Este material foi desenvolvido de modo que possa acompanhar de maneira mais objetiva e clara os temas relacionados a disciplina de GESTÃO AMBIENTAL2 O material não pode ser reproduzido sem a autorização da autora. Aline Guimarães Monteiro Trigo Prof. Aline Monteiro Trigo Junho 2013 É um processo de gestão interna à empresa, constituindo-se em ferramenta destinada em prover a gestão da empresa com informações reais e mensuráveis em relação a uma base e/ou critérios estabelecidos, que mostrarão se, ao longo do tempo, o desempenho ambiental da empresa está indo ao encontro desses parâmetros. É o processo para facilitar a tomada de decisões gerenciais com relação ao desempenho ambiental da organização através da seleção de indicadores, coleta e análise de dados, avaliação da informação em comparação com os critérios de desempenho ambiental, relatando, comunicando e periodicamente revisando e melhorando este processo. Sistemas de gestão: implantação de políticas e de programas,conformidades,desempenho financeiro,relações com a comunidade. Sistema operacional: quantidade de materiais utilizados no processo; quantidade de energia utilizada nos processos; serviços de suporte às operações da empresa; infra-estrutura e equipamentos utilizados pela empresa; fornecedores e clientes; produtos; serviços executados pela empresa; resíduos da produção; emissões. Meio ambiente: ar; água; solo; fauna; flora; seres humanos; comunidade; estética; etc. Plan Do ◦ Selecionar indicadores para Avaliação de Desempenho Ambiental ◦ Usar dados e informações que incluem: Coletar dados Analisar e converter dados. Avaliar as informações. Relatar e comunicar as informações Check e Act ◦ Revisar e melhorar (análise crítica) a Avaliação de Desempenho Ambiental Determinar ações necessárias para atingir seus critérios de D.A. Identificar aspectos ambientais significativos. Identificar oportunidades para um melhor gerenciamento de seus aspectos ambientais. Identificar tendências em seu desempenho ambiental. Aumentar a eficiência e a eficácia da organização. Identificar oportunidades estratégicas. Indicadores de Desempenho Ambiental (IDA): fornece informações sobre o desempenho ambiental de uma organização. ◦ Indicador de Desempenho Gerencial (IDG): fornece informações sobre os esforços de gestão que influenciam no desempenho ambiental da organização. ◦ Indicador de Desempenho Operacional (IDO): fornece informações sobre o desempenho ambiental das operações de uma organização. Indicador de Condição Ambiental (ICA): fornece informações sobre condições locais, regionais, nacionais ou globais do meio ambiente. Uma organização de serviço localizada em uma área onde a qualidade do ar é conhecida como insatisfatória utiliza informações sobre a qualidade do ar para a seleção apropriada dos indicadores de ADA, consistente em relação ao seu objetivo para reduzir suas emissões de veículo automotor. ◦ ICA Concentração de contaminantes do ar associado as emissões de veículos automotores ◦ IDO Redução de emissão de veículos automotores Quantidade total de combustível consumido Eficiência da combustão do motor do veículo Frequencia da manutenção do veículo Número de veículos equipados com tecnologias para o controle ambiental ◦ IDG Número de horas gastas no treinamento oara beneficiar o uso de transportes públicos Total de dinheiro investido na promoção do transporte público. Em uma região onde a informação ambiental indica uma redução no fornecimento de água, uma organização pode selecionar indicadores para Avaliação de Desempenho Ambiental relacionados a medidas de conservação da água que não poderiam ser selecionadas sem estas informações. ◦ ICAs Nível de água subterrânea Taxa de reabastecimento ◦ IDO Quantidade de água usada por dia Quantidade de água usada por unidade de produção ◦ IDG Total de dinheiro investido em pesquisas de métodos para redução do consumo de água. Prof. Aline Monteiro Trigo Junho 2013 Crescimento em áreas de proteção ambiental Crescimento acelerado construções desordenadas Aquecimento global desequilíbrio ambiental: ◦ saúde (doenças); agricultura (problemas de irrigação), vegetação (interrupção de ecossistema), inundação de áreas costeiras e mortalidade de espécies (fauna e flora) Construção Operação Consumo de materiais com alto nível de energia embutida Consumo de materiais com alta emissão de CO2 Produção de entulho Grandes movimentação de terra Transporte da construção Grande consumo de energia Grande consumo de água Grande produção de esgotos e lixo Impermeabilização do terreno Transporte das pessoas Poluição Interna dos edifícios – Síndrome do Edifício Doente CASADO, M. – GBC Brasil 1 tonelada de cimento produzido gera 600kg de CO2 1 tonelada de aço produzido gera 2500kg de CO2 1 tonelada de areia ou brita produzida consome 10 kWh de energia 1 tonelada de gesso produzido consome 1.000 kWh de energia 1tonelada de cimento produzido consome 2.200 kWh de energia 1 tonelada de aço produzido consome 10.000 kWh de energia 1 tonelada de alumínio produzido consome 56.000 kWh de energia gerada pelas construções Menor consumo de energia Medição individual Lâmpadas PL Automação (elevadores, iluminação etc.) Aquecimento solar de água Sensores de presença Menor consumo de água Medição individual Metais de baixo consumo Vaso sanitário dupla descarga Reaproveitamento do esgoto tratado Reaproveitamento de águas de chuvas Automação na irrigação Menor produção de esgoto e lixo Economia de água Reaproveitamento do esgoto Reciclagem do lixo Menor impermeabilização do terreno Áreas de infiltração natural Caixas de retardo Grande áreas de jardins Menor movimentação de terra Otimização da implantação Respeitar a “vocação” do terreno Melhor qualidade do ambiente para os usuários Renovação do ar Proibição do fumo em todo o edifício Proteção dos dutos de ar durante a construção Projeto que maximize a iluminação natural e vista externa para a maior parte dos ocupantes Não utilização de produtos com compostos orgânicos voláteis Materiais de menor impacto em sua produção e transporte Uso de material reciclado Uso de madeira certificada ou reflorestamento Fornecedores regionais (num raio de 800km) CASADO, M. – GBC Brasil O conceito de Construção Sustentável surge na primeira Conferência Internacional de Construção Sustentável em Tampa, Estados Unidos, por Charles Kibert em 1994. Definida como a “criação e gestão responsável de um ambiente construído saudável, baseado na eficiência de recursos e princípios ecológicos”. “Permite a integração entre o homem e a natureza, com um mínimo de alteração e impacto sobre o meio ambiente, usa recursos naturais de maneira integrada e, quase sempre, instintiva e intuitivamente” (IDHEA) “Proporciona ambiente saudável e adequado para as pessoas desenvolverem as suas atividades, minimiza os impactos ambientais e preserva recursos naturais, gera resultados financeiros sustentáveis para os negócios e promove o desenvolvimento da sociedade sem comprometer as gerações futuras (CASADO, M. – GBC Brasil) a) Planejamento Sustentável da obra: econômica, ter longa vida útil e conter apenas materiais com potencial para, ao término de sua vida útil (ao chegar o instante de sua demolição), ser reciclados ou reutilizados b) Aproveitamento passivo dos recursos naturais: conforto e bem-estar dos ocupantes, integrando a habitação com o entorno, além de economizar recursos finitos, como energia e água. c) Eficiência energética: uso de energias renováveis e sistemas para redução no consumo de energia e climatização do ambiente. d) Gestão e economia da água: tratá-la localmente e reciclá-la, além de aproveitar recursos como a água da chuva. e) Gestão dos resíduos: eficiência na gestão pelos usuários da edificação, resolver localmente ou minimizar tal geração. f) Qualidade do ar e do ambiente interior: criar um ambiente interno e externo com elevada qualidade no tocante a paisagem local e qualidade atmosférica e elétrica do ar g) Conforto termo-acústico: prover excelentes condições termo-acústicas, de forma a melhorar a qualidade de vida física e psíquica dos indivíduos; h) Uso racional de materiais: usar materiais que não comprometam o meio ambiente, saúde dos ocupantes e que contribuam para promover um estilo de vida sustentável e a consciência ambiental dos indivíduos; i) Uso de produtos e tecnologias ambientalmente amigáveis: estimular um novo modelo econômicosocial, que gere empresas de produtos serviços sustentáveis e dissemine consciência ambiental entre colaboradores, fornecedores, comunidade e clientes IDHEA - Instituto para o Desenvolvimento da Habitação Ecológica: os Nove Passos para a Obra Sustentável São edificações nas quais foram aplicadas medidas construtivas que buscam o aumento de sua eficiência no uso de recursos, com foco na redução dos impactos socioambientais. Isto é feito por meio de um processo que abrange CICLO DE VIDA completo das edificações. Deste modo, englobam: Localização Projeto Construção Operação e Manutenção Remoção de resíduos Remoção/renovação da edificação ao final de sua vida útil. 1. Planejamento - Estudos, Projetos; 2. Implantação – Construção/ Obra; 3. Utilização - Habitação/ Viver o espaço; 4. Manutenção - Durabilidade; 5. Demolição. 1. Localização: aspectos locais (bairro, clima, vento, solo e tipo de ocupação); 2. Desenho do Projeto (orientação do edifício, luz e ventilação natural, cor das superfícies); 3. Mobilidade: zona servida por transporte público, estacionamento, ciclovias; 4. Materiais (materiais naturais – terra madeira, cortiça; sem compostos voláteis e uso de resíduos) 5. Resíduos: Reciclagem em pontos de coleta, em edifícios, em ecopontos, por compostagem ou hortas urbanas; 6. Águas e Afluentes: Torneiras temporizadoras; aproveitamento de águas pluviais para rega; 7. Energia (energia solar passiva, energia renovável, equipamentos eficientes); 8. Certificação Energética e/ou Ambiental (LEED, Caixa Azul) Benefícios sociais: desenvolver a economia local através da geração de emprego e renda, benefícios a partir dos impostos pagos, promove a integração de ocupantes (do empreendimento) com sua vizinhança e uma adequação arquitetônica com seu entorno. Benefícios ambientais: devem ser planejados para que suprimam menores áreas de vegetação, otimizem o uso de materiais, gerem menos lançamentos de resíduos durante sua fase de construção; demandem menos energia e água durante sua fase de operação; sejam duráveis, flexíveis e passíveis de requalificação e possam ser amplamente reaproveitados e reciclados no fim de seu ciclo de vida. Muitos dos benefícios ambientais se traduzem em ganhos econômicos, com a redução de custos de construção, uso e operação e manutenção das edificações. FLORIM (2005) Benefícios econômicos: aumento da eficiência no uso de recursos financeiros na construção, a oferta de um retorno financeiro justo aos empreendedores e acionistas, indução de aumento da produtividade de trabalhadores por encontrarem-se em um ambiente saudável e confortável. FLORIM (2005) COM ISSO, HÁ ... Valorização de até 3% no valor do m2 do imóvel. Redução dos custos operacionais em até 25% Aumento da produtividade em até 16% Associação da marca ao conceito de sustentabilidade Selo LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) – atesta a qualidade ambiental de prédios residenciais e comerciais. Desenvolvido pelo United States Green Building Council (USGBC) e funciona através de um sistema de pontuação que certifica (ou não) edificações novas e existentes como sustentáveis. Existem atualmente mais de 1.253 empreendimentos certificados e mais de 11.250 em processo de aprovação As edificações interessadas em conquistar o selo LEED devem entrar com pedido de certificação na Plataforma LEED On line, referente ao seu tipo de empreendimento. No Brasil, existem oito selos diferentes: LEED NC, para novas construções ou grandes projetos de renovação; - LEED ND, para projetos de desenvolvimento de bairro; - LEED CS, para projetos na envoltória e parte central do edifício; - LEED Retail NC e CI, para lojas de varejo; LEED Healthcare, para unidades de saúde; - LEED EB_OM, para projetos de manutenção de edifícios já existentes; - LEED Schools, para escolas e - LEED CI, para projetos de interior ou edifícios comerciais O BREEAM é o primeiro método de avaliação de desempenho ambiental de edifícios, desenvolvido pelo Building Research Establishment (BRE), no Reino Unido, já no início da década de 1990, contendo exigências que enfocavam: o interior da edificação, o seu entorno próximo e o meio ambiente O GBTool é uma ferramenta internacional de avaliação ambiental de edifícios, resultante de um consórcio que envolve vários países da Europa, Ásia e América (Green Building Challenge) na busca do desenvolvimento de incentivos à execução de edifícios mais adequados do ponto de vista ambiental. Não possui um órgão certificador específico, sendo uma ferramenta de discussão e aprimoramento de projetos podendo ser adotada por qualquer entidade de avaliação que defina fatores de ponderação para os elementos considerados. O CASBEE (Japão) possui instrumentos de avaliação para quatro tipos de empreendimentos: voltados ao projeto (ainda em desenvolvimento), construções novas, edifícios existentes e reformas. Os critérios de avaliação abordam a qualidade ambiental e desempenho do edifício e diminuição de cargas ambientais quanto à eficiência energética, gestão de recursos e impactos na vizinhança. O HQE (França) é uma base de avaliação que consiste em dois sistemas relacionados entre si, que aferem o desempenho ambiental de edifícios. Sua estrutura subdivide-se em gestão do empreendimento – SMO (Système de Management de l'Opération) – e qualidade ambiental – QEB (Qualité Environnementale du Bâtiment) –, que avaliam as fases de projeto, execução e uso, cada qual com uma certificação em separado O método desenvolvido pelo IPT visa oferecer uma avaliação ambiental de edifícios adequada às condições brasileiras e, caso o resultado seja satisfatório, conceder uma Referencia Ambiental-IPT. Sua estrutura é semelhante à do LEED e BREEAM, com itens com caráter de atendimento obrigatório e outros classificatórios. A sistemática do IPT enfatiza os aspectos ambientais tradicionais como características do terreno, de água, energia, materiais, resíduos e conforto ambiental. Considera também aspectos mais abrangentes como de acessibilidade e relação do edifício com o meio urbano. Como parte do Programa Brasileiro de Etiquetagem, o PROCEL EDIFICA incentiva a adoção de medidas mais sustentáveis nos edifícios do país. O Inmetro e a Eletrobrás lançaram a Etiqueta de Eficiência Energética de Edificações, que avaliará e classificará os prédios públicos, comerciais e de serviços de acordo com seu consumo de energia. Considera, basicamente, três aspectos: envoltório – em que serão avaliados a fachada e o entorno dos prédios –, sistema de iluminação e condicionamento de ar. Cada conceito receberá uma classificação entre A, que é o melhor nível de eficiência, e E, que é o pior. A Certificação de Construção Sustentável - Processo AQUA demonstra, de forma inegável e inequívoca, a Alta Qualidade Ambiental do Empreendimento, provada por meio de auditorias independentes. O AQUA é a adaptação para o Brasil da HQE (Démarche HQE), da França. Desenvolvido pelos professores da Escola Politecnica da USP e pela Fundação Vanzolini, possui a sua certificação é realizada 100% no Brasil, por meio de auditorias presenciais “Selo Casa Azul CAIXA: Boas Práticas para Habitação Mais Sustentável” foi produzido com apoio de uma equipe de especialistas da USP, UNICAMP e UFSC. Tem como objetivo o reconhecimento e incentivo de projetos que demonstrem suas contribuições para a redução de impactos ambientais, considerando 53 critérios em relação aos temas qualidade urbana, projeto e conforto, eficiência energética, conservação de recursos materiais, gestão da água e práticas sociais. O Selo Casa Azul CAIXA é o primeiro sistema de classificação da sustentabilidade de projetos desenvolvido para a realidade da construção habitacional brasileira. O objetivo do manual é dar suporte aos projetistas e empreendedores com estratégias adaptadas para a realidade habitacional do país e na incorporação da “agenda do empreendimento” como forma de escolha para a adoção de ações que sejam mais relevantes desde o ponto de vista socioambiental. 1. Mc Donald´s Bertioga (SP) 2. Rochaverá Corporate Towers (SP) 3. Eco Mercado Palhano (Londrina) 4. Banco Real (Cotia,SP) 5. Ventura Corporate Towers (RJ) Construções brasileiras que receberam o selo LEED: - Eldorado Business Tower (São Paulo – SP) - Morgan Stanley (São Paulo – SP) - Delboni Auriemo – Dumont Villares (São Paulo – SP) - Centro de Distribuição Bomi Matec (Itapevi – SP) - Edifício Cidade Nova – Bracor (Rio de Janeiro – RJ) - WTorre Nacoes Unidas 1 e 2 (São Paulo – SP) - Centro de Cultura Max Feffer (Pardinho – SP) - Torre Vargas 914 (Rio De Janeiro – RJ) - Escritório Brasken (São Paulo – SP) - Pão de Açúcar – Loja Indaiatuba (Indaiatuba SP) - Fleury Medicina e Saúde – Rochaverá Corporate Towers (São Paulo – SP) - Laboratório Boehringer Ingelheim (São Paulo – SP) BLANCO, P.V. (2011)