PROJETO OFICINAS DE DIREITOS HUMANOS "A cidadania é o direito a ter direitos, pois a igualdade em dignidade e direitos dos seres humanos não é um dado. É um construído da convivência coletiva, que requer o acesso ao espaço público. É este acesso ao espaço público que permite a construção de um mundo comum através do processo de asserção dos direitos humanos."(Hannah Arendt) 1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO 1.1. Nome do Projeto: Projeto Oficinas de Direitos Humanos 1.2. Tema do Projeto: FILOSOFIA E DIREITOS HUMANOS: contribuição filosófico-pedagógica na luta pelo fortalecimento dos Direitos Humanos em Passo Fundo 1.3. Nome do/s Responsável/is: Me. ltomar Siviero (IFIBE) e Esp. Márcia Carbonari (CDHPF) 1.4. Nome dos Componentes: Adriano José Siger, Alexandro Luis Milkievicz, lexson José da Silva, Anair Silva da Rosa, Anderson Fontes Dias, Anderson Francisco Faenello, Ariel Oldra, Cladivânia S. Vanin, Cyntia Maria Carvalho, Daniele Roberta Paz, Fábio Maikel Lubenov, Franciel Risson Bachi, Giovan Longo, Giovani Momo, Keilor Basso, Leandro José Kotz, Marciano Pereira, Márcio Marmentini, Marcos Reneu Zaro, Sandro Adams, Sidinei de Palma, Valda Maria N. Belitzki, Wanduir Rudinei Sausen 1.5.Nome dos Bolsistas: Vergílio Moro (CDHPF) e Adriano Maslowski (IFIBE) 1.6. Contato do Responsável (ou do Grupo): [email protected]; [email protected] 1.7. Promoção: Instituto Superior de Filosofia Berthier - IFIBE, Comissão de Direitos Humanos de Passo Fundo – CDHPF, Centro Acadêmico João Berthier – CAJOB. 1.8. Apoio: Fundo Diocesano de Solidariedade – FDS e Secretaria Especial de Direitos Humanos – SEDH/PR 2. OBJETIVOS 2.1. Geral Refletir sobre o que é e a importância dos direitos humanos na construção de sociedade justa e realizadora dos direitos de cada pessoa, indistintamente, e contribuir para a afirmação dos direitos humanos incentivando a participação cidadã. 2.2. Específicos 1. Aprofundar a noção de direitos humanos como dimensão constitutiva de todas as pessoas, contra a noção de que direitos humanos só defende bandidos; 2. Despertar nos estudantes e lideranças em geral o interesse pelo fortalecimento na luta pelos direitos humanos; 3. Reafirmar a atuação das instituições promotoras como espaços que contribuem para a construção de uma cultura de direitos humanos; 4. Trabalhar a noção de que direitos humanos são conquistas da cidadania através da participação ativa das pessoas na garantia de seus direitos; 5. Possibilitar maior conhecimento e propagação da filosofia nas comunidades e escolas; 6. Compreender a tarefa filosófica como necessidade para se ler o mundo criticamente; 7. Possibilitar amadurecimento filosófico e compromisso dos estudantes de filosofia do IFIBE e sócios da CDHPF na luta pela afirmação dos Direitos Humanos. 3. JUSTIFICATIVA Neste ano de 2008 estaremos comemorando os 15 anos da Conferência de Viena (1993), os 20 anos da Constituição Federal (1988) e os 60 Anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948). São conquistas de marcos legais importantes e significativos na luta pela efetivação dos direitos humanos. Do ponto de vista de estatuto jurídico o sistema de garantia dos direitos humanos avançou muito, inclusive com a implementação do Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos que prevê várias ações que visam a construção de uma cultura de direitos humanos. Porém, há um grande abismo entre a norma e a realidade vivida por milhares de homens e mulheres. É evidente que a tradução dos direitos humanos em instrumentos normativos, legais, jurídicos e políticos é de significativa importância na geração de condições para sua efetivação. Todavia, direitos humanos como patrimônio ético, jurídico e político construído pela humanidade em suas lutas por melhores condições de vida ainda continua sendo um horizonte e as condições de garantia da dignidade da vida humana ainda nos falta há milhares de pessoas. Além disso, ainda persiste arraigado no imaginário social uma idéia distorcida de direitos humanos, com a reprodução de jargões do tipo “direitos humanos só defende bandido” ou “direitos humanos para humanos direitos”, sem contar a crescente criminalização que diversos movimentos sociais vêm enfrentando e as constantes represálias e ameaças que defensores e defensoras de direitos humanos vivenciam em suas lutas cotidianas de denúncia a violação dos direitos humanos. De outro lado, o tema direitos humanos vem tomando amplo significado e estando cada vez mais presente em diversos espaços sociais. Atualmente, tanto organizações da sociedade civil, quanto órgãos públicos, instituições de ensino e pesquisa tem se dedicado ao tema. Mais que nunca se faz necessário o aprofundamento e o debate aberto e amplo sobre direitos humanos em vista de alargar a base social que os compreende e na atuação pautada por sua inspiração. Tendo por base essas ponderações é que novamente o Instituto Superior de Filosofia Berthier (IFIBE), a Comissão de Direitos Humanos de Passo Fundo (CDHPF) e o Centro acadêmicos João Berthier (CAJOB) conjugam esforços para a realização do Projeto Oficinas de Direitos Humanos. De outro lado, essa proposta também se justifica pelas seguintes razões: a) O tema direitos humanos vem tomando amplo significado e está cada vez mais presente em diversos espaços sociais e acadêmicos. Nos últimos anos, tanto organizações da sociedade civil, quanto órgãos públicos e instituições de ensino e pesquisa tem se dedicado ao tema. No espaço local, várias iniciativas foram realizadas, provocando maior interesse no aprofundamento, promoção, defesa e crescente da luta pela afirmação dos Direitos Humanos. Para mencionar algumas das atividades realizadas, lembramos: Colóquio Nacional de Direitos Humanos que teve sua terceira edição realizada recentemente (07 a 11 de abril de 2008), tendo mais de 600 participantes. Esta ação foi promovida pela CDHPF, em parceria com IFIBE, IMED, FAED/UPF, ESCOLAS NOTRE DAME e ITEPA, com apoio da Secretaria Especial de Direitos Humanos/Presidência da República; O Projeto Fortalecendo a Luta pelos Direitos Humanos em Passo Fundo, realizado em 2007, promovido pela Comissão de Direitos Humanos de Passo Fundo e que teve duas Ações desenvolvidas em parceria com o IFIBE e demais instituições, a saber: Campanha de Afirmação dos Direitos Humanos tendo como tema Em cada diferença a igualdade, Direitos Humanos, que veiculou comercial de TV e Rádio e distribuiu cartazes, materiais produzidos em parceria com a Agência Experimental de Publicidade e Propaganda da UPF (AGEXPP/UPF) e as oficinas sobre Direitos Humanos coordenadas e executadas em parceria com IFIBE através do Projeto Filosofia nas Comunidades. Essas atividades atingiram, pela área de abrangência dos meios de comunicação, grande parte da população da região norte do Estado RS e diretamente, através das oficinas, mais de 2 mil pessoas. O Grupo de Estudos Educação em Direitos Humanos que realizou ao longo de 2007 sessões de estudo e aprofundamento sobre o tema. Esta ação foi promovida pela CDHPF em parceria com o IFIBE e a Faculdade de Educação da UPF (FAED/UPF); O Projeto Pontes, realizado pela CDHPF em parcerias com a Secretaria Municipal de Educação tendo a participação de mais de 20 escolas da rede pública municipal num trabalho de formação e realização de práticas em Direitos Humanos nas Escolas envolvendo professores, alunos e pais, culminando com a Feira Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – Escola é Lugar de Direitos. A realização dos projetos mencionados, somados a novos que estão previstos, especialmente a reedição da Campanha de Afirmação de Direitos Humanos, porém como novo slogan Tenho Direitos! Direitos Humanos, pela CDHPF; a Especialização em Direitos Humanos, voltada para o tema da Educação em Direitos, a qual contará com a presença de inúmeros professores das escolas públicas municipais e estaduais, permitem e nos instigam para que o tema DH continue sendo debatido em diversos espaços na cidade de Passo Fundo; e, considerando que o IFIBE assumiu a adesão ao Projeto Olimpíadas Filosóficas do Estado RS, que tem como tema É possível uma sociedade justa?, entendemos que o tema Direitos Humanos possibilita aproximação com o tema da justiça, aproximando, deste modo, as duas atividades, conforme deliberado em reunião de encaminhamentos do Plano de Ação 2008 do IFIBE. Neste sentido, a situação é propícia para o aprofundamento e o debate aberto e amplo e, sobretudo, exige atuação concreta em vista de alargar a base social que os compreende e que atua pautada por sua inspiração. Esta, entre outras, é mais uma ação concreta que as instituições promotoras estarão assumindo no tema Direitos Humanos. b) Por outro lado, mostrando a realidade crua de Passo Fundo, alguns dados coletados ainda no início do ano de 2007 permitem demonstrar a importância do tema para a cidade, que, em dados estatísticos, destaca-se como uma cidade violenta. Segundo dados (capa e p. 5) do Jornal Diário da Manhã (local) “de todos os crimes que acontecem no Rio Grande do Sul 60% ocorrem em 11 cidades do Estado. Passo Fundo figura no ranking como 11% cidade mais violenta, sendo a 7% colocada em número de homicídios. As estatísticas preocupam a incitam a população a questionar o por quê de tamanha violência e os motivos do seu acentuado crescimento”. Além disso, no jornal O Nacional (capa e p. 4-5), destaca-se: “Atendimento no Posto Policial para a mulher, entre ocorrências de lesões, difamação ou injúria, soma um total de 70 ocorrências semanais. Quando vítimas não têm para onde ir são, então, encaminhadas para Casa da Mulher”. Estes, entre outros dados, nos instigam para debater acerca do tema Direitos Humanos. c) De maneira mais específica interessa-nos atender ao convite de algumas escolas e grupos que não tiveram a oportunidade de realização das oficinas sobre Direitos Humanos, desenvolvidas durante o ano de 2007. Isso permitiria que as instituições promotoras ampliassem seu leque de relações com outras escolas e grupos de Passo Fundo, tornando-se mais conhecidos e referenciado-se em temas voltados a uma proposta de educação, formação e compromisso com temas que promovam a emancipação humana, ultrapassando os limites de uma educação preocupada com as melhores formas e métodos de treinamento, cerceada pela repetição de velhas fórmulas, tendo como centralidade a preocupação em como fazer, sem questionar o que é isso que estamos fazendo e por que estamos fazendo isso que estamos fazendo. Neste sentido, o projeto que se apresenta visa realizar encontros de discussões em diversas escolas, algumas turmas de graduação, comunidades organizadas de Passo Fundo (Eclesiais e Associação de Moradores, entre outras), tendo como foco a mudança de concepção sobre direitos humanos, passando de uma visão negativa, pautada na conhecida frase “direitos humanos só defende bandido”, para uma visão mais positiva e afirmativa, compreendida como recuperação da dignidade humana e como inspiração para a participação cidadã. A edição do projeto é uma promoção do Instituto Superior de Filosofia Berthier, do Centro Acadêmico João Berthier (CAJOB) e da Comissão de Direitos Humanos de Passo Fundo. Com apoio do Fundo Diocesano de Solidariedade e da Secretaria Especial de Direitos Humanos/PR. Todas estas instituições possuem reconhecimento público pela atuação na área dos direitos humanos. O IFIBE, nos últimos anos, vem se dedicando ao tema através da oferta do Curso de Especialização em Direitos Humanos – 4ª edição, pesquisa e publicações na área, co-promoção de eventos em DH, a exemplo do Colóquio Nacional de Direitos Humanos, além do envolvimento de seus docentes em atividades e ações de DH. O CAJOB em anos passados coordenou inúmeras passeatas e foi parceiro de inúmeras reinvidicações pela melhoria da qualidade de vida dos cidadãos passofundenses e região. A CDHPF é uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos e de utilidade pública municipal. Está organizada e em funcionamento desde 1984, tendo reconhecimento local e nacional pelas ações e projetos na promoção dos DH. É filiada ao Movimento Nacional de Direitos Humanos. O Fundo Diocesano de Solidariedade apóia inúmeras iniciativas de formação e produção solidária na extensão da Diocese de Passo Fundo. 4. AÇÕES E ATIVIDADES AÇÃO Fase Preparatória: organização e formação OBJETIVO Definir metodologia a ser desenvolvida nas oficinas Verificar condições necessárias para realização do projeto Apresentar proposta ao CD e CAJOB e Membros CDHPF Apresentar o projeto para outros órgãos de financiamento Definir membros facilitadores (discentes) das oficinas ATIVIDADES PRINCIPAIS Construção do Projeto e aperfeiçoamento de metodologia para realização das oficinas Levantamento de instrumentos e equipamentos necessários Reunião com CD e CAJOB Reunião Coordenação CDHPF Diversos PRAZO Abril/Maio RESP IFIBE/CDHPF Maio IFIBE/CDHPF Maio IFIBE/CDHPF Maio/Junho IFIBE/CDHPF Seleção dos/as discentes – auxiliar de coordenação e voluntários Maio/junho IFIBE/CDHPF Fase Preparatória: organização e formação Fase de Desenvolvimento: realização de oficinas Fase de Avaliação e Reflexão do Projeto Fase de Conclusão e Sistematização do Projeto Desenvolver atividade formativa com membros facilitadores (discentes) do projeto Definir instituições e grupos onde serão desenvolvidas as oficinas Divulgar projeto na imprensa local Elaborar cronograma das oficinas Contatar com Escolas e grupos para fazer agendamento de atividades Realizar seminário de avaliação e reflexão do projeto com os membros Oficina com membros do projeto Maio/junho IFIBE/CDHPF Levantamento de instituições e grupos para realização de oficinas Elaboração de release e entrevistas sobre o Projeto Cronograma para realização das oficinas Definição de agenda Maio/Junho IFIBE/Bolsistas/CAJOB/CDHPF junho IFIBE/CDHPF/Bolsistas Junho IFIBE/CDHPF/Bolsistas Junho IFIBE/CDHPF/Bolsistas Outubro IFIBE/CDHPF/Bolsistas Novembro IFIBE/bolsista/ discentes e docentes/CDHPF/ CAJOB IFIBE/CDHPF/CAJOB/ Bolsistas IFIBE/CDHPF/CAJOB/ Bolsistas Registrar impressões no Termo de Referência Seminário de Avaliação com membros Avaliar resultados e perspectivas do Avaliação da coordenação do projeto – pela coordenação projeto Realizar atividade de encerramento Encerramento do projeto do projeto com entrega de certificado Sistematizar resultados do Sistematização das avaliações Seminário Organizar arquivamento de material Arquivamento documentos do do projeto projeto Divulgar na imprensa local a Publicizar conclusão do projeto na conclusão do projeto imprensa Novembro Novembro Novembro IFIBE/CDHPF/Bolsistas Novembro IFIBE/CDHPF/Bolsistas Novembro IFIBE/CDHPF/Bolsistas * Os passos encontram-se desenvolvidos na metodologia do projeto. Ao todo serão 30/40 oficinas. 5. PÚBLICO O projeto pretende atingir alunos de diversas escolas de Ensino Médio, turmas de graduação de cursos afins ao tema, comunidades e grupos de lideranças organizados de Passo Fundo (Eclesiais, Associação de Moradores e categorias profissionais). 6. METODOLOGIA O projeto Oficina de Direitos Humanos deste ano é continuidade do tema desenvolvido na edição de 2007. Procurar-se-á mostrar que DH é não é uma defesa a bandidos e quando realizado não deve ser concebido como uma questão de sorte, mas de efetivação da dignidade humana. Pretende-se, neste sentido, despertar para a noção de direitos humanos como direito de todas as pessoas, indistintamente, provocando os participantes ao amadurecimento da idéia afirmativa dos direitos humanos, como dimensão fundante da nossa própria condição humana e realização de uma sociedade justa. PROPOSTA A perspectiva dessa proposta é aprofundar e provocar uma auto-reflexão sobre o tema, mostrando, num primeiro momento, detectar situações de defesas de violação dos direitos humanos como algo normal na sociedade atual; num segundo momento, enfrentamento e aprofundamento das posições e valores que pautam as nossas decisões/escolhas; e, num terceiro momento, sensibilizar e provocar os participantes para uma auto-reflexão, visando despertar para uma concepção afirmativa dos Direitos Humanos, garantidora da justiça e como direito de exigir direitos. O desenvolvimento se dará em formato de oficina, a partir de alguns passos que pretendemos sejam provocativos e despertem interesse na discussão, aprofundamento e promoção dos direitos humanos de maneira universal. Estima-se um tempo de 2 horas-aula para o desenvolvimento oficina. Os passos serão os seguintes: 1º PASSO Introdução geral do projeto e apresentação dos proponentes e dos membros que realizarão a oficina. Contextualizar que as oficinas serão desenvolvidas em parceria entre IFIBE, CDHPF, CAJOB e Apoios. 2º PASSO a) Introdução e desenvolvimento da Dinâmica sobre a “Escala de Valores” Monitor, na função de Capitão, coordena a dinâmica do seguinte modo: 1. Informa que hoje algumas pessoas serão convidadas a fazer uma viagem. Para alguns, talvez seja a viagem dos sonhos; para outros, um tipo de viagem que nunca imaginou em fazê-la; para outros ainda, é uma viagem que jamais desejou fazê-la, por motivos diversos. A viagem vai ser feita de barco e será em alto-mar. 2. O Monitor convida 12 pessoas da platéia e solicita que as pessoas sentem em duas filas. 3. Distribui as targetas com identificação para baixo para as doze pessoas. Regra: Não pode trocar a targeta. 4. Pede às pessoas que virem as targetas e informa que na travessia estarão as seguintes pessoas: uma senhora de idade (70 anos), um homossexual, um padre, um operário, um estudante, uma prostituta, um empresário, um ex-detento, uma criança de quatro anos, um cientista, um deficiente físico, uma mulher negra. b)Desenvolvimento: “Prezados amigos/as, estamos todos prontos e vamos começar nossa viagem. Já estamos saindo da costa marítima e logo mais começaremos a navegar em alto-mar. Estamos a bordo de um barco muito bonito. O mar está lindo, o sol radiante, a brisa leve e suave trazida pelo bom vento que sopra em direção ao oceano; Estamos avançando! Já alcançamos mais de 50 km da costa e essa viagem, pelo jeito, será inesquecível para todos nós. Prometo a todos vocês que se continuarem comportados deste jeito receberão um grande prêmio. O vento continua nos ajudando e já avançamos para mais de 500 km de extensão da costa. O nosso barco não é tão grande, mas ele supera qualquer problema. (Capitão expressa preocupação) Senhores, senhoras, jovens, crianças, nosso barco está com problemas; está começando dar sinais de naufrágio. Meu Deus! Estamos com muita carga! Há muitos tripulantes no barco. (Em seguida, começou a naufragar e o capitão demonstra preocupação). Gente! Façam alguma coisa ou morreremos todos?! O barco vai afundar! O BARCO VAI AFUNDAR! (O capitão, desesperado, grita pedindo calma). Temos que encontrar uma solução. Lembrei-me, temos um bote salva-vidas com capacidade para apenas seis pessoas. (Apenas um bote!? Exclama um dos tripulantes) Vamos logo, seis pessoas podem ir para o bote. Vamos!? Rápido!? Não temos tempo a perder. Escolham seis agora.” (Das doze pessoas a bordo, os tripulantes deverão decidir quais embarcarão no bote. Não há tempo a perder! Os/as tripulantes devem decidir, num tempo de 10 minutos. Eles recebem uma folha e fazem a escolha, colocando-a por ordem de prioridade até completar as seis pessoas. Os tripulantes formam um grupo e os presentes são divididos em três (ou mais) grupos para também realizarem a escolha. Esses deverão receber uma folha com registro das pessoas que estão a bordo. No final, os registros dos grupos serão dispostos em quadro para visualização de todos. Mesmo que de maneira breve, monitor deve procurar destacar quais foram os nomes que mais apareceram. E assim conclui a primeira parte da dinâmica.) 3º PASSO REFLEXÃO SOBRE O TEMA A partir de algumas perguntas, monitor realiza diálogo com os presentes. a) b) c) d) e) Como desenvolveram a dinâmica de escolha dos nomes? Quais foram os nomes que apareceram na lista de prioridades. Que escala de valores/critérios vocês possuem/aplicaram para salvar uma pessoa e não outra? Na nossa sociedade, quais são os critérios que prevalecem? São justos os critérios que comumente usamos para escolher pessoas? Sim, não, por quê? O que entendemos por justiça? E com base em que dizemos que algumas pessoas têm direitos e outras não? Com base em que permitimos que uns morram e outros vivam? 4º PASSO Momento de Aprofundamento da dinâmica Após discussão com os presentes, o monitor apresenta os arts. 1º e 2º da Declaração Universal dos DH, faz uma breve contextualização sobre o que é a Declaração, seu surgimento e lembra que este ano comemoramos os 60 anos da DUDH, depois apresenta os artigos visando destacar que DH é um direito de todas as pessoas, indistintamente. A apresentação pode se dar em Lâminas. Os artigos dizem: “Artigo 1º - Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade. Artigo 2° Todos os seres humanos podem invocar os direitos e as liberdades proclamados na presente Declaração, sem distinção alguma, nomeadamente de raça, de cor, de sexo, de língua, de religião, de opinião política ou outra, de origem nacional ou social, de fortuna, de nascimento ou de qualquer outra situação. Além disso, não será feita nenhuma distinção fundada no estatuto político, jurídico ou internacional do país ou do território da naturalidade da pessoa, seja esse país ou território independente, sob tutela, autônomo ou sujeito a alguma limitação de soberania). Deve fazer menção das escolhas com conteúdo dos artigos. * Importante também destacar que a conquista de direitos humanos não se trata de uma questão de sorte ou de favor, mas é direito da cidadania. Se temos acesso a saúde, não é porque o Secretaria ou enfermeiro, ou o vereador me deu o remédio, mas por que tenho direito. 5º PASSO Momento de auto-reflexão Após a discussão realizada, monitor destaca que a aceitação de que alguns devem de fato morrer por “n” motivos e outros sobreviver e que os artigos da DUDH não possuem nenhum sentido e que sua fundamentação não é cabível para o nosso contexto, significa aceitarmos um mundo desigual, injusto, contraditório e promotor da violação dos Direitos Humanos. Acompanhemos exemplos dessa situação. (Apresentar as imagens/cenas audiovisuais “chocantes”,drásticas, que revelam violação aos direitos humanos (miséria, violência/tortura, guerras, opção sexual, difícil vida dos deficientes, dos idosos, racismo, portadores do vírus HIV, situação dos presos, portadores de doenças mentais, violência doméstica, entre outros), e afirmativas que envolvem situações de realização e promoção dos direitos humanos (crianças brincando e estudando, jovens alegres e conversando num grupo de amigos, cidades bem desenvolvidas, pessoas trabalhando em seus empregos, meio ambiente preservado, idosos sendo respeitados, respeito às diferentes etnias, entre outros). Encerra com a seguinte pergunta: Será este o mundo que queremos onde uns podem e outros vivem na mais miserável situação? Será esta a sociedade justa onde poucos tem privilégios e muitos não têm direitos? Será mesmo que o fato de ser pobre, ou ser negro, ou ser mulher, ou morar na periferia da cidade me torna menos humanos? Será que direitos humanos é só uma questão de sorte ou será uma conquista e realização de uma sociedade justa? * Deixar exibir as imagens por 3 a 5 min e faz as perguntas e deixa as imagens passando. c) Conclusão: Para encerrar o momento de discussão o/a monitor/a convida os/as participantes para um gesto de comprometimentos com a luta pelos DH entre vocês, na escola, comunidade, amigos, familiares a que pertencem. Cada participante receberá uma fita e irá amarrá-la na pessoa que está ao seu lado esquerdo. 6ª Passo Avaliação Convidar os participantes para destacar quais foram as principais aprendizagens com a discussão deste tema. Pode-se perguntar: Antes de realizarmos esse trabalho, qual era a nossa compreensão sobre DH? E agora, o que entendemos por DH? Por que é importante debater e compreender sobre DH? Além disso, se a metodologia de trabalho foi boa. Por fim, agradecer a participação dos presentes e finalizar os trabalhos. 7. COORDENAÇÃO O projeto será desenvolvido em parceria entre IFIBE, CAJOB e CDHPF e apoio do Fundo Diocesano de Solidariedade e da Secretaria Especial de Direitos Humanos. Além de professores do IFIBE, membros da coordenação do CAJOB e membros da CDHPF e acadêmicos do IFIBE estarão atuando e colaborando no projeto. A coordenação geral estará sendo realizada pelo Prof. Me. Iltomar Siviero, Esp. Márcia Carbonari, e ac. Anderson Faenello, com apoio de 2 bolsistas. Caberá a Coordenação Geral auxiliar no processo de discussão e elaboração do projeto, na aplicação e exercício da oficina com os acadêmicos e acompanhar a realização das oficinas nas comunidades e a coordenação do seminário, sistematização e elaboração do Relatório Geral do projeto. 8. CRONOGRAMA Duração do Projeto: 8 meses 9. PROMOÇÃO INSTITUTO SUPERIOR DE FILOSOFIA BERTHIER IFIBE Credenciamento Portaria MEC nº 3.026, 23/09/2004 Reconhecimento do Curso de Filosofia Portaria MEC nº 1.087, 14/12/2006 Mantido pelo Instituto da Sagrada Família CNPJ 92047646/0006-57 Rua Senador Pinheiro, 304 CxP.: 13 99001-970 - Passo Fundo/RS Fone/Fax: (54) 3045-3277 E-mail: [email protected] Homepage: www.ifibe.edu.br COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS DE PASSO FUNDO Filiada ao Movimento Nacional de Direitos Humanos Rua Senador Pinheiro, 304 Bairro Rodrigues – Passo Fundo CEP 99070-220 CNPJ 89.881.726/0001-94 Fone: 0xx 54 3313 2305 – E-mail: [email protected] 10. APOIO Fundo Diocesano de Solidariedade – FDS e Secretaria Especial de Direitos Humanos – SEDH/PR Passo fundo, 10 de junho de 2008. Coordenação Projeto