FUNORTE-FACULDADES UNIDAS DO NORTE DE MINAS NÚCLEO NITERÓI-SMILE ODONTOLOGIA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ORTODONTIA VERTICALIZAÇÃO DE MOLARES INFERIORES: ABORDAGEM TERAPÊUTICA COM E SEM MINI-IMPLANTES FERNANDA SANTOS KENUPP Monografia apresentada à Faculdade Unidas do Norte de Minas- Nucléo Niterói - Smile Odontologia, como parte dos requisitos para obtenção do título de Especialista em Ortodontia. NITERÓI 2010 VERTICALIZAÇÃO DE MOLARES INFERIORES: ABORDAGEM TERAPÊUTICA COM E SEM MINI-IMPLANTES FERNANDA SANTOS KENUPP Monografia apresentada à Faculdade Unidas do Norte de Minas- Nucléo Niterói - Smile Odontologia, como parte dos requisitos para obtenção do título de Especialista em Ortodontia. Orientador(a): LEONARDO CAMARDELLA NITERÓI 2010 FICHA CATALOGRÁFICA KENUPP, Fernanda Santos Verticalização de molares inferiores: Abordagem Terapêutica com e sem Miniimplantes / Rio de Janeiro, 2010. 38f Orientador: Leonardo Camardella Monografia (Especialização em Ortodontia - Odontologia) – FUNORTE-NÚCLEO NITERÓI 1. Benefícios. 2. Aspectos Periodontais. 3. Mini-implantes. I- Leonardo Tavares Camardella II-Faculdades Unidas do Norte de Minas -FUNORTE-NÚCLEO NITERÓ III- Verticalização de molares inferiores: Abordagem Terapêutica com e sem Miniimplantes AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE E COMUNICADA AOIII-. AUTOR A REFERÊNCIA DA CITAÇÃO. Niterói, ____ / ____/ ______ Assinatura: _____________________________ e-mail: [email protected] FOLHA DE APROVAÇÃO FERNANDA SANTOS KENUPP VERTICALIZAÇÃO DE MOLARES INFERIORES: ABORDAGEM TERAPÊUTICA COM E SEM MINI-IMPLANTES Monografia apresentada como exigência parcial para a obtenção do título de especialista em Ortodontia, à comissão julgadora da FUNORTE- NÚCLEO NITERÓI-SMILE ODONTOLOGIA. Aprovada em ____ / ____ / ___ Banca Examinadora 1) Prof(a). Dr(a): ..................................................................................................... Julgamento: ......................................... Assinatura: ...................................... 2) Prof(a). Dr(a): ..................................................................................................... Julgamento: ......................................... Assinatura: ...................................... 3) Prof(a). Dr(a): ..................................................................................................... Julgamento: ......................................... Assinatura: ...................................... Resultado: ......................................................................................................... AGRADECIMENTOS Ao Prof. Leonardo, orientador desta monografia, pelo ensinamento e dedicação dispensados no auxílio à concretização deste trabalho. À todos os professores da equipe Smile, Profa. Stela, Prof. Marcelo, Prof. Fabio, Prof. Akneive e seus convidados, pelo carinho, profissionalismo e ensinamentos disponibilizados nas aulas, cada um de forma especial, contribuiu para a conclusão deste trabalho e consequentemente para a minha formação profissional À minha amiga Maíra pela nossa amizade Aos colegas da especialização pelo companheirismo e amizade demonstrados ao longo do curso DEDICATÓRIA Dedico este trabalho aos meus pais, avós e irmão por todo amor e dedicação para comigo. Por terem sido fundamentais para que eu pudesse ser a pessoa que hoje sou. Ao meu namorado Rafael, pelo incentivo de hoje e sempre. Meu eterno agradecimento Kenupp, F.S. Verticalização dos molares inferiores: Abordagem terapêutica com e sem mini-implantes. FUNORTE- NÚCLEO NITERÓI- SMILE ODONTOLOGIA; 2010 RESUMO A verticalização de molares inferiores é uma terapia útil e muito utilizada em pacientes adultos, de grande importância para os procedimentos de prótese, periodontia e implante. Há uma diversidade de sistemas desenvolvidos para a realização do movimento, através da mecânica convencional, porém existe pouca comprovação clínica em reduzir os efeitos colaterais como a extrusão dos dentes verticalizados. A verticalização de molares inferiores com o auxílio de mini-implantes ortodônticos possibilita um movimento com mínino de efeitos colaterais, tornando a mecânica mais simples com maior previsibilidade nos seus resultados. Este trabalho tem o objetivo de apresentar os recursos disponíveis para a verticalização de molares inferiores, abordando suas indicações, vantagens e desvantagens. PALAVRAS- CHAVE: Verticalização. Mini-implante. Extrusão Kenupp, F.S. Verticalização dos molares inferiores: Abordagem terapêutica com e sem mini-implantes. FUNORTE- NÚCLEO NITERÓI- SMILE ODONTOLOGIA; 2010 ABSTRACT The uprighting of the mandibular molars is a useful and widely used therapy in adult patients, of great importance for implant procedures, periodontal and implant. There are a variety of systems developed mechanical, but there is little proven clinically to reduce side effects such as extrusion of theeth upriggthed. The uprigthing of molars with the aid of orthodontic mini-implants allows a movement of male gender with side effects, making the mechanics simples with more predietability in their results. This study to present the resources available to the piggybacking of mandibular molars, discussing its indication, advantages and disadvantages. Key words: Uprigthing. Skeletal anchorage. Extrusion. LISTA DE FIGURAS Figura 1 - efeito Gable nas molas em “T” simples ou dupla .................................................. 24 Figura 2 - Cantilever Duplo de TMA ............................................................................. 25 Figura 3 - Mola tipo tip back ...................................................................................... 26 Figura 4 - "Cantilever" curto Figura 5 - "Cantilever" longo. ...................................................................................... 26 Figura 6 - mola radicular.. ......................................................................................... 28 Figura 7 - Fio segmentado com alça em “U.......................................................................................... ...................................................................................... 26 29 Figura 8 - colagem de botões tanto na superfície vestibular quanto na lingual do dente a ser verticalizado.......................................................................................................................................... 31 Figura 9 - verticalização com mini-implante com fechamento de espaço ................................... 31 Figura 10 - A- Mola pré- ativada ; B- Mola ativada ............................................................... Figura 11 Mecânica de verticalização do elemento Figura 12 - Conexão de dois mini-implantes.............................................. ..... Figura 13 - Ancoragem indireta esquelética 32 ............................................................ 33 34 ...................................................................... 34 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 10 2 REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................. 12 2.1 BENEFÍCIOS..........................................................................................13 2.2 ASPECTOS PERIODONTAIS................................................................14 2.3 MINI-IMPLANTES...................................................................................16 3 DISCUSSÃO ...................................................................................................... 22 4 CONCLUSÃO .................................................................................................... 36 REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 37 1. INTRODUÇÃO Atualmente, a quantidade de pacientes adultos que recorrem a tratamento ortodôntico previamente a tratamentos reabilitadores oclusais é muito significativa. A verticalização de molares constitui em uma terapia muito utilizada em adultos, tendo grande importância para as áreas de Periodontia, Implantodontia e Prótese. Frequentemente, encontra-se, pacientes que apresentam molares inclinados mesialmente associados às perdas e inclinações dos dentes posteriores, defeitos infra-ósseos verticais na região mesial dos molares, migração distal dos pré- molares, extrusão do molar antagonista, contatos prematuros em RC, interferências oclusais, além da dificuldade na adaptação de próteses quando a inclinação é excessiva. A verticalização do molar para sua correta posição leva à normalização da situação oclusal, funcional e periodontal, possibilitando o alinhamento das raízes perpendicular ao plano oclusal, de forma que resista melhor às forças mastigatórias e facilite o plano de inserção da prótese paralela ao longo eixo do dente. O ortodontista deve estar capacitado a diagnosticar, planejar e tratar dentes excessivamente angulados, determinando e estabelecendo limites de acordo com cada situação. Em relação à mecânica utilizada, deve ser considerado o movimento desejado do dente tanto no plano mesiodistal como no vertical, além do grau de inclinação do dente, quantidade e qualidade do periodonto de inserção. A maior dificuldade mecânica ao se verticalizar um molar é impedir sua extrusão, resultado da aplicação de forças ao nível da coroa dentária, fora do centro de resistência do dente e que, por essa razão produz movimentos de translação e rotação. A possibilidade de utilização dos mini-implantes com carga imediata tem modificado a abordagem clínica e biomecânica deste problema, tornando a mecânica mais simples com maior previsibilidade nos seus resultados, uma vez que outros dentes não participam da unidade de ancoragem. Este trabalho tem o objetivo de apresentar os recursos disponíveis para a verticalização de molares inferiores, abordando suas indicações, vantagens e desvantagens. . 2. REVISÃO DA LITERATURA Um movimento particularmente difícil de ser realizado pelos ortodontistas, sem causar efeitos colaterais é a verticalização de molares inferiores. Vários sistemas já foram desenvolvidos para tal fim, mas a dificuldade em confeccionar as molas verticalizadoras e o volume que elas ocupam, aliados à pouca comprovação clínica de que impedem a extrusão dos dentes verticalizados, tornam essa mecânica um desafio para os profissionais da área2. A perda precoce de molares decíduos, ou mesmo a perda de primeiros molares permanentes, são problemas clínicos que recorrem rotineiramente e resultam na inclinação mesial dos primeiros molares ou de segundos e terceiros molares dependendo do dente extraído ou ausente 24. Segundo MOYERS17, o dente mais frequentemente extraído é o primeiro molar permanente periodontite devido e, à carie e/ comumente, ou como resultado, os segundos e terceiros molares tendem a ocupar o espaço deixado com a inclinação de sua coroa para mesial e lingual24. Segundo JANSON et al.10, geralmente os molares inclinados apresentam etiologia semelhante, ou seja, em um determinado período o paciente teve um ou mais dentes posteriores extraídos, frequentemente primeiros molares inferiores, por causas diversas tais como: doença periodontal, fraturas, cáries extensas, iatrogenias, dentre outras. 2.1. BENEFÍCIOS Uma vez instalado o problema, deve-se, o mais cedo possível, movimentar esse dente para sua correta posição, a fim de melhorar a linha de inserção da prótese ou implante, bem como minimizar perda periodontal na área mesial do dente inclinado24,26,30. FREITAS et al.6, observaram que ao verticalizar segundos molares inferiores, obtêm-se como vantagens: maior facilidade de higienização na região mesial desse dente, eliminação do ambiente periodontal patológico, correção do defeito ósseo proximal, melhor relação coroa raiz e prevenção do traumatismo oclusal. ROBERTS et al 23 , afirmaram que com a verticalização as seguintes condições seriam obtidas: proteção contra doenças inflamatórias periodontais, com a eliminação do ambiente periodontal patológico; correção do defeito ósseo, por meio de uma irrupção forçada; alinhamento perpendicular das raízes, em relação ao plano oclusal e melhor relação coroa- raiz. De acordo com SAWIKA et al.25, as vantagens de se verticalizar um molar impactado são funcionais, periodontais e restauradoras. O benefício periodontal envolve a eliminação da pseudobolsa, o que facilita o controle da placa local. A higiene bucal na região de dentes impactados é difícil, o que facilita o aparecimento de cáries. Dessa forma, parece benéfico verticalizar os molares inclinados para prevenir o aparecimento de cáries. Outra vantagem da verticalização é que o segundo molar impactado pode danificar a raiz distal do primeiro molar adjacente. Além dos benefícios periodontais e protéticos, a verticalização reduz a necessidade de cirurgias periodontais, assim como previne traumas oclusais26,28 e minimiza o risco de necrose pulpar9. Por meio da verticalização, o alinhamento dos elementos de suporte possibilita um melhor planejamento reabilitador, confecção de próteses mais estéticas e duráveis, além de permitir uma correta distribuição de forças oclusais e boa adaptação protética23,28,30. Um dos principais objetivos da verticalização dos molares inferiores é a obtenção de paralelismo das raízes, para facilitar a confecção de prótese no futuro, conforme relatos de ROBERTS et al.23, SAKIMA24 e SHELLART & OSTERLE26. 2.2. ASPECTOS PERIODONTAIS De acordo com a literatura, as áreas de tensão e pressão no ligamento periodontal norteiam as modificações ósseas induzidas pelo movimento ortodôntico, ocasionando reabsorção e neoformação ósseas subsequentes. Na verticalização obtêm-se benefícios advindos destas modificações peculiares, e o processo é facilmente observado se novamente levar-se em consideração o aspecto unidade denteperiodonto-osso alveolar. Durante a verticalização obtêm-se duas variáveis de força: uma no sentido distal e outra de extrusão, sendo esta responsável pela redução da bolsa periodontal quando presente22. Durante a extrusão dentária, desde que haja saúde periodontal com ausência de inflamação e controle de placa bacteriana, tanto o osso alveolar quanto o periodonto tendem a acompanhar o dente no sentido oclusal 10. Uma das vantagens periodontais da verticalização de um molar inclinado mesialmente é a eliminação de uma pseudobolsa que, muitas vezes, se forma na face mesial deste dente. A eliminação desta pseudobolsa pode melhorar a capacidade do paciente em controlar o acúmulo de placa bacteriana naquela área26. Por outro lado, uma bolsa periodontal na superfície distal pode ficar mais profunda. A verticalização com intrusão pode causar problema periodontal mais severo na face distal. Portanto, no caso de problema periodontal severo, é melhor permitir a extrusão do dente e obter uma melhor relação coroa-raiz por meio de desgaste da superfície oclusal. Às vezes a gengiva distal pode inflamar, devendo-se considerar a remoção deste tecido19. Com a diminuição das bolas infra-ósseas ocorre a melhora da topografia óssea e gengival, o que proporciona um melhor acesso para o controle de higienização, devolvendo ao indivíduo saúde dos tecidos de suporte e uma maior longevidade dos mesmos8. O posicionamento ideal dos dentes é de extrema importância para a saúde do periodonto. Esta situação oferece proteção contra doença periodontal, uma vez que o defeito ósseo vertical é corrigido. O alinhamento das raízes perpendiculares ao plano oclusal permite uma proteção diante do trauma oclusal, além de maior suporte para as forças mastigatórias e uma melhor relação periodontal entre a coroa e a raiz23. A necessidade de enxerto ósseo gengival antes da movimentação ortodôntica é preconizada em áreas com ausência ou quantidade mínima de gengiva inserida, menor que 2 milímetros16. A movimentação ortodôntica para a verticalização de molares inclinados em indivíduos com doença periodontal moderada é recomendável para atenuar o defeito ósseo e facilitar as condições de higienização. Porém as forças ortodônticas deverão ser leves, com periodonto livre de inflamação e um controle periódico de placa bacteriana3. O tratamento periodontal prévio é importante para casos que apresentam comprometimento das estruturas de suporte, pois a redução ou eliminação total da inflamação juntamente com o movimento ortodôntico de verticalização proporciona condições de saúde para o periodonto 31. 2.3. MINIIMPLANTES A verticalização dos molares inferiores está indicada em casos de inclinação acentuada destes dentes, devido à perda de unidades adjacentes ou em casos de impactação de segundos molares inferiores. Dependendo do grau de angulação que o dente em questão se encontre, e levando em consideração o seu volume radicular, este tipo de movimento pode tornar-se difícil. A possibilidade de utilização de mini-implantes com carga imediata modifica a abordagem clínica e biomecânica deste problema, pois evitam movimentações indesejadas nas unidades de ancoragem, e minimizam a extrusão do próprio molar a ser verticalizado7. Este recurso vem como uma opção a mais no tratamento, com a finalidade de simplificar a mecânica e, em alguns casos, viabilizar a terapia diminuindo o tempo de tratamento1. 2.3.1. VANTAGENS DOS MINI-IMPLANTES A utilização dos mini-implantes de titânio como recurso de ancoragem na ortodontia trouxe novos conceitos e perspectivas de tratamento. A possibilidade de realizar movimentos sem a preocupação com as forças de reação na unidade de ancoragem nos permite tratar diversas más oclusões de maneira mais simples e previsível2. Dentro dos procedimentos de correção ortodôntica, sempre nos deparamos com problemas de alterações plásticas da forma dos arcos metálicos de nivelamento dentário, que ocorrem principalmente por forças inadequadas sobre eles durante a alimentação do paciente. Essas deformações frequentes destes arcos, acarretam aumento no tempo de tratamento, além de efeitos deletérios nos elementos dentários situados nos extremos do espaço protético e falta de controle na movimentação ortodôntica 5. KANOMI e COSTA et al.11 introduziram o uso de mini-implantes para ancoragem ortodôntica. Mini-implantes são pequenos suficientes para serem colocados em qualquer área do osso alveolar, sendo que este procedimento cirúrgico está ao alcance do ortodontista ou clínico geral, sua cicatrização é rápida e são facilmente removidos após sua utilização. Como mais uma das vantagens, temos que as forças ortodônticas podem ser aplicadas imediatamente após a sua implantação, resistindo ao movimento quando submetido à carga desta força ortodôntica19. Com o advento da utilização dos mini-implantes para ancoragem ortodôntica os procedimentos de verticalização de molares se tornaram mais simples com resultados mais previsíveis, uma vez que, como não é necessário a utilização de outros dentes como ancoragem, efeitos indesejáveis são melhores controlados12. Corriqueiramente os mini-implantes com finalidade de verticalização são implantados na região retromolar, entretanto em algumas situações clínicas no caso de grande extensão de mucosa alveolar, região retromolar estreita ou quando da presença de terceiros molares parcialmente erupcionados, a colocação dos mini-implantes na região mesial do molar inclinado se mostra uma alternativa21. A ativação ortodôntica pode ser realizada através de molas fechadas, elásticos em cadeia ou em fio, do implante a um acessório fixado, onde for possível no dente a ser movimentado13. 2.3.2. VERTICALIZAÇÃO DO MOLAR PELA INCLINAÇÃO DISTAL DA COROA X MOVIMENTO MESIAL DA RAIZ Molares inclinados em direção mesial podem ser verticalizados de duas maneiras: movimento distal da coroa e pelo movimento mesial da raiz. A verticalização do molar inclinado mesialmente pela inclinação da coroa em direção distal é um procedimento simples e fácil, que ocorre rapidamente. Como o centro de resistência dos molares está localizado na área de furca radicular, durante a verticalização os molares irão rotacionar em torno desta área. A ponta da coroa se extruirá em relação ao plano oclusal durante a verticalização, ocorrendo, dessa maneira, uma movimentação passiva, o que irá causar traumatismo oclusal. Uma força de verticalização distal, aplicada nos molares inclinados mesialmente, produz não só uma verticalização do molar, mas também, uma inclinação vestibular e uma força intrusiva no pré- molar, quando são implementadas mecânicas convencionais. A força gerada no molar é um momento de verticalização distal associado a uma força extrusiva. Além da erupção passiva este momento produz uma força extrusiva no molar 19. Na maioria das situações, essas forças são indesejáveis, pois podem causar contato prematuro e mordida aberta anterior. Por isso, em pacientes com crescimento vertical, cuidados devem ser tomados para evitar tais efeitos. As interferências oclusais causada por uma extrusão rápida e exagerada minimizam a correção da inclinação do molar e podem prejudicar o suporte periodontal. Às vezes, em situações de interferência, se faz necessário o ajuste oclusal24. A redução da superfície oclusal de um dente pode ter efeitos benéficos, tal como a redução de proporção coroa/raiz. Uma redução significativa do dente pode também ter efeitos negativos, como sensibilidade, exposição pulpar e uma redução acentuada da altura interferindo na confecção de uma prótese26. Na correção dos defeitos ósseos, o movimento de extrusão é indicado, sendo considerado um movimento rápido em relação ao movimento de verticalização. A extrusão dentária leva a um posicionamento coronário do tecido conjuntivo de inserção intacto, os defeitos ósseos ficam mais rasos e a relação entre junção cemento- esmalte e a crista alveolar são mantidas31. Como regra geral, o tratamento por inclinação distal do molar é preferível. Se uma extensa reabsorção do rebordo já ocorreu, particularmente na dimensão vestibulolingual, o fechamento do espaço deverá ser lento, e pode resultar em deiscência óssea na superfície radicular. Para a verticalização com fechamento de espaço, ser bem sucedida, a ancoragem esquelética deve ser exigida22. A força do molar inclinado mesialmente pelo movimento mesial da raiz requer uma ancoragem forte e confiável como, por exemplo, um mini-implante. Isto ocorre porque o movimento aplicado ao molar com intenção de movimentar a raiz para frente produz uma grande quantidade de movimento reativo. A verticalização do molar pelo movimento requer um tratamento de longo prazo, porque, neste caso, a quantidade de movimento da raiz é bem maior quando comparado à verticalização por inclinação distal da coroa. A verticalização do molar pelo movimento da raiz, para mover de 7,0 a 8,0mm, leva cerca de 1 a 1,5 ano. Há também a tendência de reabsorção radicular19. 2.3.3 FATORES QUE AFETAM AS FALHAS Fatores que afetam as falhas dos mini-implantes são muito similares aos dos implantes dentários. Os fatores podem ser divididos em três categorias: receptor, cirurgia e manejo. Os fatores com relação ao receptor incluem doenças em geral, tais como diabetes, osteoporose, fumo, e fatores nas áreas receptoras, tais como condição do tecido mole e densidade do osso local. Isso é muito importante em pacientes adultos e idosos, uma vez que eles são a principal parte da população que procura tratamento protético e ortodôntico pré- protético19. Como a maioria das falhas ocorre durante os primeiros estágios do tratamento com mini-implantes, o procedimento cirúrgico é muito importante. Danos ao osso, durante a inserção, podem ser divididos em duas categorias: mecânico e térmico. O dano mecânico pode ser exagerado quando se faz um orifício com uma broca torta ou com o eixo descentralizado. A inserção oblíqua do mini-implante, com relação à superfície do osso pode produzir mais danos ao osso que uma inserção perpendicular. Entretanto, com certa inclinação dos mini-implantes, estes podem ficar posicionados mais próximos ao ápice das raízes, onde têm mais espaço19. A geração do calor durante o procedimento de perfuração é outro fator. Se a temperatura exceder os 47° por mais de um minuto, produzirá necrose óssea e depois desnaturação do osso. Pressão exagerada durante a perfuração também gera aquecimento; então irrigação abundante é essencial para refrigerar a broca19. Os fatores de manejo incluem o uso de força exagerada, seja voluntária ou involuntária, infecção e inflamação19. O mini-implante deve apresentar uma estabilidade inicial após a inserção, para se obter sucesso. A interferência da oclusão pelos dentes do arco oposto pode causar falha. Se os mini-implantes entrarem em contato com as raízes, as chances de falha aumentam19. É difícil descrever os fatores que afetam a taxa de sucesso, uma vez que esta é bem alta. Por isso, é difícil demonstrar uma diferença estatística significativa. Além simultaneamente19. disso, muitos fatores parecem estar envolvidos A fim de aumentar a taxa de sucesso, o cirurgião-dentista deve checar e tentar eliminar toda e possível causa de falha, com muito cuidado, monitoramento e consideração19. 3. DISCUSSÃO A opinião dos autores consultados na literatura é única quanto à necessidade de se verticalizar os molares inferiores inclinados. NORMANDO et al.18 avaliaram os defeitos oclusais decorrentes da perda dos primeiros molares permanentes inferiores em 500 adolescentes e adultos jovens no estágio de dentadura permanente. Constatou-se que a perda dos primeiros molares permanentes inferiores, uni ou bilateral, interfere de modo significativo na região anterior da arcada dentária inferior. Esse fator pode levar a uma maior ocorrência de desvios de linha média inferior e também à migração dos caninos inferiores com aumento da ocorrência de Classe II de caninos. A correção da inclinação do molar depende do momento produzir movimentos de rotação (força aplicada no nível da coroa dentária), realizando a correção da inclinação, que também podem ser combinados com deslocamentos anteroposteriores de abertura ou fechamento de espaço, ou verticais de extrusão e intrusão24. A maior dificuldade mecânica ao se verticalizar um molar inferior é impedir a sua extrusão, resultado da aplicação de forças ao nível de coroa dentária, fora do centro de resistência do dente e que, por esta razão produz movimentos de translação e rotação segundo SAKIMA 24. Esse controle se torna mais necessário se o paciente apresentar sobremordida reduzida ou aumento da altura do terço inferior da face. Grande parte das mecânicas ortodônticas utilizadas para verticalização dos molares gera forças extrusivas. Na maioria das situações, essas forças são indesejáveis, pois podem causar contato prematuro e mordida aberta anterior. Por isso, em pacientes com padrão facial vertical, cuidados devem ser tomados para evitar tais efeitos. SHELLART & OESTERLE26 mostraram que a redução da coroa do dente a ser verticalizado só é vantajosa se esse dente for usado como pilar para prótese no futuro, enquanto que a intrusão só seria aceitável se o dente verticalizado não fosse restaurado ou quando não desejasse uma abertura anterior da mordida, pois a grande desvantagem da intrusão seria o aumento da profundidade da bolsa periodontal pré-existente. ZACHRISSON31 descreveu que entre os riscos de intruir um molar está a possibilidade de criar uma bolsa periodontal infra-óssea, pois a placa supragengival pode ser deslocada para um localização subgengival e ainda ocorrer o movimento oclusal dos dentes anteriores se estes dentes forem usados como ancoragem para o movimento do molar. Através de relatos de TUNCAY29 a mola T simples ou dupla é um excelente sistema para ajudar na verticalização de molares com resultados satisfatórios. A mola T simples deve ser indicada para os casos de molar inclinado para a mesial e pré- molares inclinados para distal, enquanto a dupla, é utilizada quando há necessidade de verticalização de dois molares. Para a sua instalação é necessário bandar o segmento posterior e estabilizar o segmento anterior com o arco de canino a canino, a confecção da mola é realizada com fio de aço inoxidável 0,018”x 0,025”. Na extremidade distal do fio, é realizada uma dobra de 30°, gerando o chamado efeito Gable (Fig. 1). Essa angulação causará rotação com movimento mesial do molar inclinado. Para facilitar o fechamento de espaço, é importante a realização de uma ativação de aproximadamente 2mm da distal do tubo. Figura 1- efeito Gable nas molas em “T” simples ou dupla Fonte: Sakima T. et al. 1999 24 A verticalização do molar pelo movimento radicular é mais longo e difícil que o de inclinação da coroa. Nos pacientes mais velhos, efeitos colaterais, tais como um tempo maior de tratamento, doença periodontal e reabsorção da raiz, ocorrem com maior frequência. Por esta razão PARK 19 indica a distalização da coroa para verticalização de molares inferiores em pacientes adultos. O autor afirma ainda, que o movimento mesial da raiz requer uma ancoragem forte e confiável, indicando o mini-implante para a realização do movimento. Se a mecânica de escolha de verticalização do molar não permitir extrusão, SHELLART & OESTERLE26 apresentaram a estratégia de usar a mola helicoidal de verticalização e colocar uma força intrusiva no molar para bloquear a sua extrusão (Fig. 2). A mola helicoidal de verticalização é o aparelho mais usado para a verticalização de molar conforme estudos desses autores. O sistema de força do cantilever duplo pode gerar uma força vestibular na coroa do molar, portanto SAKIMA24 sugere a sua indicação para dentes que apresentam inclinação lingual. Figura 2- Cantilever Duplo de TMA, inserido no tubo vertical e o equivalente sistema de força. Fonte: Sakima, T. et al, 199924 A mecânica Tip- back é realizada com a utilização da alças ou molas segmentadas que se encaixam no molar inclinado e se estendem até a região anterior (Fig. 3). As molas segmentadas podem ser denominadas de cantilevers de acordo com SAKIMA24. Figura 3- Mola tipo tip back Fonte: Sakima, T. et al, 1999 24 MELSEN16 descreveu que o comprimento do cantilever longo ou curto pode interferir no momento do molar. Quanto mais curto o braço do cantilever maior será o componente extrusivo do molar, e quanto mais longo menor é o efeito extrusivo (Fig. 4 e 5). Figura 4 - "Cantilever" curto. Gera maior força extrusiva no molar 24 . Fonte: Sakima, T. et al, 1999 . Figura 5 - "Cantilever" longo. Gera maior momento de verticalização e pequena força extrusiva. 24 Fonte: Sakima, T. et al, 1999 . Segundo SAKIMA24, quando nenhum efeito extrusivo é permitido as molas de MELSEN et al.16 liberam sistema de força constantes. O cantilever apresenta vantagens sobre arcos contínuos com alças (alça T simples ou dupla) por distribuir reações no segmento anterior e não somente nos dentes vizinhos. Para a confecção destas molas utilizam-se fios de secção retangular de aço inoxidável ou de TMA (titânio-molibidênio). As molas de TMA por apresentarem maior flexibilidade e liberarem magnitude de força muito menor que o de aço, podem ser instaladas sem nenhum helicóide. Nos casos em que se deseja força intrusiva no molar, além da verticalização e fechamento de espaço, ROBERTS et al.23 e MARCOTTE14 apresentaram um dispositivo denominado mola radicular (Fig. 6). Apesar de eficaz, MELSEN et al.16 apresentaram algumas desvantagens da mola radicular como : tempo prolongado de tratamento, dificuldade clínica de mensurar força e momento, falta de constância e qualidade e problemas com distância interbraquetes. Figura 6- mola radicular confeccionada com fio de aço gerando efeito de verticalização e intrusão 24 Fonte: Sakima, T. et al, 1999 . Vários autores como ROBERTS et al.23, MELSEN et al.16, entre outros, descreveram técnicas utilizando arcos segmentados para diminuir os efeitos extrusivos e evitar, também, o deslocamento dos dentes de ancoragem. Porém o efeito intrusivo dessas mecânicas não foi sistematicamente comprovado em casos clínicos. Para a estabilização dos demais dentes envolvidos na mecânica de verticalização, a maioria dos autores preconizou a barra lingual ou a utilização de um arco metálico contínuo estabilizador. Segundo JANSON et al.10, quanto à mecânica utilizada para verticalizações em espaços pequenos, podem ser utilizados fios contínuos iniciando-se com NiTi 0.14” e quando chega-se ao fio aço inox 0.16” utilizam-se molas de secção aberta. Para áreas extensas (ausência de dois molares ou mais) a opção da mecânica recai sobre os fios segmentados com alça em “U” com dobra vertical na distal do tubo (Fig. 7). De acordo com o autor, essa mecânica permite movimentação efetiva, com poucas trocas de fios e sem quebras e perda de tempo. Figura 7- Fio segmentado com alça em “U 10 Fonte: Janson M, 2001 . McABOY et al15 afirmaram que quando um molar está severamente impactado, a verticalização cirúrgica pode oferecer uma solução rápida e fácil, principalmente quando o tratamento ortodôntico está contra-indicado. O arco dentário deve apresentar espaço adequado e algumas vezes para que isso ocorra necessita-se da remoção profilática do terceiro molar. O reposicionamento cirúrgico dos molares inclinados, segundo TERRY & HEGTVEDT27, só deve ser realizado quando as tentativas de tratamento ortodôntico falharem. Ainda conforme estudo desses autores a época ideal para o reposicionamento cirúrgico seria quando a raiz do molar estivesse com metade ou dois terços de sua formação realizada, para aumentar a chance de revascularização após movimento de inclinação e de corpo. O ideal, conforme o autor, é que o dente a ser verticalizado não esteja vestibularizado ou lingualizado, pois as lâminas corticais são necessárias para a estabilização inicial do após a verticalização. Para se ter sucesso na verticalização cirúrgica o ângulo de rotação para o movimento não deve exceder 90 graus, pois diminui a chance de vitalidade futura. A contra- indicação da verticalização dos molares inferiores, seja mecanicamente ou cirurgicamente, descrita por ROBERTS et al. 23, seria a presença de reabsorções radiculares destes dentes, ou quando este procedimento provocasse o agravamento de doenças periodontais préexistentes. A utilização de mini-implantes nos procedimentos de verticalização de molares, possibilita resultados mais previsíveis, uma vez que não é necessário a utilização de outros dentes de ancoragem e efeitos indesejáveis são melhor controlados. A verticalização com mini-implantes pode ser realizada na região retromolar através da ativação de cadeia elástica, exercendo uma força distal e intrusiva. A cabeça do mini-implante deve ser posicionada a 2 ou 3mm vestibularmente à crista alveolar e abaixo do nível do botão no molar inferior para exercer uma força intrusiva. A intrusão associada à verticalização do molar evita o traumatismo oclusal e favorece o movimento dentário. PARK 19 sugeriu a colagem de botões tanto na superfície vestibular quanto na lingual do dente a ser verticalizado, para que a tendência de rotação do molar pudesse ser eliminada. (figura 8). O mini-implante deve ser posicionado em direção distal, o suficiente para não interferir na verticalização do molar. Pode-se instalar o mini-implante no momento da extração do terceiro molar, no entanto, quando a exodontia é recente outros métodos de verticalização como a ancoragem indireta ou a inserção de dois implantes unidos, são recomendados, pois a taxa metabólica do osso está aumentada favorecendo a taxa de insucesso. Figura 8- colagem de botões tanto na superfície vestibular quanto na lingual do dente a ser verticalizado, para que a tendência de rotação do molar pudesse ser eliminada Fonte: Park, 2009 19 Quando a intenção é verticalizar um molar, fechando o espaço, autores como GIANCOTTI7 e MARASSI 13 utilizam o mini-implante em uma região mais anterior. Neste caso, o ponto de aplicação de força poderá ser um fio inserido por distal no braquete do molar, que passa abaixo do seu centro de resistência, devendo-se ter atenção especial com a profundidade do vestíbulo, evitando assim o desconforto por parte do paciente (Fig. 9). Figura 9- verticalização com mini-implante com fechamento de espaço Fonte: Araújo, 2006 1 Não há necessidade de aplicar uma força muito intensa para verticalizar o molar inclinado em direção mesial, aproximadamente 80 a 100g de força são suficientes de acordo com a maioria dos autores. PITHON21 apresentou uma mola apoiada em mini-implantes ortodônticos, denominada de mola “M”. A mola deve ser confeccionada com fio de secção retangular de aço inoxidável ou de TMA. O momento conseguido com essa mola é a verticalização por inclinação distal da coroa, fazendo com que o dente gire em torno do seu centro de resistência. Segundo o autor a utilização da mola “M” consistiu em um método simples e eficaz na verticalização de molares, proporcionando movimentos variados com previsibilidade, principalmente em casos onde a inserção do mini-implante na região retromolar é contra-indicada (Fig. 10). Figura 10- A-Mola pré- ativada ; B- Mola ativada 21 Fonte: Phiton, 2009 A seguir um caso onde foi aplicada uma mecânica de verticalização com mola de TMA no elemento 37 apoiada em mini implante (Fig. 11). Figura 11- Mecânica de verticalização do elemento 37 . De acordo com Park (2009)19 a verticalização de molares pode ser realizada através da conexão de dois mini-implantes unidos com resina, inseridos paralelamente e com uma distância de 1,0 mm de distância entre si, tornando assim o sistema mais forte. Segundo Costa et al.4, as forças que mais desestabilizam o mini-implante são o torque e a força rotacional. A força rotacional aplicada ao mini-implante ameaça consideravelmente sua estabilidade. Desta forma, a união de duas estruturas imóveis aumenta a resistência para receber uma força rotacional, força essa que normalmente é difícil ser assimilada por mini-implantes unitários. Por meio da colagem de um braquete à cabeça do mini-implante, um fio de secção retangular pode ser acomodado, permitindo controle tridimensional preciso no movimento dentário, apresentando quase 100% de sucesso, independente dos locais de inserção. (Fig. 12). Figura 12- Os dois mini-implantes foram conectados com resina e um braquete foi colado na resina. O mini-implante foi usado como ancoragem para verticalizar o molar Fonte: Park, 2009 19 A ancoragem indireta esquelética pode ser a melhor maneira para a verticalização de um único dente (Fig. 13). Trabalhos de LEE et al. 12 e PARK20 verificaram a efetividade da ancoragem, minimizando os efeitos indesejáveis nos demais elementos dentários. É interessante usar mais de um pré-molar como ancoragem indireta para o movimento de um único molar. Porém, PARK19 relata que caso haja necessidade de mover o dente de ancoragem conectado ao mini-implante, esse método pode não ser uma boa escolha. Figura 13- Ancoragem indireta esquelética Fonte: Park, 2009 19 Não há estudos sobre quais fios são mais adequados para conectar o mini-implante ao dente de ancoragem, no método de ancoragem indireta. Segundo PARK19, tanto um fio seccional pesado quanto um fio leve podem ser usados. O uso de um fio mais espesso é baseado na suposição de que uma ancoragem forte pode ser obtida ao se conjugar o mini-implante ao dente. O autor prefere usar um fio de aço 0,016X 0,022” como conexão entre o miniimplante e o dente de ancoragem. Uma desvantagem que pode ser atribuída em relação à mecânica com mini implantes é a perda da ancoragem esquelética seja pelos problemas discutidos anteriormente, seja pela presença de mucosite ao redor do mini impalnte. Há um consenso entre os autores que afirmam que a mesma é uma reação inflamatória resultante da falta de controle de higiene por parte do paciente, mas que pode ser controlada através de bochechos de gluconato de clorexidina a 0,12%. Trabalhos que demonstram a efetividade da utilização de mini-implantes como ancoragem ortodôntica apresentam amplos relatos na literatura, não havendo discordância na opinião dos diversos autores com relação às vantagens desse recurso. 4. CONCLUSÃO A literatura descreve uma diversidade de sistemas de força utilizada para a verticalização de molares inferiores que se encontram inclinados. Analisando os dispositivos e sua biomecânica, consideramos que a utilização de mini-implantes representa uma alternativa efetiva na ancoragem ortodôntica na verticalização de molares inferiores, minimizando os efeitos colaterais reduzindo o número de acessórios ortodônticos colados ao dente, proporcionando menor tempo de tratamento e maior conforto para o paciente. A verticalização dos molares inferiores pela mesialização das raízes com fechamento de espaço, em pacientes adultos não é recomendável, devido às chances de perda óssea alveolar e reabsorção radicular. Sendo assim, a verticalização por inclinação distal da coroa através de ancoragem esquelética é a mecânica desejável para esses pacientes, tornando assim o tratamento ortodôntico-protético integrado como solução na maioria dos casos de pacientes adultos. Os autores afirmam ainda, que as mecânicas convencionais de verticalização, sem o uso de mini-implantes, apresentadas nesse presente estudo, não foram efetivas em minimizar os efeitos colaterais indesejáveis. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. ARAÚJO, T.M.E.A. Ancoragem esquelética em ortodontia com miniimplantes. Rev. Dental Press Ortod Ortop Facial, v. 11, n. 4, p. 126-56, jul/ago. 2006. 2. BICALHO, R.F.; BICALHO, J.S.; LABOISSIERE JR, M. A utilização de ancoragem esquelética para verticalização de molares inferiores. 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