A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO NA MANUTENÇÃO ou
Como evitar “armadilhas” na Gestão da Manutenção
Parte 1
Júlio Nascif
Luiz Carlos Dorigo
RESUMO
De modo a se tornarem mais competitivas, as empresas necessitam que as funções básicas
representadas pelos diversos departamentos de sua estrutura apresentem resultados excelentes. A
Manutenção, como função estratégica das organizações e responsável direta pela confiabilidade e
disponibilidade dos ativos, tem uma importância capital nos resultados da empresa. Esses resultados
serão tanto melhores quanto mais eficaz for a Gestão da Manutenção. Entretanto ainda existe uma
parcela de técnicos e gerentes de Manutenção que acreditam que apenas o domínio das tecnologias de
Manutenção de suas especialidades (Mecânica, Elétrica, Caldeiraria, Tubulação, Metalurgia,
Instrumentação, Controle, Automação...) é suficiente para a solução de todos os problemas de suas
plantas industriais. Esse domínio é necessário, mas não é suficiente. Mesmo naquelas empresas em que
os problemas tecnológicos persistem, eles serão mais rapidamente identificados se tivermos um sistema
de gestão adequado. Essas empresas caminham mais rapidamente para atingir o status de “Classe
Mundial”, enquanto outras permanecem estagnadas cometendo diversos erros, ou melhor, caem em
“armadilhas” no modo de gerenciar, não conseguem apresentar os resultados desejados. Esse trabalho
está baseado nos projetos de consultoria que a TECÉM desenvolve, somada à experiência de seus
consultores no Brasil e na América Latina.
1 - GESTÃO
A Gestão é o processo de condução simultânea de duas ações:
Establilização da Rotina e Implementação das Melhorias.
Segundo Vicente Falconi Campos, “gerenciar é essencialmente atingir metas. Não existe gerenciamento
sem metas.”
GESTÃO
ESTABILIZAÇÃO DA ROTINA
IMPLANTAÇÃO DE MELHORIAS
METAS
Figura 1 – Gestão
Para que isso seja possível, é fundamental que se tenha (figura 2):
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Estrutura organizacional adequada com atribuições bem definidas;
Pessoal treinado e qualificado
Planos de ação bem elaborados com responsáveis, prazos e indicadores representativos.
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Júlio Nascif, engenheiro mecânico, diretor da TECÉM-Tecnologia Empresarial Ltda, consultor, co-autor do livro
Manutenção Orientada para Resultados.
Luiz Carlos Dorigo, engenheiro eletricista, consultor senior da TECÉM-Tecnologia Empresarial Ltda, co-autor do livro
Manutenção Orientada para Resultados.
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Trabalho apresentado no Congresso Brasileiro de Manutenção 2005, Revisado 2013.
Fig. 2 – Condições básicas para a Gestão
A ESTRUTURA ORGANIZACIONAL é o alicerce sobre o qual as pessoas desenvolverão os trabalhos
orientados pelos planos de ação para alcançar as metas estabelecidas.
O cumprimento dos PROJETOS E PLANOS DE AÇÃO só será efetivo com o cumprimento de todas as 4
fases do P D C A – Planejar, Executar, Verificar e Corrigir.
PESSOAL TREINADO E QUALIFICADO implica em desenvolver e consolidar as habilidades do pessoal,
através de treinamento que não se limita às necessidades técnicas ligadas aos equipamentos. Aspectos
como segurança, meio ambiente, análise de falhas, 7S e ferramentas da qualidade são importantes para
formatar um perfil adequado e participativo do pessoal na solução dos problemas e indicação das
melhorias.
Quando nos referimos à estrutura organizacional da Manutenção, não estamos falando dos modelos
existentes ou praticados – centralizada ou descentralizada; em linha, matricial ou mista. Estamos
falando da existência de alguns “escaninhos” que são primordiais na estrutura da Manutenção,
independentemente de como eles estejam dispostos na organização. São eles:
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GERÊNCIA
ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO
PLANEJAMENTO, COORDENAÇÃO E CONTROLE DOS SERVIÇOS
EXECUÇÃO
GERÊNCIA – Responsável pela condução global da manutenção. Por incrível que possa parecer em
algumas empresas essa função não está definida, ou seja, não há um responsável com perfil adequado
que tenha a seu cargo a atribuição de fazer a Gestão da Manutenção. A Gerência da Manutenção estará
cumprindo o seu papel, na medida em que conseguir comandar os principais eventos do dia a dia,
cuidar do fator humano e PENSAR O AMANHÃ DA MANUTENÇÃO.
ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO – Inclui normalmente as seguintes atribuições:
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Elaboração dos planos anuais de preventiva e preditiva
Incorporação de novas tecnologias de Preditiva e Inspeção
Controle, Análise e Diagnóstico da manutenção preditiva
Análise de Falhas
Material e Sobressalentes
“Sustaining”, melhorias ou pequenos projetos
Acompanhamento de grandes projetos conduzidos pela Engenharia
Apoio ao dia a dia em situações especiais
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Trabalho apresentado no Congresso Brasileiro de Manutenção 2005, Revisado 2013.
Figura 3 – Estrutura Organizacional da Manutenção
PLANEJAMENTO, COORDENAÇÃO E CONTROLE DE SERVIÇOS – Em algumas empresas incorpora a
função de INSPEÇÃO cujo objetivo é de fazer o acompanhamento dos equipamentos no dia a dia e
inserir ou retirar tarefas das próximas manutenções preventivas com base nas observações feitas no
campo.
EXECUÇÃO – Grupamento responsável pela execução dos serviços de Manutenção que tem a seu
cargo a garantia da qualidade dos serviços e o “feed-back” à Engenharia de Manutenção, Planejamento
e Controle da Manutenção e à própria Inspeção. Esse grupamento é o que necessita de maior dosagem
de treinamento técnico pois é o que tem o seu cargo a AÇÃO.
Os PROJETOS E PLANOS DE AÇÃO da Manutenção devem ser desenvolvidos a partir das Diretrizes da
Diretoria da Empresa. Ou seja, as ações devem estar alinhadas com as metas que a empresa pretende
atingir. Esse alinhamento vale tanto para a Manutenção quanto para os demais segmentos da
organização, permitindo a todos os setores da empresa trabalharem orientados segundo a mesma
direção.
Fig.4– Gerenciamento pelas Diretrizes
Os planos de ação da Manutenção devem ser elaborados com a participação da equipe. O mais usual é a
participação dos supervisores, engenheiros e gerente. O pessoal da execução é envolvido, toma
conhecimento dos planos de ação e participa de sua consecução. As metas estabelecidas devem ser
conhecidas por todo pessoal da Manutenção e todos devem estar cientes da sua importância para que
elas sejam atingidas.
Desdobrar as diretrizes é fazer com que as diretrizes da Diretoria sejam repassadas por toda estrutura,
isto é, cheguem a todos.
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Trabalho apresentado no Congresso Brasileiro de Manutenção 2005, Revisado 2013.
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