As habilidades necessárias para a
leitura das imagens e à apreciação das
artes Visuais
HISTÓRIA DA ARTE E DO DESIGN
Unidade I – Conceitos de Arte, Cultura e Design
Professora Elane Albuquerque
Macapá – AP, 2010
As Vênus na História da Arte

As prospecções arqueológicas
realizadas na Europa, Ásia e
África encontram o predomínio
das figuras femininas. As "Vênus
Esteatopígicas" são esculturas
em pedra ou marfim de figuras
femininas estilizadas, com
formas muito acentuadas. Essas
manifestações artísticas mais
primitivas do "Homo Sapiens"
(Paleolítico Superior, início
40000 a.C) atribuíam um
sentido mágico e simbólico,

propiciatório da fertilidade
feminina.
Vênus de Willendorf (25.000 a 20.000.
a.C. - escultura mais antiga que se tem
conhecimento). Altura: 11 cm. Museu de
História Natural,Viena.
As Vênus na História da Arte

Os traços volumosos, com
a cabeça surgindo como
prolongamento do pescoço,
seios volumosos, ventre
saltado e grandes nádegas,
enfatizam a fertilidade na
mulher. Quanto mais
volumosa era a mulher, mais
fértil e mais atraente. E se
os padrões de beleza
continuassem assim até
hoje, como seria a Vênus se
ela fosse humana, e não
mais uma escultura?
Provavelmente assim.
Atraentes ou não, padrões
de beleza são culturais.
As Vênus na História da Arte: Na Grécia
O porte e a fria beleza desta famosa figura feminina,
graciosa e ao mesmo tempo séria, são atributos
próprios de uma divindade. A nudez é típica das
representações da deusa Afrodite; a torção do
corpo, o tratamento casual dado às vestes e o
realismo das formas exuberantes são característicos
da arte grega do Período Helenístico; já a expressão
serena, digna e um tanto solene, certamente é uma
sobrevivência do Período Clássico.
Descoberta em 1821 na Ilha de Melos, nas Cíclades, a
estátua foi enviada para a França no ano seguinte e
se tornou, graças à imprensa, uma das mais famosas
obras de arte do mundo.
Ela não é uma cópia romana, como a maioria das
estátuas gregas que chegaram até nós, e sim uma
obra grega original. A base da estátua conservou o
nome do autor:
[
]ΑΝΔΡΟΣ ΜΗΝΔΟΥ
ΑΝΤΙΟΧΕΥΣΑΓΟΜΑΙΑΝΔΡΟΥ
ΕΠΟΙΗΣΕΝ
[Alex?]andre, filho de Menides,
de Antióquia-sobre-o-Meandro,
(me) fez
A "Afrodite de Melos" Também conhecida
por "Vênus de Milo". Estátua original de
mármore, esculpida por Alexandre, filho de
Menides, e encontrada em Melos (Séc. II a.
C.) Paris, Musée du Louvre
As Vênus na História da Arte: Na Grécia

Mulheres atletas
recebendo palmas e
coroas pela vitória.
Mosaico romano do
séc. IV d.C. (Piazza
Armerina, Villa del
Casale, destaca a
mulher já em
atividades que eram
até então masculinas,
com corpo atlético.
As Vênus na História da Arte: Renascimento
Quase em tamanho
Foi necessário esperar até o
natural, a Vênus de
Renascimento para se
Botticelli surge numa
redescobrir a beleza do
concha carregada pelas
corpo feminino.
ondas do mar,
impulsionada pelo
 “O nascimento de Vênus” (1485) vento, exibindo
Botticelli. Museu do Louvre - Paris
graciosamente seu
corpo perfeito.
 O nu feminino havia
sido proscrito da arte
durante um milênio
como símbolo da
luxúria.

As Vênus na História da Arte: Renascimento

"Vênus ao Espelho" 1644-8 - Diego Velázquez - Museu do Prado

A “Vênus” (2006) do título do filme que
Peter O´Toole, que concorreu ao Oscar
de melhor ator, se refere ao quadro
"Vênus ao Espelho", único nu feminino
que se conhece do pintor espanhol
Diego Velázquez, realizado em uma
época que todo vestígio de sexualidade
na arte era mal vista pela Inquisição.
A deusa é representada deitada,
olhando para o espelho apoiado
por um cupido. O rosto
refletido parece ser de uma
mulher mais velha, o que intriga
os/as peritos/as - Alguns afirmam
que é uma crítica à vaidade, à
beleza eminentemente
transitória; outros pensam que o
rosto não é envelhecido,
simplesmente fora de foco para
não desviar a atenção imediata
das formas da Vênus - O quadro
não possuía paisagens ou criadas
no quarto, como nos quadros
italianos e flamengos da época,
que dispersavam a visão
principal. O tafetá preto exalta
ainda mais o corpo desnudo.
As Vênus na História da Arte: Renascimento

A existência do cupido alado a
transformaria numa Vênus mitológica.
Desconfia-se, porém, que seu autor
quisesse representá-la como uma
mulher real, já que não a pintou de
ruiva (cor dos cabelos dos mitos
ocidentais) e utilizou um corpo
esbelto, admirado na Espanha, mas
execrado nos demais países. Acreditase que a mulher que pousou para esta
Vênus fosse uma das amantes do Rei
Felipe IV, conhecido pelas suas
peripécias amorosas, tão incentivadas
naquele período, pois apenas o
próprio monarca poderia ter
encomendado tal obra erótica, porque
os nus eram condenados socialmente.
Durante mais de um século foi o único
quadro de nu espanhol até Goya
pintar "A maya desnuda“.
As Vênus na História da Arte: Renascimento

A maya desnuda de GOYA
1828) Museu do Prado
(1746-
Foi a primeira figura feminina (não mitológica) da
História da pintura a mostrar os pêlos
pubianos. Acredita-se que foi encomendada
por Manuel Godoy (ministro de Carlos IV)
para seu gabinete onde também estava
exposto a Vênus ao Espelho (ele seria o
terceiro proprietário desta obra).
Supõe-se que era recoberta por outro quadro –
“A maya vestida”, também pintada por Goya
na mesma posição, formando um jogo
freqüente na época.
A maya vestida de GOYA
Dizem que é as duas Mayas
tiveram como modelo a
Duquesa de Alba, Doña
Cayetana (com quem Goya
estava unido na ocasião. Alguns
acreditam que a “vestida”
parece mais “desnuda” do que
a própria, por apresentar uma
técnica com pinceladas mais
pastosas e livres, em contraste
com a perfeição acadêmica da
outra.

As Vênus na História da Arte

Giorgione foi o primeiro
artista veneziano a
mostrar uma “Vênus
adormecida” em plena
natureza. Como faleceu
em 1510, antes de
terminar o quadro, coube
a Tiziano, seu colega de
ateliê, concluí-lo. Mais de
um quarto de século
depois, Tiziano retoma o
tema, colocando a Vênus
numa cama, com os olhos
abertos, consciente do seu
encanto. Com isso, libera
o nu da figura mítica e cria
a mulher real.
La Venere de Urbino (1538) –
Giorgione
As Vênus na História da Arte


Apesar da presença das
criadas e de móveis no
ambiente como as arcas,
o plano preto atrás da
jovem ressalta o corpo
que revela o ideal da
beleza e gostos eróticos
do Renascimento pleno:
formas arredondadas e
corpulentas, ombros
largos, seios pequenos.
Mais de três séculos
depois, "A Vênus de
Urbino" seria inspiração
para "Olympia", do
impressionista francês
Manet.

"Vênus de Urbino". Tiziano- Galleria degli Uffizi Florença.
As Vênus na História da Arte


Olympia – 1863 – Manet
"Olympia" é representada por
uma jovem com um gato
negro aos seus pés no lugar
do cachorro de Tiziano. Foi
pintada em 1863, mas só
apresentada ao público dois
anos depois, causando reações
contrárias mais fortes do que
"Almoço na relva" (“Le
déjeuner sur l’herbe”, obra
que mereceu uma
“apropriação” – ou releitura –
de Picasso). Dizem que
Victorine Meurent era uma
jovem prostituta e modelo
constante de Manet (o canal
GNT passou um
documentário da televisão
francesa, onde recriaram esta
cena)
As Vênus na História da Arte

O Museu Nacional de Belas Artes apresentou na
exposição “O Louvre e seus visitantes” do
fotógrafo Alécio de Andrade a fotografia abaixo
que apresenta uma das Odaliscas de Ingres
“Grande Odalisque”, Ingres,
1814, Louvre, Paris
As Vênus na História da Arte

La grande Odalisque de
Ingres

As duas Odalisques de
Delacroix
As Vênus na História da Arte:
Arte Moderna
 Frontispicio – Beardsley

As mulheres de Beardlsey
seguem o estilo da Art
Nouveau, com poucos
coloridos, a maioria de suas
obras limitavam-se ao preto
e branco, finalizados com
nanquim. Sua arte foi
unicamente gráfica e
executada a servir à
reprodução mecânica do
traço, feita em tamanho
maior para ser reduzida,
valorizando o desenho. As
linhas retas contrapõem-se
a sua estabilidade dinâmica
de linhas serpenteadas.
As Vênus na História da Arte:
Siegfried – Beardsley
Arte Moderna


O trabalho de Beardlsey e de
outros artistas deste estilo
caracteriza-se, principalmente, pelo
uso da linha, mas também pelo tipo
de divisão dos espaços, pela
distribuição das massas, pelo
caráter decorativo, pela
simplicidade das formas, pelas
figuras planas e pela
despreocupação com a perspectiva.
As obras de Beardlsey são divididas
em várias fases, destacando a prérafaelita e a da “Art Nouveau”. A
primeira apresenta diversos
elementos decorativos, com
motivos fantásticos e até bizarros.
A arte nova tem grandes influências
do “japonismo”, com riqueza de
idéias novas, simplicidade de temas
e técnicas, com seu linearismo
típico inglês.
As Vênus na História da Arte:
Arte Moderna  Salomé – Beardsley

Venus – Beadsley
As Vênus na História da Arte:
Arte Moderna
 A brasilidade das

Nascimento de Vênus
– 1940 - Di Cavalcanti –
Coleção Particular
mulheres de Di
Cavalcanti, revela o
cotidiano das mulheres
brasilieras da época, na
praia, lavando roupa .
Suas mulheres
apresentam os traços
volumosos e
exagerados da Arte
Moderna, além do
destaque para a
mulher negra brasileira
e a também a
miscigenação
característica das
mulheres brasieliras.
Download

As Vênus na História da Arte