PAPEL ESTRATÉGICO E OBJETIVOS DA P&D&I
Déborah Patrício dos Santos
Universidade Federal Fluminense – UFF
Fabio Siqueira
Universidade Federal Fluminense – UFF
Fernanda da Silva Santos
Universidade Federal Fluminense – UFF
Karine Siqueira Mota
Universidade Federal Fluminense – UFF
Valquíria de Oliveira Carvalho
Universidade Federal Fluminense – UFF
RESUMO
Este artigo baseado no trabalho de Santos, Déborah Patricio dos; Silva, Fernanda Santos da;
Mota, Karine Siqueira; e Carvalho, Valquíria de Oliveira (2010), aborda o papel estratégico e
os objetivos da P&D&I nas organizações. O mesmo está fundamentado em pesquisa
bibliográfica e telematizada. As organizações têm se empenhado em uma busca incessante por
métodos que proporcionem a sobrevivência e destaque no ambiente competitivo. Um dos
artifícios é a Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação - P&D&I. Porém, embora sejam
realizados estudos e pesquisas que abordem o assunto e existam publicações, ainda é pouco
aplicada nas empresas. Neste trabalho serão apresentados os objetivos da P&D&I expondo
exemplos e aplicações; será tratada ainda a perspectiva de seu papel estratégico em vários
âmbitos. Primeiramente o governo, com suas leis e subsídios visando o incentivo à inovação.
Em seguida o setorial, que trata da diversidade das características dos setores e suas
necessidades estratégicas. Também serão abordadas as estratégias empresariais, bem como a
relevância de P&D&I e as estratégias do governo brasileiro para P&D&I.
PALAVRAS-CHAVE: Estratégia; Objetivos; P&D&I; Inovação; Planejamento.
ABSTRACT
This article is based on the work of Santos, Deborah Patricio dos; Silva, Fernanda Santos da;
Mota, Karine Siqueira; Carvalho, Valquiria de Oliveira (2010), discusses the strategic role
and objectives of R & D & I in the organization. The same is based on bibliographic research
and telematic. The organizations have been engaged in a constant search for methods that
provide survival and highlight on the competitive environment. One of the artifices is the
Research, Development and Innovation - R & D & I. However, although studies and research
that addresses the issue and publications are available, is still rarely applied in enterprises.
This paper will present the objectives of R & D & I expose examples and applications; will be
treated even the perspective of its strategic role in various areas. Firstly the government with
its laws and subsidies seeking the incentive to the innovation. Then the industry, dealing with
the diversity of characteristics of the sectors and their strategic needs. It will also be
approached the business strategies, as well as the relevance of R & D & I and the Brazilian
government's strategies for R & D & I.
KEY-WORDS: Strategy, Goals, Innovation R & D &I; Planning
INTRODUÇÃO
O presente artigo objetiva apresentar o papel estratégico da Pesquisa, Desenvolvimento e
Inovação (P&D&I), dentro das organizações. A mesma pretende ainda, descrever os objetivos
da inclusão da estratégia de P&D&I; como as leis geram apoio à pesquisa e inovação; a
necessidade de conhecer o setor para determinar a melhor maneira de implementar a P&D&I
e as estratégias no contexto empresarial.
A pesquisa teve caráter bibliográfico e telemático com informações obtidas por meio de
sites, na forma de artigos, revistas, teses, políticas de empresas que se direcionavam no
assunto, também por meio de congressos, citações de autores etc.
Durante a pesquisa algumas dificuldades foram encontradas, como: encontro de fontes
que abordassem o assunto diretamente, com isso, descobriu-se que pouco se publica sobre
P&D&I. Outro fator de dificuldade foi o acesso a documentos estrangeiros, restringindo o
trabalho às perspectivas brasileiras. Todavia, esse fator não desmereceu, tampouco retirou o
crédito do material encontrado que culminou com o texto que se segue.
Com relação aos assuntos abordados neste trabalho: no capítulo um apresenta-se A
Relevância da P&D&I, onde são discutidos os objetivos, motivações e perspectivas das
empresas ao utilizarem a estratégia de P&D&I e como algumas organizações se empenham
quando o assunto é estratégias que visam crescimento e produtividade.
Na seção dois, intitulada Subsídios e Legislação, aborda de forma resumida algumas das
principais leis e medidas de âmbito legal que contemplam as empresas que investem em
P&D&I. E de que forma buscam incentivar um número maior de organizações a se
beneficiarem.
Nas seguintes seções são abordados respectivamente: As Estratégias do Governo
Brasileiro para P&D&I, as estratégias para P&D&I em diferentes níveis. Primeiramente em
um sentido mais amplo, explanando as estratégias definidas pelo governo. E de que maneira
este traça o caminho do Brasil rumo ao desenvolvimento característico de um país que investe
seriamente em inovação.
Por fim, na seção cinco e última, destaca-se a importância de considerar os setores de
atividades os quais as organizações estão inseridas para auxiliar na determinação da melhor
estratégia. Depois do apoio e base dado pelo governo, por mais que ainda possa ser
insuficiente, é necessário um olhar para os diferentes setores industriais e identificar planos de
ação específicos. As organizações não podem deixar de fazer essa análise setorial.
Finalizando então com as estratégias empresariais, onde é mostrado que a prática da pesquisa
e o incremento da inovação trazem crescimento para empresa e competitividade, e quanto
antes mais empresas terem essa visão melhor será para o próprio ambiente empresarial.
1. A RELEVÂNCIA DA P&D&I
Em geral as organizações anseiam ser líder no seu ramo, ter capacidade e recursos para
destacar-se das demais, visando principalmente o aumento da produção. Só que para se obter
liderança no mercado, muito mais que um produto de qualidade, colaboradores treinados e um
ótimo ponto de venda, há necessidade de outros fatores serem observados e implementados
pela organização. São esses fatores que encontram-se inseridos nos objetivos da estratégia de
Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação.
Por exemplo: de acordo com Evonik Industries (2010), nos Estados Unidos, o valor médio
destinado a pesquisa e desenvolvimento no setor industrial é de algo em torno de 3,5% das
suas receitas. Empresas de alta tecnologia como um fabricante de computadores em chegam a
investir 7% das receitas. A Allergan, empresa de biotecnologia, atualmente encontra-se no
topo da lista de investimento, chegando ao limite de 43,4% das receitas em P&D.
Atualmente, por mais que os investimentos em P&D&I existam e sejam uma constante às
organizações, empresas que investem mais de 15% é exceção e em geral recebe reputação de
ser uma empresa de alta tecnologia. Muitas delas, nesta categoria, são do ramo de
medicamentos, como por exemplo: Merck que investe 14,1% e a Novartis 15,1%. Outras
tantas nesse patamar são as empresas do segmento de engenharia, como a Ericsson (24,9%).
Estas empresa são vistas no mercado como empresas de alto risco porque a flutuação no
lucro é bastante atípica. Em geral elas prosperam apenas em mercados onde os clientes
possuem necessidades extremas, como remédios inovadores, no caso da indústria
farmacêutica, instrumentos científicos, mecanismos críticos para segurança, encontrados na
industria da aviação ou navegação, bem como, equipamento bélico. Estas necessidades
extremas justificam o alto risco de falha em projetos.
No que tange a indústria farmacêutica vale citar a união de dois dos grandes grupos
representantes desse segmento a Eurofarma e o Biolab no ano de 20051. Ambos uniram-se no
sentido de criarem Incrementha PD&I, um centro para pesquisa, desenvolvimento e inovação
tecnológica de novos produtos.
Com o objetivo inicial de desenvolver inovações incrementais, a partir de uma droga já
conhecida, chegando no futuro à inovação radical, criação de uma nova molécula.
Em princípio a Incrementha PD&I continuará com os projetos que as duas indústrias já
estavam desenvolvendo individualmente. O corpo técnico da nova empresa estabelecerá um
cronograma de ações, prazos, investimentos, equipamentos, entre outros, com o objetivo de
levar para o mercado estes novos medicamentos.
A proposta inicial da união das empresas foi de ter os primeiros projetos da Incrementha
PD&I transformados em produtos a partir do segundo semestre de 2006. As instalações da
Incrementha PD&I foram transformadas num Centro Incubador de Empresas Tecnológicas CIETEC, no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares - IPEN, na Cidade Universitária,
em São Paulo.
Para validar cada etapa do desenvolvimento de um medicamento, a Incrementha PD&I
desenvolveu uma certificação de qualidade de cada um dos projetos nos padrões nacionais e
internacionais, atendendo à regulamentação de entidades como Anvisa, FDA, e EMEA European Medicines Agency. A empresa acredita que assim irá garantir a possibilidade de
exportação e licenciamento dos novos medicamentos para mercados mundiais.
De acordo com as palavras de Domingos Pires, principal executivo da empresa a época:
"Trata-se de uma iniciativa pioneira no Brasil. O ineditismo vem do compartilhamento do
pipeline das duas empresas que, mesmo investindo em conjunto na área de pesquisa,
desenvolvimento e inovação, continuarão atuando de forma independente e com estratégias
individuais", afirma Domingos Pires, executivo contratado pela Incrementha PD&I.
Assim como na indústria farmacêutica, na indústria bélica não é diferente. Por exemplo, o
primeiro lote de vendas tem um custo de fabricação que é de 10% a 15% do valor gasto em
P&D/I&D. Nesta indústria, 90% dos projetos não produzem qualquer produto utilizável.
Ainda assim estes projetos fornecem informações vitais para que futuros projetos sejam bem
sucedidos, na verdade, o ganho consiste não somente em quantidade de produtos
comercializados, mas na quantidade e na qualidade das informações que o mesmo pode
proporcionar à empresa.
Uma pesquisa desenvolvida em 2008 (QUANDT, SILVA JUNIOR, PROCOPIUCK,)
estudou 182 empresas do setor elétrico brasileiro - SEB, empresas do ramo de distribuição,
geração e transmissão de energia, por meio de questionários. Empresas desse setor são, por
lei, obrigadas a investir em pesquisa. As empresas apontaram os fatores mais importantes que
as motivam a investir em P&D&I. Como principal ficou evidente o fator da obrigação
1
www.eurofarma.com.br
imposta pelas concessões e legislação. Entre os fatores de média importância estão as
melhorias nos serviços e a imagem institucional. E como os de mínima importância aparecem
os aspectos relacionados com a competitividade, desenvolver novos negócios e conquistar
novos mercados.
As empresas que decidem investir na estratégia de P&D&I tem em mente os objetivos a
alcançar. A pesquisa já mencionada também tratou das expectativas das empresas ao
investirem na estratégia em questão. Os resultados mostraram que para as empresas estudadas
é de pequena importância as expectativas quanto ao aumento dos lucros, aumento do
faturamento, desenvolvimento de novos negócios, atenuação dos impactos ambientais,
lançamento de novos produtos e serviços e melhoria da economia local e regional. E de média
importância a redução de custos operacionais.
Com esses resultados, alguns questionamentos surgem: o investimento em estratégias de
P&D&I é simplesmente uma obrigação? Porque os outros fatores, considerados por
estudiosos como relevantes, são para as empresas apenas conseqüências da obrigatoriedade?
1.1 CONCEITO DE P&D&I
Parece simples definir ou afirmar ser o significado da sigla P&D&I como: Pesquisa,
Desenvolvimento e Inovação. Mas a que correspondem essas palavras quando definidas e
observadas em suas essências apresenta não diferentes, mas significados passíveis de análise.
Frascati:
As atividades de inovação tecnológica são o conjunto de etapas científicas,
tecnológicas, organizativas, financeiras e comerciais, incluindo os
investimentos em novos conhecimentos, que levam ou que tentam levar à
implementação de produtos e de processos novos ou melhorados. A P&D não é
mais do que uma destas atividades e pode ser desenvolvida em diferentes fases
do processo de inovação, não sendo utilizada apenas enquanto fonte de ideias
criativas, mas também para resolver os problemas que podem surgir em
qualquer fase até a sua implementação (FRASCATI, 2002).
Destaca-se aqui primeiramente, a diferença de P&D&I de outras atividades afins que
visam à inovação, que segundo o manual de Frascati (2002) podem ser resumidas na seguinte
afirmação:
O critério básico que permite distinguir a P&D de atividades afins é a
existência no seio da P&D de um elemento apreciável de novidade e a
resolução de uma incerteza científica e/ou tecnológica; ou seja, a P&D aparece
quando a resolução de um problema não é evidente para alguém que tenha o
conjunto básico de conhecimentos da área e conheça as técnicas habitualmente
utilizadas nesse setor.
Assim sendo, a P&D&I é um processo que deve envolver a pesquisa básica, ou seja,
pesquisa científica; a pesquisa aplicada, vista como pesquisa tecnológica; mais o
desenvolvimento experimental, que consiste no cumprimento de uma agenda, de um plano de
trabalho, tem um orçamento, tem uma equipe de pesquisadores e, por visar a inovação,
logicamente, exige um contrato de confidencialidade.
No manual de Frascati (2002) encontram-se três atividades referentes à P&D&I. Além
das pesquisas básica e aplicada, encontra-se também o desenvolvimento experimental.
Observe a seguir:
 A pesquisa básica: consiste em trabalhos experimentais ou teóricos iniciados
principalmente para obter novos conhecimentos sobre os fundamentos dos fenômenos
e fatos observáveis, sem ter em vista qualquer aplicação ou utilização particular.
 A pesquisa aplicada: consiste também em trabalhos originais realizados para adquirir
novos conhecimentos; no entanto, está dirigida fundamentalmente para um objetivo
prático específico.
 O desenvolvimento experimental consiste em trabalhos sistemáticos baseados nos
conhecimentos existentes obtidos pela pesquisa e/ou pela experiência prática, e dirigese à produção de novos materiais, produtos ou dispositivos, à instalação de novos
processos, sistemas e serviços, ou à melhoria substancial dos já existentes. A P&D
engloba tanto a P&D formal realizada nas unidades de P&D como a P&D informal ou
ocasional realizada noutras unidades.
1.2 A ESTRATÉGIA DE P&D&I
A estratégia é um assunto abordado por vários autores que geralmente falam de
lucro, plano, desenvolvimento, apresentar vantagem e ficar a frente da concorrência.
Empresas que visam estratégias de P&D&I devem ter em seu cotidiano idéias e mudanças
incrementais que possam transforma-se em lucro e em reconhecimento no mercado. Ou seja,
investir em P&D&I significa aumentar a produtividade e é fundamental para a
competitividade.
Na verdade tem sido tarefa difícil para as empresas investir em P&D&I, pois surgem
muitas definições para a inovação, o que gera dúvidas sobre o assunto e sobre como colocá-la
em prática.
Por outro lado, encontram-se empresas que investem em P&D&I. Um exemplo a ser
considerado é o do Ministério da Defesa, que tem como objetivo alcançar o domínio de
tecnologias aeroespaciais, desenvolver sistemas, crescer e aperfeiçoar a indústria aeroespacial
por meio de pesquisa e desenvolvimento. Outro exemplo, o sistema Eletrobrás adota a gestão
de P&D&I como uma estratégia empresarial que visa crescimento, competitividade a nível
nacional e internacional, rentabilidade, integração nos negócios de energia, ter o domínio da
inovação tecnológica, obter recursos, buscar parcerias e maiores resultados tecnológicos e
científicos.
Outras empresas recorrem à estratégia de P&D&I para modificar sua atual situação no
mercado. O grupo farmacêutico ROCHE, por exemplo, aumentou seus investimentos em
pesquisa e tecnologia, pois as patentes de remédios teriam expirado e com essa estratégia
tinham o objetivo de até mesmo introduzir-se em novas áreas de terapias. A Evonik, que atua
no ramo químico, tem como objetivo apresentar novas idéias e desenvolver novas tecnologias
para a indústria e para o mundo, e para isso investe em pesquisas para inovação.
Enfim, o objetivo da estratégia de P&D&I inclui, entre muitos outros, lucratividade,
competitividade, crescimento, maiores capacidade e recursos, independência da tecnologia
internacional, aumento da produtividade, desenvolvimento de novos negócios, produtos e
serviços. Consequentemente, as empresas que se empenham no investimento em P&D&I
estão também contribuindo para o crescimento e desenvolvimento da economia do país.
2. SUBSÍDIOS E LEGISLAÇÃO
De acordo com o Manual Básico de Acordos de Parcerias de P&D&I (2002, p. 38):
A natureza jurídica do acordo de parceria de P&D&I é mista: obrigação de
dar e fazer. A obrigação de dar consiste na alocação dos conhecimentos e dos
recursos humanos, financeiros e materiais necessários à P&D&I, logo será
inadimplente a parte obrigada que não aportar os recursos comprometidos. A
obrigação de fazer a P&D&I é uma obrigação de meio e não de resultado.
Quer dizer, se ao final, depois de consumidos os recursos alocados e
terminado o prazo, não houver um resultado suficiente para a resolução de
uma incerteza científica ou tecnológica que possa gerar inovação, ou mesmo
um resultado que possa ser protegida por direitos de propriedade intelectual,
a obrigação será considerada cumprida. Portanto há um risco inerente a este
tipo de acordo.
Apesar de ainda ser pequena a participação do Brasil em relação à pesquisa e inovação,
tanto por iniciativa pública quanto privada, o chamado Marco Legal do governo federal
representa um avanço, pelo menos na parte legislativa. O Marco Legal se constitui de um
conjunto de medidas e leis como uma forma de estimulo à cultura da inovação, objetivando o
desenvolvimento do país, e outros objetivos citados anteriormente. Busca-se aplicar o
conhecimento produzido no setor acadêmico no setor produtivo, isto é, busca-se a prática da
inovação.
O marco legal se organiza entre três linhas principais. São elas: a “constituição de
ambiente propício às parcerias estratégicas entre as universidades, institutos tecnológicos e
empresas; estímulo à participação de instituições de ciência e tecnologia no processo de
inovação; e incentivo à inovação na empresa” (MINISTÉRIO DA CIÊNCIA E
TECNOLOGIA, 2010a).
O apoio gerado por essas leis se manifesta de muitas maneiras. Através de recursos
financeiros - subvenção econômica, financiamento ou participação de sócios; facilidades em
acordos e contratos envolvendo pesquisas; redução de impostos, entre outras. Algumas leis e
medidas de aspectos importantes serão comentadas a seguir:
 Medida Provisória Nº. 495
Conhecida como Lei de Incentivo à Inovação, altera alguns pontos em leis2 sobre licitação;
incentivos á inovação e pesquisa científica. As mudanças visam à preferência a produtos e
serviços que proporcionem desenvolvimento e inovação nacional. Serão também priorizados
produtos e tecnologias desenvolvidos no Brasil. Além disso, essa medida permite que
Instituições Federais e Tecnológicas - IFTs firmem contratos com fundações que desejam dar
apoio a projetos de ensino, pesquisa e desenvolvimento institucional, científico e tecnológico.
 Lei da Inovação – Nº. 10973
Cria alguns mecanismos para estímulo à formação de alianças estratégicas entre
universidades, institutos tecnológicos e empresas nacionais. Essa lei procura um maior apoio
do setor produtivo na promoção da inovação, através de concessão de recursos financeiros,
humanos, materiais e até de infra-estrutura. A lei também se propõe a capacitar o setor
produtivo tecnologicamente visando à competição externa. Muitos estados brasileiros
acompanhando essa visão e interessados no desenvolvimento regional criaram e aprovaram
leis estaduais complementares à Lei de Inovação federal.
 Lei do Bem – Nº. 11196
Passou a ser chamada de Lei do Bem por criar isenção fiscal, inédito para uma lei tributária.
Os benefícios dessa lei se destinam a todas as empresas que aplicam e investem em pesquisa e
inovação tecnológica, quer sejam de pequeno, médio ou grande porte. No capítulo III
² Lei nº. 8666, de 21 de junho de 1993; lei nº.8958, de 20 de dezembro de 1994 e lei nº.10973 de 2 de
dezembro de 2004.
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encontramos alguns dos incentivos fiscais: deduções de Imposto de Renda e da Contribuição
sobre o Lucro Líquido; redução do Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI na compra
de máquinas e equipamentos para P&D; depreciação acelerada desses bens; amortização
acelerada de bens intangíveis; redução do Imposto de Renda retido na fonte incidente sobre
remessa ao exterior, resultantes de contratos de transferência de tecnologia; e isenção do
Imposto de Renda retido na fonte nas remessas efetuadas para o exterior, destinada ao registro
e manutenção de marcas, patentes e cultivares.
Por essa lei também é possível receber subvenção econômica devido a contratações de
pesquisadores, com mestrado ou doutorado, para atividades relacionadas à P&D&I.
 Lei da Informática – Nºs 8248, 10176 e 11077
Igualmente de incentivo fiscal, porém destinada a “empresas produtoras de alguns hardwares
específicos e que tenham por prática investir em pesquisa e desenvolvimento.” (GODOY,
2010) O incentivo dado é a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados, a empresa
beneficiada, então, deve investir parte do faturamento dos produtos que receberam incentivos
em pesquisas. Para essa lei, são consideradas como pesquisa e desenvolvimento em
tecnologia da informação as seguintes atividades: trabalhos teóricos ou experimentais;
trabalhos onde se utilizam conhecimento de pesquisa ou experiências práticas; formação ou
capacitação de profissional de níveis médio e superior; e serviços científicos e tecnológicos.
Apesar de existirem essas e outras leis de incentivo à pesquisa, desenvolvimento e inovação,
seus benefícios ainda não são amplamente aproveitados pelas organizações. Na maioria das
vezes por desconhecimento, mas também por desinteresse. É preciso maior divulgação da
legislação existente e conscientização da importância de se investir em P&D para inovação.
3. ESTRATÉGIAS DO GOVERNO BRASILEIRO PARA P&D&I
No contexto brasileiro, importantes iniciativas têm partido do governo com relação à
inovação. Um dos passos notáveis foi ajustar estrategicamente o setor público com o privado.
Esse alinhamento tem sido possível através da implementação de algumas políticas nesse
sentido, tais como a Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior – PITCE, de
2004; o Plano de Ação: Ciência, Tecnologia e Inovação – de 2007; e a Política de
Desenvolvimento Produtivo – PDP, de 2008.
O Plano de Ação acima citado reúne iniciativas que englobam não somente o governo
federal, mas também o estadual e o municipal, numa visão em que a inovação é
responsabilidade do Estado. Como na maioria dos programas e políticas atuais sobre P&D, as
iniciativas estão direcionadas a estimular as empresas a possuírem atividades de pesquisa.
Especial atenção tem sido dada ao estudo da nanotecnologia e biotecnologia; também nas
áreas das engenharias e em áreas estratégicas como a espacial.
O governo federal através do Ministério da Ciência e Tecnologia - MCT coordena
programas e ações, desenvolvendo “pesquisas e estudos que se traduzem em geração de
conhecimento, novas tecnologias e na criação de produtos, processos, gestão e patentes
nacionais” (MINISTÉRIO DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA, 2010b). Compõe esse ministério
a Financiadora de Estudos e Projetos - FINEP; o Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico - CNPq; o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos - CGEE; A
Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN; a Agência Espacial Brasileira - AEB;
unidades de pesquisas e empresas estatais. Através dessas instituições o MCT realiza suas
ações estratégicas.
O MCT está estruturado em quatro secretarias para melhor gerir os programas
existentes. A Secretaria de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento - SEPED é
responsável pelos programas de desenvolvimento nas áreas de ciências exatas. A Secretaria de
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Ciência e Tecnologia para Inclusão Social - SECIS tem o desafio de viabilizar
desenvolvimento econômico, social e regional, em especial na Amazônia e no Nordeste, além
de promover a inclusão de conhecimento e tecnologia em comunidades carentes. A terceira
secretaria é a de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação - SETEC que tem sua atenção
voltada para a capacitação tecnológica das organizações. Além disso, desenvolve pesquisas de
formulações de políticas que visem aumentar a competitividade no setor empresarial. Essa
secretaria está intimamente ligada à Política Nacional de Desenvolvimento Tecnológico. A
quarta secretaria é a de Política de Informática - SEPIN e está relacionada com setor de
Tecnologias da Informação e Comunicação, coordena a Política Nacional de Informática e
Automação e o desenvolvimento do setor de Software.
Particularmente, o Programa de Sensibilização e Mobilização para a Inovação – PróInova, do MCT, tem sido um instrumento favorável para a disseminação da pesquisa e
inovação. O Pró-Inova visa parcerias para e divulgação de informações e sensibilização da
importância da inovação. Essa divulgação visa tanto o empresariado como também a
sociedade. O programa busca estimular as empresas a crescerem e competirem por meio da
P&D&I, mostrando como ela pode ser um instrumento de competitividade e crescimento
sustentável, e assim formando um ambiente propício para inovação no país. Outra iniciativa
importante do Pró-Inova é o apoio a eventos técnicos como mini-cursos, seminários,
workshops e outras iniciativas de capacitação similares.
Como síntese dos objetivos do programa, pode-se observar o que nos diz o
MINISTÉRIO DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA (2010c):
[...] disseminar informações sobre as vantagens de investir em atividades inovativas
bem como promover programas e projetos inovadores; sensibilizar e mobilizar
empresas, sociedade civil, entidades técnicas e de classe, universidades, institutos de
pesquisa tecnológica e estimular e apoiar as empresas na identificação e utilização
dos instrumentos e programas mais adequados às suas necessidades; e, identificar
oportunidades de melhoria dos mecanismos, dos instrumentos e dos marcos legais
de suporte à atividade de desenvolvimento tecnológico e inovação.
O governo também tem se movido através de outras instituições e programas, como o
SIBRATEC – Sistema Brasileiro de Tecnologia, que possui a finalidade de aumentar o
desenvolvimento e a assistência tecnológica às empresas; o BNDES – Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social; o Ministério do Desenvolvimento, a ABDI – Agência
Brasileira de Desenvolvimento Industrial; e o Portal da Inovação, criado com finalidade de
proporcionar cooperação no ambiente de inovação.
Mas o governo não age independentemente. A Confederação Nacional da Indústria –
CNI representa o setor industrial brasileiro e está sempre em busca dos interesses do setor.
Assim sendo e considerando a empresa como o ator fundamental da inovação, a CNI se alia
ao governo na tentativa de despertar nas empresas maior interesse e consequentemente maior
participação na gestão da inovação. A confederação reconhece que a intervenção
governamental é importante, pois tem forte influência no setor privado. Outros parceiros
também atuam juntamente com o governo, na mesma direção. É o caso de associações como a
ANPEI, a ANPROTEC, a PROTEC e a ABIPTI, e muitas outras. É importante uma
coordenação e organização bem ajustada entre todas as parcerias e todos os programas para
que a finalidade de incrementar a inovação no Brasil seja alcançada.
3.1 ESTRATÉGIAS DE P&D&I NO BRASIL
Com a notória e constante velocidade das mudanças organizacionais no mundo inteiro,
o Brasil não poderia ficar de fora de uma tendência mundial. A rapidez com que as coisas
acontecem e as informações são passadas e transformadas em vantagem competitiva, faz com
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que empresas a busquem com avidez e criem estratégias para garantirem seus lugares no
mercado.
Em trabalho apresentado ao Centro de Gestão de Estudos Estratégicos, Cassiolato e
Lastres (2005), dentre os vários aspectos observados, discutem e apresentam questões
relativas à recepção do Brasil dos investimentos estrangeiros em P&D&I. Sob a ótica dos
autores o Brasil é um grande receptor de investimentos estrangeiros devido sua
industrialização estar baseada na substituição das importações, estimulando assim a entrada
de capital estrangeiro. Essa medida fez com que o país se tornasse um dos destinos mais
importantes para o investimento direto estrangeiro do final da Segunda Guerra Mundial até o
início da década de 1980.
Ratificando os autores afirmam:
Em 1980 o país tinha o maior estoque de investimento estrangeiro entre os
países em desenvolvimento (e o sétimo maior no mundo): US$ 17 bilhões. A
crise dos anos 80 e a perda de dinamismo do mercado interno contribuíram
para que a posição do Brasil, enquanto receptor de investimentos externos,
caísse de primeiro entre os países em desenvolvimento em 1980 (com 3,6%
dos fluxos globais de investimento estrangeiro) para décimo primeiro em
1990 (2,6%) e décimo quarto em 1993 (1,1%). O Brasil que recebia em
média 25% de todos os fluxos de investimento direto estrangeiro (IDE) ao
longo dos anos 70 passou em pouco tempo a uma posição quase que
Insignificante (CASSOLATO E LASTRO, 2005).
Com a chegada dos anos 90, mudanças ocorreram. A abertura comercial, a
privatização e a desregulação implementadas a partir do início dos anos 90 alteraram mais
uma vez essa situação, fazendo com que o IDE subisse de US$ $1,3 bilhões em 1993 para um
montante de US$$32.8 bilhões em 2000. Em 2000, o Brasil era o segundo maior receptor de
investimento direto estrangeiro entre os países em desenvolvimento, após a China.
Com a diminuição e “final” das privatizações das empresas no Brasil, bem como com
a diminuta possibilidade de aquisição de empresas domésticas reconhecidas no mercado, a
qual pudesse proporcionar grandes lucros aos investidores, culminando com a estagnação do
mercado interno e a crise mundial do período fez com que os níveis de IDE, no período que
corresponde aos anos de 2001 – 2003, diminuíssem significativamente novamente
(CASSIOLATO e LASTRES, 2005).
Por fim, os autores afirmam que o boom de investimentos estrangeiros diretos no
Brasil coincidiu com uma fase histórica do capitalismo associada à globalização e marcada
por uma crescente importância das atividades das empresas multinacionais. Dados da
UNCTAD (2002) estimam que as vendas mundiais de subsidiárias de EMs em 2001 somavam
US $19 trilhões, mais que o dobro das exportações mundiais naquele ano.
4. ESTRATÉGIA DE P&D&I SETORIAL
Sendo um dos determinantes para a implementação da estratégia da P&D&I,
identificar o setor o qual a empresa atua se torna um fator imprescindível para a análise
completa e necessária. Disso depende um bom planejamento perante o posicionamento no
qual a organização se encontra em um dado momento, seja ele de crescimento,
desenvolvimento, sobrevivência ou manutenção. A importância da análise setorial se deve às
constantes interferências existentes, que podem ser internas ou externas. Essas interferências
atuam diretamente na empresa podendo fortalecer, enfraquecer, criar oportunidades, ou
ameaçar sua estabilidade.
Com relação à inovação como ponto central da estratégia a ser aplicado, um estudo
realizado por Pavitt³ (1984, apud CAMPANÁRIO, 2010) divide as atividades industriais em
quatro setores. A partir disso é feita a escolha da melhor opção inovadora a ser incorporada. O
primeiro setor seria os receptores de tecnologia, que necessita de maquinário, equipamentos,
por exemplo, para uma produção automobilística. Neste, devido à alta proximidade com meio
tecnológico, facilita o emprego de um diferencial na mercadoria a ser produzida dando uma
posição de destaque da empresa no ambiente competitivo.
O segundo segmento abordado é o intensivo de escala. Para este são necessárias
inúmeras informações a respeito das tecnologias que o envolvam; tanto na produção, para que
possa reduzir os custos, como nos produtos, para chamar a atenção do consumidor através de
novos atributos.
O terceiro setor envolve as indústrias que voltam a sua produção para as máquinas e
equipamentos. Neste a tecnologia é um forte ponto, pois será ela que irá colocar a empresa na
frente ou não dos concorrentes devido ao desempenho de um dado produto.
Por último, o quarto setor abrange as organizações que estão direcionadas ao campo da
pesquisa, da ciência. Possuem desta maneira maiores oportunidades de estudo de novos
métodos, experiências, sendo utilizados como recursos estratégicos.
Todos esses segmentos, apesar de suas distinções, chegam a um ponto comum: inovar.
Seja para liderar ou para se manter estável. Porém, pode-se perceber que as empresas
possuem posturas organizacionais diversas, são assimétricas no que implica a necessidade de
conhecimento da dimensão setorial para determinar o melhor diagnóstico. Determinados
setores são responsáveis por gerar novas informações específicas e outros apenas as adquirem.
Freeman4 (1975, apud CAMPANÁRIO, 2010) através de estudos sobre estratégias
tecnológicas, em íntima relação com os objetivos e metas que as organizações querem
alcançar, descobriu seis tipos de estratégias. A primeira destas se refere às organizações que
investem ousadamente e de forma intensa em pesquisa e desenvolvimento com a finalidade de
obter maior destaque diante de seus adversários. A segunda está relacionada às empresas que
procuram conhecer a estratégia de seus concorrentes assim como diferenciar as suas das
demais.
A terceira e a quarta são vistas nas empresas que possuem grande capacidade de
produção, que licenciam ou reproduzem desenhos, projetos, ideações, planos de outras
organizações, e não tem como foco inovar, mas sim conseguir custos cada vez menores como
vantagem competitiva.
As duas últimas são as que não colocam a inovação tecnológica como um diferencial
na estratégia, e as oportunistas que resistem apenas por causa do nicho de mercado. Porém
estas são as que permanecem na maioria das vezes na posição de sobrevivência.
Cabe ainda ressaltar que a escolha de determinadas tecnologias não se baseia em
critérios puramente racionais, mas na conciliação envolvendo os interesses dos diversos
grupos e setores estratégicos que se encontram na atividade tecnológica (ANDRADE, 2006
apud FISCHER, 2009).
Diante dessas estratégias se torna claro que os setores que possuírem um alto nível de
maturação frente ao avanço tecnológico irão contribuir para o bom posicionamento das
organizações. Pode-se perceber a alta influência tanto positiva tanto como negativa a respeito
da introdução ou não da tecnologia como estratégia de inovação. A respeito existem os
financiamentos, “conjunto de fundos setoriais, especialmente aqueles vinculados a concessões
públicas e com significativos impactos sobre o processo de geração e difusão de novas
tecnologias” (PACHECO, 2007), como incentivo à inclusão tecnológica nas empresas.
3
PAVITT, K. “Sectoral Patterns of Technical Change: Towards a Taxonomy and a Theory” in: ____
Research Policy 13. 1984.
4
FREEMAN, C. La Teoría Económica de la Innovación Industrial. Alianza Editorial, Madrid, 1975.
11
5. ESTRATÉGIAS DE P&D&I EMPRESARIAIS
A inovação ainda não está presente em todas as empresas. Mas as organizações que
são inovadoras estão sempre à procura de aumentar suas habilidades, montando estratégias
para chegar a um produto inovador, aumentando assim seu nível de competitividade no
mercado, buscando sempre um produto que dê um diferencial à empresa, pela qualidade, e
pelo bom preço. Para que esse processo de inovar possa dar certo é preciso que haja
colaboração de todas as pessoas envolvidas na empresa. Para isso muitas vezes são feitas
premiações, que servem como incentivo para os trabalhadores, afinal eles são muito
importantes para o desenvolvimento do produto pesquisado. Para fins deste processo são
adotadas ferramentas e metodologias de ponta a fim de manter a liderança na questão da
qualidade.
Inovar significa criar, inventar e inserir um novo produto no mercado de trabalho
visando aumentar os resultados econômicos. Com esse avanço surge a necessidade de manter
a competitividade no mercado.
As organizações precisam criar ambientes para o desenvolvimento das pesquisas e
realização dos projetos onde também será agregado um valor aos produtos, chegando a um
preço final. O homem consegue aproveitar todos os conhecimentos do seu meio de trabalho e
utiliza as informações transformando-as em inovações. Já para a ciência é adotado sistemas
organizacionais abertos e de relação de troca ambiental, com a finalidade de sobrevivência.
Para que as empresas consigam, de fato, sobreviver é preciso que alguém fique
responsável por estabelecer estratégias para que as mesmas possam estar capacitadas para
competir com outras do mesmo nível.
No Brasil não se tem muitos profissionais na área de P&D, pode-se observar algumas
causas para esses problemas: (1) As multinacionais contratam pessoas mais qualificadas para
ocuparem cargos gerenciais, mantendo as pesquisas de P&D nas matrizes que geralmente fica
fora do país. (2) As empresas nacionais compram maquinários para aumentar a produtividade
acelerando o processo e reduzindo o preço de custo. Elas acabam se auto-excluindo do meio
deixando a atividade de inovar apenas para as multinacionais. (3) Para mudar essa situação,
esse quadro passa por um processo, onde será transformado o conhecimento em projetos que
sejam adequados socialmente. Levando em consideração esses pontos, é recomendado:
 Criar laboratórios e redes de pesquisas, para atender todas as micros e pequenas
empresas.

Estimular as empresas nacionais a inovar produtos, para igualar o nível de
desenvolvimento ao de empresas mais elevados.
Outro fator, também um grande problema, mas agora para a Europa que sofre com ele,
é a falta de capital para a inovação. Já os Estados Unidos são uma grande fonte de inovação,
pois contam com um grande apoio, de varias fontes e setores, do setor privado e publico.
Há no Brasil um órgão nacional que cuida de projetos e negócios tecnológicos, o
Instituto de Inovação, através desse Instituto é possível perceber que as empresas cada vez
mais se interessam pela tecnologia. A P&D&I hoje em dia vem sendo um assunto presente
nas reuniões organizacionais do mundo inteiro, as empresas estão interessadas em
desenvolver inovação tecnológica. E um fator que incentiva essas empresas a querer fazer
parte desse grupo, são os prêmios nacionais de inovação que elas podem concorrer, como por
exemplo, o Prêmio FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos) e o Prêmio CNI (Prêmio da
Confederação Nacional das Indústrias). Juntamente com esses prêmios a empresa também
ganha uma imagem inovadora perante a sociedade, o que de fato é o mais importante.
12
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao pensar na implementação de estratégias de P&D&I se faz necessário ter em mente
os objetivos a alcançar. Para isso é importante analisar os ambientes interno e externo nos
quais a empresa está inserida, a fim de definir esses objetivos. Cada empresa possui suas
particularidades assim como o setor a que pertence. Por exemplo, as empresas do SEB, na
pesquisa citada, investem em P&D&I principalmente para cumprir a lei, devido à
obrigatoriedade imposta ao setor pelo governo. Em contrapartida, as empresas são
incentivadas a investir em P&D&I objetivando a competitividade, o aumento do lucro e da
produção e desenvolvimento de novos produtos, serviços, tecnologias e processos.
As estratégias de P&D&I devem e precisam ser incentivadas e apoiadas pelo governo.
Embora existam algumas medidas e subsídios para motivar a inovação nas empresas, a
indústria necessita de maior apoio por parte das políticas públicas.
No setor empresarial foram identificados alguns problemas. A falta de capital é um
dos principais. Outro problema é a ausência de profissionais qualificados para a área de
pesquisa. Não pela falta de profissionais formados, mas pelo fato das empresas multinacionais
contratarem os mais qualificados para os cargos gerenciais, consequentemente é pequeno o
número de mestres e doutores destinados a atividades de pesquisa, desenvolvimento e
inovação. A idéia de que a compra de maquinário para aumento de produção é inovação tem
prejudicado o setor, que não se arrisca a pesquisar e desenvolver algo novo.
Enfim, a proposta seria que mais pessoas interessadas, especializadas e envolvidas no
assunto produzam e divulguem materiais sobre essa estratégia tão importante e ao mesmo
tempo tão pouco compreendida.
13
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PAPEL ESTRATÉGICO E OBJETIVOS DA P&D&I