidade coletiva; pela criação de uma
estratégia de cuidado dos ecossistemas; e pelo
estabelecimento de uma rede de cooperação
mundial, tarefa em que as grandes corporações,
como a Itaipu, têm papel fundamental; devem
fazer exatamente o que Itaipu faz há mais de
seis anos”.
“Ando muito pelo mundo em função do meu
trabalho e noto que a Itaipu está sendo reconhecida não somente como hidrelétrica, mas
também como uma empresa que desenvolve um
projeto ecológico sustentável, de referência, que
engloba milhares de pessoas”, disse. “O novo
modelo de sociedade já está em construção na
região alvo das ações do Cultivando Água Boa,
por isso desejo que outras empresas vejam essas boas experiências e façam o mesmo.”
E MAIS
Lições de Leonardo Boff
„”Nenhuma empresa, pública ou privada, so-
Leonardo Boff:
“Há hoje nos EUA uma crise mais profunda do que aquela econômicofinanceira. É a crise do estilo de sociedade que foi montada desde sua
constituição pelos pais fundadores. Ela é profundamente individualista,
derivação direta do tipo de capitalismo que ai foi implantado. A exaltação
do individualismo ganhou a forma de um credo num monumento diante do
majestoso Rockfeller Center em Nova York, no qual se pode ler o ato de fé
de John D. Rockfeller Jr: - Eu creio no supremo valor do indivíduo e no seu
direito à vida, à liberdade e à persecução da felicidade”.
Na apresentação do palestrante, o
diretor de Meio Ambiente da Itaipu,
Nelton Friedrich, reconheceu: “Ter
conosco Leonardo Boff é ter ao nosso lado um conselheiro presente desde o lançamento do Cultivando Água
Boa (CAB), uma pessoa de grande im-
portância nesse processo”. E Boff
também expressou seu reconhecimento: “A Itaipu Binacional está
na dianteira mundial quando se
pensa no papel que uma empresa
deve ter na realidade que vivemos”.
breviverá num horizonte longo sem sustentabilidade. Não haverá uma nova Arca de
Noé; ou nos salvamos todos, ou nos perdemos todos.”
„”A conquista da Terra, da natureza pelo homem, num processo que historicamente foi de
dominação e devastação, está por trás de todas as crises.”
„”Não há como parar a roda (da catástrofe
planetária), mas podemos diminuir sua velocidade. Ou fazemos uma aliança global,
ou aceitamos o risco de desaparecer como
seres humanos.”
„”Nós precisamos da Terra; a Terra não precisa
de nós.”
„”Se eu não posso mudar o mundo, posso
mudar uma parte do mundo, que sou eu.”
„”O ser humano aprende com o sofrimento, mas
também pode aprender com o amor.”
Itaipu presente no
Ciclo de Palestras no RJ
O trabalho socioambiental da Itaipu esteve no
centro das atenções no Ciclo de Palestras realizado no Rio de Janeiro na Semana do Meio Ambiente, em junho, promovido pelo Centro de Pesquisa da Eletrobrás, e na XV Semana do Meio Ambiente da PUC-RJ, eventos que também tiveram a
contribuição de Leonardo Boff. Itaipu foi representada pelo diretor de Coordenação e Meio Ambiente, Nelton Friedrich.
CULTIVANDO ÁGUA BOA
NOVEMBRO DE 2009
29
zPRÊMIOS
Educação Ambiental da Itaipu
no benchmarking brasileiro
Mais uma vez, a empresa fica entre as melhores no ranking da sustentabilidade
Em 2007 foi
o Programa
Cultivando
Água Boa como
um todo que recebeu o prêmio de
melhor prática de sustentabilidade do Brasil; em 2009, o premiado foi especificamente o Programa de Educação Ambiental
para a Sustentabilidade, do próprio Cultivando Água Boa. Trata-se do Ranking Benchmarking
Ambiental Brasileiro, criado em
2003 pela empresa Mais Projetos, especializada em gestão e
capacitação ambiental, e consolidado como um dos mais respeitados selos de sustentabilidade do Brasil. É uma espécie
de certificação de qualidade das
ações ambientais brasileiras,
com reconhecimento internacional. O objetivo é identificar, selecionar e compartilhar o melhor do conhecimento em programas ambientais.
As 30 melhoras práticas ambientais do Brasil em 2009 no
ranking Benchmarkin foram conhecidas no dia 4 de setembro,
no Centro de Convenções Frei
Caneca, em São Paulo, por um
público formado por executivos, gestores, especialistas e jornalistas.
Neste ano foram inscritos
169 programas ou projetos de
empresas no campo ambiental,
dos quais 30 foram selecionados
e classificados – e a Educação
Ambiental da Itaipu ficou em
terceiro lugar, superando trabalhos de empresas de renome
nacional e internacional como a
Anglo American, Givaudan do
Brasil, Embratel, Johnson & Johnson, Souza Cruz, Klabin, Bradesco, Valtra do Brasil e outras.
Na solenidade, a apresentação do Case Educação Ambiental para Sustentabilidade foi
feita pelo Diretor de Meio da
Itaipu, Nelton Frederich, que
esteve acompanhado por Leila
Fátima Alberton e Rodrigo Cu-
Odacir, Leila, Nelton, Michelle e Rodrigo comemoram
Selo Ouro “Amigo da Fauna”
Prêmio de 2007
pelli, da equipe de Educação
Ambiental; Michelle Lorencetti, da equipe de Relações Públicas, e Odacir Fiorentin, gerente executivo do Cultivando
Água Boa.
Para integrar o Ranking Benchmarking é necessário antes
passar pelo crivo de uma comissão técnica multidisciplinar, formada por especialistas de vários países que pontuam os casos
sem saber de quais empresas
são. Neste ano, a comissão técnica contou com 16 especialistas de seis diferentes países. É
também necessário cumprir um
regulamento conforme determina o Programa Benchmarking
que já se encontra em sua 7ª
edição e já selecionou 171 casos de mais de 100 instituições.
Um dos critérios básicos de classificação é a coerência entre dis-
Prêmio de 2009
curso (teoria) e prática.
DIFERENCIAL
Os casos vencedores passam
a fazer parte do maior banco de
boas práticas brasileiras de sustentabilidade, disponíveis para
empresas, instituições públicas e
privadas, universidades e mídias especializadas.
Segundo Leila Alberton, gestora do programa de Educação
Ambiental da Itaipu, “foi uma
grande oportunidade para divulgar o programa, que se destacou
por abranger um conjunto de
ações continuadas, e não apenas
pontuais, como acontece na
maioria das empresas. Um dos
nossos diferenciais é justamente o caráter permanente do trabalho de educação, tanto para o
público interno como para o externo.”
A Itaipu Binacional também foi
contemplada, em
2009, com o Selo
Ouro “Amigo da
Fauna”, conferido
pelo Instituto Ambiental do Paraná
(IAP). Com isso, o
IAP quer dar visibilidade às iniciativas de empresas
voltadas à preservação e proteção à
fauna silvestre.
Nesse sentido,
Jair Kotz (esq.) representou Itaipu no
Itaipu se destaca
ato de entrega do Selo Ouro
pelo trabalho que
desenvolve nos refúgios biológicos, tanto na margem brasileira
como na paraguaia, no campo da pesquisa, manejo, monitoramento e fiscalização. Na solenidade de entrega do prêmio, a
Itaipu foi representada pelo superintendente de Meio Ambiente Jair Kotz.
As primeiras empresas contempladas com o Selo do IAP
foram a Fundação Boticário de Proteção à Natureza, a Itaipu
Binacional e o Criadouro Conservacionista Onça-Pintada.
“Ao longo da história da política conservacionista da fauna
paranaense, foi necessário agregar atores que estavam obtendo resultados positivos”, diz João Batista Campos, coordenador de Biodiversidade e Áreas Protegidas da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos. “Este evento de premiação é uma forma de reconhecer instituições que contribuem para a conservação da fauna do Estado, servindo de exemplo para toda a sociedade.”
CULTIVANDO ÁGUA BOA
30
NOVEMBRO DE 2009
CULTIVANDO ÁGUA BOA
NOVEMBRO DE 2009
7
DIFUSÃO DO CULTIVANDO ÁGUA BOA
COMPARTILHANDO EXPERIÊNCIAS
EM NÍVEL NACIONAL E INTERNACIONAL
Só nos últimos três meses, a mensagem do programa foi levada a mais de 5.000 pessoas no Brasil e no exterior
A Itaipu Binacional concebeu e implementa seu programa socioambiental também com uma visão pedagógica, ou ecopedagógica, no sentido de
que pode oferecê-lo como modelo que,
com as devidas adequações, pode ser
aplicado em toda parte.
À medida em que se consolidou e
ganhou notoriedade por suas qualidades, cada vez mais se constitui em fonte
de inspiração, conhecimento e ação
Brasil afora e mundo afora.
Convites para palestras e participações em eventos e exposições chegam
de toda parte e são cada vez mais freqüentes. A Itaipu tem se empenhado
ao máximo para atender a todos da melhor maneira possível, obtendo sempre
grande receptividade, aplauso e manifestação de vontade de replicar a experiência. Este trabalho tem sido feito, especialmente, pelo diretor de Meio
Ambiente, Nelton Friedrich, ou por seu
assessor Odacir Fiorentin, pelo superintendente de Meio Ambiente, Jair
Kotz, e outros colaboradores, como
Luiz Suzuke e Gilmar Secco.
A seguir, até a página 32, é apresentada uma amostra desta importante missão. Só nos meses de agosto,
setembro e outubro de 2009, o Cultivando Água Boa foi exposto a mais de
5.000 pessoas no Brasil e no exterior.
O objetivo é difundir
o carrinho elétrico no Brasil
Equipamento que dá eficiência e aumenta renda dos trabalhadores é adotado como modelo pelo Presidente Lula
Carrinhos elétricos desenvolvidos pela Itaipu Binacional
serão usados por catadores de materiais recicláveis de todo o Brasil
No dia 29 de outubro, o presidente Luiz Inácio Lula
da Silva anunciou a transferência da patente do carrinho elétrico desenvolvido pela Itaipu para o Movimento
Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis (MNCMR). O anúncio foi feito na abertura da Expocatadores
2009, em São Paulo.
No mesmo evento, Itaipu assinou protocolo de intenções com a Eletrobrás para apoiar o movimento de
catadores no fornecimento dos veículos elétricos.
A binacional foi representada pelo diretor-geral brasi-
leiro, Jorge Samek, pelo diretor de Coordenação, Nelton
Friedrich, e pelo coordenador do Projeto Coleta Solidária,
do Cultivando Água Boa, Luiz Carlos Matinc.
Na cerimônia, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, assumiu o compromisso de abrir linha de crédito
específica para a compra dos veículos elétricos pelos catadores. Em agosto, a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) abriu licitação no valor de R$ 6 milhões para a
construção de barracões de reciclagem Brasil afora.
„Por sua vez, a Eletrobrás já destinou R$ 1 milhão ao
MNCMR para investimento em barracões e outros equipamentos usados na reciclagem. Sobre a linha de crédito para a compra dos carrinhos, Samek informa que Itaipu, BNDES e catadores vão se reunir para definir como
será feito o financiamento. “O objetivo é universalizar o
carrinho elétrico no Brasil”, afirma Samek.
„Pela linha de crédito, o BNDES subsidiará parte
da compra e financiará a outra, com parcelamento a
longo prazo e juros baixos. “Os catadores poderão
pagar os carrinhos com a própria venda do material
reciclado”, diz Samek. “Como a eficiência da coleta
aumenta com o carrinho elétrico, os catadores poderão destinar uma parte de seu lucro para o pagamento das parcelas”.
„As prefeituras de todo País poderão contatar o movimento nacional para a compra dos carrinhos. “São os
catadores que irão administrar e vender esses carrinhos
daqui para a frente”, explicou Lula. Os veículos poderão
ser fabricados no próprio município, para baratear o seu
custo de produção.
„O carrinho foi desenvolvido em parceria entre a
Plataforma Itaipu de Energias Renováveis, Parque
Tecnológico Itaipu (PTI) e a empresa Blest Engenharia, de Curitiba. Seu custo de produção gira em torno de R$ 6,8 mil. A capacidade de transporte é de
300 quilos de carga, com autonomia para rodar de 4
a 5 horas, ou 25 a 30 quilômetros. Após isso, a bateria precisa ser carregada. A recarga completa leva
em torno de seis horas. O acionamento do motor e o
controle de velocidade são feitos manualmente em
botões localizados no guidão.
Em todos os municípios, mobilização das comunidades foi muito forte
Propostas são discutidas e votadas pelos envolvidos na formação dos comitês gestores
zPARCERIA
Municípios são chamados
a ser protagonistas do CAB
“Itaipu precisa dos municípios e municípios precisam da Itaipu”, diz vice-prefeito
As eleições municipais de
2007 causaram certa instabilidade nas parcerias em torno da
implementação do Programa
Cultivando Água Boa (CAB), especialmente em municípios nos
quais a oposição venceu. Para
superar essa situação, uma equipe da Diretoria de Coordenação
e Meio Ambiente da empresa,
formada por Odacir Fiorentin,
Luiz Suzuke, Gilmar Secco e Sílvio Depiné, mais os gestores de
bacias, desenvolveram intensa
atividade junto às novas autoridade municipais, entidades e
atores sociais para sensibilizar
sobre a importância da continuidade das ações do programa nos
29 municípios da BP3, começando pelo fortalecimento dos comitês gestores.
Nessa tarefa surgiu uma
novidade: a proposta de institucionalização, mediante lei
municipal, do Comitê Gestor do
CAB de cada município. Em todos os municípios a proposta foi
muito bem aceita e já está concretizada.
Coroando o processo de revitalização, no dia 29 de julho
foi realizado no Parque Tecno-
Encontro no PTI reuniu representações dos comitês gestores dos 29
municípios da Bacia Hidrográfica do Paraná 3
lógico Itaipu (PTI) encontro
que reuniu 160 pessoas entre
funcionários da Itaipu, prefeitos e vice-prefeitos, secretários
municipais, vereadores e membros dos comitês gestores.
Impossibilitado de participar do encontro, o diretor-geral da Itaipu, Jorge Samek, enviou mensagem de incentivo
aos participantes dessa reunião,
pois fortalecer os comitês gestores municipais do Cultivando
Água Boa, ampliar suas funções
e até dar-lhe um caráter de legalidade, por meio de sua institucionalização pelas prefeitu-
ras e câmaras, “é uma ótima
medida”, escreveu Samek.
“Sendo formados por membros indicados pela sociedade
organizada de cada município
e, em alguns casos, já nomeados por decreto municipal, fica
garantida a pluralidade de idéias, assegurada a participação
da comunidade e estabelecido
o equilíbrio na relação públicoprivado-sociedade. Trata-se de
uma forma de obter grande
avanço do marcante trabalho
socioambiental e de consolidação do Cultivando Água Boa na
BP3”, observou Samek.
Cultivando Água Boa
deve ser um
movimento de todos
No encontro no PTI, o diretor
de Meio Ambiente da Itaipu, Nelton Friedrich, reforçou a proposta: “Queremos consolidar e ampliar a atuação dos comitês gestores, porque é o caminho para
fazer com que o protagonismo
não seja da Itaipu, mas das próprias comunidades que implementam o programa”, disse Nelton. “O Programa não pode ser
centrado na Itaipu. Temos, sim,
que caminhar todos juntos na
correção de rumos para construir
a sustentabilidade econômica,
social e ambiental na BP3.”
O mesmo entendimento foi
revelado por manifestações de
diversos representantes dos
municípios, como a do vice-prefeito Marcos Mocelin, de Santa
Helena, primeiro município a
institucionalizar o Comitê Gestor do CAB.
“Os municípios precisam da
Itaipu e a Itaipu precisa dos municípios para levar adiante esse
grande programa que é o Cultivando Água Boa”, disse Mocelin. Dessa forma, a continuidade do programa não vai depender de quem estiver na direção
da Itaipu, mas dos municípios,
suas autoridades, entidades e
comunidades.
PRIMEIROS PASSOS
DA OFICIALIZAÇÃO
O processo começa
com a inclusão de cláusula obrigatória de compromisso de oficializar e fortalecer o comitê nos novos convênios do município com a Itaipu; aprovação, pela Câmara de Vereadores, da lei que institui o comitê; convite à participação do maior número possível de instituições
públicas e entidades sociais; indicação, pelas instituições e entidades, dos
seus representantes no
comitê; nomeação, via decreto, dos membros do
comitê pelo prefeito.
Os comitês gestores
têm caráter consultivo,
com os objetivos de congregar os interesses da
comunidade; compatibilizar os interesses dos diferentes usuários; participar
na elaboração dos planos
de bacia e dos programas
anuais e plurianuais de
investimentos; propor a
elaboração de estudos,
pesquisas e projetos de interesse da comunidade;
acompanhar a execução
das obras e serviços programados nos convênios
com a Itaipu Binacional.
6
CULTIVANDO ÁGUA BOA
NOVEMBRO DE 2009
NOVEMBRO DE 2009
CULTIVANDO ÁGUA BOA
31
Comitiva da Itália
visita Itaipu
No caminho da Felicidade Interna Bruta
Autoridades, dirigentes da Itaipu e técnicos presentes nas feiras Vida Orgânica e Sabores do Paraná, que primaram pela diversidade
NEUROPEDIATRA ALERTA: O SER
HUMANO ESTÁ “ALTAMENTE POLUÍDO”
Estilo de vida tido como moderno leva a maioria das pessoas a ter uma saúde cada vez mais debilitada
constatações ao es“Refeições rápidas, à
tudar causas ligadas
base de alimentos com
a quadros de retarmuitos conservantes e
do mental e outros
corantes, muita fritura
problemas do sistee muito açúcar, vegetais
ma nervoso, entre
com elevada concentraelas a exposição a
ção de pesticidas, peichumbo, mercúrio e
xes contaminados com
outros contaminanchumbo e mercúrio,
Mauro Lins
tes. Nos últimos 14
carnes com altas doses
anos vem estudando os benefíde hormônios e medicamentos,
cios da alimentação natural para
entre outros problemas ligados
a saúde. Na sua clínica, o médiao estilo de vida moderno, esco costuma receitar a seus pacitão levando as pessoas a ter
entes alimentos orgânicos, sono
uma saúde cada vez mais debie atividade física regular como
litada.”
seus principais “remédios”.
Com esse alerta, o médico
Segundo Lins, “há várias
Mauro Lins iniciou sua palestra
evidências de que é grave o
no painel sobre Gestão da Megrau de contaminação das pesrenda Escolar e Consumo Conssoas no mundo todo”. Informou
ciente. E continuou: “Mas não
que, Nos Estados Unidos, um
é apenas pela boca que o ser
estudo feito com recém-nascihumano se contamina. Cosdos constatou a presença de
méticos, medicamentos, eletrosubstâncias químicas nos cordomésticos, produtos de limpedões umbilicais de milhares de
za, entre outros fatores, tambebês. Foram encontradas 287
bém são responsáveis pela presubstâncias químicas – 180 desença de elementos químicos
las, cancerígenas. “O dado é
estranhos na corrente sanguípreocupante porque estima-se
nea e em diversos órgãos. Soque 50% da chance de ter cânmente após a Segunda Guerra
cer na vida seja determinado
Mundial, mais de 80 mil subsnos dois primeiros anos de
tâncias químicas foram lançavida.”
das no ambiente.”
“Outra pesquisa” – inforMauro Lins chegou a essas
mou Lins – “revela diminuição
da enzima paraoxanase-1, o
que deixa o sistema imunológico mais vulnerável em 30%
a 40% da população. Esse problema é consequência da contaminação. “Não é apenas o
meio ambiente que está poluído. O ser humano também está
altamente poluído.”
SOLUÇÃO:
ALIMENTOS ORGÂNICOS
“Da mesma forma como
existem muitos estudos apontando os malefícios da alimentação errada, existem muitos
outros que comprovam os benefícios da ingestão de alimentos puros, produzidos sem agrotóxicos e sem a adição de conservantes e de outros químicos”, ensinou Lins.
Ele informou que, em fevereiro deste ano, a Academia
Americana para o Avanço da
Ciência lançou o documento
Solo Vivo, Qualidade dos Alimentos e o Futuro Alimentar,
em que consta, por exemplo,
que:
Na produção de maçãs orgânicas, os solos apresentam
melhor saúde documentada
pela maior diversidade biológi-
ca, maior quantidade de matéria orgânica e melhores propriedades físicas e químicas. A
melhora da qualidade do solo
dos sistemas de produção de
maçãs orgânicas leva a ganhos
na qualidade nutricional, no
sabor e no armazenamento da
fruta. E mais: tomates que utilizam fertilizantes orgânicos
mantêm concentrações constantes de benéficos antioxidantes, mesmo com o aumento do
tamanho da fruta.
“Os métodos de fertilização
do solo orgânico melhoram os
padrões de expressão genética
da planta, proporcionando assimilação mais eficiente de nitrogênio e carbono em tomates.
Esse ganho na eficiência da captação de nutrientes deixa as
plantas com mais energia para
produzir metabólitos secundários benéficos, compostos que
promovem saúde em plantas e
humanos”, disse o médico.
Para ele, esses estudos só
vêm comprovar o que já se sabia há muito tempo. Afinal, o
pai da medicina, Hipócrates,
que viveu no século IV a.C., já
dizia: “Faça do alimento a sua
medicina e da medicina o seu
alimento”.
Selo para
produtos e
concurso
de receitas
A abertura das feiras
também foi marcada pelo
lançamento do selo Vida Orgânica, a ser aplicado em
todos os produtos gerados
na BP3 com base na agroecologia, e do 2º Concurso de
Receitas Saudáveis da BP3,
aberto à participação de todas as merendeiras das escolas da região, que diariamente servem 167 mil refeições aos estudantes. A
exemplo do que resultou do
primeiro concurso – um livro
com dezenas de receitas
premiadas – novo livro será
lançado em novembro, no 6º
Encontro Cultivando Água
Boa, com as premiadas do
novo concurso. “Pretendemos chegar a mil merendeiras participando”, disse o diretor de Meio Ambiente da
Itaipu, Nelton Friedrich.
Para preparar a 5ª Conferência Internacional sobre Felicidade Interna
Bruta (FIB), que divide espaço com o 6º Encontro Cultivando Água Boa e
outros eventos (ver pág. 36), o diretor de Meio Ambiente da Itaipu, Nelton Friedrich, esteve no Butão a convite do governo daquele país asiático.
Butão é o país pioneiro na troca de índices como o PIB (Produto Interno
Bruto) pelo índice FIB (Felicidade Interna Bruta) para medir a verdadeira
riqueza de um país. Além de ultimar preparativos para a conferência,
Nelton pôde conhecer a fundo em que consiste o índice FIB e apresentar
o trabalho desenvolvido pelo Programa Cultivando Água Boa. Ele viajou
junto com Susan Andrews, diretora do Instituto Ethos, que propôs a realização da 5ª Conferência em Foz do Iguaçu. Entre outras autoridades e
lideranças butanesas, Nelton e Susan se reuniram com o ministro da
Educação, Lyonpo Thakur Powdyel, e o primeiro-ministro Jigme Thinley.
Semana
Mundial da Água
A Itaipu e a Agência Nacional de Águas (ANA) representaram o Brasil na 18ª Semana Mundial da Água, promovida pelo Instituto Internacional da Água, de Estocolmo, Suécia. A Itaipu, representada pelo diretor Nelton
Friedrich, contribuiu com a
apresentação da sua experiência de gestão de água desenvolvida pelo Cultivando
Água Boa, e a ANA levou ao
evento a experiência brasileira na gestão de águas. A Semana
Mundial da Água reuniu dirigentes e técnicos de instituições especializadas em recursos hídricos, autoridades governamentais e líderes de ONGs.
Em outubro, uma comitiva da
Província de Toscana, Itália, esteve na Itaipu para conhecer as ações
do Cultivando Água Boa, no contexto do desenvolvimento do acordo de cooperação existente entre
a empresa binacional, a Universidade de Pisa (Unipi) e a Universidade Federal do Paraná. Fizeram
parte da comitiva o ministro do
Meio Ambiente da Itália, Marco
Betti; o diretor do setor geral de
política territorial e ambiental, Paolo Matina; o professor Marco Mazzoncini, da área de agroecologia
da Unipi, Roberto Spandre, adido
científico da Itália no Brasil.
Uma semana antes, o diretor
geral da Itaipu, Jorge Samek, e
Nelton Friedrich, diretor de Meio
Ambiente, haviam estado em Florença, Itália, apresentando a missão de responsabilidade social e
ambiental da empresa no Fórum
Ítalo-Brasileiro da Cidade do Futuro.
Itaipu na campanha
Alimentação, direito de todos
Energia e
desenvolvimento
sustentável
No dia 14 de setembro, o diretor geral JorgeSamek participou
em Curitiba do lançamento no Paraná da campanha “Alimentação,
direito de todos”, criada para estimular a aprovação da Proposta
de Emenda Constitucional que trata do direito à alimentação. O
evento, realizado no auditório do Museu Oscar Niemeyer, envolveu
a exibição do filme “Garapa”, de José Padilha, e um painel de debates com autoridades vinculadas à questão da fome no País, entre elas o deputado federal Nazareno Fonteles, o diretor do Instituto Brasileiro de Análises Econômicas (Ibase), Francisco Menezes,
e a presidente da seccional paranaense do Conselho Nacional de
Segurança Alimentar (Consea/PR), Silvia Rigon. Samek proferiu a
palestra de abertura do evento e destacou a importância fundamental das parcerias na implementação de qualquer programa social
ou ambiental.
A convite da Fundação MAPFRE
Seguros, organizadora do evento,
a Itaipu participou em agosto do V
Seminário sobre Geração de Energia e Desenvolvimento Sustentável e do 3° Encontro Técnico sobre
“A vocação e participação das fontes alternativas na matriz energética brasileira”. O superintendente
de Meio Ambiente da Itaipu, Jair
Kotz, representou a empresa e
abordou o tema “Geração renovável em grandes aproveitamentos hidrelétricos”.
Palestras para mais de mil acadêmicos
Abordando temas ambientais e sustentabilidade, com foco especial na questão da coleta seletiva de materiais recicláveis, o diretor Nelton Friedrich e gestores de programas do CAB proferiram um ciclo de três palestras
em cada turno dos cursos da unidade de Medianeira da Universidade Técnica Federal do Paraná (UTFPR).
32
CULTIVANDO ÁGUA BOA
II Seminário Regional
de Peixe de Água Doce
Realizado em São Miguel do Iguaçu, este evento
teve participação de 425 pessoas entre técnicos,
agentes municipais, piscicultores, pescadores, índios e representantes de entidades ligadas ao setor.
A Itaipu, além de apoiar o evento, participou com
palestra de Nelton Friedrich sobre sustentabilidade
e exposição, pelo gestor Pedro Tonelli, sobre o programa Mais Peixes em Nossas Águas, do Cultivando
Água Boa.
ExpoConcórdia 2009
A experiência da Itaipu na gestão ambiental por bacias hidrográficas
foi um dos principais temas do Seminário sobre Desenvolvimento do Alto
Uruguai Catarinense “Para onde vamos?”, realizado dentro da programação da ExpoConcórdia 2009, na cidade de Concórdia, SC. Na questão
ambiental, o Programa Cultivando Água Boa, apresentado por Nelton Friecrich, foi recebido como resposta à pergunta “Para onde vamos?”
Congresso de Controladores de Pragas
A mensagem socioambiental da Itaipu também foi levada ao Congresso Sulbrasileiro de Atualização Tecnológica em Controle de Pragas e Vetores, realizado em Joinville, SC, numa iniciativa da Associa dos Controladores de Pragas de Santa Catarina (ACPRAG) e da Associação Paranaense
de Controladores de Pragas e Vetores (APRAV). A participação da Itaipu
se concentrou especialmente no trabalho que a empresa desenvolve no
campo do saneamento básico e da coleta solidária e seletiva de materiais
recicláveis.
NOVEMBRO DE 2009
Comitivas de Londrina
e Maripá na Itaipu
Realizado em Foz do Iguaçu, o Simpósio sobre Plantio Direto na Palha
contou com participação da Itaipu com apoio financeiro, palestras e debates especialmente sobre produção integrada de alimentos e energia para
uma nova agricultura, questão em que se destaca o aproveitamento de
dejetos animais para a produção de eletricidade nas propriedades rurais.
“Tudo o que como e bebo me
traz saúde e vida ou doença e morte”
Bio Brasil Fair
Em julho a Itaipu participou, em São
Paulo, com estande, na feira Bio Brazil
Fair – exposição de Alimentos e Bebidas, Chás e Ervas, Cosméticos, Produtos Têxteis e Artesanato, Mel e Derivados, Entidades Certificadoras e Insumos
e Equipamentos, em tudo voltadas para
a agroecologia. O evento recebeu mais
de 20 mil visitantes. A Bio Brazil Fair
gera o desenvolvimento da produção
agroecológica, estimula o relacionamento comercial, proporciona negócios ao
longo do ano, divulga marcas e o setor
como um todo em diversas mídias e promove a consciência do consumo de orgânicos.
Congresso
Nós Podemos Paraná
No dia 28 de outubro, o diretor de Meio Ambiente da Itaipu, Nelton Friedrich, participou do
2º Congresso Nós Podemos Paraná – Cultura,
Ação e Criatividade, na sede da Federação das
Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), em Curitiba. Nelton fez parte da Roda de Diálogo “Meio
Ambiente e o Futuro do Planeta”.
O Centro de Saberes e Cuidados Socioambientais da Bacia do Prata apresentou seu
projeto pedagógico na conferência central do
VI Congresso Ibero-americano de Educação
Ambiental, denominado Perspectivas Regionais em Educação Ambiental. O evento foi
realizado entre 16 e 19 de setembro, em
San Clemente de Tuyu, província de Buenos
Aires. A apresentação foi feita pelo diretor
de Meio Ambiente da Itaipu e membro do
Conselho Diretor do Centro, Nelton Friedrich, que também apresentou as ações de
educação ambiental do Cultivando Água Boa
na oficina Educação Ambiental em Bacias
Hidrográficas. A Itaipu participou também
com exposição de painéis que mostram as
interfaces da educação ambiental com as
diversas ações do Cultivando Água Boa.
5
PENSAMENTO DE DOM MAURO
O prefeito de Londrina, Homero Barbosa
Neto, acompanhado de assessores, visitou Itaipu para conhecer o Cultivando Água Boa com o
objetivo de conhecer os fundamentos do programa e utilizá-los na política socioambiental do seu
município.
Tabém visitaram Itaipu o prefeito e os vereadores do município de Maripá para dialogar sobre o andamento das ações do Cultivando Água
Boa naquele município da Bacia Hidrográfica do
Paraná 3.
VI Conferência Ibero-americano de Educação Ambiental
Simpósio sobre Plantio Direto na Palha
CULTIVANDO ÁGUA BOA
NOVEMBRO DE 2009
Dom Mauro: “A solidariedade só é uma virtude quando se cultiva a justiça”
ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO,
DIREITO HUMANO BÁSICO
Cabe à família, à sociedade e aos governos garantir esse direito ao ser humano
Em seguida à solenidade de
abertura, Nelton dirigiu mesa
redonda para o debate do tema
Gestão da Merenda Escolar e
Consumo Consciente, com participação de Dom Mauro Morelli, do Instituto Harpia Harpya,
ONG dedicada à premente questão da segurança alimentar e
nutricional, e do médico especialista em neuropediatria e nutrólogo Mauro Lins, de Niterói,
Rio de Janeiro (ver pág. 6).
Dom Mauro destacou a importância do Programa Nacional de Alimentação Escolar
(PNAE), instituído pela Lei
11.947, cuja origem está no
Programa Dinheiro Direto na
Escola, de 1995, criado para
prestar assistência financeira
suplementar às escolas públicas
de educação básica e às escolas
privadas sem fins lucrativos,
inscritas no Conselho Nacional
de Assistência Social.
Na verdade, até 2008, o programa contemplou apenas escolas públicas de ensino fundamental, mas em 2009, com a
edição da Medida Provisória
455, de 28 de janeiro, e depois,
com sua transformação em lei
(nº 11.947) em junho, foi ampliado para toda a educação
Dom Mauro Morelli se tornou conhecido pela luta no combate à fome. Ele tem se destacado por uma ação firme em favor de
uma Igreja aberta ao mundo e na luta pela dignidade humana.
Hoje é uma das principais expressões nacionais no combate à
fome e à miséria. Depois de integrar, junto com Herbert de Souza, o Betinho, a Campanha da Cidadania contra a Fome, a Miséria e pela Vida, ele tem continuado a buscar, junto de governos,
ONGs e entidades civis, soluções para os graves problemas nacionais, além de assessorar iniciativas de combate à fome em
todo o Brasil.
Para ele, “campanhas contra a fome não enchem a barriga
de ninguém. O doador se alimenta com a bondade de seu gesto,
sem garantir o pão de cada dia ao faminto. Provoca-se muito
mais ansiedade do que saciedade, sem promover o direito básico de cada ser humano ao alimento e à nutrição”.
Dom Mauro entende que “não se deve ajudar os necessitados por um sentimento piegas” e que “a solidariedade só é uma
virtude quando se cultiva a justiça” e que, “sem paternalismo e
assistencialismo, pela participação e pelo trabalho, o povo quer
e deve exercer sua cidadania”.
Para Dom Mauro, “no Piauí, como em qualquer lugar do Brasil, o que está em jogo é um direito humano básico. Sem a promoção da cidadania, o povo continuará faminto”, afirma.
E MAIS
“Com miséria e fome não existe e
nem sobrevive democracia alguma”
„“Ter fme é sinal de saúde. Não ter acesso ao alimento
de boa qualidade que nutra o meu organismo para viver
com saúde é violação de um direito humano básico”, prega
o bispo. “Cabe à família, à sociedade e aos governos garantir esse direito a cada ser humano. Vamos tomar consciência de que o problema da fome é uma coisa ordinária,
que interessa a todas as pessoas e que deve ser solucionado como exigência de um direito. Não com favores e caridade”, ele diz.
Ato de abertura do debate sobre gestão da merenda escolar
básica, passando a abranger as
escolas de ensino médio e da
educação infantil. Em 2008 beneficiava 26,9 milhões de alunos, e em 2009 passou a beneficiar 45,6 milhões.
DIRETRIZES
A lei que instituiu o Programa Nacional de Alimentação
Escolar (PNAE) estabelece,
entre outras, as seguintes diretrizes:
„O emprego da alimentação
saudável e adequada, compreendendo o uso de alimentos variados, seguros e saudáveis,
contribuindo para o crescimento e o desenvolvimento dos alu-
nos e para a melhoria do rendimento escolar;
„a alimentação escolar é direito dos alunos da educação
básica pública e dever do Estado;
„a inclusão da educação alimentar e nutricional no processo de ensino e aprendizagem;
„a universalidade do atendimento aos alunos;
„a participação da comunidade no controle social;
„o apoio ao desenvolvimento sustentável, com incentivo à
aquisição de gêneros alimentícios diversificados, preferencialmente oriundos da agricultura familiar orgânica.
„“Todos os níveis e ramos de governo deverão responder a
esse direito de forma planejada e orgânica. As prioridades e a
metodologia dos planos, com seus programas e projetos, deverão corresponder à dignidade humana e às exigências da cidadania.”
„“Não seremos um povo culto e forte sem que as pessoas efetivamente se alimentem para ter vida com saúde.
Com miséria e fome não existe e nem sobrevive democracia alguma. Assim como a águia da Mantiqueira desaparece quando é rompida a cadeia alimentar, assim se desfaz
uma nação quando o povo não tem assegurado o acesso e
o gozo de alimento que produz saúde.”
„“Estejamos atentos ao direito e à qualidade dos alimentos
e bebidas. Alimento, dom de Deus e direito de todas as pessoas.
Tudo o que como e bebo me traz saúde e vida ou doença e
morte. O aleitamento materno é decisivo para a vida saudável da
criança. Os refrigerantes são ótimos para gerar doenças cardiovasculares.”
CULTIVANDO ÁGUA BOA
4
NOVEMBRO DE 2009
Variedade e qualidade dos produtos atrairam cerca de 20 mil visitantes, o dobro do esperado Samek na abertura do evento: “é resultado das parcerias que Itaipu tem na BP3”
FEIRAS
zAGROECOLOGIA
VIDA ORGÂNICA E
SABORES DO PARANÁ
Eventos revelaram alto nível alcançado pelo sistema orgânico na BP3 e no PR
Uma vida mais saudável e saborosa esteve ao alcance de quem
foi ao CTG Charrua, em Foz do
Iguaçu, nos dias 25 a 28 de junho de 2009. Durante os quatro
dias, o mundo da alimentação orgânica e da agricultura familiar
pôde ser descoberto, debatido e
experimentado por quem visitou
a 14ª Feira Vida Orgânica, da Itaipu Binacional e seus parceiros, e
a Feira Sabores do Paraná, da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab), com
apoio da Prefeitura de Foz do Iguaçu. A Feira Vida Orgânica foi criada em 2005, fruto do amadurecimento do Projeto de Agricultura Orgânica, do Programa Cultivando Água Boa, criado em 2003.
A 14ª edição do evento, desta vez
realizado conjuntamente com a
Feira Sabores do Paraná, foi, segundo o seu gestor, João José
Passini, “a maior e melhor de todas, o que evidencia o grande
avanço alcançado pela agricultura orgânica na Bacia Hidrográfica do Paraná 3, a BP3”.
Já a Feira Sabores do Paraná,
criada há dez anos, é uma realização da Fábrica do Agricultor, do
Programa Agroindústria Familiar,
da Seab, sempre levada a diferentes cidades do Estado. Esta foi a
primeira vez que chegou a Foz do
Iguaçu.
A abertura dos eventos teve a
participação do governador do Paraná, Roberto Requião, do secretário estadual de Agricultura e
Abastecimento, Valter Bianchini,
do diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, Jorge Samek, e do
diretor de Meio Ambiente da Itai-
pu, Nelton Friedrich.
O governador Requião destacou a qualidade dos produtos comercializados, a excelência da
produção orgânica e seu papel na
preservação da biodiversidade.
Fez ainda duras críticas ao capitalismo movido pela ganância desenfreada e insustentável. “Se a
ganância continuar mandando na
produção, vai chegar o momento
em que vamos ser alimentados por
ração; perderemos a dimensão da
diversidade alimentar que vem
desde os primeiros moradores de
nossa terra”, disse.
Jorge Samek destacou os investimentos feitos pela Itaipu nas
microbacias e propriedades rurais
dos 29 municípios da BP3. “Um
sobrevoo pela região nos mostra
rios recuperados, estradas adequadas à proteção do solo e agricultores orgânicos que não geram
passivos ambientais”, afirmou.
“Isso vem crescendo principalmente em função das parcerias da
Itaipu com entidades e instituições
da região alvo do CAB”.
Rica e apetitosa
variedade de produtos
„As feiras apresentaram e comercializaram uma
grande, rica e apetitosa variedade de produtos da agricultura familiar orgânica, e ainda ofereceram ao público oportunidades de aprendizagem com palestras
de alto nível, seminários e debates, momentos lúdicos, culturais e artísticos (como a apresentação da
Orquestra Viola Caipira, da Faculdade Assis Gurgacz
(FAG), de Cascavel) e um concorrido café colonial.
„Os dois eventos simultâneos contaram com 80 expositores, receberam cerca de 20 mil visitantes – o dobro do
esperado –, serviram 2.000 refeições e movimentaram aproximadamente R$ 200.000,00 em vendas.
„Mas o que mereceu especial destaque foi a alta
qualidade dos produtos expostos e comercializados,
das embalagens ao conteúdo, in natura ou industrializados.
„A Feira Vida Orgânica é importante ação do Cultivando Água Boa (CAB) dentro do Projeto de Desenvolvimento
Rural Sustentável, que abrange a agricultura orgânica e
familiar, a diversificação da produção e agregação de valor
aos produtos por meio da agroindustrialização.
„Materializam-se assim os três conceitos-chave que
se entrelaçam na concepção inovadora do CAB: responsabilidade socioambiental, desenvolvimento sustentável e qualidade de vida – valores que as feiras
Vida Orgânica e Sabores do Paraná revelaram ter alcançado um patamar elevado na Itaipu e na BP3, em
Foz do Iguaçu e no Paraná.
CULTIVANDO ÁGUA BOA
NOVEMBRO DE 2009
6
33
ENCONTRO
º
CULTIVANDO ÁGUA BOA
Hora de avaliar o andamento do programa, fazer ajustes e projetar sua continuidade
Já é tradicional: em novembro de cada ano, os que cultivam
água boa se reúnem em Foz do
Iguaçu para se encontrar, confraternizar, dialogar, comemorar,
assimilar novos conhecimentos e fazer novo pacto pela vida sustentável.
É o Encontro Cultivando Água Boa, que neste
ano está em sua sexta
edição e se realiza nos
dias18 a 20 de novembro,
em conjunto com outros
eventos de dimensão nacional e
internacional (ver página 36).
O Encontro Cultivando Água
Boa é preparado em reuniões dos
atores em cada um dos 29 municípios da BP3, quando as comunidades passam por uma espécie
de brainstorming (tempestade de
idéias) ao redor do desenvolvimento do programa socioambiental da Itaipu e seus parceiros.
As reuniões preparatórias ao
6º Encontro coincidiram com o
processo de institucionalização
dos comitês gestores municipais
do CAB (ver pág. 7) e foram coordenados por uma equipe de colaboradores da Itaipu (Odacir Fiorentin, Luiz Suzuke, Gilmar Sec-
co, Sílvio Depiné), pelos gestores de bacias (Edoni Pedroso, José Barth, Elton
José Deves, Vilmar Freitas, Sadi Ferronato,
Sérgio Scherer, Neron Halinski, Romualdo Barth,
Moacir Pistori,
Edson Poier, Rubens de Souza e
Marcelo Uliana) e
gestores de programas, especialmente da
educação ambiental.
OFICINAS REPARATÓRIAS
Os trabalhos se desenvolveram em oficinas sobre os programas e projetos do CAB em andamento em cada município. “O
papel da Itaipu, tanto nos comitês gestores como nas reuniões
preparatórias ao grande evento
de novembro, é articular e mobilizar as comunidades”, diz Luiz
Suzuke. “A importância deste trabalho pôde ser atestada no 5º
Encontro CAB, de 2008, quando
uma pesquisa revelou que mais
de 70% dos participantes compareceram motivados pelas reuniões preparatórias.”
Gilmar Secco destaca que
essa é a “oportunidade que as
comunidades têm de dizer o que
querem, pois o programa só é
bom quando é bom para a comunidade. O processo é o da democracia participativa, não apenas
representativa, de modo que os
resultados e os méritos das realizações não sejam de uma instituição ou de outra, da Itaipu
ou da Prefeitura, mas da comunidade.”
Gilmar acrescenta: “A impressão comum que tivemos nos 29
municípios da BP3 é de uma avaliação altamente positiva dos programas do CAB. Em todas as reuniões o que se verificou é que está
cada vez mais reforçada a consciência da necessidade de em todos foi reforçada a necessidade
de se levar adiante o programa
mediante o envolvimento cada
vez maior das comunidades, que,
onde as coisas não andam bem,
cobram mesmo”, diz Gilmar.
E Suzuke acrescenta que “as
pessoas estão muito conscientes
de que, na questão ambiental,
como na saúde, é muito melhor
e mais fácil preservar do que remediar”.
“O CAMINHO É POR AÍ”
Odacir Fiorentin, gerente executivo do CAB, afirma: “A imersão que fizemos nessa verdadeira peregrinação pela BP3, seja
para a revitalização dos comitês gestores, seja para preparar o
6º Encontro CAB, nos deu a certeza da consolidação do programa. Temos muito que fazer e avançar, porque o programa
não foi construído para quatro ou oito anos, mas para sempre,
porque a questão ambiental é para sempre. A consolidação do
CAB está na nova roupagem e promete grandes resultados,
em função especialmente da mais ampla participação de praticamente todas as entidades existentes nos municípios. Para
nossa surpresa, temos comitês formados por representantes
de mais 50 entidades. Isso revela o avanço da consciência
ambiental e do comprometimento da sociedade. As pessoas
reconhecem: o caminho é por aí, e nós temos que participar,
nós temos que fazer.
“Entidades regionais como AMOP, Acamop, Adeop e Caciopar criaram um departamento de meio ambiente para conectar
as entidades com os comitês gestores municipais do CAB.
“Na execução das ações: concluímos 70 microbacias de
2003 até hoje; serão 100 até o final de 2010. Poderíamos
executar mais talvez, mas temos que respeitar os orçamentos
dos municípios, sua capacidade de investimento e também de
outros parceiros e da própria Itaipu;
“Temos um resultado tão proveitoso que se tornou referência nacional e até mundial, principalmente, fundamentalmente pela participação da sociedade. Posso dizer que é um
momento de muita felicidade chegar ao 6 Encontro com todos os comitês formados e institucionalizados nos municípios, em torno dos convênios já firmados para as ações durante dois anos.”
REUNIÕES PREPARATÓRIAS AO 6o ENCONTRO CAB
Marechal Cândido Rondon
Guaíra
Vera Cruz do Oeste
CULTIVANDO ÁGUA BOA
34
NOVEMBRO DE 2009
REUNIÕES PREPARATÓRIAS AO 6o ENCONTRO CAB
NOVEMBRO DE 2009
CULTIVANDO ÁGUA BOA
Um círculo vicioso mortal
LEONARDO BOFF
Da Comissão da Carta da Terra
A demanda é por um outro
sistema e um outro paradigma de
habitar este pequeno, velho, devastado
e superpovoado planeta
São José das Palmeiras
Santa Helena
Pato Bragado
Ouro Verde do Oeste
Ramilândia
Mercedes
Maripá
Mundo Novo
Itaipulândia
Entre Rios do Oeste
Diamante do Oeste
Céu Azul
Estamos todos sentados em cima de paradigmas civilizacionais e econômicos falidos. É o que nos revela a atual crise global com suas várias vertebrações. Nada de consistente se apresenta como alternativa viável a curto e a
médio prazo. Somos passageiros de um avião em vôo cego. O que se oferece
é fazer correções e controles à la Keynes, que, no fundo, são mudanças no
sistema mas não do sistema. Mas é este sistema que comparece como insustentável, incapaz de oferecer um horizonte promissor para a humanidade. Por isso, a
demanda é por um outro sistema e um outro paradigma de habitar este pequeno,
velho, devastado e superpovoado planeta. É urgente porque o tempo do relógico
corre contra nós e temos pouca sabedoria e parco sentido de cooperação.
Em razão dos interesses dos poderosos que não fazem o necessário para
evitar o fatal, as soluções implementadas mundo afora vão na linha de “mais
do mesmo”. Mas isso é absolutamente irracional pois foi esse “mesmo” que
levou à crise que poderá evoluir para uma tragédia completa.
Estamos, pois, enredados num círculo vicioso letal. Dois impasses estão
à vista, gostem ou não os economistas, “os salvadores” do mundo: um humanitário e outro ecológico.
O primeiro limite é de natureza ética: a consciência planetária, surgida
à deriva da globalização, suscita a pergunta: quanto de inumanidade e de
crueldade aguenta o espírito humano ao verificar que 20% das pessoas consomem 80% de toda a riqueza da Terra, condenando o resto à cruz do desespero, encurralada nos limites da sobrevivência? Esta aceitará o veredito de
morte sobre ela? Ela resiste, se indigna e, por fim, se rebelará por instinto de
sobrevivência O ideal capitalista de crescimento ilimitado num planeta limitado parece não ser mais proponível ou só sob grande violência.
O segundo é o limite ecológico: o capitalismo criou a cultura do consumo e do desperdício cujo protótipo é a sociedade norte-americana. Generalizar esta cultura – cálculos foram já feitos – precisar-se-iam de duas ou mais
Terras semelhantes à nossa, o que torna o propósito irrealizável. Por outra
parte, encostamos nos limites dos recursos e serviços da Terra e os ultrapassamos em 40%. Todas as energias alternativas à fóssil, mantido o atual consumo, atenderia somente 30% da demanda global. Como se depreende,
dentro do mesmo modelo, somos um sapo sendo lentamente cozido sem
chances de saltar da panela.
Há três propostas criativas: a da economia solidária que não mais se guia
pelo objetivo capitalista da maximização do lucro e de sua apropriação individual. A do escambo com as moedas regionais. A terceira é a da biocivilização e da
Terra da Boa Esperança, do economista polonês que dirige um centro de pesquisa sobre o Brasil em Paris: Ignacy Sachs. Ela confere centralidade à vida e à
natureza, tendo o Brasil como o lugar de sua antecipação. As três são possíveis
mas não acumularam ainda força suficiente para ganhar a hegemonia.
Talvez elas nos poderiam salvar. Mas teremos tempo hábil? Bem dizia
Gramsci: “o velho não acaba de morrer e o novo custa em nascer”. Não se
desmonta uma cultura de um dia para outro. Quem está acostumado a comer bife de filé dificilmente se resignará a comer ovo.
Meu sentimento do mundo diz que vamos ao encontro de uma formidável
crise generalizada que nos colocará nos limites da sobrevivência. Chegando a
água ao nariz, faremos tudo para nos salvar. Possivelmente seremos todos
socialistas, não por ideologia mas por necessidade: os parcos recursos naturais serão repartidos equanimemente entre os humanos e os demais viventes
da comunidade de vida. Santo Agostinho sabiamente ensinou que dois fatores ocasionam em nós grandes transformações: o sofrimento e o amor. Devemos aprender já agora a amar e a sofrer por esta única Casa Comum a fim de
que possa ser uma grande Arca de Noé que albergue a todos. Então será, sim,
a Terra da Boa Esperança, um sinal de um Jardim do Éden ainda por vir.
3
A Mãe Terra exige resgate climático
MAURICE STRONG
Ex-diretor executivo do Pnuma
Somos a civilização
mais rica que já
existiu. Podemos
aceitar que não estamos em
condições de salvar a nós
mesmos e às gerações futuras?
Um estudo do Fórum Humanitário Mundial,
encabeçado pelo ex-secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Kofi Annan, estima que
o custo econômico e humano da mudança climática já chega a aproximadamente US$125 bilhões anuais, significando a perda de 300 mil
vidas e afetando cada vez mais pessoas em todo
o mundo, em especial os pobres. As medidas financeiras para alcançar o êxito na segurança climática vão além do que até agora consideram os
principais países desenvolvidos e do que reclamam China e as nações em desenvolvimento.
Essas medidas não devem consistir apenas
em fornecer uma soma global, mas também na
aplicação de um pacote de compromissos firmes
durante um longo prazo, com uma contribuição
inicial da magnitude de pelo menos US$ 1 trilhão. A redistribuição de maciços recursos econômicos e humanos que hoje se destinam ao
setor militar poderia satisfazer a maior parte das
necessidades em matéria de segurança climática. Seria o caso de dar prioridade à melhoria da
vida no planeta em lugar de outorgá-la ao poder
de matar.
Se a quantia de US$ 1 trilhão pode parecer
irrealmente alta nas atuais circunstâncias, cabe
lembrar que é apenas uma porção do que os Estados Unidos gastaram nas guerras do Iraque e
do Afeganistão e nas atuais tentativas de resgate
de suas principais instituições financeiras e de
sua debilitada economia.
Na crise da mudança climática há uma necessidade maior ainda de resgate do que na crise econômica e financeira, embora ambas estejam intrinsecamente relacionadas. Somos a
civilização mais rica que já existiu. Podemos
realmente aceitar que não estamos em condições de salvar a nós mesmos e às gerações
futuras?
Há boas notícias quanto às promissoras dimensões do progresso tecnológico que nossa sociedade do conhecimento produziu. A informação cada vez mais sofisticada e a tecnologia proporcionam ferramentas que nos permitem entender e manejar os sistemas complexos que determinam o funcionamento de nossa civilização. Os
países asiáticos mais bem sucedidos economicamente, especialmente Japão e Coréia do Sul,
nenhum bem-dotado de recursos naturais, construíram seu êxito graças ao desenvolvimento de
tecnologias avançadas e de altas taxas de investimento em educação e pesquisa. Além disso, a
China faz progressos impressionantes para se
transformar em uma economia baseada no conhecimento e na tecnologia, bem como outros
países asiáticos em diferentes graus.
O que devemos fazer? Primeiro, necessitamos de um novo modelo econômico que integre
as disciplinas tradicionais com as novas percepções da economia ecológica. Esta “nova economia” deve proporcionar bases teóricas que incorporem na política tarifária e nas contas nacionais os verdadeiros valores do ambiente e dos
serviços proporcionados pela natureza. Também
deve incluir um regime fiscal e de regulamentação com incentivos para o sucesso da sustentabilidade econômica, social e ambiental.
As ações das pessoas e suas prioridades dependem de sua motivação. Embora todos estejamos motivados pelo interesse próprio, em um plano mais profundo, a ética, a moral e os valores
espirituais fornecem a base subjacente de nossa
motivação. Grande parte dos atuais conflitos, violências e “terrorismos” surgem não de motivações
econômicas, mas de ideologias extremas e de
preconceitos profundamente arraigados.
Em uma economia de mercado que leva ao
processo de globalização, o mercado proporciona
os sinais que motivam a necessidade do desenvolvimento sustentável. É necessária uma política
impositiva que favoreça os produtos e os procedimentos mais benéficos para o meio ambiente e a
sociedade e que aumente as taxações dos que
são nocivos. Porém, nenhuma nação pode adotar
isoladamente essa política sem prejuízo para sua
própria economia. Isto só pode ser efetivamente
realizado no contexto de um acordo internacional
obrigatório para todos os países.
A próxima Conferência Internacional sobre
Mudança Climática, que acontecerá em dezembro em Copenhague, será uma das mais importantes e uma das mais difíceis. É um inquietante
paradoxo que, enquanto o nosso futuro depende
de graus de cooperação sem precedentes, vivamos uma crescente divisão.
Copenhague será um marco muito importante, talvez decisivo, no caminho para as mudanças fundamentais a fim de alcançar a segurança
climática essencial para nossa sobrevivência,
tanto quanto a sustentabilidade e o progresso a
que devemos aspirar. O tempo está se esgotando e não podemos deixar passar a oportunidade.
Entretanto, devemos nos dar conta de que
ainda existem poucas evidências de que os governos estejam preparados para concretizar os
compromissos que nos levarão a essa nova era.
Os países, as organizações e as pessoas que
participam desse diálogo terão papel importante
em Copenhague. Façamos com que as medidas
para conseguir a segurança climática tenham a
mais alta prioridade em nossas vidas, tal como
esperamos que tenham para os governos.
*Artigo produzido para o Terramérica, projeto de comunicação dos Programas das Nações Unidas para
o Meio Ambiente (Pnuma) e para o Desenvolvimento
(Pnud), realizado pela Inter Press Service (IPS) e distribuído pela Agência Envolverde em 13/7/09.
CULTIVANDO ÁGUA BOA
2
OUTRO MUNDO É POSSÍVEL
E DEVE SER CONSTRUÍDO
Juvêncio Mazzarollo, editor
Nestes dias, 18 a 24 de novembro
de 2009, a Itaipu Binacional e seus parceiros de ação socioambiental na Bacia
Hidrográfica do Paraná 3, juntamente
com inúmeros outros atores da mesma
causa no Brasil e no mundo, compartilham um conjunto de vivências que marcarão profundamente suas vidas. Estão
imersos em um riquíssimo universo de
convivência, diálogo, troca de conhecimentos e experiências de luta pela salvação de sua casa comum - o planeta Terra
- e da própria vida em todas suas formas
e manifestações.
Itaipu e parceiros - cultivadores da
água boa - realizam seu encontro anual
de avaliação e realimentação do programa pelo qual fazem a parte que lhes cabe
nessa crucial missão. A eles juntam-se
partícipes da mesma missão em outras
frentes, outros lugares e compromissos todos convergindo para o mesmo grande ideal. São os protagonistas que se encontram no mesmo espaço e tempo em
torno do desenvolvimento sustentável no
âmbito dos países iberoamericanos; são
também os protagonistas dos organismos
de bacias hidrográficas da América Latina e do Caribe, bem como dos que desenvolvem saberes e cuidados socioambientais na Bacia do Prata; e são, ainda,
os protagonistas da busca pelas prioridades que, de fato, respondem ao superior
anseio do homem: a felicidade.
Mais de 4 mil pessoas de 40 países
se concentram em Foz do Iguaçu para se
conhecer, conviver, ensinar, aprender e
amar, com tal força que, depois, voltarão
para o pedaço de planeta que tem o privilégio de desfrutar e a responsabilidade de cuidar na sua passagem pela vida.
A todos, Foz do Iguaçu e a Itaipu,
como anfitriães, saúdam e querem oferecer o melhor bem-estar e o maior proveito possíveis, apesar de suas limitações,
e esperam estabelecer laços de uma
união imorredoura em torno da convicção de que um novo mundo é possível e
será construído.
Todos os que estão aqui, aqui estão porque sabem e vivem a situação dramática, ameaçadora a que a humanidade chegou por caminhos que não deveria ter percorrido, e estão dispostos a corrigir a rota enquanto há tempo.
Sim, ainda há tempo, por isso há
esperança. Esperança é o que move todas as pessoas de boa vontade, do bem.
Sem ela, melhor seria terem todos permanecido em casa conformados com a
tragédia que se anuncia e que, a cada
dia, dá sinais mais visíveis de aproximação.
Mas aqui estão, e isto é animador,
porque têm uma oportunidade muito especial de se instrumentalizar, de se armar para essa verdadeira guerra que a
humanidade tem de travar, a menos que
prefira se resignar com a desgraça, com
a ruína que vem cavando para si própria.
A Mãe Terra ama seus filhos e quer
o melhor para eles, mas não mais aceitará ser por eles maltratada como vem
sendo. Se seus filhos a respeitarem e dela
cuidarem, ela estará sempre disposta a
lhes garantir vida plena e bem-estar, hoje
e sempre. ([email protected])
EXPEDIENTE
Publicação da Diretoria de
Coordenação da Itaipu Binacional
Diretor Geral Brasileiro: Jorge Miguel Samek
Diretor de Coordenação e Meio Ambiente: Nelton Miguel Friedrich
Superintendentes: Newton Kaminski (Obras), Jair Kotz (Meio Ambiente)
Gerente Executivo do Cultivando Água Boa: Odacir Fiorentin
Superintendente de Comunicação Social: Gilmar Piolla
Redação e edição: Juvêncio Mazzarollo
Fotografia: Adenésio Zanella, Caio Coronel, Alexandre Marchetti
Pesquisa e seleção fotográfica: Valéria Silva Borges
Visual e DTP: HDS
Impressão: Jornal “O Paraná”
Diretoria de
Coordenação
Av. Tancredo Neves, 6731
Foz do Iguaçu - Paraná
CEP 85866-900
Fone (45) 3520-5724
Fax (45) 3520-6998
[email protected]
NOVEMBRO DE 2009
Pensando bem...
CULTIVANDO ÁGUA BOA
NOVEMBRO DE 2009
35
REUNIÕES PREPARATÓRIAS AO 6o ENCONTRO CAB
„Pela dinâmica expansionista, o capital põe em perigo ou destrói suas
próprias condições, a começar pelo meio ambiente natural.
Michel Löwy, no livro Ecologia e Socialismo
„A produção capitalista só desenvolve a técnica e a combinação do
processo de produção social ao minar as fontes de toda a riqueza: a terra
e o trabalhador.
Idem
„Agora a Terra está mudando, de acordo com suas regras internas,
para um estado em que já não somos bem-vindos.
James Lovelock, no livro A Vingança de Gaia
„Rogo aos meus amigos verdes que repensem sua crença ingênua
Altônia
Terra roxa
São Miguel do Iguaçu
Quatro Pontes
Santa Tereza do Oeste
Santa Terezinha de Itaipu
São Pedro do Iguaçu
Toledo
Nova Santa Rosa
Missal
Medianeira
Cascavel
no desenvolvimento sustentável e na energia renovável, e que poupar
energia é tudo o que precisa ser feito.
Idem
„Temo que nossos filhos e netos, olhando para o nosso tempo, tenham motivos para nos amaldiçoar e nos devotar um soberano desprezo,
porque não fizemos o que devíamos.
Leonardo Boff
„Precisamos enfrentar o fato, meus amigos, de que o amanhã é hoje.
Estamos de frente para a feroz urgência do agora. E nesse dilema da vida
e da história, existe o que se chama chegar atrasado.
Martin Luther King
„Desenvolvimento sustentável e capitalismo são incompatíveis.
Juvêncio Mazzarollo, filósofo da obviedade
NESTA EDIÇÃO
Editorial ........................................................................................... 2
Artigos - Leonardo Boff e Maurice Strong ............................................ 3
Feiras Vida Orgânica e Sabores do Paraná. .......................................... 4
Alimentação e nutrição, direito humano básico .................................... 5
O ser humano está altamente poluído ............................................... 6
Municípios são chamados a ser protagonistas do CAB .......................... 7
Agressão ao meio ambiente é causa de todas as crises ........................ 8
Jean-Michel Cousteau na Itaipu. ........................................................ 9
Pronaf Sustentável é lançado na Bacia do Paraná 3. .......................... 10
Itaipu e responsabilidade socioambiental nas empresas. .................... 11
Laboratório Ambiental da Itaipu inova métodos. ................................. 12
Dia da Árvore: balões lançam sementes sobre a BP3 ......................... 13
Condomínio de Agroenergia da Agricultura Familiar. ............................ 14
Ações do Programa Cultivando Água Boa:
Sustentabilidade das comunidades indígenas .............................. 15
Produção de peixes em nossas águas. ........................................ 16
Coleta solidária. ........................................................................ 17
Educação ambiental para a sustentabilidade. ............................... 18
Desenvolvimento rural sustentável ............................................ . 20
Gestão da informação territorial ................................................. 22
Gestão por bacias hidrográficas. ................................................. 23
Plantas medicinais e fitoterápicos ............................................... 24
Biodiversidade, nosso patrimônio. .............................................. 25
Formatura de jovens jardineiros .................................................. 26
Criança: cidadã ou consumista. ....................................................... 27
O Brasil e as mudanças climáticas. ................................................. 27
Encontro Paranaense de Educação Ambiental. ................................. 28
Educação Ambiental da Itaipu no Benchmarking. ............................... 29
Difusão do Cultivando Água Boa. ...................................................... 30
6º Encontro Cultivando Água Boa. .................................................... 33
Eventos correlatos ao 6º Encontro CAB. ............................................ 36
CULTIVANDO ÁGUA BOA
36
À PROCURA DA VERDADEIRA
RIQUEZA DO HOMEM
Paralelamente ao 6º Encontro Cultivando Água Boa, são realizados em Foz do Iguaçu outros quatro
eventos correlatos da maior relevância no âmbito nacional e internacional. Juntos, reúnem mais de 4.000
pessoas, entre elas representações de pelo menos 40 países. Provavelmente, constitui o maior evento do
gênero no Brasil e na América Latina em 2009. A seguir, a caracterização de cada evento.
5ª CONFERÊNCIA
INTERNACIONAL
SOBRE FELICIDADE
INTERNA BRUTA
O que, afinal, o ser
humano realmente aspira ao longo de sua passagem pela Terra? Elementar: felicidade, mesmo quando a persegue
por caminhos erráticos,
como o acúmulo de riqueza material, de dinheiro. Por mais que isso
ajude, há muitos outros
ingredientes necessários
à felicidade, ao maior
bem-estar possível neste
mundo.
Verdadeira revolução nesse afã de dizer em que consiste e como mensurar o progresso, ou a verdadeira riqueza do homem,
parte do Butão, um minúsculo país da Ásia
que trocou o índice PIB (Produto Interno
Bruto) pelo índice FIB (Felicidade Interna
Bruta).
DESENVOLVIMENTO É SER FELIZ
Segundo o conceito FIB, desenvolvimento é ser feliz, senão, não é desenvolvimento. Para mensurá-lo são levados em
conta 72 indicadores em nove dimensões,
ou componentes da felicidade e bem-estar
no Butão: bem-estar psicológico, uso do
tempo, vitalidade da comunidade, cultura, saúde, educação, diversidade do meio
ambiente, padrão de vida, governança.
O movimento vem ganhando o mundo, especialmente pela voz e pelo empenho do movimento ambientalista.
Uma das formas de disseminação é a
conferência internacional anual, que neste ano é realizada pela primeira vez no Brasil, em Foz do Iguaçu, graças a gestões desenvolvidas pelo Instituto Visão Futuro e
a Itaipu Binacional.
RECONHECIMENTO AO
CULTIVANDO ÁGUA BOA
Segundo os organizadores, a escolha
do Brasil e de Foz do Iguaçu como sede
do evento se deve à constatação de que
"o país apresenta características sociais,
ambientais e políticas públicas favoráveis
à aplicação das dimensões do FIB - aspectos esses verificados no Programa
Cultivando Água Boa, da Itaipu e parceiros, pelo trabalho de construção da
sustentabilidade na Bacia Hidrográfica
do Paraná 3.
A conferência abre às 15h30 do dia
20, logo após o encerramento do 6º Encontro Cultivando Água Boa, e se estenderá até o meio-dia do dia 24.
Encontro Anual do Centro de Saberes
e Cuidados Socioambientais da Bacia do Prata
O evento tem a finalidade de estabelecer o planejamento de ações para o período
2010-2012, além de avaliar as atividades executadas e em desenvolvimento, continuar o
debate sobre a dinâmica a ser aplicada nas futuras ações do Centro de Saberes e Cuidados Socioambientais da Bacia do Prata, que reúne cinco países (Brasil, Paraguai, Bolívia,
Argentina e Uruguai).
NOVEMBRO DE 2009
7º Encontro Iberoamericano de
Desenvolvimento Sustentável
„A origem desse evento está na apresentação das
conclusões do II CONAMA (II Congresso Nacional do
Meio Ambiente), realizado no Rio de Janeiro em 1995,
quando se evidenciou a necessidade de organizar um
encontro iberoamericano que reuniria em um mesmo
foro os países da região para tratar dos principais problemas ambientais e pleitear soluções comuns. O primeiro encontro se deu já no ano seguinte, em Madri,
Espanha, depois foi sendo reeditado sempre em países diferentes, até chegar à sétima edição, a ser realizada pela primeira vez no Brasil, com representações
de 10 países.
„Segundo seus responsáveis, o encontro propõe, na agenda ambiental internacional, debates
sobre política e administração ambiental, planejamento energético, ecologia urbana, planos de cooperação internacional, contaminação atmosférica, fornecimento e contaminação da água, educação ambiental, produção de energia; participação
cidadã, cooperação hispano-americana, gestão
sustentável das cidades, entre outros temas.
„Anunciam os organizadores que o evento "será
planejado para ser um dos principais encontros do gênero na América Latina, portanto contará com a presença de autoridades e articuladores sociais em escala internacional, regional e local, indivíduos que servem de ponto de referência para o tema do meio ambiente e o desenvolvimento sustentável".
1º Encontro de Organismos
de Bacias da América Latina e Caribe
„Durante a abertura o Fórum de Águas das Américas, realizado em Foz do
Iguaçu em novembro de 2008, que contou com a participação de representantes de 33 países da América Latina e do Caribe, foi anunciada pelo Governo do Paraná a realização do I Encontro de Organismos de Bacias da América
Latina e Caribe. Novamente, 33 países estarão representados.
„Em 1998 foi criada a Rede Latinoamericana de Organismos de Bacias (RELOB),
congregando os organismos de bacias da América Latina. A RELOB foi rearticulada
em 2008 na assembléia geral realizada nos dias 11 a 12 de dezembro de 2008 na
cidade do Rio de Janeiro, por ocasião do X Encontro Nacional de Comitês de Bacias
Hidrográficas.
É uma realização do Governo do Paraná, Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Superintendência de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental (SUDERHSA), Instituto Ambiental do
Paraná (IAP), Instituto de Terras, Cartografia e Geociências (ITCG), Companhia
Paranaense de Energia (Copel), Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), Itaipu Binacional, Fórum Nacional de Comitês de Bacias Hidrográficas e
Rede Latinoamericana de Organismos de Bacia (Relob).
„Em 2007, contando com o apoio da Câmara Técnica de Gestão dos
Recursos Hídricos Transfronteiriços (CTGRHT), do Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH), foi realizado pelo Governo do Paraná, Itaipu Binacional e Agência Nacional de Águas (ANA), o I Encontro Trinacional para a
Gestão de Águas Fronteiriças e Transfronteiriças, nos dias 4 a 6 de junho, em
Foz do Iguaçu.
„O objetivo é contribuir com o fortalecimento da gestão integrada dos
recursos hídricos na América e no Caribe, por intermédio do conhecimento de
experiências nacionais e internacionais e do intercâmbio entre organismos de
bacias hidrográficas, na perspectiva da construção de uma agenda positiva
entre os diversos representantes de organizações no âmbito da RELOB e demais redes de bacias hidrográficas.
PROGRAMA SOCIOAMBIENTAL DA ITAIPU BINACIONAL - FOZ DO IGUAÇU, NOVEMBRO DE 2009 - No 15
EM FOZ DO IGUAÇU, O MAIOR EVENTO
SOCIOAMBIENTAL LATINOAMERICANO
Download

EM FOZ DO IGUAÇU, O MAIOR EVENTO SOCIOAMBIENTAL