Salomé Lamas 20/02 — 03/05/2015 pa ra fic ção Salomé Lamas (Lisboa, 1987) é investigadora e realizadora de cinema e o seu trabalho dissolve a fronteira aparente entre documentário e ficção. Interessando-se pela relação intrínseca entre a narração de histórias, a memória e a História, Lamas usa a imagem em movimento para explorar aquilo que foi reprimido traumaticamente, que é aparentemente irrepresentável ou historicamente invisível, desde os horrores da violência colonialista até às paisagens do capitalismo global. Os seus filmes têm circulado por inúmeros festivais de cinema nacionais e internacionais, tendo recebido diferentes prémios e menções honrosas. A exposição em Serralves apresenta três filmes recentes: Terra de Ninguém (2012), Theatrum Orbis Terrarum (2013) e Mount Ananea (5853) (2015), este último em estreia. Como parte integral da exposição, no dia 14 de março de 2015 Salomé Lamas estará presente em Serralves para uma conversa com João Ribas, curador da exposição, seguida da apresentação de quatro outros filmes da autoria da artista. “Paraficção” inclui ainda o lançamento de um disco em vinil da autoria de João Lobo, Norberto Lobo, Bruno Moreira e Salomé Lamas, parte integrante do filme Mount Ananea (5853). “Salomé Lamas: Paraficção” inaugura a Sala de Projetos de Serralves, um espaço que possibilitará a apresentação de trabalhos de artistas contemporâneos e da Coleção de Serralves em exposições de acesso gratuito. PROJETOS CONTEMPORÂNEOS CONTEMPORARY PROJECTS Salomé Lamas: Paraficção Salomé Lamas: Parafiction 20 Fev Feb — 03 Mai May 2015 20/02 — 15/03/2015 Terra de Ninguém [No Man’s Land] 2012 17/03 — 12/04/2015 Theatrum Orbis Terrarum 2013 15/04 — 03/05/2015 Mount Ananea (5853) 2015 e s t r e i a p r e m i è r e PROJEÇÃO SCREENING 14 Mar 2015 • sáb sat • 17h00 5 pm Auditório Auditorium Projeção de filmes, seguida de conversa entre a artista e João Ribas, curador da exposição, e lançamento de um disco de vinil. Film screening, followed by a conversation between the artist and João Ribas, curator of the exhibition, and release of a vinyl record. Salomé Lamas (Lisbon, 1987) is a researcher and filmmaker whose work dissolves the apparent border between documentary and fiction. With an interest in the intrinsic relationship between storytelling, memory and history, Lamas uses the moving image to explore the traumatically repressed, seemingly unrepresentable or historically invisible, from the horrors of colonial violence to the landscapes of global capital. Her films have been shown in numerous national and international film festivals and have received various awards and honours. The exhibition at Serralves presents three recent films: Terra de Ninguém [No Man’s Land] (2012), Theatrum Orbis Terrarum (2013) and the premiere of a new work, Mount Ananea (5853) (2015). As part of the exhibition, on 14 March 2015, Salomé Lamas will take part in a conversation with the exhibition’s curator, João Ribas, followed by the presentation of four other films directed by the artist. ‘Parafiction’ also includes the release of a vinyl record by authors João Lobo, Norberto Lobo, Bruno Moreira and Salomé Lamas, which constitutes an integral part of the film, Mount Ananea (5853). ‘Salomé Lamas: Parafiction’ debuts the Serralves Project Room, which will enable the presentation of contemporary artists and the Serralves Collection in exhibitions available to the public free of charge. 2 A verdade ou a mentira na Terra de Ninguém, filme de Salomé Lamas Irene Flunser Pimentel reconhecendo que talvez houvesse um pouco de sadismo. “Mas para grandes males grandes remédios”. Paulo Figueiredo gosta de utilizar provérbios portugueses, e este é repetido à saciedade. O espectador já está então envolvido na história, seguindo-a sofregamente, para tentar saber mais e conhecer melhor Paulo Figueiredo, a(s) verdade(s) e mentira(s) de um homem no contexto – errado – da História da segunda metade do século XX português ditatorial e colonial. Afirma nunca ter eliminado “pessoas”, mas só “aqueles que não prestam”. Paulo Figueiredo reconhece que o “cheiro do sangue e da pólvora” é viciante, tal como o são a coca e a heroína. A “adrenalina” provocada por esse cheiro foi certamente provada por ele, pois até confessa – e talvez seja das partes mais genuínas, pois seria pouco provável inventar tal facto –, que, em época de paz, se deslocava às urgências do Hospital de São José para ver, sentir e cheirar de novo esse sangue. Nessa passagem particularmente impressionante do filme, Paulo parece querer provocar uma reação de nojo ou repugnância na interlocutora, que o filma. O segundo dia decorre do primeiro, pois é o relato da vida de mercenário. E, assim se chega ao terceiro dia, o de Paulo Figueiredo como assassino a soldo dos Grupos Antiterroristas de Liberación (GAL). Por breves momentos, o filme torna-se documental e a cineasta passa a investigadora, contextualizando a atuação, entre 1981 e 1987, do grupo terrorista, criado pelo Estado espanhol, durante a vigência do governo Felipe Gonzalez, do PSOE, que deixou a democracia espanhola em cheque. Democracia que se autodestrói cada vez que utiliza a tortura e o assassinato. Terror de Estado justificado pelo terror dos “terroristas”. Quase tudo o que Paulo conta do GAL pode ser comprovado pela investigação feita pela imprensa espanhola. Ou viveu tudo o que conta, ou apropriou-se da identidade de alguém que o viveu e lhe contou e/ou ele próprio investigou. À pergunta de quanto vale a vida de um Homem, responde com outra: “Homem como eu ou como eles?” Em voz-off, ouvimos que Paulo não tem quaisquer documentos ou registos oficiais. “Quem é Paulo de Figueiredo?” – pergunta Salomé Lamas, dando pistas, sem respostas, e deixando o próprio espectador, com a sua curiosidade atiçada, decidir por ele próprio e investigar por sua conta. Mas há uma verdade – essa sim – que ainda nos falta. O tal local ermo mostrado de cima, no início, é agora calcorreado por um homem que transporta água, bebe, canta e ri com os seus companheiros de vida de sem-abrigo, dois africanos. Paulo é de facto um dos muitos sem-abrigo, sem cara, sem existência reconhecida, aos quais se vira as costas Começa com arvoredo e vegetação vista de cima, com um zoom até lá abaixo, a um caminho, que não sabemos qual é nem o que é. Lembrei-me do começo do livro de Robert Musil, O Homem sem Qualidades, também iniciado com uma visão cósmica, neste caso meteorológica, de um belo dia de Agosto de 1913, de “pressão barométrica mínima” a pairar no Atlântico. Daí, as linhas escritas aproximam o leitor de uma cidade, no caso Viena, com bairros, uma rua, a casa do homem sem qualidades e, finalmente, este último. No filme Terra de Ninguém1, que agora chega às salas de cinema, de Salomé Lamas, uma sala escura, com paredes carcomidas, uma cadeira, pano preto, quase aprisionada, vazia, é o cenário. Ouvem-se vozes, a sala ilumina-se e começa a “função”, como se a verdade e o conhecimento de uma pessoa, de um homem, se iluminasse gradualmente à medida que o tempo do filme passa. Depois há três dias, divididos por quadros, entre 2011 e 2012, que remetem para um relato do tempo passado, entre 1966 e os anos 90, com um recuo à infância, e ao presente de então do homem. O olhar e a curiosidade, quase de voyeur, do espectador, tentam aprisionar a verdade do homem, acalentando uma vontade irreprimível de o conhecer, através das histórias relatadas no contexto de Portugal ditatorial e colonial, na segunda metade do século XX, e da democracia (?) em Espanha. O homem diz chamar-se José Paulo Sobral de Figueiredo, ter sido engenheiro electrotécnico, e começa a contar episódios da sua vida. Sabe e quer contar. Porquê? Não se sabe. Talvez queira deixar um rasto da sua passagem, procure o contacto e a empatia de quem o ouve e filma, apesar de saber que o que tem para contar não resulte em simpatia, porque as suas histórias revelam um soldado-comando, um mercenário e um “killer”, cuja profissão é matar. Empatia encontra em Salomé Lamas, de quem não há simpatia, nem julgamento, embora este esteja presente através das perguntas, que não ouvimos mas que intuímos. Poderá existir simpatia para com um homem que foi comando na guerra colonial, entre 1966 e 1980/81, em Angola e Moçambique, que menciona os pretos como macacos ou saguins a saltarem da sanzala, desfeitos pelas granadas? “Cada sanzala, cada granada”, conta o homem. Tratava-se do “reembolso”, diz ele, embora 1 O filme de Salomé Lamas, estreado no Doclisboa 2012, recebeu então quatro prémios. 3 a black cloth, almost prison-like and empty, is the set. Voices can be heard, the room lights up and the ‘show’ begins. As if the truth and the knowledge of a person, of a man, was gradually illuminated as the duration of the film elapses. Afterwards three days, divided by frames, between 2011 and 2012, refer to an account of past times, between 1966 and the 1990s, with a glance back at the childhood and the present of that time, of the man. The look and the curiosity, almost voyeuristic, of the spectator, try to trap the man’s truth, harbouring an irrepressible will to get to know him through the stories told in the contexts of a dictatorial and colonial Portugal in the second half of the 20th century, and the democracy (?) in Spain. The man claims that his name is José Paulo Sobral de Figueiredo, and that he has been an electronic engineer. He then begins to recount episodes of his life. He knows and wants to tell. Why? We don’t know. Perhaps he wants to leave a trace of his travelled path, to seek contact and empathy from those who hear him and film him, despite knowing that what he has to say will not result in sympathy because his stories reveal a commando soldier, a mercenary and a killer whose profession is to murder. He finds empathy in Salomé Lamas from whom there is neither sympathy nor judgment, although it is present in the questions that we do not hear but we intuit. Can sympathy exist for a man who was a commando in the colonial war between 1960 and 1980/81 in Angola and Mozambique, who refers to black people as monkeys or tamarins jumping from the settlements, torn to pieces by the grenades? ‘Each settlement a grenade’ recounts the man. It had to do with ‘pay back’, he said, while recognizing that there might be a bit of sadism. ‘But for great evils great remedies.’ Paulo Figueiredo likes to use Portuguese proverbs, and this one is repeated to the point of satiation. The spectator is now wrapped up in the story, eagerly following it to try to learn more and to know Paulo Figueiredo better, the truth(s) and lie(s) of a man in the – wrong – context of the Portuguese dictatorial and colonial history of the second half of the 20th century. He affirms to never having eliminated ‘people’, but only ‘those that were no good’. Paulo Figueiredo recognizes that ‘the smell of blood and gun powder’ are addicting, just like cocaine and heroin. The ‘adrenaline’ brought on by that smell was surely proven by him, for he even confesses – and it is probably one of the most genuine parts, for it would be unlikely to invent such a fact – that in times of peace he would go to the Emergency Room of São José Hospital to see, feel and smell blood once more. In that particularly para não se saber que existem, e cuja ténue pertença à humanidade comum passa pelos contactos com a realizadora, que conta o resto da vida breve deste homem, do qual sabe muito, sem nada poder provar da sua veracidade através de documentos. O resto, é quase tudo e está no filme, não se deixando aprisionar por qualquer comentário que dele se faça. No fim do documentário, que aqui não se revela, a realizador revela “a aflição” e a urgência de dar a conhecer Paulo, que todos devem conhecer e, se não o conhecem, é por culpa deles. Essa urgência foi cumprida. O filme aí está, como obra de invulgar maturidade, colocando questões sobre o relacionamento da memória com a História, contribuindo para o conhecimento de um (do) ser humano, na sua complexidade. Sem ser uma investigação histórica – e muito menos um tribunal –, pois faltam documentos/fontes que provem e contextualizem o que Paulo relatou, o filme é uma belíssima narrativa, que revela verdades da vida de um português, comando, mercenário, assassino a soldo e sem-abrigo. Tudo isso, de tudo um pouco ou nada disso, pois nenhum ser humano se deixa verdadeiramente encarcerar numa definição. Paulo existiu. Daí a necessidade de o filmar. Graças a Salomé Lamas, colocando-se no lugar do outro, por mais repugnante que seja a sua vida, não para julgar, nem perdoar, abre-se uma nesga de oportunidade para compreender como foi (é) possível este homem. Texto inicialmente publicado in jornal Público, 27 nov. 2013 e disponível em <http://www.publico.pt/opiniao/jornal/averdade-ou-a-mentira-na-terra-de-ninguem-filme-de-salomelamas-27466324> [acesso em 19 jan. 2015]. The truth or the lie in No Man’s Land, a film by Salomé Lamas Irene Flunser Pimentel The film begins with groves of trees and vegetation seen from above, with a zoom to the bottom, to a path, that we do neither know which it is or what it is. I recalled the beginning of Robert Musil’s book The Man Without Qualities, as it commences with a cosmic vision, in this case meteorological, of a beautiful August day in 1913, of ‘minimal barometric pressure’ hovering over the Atlantic. From there the written lines take the reader closer to a city, in this case Vienna, with neighbourhoods, a street, to the home of the man without qualities, and finally to the man himself. In the film by Salomé Lamas No Man’s Land, that is now in theatres, a dark room, with decrepit walls, a chair, 4 sources that prove and contextualize what Paulo relates, the film is a beautiful narrative of the life of a Portuguese man, a commando, a mercenary, a hired assassin, and a homeless man. All of that, a bit of everything or nothing at all, for no human being can be comprehended in a single definition. Paulo existed, hence the need to film him. Thanks to Salomé Lamas who places herself in the position of another – despite how repugnant his life may have been, not judging, nor forgiving – a sliver of opportunity was opened to understand how this man’s life was (is) possible. impacting point in the film Paulo appears to want to provoke a reaction of disgust and repugnance in the interviewer who films him. The second day derives from the first, for it is the report of his life as a mercenary. And we come to the third day, where Paulo Figueiredo is a paid assassin for the Antiterrorist Liberation Group (GAL). For brief instances the film becomes a documentary and the filmmaker becomes an investigator contextualizing the operation, between 1981 and 1987, of the terrorist group created by the Spanish state during the government of Felipe González, of the PSOE, which put Spanish democracy in question. Democracy that self-destructs every time it resorts to torture and assassination. State terrorism that is justified by the terror of the ‘terrorists’. Almost everything that Paulo says about GAL can be proven by the research done by the Spanish press. Either he lived everything he recounts, or he appropriated himself of the identity of someone who lived it and told him about it and/or he himself did the research. The question of how much is a Man’s life worth is answered with another: ‘A man like me or a man like them?’ In voice-over, we hear that Paulo has no documents or official records. ‘Who is Paulo Figueiredo?’ asks Salomé Lamas, giving hints without answers and allowing the spectators, with their piqued curiosity, to decide for themselves and investigate on their own account. But there is one truth – an important one – that we still need. The secluded area shown from above in the beginning, and now trod upon by a man who carries water, drinks, sings, and laughs with his companions of a life of homelessness, two Africans. Paulo is in fact one of many homeless people, without a face, without a recognized existence, to whom one turns one’s back on not wanting to know that they exist, and whose tenuous belonging to common humanity passes through the instances of contact with the filmmaker, she who tells the remainder of the brief life of this man, of which she knows a lot, but cannot prove its veracity through documents. The rest is almost everything and it’s in the film, not allowing itself to be constrained by any comment that is made about it. At the end of the documentary, which is not revealed here, the filmmaker reveals ‘the affliction’ and urgency in making Paulo known, a man who everyone should know, and if they don’t it’s their own fault. That urgency was fulfilled. The film is here, a work of unusual maturity, raising questions about the relationship of memory with history, contributing to the acknowledgment of a (the) human being in his complexity. Without being a historical investigation – and very less a trial – for the lack of documents/ Text initially published in Público newspaper, 27 Nov. 2013 and available at <http://www.publico.pt/opiniao/jornal/averdade-ou-a-mentira-na-terra-de-ninguem-filme-de-salomelamas-27466324> [accessed 19 Jan. 2015]. Mapas de areia, barcos virados pela água do mar: Notas sobre Theatrum Orbis Terrarum, de Salomé Lamas Joana Pimenta No século XVI, o Padrão Real pendia do teto da Divisão dos Mapas da Casa da Índia. Era um mapa secreto, guardado da vista de espiões estrangeiros, que se fazia e refazia com as idas e voltas de cada expedição. Ajudados por instrumentos científicos para medir a distância, os navegadores imaginavam a representação do espaço percorrido. Em alto-mar, olhavam para cima e mediam o caminho pelas estrelas, enquanto a mão desenhava no espaço linhas fictícias que formavam territórios. No retorno a terra, tomavam como seu o mapa que antes tinha pertencido a outros, apagando traços divisórios e construindo novas fronteiras. Esse mapa sob o qual se andava apagou-se com o tempo e aquilo que dele resta é uma cópia roubada, feita de memória por um dos cartógrafos para despistar os italianos. Mapas são linhas imaginárias projetadas no espaço, representações visuais de um território percorrido. Criam espaços a navegar, utopias e distopias, ficções que a memória projeta e desfaz. Como as bandeirolas coloridas que soletram o título da instalação, desenhando homógrafos no ar, os mapas constroem mensagens codificadas que são depois expostas à entropia dos elementos. Os espaços projetados em Theatrum Orbis Terrarum funcionam como um mapa de memória que traça o seu próprio território, feito e refeito nas fronteiras exíguas entre os três ecrãs. A linha da água serve, inicialmente, como arraia entre o que existe por baixo e por cima do 5 which was changed and reworked with the comings and goings of each expedition. Aided by scientific equipment to measure distance, the navigators guessed the representation of the expanses that they had covered. When at sea, they looked up to the heavens and gauged their path by the stars, hands drawing in space fictional lines that carved territories. Upon returning to shore, they took the map that had previously belonged to others as their own, erasing divisive lines and constructing new borders. This map that they followed has been lost over time, and what remains of it is a stolen copy, made from memory by one of the cartographers in order to outwit Italian enemies. Maps are imaginary lines projected in space, visual representations of a territory that has been traversed. They create spaces for navigating, utopias and dystopias, fictions created and broken by memory. Like the colourful banners that bear the title of the installation, drawing homographs in the air, maps devise coded messages that are then exposed to the entropy of the elements. The spaces projected in Theatrum Orbis Terrarum act as a map made of memories that sketch out their own territory, constructed and reconstructed in the minute borders between the three screens. The water line initially serves as a separation between what exists below and above the level of the sea. But when the ruins of a sunken village come into contact and collide with the rocks on display in the museum, the images begin to question the chronological time that divides the different surfaces, and what was previously buried in time and space starts haunting the elements that are above. Objects that belong to different moments of the line of time overlap, inserted into a contiguous space. They move into the spaces between the screens, breaking the projected lines that divide them. The historical period to which they belong becomes as ephemeral and malleable a substance as the hazy, cloud-like ghosts that are summoned to the images. Theatrum Orbis Terrarum pits chronology against stratigraphy. It proposes an anachronous, geological time that expands and contracts; a landscape where the linearity of progression crumbles between porous layers. These rocks dissolve in water; in them the words of those who try to order and catalogue history are lost. ‘When I look at the sea… I lose interest in what is happening on land,’ says the visitor to the museum, having turned into a shaman. The atlas that the installation draws creates an island, a piece of land in the high seas. You can reach it by boat, following maps that lead everywhere and take you from everywhere nível do mar. Mas quando as ruínas de uma aldeia submersa entram em contacto e em rota de colisão com as rochas em exposição no museu, as imagens começam a questionar o tempo cronológico que separa as diferentes superfícies e aquilo que antes estava enterrado, no espaço e no tempo, assombra os que estão à tona. Inseridos num espaço contíguo, são sobrepostos objetos que vão de um tempo ao outro. Transferem-se nos intervalos entre os ecrãs, quebrando as linhas projetadas que os dividem. O tempo histórico ao qual pertenciam torna-se uma substância tão efémera e maleável como aquela que compõe as nuvens esfumadas dos fantasmas que são chamados às imagens. À cronologia, Theatrum Orbis Terrarum opõe a estratigrafia. Propõe que se pense um tempo geológico, anacrónico, que se expande e contrai, uma paisagem onde a linearidade da progressão se desfaz entre camadas porosas. Estas são rochas que se diluem em água e onde ficam perdidas as palavras daqueles que tentam ordenar e catalogar a História. “Quando olho o mar… perco interesse no que se passa em terra”, diz a personagem que visita o museu, tornada xamã. No atlas que a instalação desenha, cria-se uma ilha, um pedaço de terra em alto-mar. Chega-se lá de barco, seguindo mapas que levam a toda a parte e, de toda a parte, a sítios que não existem ainda. Objeto ao qual se dá um nome próprio mas nunca um lugar fixo, o barco vive entre estar contido em si mesmo e o espaço que percorre entre cada porto. Em civilizações sem barcos, “os sonhos secam, as aventuras dão lugar à espionagem e os piratas são substituídos pela polícia”.2 Theatrum Orbis Terrarum cria um território onde se imagina uma outra geografia, do acaso e da contingência, de marinheiros em terra e de terras à deriva. Texto inicialmente produzido para a exposição “Theatrum Orbis Terrarum” de Salomé Lamas, comissariada por Emília Tavares e patente no Museu Nacional de Arte Contemporânea – Museu do Chiado, Lisboa, de 17 de outubro a 17 de novembro de 2013. Maps of sand, boats capsizing on the seas: Notes on Theatrum Orbis Terrarum, by Salomé Lamas Joana Pimenta In the 16th century the Padrão Real hung from the ceiling of the Map Room in the Casa da Índia. It was a secret map, guarded from the eyes of foreign spies, 2 Michel Foucault. “Of Other Spaces: Utopias and Heterotopias”, in Rethinking Architecture: A Reader in Cultural Theory, Neil Leach (ed.), Londres: Routledge, 1997, p. 336. 6 to places that do not yet exist. With a proper name yet no fixed place, the boat drifts between being self-contained and existing in the space between each port. In civilisations that do not have boats, ‘dreams dry up, adventure gives way to spying and pirates are replaced by the police’.3 Theatrum Orbis Terrarum creates a territory where we can imagine another kind of geography, formed of chance and contingency, with sailors on land and lands adrift. O lado B – Untitled, faixa de 22’47’’ de Norberto Lobo & João Lobo – é um convite-carta branca que surge do entusiasmo de Lobo por música folclórica andina; e concebe uma aproximação à paisagem de La Rinconada e Cerro Lunar em jeito de drone melódico. Ambos os lados do disco são estudos para, variações para, rascunhos, diálogos sonhados, aproximações livres à realidade da La Rinconada. Mount Ananea (5853) Salomé Lamas Text initially produced for the exhibition ‘Theatrum Orbis Terrarum’ by Salomé Lamas, curated by Emília Tavares at the Museu Nacional de Arte Contemporânea – Museu do Chiado, Lisbon, from 17 October to 17 November 2013. Mount Ananea (5853) (2015) is an installation produced from materials collected during the research in September/October 2014 for the feature film El Dorado (2015), directed by Salomé Lamas and produced by O Som e a Fúria (PT) in co-production with Shellac-Sud (FR). The film is an existential fable that travels through 24 hours in the life of an informal miner in La Rinconada (5500 m), Peru, the highest settlement on the planet. He works under the lottery system called the cachorreo (similar to the scheme imposed by the Spanish Crown) in the hope that one day he can release his family from their Dantean inferno and return to their home village. The fixed silent shot filmed in La Compuerta, a key access gorge to the mining pits, is a haunting and mysterious ethnographic reality cut-up, where a continuous flux of miners and peasants conflict in the darkness, vanishing in the out-of-frame. An illusion that leads men to self-destruction, moved by the same interests, dealt with the same tools and means in contemporaneity as it has been dealt in the ancient times. Side A 20’27’’-track Y arriba quemando el sol by Bruno Moreira & Salomé Lamas is an eclectic soundscape collection; a patchwork composition of ambient sound, interviews, direct sounds, radio news, folkloric tracks, etc. Side B 22’47’’-track Untitled by Norberto Lobo & João Lobo is a carte blanche invitation resulting from Lobo’s enthusiasm with Andean guitar folk music and comprises a melodic drone approach to La Rinconada y Cerro Lunar’s landscape. Both sides of the record are studies to, variations for, drafts, dreamed dialogues, free-approaches to La Rinconada’s reality. Mount Ananea (5853) Salomé Lamas Mount Ananea (5853) é uma instalação produzida com materiais recolhidos durante a viagem de pesquisa, que teve lugar em setembro/outubro de 2014, para o filme El Dorado (2015), realizado por Salomé Lamas e produzido por O Som e a Fúria (PT) em coprodução com a Shellac Sud (FR). O filme é uma fábula existencial que narra 24 horas da vida de um mineiro informal em La Rinconada, Peru, a cidade mais alta do mundo (5500 m). Este homem trabalha segundo o regime de cachorreo (semelhante ao esquema implementado pela Coroa espanhola), alimentando a esperança de em breve libertar a sua família do inferno de Dante e regressar à sua terra natal. Uma ilusão que conduz os homens à autodestruição, que na contemporaneidade é movida pelos mesmos interesses e praticada com os mesmos contornos da antiguidade. O plano fixo e silencioso filmado em La Compuerta, uma garganta-chave de acesso às minas, é uma fração de realidade etnográfica, assombrada e misteriosa, onde o fluxo contínuo de mineiros e transeuntes converge na escuridão para depois desaparecer fora de campo. O lado A do disco – Y arriba quemando el sol, faixa de 20’27’’ de Bruno Moreira & Salomé Lamas – é uma eclética coleção de paisagens sonoras; uma composição de retalhos e som ambiente, entrevistas, noticiários radiofónicos, som direto, faixas folclóricas, etc. 3 Michel Foucault. “Of Other Spaces: Utopias and Heterotopias”, in Rethinking Architecture: A Reader in Cultural Theory, Neil Leach (ed.), London: Routledge, 1997, p. 336. 7 Terra de Ninguém [No Man’s Land] 2012 Filme HD (cor, estéreo, 72’); língua: português, legendas em inglês HD film (colour, stereo, 72’); language: Portuguese, English subtitles produção production O Som e a Fúria • argumento e realização written and directed by Salomé Lamas • produtores producers Luís Urbano, Sandro Aguilar • participação with Paulo de Figueiredo, Chiquinho e Alcides • fotografia cinematography Takashi Sugimoto • som e mistura sound and mix Bruno Moreira • montagem editing Telmo Churro • correção de cor colour grading Paulo Américo • apoio support Fundação Calouste Gulbenkian, Obvio Som, Bikini, Carpe Diem Arte e Pesquisa, Galeria Miguel Nabinho Paulo oferece retratos sublimes das crueldades e paradoxos do poder assim como das revoluções que o depuseram, apenas para erguer novas burocracias, novas crueldades e paradoxos. O seu trabalho como mercenário encontra-se na margem destes dois mundos. Paulo offers sublimated portrayals of the cruelties and paradoxes of power and of the revolutions that brought it down, only to erect new bureaucracies, new cruelties and paradoxes. His work as a mercenary is in the fringe of these two worlds. Theatrum Orbis Terrarum 2013 Instalação vídeo, dimensões variáveis; 3 projeções sync HD (16:9, cor, estéreo, 26’, loop); DVD (4:3, p&b, s/ som, 5’, loop) em monitor de TV; língua: português, legendas em inglês Video installation, dimensions variable; 3-channel sync HD projection (16:9, colour, stereo, 26’ loop); DVD (4:3, b&w, silent, 5’, loop) on TV monitor; language: Portuguese, English subtitles argumento e realização written and directed by Salomé Lamas • produtor producer Joana Gusmão • participação especial guest appearance Ana Moreira • participação with João Fernandes, Cavaleiros do Mar, Dr. Fernando Ramalho (Museu Geológico), Renato Cortes (Bora-Bora) • fotografia cinematography Mónica Lima, Rafael Matos, Gonçalo Soares, Telmo Romão • som e mistura sound and mix Bruno Moreira • montagem editing Salomé Lamas • música original original music Montanhas Azuis com with João Lobo • correção de cor colour grading Andreia Bertini (Ingreme) • apoio support The Macdowell Colony, Screen Miguel Nabinho, Museu Nacional de Arte Contemporânea – Museu do Chiado, Fundação Calouste Gulbenkian, DgArtes, Dupla Cena, Festival Temps d’Images “Quando olho o mar durante muito tempo, perco o interesse no que se passa em terra.” ‘When I look at the sea too long, I lose interest in what happens on land.’ Mount Ananea (5853) 2015 estreia première Instalação vídeo, dimensões variáveis; HD (cor, s/ som, 20’, loop) transferido para 16 mm, PT, PE; 2 giradiscos, 2 discos de vinil, 2 auscultadores Video installation, dimensions variable; HD (colour, silent, 20’, loop) transfer to 16 mm, PT, PE; 2 turntables, 2 vinyl records, 2 headphones produção production O Som e a Fúria • em associação com in association with Fundação de Serralves – Museu de Arte Contemporânea, Porto • conceito concept Salomé Lamas • apoio support Screen Miguel Nabinho, Rockefeller Foundation Bellagio Center, Bogliasco Foundation, Bikini, Yaddo, DAAD Artists-in-Berlin, Universidade Católica do Porto Filme 16mm 16 mm Film produção production O Som e a Fúria • em associação com in association with Fundação de Serralves – Museu de Arte Contemporânea, Porto • argumento e realização written and directed by Salomé Lamas • produtores producers Luís Urbano, Sandro Aguilar • participação with La Rinconada y Cerro Lunar (Peru) • fotografia cinematography Salomé Lamas • direção de produção director of production Raquel Silva • condutores drivers Jorge Llerena, Orlando assistente assistant Niche – Neceforo Quispe Pari • equipa crew Tambo Films (Peru), Maxim Holland, Céline Wald, Lali Madueno, Cesar Egoavil • correção de cor colour grading Paulo Américo (Bikini) • laboratório lab Andec Berlin Edição de vinil Vinyl edition produção production O Som e a Fúria • em associação com in association with Fundação de Serralves – Museu de Arte Contemporânea, Porto • design gráfico graphic design Catarina Lee • fotografia photography Salomé Lamas • edição de imagem image editing Sara Rafael • fábrica plant Record Industry Lado A Side A (20’27”) Y arriba quemando el sol, Bruno Moreira & Salomé Lamas • som sound Salomé Lamas, Raquel Silva, Lali Madueno • desenho de som e mistura sound design and mix Bruno Moreira • estúdio studio Universidade Católica do Porto Lado B Side B (22’47”) Untitled, Norberto Lobo & João Lobo • músicos musicians Norberto Lobo, João Lobo • masterização masterization Manuel Mesquita • estúdio studio Fonte Santa, Alandroal Uma fração de realidade etnográfica, assombrada e misteriosa, onde o fluxo contínuo de mineiros e transeuntes converge na escuridão para depois desaparecer fora de campo. A haunting and mysterious ethnographic reality cut-up, where a continuous flux of miners and peasants conflict in the darkness, vanishing in the out-of-frame. 1. Terra de Ninguém 2012 20/02 — 15/03/2015 2. Theatrum Orbis Terrarum 2013 17/03 — 12/04/2015 3. Mount Ananea (5853) 2015 15/04 — 03/05/2015 13 14 15 Theatrum Orbis Terrarum (2013) © Salomé Lamas Terra de Ninguém (2012) © O Som e a Fúria Mount Ananea (5853) 2015 © Salomé Lamas PROJEção screening 14 Mar 2015 • sáb sat • 17h00 5 pm Auditório Auditorium A Torre [The Tower] 2015 antestreia première Filme HD (Dolby 5.1, 8’, p&b, sem diálogos), PT, DE, MD (Transnistria) HD film (Dolby 5.1, 8’, b&w, no dialogues), PT, DE, MD (Transnistria) Projeção de filmes, seguida de conversa entre a artista e João Ribas, curador da exposição, e lançamento de disco de vinil da autoria de João Lobo, Norberto Lobo, Bruno Moreira e Salomé Lamas. produção production O Som e a Fúria, Mengamuk Films • argumento e realização written and directed by Salomé Lamas • baseado na ideia original based on the original idea “The Tree Walker”, Christoph Both-Asmus • produtores producers Luís Urbano, Sandro Aguilar, Michel Balagué, Marcin Malaszczak • participação with Kolja Kravchenko, Christoph Both-Asmus • fotografia cinematography Jorge Piquer Rodriguez • assistente de imagem focus puller Salomé Lamas (Berlin) • diretor de produção director of production Stanislav Danylyshyn (Transnistria), Michel Balagué (Berlin) • condutor driver Alex Cuciuc (Transnistria) • som e mistura sound and mix Bruno Moreira • montagem editing Salomé Lamas • correção de cor colour grading Paulo Américo (Bikini) • música music Alvin Singleton • apoio support Fundação Calouste Gulbenkian, DAAD Artists-In-Berlin, Yaddo, Bogliasco Foundation, Bikini, Universidade Católica do Porto, Fundação de Serralves – Museu de Arte Contemporânea, Porto Film screening, followed by a conversation between the artist and João Ribas, curator of the exhibition, and release of a vinyl record by authors João Lobo, Norberto Lobo, Bruno Moreira and Salomé Lamas. A Torre é um projeto produzido com materiais recolhidos durante a produção da longa-metragem Extinção (2015), realizado por Salomé Lamas e produzido por O Som e a Fúria (PT), em coprodução com a Mengamuk Films (DE). Talvez a experiência de Kolja de subir ao topo da árvore, de metamorfosear o seu corpo (humano) com a árvore (natureza) aventurando-se na fronteira da terra com o céu, venha confirmar a sua pureza de espírito, a grandiosidade dos idiotas ou a imbecilidade dos místicos. Ou será tudo isto junto? Talvez seja um sintoma dos iluminados ou somente um suicídio elaborado. A Torre [The Tower] is a project produced with materials collected during the production of the feature film Extinction (2015), directed by Salomé Lamas and produced by O Som e a Fúria (PT), in co-production with Mengamuk Films (DE). Maybe Kolja’s experiment of merging his body (human) with the tree (nature) venturing into a border zone between the earth and the sky is due to his purity of spirit, to the grandeur of the idiots, or the foolishness of the mystics; or is it all this together? Maybe it is a symptom of the enlightened – or simply an elaborated suicide. 16 17 Le Boudin 2014 Filme HD (cor, estéreo, 16’), PT/DE; línguas: alemão/português, legendas em inglês HD film (colour, stereo, 16’), PT/DE; Languages: German/Portuguese, English subtitles habilidade de inclusão destes aspetos da natureza através das virtudes de uma ideia de razão. Esta ideia apropria o supersensível e a natureza moral humana. Para experienciar o sublime, sensibilidade, um corpo, ser-se humano e ser-se finito são pré-requisitos. Será que foi falta de sensibilidade? Ao filmar senti a necessidade de formalizar a paisagem através de jogos de linguagem. É o olhar que confere valor às coisas. Encounters with Landscape 3x é este exercício. A paisagem transforma-se num perigoso parque de diversões. Quando se é jovem é-se audaz e estúpido, com o crescimento a tendência é de perda da audácia e que nos tornemos menos estúpidos. Modificamos as regras pelo caminho. In late 2011 I arrived in Sete Cidades, Azores. I recalled Kant’s ideas on the sublime. We experience the sublime when our imagination fails to comprehend the greatness of natural events, in the process of determining concepts of understanding, but supplants this failure with a delight stemming from its ability to grasp these aspects of nature by virtue of an idea of reason. That idea appropriates the supersensible and human moral nature. To experience the sublime sensibility, a body, being human and being finite are preconditions. Was it a lack of sensibility? While filming I felt the urge to formalize landscape through language games. It is the sight that makes things valuable. Encounters with Landscape 3x happens to be this exercise. Landscape becomes a dangerous playground. When one is young one is daring and stupid, you grow older and you tend to lose the daringness and get less stupid. We change the rules as we go along. produção production Salomé Lamas • argumento e realização written and directed by Salomé Lamas • participação with Nuno Fialho & Elias Geißler • fotografia cinematography Salomé Lamas • som sound Carlos Godinho • pós-produção de som sound post production Bruno Moreira • montagem editing Salomé Lamas • aconselhamento counseling Francisco Moreira • correção de cor colour grading Unai Rosende (Mengamuk) • assistência de realização assistant director Mónica Lima • tradução (português–alemão) translation (portuguese– german) Barbara Bichler • tradução (português–inglês) translation (portuguese–english) Gloria Dominguez • apoio support DAAD Artists-In-Berlin Program “Nenhuma das pessoas, a quem pergunto por mim me viu.” Le Boudin documenta o encontro do jovem Elias Geißler com o testemunho de Nuno Fialho que aos 16 anos se encontrou na Legião Estrangeira Francesa: “Não me alistei. Alistaram-me”. ‘None of the people who were asked about me had seen me.’ Le Boudin documents the encounter of the young Elias Geißler with the testimony of Nuno Fialho who at the age of 16 was forced to enlist in the French Foreign Legion. ‘I didn’t enlist. They enlisted me.’ Encounters with Landscape 3x [Encontros com a Paisagem 3x] 2012 Filme HD (cor, estéreo, 29’), PT; língua: português, legendas em inglês HD film (colour, stereo, 29’), PT; Language: Portuguese, English subtitles A Comunidade [The Community] 2012 Filme HD (cor, estéreo, 23’), PT; língua: português, legendas em inglês HD film (colour, stereo, 23’), PT; Language: Portuguese, English subtitles produção production Salomé Lamas • argumento e realização written and directed by Salomé Lamas • participação with Salomé Lamas • fotografia cinematography Luisa Homem, Frederico Lobo, Maria Clara Escobar • som e mistura sound and mix Bruno Moreira • montagem editing Salomé Lamas • correção de cor colour grading Pedro Paiva • apoio support Galeria ZDB, Associação Cultural Corredor, Açores produção production Salomé Lamas • argumento e realização written and directed by Salomé Lamas • participação with Clube Campista Lisboa • fotografia cinematography Salomé Lamas • som e mistura sound and mix Bruno Moreira • montagem editing Salomé Lamas • aconselhamento counseling Francisco Moreira • correção de cor colour grading Pedro Paiva • assistentes assistants Marta Brito, Cristina Robalo • apoio support Galeria ZDB, Clube Campista Lisboa, Screen Miguel Nabinho No final de 2011 cheguei a Sete Cidades, Açores. Recordei as ideias de Kant sobre o sublime. Experienciamos o sublime quando a nossa imaginação não alcança a compreensão da grandeza de eventos naturais, no processo de determinação de conceitos de compreensão, mas suplanta esta falha com um deleite que tem origem na sua Todas as obras são cortesia da artista, O Som e a Fúria, Mengamuk Films e Agência Portuguesa da Curta-Metragem. All works are courtesy of the artist, O Som e a Fúria, Mengamuk Films and Agência Portuguesa da CurtaMetragem. “Salomé Lamas: Paraficção” é comissariada por João Ribas, Diretor Adjunto e Curador Sénior, Museu de Arte Contemporânea de Serralves, Porto. ‘Salomé Lamas: Parafiction’ is curated by João Ribas, Deputy Director and Senior Curator, Serralves Museum of Contemporary Art, Porto. Design da exposição Exhibition design Fernando Brízio Conceção Gráfica Graphic design Catarina Lee Tradução Translation Gloria Dominguez A artista gostaria de agradecer a: The artist would like to thank: Agência Portuguesa da Curta Metragem, Bikini, Bogliasco Foundation, Carpe Diem Arte e Pesquisa, DAAD Artists-inBerlin, dgARTES, Doc Station 2014 Berlinale, Dupla Cena, FID Marseille, Fundação Calouste Gulbenkian, Fundação de Serralves, Mengamuk Films, Museu Nacional de Arte Contemporânea – Museu do Chiado, O Som e a Fúria, Residências ZDB, Rockefeller Foundation Bellagio Center, Shellac Sud, Screen Miguel Nabinho, Temps d’Images, The MacDowell Colony, Universidade Católica do Porto, Yaddo. Gabriel Abrantes, Sandro Aguilar, Albina, Michel Balagué, Isabel Baraona, Joana Bastos, Sofia Bénard, Christoph Both-Asmus, Fernando Brízio, Joaquim Carvalho, Vasco Carvalho, Nacho Checa, Gloria Dominguez, Paula Fernandes, Isabel P. Frausto, Joana Gusmão, Cristina Lamas, João Lamas, Miguel Lamas, Catarina Lee, Mónica Lima, João Lobo, Norberto Lobo, Pedro Maia, Marcin Malaszczak, Eugénio Marques, Fabienne Martinot, Manuel Mesquita, Bruno Moreira, Francisco Moreira, Laura Munoz, Francisca Nabinho, Miguel Nabinho, Katharina Narbutovic, Ricardo Nicolau, Thomas Ordonneau, Cinta Peleja, Joana Pimenta, Irene Pimentel, Sara Rafael, Jean-Pierre Rehm, João Ribas, Cristina Robalo, JP Sniadecki, Chika Takabayashi, Luís Urbano, Lawrence Weschler. A Comunidade propõe um olhar sobre o mais antigo parque de campismo de Portugal. A Comunidade [The Community] is a short documentary on the oldest camping park in Portugal. 18 19 Fundação de Serralves Rua D. João de Castro, 210 4150–417 Porto Informações Information Line 808 200 543 [email protected] www.serralves.pt Apoio institucional Institutional support Mecenas Exclusivo do Museu Exclusive Sponsor of the Museum Seguradora Oficial Official Insurance Provider Fidelidade – Companhia de Seguros, S.A. A Torre 2015 © O Som e a Fúria, Mengamuk