FFCLRP-USP 1a¯ AULA INTEGRAL - CÁLCULO I- FIS-MED Professor: Jair Silvério dos Santos 1. Função Primitiva e Integral Indefinida Definição 0.1. Dada uma função f : [a, b] → R, se existir uma outra função derivável F : [a, b] → R tal que F ′ (x) = f (x) para todo x ∈ (a, b). Esta função F é denominada Primitiva da função f . Seja f : [a, b] → R dada por f (x) = cos x, podemos ver facilmente que F (x) = sen x é tal que F ′ (x) = cos x = f (x). Portanto, pela definição 0.1 a função F (x) = sen x é uma primitiva para f (x) = cos x. Também podemos ver que Fk (x) = sen x + k, onde k ∈ R é uma constante, satisfaz F ′ (x) = cos x = f (x) qualquer que seja k ∈ R. Portanto, segue da definição 0.1 que para cada número real k, a função Fk (x) = sen x + k é uma primitiva para f (x) = cos x. Vemos assim que se uma função qualquer f tiver uma primitiva, esta função terá, na verdade, uma familia de primitivas. Vejamos como confirmar esta propriedade. Teorema 0.1. Se F1 , F2 : [a, b] → R forem primitivas de uma mesma função f : [a, b] → R, então a diferença é constante, isto é existe k ∈ R tal que F1 (x) − F2 (x) = k = para todo x ∈ [a, b]. Note que se F1 (x) e F2 (x) são primitivas de f então F1′ (x) = f (x) e F2′ (x) = f (x). Defina φ : [a, b] → R dada por φ(x) = F1′ (x) − F2′ (x). Note φ é derivável e φ′ (x) = F1′ (x) − F2′ (x) = 0 para todo x ∈ [a, b]. Pelo Teorema do Valor Médio, φ(x) − φ(a) = (x − a)φ′ (ξ), onde ξ é um número real no intervalo (a, x). Como φ′ (ξ) = 0, teremos φ(x) − φ(a) = 0 para todo x ∈ [a, b], o que nos diz que φ(x) = φ(a) ou seja F1 (x) − F2 (x) = φ(a) = constante. Definição 0.2. Dada uma função f : [a, b] → R, se F : [a, b] → R for uma primitiva Primitiva da função f , então Z f (x)dx = F (x) + C, C ∈ R. F (x) + C é a integral indefinida de f (x). Exemplo 0.1. Seja f, g : [a, b] → R dada por f (x) = x3 com g(x) = x4 . Note que Z f (x)dx = Z 1 x dx = x4 + C, C ∈ R, e 4 3 Z g(x) dx = Z 1 x4 dx = x5 + K, K ∈ R; 5 Teorema 0.2. Seja f : [a; b] → R dada por f (x) = xp . Então; Z 1 p+1 x + k, k ∈ R. a: Se p 6= −1; f (x) dx = p+1 Z Z 1 b : Se p = −1; f (x) dx = dx = ln |x| + k, k ∈ R. x 3 Exemplo 0.2. Seja f (x) = x e g(x) = x . Calcule −5 Z f (x) dx e Z g(x) dx. Resolução O Teorema 0.2 nos diz que Z Z x3 dx = x−5 dx = 1 1 3+1 x + k = x4 + k k ∈ R 3+1 4 1 1 x−5+1 + k = − x−4 + k k ∈ R. −5 + 1 4 EXERCÍCIOS 1 Em cada caso abaixo, mostre que a função F (x) é primitiva para f (x). (i) F (x) = ln |x| + 3 e f (x) = x−1 . (ii) F (x) = tg x + 2 e f (x) = cos−2 (x). 1 (iii) F (x) = −cotg x + 2 e f (x) = sen −2 (x). (vi) F (x) = arc tg x e f (x) = . 1 + x2 1 1 a + x (v) f (x) = 2 e F (x) = ln + 4. 2 a −x 2a a−x 2 Calcule as seguintes integrais Z Z Z √ √ 4 4 2 3(x2 − x) x + 2 dx. (a) (x + 5x − 7)dx. (b) 3 x + 2 dx. (c) x x Z Z Z 2 2 t r 6r √ dr. (d) (8t2 − + t)dt. (e) dr. (f) 2 2 3− 2 (r + 5) (r 2)2 Z √ Z Z 2 √ 6r 3 √ dr. (h) 3θ 2 − θ2 dθ. (i) (3θ2 − 2) 2θ − θ3 dθ. (g) 3− 3 (r 2) Z Z Z (j) ex sen (ex )dx. (j) ex cos(ex )dx. (k) ex sec2 (ex − 7)dx. Z Z Z p 2 3 (m) 3x (x + 2) dx. (n) cotg θ cossec θ dθ. (o) esen x cos x dx. Z Z Z Z 1 x tg x 2 (p) (1 + e ) sec x dx. (q) dx. (r) dx. (s) sen (2x − 6) dx x+3 x2 + 3 √ 2 Resp. a F (x) = 31 x3 + 25 x − 7x + k; k ∈ R. b F (x) = 2 x3 − 4x−1 + k; k ∈ R. e 3 F (r) = 2(r21+5) + k k ∈ R. h F (θ) = −(2 − θ2 ) 2 + k k ∈ R. j F (x) = − cos(ex ) + k; 2 3 k ∈ R. k F (x) = tg (ex − 7) + k; k ∈ R. m F (x) = 32 (x3 + 2) 2 + k, k ∈ R. m F (θ) = −1 cotg 2 θ+k, k ∈ R. q F (x) = ln |x+3|+k k ∈ R. r F (x) = 21 ln(x2 +3)+k 2 k ∈ R. BOA SORTE.