i INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA – INPA Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas (Botânica) CARACTERIZAÇÃO ESTRUTURAL E FARMACOGNÓSTICA DOS ÓRGÃOS VEGETATIVOS AÉREOS DE TRÊS ESPÉCIES DE Piper L. (PIPERACEAE): PARÂMETROS DE AUTENTICIDADE E DE GRAU DE PUREZA PARA O CONTROLE DE QUALIDADE ROLF JUNIOR FERREIRA SILVA Manaus, Amazonas Janeiro, 2015 ii ROLF JUNIOR FERREIRA SILVA CARACTERIZAÇÃO ESTRUTURAL E FARMACOGNÓSTICA DOS ÓRGÃOS VEGETATIVOS AÉREOS DE TRÊS ESPÉCIES DE Piper L. (PIPERACEAE): PARÂMETROS DE AUTENTICIDADE E DE GRAU DE PUREZA PARA O CONTROLE DE QUALIDADE ORIENTADORA: Dra. MARIA SÍLVIA DE MENDONÇA COORIENTADORA: Dra. Ana Cristina Andrade de Aguiar-Dias Tese apresentada ao Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia como parte dos requisitos para obtenção do título de Doutor em Ciências Biológicas, área de concentração em Botânica. Manaus, Amazonas Janeiro, 2015 iii RELAÇÃO DA BANCA EXAMINADORA DA AULA DE QUALIFICAÇÃO: Profa. Dra. Maria Gracimar Pacheco de Araújo (Universidade Federal do Amazonas) Prof. Dr. Marcos Batista Machado (Universidade Federal do Amazonas) Dr. Sergio Massayoshi Nunomura (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia) Prof. Dr. Antônio Carlos Webber (Universidade Federal do Amazonas) Dra. Maria de Lourdes da C. Soares (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia) RELAÇÃO DA BANCA EXAMINADORA DA DEFESA PÚBLICA: Profa. Dra. Maria Gracimar Pacheco de Araújo (Universidade Federal do Amazonas) Dr. Sergio Massayoshi Nunomura (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia) Profa. Dra. Tatiane Pereira de Souza (Universidade Federal do Amazonas) Dra. Poliana Roversi Genovese-Marcomini (Instituto Federal do Amazonas) Profa. Dra. Débora Teixeira Ohana (Universidade Federal Fluminense) iv S586 Silva, Rolf Junior Ferreira Caracterização Estrutural e Farmacognóstica dos Órgãos Vegetativos Aéreos de Três Espécies de Piper L. (Piperaceae): Parâmetros de Autenticidade e de Grau de Pureza para o Controle de Qualidade / Rolf Junior Ferreira Silva. --- Manaus: [s.n.], 2015. xvi, 123 p. : il. color. Tese (Doutorado) --- INPA, Manaus, 2015. Orientador: Maria Sílvia de Mendonça. Coorientador: Ana Cristina Andrade de Aguiar-Dias. Área de concentração: Botânica. 1. Morfologia vegetal. 2. Piperaceae. I. Título. CDD 581.4 Sinopse: O estudo estrutural e farmacognóstico das folhas e do caule de Piper arboreum Aubl. var. arboreum, P. callosum Ruiz & Pav. e P. tuberculatum Jacq. foi realizado para estabelecer parâmetros de autenticidade e de grau de pureza ao controle de qualidade das matérias-primas vegetais (planta medicinal e droga vegetal) dessas espécies. Aspectos macro e microscópicos, histoquímicos e físico-químicos foram analisados. Palavras-chave: Morfoanatomia. Estruturas secretoras. Histoquímica. Físico-química. v DEDICO Aos meus pais Sra. Vera Regina e Sr. Antônio Carlos, alicerces de minha vida. À Dra. Raimunda Potiguara (in memoriam), minha eterna e grande amiga. Ao Vinicius meu Brasil grande Campos, amigo Max por toda compreensão e companheirismo durante esta jornada. vi AGRADECIMENTOS Ao UNO ABSOLUTO, força motriz que impulsiona o meu caminhar cotidiano pari passu e que tem me mantido em retos pensamentos. Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), pela concessão da bolsa de doutorado. À coordenação do Programa de Pós-graduação em Botânica do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Pós-Bot/INPA), pelo empenho da melhoria do curso. Ao Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) e ao Instituto Evandro Chagas (IEC), por permitirem o uso dos laboratórios para o desenvolvimento prático da tese. Às minhas orientadoras e amigas Dra. Maria Sílvia de Mendonça e Dra. Ana Cristina Andrade de Aguiar-Dias, pela confiança em mim depositada. Ao corpo docente do Pós-Bot/INPA, pelos ensinamentos ministrados durantes as disciplinas. Ao amigo Dr. Hilton Túlio Costi, pelo valioso apoio ao ter-me fornecido a estrutura física para o desenvolvimento da tese. Ao amigo Dr. Francisco Berrêdo, pelo constante incentivo. À Dra. Glória Melo - irmã amazonense- pela amizade, valioso apoio dado à minha chegada a Manaus e por toda a atenção durante minha estadia nessa cidade. Às minhas grandes mestras M.Sc. Cristiane Menezes, M.Sc. Eunice Macedo e Dra. Adalgiza Alvarez, pelos ensinamentos e companheirismo ao longo de minha jornada acadêmico-científica. Ao Prof. Cid Aimbiré M. Santos (Editor-chefe da Revista Brasileira de Farmacognosia), pelas valiosas opiniões para a estruturação do artigo que compõe o capítulo três da tese. Ao Prof. Dewey Litwiller (University of Saskatchewan Language CentreCanadá), pela revisão da língua inglesa dos artigos que compõem os capítulos dois e três da tese. Aos colegas do Pós-Bot/INPA, pela convivência, respeito e compartilhamento de conhecimentos. Às secretarias Sras. Neide, Jéssica e Léia, por serem sempre solícitas. Os meus sinceros agradecimentos, Muito obrigado! vii “Oxalá os astros me tratem tal como a semente o faz ao campo e o campo à semente, de forma que apareça ao mundo algum fruto útil e glorioso do meu trabalho, por despertar o espírito e abrir o sentimento àqueles que estão privados de luz.” Giordano Bruno “Sou farmacêutico, porque gosto das pessoas.” Carlos Drummond de Andrade viii Caracterização estrutural e farmacognóstica dos órgãos vegetativos aéreos de três espécies de Piper L. (Piperaceae): parâmetros de autenticidade e de grau de pureza para o controle de qualidade Resumo. O objetivo deste estudo foi estabelecer parâmetros de autenticidade e de grau de pureza para o controle de qualidade das folhas e do caule de Piper arboreum Aubl. var. arboreum, P. callosum Ruiz & Pav. e P. tuberculatum Jacq., espécies vegetais de ampla utilização etnomedicinal, comercializadas como produtos tradicionais fitoterápicos e com potencial químico e farmacológico para tornarem-se fitomedicamentos. Para tanto, amostras de indivíduos férteis das três espécies foram coletadas em Manaus e Belém, processadas e analisadas segundo protocolos padrões para microscopias de luz e eletrônica de varredura, histoquímica, microanálises de Raios-X por dispersão de energia, espectrometria de emissão ótica com plasma indutivamente acoplado e determinações físico-químicas de umidade, perda por dessecação, pH e cinzas totais, sulfatadas e ácido-insolúveis. Aspectos como dimensões, forma, cor, sabor, textura, características da superfície de fratura e da secção transversal e padrões de venação foliar são caracteres morfodiagnósticos macroscópicos para as drogas vegetais íntegras das espécies de Piper estudadas. Emergências calosas foliares em P. callosum, assim como emergências glandulares foliares e caulinares em P. tuberculatum são caracteres-chave à identificação macroscópica das drogas vegetais dessas espécies. Os macropadrões cristalinos, os padrões de cera epicuticular e de flanges cuticulares, o tipo e posição do colênquima, o padrão de organização dos feixes vasculares peciolares e a forma em secção transversal da nervura central, margem foliar, pecíolo e caule são caracteres morfodiagnósticos microscópicos tanto para as plantas medicinais como para as drogas vegetais das três espécies, pois ambas as matérias-primas vegetais não diferiram anatomicamente. A esses caracteres somam-se a presença de fibras subjacentes à epiderme e o padrão de organização dos feixes vasculares na nervura central, bem como a morfologia dos grãos de amido em P. callosum; os tipos de ornamentação cuticular e de tricomas tectores, o padrão de organização dos feixes vasculares caulinares e o tipo de hilo dos grãos de amido em P. arboreum var. arboreum e P. tuberculatum. Lipídios ácidos, óleos essenciais, mistura de essências e resinas, esteroides, taninos e flavonoides são comuns às três espécies. Terpenoides com grupo carbonila e alcaloides foram identificados apenas em P. arboreum var. arboreum e P. tuberculatum respectivamente. Óleos-resina foram detectados em P. callosum e P. tuberculatum. Os valores dos teores de umidade e voláteis e de cinzais totais, sulfatadas e ácido-insolúveis das drogas vegetais das espécies estudadas estão dentro dos limites permitidos e, geralmente, foram maiores nas drogas vegetais foliares que nas caulinares. As concentrações dos metais analisados (alumínio, cádmio, cobalto, cromo, cobre, manganês, molibdênio, níquel, chumbo, titânio, vanádio, mercúrio e arsênio) nas drogas vegetais das três espécies estão abaixo dos níveis considerados tóxicos à saúde humana. Dentre esses metais, alumínio, cobre, manganês e vanádio tiveram as maiores concentrações. O presente estudo relatou pela primeira vez as características estruturais e farmacognósticas dos órgãos vegetativos aéreos de Piper arboreum var. arboreum, P. callosum e P. tuberculatum, que devem ser utilizadas como parâmetros seguros de autenticidade e de grau de pureza para o controle de qualidade das matérias-primas vegetais, planta medicinal e droga vegetal, dessas espécies. Palavras-chave: elixir paregórico, pimentas longas, morfoanatomia, estruturas secretoras, histoquímica, drogas vegetais, análises físico-químicas, metais potencialmente tóxicos. ix Structural and pharmacognostical characterization of the aerial vegetative organs of three Piper L. species (Piperaceae): authenticity and purity degree parameters for their quality control Abstract. The purpose this study was to establish authenticity and purity degree parameters for the quality control of Piper arboreum Aubl. var. arboreum, P. callosum Ruiz & Pav. and P. tuberculatum Jacq leaves and stem, plant species of large ethno-medicinal usage, currently being traded as traditional phytotherapeutic products, and with chemical and pharmacological potential to become phytomedicines. Fertile samples of the three Piper species were collected in Belém and Manaus states. The samples were processed and analyzed according to standard methods for light and scanning electron microscopies, histochemistry, energy-dispersive Xray spectroscopic microanalyses, inductively coupled plasma optical emission spectrometry, and physicochemical determinations, such as moisture, pH, loss on drying, and total, sulphated and acid-insoluble ash. Size, shape, color, texture, fracture surface and transection characteristics, and leaf venation patterns are macroscopic morpho-diagnostic characters to identify the herbal drugs of the studied Piper species when they are not ground or powdered. Leaf callosus emergences in P. callosum and leaf and stem glandular emergences in P. tuberculatum are key-characters to identify the whole herbal drugs of both species. Since medicinal plants and herbal drugs do not differ anatomically, the following characters for the studied Piper species can be used for microscopic morpho-diagnosis purposes of both types raw plant materials: crystal macropatterns; epicuticular wax and cuticular flanges patterns; type and position of the collenchyma; arrangement pattern of the vascular bundles of the petiole; shape in transection of the midrib, leaf margin, petiole, and stem. In addition to these characters are: the occurrence of fibers immediately beneath the epidermis, and arrangement pattern of the vascular bundles in the midrib as well as starch grain morphology in P. callosum; the types of cuticular ornamentation and non-glandular trichomes, arrangement pattern of the stem vascular bundles, and type of hilum of the starch grains in P. arboreum var. arboreum and P. tuberculatum. Acid lipids, essential oils, mixture of essentials and resins, steroids, tannins, and flavonoids are common metabolic compounds for the three Piper species. Terpenoids with carbonyl group and alkaloids were identified only in P. arboreum var. arboreum and P. tuberculatum, respectively. Oleoresins were detected in P. callosum and P. tuberculatum. The moisture, volatile, and total, sulphated and acid-insoluble ash values of the herbals drugs of these species are within the permissible limits. In general, these values were higher in the leaf herbal drugs than in the stem herbal drugs. The metal levels analyzed (aluminum, cadmium, cobalt, chromium, copper, manganese, molybdenum, nickel, lead, tin, vanadium, mercury and arsenic) in the herbal drugs of the studied Piper species are below the toxic levels for human health. The highest metal levels were of aluminum, copper, manganese and vanadium. The structural and pharmacognostical characteristics reported herein for first time for Piper arboreum var. arboreum, P. callosum, and P. tuberculatum should be used as safe parameters of authenticity and purity degree for the quality control of the raw plant materials (i.e. medicinal plants and herbal drugs) of these species. Keywords: “elixir paregórico,” “pimentas longas,” morphoanatomy, secretory structures, histochemistry, herbal drugs, physicochemical analyses, potentially toxic metals. x SUMÁRIO LISTA DE TABELAS E QUADROS ................................................................................ xii LISTA DE FIGURAS ........................................................................................................ XIV 1. INTRODUÇÃO GERAL.................................................................................................. 1 2. OBJETIVOS .................................................................................................................... 4 CAPÍTULO 1 ....................................................................................................................... 6 Rosetas e concrescências cristalinas silicificadas em Piper (Piperaceae): registros inéditos de macropadrões ......................................................................................................................... 7 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 8 MATERIAL E MÉTODOS ......................................................................................................... 10 Resultados ........................................................................................................................... 12 Discussão ............................................................................................................................. 14 Conclusões........................................................................................................................... 18 Bibliografia Citada ............................................................................................................... 19 Tabelas ................................................................................................................................ 21 Figuras ................................................................................................................................. 25 CAPÍTULO 2 ..................................................................................................................... 30 Piper callosum Ruiz & Pav., Piperaceae: macroscopic, microscopic and physicochemical analysis of leaves and stem for their quality control ............................................................. 31 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 32 MATERIAIS E MÉTODOS ........................................................................................................ 33 Resultados ........................................................................................................................... 36 Discussão ............................................................................................................................. 41 Conclusão ............................................................................................................................ 44 Referências .......................................................................................................................... 45 Quadros E Tabelas ............................................................................................................... 50 Figuras ................................................................................................................................. 55 xi CAPÍTULO 3 ..................................................................................................................... 65 Comparative pharmacognosy of Piper arboreum Aubl. var. arboreum and Piper tuberculatum Jacq., Piperaceae: morphoanatomical and physicochemical analysis for their quality control ........................................................................................................................................... .66 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 67 MATERIAIS E MÉTODOS ........................................................................................................ 68 Resultados E Discussão........................................................................................................ 71 Conclusão ............................................................................................................................ 76 Referências .......................................................................................................................... 77 Quadros E Tabelas ............................................................................................................... 82 Figuras ................................................................................................................................. 91 3. SÍNTESE ...................................................................................................................... 107 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 110 ANEXOS................................................................................................................................121 xii LISTA DE TABELAS E QUADROS Capítulo 1: Rosetas e concrescências cristalinas silicificadas em Piper (Piperaceae): registros inéditos de macropadrões Tabela 1. Morfotipos, padrões de composição química elementar e macropadrões dos cristais caulinares e foliares observados em Piper (Piperaceae)...........................................................22 Tabela 2. Categorias dos macropadrões cristalinos caulinares e foliares observados em Piper (Piperaceae)...............................................................................................................................23 Tabela 3. Composição química elementar e caracterização histoquímica dos morfotipos de cristais caulinares e foliares observados em Piper (Piperaceae)...............................................24 Capítulo 2: Piper callosum Ruiz & Pav., Piperaceae: macroscopic, microscopic and physicochemical analysis of leaves and stems for their quality control Quadro 1. Triagem histoquímica realizada nas folhas e no caule de Piper callosum Ruiz & Pav., Piperaceae (Histochemical screening performed in leaves and stem of Piper callosum Ruiz & Pav., Piperaceae)..…………………………………………………………………....51 Quadro 2. Resultados da triagem histoquímica realizada nas folhas e no caule de Piper callosum Ruiz & Pav., Piperaceae (Results of the histochemical screening performed in leaves and stem of Piper callosum Ruiz & Pav., Piperaceae).............................……………………52 Tabela 1. Resultados dos parâmetros físico-químicos determinados nas drogas vegetais de Piper callosum Ruiz & Pav., Piperaceae (Results of physicochemical parameters determined in herbal drugs of Piper callosum Ruiz & Pav., Piperaceae)................................…………..53 Tabela 2. Resultados da determinação de metais das drogas vegetais de Piper callosum Ruiz & Pav., Piperaceae (Results of determination of metals in herbal drugs of Piper callosum Ruiz & Pav., Piperaceae)....................................................................……………………………54 xiii Capítulo 3: Comparative pharmacognosy of Piper arboreum Aubl. var. arboreum and Piper tuberculatum Jacq., Piperaceae: morphoanatomical and physicochemical analysis for their quality control Quadro 1. Triagem histoquímica realizada nas folhas e no caule de Piper arboreum Aubl. var. arboreum e P. tuberculatum Jacq., Piperaceae (Histochemical screening performed in leaves and stem of Piper arboreum Aubl. var. arboreum and P. tuberculatum Jacq., Piperaceae)................................................................................................................................83 Quadro 2. Características macroscópicas comparativas das drogas vegetais íntegras de Piper L., Piperaceae (Comparative macroscopic characteristics of the whole herbal drugs of Piper L., Piperaceae)...........................................................................................................................84 Quadro 3. Características anatômicas comparativas de Piper L., Piperaceae (Comparative anatomical characteristics of Piper L., Piperaceae)..................................................................85 Quadro 4. Resultados da triagem histoquímica realizada nas folhas e no caule de Piper arboreum Aubl. var. arboreum, Piperaceae (Results of the histochemical screening performed in leaves and stem of Piper arboreum Aubl. var. arboreum, Piperaceae)......................................................………………………………………………..86 Quadro 5. Resultados da triagem histoquímica realizada nas folhas e no caule de Piper tuberculatum Jacq., Piperaceae (Results of the histochemical screening performed in leaves and stem of Piper tuberculatum Jacq., Piperaceae)..................……………………………....87 Quadro 6. Características microscópicas comparativas das drogas vegetais pulverizadas de Piper L., Piperaceae (Comparative microscopic characteristics of the powdered herbal drugs of Piper L., Piperaceae)............................................................................................................88 Tabela 1. Resultados dos parâmetros físico-químicos determinados nas drogas vegetais de Piper L., Piperaceae (Results of physicochemical parameters determined in herbal drugs of Piper L., Piperaceae).................................................................................................................89 Tabela 2. Resultados da determinação de metais das drogas vegetais de Piper L., Piperaceae (Results of determination of metals in herbal drugs of Piper L., Piperaceae)................................................................................................................................90 xiv LISTA DE FIGURAS Capítulo 1: Rosetas e concrescências cristalinas silicificadas em Piper (Piperaceae): registros inéditos de macropadrões Figura 1. Eletromicrografias de varredura dos morfotipos de cristais observados nas secções transversais dos órgãos vegetativos aéreos de Piper L. (Piperaceae).......................................26 Figura 2. Espectros das microanálises químicas por EDS (Energy Dispersive Spectroscopy) feitas nos cristais (A-E) e em células sem cristais (F) dos órgãos vegetativos aéreos de Piper (Piperaceae), mostrando os padrões de composição química elementar (PCE).......................27 Figura 3. Fotomicrografias de secções transversais dos órgãos vegetativos aéreos de Piper (Piperaceae), evidenciando cristais com reação de Yasue positiva e anisotropia óptica.........................................................................................................................................28 Figura 4. Dendograma da quimiometria por HCA (Hierarchical Cluster Analysis) realizada nos morfotipos cristalinos dos órgãos vegetativos aéreos de Piper (Piperaceae).....................29 Capítulo 2: Piper callosum Ruiz & Pav., Piperaceae: macroscopic, microscopic and physicochemical analysis of leaves and stem for their quality control Figura 1. Características macroscópicas das drogas vegetais foliares de Piper callosum Ruiz & Pav., Piperaceae (Macroscopic features of the leaf herbal drugs of Piper callosum Ruiz & Pav., Piperaceae).......................................................................................................................56 Figura 2. Características macroscópicas das drogas vegetais caulinares de Piper callosum Ruiz & Pav., Piperaceae (Macroscopic features of the stem herbal drugs of Piper callosum Ruiz & Pav., Piperaceae)..........................................................................................................57 Figura 3. Vista frontal da epiderme da lâmina foliar de Piper callosum Ruiz & Pav., Piperaceae (Frontal view of the epidermis of the leaf blade of Piper callosum Ruiz & Pav., Piperaceae)................................................................................................................................58 Figura 4. Secções transversais da lâmina foliar de Piper callosum Ruiz & Pav., Piperaceae (Transections of the leaf blade of Piper callosum Ruiz & Pav., Piperaceae)...........................59 xv Figura 5. Pecíolo de Piper callosum Ruiz & Pav., Piperaceae (Petiole of Piper callosum Ruiz & Pav., Piperaceae)...................................................................................................................60 Figura 6. Bainha foliar de Piper callosum Ruiz & Pav., Piperaceae (Leaf sheath of Piper callosum Ruiz & Pav., Piperaceae)...........................................................................................61 Figura 7. Caule de Piper callosum Ruiz & Pav., Piperaceae (Stem of Piper callosum Ruiz & Pav., Piperaceae).......................................................................................................................62 Figura 8. Fotomicrografias de secções transversais das folhas e do caule de Piper callosum Ruiz & Pav., Piperaceae, mostrando resultados fortemente positivos dos testes histoquímicos (Photomicrographs of transections of leaves and stem of Piper callosum Ruiz & Pav., Piperaceae, showing intense positive results from histochemical tests)...................................63 Figura 9. Características microscópicas das drogas vegetais pulverizadas de Piper callosum Ruiz & Pav., Piperaceae (Microscopic features of the powdered herbal drugs of Piper callosum Ruiz & Pav., Piperaceae)...........................................................................................64 Capítulo 3: Comparative pharmacognosy of Piper arboreum Aubl. var. arboreum and Piper tuberculatum Jacq., Piperaceae: morphoanatomical and physicochemical analysis for their quality control Figura 1. Características macroscópicas das drogas vegetais foliares de Piper arboreum Aubl. var. arboreum, Piperaceae (Macroscopic features of the leaf herbal drugs of Piper arboreum Aubl. var. arboreum, Piperaceae).............................................................................................92 Figura 2. Características macroscópicas das drogas vegetais foliares de Piper tuberculatum Jacq., Piperaceae (Macroscopic features of the leaf herbal drugs of Piper tuberculatum Jacq., Piperaceae)................................................................................................................................93 Figura 3. Características macroscópicas das drogas vegetais caulinares de Piper arboreum Aubl. var. arboreum, Piperaceae (Macroscopic features of the stem herbal drugs of Piper arboreum Aubl. var. arboreum, Piperaceae)............................................................................94 Figura 4. Características macroscópicas das drogas vegetais caulinares de Piper tuberculatum Jacq., Piperaceae (Macroscopic features of the stem herbal drugs of Piper tuberculatum Jacq., Piperaceae)................................................................................................................................95 Figura 5. Vista frontal da epiderme da lâmina foliar de Piper L., Piperaceae (Frontal view of the epidermis of the leaf blade of Piper L., Piperaceae)...........................................................96 xvi Figura 6. Fotomicrografias de secções transversais da lâmina foliar de Piper L., Piperaceae (Photomicrographs of transections of the leaf blade of Piper L., Piperaceae).........................97 Figura 7. Pecíolo de Piper L., Piperaceae (Petiole of Piper L., Piperaceae)............................98 Figura 8. Bainha foliar de Piper L., Piperaceae (Leaf sheath of Piper L., Piperaceae)............99 Figura 9. Caule de Piper L., Piperaceae (Stem of Piper L., Piperaceae)................................100 Figura 10. Fotomicrografias por luz polarizada de secções transversais das folhas e do caule de Piper L., Piperaceae, mostrando drusas e cristais prismáticos birrefringentes (Photomicrographs by polarized light of transections of leaves and stem of Piper L., Piperaceae, showing birefringent druses and prismatic crystals)............................................101 Figura 11. Estruturas secretoras de Piper L., Piperaceae (Secretory structures of Piper L., Piperaceae)..............................................................................................................................102 Figura 12. Fotomicrografias de secções transversais das folhas e do caule de Piper arboreum Aubl. var. arboreum, Piperaceae, mostrando resultados fortemente positivos dos testes histoquímicos (Photomicrographs of transections of leaves and stem of Piper arboreum Aubl. var. arboreum, Piperaceae, showing intense positive results from histochemical tests)........................................................................................................................................103 Figura 13. Fotomicrografias de secções transversais das folhas e do caule de Piper tuberculatum Jacq., Piperaceae, mostrando resultados fortemente positivos dos testes histoquímicos (Photomicrographs of transections of leaves and stem of Piper tuberculatum Jacq., Piperaceae, showing intense positive results from histochemical tests)........................................................................................................................................104 Figura 14. Características microscópicas das drogas vegetais pulverizadas de Piper arboreum Aubl. var. arboreum, Piperaceae (Microscopic features of the powdered herbal drugs of Piper arboreum Aubl. var. arboreum, Piperaceae)..........................................................................105 Figura 15. Características microscópicas das drogas vegetais pulverizadas de Piper tuberculatum Jacq., Piperaceae (Microscopic features of the powdered herbal drugs of Piper tuberculatum Jacq., Piperaceae)..............................................................................................106 1 1. INTRODUÇÃO GERAL A Amazônia é detentora de inúmeras espécies com potencial econômico, especialmente as medicinais e aromáticas, e mesmo assim configura, ainda, como uma região em desigualdade científica, tecnológica e econômica em relação às demais, principalmente sul e sudeste. Há a necessidade da identificação botânica correta das espécies, de fazer-se o inventário de estruturas secretoras de biocompostos e do controle de qualidade de produtos e insumos farmacêuticos oriundos de vegetais, visando assegurar à saúde de quem utiliza plantas e/ou derivados vegetais como fitoterápicos ou como alimentos. Inúmeras famílias botânicas nativas e aclimatadas têm sido utilizadas como recursos terapêuticos pela população amazônica, destacando-se aquelas produtoras de óleos essenciais (Berg, 2010). Segundo Maia et al. (1987), das quase 280 espécies de plantas medicinais produtoras de óleos essenciais, 60% pertencem à Piperaceae que é considerada uma família de reputada importância econômica, cujos representantes são de interesse medicinal, culinário e ornamental (Pio Corrêa, 1984). Piperaceae compreende cerca de 2500 espécies em cinco gêneros (Piper L., Peperomia Ruiz & Pav., Sarcorhachis Trel., Zippelia Blume e Macropiper (Miq.) Dahlst.), com táxons amplamente distribuídos e outros endêmicos (Tebbs, 1989a; Jaramillo e Manos, 2001). Possui distribuição pantropical, com maior número de espécies ocorrendo na região neotropical, sendo as Américas Central e do Sul os principais centros de diversidade da família (Jaramillo e Manos, 2001). No Brasil, Piperaceae está representada por cerca de 700 espécies pertencentes a três gêneros (Piper, Peperomia e Sarcorhachis) amplamente distribuídos no território nacional (Tebbs, 1989b). Piper é o maior gênero de Piperaceae, com aproximadamente 500 das 2500 espécies da família. Grande parte dessas espécies possui valor econômico indiscutível como medicinal, cosmético, inseticida e condimento devido, principalmente, à produção de óleos essenciais (Yuncker, 1972; 1973; Silva e Machado, 1999). Embora espécies de Piper sejam relativamente bem estudadas sob os aspectos fitoquímicos e farmacológicos, raros são os trabalhos morfoanatômicos e químicos para fins de controle de qualidade dessas espécies enquanto matérias-primas vegetais. Piper está bem estudado no Brasil sob o ponto de vista taxonômico, com destaque aos trabalhos de Yuncker (1972; 1973), Guimarães et al. (1984; 1992), Guimarães (1993; 1994a; 1994b; 1997; 1999), Guimarães e Miguel (2000), Guimarães e Valente (2001), Ruschel (2004) e Medeiros (2006). Mesmo assim, a grande semelhança morfológica entre as 2 espécies desse gênero contribui para problemas de identificação, troca e até mesmo falsificação quando as espécies coletadas de populações naturais são comercializadas como medicinais (Albiero et al., 2005). Tal problema é bastante crítico com as espécies de Piper na Amazônia, dado à diversidade de ecotipos que apresentam entre e dentre os ecossistemas que compõem a região, a citar como exemplos P. arboreum Aubl. var. arboreum, P. callosum Ruiz & Pav. e P. tuberculatum Jacq. Os indexadores bibliográficos mostram um elevado número de estudos fitoquímicos para Piper, sendo identificados e isolados alcaloides, flavonoides, fenilpropanoides, lignanas, neolignanas, ésteres, esteroides, terpenos, derivados do ácido benzoico e outros (Andrade et al. 2009; Facundo et al., 2004; 2005; 2006; 2008; BarbosaFilho et al., 2008; Regasini et al., 2008; 2009). Grande parte desses metabólitos secundários está presente nas espécies de Piper mencionadas acima e investigações farmacológicas comprovaram a bioatividade desses biocompostos como antiparasitário (tripanocida), antifúngico (fungicida e fungistático), inseticida (ovicida, larvicida e moluscolicida), antimalárico, repelente, sedativo, ansiolítico, antidepressor, antiespasmódico e antioxidante (Richtzenhain, 1989; Capron e Wiemer, 1996; Facundo, 2005; Felipe et al., 2007; Andrade et al., 2009; Regasini et al., 2008; 2009). Enquanto crescem os estudos fitoquímicos e farmacológicos, os trabalhos anatômicos e farmacognósticos sobre Piper são escassos. Assim, demais características estruturais diagnósticas, aspectos farmacognósticos e possíveis sítios de acúmulo e/ou síntese de substâncias biologicamente ativas do gênero tornam-se praticamente desconhecidos, evidenciando a importância da ampliação de tais conhecimentos às espécies de Piper. Solereder (1908) e Metcalfe e Chalk (1950) relataram como relevantes para a diagnose dos órgãos vegetativos aéreos de Piper a ocorrência de tricomas tectores, glandulares e de glândulas peroladas com conteúdo oleífero, de cristais de oxalato de cálcio nas formas de drusas e prismas, bem como folhas sempre hipoestomáticas com mesofilo dorsiventral. Todas as descrições dos autores foram baseadas em espécies da América do Norte e Europa, não havendo citações sobre espécies da Américas Central e do Sul, negligenciando, assim, outras possíveis características diagnósticas. As estruturas secretoras são de grande importância à farmacognosia, pois atuam como caractere diagnóstico para confirmar ou não a autenticidade do material vegetal medicinal (Fahn, 1979; Dickson 2000; Oliveira e Akisue, 2003). Em adição, o reconhecimento das estruturas secretoras e o diagnóstico in situ do conteúdo químico nelas 3 presentes possibilitam justificar ambos a(s) parte(s) ou órgão(s) vegetal(s) utilizado(s) pela população e os usos terapêuticos tradicionais. Além da autenticidade botânica da amostra vegetal, a verificação da pureza é igualmente necessária para a avaliação da qualidade de matérias-primas vegetais. Análises de teor de umidade e voláteis, de cinzais, pesquisa de metais tóxicos, dentre outras, são prérequisitadas pelas agências reguladoras oficiais para materiais vegetais medicinais (WHO, 1998; ANVISA, 2010; Farmacopeia Brasileira, 2010). Sendo assim, os parâmetros de autenticidade botânica e de grau de pureza são as bases do controle de qualidade e garantem a segurança, eficácia e qualidade das plantas medicinais, das drogas vegetais e de seus derivados (Leśniewicz et al., 2006). O aumento pelo interesse da flora da biodiversidade brasileira, especialmente por plantas medicinais, drogas vegetais, derivados vegetais e nutracêuticos, o estímulo à implementação e ao uso de farmácias vivas, a implantação no Sistema Único de Saúde (SUS) da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) (Brasil, 2006), a Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS (RENISUS, 2009), as resoluções RDC nº 10 de 09/03/2010, RDC nº 14 de 31/03/2010 e mais recentemente a RDC nº 26 de 13/05/2014 (ANVISA, 2010a; 2010b; 2014) fizeram crescer o volume de publicações referentes à etnobotânica, etnofarmacologia, determinação estrutural e ensaios sobre atividade biológica de biocompostos, análise de marcadores estruturais (morfoanatômicos) e quimiotaxonômicos para controle de qualidade, avaliação da qualidade e da segurança clínica e toxicidade de fitoterápicos, interações medicamentosas entre fitoterápicos e fármacos, descontaminação de fitoterápicos, suplemento alimentar, desenvolvimento de formulações a base de plantas entre outras conforme mostram os indexadores bibliográficos (Pupo et al., 2007). Apesar do quadro apresentado acima, a maioria dos fitoterápicos regularizada pelo governo brasileiro é de origem exótica, o que reflete uma grande lacuna: os estudos sobre a flora medicinal brasileira, principalmente de importantes domínios fitogeográficos como a Amazônia, são ainda incipientes frente às exigências em segurança, eficácia e qualidade estabelecidas pelas agências reguladoras oficiais. Ademais, pesquisas com plantas medicinais tornam-se cada vez mais necessárias e relevantes. Estimativas da Organização Mundial da Saúde (WHO, 2002) mostraram que 7080% da população mundial, principalmente de países em desenvolvimento, utilizam fontes vegetais para atender às suas necessidades de cuidados primários à saúde. Se essa estimativa fosse atualizada para os dias atuais, tal percentual, provavelmente, teria um acréscimo. 4 Entretanto, como o uso indiscriminado de plantas medicinais sem qualquer suporte técnico/científico pode acarretar resultados desastrosos à saúde humana, torna-se imprescindível e estratégica a realização de pesquisas que garantam à população o acesso à matéria-prima vegetal (planta medicinal, droga vegetal e derivado vegetal) e a fitoterápicos (medicamentos fitoterápicos e produtos tradicionais fitoterápicos) de qualidade, seguros e eficazes. Piper callosum, vernaculamente denominada de “elixir paregórico” e “matrica,” P. arboreum var. arboreum e P. tuberculatum, chamadas em geral de “pimentas longas” ou “pimenta de água,” “pimenta de arta,” “pimenta de ardo” e “pimenta de arda” (P. tuberculatum) e “pau de angola,” “alecrim de angola,” “jaborandi,” “jaborandi do rio,” “jaborandi-pimenta,” jaborandi-falso,” “pimenta do mato,” “pimenta de índio,” “nhamboarndi,” “palim,” “raiz de pahiu” e “fruto de morcego” (P. arboreum var. arboreum) (Regasini et al., 2009; Paes-Gonçalves et al., 2012), são espécies medicinais e aromáticas com potencial terapêutico e químico para tornassem-se fitomedicamentos, principalmente medicamentos fitoterápicos, cujas folhas e caules são comercializadas em feiras livres e ervanários sob a forma de garrafadas, desidratados ou in natura para o uso medicinal e banhos aromáticos. Como não há dados histológicos e físico-químicos que auxiliem, respectivamente, na identificação botânica e verificação do grau de pureza dessas espécies, considerados prérequisitos básicos para obtenção de registro e notificação de fitoterápicos (ANVISA, 2010), tornam-se imprescindíveis estudos estruturais e farmacognósticos que visem gerar dados que contribuam, de forma efetiva e significativa, ao controle de qualidade dessas matérias-primas vegetais nas formas de planta medicinal e de droga vegetal. 2. OBJETIVOS 2.1 Geral Realizar um estudo estrutural e farmacognóstico dos órgãos vegetativos aéreos de Piper arboreum Aubl. var. arboreum, P. callosum Ruiz & Pav. e P. tuberculatum Jacq., visando estabelecer parâmetros de autenticidade e de grau de pureza para o controle de qualidade das matérias-primas vegetais (planta medicinal e droga vegetal) dessas espécies. 5 2.2 Específicos Caracterizar microscopicamente folhas e caule das espécies em questão; Localizar nas três espécies as estruturas secretoras foliares e caulinares que atuam como sítios de armazenamento e/ou síntese de metabólicos; Detectar através da triagem histoquímica as principais classes de substâncias presentes nas estruturas secretoras foliares e caulinares das espécies estudadas; Preparar e caracterizar macro e microscopicamente as drogas vegetais padrões (íntegras e pulverizadas) obtidas das folhas e do caule das espécies estudadas; Determinar os valores de pH, de voláteis a 105 ºC, de umidade e de cinzais totais, sulfatadas e ácido-insolúveis das drogas vegetais foliares e caulinares das três espécies; Determinar as concentrações de metais potencialmente tóxicos (Al, Cd, Co, Cr, Cu, Mn, Mo, Ni, Pb, Ti, V, Hg e As) nas drogas vegetais foliares e caulinares das espécies em questão. Esses objetivos são abordados em três capítulos distintos e conjuntamente avaliados na síntese: Capítulo 1: Rosetas e concrescências cristalinas silicificadas em Piper (Piperaceae): registros inéditos de macropadrões; Capítulo 2: Piper callosum Ruiz & Pav., Piperaceae: macroscopic, microscopic and physicochemical analysis of leaves and stem for their quality control; Capítulo 3: Comparative pharmacognosy of Piper arboreum Aubl. var. arboreum and Piper tuberculatum Jacq., Piperaceae: morphoanatomical and physicochemical analysis for their quality control. 6 Capítulo 1 ___________________________________________________________________________ Silva, R.J.F.; Aguiar-Dias, A.C.A. & Mendonça, M.S. 2014. Rosetas e concrescências cristalinas silicificadas em Piper (Piperaceae): registros inéditos de macropadrões. Acta Amazonica 44: 435-446. 7 Rosetas e concrescências cristalinas silicificadas em Piper (Piperaceae): registros inéditos de macropadrões Rolf Junior Ferreira SILVA1*, Ana Cristina Andrade de AGUIAR-DIAS2, Maria Sílvia de MENDONÇA3 1 Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Coordenação de Botânica. Av. André Araujo, 2936, Aleixo, CEP: 69060-001. Manaus, AM, Brasil. *Autor Correspondente: [email protected] 2 Universidade Federal do Pará, Instituto de Ciências Biológicas. Av. Perimetral, 2501, Montese, CEP: 66077-530. Belém, PA, Brasil. 3 Universidade Federal do Amazonas, Faculdade de Ciências Agrárias. Av. Gal. Rodrigo Octávio Jordão Ramos, 3000, Setor Sul, Coroado I, CEP: 69077-000. Manaus, AM, Brasil. Resumo Piper L. (Piperaceae) é monofilético, com espécies de difícil distinção taxonômica, sendo necessárias ferramentas que auxiliem a identificação interespecífica. Os objetivos do trabalho foram descrever os macropadrões e caracterizar in situ a composição química dos cristais caulinares e foliares de Piper arboreum Aubl. var. arboreum, P. callosum Ruiz & Pav. e P. tuberculatum Jacq., visando avaliar o uso dos cristais para a separação interespecífica. Para tanto, amostras foram submetidas à análise em microscopias de luz e eletrônica de varredura, microanálises espectroscópicas de raios-X por dispersão de energia e testes histoquímicos. Foram observados cristais prismáticos cuneiformes, tabulares, cúbicos e bipiramidais; ráfides; estiloides; drusas de cristais em bloco; rosetas cristalinas de estiloides e concrescências cristalinas. Foram descritos 15 macropadrões cristalinos reunidos em três categorias. Os cristais foram classificados quimicamente como: puros de oxalato de cálcio e misturas entre oxalatos e sulfatos e entre oxalatos, sulfatos e sílica. Rosetas cristalinas, concrescências cristalinas silicificadas e 14 dos 15 macropadrões cristalinos descritos são registros inéditos para inclusões biominerais de Piper e Piperaceae. Os macropadrões cristalinos caulinares e foliares observados são constitutivos e úteis à separação interespecífica das espécies 8 estudadas. Ademais, os cristais desempenham funções relevantes para a autoecologia dos taxa de Piper analisados. Palavras-Chave: Cristais, MEV-EDS, Histoquímica, Quimiometria. Silicified crystal concretions and rosettes in Piper (Piperaceae): unpublished reports on their macropatterns Abstract Piper L. (Piperaceae) is monophyletic, with species of difficult taxonomic distinction, and thus tools that facilitate interspecific identification are needed. The aims of this study were to describe the macropatterns and characterize in situ the chemical composition of leaf and stem crystals of Piper arboreum Aubl. var. arboreum, P. callosum Ruiz & Pav. and P. tuberculatum Jacq., in order to evaluate the use of the crystals on interspecific distinction. Samples were submitted to analyses under light and scanning electron microscopies, energydispersive x-ray spectroscopic microanalyses, and histochemical tests. We observed cuneiform, tabular, cubic, and bipiramidal prismatic crystals; raphides; styloids; blocky crystal druses; styloid crystal rosettes; and crystal concretions. We described 15 crystal macropatterns, which were distributed along three categories. The crystals were chemically classified as: pure calcium oxalate; and mixtures of oxalates and sulfates, and of oxalates, sulfates and silica. Crystal rosettes, silicified crystal concretions, and 14 out of the 15 macropatterns described are unpublished reports on biomineral inclusions in Piper and Piperaceae. The stem and leaf crystal macropatterns observed are constitutive and useful for interspecific separation of the studied species. Moreover, the crystals present relevant functions for the autecology of the analyzed taxa from Piper. Keywords: Crystals, SEM-EDS, Histochemistry, Chemometrics. Introdução A biomineralização é um processo comum nos vegetais e ocorre no interior da câmara vacuolar dos idioblastos cristalíferos (Franceschi e Nakata 2005). Em geral, apenas um morfotipo cristalino ocorre por idioblasto, mas a coexistência de dois morfotipos cristalinos no mesmo idioblasto (idioblastos cristalíferos duplos) foi relatada (Lersten e 9 Horner 2011). O cálcio é predominante na biomineralização vegetal e minerais de cálcio compreendem cerca de 50% dos biominerais conhecidos (Weiner e Dove 2003). Sílica e cristais de oxalato e carbonato de cálcio estão entre os biominerais mais abundantes nos vegetais (Weiner e Dove 2003). Em contraste, cristais de sulfato de cálcio e oxalato de magnésio são citados como raros nos vegetais (He et al. 2012). Funções de balanço iônico celular; regulação osmótica; defesa vegetal contra herbivoria; suporte mecânico tissular; detoxificação de alumínio e metais pesados; captação e reflexão da energia solar são atribuídas aos cristais de oxalato de cálcio (Franceschi e Nakata 2005). Funções de remoção do excesso citosólico de magnésio e enxofre para cristais de oxalato de magnésio e sulfato de cálcio, respectivamente, e de defesa vegetal contra patógenos para cristais de sulfato de cálcio têm sido sugeridas (Pritchard et al. 2000; He et al. 2012). Os macropadrões cristalinos, por serem taxa específicos e determinados pela expressão gênica durante a ontogenia vegetal, são relevantes em investigações sistemáticas, filogenéticas e ecofisiológicas de várias famílias vegetais (Lersten e Horner 2011). No entanto, para Piperaceae, particularmente em Piper L., os cristais são descritos de forma genérica ou como observações incidentais. Estudos de Horner et al. (2012) demonstram que os macropadrões cristalinos possuem significância taxonômica e filogenética para Piper, além do valor funcional. Nesses estudos, análises in situ da composição química dos cristais são escassas ou ausentes embora sejam fundamentais para se compreender o significado funcional que possuem para a biologia das espécies. Piper é monofilético, com partes florais diminutas e uniformidade morfológica dos órgãos vegetativos que geram problemas taxonômicos ao grupo (Jaramillo e Manos 2001; Gogosz et al. 2012). Portanto, outras ferramentas podem ser úteis para a identificação específica. Deste modo, o presente trabalho objetivou descrever os macropadrões e caracterizar in situ a composição química dos cristais caulinares e foliares de Piper arboreum Aubl. var. arboreum, P. callosum Ruiz & Pav. e P. tuberculatum Jacq., visando avaliar o uso potencial dos cristais para a separação interespecífica. As possíveis funções biológicas dos cristais nessas três espécies foram também propostas. 10 Material e Métodos Amostras férteis de Piper arboreum var. arboreum, P. callosum e P. tuberculatum foram coletadas nas cidades de Manaus (AM) e Belém (PA). Foram analisados 14 indivíduos por espécie, sendo sete para cada área amostrada. Material testemunho foi depositado no herbário João Murça Pires (MG) do Museu Paraense Emílio Goeldi com as seguintes especificações: P. arboreum var. arboreum (MG 206890), P. callosum (MG 206892) e P. tuberculatum (MG 206891). Duplicatas foram também depositadas no herbário do Instituto Nacional de Pesquisas Amazônicas (Herbário INPA). Para o estudo dos biominerais, amostras retiradas ao longo da lâmina (nervura central, margem e região entre nervura central e margem), do pecíolo e da bainha (regiões proximal, distal e mediana) de folhas totalmente expandidas do 4º nó, bem como da região mediana de caules do 4º entrenó, foram lavadas exaustivamente com água ultrapura após coleta e, em seguida, fixadas em F.A.A.70 (formaldeído PA, ácido acético PA e etanol 70%, 1:1:18 (v/v)) por 24 horas, sob vácuo, lavadas e conservadas em etanol 70% (Johansen 1940). Para a análise em microscopia de luz, amostras desidratadas em série butílica terciária, infiltradas e incluídas em Paraplast® (Johansen 1940) foram seccionadas transversalmente, com 14 µm de espessura, em micrótomo rotativo de avanço automático (Leica® RM 2245, Leica Biosystems Nussloch GmbH, Nussloch, Alemanha), sendo parte das secções montada sem coloração em resina sintética Permount ® entre lâmina e lamínula e a outra, destinada aos testes histoquímicos. As fotomicrografias por luz transmissível e polarizada foram obtidas com câmera fotográfica digital (Motic 2.500, Motic Group Co., LTD., Hong Kong, China) acoplada ao microscópio óptico (Motic BA 310, Motic Group Co., LTD., Hong Kong, China). Para a caracterização da natureza aniônica dos cristais, foram utilizados testes histoquímicos de solubilidade ácida (Chamberlain 1932), submetendo-se secções ao ácido acético PA e ao ácido nítrico aquoso 10% (v/v) específicos para carbonato e oxalato, respectivamente, e de precipitação para sulfato (Johansen 1940), tratando-se secções com ácido clorídrico aquoso 10% (v/v), seguido de cloreto de bário aquoso 10% (p/v). Para a identificação de oxalato de cálcio na estrutura cristalina e verificação da pureza dos cristais em relação a esse mineral, foi utilizada a reação de Yasue (1969), tratando-se secções com ácido acético aquoso 5% (v/v) por 30 minutos, seguido da lavagem com água ultrapura e 11 imersão em nitrato de prata aquoso 5% (p/v) por 15 minutos. Posteriormente, as secções foram lavadas com água ultrapura; passadas pela série etanólica (de 30% a 70%); tratadas com ácido rubeânico (etanoditioamida) saturado em etanol 70% (p/v), contendo duas gotas de solução aquosa de amônia 28% (v/v) para cada 100 ml da solução, por 1 minuto e lavadas com etanol 70%. Testes-controle foram feitos, assim como observações de secções sem tratamento para a verificação do aspecto natural dos cristais (branco). Para a análise em microscópio eletrônico de varredura (MEV) e microanálises químicas espectroscópicas de raios-X por dispersão de energia (EDS: Energy Dispersive Spectroscopy), amostras desidratadas pela série etanólica crescente (Johansen 1940) foram processadas em ponto crítico de CO2, montadas em suportes metálicos através de fita de carbono dupla face e metalizadas com camada de ouro de 20 nm de espessura, por 150 segundos em corrente de 25 mA. As eletromicrografias de varredura foram obtidas por captura em microscópio eletrônico (Leo 1450 VP, Leo Electron Microscopy LTD., Cambridge, Reino Unido), utilizando-se detector de elétrons secundários, aceleração eletrônica de 25 kV, distância de trabalho de 15 mm e alto vácuo. As microanálises químicas por EDS, realizadas nos cristais e em células sem cristais (controle) amostrados aleatoriamente, foram feitas com detector de raios-X Gresham de Si(Li) (Sirius 10/7.5, Gresham Scientific Instruments, London, Reino Unido) acoplado ao mesmo MEV e nas mesmas condições de operacionalidade para a captura das eletromicrografias. Foram considerados significativos, os picos de absorbância (Pa) que indicavam concentração química elementar relativa ≥ 0,5% e intervalo de erro 0-1. Foram analisados de 20 a 30 cristais para cada morfotipo observado e os espectros apresentados foram os mais representativos para os padrões de composição química elementar (PCE) verificados. Todos os reagentes utilizados foram de grau analítico. O preparo de todas as soluções utilizadas e as lavagens realizadas durante os protocolos foram feitas com água ultrapura (resistividade 18,2 MΩ-cm a 25 °C) obtida por sistema Milli-Q (Direct-Q® 3 UV-R, Merck Millipore, Darmstadt, Alemanha). Para avaliar o grau de similaridade entre os morfotipos de cristais observados, foi realizada uma análise quimiométrica com base nos dados de EDS e histoquímicos obtidos in situ, utilizando-se o método de análise hierárquica de agrupamento (HCA: Hierarchical Cluster Analysis) feito com o auxílio do programa Minitab versão 14 (Minitab Inc., USA). Para a nomenclatura dos macropadrões cristalinos, foram utilizadas siglas. Os tecidos e as regiões dos órgãos e/ou estruturas vegetais, nos quais os morfotipos cristalinos ocorrem, foram sobrescritos ao morfotipo cristalino. Os tecidos foram relatados fora de 12 parênteses e separados por ponto. As regiões dos órgãos e/ou estruturas vegetais foram relatadas entre parênteses e separadas por ponto e vírgula. Macropadrões cristalinos sucessivos foram separados por barra horizontal, correspondendo a uma categoria (Tabela 2). A tipificação morfológica dos cristais foi feita segundo Metcalfe (1983), Lersten e Horner (2011) e He et al. (2012). A notação científica e classificação dos cristais com base nos PCE por EDS seguiram He et al. (2012). Resultados Cristais com formas variadas foram visualizados em idioblastos cristalíferos caulinares e foliares das espécies de Piper analisadas, exceto no caule de P. callosum (Figura 1). Foram observados ráfides (Figura 1A); estiloides (Figura 1B); cristais prismáticos cuneiformes (Figura 1C), tabulares (Figura 1D), cúbicos (Figura 1E) e bipiramidais (Figura 1F); drusas de cristais em bloco (Figura 1G); rosetas cristalinas de estiloides (Figura 1H) e concrescências cristalinas (Figura 1I). Concrescências cristalinas, ráfides, cristais prismáticos bipiramidais e rosetas cristalinas de estiloides foram específicos para P. arboreum var. arboreum, P. callosum e P. tuberculatum respectivamente. Entre as três espécies de Piper, P. tuberculatum foi a que teve maior diversidade estrutural de cristais (Tabela 1). Idioblastos cristalíferos duplos foram observados, não havendo um padrão de associação entre morfotipos cristalinos, e.g. estiloides com cristais prismáticos cúbicos ou cuneiformes (Figuras 1E, 3H). Ráfides, drusas de cristais em bloco, rosetas cristalinas de estiloides e concrescências cristalinas não coexistiram com outro morfotipo cristalino. Os demais cristais observados estavam ou não associados a outros morfotipos cristalinos. Quinze macropadrões cristalinos, reunidos em três categorias, foram reconhecidos dentre os cristais caulinares e foliares das três espécies de Piper (Tabelas 1, 2). Em geral, os macropadrões cristalinos foram característicos para cada espécie, salvo os macropadrões ETPF(Bf;Pc;Nc;Mc), comum entre P. arboreum var. arboreum e P. tuberculatum, e DCBMs, comum entre P. callosum e P. tuberculatum. As categorias dos macropadrões cristalinos foram espécie-específicas. Ráfides e drusas de cristais em bloco foram os únicos morfotipos cristalinos que não possuíram localização restrita ao parênquima fundamental, pois ocorreram também na hipoderme da lâmina foliar e no mesofilo respectivamente (Tabelas 1, 2). 13 As microanálises por EDS mostraram cinco PCE aos cristais caulinares e foliares das espécies de Piper analisadas (Figura 2, Tabela 3). O PCE 1 (Ca;C;O) consistiu de Pa de cálcio (Ca) elevado, de oxigênio (O) intermediário e de carbono (C) discreto (Figura 2A). O PCE 2 (Ca;Mg;C;O) apresentou Pa de Ca e C elevados, de O intermediário e de magnésio (Mg) baixo (Figura 2B). O PCE 3 (Ca;S;C;O) mostrou Pa de C elevado, de Ca e O discretos e de enxofre (S) baixo (Figura 2C). O PCE 4 (Ca;Mg;S;C;O) consistiu de Pa de C elevado, de Ca e O discretos, de S e Mg baixos (Figura 2D). O PCE 5 (Ca;Mg;K;Si;S;C;O) apresentou Pa de Mg elevado, de O intermediário, de potássio (K) discreto, de Ca, S, C e silício (Si) baixos, havendo ainda o registro de baixos Pa para manganês (Mn), titânio (Ti) e alumínio (Al) (Figura 2E). O espectro do EDS das células sem cristais (controle) mostraram Pa de C elevado, de O discreto e de ouro (Au) baixo (Figura 2F, padrão controle), confirmando que os Pa de Ca, Mg, K, Si, S, Mn, Ti e Al foram oriundos apenas dos cristais e os Pa de C e O resultaram tanto dos cristais como das células-controle. Os Pa de Au foram provenientes da metalização das amostras. O PCE 1 ocorreu em quase todos morfotipos cristalinos, com exceção das concrescências cristalinas. Os PCE 2 e 4 foram observados nos cristais de P. callosum e P. tuberculatum. Os PCE 3 e 5 foram específicos aos cristais de P. arboreum var. arboreum. Os cristais nos idioblastos cristalíferos duplos tiveram PCE iguais. Cristais do mesmo morfotipo de alguns idioblastos cristalíferos adjacentes, como as ráfides da hipoderme abaxial da lâmina foliar de P. callosum, possuíram PCE diferentes (Tabelas 1, 3). Os testes histoquímicos indicaram que os cristais caulinares e foliares das três espécies de Piper pertenciam a duas naturezas aniônicas, oxalato e sulfato (Tabela 3). Os morfotipos cristalinos com PCE 1 e oxalato positivos foram classificados como oxalato de cálcio. Os morfotipos cristalinos com PCE 2 e oxalato positivos foram possíveis misturas entre oxalato de cálcio e oxalato de magnésio, sendo classificados como oxalato de cálcio.oxalato de magnésio. Os morfotipos cristalinos com PCE 3, 4 e 5 e oxalato-sulfato positivos foram possivelmente misturas complexas entre oxalatos e sulfatos (cristais com PCE 3 e 4) e entre oxalatos, sulfatos e sílica (cristais com PCE 5), sendo classificados como oxalato.sulfato de cálcio (cristais com PCE 3), oxalato.sulfato de cálcio.oxalato de magnésio (cristais com PCE 4) e oxalato.sulfato de cálcio.oxalato de magnésio.sílica (cristais com PCE 5). Cristais de todos os morfotipos e PCE apresentaram reação de Yasue positiva (Figura 3A-E, Tabela 3). A reação foi fortemente positiva, com coloração preta intensa, nos 14 cristais com PCE 1 e oxalato positivos, caracterizando-os como cristais puros de oxalato de cálcio (Figuras 3A, 3B), e fracamente positiva, com coloração em tons de marrom, nos cristais com PCE 2 e oxalato positivos, PCE 3, 4 e 5 e oxalato-sulfato positivos, caracterizando-os como cristais de composição química mista com presença de oxalato de cálcio na estrutura cristalina (Figura 3C-E). Os cristais caulinares e foliares das três espécies de Piper, exceto a concrescência cristalina, apresentaram anisotropia óptica ao serem analisados com luz polarizada, birrefringindo com diferentes cores de interferência ao giro de 360º do polarizador analisador (Figura 3F-J). Cristais puros de oxalato de cálcio birrefringiram com cor branca de alta luminosidade (Figuras 3F, 3G). Cristais de composição química mista birrefringiram com cores de interferência variadas (Figura 3H-J). A quimiometria por HCA organizou os morfotipos cristalinos caulinares e foliares das espécies de Piper analisadas em oito grupos (Figura 4). Os níveis de distanciamento Euclidiano variaram entre 0,00 e 3,76 com valores de similaridade entre 27,28 e 100,00. Entre os morfotipos cristalinos, cristais prismáticos bipiramidais, drusas de cristais em bloco e rosetas cristalinas de estiloides tiveram a maior similaridade (100,00). A menor similaridade (27,28) ocorreu para as concrescências cristalinas. Discussão Piper arboreum var. arboreum, P. callosum e P. tuberculatum possuem cristais com formas diversificadas nos órgãos vegetativos aéreos, citados como padrões morfológicos aos cristais (Metcalfe 1983). Entre as formas cristalinas descritas, concrescências cristalinas não são consideradas morfotipos padrões, mas sim uma nova forma de agregado cristalino com estrutura atípica (Lersten e Horner 2011). Rosetas e concrescências cristalinas são registradas pela primeira vez para Piper e Piperaceae, não sendo relatadas em descrições anatômicas anteriores (Solereder 1908; Metcalfe e Chalk 1950; Gogosz et al. 2012). Piper carece de informações taxonômicas adicionais, pois apenas a morfologia das partes reprodutivas e vegetativas não é suficiente à distinção das espécies e, tais achados, se somarão as demais características micromorfológicas com fins taxonômicos. Similarmente, são as descrições morfológicas stricto sensu feitas para as drusas e aos cristais prismáticos, geralmente negligenciados ao grupo. 15 Os idioblastos cristalíferos duplos observados nas três espécies de Piper analisadas já foram mencionados para outras espécies de Piper (Horner et al. 2012), bem como para espécies pertencentes a famílias filogeneticamente distintas (Solereder 1908; Lersten e Horner 2004; Lersten e Horner 2011), sugerindo que idioblastos cristalíferos duplos não são meros eventos de desenvolvimento, raro ou anômalo, mas sim células cristalíferas altamente especializadas e com capacidade genética de produzirem duas formas cristalinas distintas, atuando como marcadores anatômicos nas espécies em que ocorrem (Lersten e Horner 2011; Horner et al. 2012). A ocorrência de macropadrões cristalinos comuns entre as espécies de Piper em questão refutam a afirmação que cristais com formas variadas, quando localizados no mesmo órgão, ocorrem em diferentes tecidos ou regiões (Franceschi e Nakata 2005). Características semelhantes foram observadas em espécies de Peperomia Ruiz e Pav. (Horner et al. 2009), Piper (Horner et al. 2012 ), Fagaceae (Lersten e Horner 2008) e Fabaceae (CervantesMartinez et al. 2005; Lersten e Horner 2007; He et al. 2012). Entre os 15 macropadrões cristalinos aqui reconhecidos para as espécies de Piper estudadas, apenas o macropadrão DCBMs foi anteriormente descrito para Piper (Horner et al. 2012). Os macropadrões cristalinos nas Angiospermas são característicos para famílias, subfamílias, tribos, gêneros e espécies por estarem sob forte regulação genética (Franceschi e Nakata 2005; Lersten e Horner 2011; Horner et al. 2012). Para Piperaceae, estudos sobre macropadrões cristalinos estão em fase inicial e, ao lado da presente contribuição, há apenas duas publicações (Horner et al. 2009; Horner et al. 2012), uma delas sobre Piper (Horner et al. 2012) em que são descritos 10 macropadrões cristalinos distribuídos em três categorias. A precisão das estruturas e macropadrões cristalinos, assim como a constatação dos idioblastos cristalíferos duplos nas espécies de Piper estudadas corroboram a hipótese da imposição do genoma vegetal sobre o desenvolvimento morfológico dos cristais e reforçam a ideia que as espécies devem possuir programas específicos para fazê-lo, nos diversos órgãos vegetativos e reprodutivos e, até mesmo, em diferentes células do mesmo tecido e/ou órgão (Franceschi e Nakata 2005). O fato dos cristais das espécies de Piper em questão serem quimicamente puros ou misturas revela que mais de um hábito cristalino, com base na composição química, pode ocorrer na mesma planta e que os biominerais não são necessariamente de sílica, carbonato e oxalato de cálcio (He et al. 2012). Cálcio é o elemento químico prevalente nos cristais das espécies de Piper analisadas e oxalato de cálcio, o mineral em comum, independe se os cristais são puros ou 16 não. Isto porque o cálcio na forma divalente (Ca2+) constitui o principal cátion disponível nos vacúolos ao processo de biomineralização, estando os biominerais de cálcio entre os mais citados, e.g. os cristais de oxalato de cálcio estão presentes em no mínimo 75% das Angiospermas (Weiner e Dove 2003; Franceschi e Nakata 2005; He et al. 2012). Os cristais de sulfato de cálcio e oxalato de magnésio presentes nas espécies de Piper estudadas podem ser considerados naturais, pois foram coletadas amostras foliares e caulinares em excelente estado de fitossanidade, provenientes de ambiente no qual não há ocorrência de chuva ácida. Tal tipo de formação é rara, e havia sido anteriormente atribuída como precipitações secundárias decorrentes de chuva ácida e infecções patogênicas respectivamente (Pritchard et al. 2000; He et al. 2012). Afora as especulações ecofisiológicas sobre a natureza química de minerais biogênicos, as diferenças de solubilidade entre os sais podem explicar a presença dos cristais de sulfato e oxalato identificados nas espécies de Piper estudadas. O sulfato de cálcio, com constante do produto de solubilidade (Kps) igual a 4,93 10-5 (Lide 2005), é cerca de 20.000 vezes mais solúvel que o oxalato de cálcio, com kps = 2,32 10-9 (Lide 2005), o que pode justificar a prevalência dos cristais de oxalato de cálcio nas Angiospermas como citado por Weiner e Dove (2003), Franceschi e Nakata (2005) e He et al. (2012). De maneira análoga, o sulfato de magnésio, com solubilidade (s) de 0,357 g ml-1 de água a 25 ºC (Lide 2005), é cerca de 900 vezes mais solúvel que o oxalato de magnésio, com s = 0,00038 g ml-1 de água a 25 ºC (Lide 2005), o que explica a não constatação, até então, de cristais de sulfato de magnésio nos vegetais quando presentes, no mesmo padrão espectral, Pa de Ca, Mg, S, C e O. Como a solubilidade do sulfato de cálcio, s = 0,00205 g ml-1 de água a 25 ºC (Lide 2005), tem valor próximo, embora cerca de cinco vezes maior, à solubilidade do oxalato de magnésio e mesmo não sendo mensuradas as concentrações de Ca, Mg, oxalato e sulfato nos cristais analisados, em razão da natureza semiquantitativa do EDS, os dados aqui apresentados corroboram que os cátions cálcio e magnésio e os anions correspondentes oxalato e sulfato sejam precipitados como cristais de sais mais insolúveis, seguindo uma ordem crescente de solubilidade (oxalato de cálcio << oxalato de magnésio < sulfato de cálcio << sulfato de magnésio) e independente de fatores antropomórficos e/ou fitopatológicos. As birrefringências mostradas pelos cristais das três espécies de Piper são características anisotrópicas de cristais com os padrões químicos composicionais verificados (Hammond 2009). Cristais de composição química mista são referidos como não birrefringentes (He et al. 2012), devido a serem analisados sem rotação do polarizador analisador, impossibilitando, assim, avaliar os diferentes índices de refração que possuem, 17 pois apresentam alterações de propriedades ópticas em relação aos cristais puros (Hammond 2009). Concrescências cristalinas foram os únicos cristais que não mostraram birrefringência. Possivelmente, o conteúdo silicoso da sua composição química ocasionou opalescência da estrutura cristalina. A ocorrência de sílica nas inclusões biominerais de Piper é uma característica conflitante. Células silicosas na epiderme da lâmina foliar foram citadas para algumas espécies do gênero (Solereder 1908; Metcalfe e Chalk 1950) embora sem comprovações químicas. Picos de absorbância de silício verificados nos cristais de 63 espécies de Piper foram considerados inconclusivos, pois poderiam ser provenientes de paredes celulares (Horner et al. 2012). No presente estudo, a ausência de picos de absorbância de elementos químicos catiônicos no padrão espectral controle e a não birrefringência das concrescências cristalinas confirmam que esses cristais contêm sílica. A presença de sílica nas inclusões biominerais celulares de Piperaceae pode ser indicativa de simplesiomorfia com monocotiledôneas e plesiomorfia com eudicotiledôneas. Inclusões biominerais mistas entre oxalato de cálcio e sílica são somadas aos caracteres que sustentam a monofilia de várias famílias de Zingiberales (Baran et al. 2010), o que suscita a relevância de estudos direcionados para melhor investigar a ocorrência e elucidar os significados evolutivo e sistemático da sílica nos biominerais de Piper e Piperaceae. O agrupamento quimiométrico com grau de similaridade máxima entre morfotipos cristalinos distintos de mesma composição química evidencia que estrutura e composição química de cristais independem entre si. Se a estrutura de um cristal estivesse em função da sua composição química, distanciamentos Euclidianos mínimos seriam esperados entre morfotipos cristalinos de composição química idêntica tais como ráfides, cristais prismáticos cúbicos e cuneiformes, o que não ocorreu. A forma dos cristais é imposta pelo genoma vegetal e a composição química resultado da interação entre atividade biológica e meio ambiente (Weiner e Dove 2003; Franceschi e Nakata 2005), afirmações pela primeira vez constatadas através de análise estatística multivariada no presente estudo. O grau de maior dissimilaridade das concrescências cristalinas (27,28) foi ocasionado pela peculiaridade da sua composição química. Os cristais nas espécies de Piper estudadas podem estar atuando como auxiliares da rigidez tissular e defensores contra patógenos e herbívoros, pois os espécimes amostrados não tinham sinais de predação e infecção (observações de campo), e a bainha e lâmina foliares possuem poucos tecidos mecânicos (dados não publicados). Funções de remoção do excesso citosólico de cálcio, magnésio e enxofre nas três espécies de Piper; de potássio e silício em P. 18 arboreum var. arboreum, assim como de detoxificação de alumínio, manganês e titânio em P. arboreum var. arboreum são prováveis aos cristais com base na composição química elementar observada. Para as drusas do mesofilo, funções de captação da energia solar em P. arboreum var. arboreum e P. callosum, oriundas de ambiente umbrófilo, e reflexão em P. tuberculatum, desenvolvidas a pleno sol, são possíveis e já foram atribuídas para cristais de Piperaceae (Horner 2012; Horner et al. 2012). Conclusões A precisão estrutural e localização caulinar e foliar dos cristais das espécies de Piper em questão sugerem a imposição genética sobre o controle da biomineralização nessas espécies, o que faz dos macropadrões cristalinos observados caracteres úteis à separação interespecífica. Os cristais atuam como componentes anatômico e fisiológico relevantes para a autoecologia dos taxa de Piper analisados. Agradecimentos Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), pela concessão da bolsa de doutorado ao primeiro autor. Ao Dr. Hilton Tulio Costi e à Dra. Alba Lins, por permitirem, respectivamente, o uso dos Laboratórios de Microscopia Eletrônica de Varredura e de Anatomia Vegetal pertencentes ao Museu Paraense Emílio Goeldi para a realização das análises. À Dra. Elsie Franklin Guimarães do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, pela identificação botânica das espécies estudadas. Aos editores e revisores da Revista Acta Amazonica, pelas contribuições dadas ao artigo. 19 Bibliografia Citada Baran, E.J.; González-Baró, A.C.; Ciciarelli, M.M.; Rolleri, C.H. 2010. Characterization of biominerals in species of Canna (Cannaceae). Revista de Biologia Tropical, 58: 1507-1515. Cervantes-Martinez, T.; Horner, H.T.; Palmer, R.G.; Hymowitz, T.; Brown, A.H.D. 2005. Calcium oxalate crystal macropattern in leaves of species from groups Glycine and Shuteria (Glycininae; Phaseoleae; Papilionoideae; Fabaceae). Canadian Journal of Botany, 83: 1410– 1421. Chamberlain, C.J. 1932. Methods in plant histology. The University of Chicago Press, Chicago, 1932, 416p. Franceschi, V.R.; Nakata, P.A. 2005. Calcium oxalate in plants: formation and function. Annual Review of Plant Biology, 56: 41–71. Gogosz, A.M.; Boeger, M.R.T.; Negrelle, R.R.B.; Bergo, C. 2012. Anatomia foliar comparativa de nove espécies do gênero Piper (Piperaceae). Rodriguésia, 63: 405-417. Hammond, C. 2009. The basics of crystallography and diffraction. 3 ed. Oxford University Press, New York, 2009, 421p. He, H.; Bleby, T.M.; Veneklaas, E.J.; Lambers, H.; Kuo, J. 2012. Morphologies and elemental compositions of calcium crystals in phyllodes and branchlets of Acacia robeorum (Leguminosae: Mimosoideae). Annals of Botany, 109: 887–896. Horner, H.T. 2012. Peperomia leaf cell wall interface between the multiple hypodermis and crystal-containing photosynthetic layer displays unusual pit fields. Annals of Botany, 109: 1307-1315. Horner, H.T.; Wanke, S.; Samain, M-S. 2009. Evolution and systematic value of leaf crystal macropatterns: a phylogenetic approach in the genus Peperomia (Piperaceae). International Journal of Plant Sciences, 170: 343–354. Horner, H.T.; Wanke, S.; Samain, M-S. 2012. A comparison of leaf crystal macropatterns in the two sister genera Piper and Peperomia (Piperaceae). American Journal of Botany, 99: 983-997. Jaramillo, M.A.; Manos, P.S. 2001. 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CRC Press, Boca Raton, 2005, 2660p (www.hbcpnetbase.com). Acesso em 10/03/2014. Metcalfe, C.R. 1983. Secreted mineral substances-crystals. In: Metcalfe, C.R.; Chalk L. (Ed.). Anatomy of the dicotyledons. 2da ed. v.2. Clarendon Press, Oxford, p.83–97. Metcalfe, C.R.; Chalk, L. 1950. Anatomy of the dicotyledons. v.2. Clarendon Press, Oxford, 1950, 1500p. Pritchard, S.G.; Prior, S.A.; Rogers, H.H.; Peterson, C.M. 2000. Calcium sulfate deposits associated with needle substomatal cavities of container-grown longleaf pine (Pinus palustris) seedlings. International Journal of Plant Sciences, 161: 917–923. Solereder, H. 1908. Systematic anatomy of the dicotyledons. v.2. Clarendon Press, Oxford, 1908, 1182p. Weiner, S.; Dove, P. 2003. An overview of biomineralization processes and the problem of the vital effect. Reviews in Mineralogy and Geochemistry, 54: 1–29. Yasue, T. 1969. Histochemical identification of calcium oxalate. Acta Histochemica et Cytochemica, 2: 83–95. 21 TABELAS 22 Tabela 1. Morfotipos, padrões de composição química elementar e macropadrões dos cristais caulinares e foliares observados em Piper (Piperaceae). Hipoderme (Hp). Mesofilo (Ms). Parênquima fundamental (Pf). 1 (Ca;C;O). 2 (Ca;Mg;C;O). 3 (Ca;S;C;O). 4 (Ca;Mg;S;C;O). 5 (Ca;Mg;K;Si;S;C;O). Cálcio (Ca). Magnésio (Mg). Potássio (K). Silício (Si). Enxofre (S). Carbono (C). Oxigênio (O) Morfotipos cristalinos (Padrão de composição química elementar) Distribuição tissular por espécie P. arboreum Aubl. var. arboreum P. callosum Ruiz & Pav. P. tuberculatum Jacq. Ráfides (1) Ausentes Hp: face abaxial da lâmina foliar; Pf: nervura central Ausentes Ráfides (2) Ausentes Pf: bainha foliar e pecíolo Ausentes Ráfides (4) Ausentes Hp: face abaxial da lâmina foliar Ausentes Estiloides (1) Pf: bainha foliar, pecíolo e nervura central Pf: pecíolo Pf: pecíolo, nervura central e medula caulinar Estiloides (2) Ausentes Pf: bainha foliar Pf: bainha foliar Estiloides (3) Pf: medula caulinar Ausentes Ausentes Cristal prismático cuneiforme (1) Pf: pecíolo e nervura central Pf: bainha foliar Cristal prismático cuneiforme (2) Ausentes Ausentes Pf: bainha foliar e pecíolo Cristal prismático cuneiforme (4) Ausentes Pf: bainha foliar Ausentes Cristal prismático tabular (1) Pf: bainha foliar, pecíolo e nervura central Ausentes Pf: pecíolo, nervura central e medula caulinar Cristal prismático tabular (4) Ausentes Ausentes Pf: bainha foliar Cristal prismático cúbico (1) Ausentes Ausentes Pf: bainha foliar e emergências glandulares da bainha foliar Cristal prismático cúbico (2) Ausentes Pf: bainha foliar Ausentes Cristal prismático bipiramidal (1) Ausentes Ausentes Pf: bainha foliar, pecíolo e nervura central Drusa de cristais em bloco (1) Ms: clorênquimas paliçádico e lacunoso; Pf: bainha foliar Ms: clorênquimas paliçádico e lacunoso Ms: clorênquimas paliçádico e lacunoso Roseta cristalina de estiloides (1) Ausentes Ausentes Pf: nervura central Concrescência cristalina (5) Pf: medula caulinar Ausentes Ausentes Pf: bainha foliar, nervura central e medula caulinar 23 Tabela 2. Categorias dos macropadrões cristalinos caulinares e foliares observados em Piper (Piperaceae). Ráfides (RF). Estiloides (ET). Cristal prismático cuneiforme (CC). Cristal prismático tabular (CT). Cristal prismático cúbico (CCU). Cristal prismático bipiramidal (CBP). Drusa de cristais em bloco (DCB). Roseta cristalina de estiloides (RET). Concrescência cristalina (CCR). Bainha foliar (Bf). Hipoderme (Hp). Lâmina foliar (Lf). Emergências glandulares (Eg). Medula caulinar (Mc). Mesofilo (Ms). Nervura central (Nc). Pecíolo (Pc). Parênquima fundamental (Pf). Categorias dos macropadrões cristalinos Espécies 1- ETPf(Bf;Pc;Nc;Mc)|CCPf(Pc;Nc)|CTPf(Bf;Pc;Nc)|DCBPf(Bf).Ms|CCRPf(Mc) P. arboreum Aubl. var. arboreum 2- RFPf(Bf;Pc;Nc).Hp(Lf)|ETPf(Bf;Pc)|CCPf(Bf)|CCUPf(Bf)|DCBMs P. callosum Ruiz & Pav. 3- ETPf(Bf;Pc;Nc;Mc)|CCPf(Bf;Pc;Nc;Mc)|CTPf(Bf;Pc;Nc;Mc)|CCUPf(Bf;Eg(Bf))|CBPPf(Bf;Pc;Nc)|DCBMs|RETPf(Nc) P. tuberculatum Jacq. 24 Tabela 3. Composição química elementar e caracterização histoquímica dos morfotipos de cristais caulinares e foliares observados em Piper (Piperaceae). Não solúvel (NS). Parcialmente solúvel (PS). Solúvel (S). Solúvel com posterior formação de precipitado branco (SP). Cristais de composição química mista com presença de oxalato de cálcio na estrutura cristalina ((+)). Cristais puros de oxalato de cálcio ((++)). Ânion presente (+). Ânion ausente (-). Ráfides (RF). Estiloides (ET). Cristal prismático cuneiforme (CC). Cristal prismático tabular (CT). Cristal prismático cúbico (CCU). Cristal prismático bipiramidal (CBP). Drusa de cristais em bloco (DCB). Roseta cristalina de estiloides (RET). Concrescência cristalina (CCR). Cálcio (Ca). Magnésio (Mg). Potássio (K). Silício (Si). Enxofre (S). Carbono (C). Oxigênio (O). Ácido acético pró-análise (C2H4O2 PA). Ácido nítrico (HNO3). Ácido clorídrico (HCl). Cloreto de bário (BaCl2). Volume por volume (v/v). Peso por volume (p/v). Composição química elementar (Padrão) Morfotipos cristalinos RF ET CC X X X X X X CT X CCU X CBP X DCB X RET CCR X X X X X X X Testes histoquímicos Natureza aniônica C2H4O2 PA HNO3 10% (v/v) HCl 10% (v/v)/ BaCl2 10% (p/v) Reação de Yasue Carbonato Oxalato Sulfato Ca;C;O (1) NS S S (++) - + - Ca;Mg;C;O (2) NS S S (+) - + - Ca;S;C;O (3) NS PS SP (+) - + + Ca;Mg;S;C;O (4) NS PS SP (+) - + + Ca;Mg;K;Si;S;C;O (5) NS PS SP (+) - + + 25 FIGURAS 26 Figura 1. Eletromicrografias de varredura dos morfotipos de cristais observados nas secções transversais dos órgãos vegetativos aéreos de Piper L. (Piperaceae). P. arboreum Aubl. var. arboreum (D; G e I). P. callosum Ruiz & Pav. (A e E). P. tuberculatum Jacq. (B; C; F e H). Hipoderme abaxial da lâmina foliar (A). Parênquima fundamental da bainha foliar (C-G), da nervura central (B e H) e da medula caulinar (I). A. Ráfides. B. Estiloide. C. Cristal prismático cuneiforme. D. Cristal prismático tabular, notar a membrana da câmara vacuolar (seta). E. Cristal prismático cúbico, notar estiloides (setas). F. Cristal prismático bipiramidal. G. Drusa de cristais em bloco. H. Roseta cristalina de estiloides. I. Concrescência cristalina, notar a membrana da câmara vacuolar (setas). 27 Figura 2. Espectros das microanálises químicas por EDS (Energy Dispersive Spectroscopy) feitas nos cristais (A-E) e em células sem cristais (F) dos órgãos vegetativos aéreos de Piper (Piperaceae), mostrando os padrões de composição química elementar (PCE). A. PCE 1 (Ca;C;O). B. PCE 2 (Ca;Mg;C;O). C. PCE 3 (Ca;S;C;O). D. PCE 4 (Ca;Mg;S;C;O). E. PCE 5 (Ca;Mg;K;Si;S;C;O), notar Pa de Ti, Mn e Al. F. Padrão das células sem cristais (controle). Picos de absorbância (Pa). Pa de Au são resultantes da metalização das amostras. Cálcio (Ca). Magnésio (Mg). Potássio (K). Silício (Si). Enxofre (S). Carbono (C). Oxigênio (O). Titânio (Ti). Manganês (Mn). Alumínio (Al). Ouro (Au). Os espectros A, C, B, D e E foram obtidos dos cristais das figuras 1A, 1B, 1C, 1D e 1I respectivamente. 28 Figura 3. Fotomicrografias de secções transversais dos órgãos vegetativos aéreos de Piper (Piperaceae), evidenciando cristais com reação de Yasue positiva (A-E, luz transmissível) e anisotropia óptica (F-J, luz polarizada). P. arboreum Aubl. var. arboreum (E e J). P. callosum Ruiz & Pav. (D e I). P. tuberculatum Jacq. ( A-C; F-H). Lâmina foliar, região do mesofilo (B e G). Parênquima fundamental da bainha foliar (C; D; H e I), da lâmina foliar na região da nervura central (A e F) e da medula caulinar (E e J). A, B, F e G. Cristais puros de oxalato de cálcio, notar no inset estiloides com coloração preta intensa (A) e birrefringência branca de alta luminosidade (F), características desse padrão composicional. C-E e H-J. Cristais de composição química mista com presença de oxalato de cálcio na estrutura cristalina, notar coloração em tons de marrom (C-E) e birrefringência com cores de interferência variadas (H-J), características desse padrão composicional. Cristal prismático cuneiforme (CC). Cristal prismático tabular (CT). Estiloide (ET). Xilema birrefringente (X). Esclerênquima birrefringente ()٭. 29 Figura 4. Dendograma da quimiometria por HCA (Hierarchical Cluster Analysis) realizada nos morfotipos cristalinos dos órgãos vegetativos aéreos de Piper (Piperaceae). 1. Ráfides. 2. Estiloide. 3. Cristal prismático cuneiforme. 4. Cristal prismático tabular. 5. Cristal prismático cúbico. 6. Cristal prismático bipiramidal. 7. Drusa de cristais em bloco. 8. Roseta cristalina de estiloides. 9. Concrescência cristalina. 30 Capítulo 2 ___________________________________________________________________________ Silva, R.J.F.; Aguiar-Dias, A.C.A. & Mendonça, M.S. Piper callosum Ruiz & Pav., Piperaceae: macroscopic, microscopic and physicochemical analysis of leaves and stem for their quality control. Submetido a Brazilian Journal of Pharmacognosy. 31 Piper callosum Ruiz & Pav., Piperaceae: macroscopic, microscopic and physicochemical analysis of leaves and stem for their quality control Rolf J. F. Silva1*, Ana Cristina A. de Aguiar-Dias2, Maria Sílvia de Mendonça3 1 Programa de Pós-Graduação em Botânica, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Coordenação de Botânica, Manaus, AM, Brazil 2 Universidade Federal do Pará, Instituto de Ciências Biológicas, Belém, PA, Brazil 3 Universidade Federal do Amazonas, Faculdade de Ciências Agrárias, Manaus, AM, Brazil Correspondence: [email protected] Abstract: Piper callosum Ruiz & Pav., Piperaceae, popularly known as “elixir paregórico” and “matricá” in Brazil, is used in folk medicine to treat gonorrhea, general pain, and digestive disorders, and has repellent, astringent, diuretic, depurative, and haemostatic properties. Despite the fact that this plant is sold as a traditional phytotherapeutic product, we did not find reports on its quality control. We, therefore, performed macroscopic, microscopic, histochemical, and physicochemical analyses using standard methods to establish botanical authentication and purity degree parameters for leaves and stem of this species in two forms: medicinal plant and herbal drug. We observed the size, shape, color, texture, fracture surface and transection characteristics, leaf venation patterns, and calluses are valuable diagnostic characters to identify the herbal drugs when they are not ground or powdered. Since medicinal plants and herbal drugs did not differ anatomically, the following key anatomical characters for P. callosum can be used for diagnostic purposes of both types raw plant materials: epicuticular wax and cuticular flanges patterns; collenchyma features; fibers in the midrib; arrangement pattern of the vascular bundles of the midrib and petiole; shape of the midrib, leaf margin, petiole, and stem; occurrence of raphides; and morphology of the starch grains. Acid lipids, essential oils, oleoresins, steroids, tannins and flavonoids were histochemically identified. Total ash (leaves: 11.250%; stem: 5.250%), sulphated ash (leaves: 68.023%; stem: 12.500%), acid-insoluble ash (leaves: 2.820%; stem: 0.270%), 32 moisture (leaves: 8.600%; stem: 6.100%), loss on drying (leaves: 11.080%; stem: 8.585%), and pH (leaves: 5.570, stem: 5.277) values were determined. The order of analyzed metal levels in leaf and stem herbal drugs was Al>V>Cu>Mn>Cr>Ni. Similar levels of Cd and Co and low levels of Hg were found. Mo, Pb, Ti and As were below the detection limit. The results obtained should be used as quality control parameters for medicinal plants and herbal drugs of P. callosum. Keywords: secretory idioblasts, callosus emergences, histochemical screening, metal content, pharmacognostical features, raw plant material. Conflicts of interest: The authors declare no conflicts of interest. Introduction Piper callosum Ruiz & Pav., Piperaceae, popularly known as “elixir paregórico,” “óleo elétrico,” “ventre-livre,” “erva de soldado,” “panquilé,” “matricá” and “joão brandin” in Brazil (Andrade et al., 2009; Berg, 2010), is a shrub native to Bolivia, Brazil, Peru, and Colombia. In Brazil, it occurs in Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Distrito Federal, Mato Grosso, Espírito Santo, Rio de Janeiro, and Paraná States (Guimarães et al., 2014). In Brazilian folk medicine, P. callosum leaves and young stem are used in the form of infusion or poultice to treat dysmenorrhea, intestinal colic, diarrhea, nausea, toothache, rheumatic and muscular pain, mosquito bites, and gonorrhea, and have repellent, astringent, haemostatic, digestive, diuretic, and depurative properties (Andrade et al., 2009; Berg, 2010). At open-air markets in northern Brazil, vegetative aerial parts of P. callosum are sold fresh, dried, ground, and rarely powdered or as an ingredient in artisanal preparations called “garrafadas” for medicinal purposes. The plant is also cultivated in backyards and medicinal gardens (authors’ observations). A number of volatile and fixed phytoconstituents have been isolated from P. callosum, including alkaloid amides; terpenes, such as hydrocarbon monoterpenes, oxygenated monoterpenes, hydrocarbon sesquiterpenes, oxygenated sesquiterpenes, and steroids; and phenolics, such as oxygenated flavonoids and phenylpropanoids (Parmar et al., 1997; Facundo et al., 2004; Andrade et al., 2009). Studies of essential oils obtained from P. 33 callosum have demonstrated antifungal, insecticidal, and larvicidal activities (Andrade et al., 2009; Fanela, 2012). P. callosum, currently being traded as a traditional phytotherapeutic product, represents a promising medicinal plant for phytopharmaceutical development due to the ethnopharmacological evidence for the numerous popular medicinal uses attributed to this plant and of the pharmacological potential of its phytoconstituents. Despite this, we did not find any systematic reports of its quality control parameters. The quality of raw plant materials represents the first step for the establishment of minimum criteria of acceptance and is a pre-requisite for the production and registration of phytomedicines (ANVISA, 2010; Couto et al., 2013). Hence, the present work aimed to establish parameters of botanical authentication and purity degree for the quality control of P. callosum leaves and stem as raw plant materials in forms of medicinal plant and herbal drug. Materials and Methods Plant material Fertile samples (n = 14 specimens; 7 specimens per sampled area) of Piper callosum Ruiz & Pav., Piperaceae, were collected from natural populations of two Brazilian states: Manaus-AM, and Belém-PA. A voucher specimen (MG 206892) was deposited at the João Murça Pires (MG) Herbarium of the Emílio Goeldi Paraense Museum. Duplicates were deposited at the National Amazon Research Institute Herbarium (INPA Herbarium). The taxonomic identity was confirmed by Dr. Elsie Franklin Guimarães, specialist in Piperaceae (Rio de Janeiro Botanical Garden Research Institute). Preparation of the standard herbal drugs (SHD) Aerial parts of P. callosum (leaves from the 1st to 4th nodes and stem up to the 4th internode) were washed in 70% (v/v) ethanol and dried at 40 ºC in a hot-air oven (Sterilifer SX 1.5 DTMS) until reaching a constant weight (Oliveira and Akisue, 2003; Farmacopeia Brasileira, 2010). Part of the leaf and stem SHD were ground to a powder in a knife mill. The whole and powdered SHD were stored at room temperature in airtight, light-resistant containers (WHO, 1998; Farmacopeia Brasileira, 2010). 34 Pharmacobotanical analysis Macroscopic and organoleptic characterization was performed on the whole and powdered SHD using standard methods (WHO, 1998; Oliveira and Akisue, 2003; Farmacopeia Brasileira, 2010). The leaf herbal drugs were rehydrated (Costa, 2000), clarified, and stained (Monteiro et al., 1979) for observation of the leaf venation. The photomacrographs were obtained using a digital camera (Nikon D 3100). The stereoscopic photomicrographs by reflective light (RL) and by differential interference contrast (DIC) were captured with a digital camera (Motic 2500) attached to a stereoscopic microscope (Motic SMZ-168) using Motic Images Plus 2.0 software. Microscopic characterization was performed on the SHD and fresh plant materials. For the latter, leaf (fully expanded mature leaves from the 4 th node) and stem (from the 1st to 4th internodes) samples were obtained according to Silva et al. (2014), fixed in NBFneutral buffered formalin (Lillie, 1965) and buffered glutaraldehyde/osmium tetroxide (Souza, 1998), and preserved (Johansen, 1940). NBF and glutaraldehyde/osmium tetroxide-fixed samples were used for light microscopy (LM) and scanning electron microscopy (SEM) observations, respectively. Epidermal peels of the leaf blade were obtained through maceration in Jeffrey’s solution, stained with astra blue, and mounted on glass slides with glycerol jelly (Johansen, 1940). Samples were infiltrated and embedded in methacrylate resin (Historesin, Leica®), and sectioned in a rotary, auto-advance microtome (Leica® RM 2245). The histological sections (transverse and longitudinal, 1.5-3.5 µm thick) were stained with citrate-buffered toluidine blue, pH 4.7 (O’Brien et al., 1964), and mounted on glass slides with synthetic resin (Permount-Fisher®) for structural characterization. Histological sections from fresh plant materials were made by hand with a steel razor and used for histochemical screening (Chart 1). For all tests, standard control procedures were carried out simultaneously using the same procedures, and untreated sections were used to verify the natural coloration of the analyzed tissues (white). The photomicrographs by transmitted and polarized light were obtained with a digital camera (Motic 2500) attached to an optical microscope (Motic BA 310) equipped with an epifluorescence unit. The SEM analysis followed the procedures described by Silva et al. (2014). Samples boiled in chloroform for one hour for partial or total removal of waxy deposits were also used. A Leo 1450 VP scanning electron microscope was used for the observations and capture of images. 35 Microscopic characterization of the SHD was performed by LM and SEM. The whole SHD were rehydrated (Costa, 2000) and submitted to the above-mentioned methods, apart from histochemical screening. The powdered SHD were processed according to WHO (1998) and Farmacopeia Brasileira (2010) for LM observations. For SEM observations, samples were mounted on SEM metal stubs, following procedures described by Silva et al. (2014). Pharmacognostical analysis Pooled samples of the SHD were used for the physicochemical analysis. The total ash, acid-insoluble ash, sulphated ash, pH, moisture (Azeotropic method) and loss on drying (INFRATEST) were determined using standard procedures (WHO, 1998; Farmacopeia Brasileira, 2010). The analytical method to determine the selected metals (Al, Cd, Co, Cr, Cu, Mn, Mo, Ni, Pb, Ti, V, Hg and As) followed Pratsmoya et al. (1997), and the measurements were performed by inductively coupled plasma optical emission spectrometry (ICP-OES) using a VARIAN model VISTA-MPX spectrometer for Al, Cd, Co, Cr, Cu, Mn, Mo, Ni, Pb, Ti and V, and a THERMO model ICAP 6000 spectrometer for Hg and As. Standard Reference Material (SRM 1547: peach leaves) from the National Institute of Standard and Technology (NIST) was used for validation of the applied analytical method using the same procedures. All reagents were of analytical grade. Ultrapure water (18.2 MΩ-cm at 25 °C) from a Milli-Q system (Merck Millipore) was used. All determinations were performed in triplicate, and the results were expressed as mean ± standard deviation (mean ± S.D.). Adopted terminology The definitions of raw plant material, medicinal plant, herbal drug, and traditional phytotherapeutic products followed ANVISA (2014). For the macroscopic characterization of the SHD, terminology from Hickey (1973), WHO (1998), Oliveira and Akisue (2003), and Farmacopeia Brasileira (2010) was adopted. The distal end of the petiole was named leaf sheath following Tebbs (1989a). The leaf venation patterns were based on Hickey (1973). The anatomical features were described according to Metcalfe and Chalk (1950; 1979), Fahn (1979; 1990), Evert (2006) and Potiguara et al. (2013). 36 Results Pharmacobotanical characterization The herbal drugs of whole leaves are complete, i.e. with leaf blade, petiole, and leaf sheath; ca. 3.4-8.7 cm long and 1.2-4.6 cm wide; wrinkled or folded; friable in texture; greenish in color on both faces, somewhat bright on the adaxial face; characteristic aromatic odor; taste predominantly characteristic aromatic, turning slightly bitter, and ending slightly spicy. The herbal drugs of powdered leaves are dark-green in color and have the same odor and taste as the whole herbal drugs (Figure 1 A and Q). Leaf blade is ca. 5-9.6 cm long and 2.5-4.9 cm wide; symmetric; ovate-elliptical; entire margin; acuminate apex; cuneate base with callus in basilaminar position on each side of the adaxial face; surface rough to the touch on abaxial face; surface glabrous to the eye on both faces; smooth-granular fracture surface; prominent veins on both faces, mainly on the abaxial face; eucamptodromous major venation; veins branched until 6º order; incomplete marginal ultimate venation; linear or curved simple veinlets; veinlets branched x1-3; irregular areoles with imperfect development and random arrangement (Figure 1 B-J). Petiole is ca. 0.1-0.7 cm long and 0.05-0.1 cm wide; curved or twisted; inserted laterally; surface longitudinally striate to the eye on both faces; concave-convex in transection, with lignified elements in U-shaped pattern (Figure 1 B, K-N). Leaf sheath is ca. 0.025-0.3 cm long and 0.05-0.4 cm wide; concave-convex; surface smooth on the adaxial face and longitudinally striate on the abaxial face to the eye (Figure 1 K, L, O and P). The herbal drugs of whole stem have evident nodes; surface smooth to the touch; surface glabrous and longitudinally finely striate to the eye; greenish in color; characteristic aromatic odor; taste predominantly characteristic aromatic and ending slightly spicy. The herbal drugs of powdered stem are somewhat fibrous, mixed in color, ranging from yellowish green to gray with black spots, and present the same odor and taste as the whole herbal drugs (Figure 2 A, B and I). 1st and 2nd internodes easily broken, with smooth-granular outer fracture surface, and predominantly granular inner fracture surface. In transection, they show primary growth; irregular shape; outer region of the section greenish brown in color; inner region of the section green in color, with yellowish spots; outer and inner lignified elements with no defined arrangement (Figure 2 C-E). 37 3rd and 4th internodes easily broken, with smooth outer fracture surface, and predominantly granular inner fracture surface. In transection, they show initial secondary growth; circular shape; outer region of the section dark-green in color; inner region of the section mixed in color, with brownish yellow central area, and greenish brown elliptical peripheral areas with yellowish spots separated by yellowish strands; inner lignified elements arranged in two concentric circles (Figure 2 F-H). Fresh leaves and stem and their herbal drugs did not differ anatomically. In frontal view, the anticlinal epidermal cell walls of the leaf blade are straight to wavy on the adaxial face and sinuous on the abaxial face. The cuticle is smooth, with continuous plate of granular epicuticular wax parallel to the epidermal surface on both faces (Figure 3 A-C). The leaves are hypostomatic and possess tetracytic and cyclocytic (with four or five subsidiary cells) stomata (Figure 3 C-E). Sunken, sac-like glandular trichomes are coated with smooth cuticle and occur randomly spread on both faces of the leaf epidermis. They are bicellular with a chalice-like lignified short basal cell encircled by epidermal cells and a saclike secretory apical cell, which lies upon the epidermal surface (Figure 3 F). Transections showed that the leaf epidermis is uniseriate on both faces. The cuticle is thickened, except in the leaf sheath, and forms V-shaped flanges on both faces of the petiole and on the abaxial face of the leaf sheath (Figures 4 A and E; 5 D; 6 C). Stomata are raised above the level of the other epidermal cells and have guard cells with piriformis lumen and horn-like outer ledges (Figure 4 D). Uniseriate hypodermis occurs on both faces of the leaf blade and is replaced by sclerenchyma in the leaf margin. Some hypodermal cells on the abaxial face contain raphides (Figure 4 A, B, E, H and I). The mesophyll is dorsiventral with one-layered palisade parenchyma on the adaxial face and three-layered spongy parenchyma on the abaxial face. It is relatively undifferentiated in the leaf margin. Minor collateral vascular bundles are encircled by parenchymatic sheath. Druses are observed (Figure 4 A, B and H). The midrib in transection is biconvex with 1-2 layers of fibers occurring immediately beneath the epidermis on both faces. The palisade parenchyma cells become gradually shorter toward the middle region. The hypodermal cells, present only on the adaxial face, are comparatively smaller than those of the inter-vein regions. Collateral vascular bundles in a straight line are centrally embedded in the ground parenchyma and encircled by parenchymatic sheath, with fibers in the xylem and phloem poles (Figure 4 E). Raphides are observed in the ground parenchyma (Figure 4 F). The leaf margin in transection is revolute. 38 Sclerenchyma cells, mainly fibers, replace the mesophyll and occupy the distal region (Figure 4 G-I). The petiole in frontal view possesses epidermis coated with smooth cuticle on both faces. Scattered non-ornamental epicuticular wax occurs in crusts on the adaxial face and in plates parallel to the epidermal surface on the abaxial face (Figure 5 A and B). The petiole in transection resembles an arch in shape (Figure 5 C). Continuous strata of lamellar collenchyma are located immediately beneath the epidermis (Figure 5 D). Collateral vascular bundles in an arch-shaped pattern are embedded in the peripheral ground parenchyma. One or two minor collateral vascular bundles encircled by parenchymatic sheath occur on the abaxial face, located externally to the other bundles (Figure 5 C and E). Prismatic crystals and raphides occur throughout the ground parenchyma (Figure 5 F). Transections of the base of the leaf blade showed that calluses are structures of the petiole. The dermal, fundamental, and vascular tissues of calluses originate from the tissue systems of the petiole (Figure 5 G). The epidermis is coated with thick cuticle and has cell protuberances that consist of phenolic-containing cells in periclinal and anticlinal divisions, forming what somewhat resembles meristem at some sites (Figure 5 G-I). Continuous strata of lamellar collenchyma occur beneath the cell protuberances and coalesce into the enlarged distal end of the calluses, wholly occupying this region (Figure 5 G and H). The vascular system consists of xylem and phloem, either as transverse commissures or as inconspicuous collateral vascular bundles embedded in the ground parenchyma (Figure 5 J). The leaf sheath in frontal view presents epidermis coated with smooth cuticle on both faces (Figure 6 A). The leaf sheath in transection is concave-convex (Figure 6 B). The epidermal cells are vertically elongated on the adaxial face (Figure 6 D). Continuous strata of lamellar collenchyma occur immediately beneath the epidermis on both faces (Figure 6 C-E). Collateral vascular bundles in an arc are embedded in the ground parenchyma. Two or three minor collateral vascular bundles may occur on the abaxial face, located externally to the other bundles (Figure 6 B and C). Prismatic crystals and raphides are observed in the ground parenchyma (Figure 6 F). The stem epidermis in frontal view presents smooth cuticle. Aggregate crusts of non-ornamental epicuticular wax occur on epidermal surface (Figure 7 A). Sac-like glandular trichomes like those described for the leaf epidermis are rarely observed. The stem growth is predominantly primary from the 1st to 2sd internodes and inconspicuously secondary from the 3rd to 4th internodes (Figure 7 B-I). 39 The stem in transection is elliptical with wavy outline regardless of the type of growth (Figure 7 B). The uniseriate epidermis is coated with thick cuticle that forms V-shaped flanges (Figure 7 D). Lenticels in initial developmental stage protrude above the stem surface (Figure 7 C). The cortex consists of continuous strata of lamellar collenchyma, collenchymatous fibers, and ground parenchyma (Figure 7 C and D). The collenchyma occurs immediately beneath the epidermis, and the inner collenchyma cells are differentiated as fibers (Figure 7 D). The collateral vascular bundles are arranged in two concentric circles (Figure 7 C and E). The peripheral circle of bundles is bound internally and separated from the pith by a sinuous zone of fibers (Figure 7 C). The phloem pole may present fibers (Figure 7 C). The medullary bundles are encircled by parenchymatic sheath, and some may present a fiber cap next to the xylem (Figure 7 C and E). The pith is parenchymatic, in which amyloplasts with convex-biconcave aggregate starch grains occur (Figure 7 E and F). Fascicular and interfascicular cambia occur from the 3 rd internode (Figure 7 G and H). In the 4th internode, the secondary growth is restricted to the peripheral vascular region. Both xylem and phloem become radially elongated and remain organized as collateral bundles separated by parenchymatic rays. The fiber zone is interrupted, and the fiber cap next to the xylem is formed (Figure 7 I). The epidermal, cortical, and medullary features remain as previously described. The secretory idioblasts have a spherical to elliptical shape, and their cell wall presents a trilamellar structural aspect with a lignified intermediary layer (Figure 9K). They occur in the mesophyll (Figure 4 A, C and G), in the ground parenchyma of the midrib (Figure 4 E), among the sclerenchyma cells situated beneath the epidermis on the adaxial face of the leaf margin (Figure 4 H), in the ground parenchyma and collenchyma of the petiole and leaf sheath (Figures 5 D; 6 E; 8 M), in the ground parenchyma of the calluses (Figure 5 G), and in the cortical and medullary ground parenchyma of the stem (Figure 7 C and E). Secretory idioblasts are also observed in the phloem and xylem parenchyma of leaf and stem vascular bundles. In the xylem parenchyma, they have a generally wavy outline (Figures 5 E; 7 C and G; 8 I). The histochemical tests indicated that the secretion is heterogeneous and rich in lipids, mainly acid lipids, in the glandular trichomes, secretory idioblasts, and calluses (Chart 2, Figure 8 A-F). Essential oils, oleoresins, mixture of essentials and resins, and steroids (Chart 2, Figure 8 G-M) as well as tannins and flavonoids (Chart 2, Figure 8 N-S) were identified. The other histochemical tests rendered negative results (Chart 2). 40 The herbal drugs of powdered leaves possess leaf blade fragments with straight to wavy (adaxial face) or sinuous (abaxial face) anticlinal epidermal cell walls, sac-like glandular trichomes encircled by epidermal cells, tetracytic and cyclocytic stomata (abaxial face), smooth cuticle, continuous plates of granular epicuticular wax parallel to the epidermal surface, raphides, and secretory idioblasts of acidophilic content. Isolated secretory idioblasts of acidophilic or yellowish-colored content and tracheary elements with annular wall thickening are also observed (Figure 9 A-G). The herbal drugs of powdered stem have isolated fibers, fiber bundles, and blackish-colored particles as predominant elements. Also present are fragments with very thick and straight to wavy anticlinal epidermal cell walls, smooth cuticle, and aggregate crusts of non-ornamental epicuticular wax; tracheary elements with helical wall thickening; secretory idioblasts of acidophilic content; and non-aggregate convex-biconcave starch grains (Figure 9 H-L). Pharmacognostical characterization The levels of volatile and inorganic matter were comparatively higher in the leaf herbal drugs than in the stem herbal drugs. The stem herbal drugs resulted in a high reduction of the pH value of the distilled water (Table 1). The distilled water used had a pH of 7.010 ± 0.032. The highest concentrations of most of the examined metals, except for Cd and Cr, were observed in the leaf herbal drugs. For the leaf herbal drugs, the metals with high concentrations were Al, V, Cu and Mn, in order of increasing concentration. For the stem herbal drugs, the high metal concentrations were of Al, Cu, V and Mn, in order of increasing concentration. Al presented the highest concentration of all examined metals, and Hg and Co the lowest concentrations in both leaf and stem herbal drugs. Both leaf and stem herbal drugs contained Mo, Pb, Ti and As below the detection limit. The stem herbal drugs did not contain detectable amounts of Hg. The results are considered satisfactory, with recoveries being within the range 76.48-117.20% (Table 2). 41 Discussion The general external morphological features observed in Piper callosum leaf and stem herbal drugs are in accordance with the morphological descriptions of the taxon (Yuncker, 1972). External and internal macroscopic characteristics, leaf venation patterns, and sensory characteristics are described herein for first time for the P. callosum herbal drugs. Since the macroscopic and organoleptic examinations serve as valuable pharmacognostical parameters to establish the botanical identity and the degree of purity of medicinal plant materials and should be carried out before any further tests are undertaken (WHO, 1998; Periyanayagam et al., 2012), the organoleptic and morphological features reported here for the P. callosum herbal drugs are useful diagnostic characters for their quality control. Regarding anatomical aspects of the leaf and stem, P. callosum displayed conservative and distinctive characteristics for Piper and Piperaceae. The following can be considered as conservative characteristics of P. callosum because they have been cited as common ones for Piperaceae (Metcalfe and Chalk, 1950) and mentioned for other Piper species (Marinho et al., 2011; Gogosz et al., 2012; Periyanayagam et al., 2012; Silva et al., 2014): epidermal cells of leaf blade with straight to wavy or sinuous anticlinal walls; smooth cuticle; hypostomatic leaves; tetracytic and cyclocytic stomata; sac-like glandular trichomes; uniseriate leaf and stem epidermis; leaf hypodermis; occurrence of hypodermis and palisade parenchyma into the midrib; dorsiventral mesophyll; lamellar collenchyma; sclerification of the stem collenchyma; structure of the leaf collateral vascular bundles; arrangement pattern of the vascular bundles of the leaf sheath; organization pattern of the stem vascular system; shape in transection of the leaf sheath; prismatic crystals; druses; and presence of secretory idioblasts in the leaf and stem tissues. Concerning the distinctive characteristics that were observed in P. callosum, we recorded for both leaves and stem the following: ornamentation and disposition patterns of the epicuticular wax; cuticular flanges patterns; type and position of the leaf and stem collenchyma; type of supporting tissue in the midrib; arrangement pattern of the vascular bundles of the midrib and petiole; shape in transection of the midrib, leaf margin, petiole, and stem; occurrence of raphides; and morphology of the starch grains. The crystal macropatterns described for P. callosum (Silva et al., 2014) must be added to these diagnostic microscopic characteristics as they are species specific. 42 The pharmacognostical and taxonomic significance of the above-cited characters as distinctive for P. callosum have been emphasized (Metcalfe and Chalk, 1979; Costa, 2000; Dickison, 2000; Oliveira and Akisue, 2003; Potiguara et al., 2013) and used successfully to separate closely related species, e.g. Smilax (Martins et al., 2013) and Piper (Gogosz et al., 2012; Horner et al., 2012; Silva et al., 2014). We emphasize that the conservative and distinctive anatomical characteristics should be considered together for an accurate botanical authentication; the former are designed for general taxonomic delimitation and the latter for specific taxonomic diagnosis. With regard to the powdered herbal drugs, the anatomical markers of authentication must be based on the distinctive characteristics of leaf and stem of P. callosum. For the leaf herbal drugs, the distinctive characteristics are the epicuticular wax features as well as the presence of raphides in the leaf fragments. For the stem herbal drugs, the anatomical markers are the parietal and epicuticular wax features of the stem fragments, blackish-colored particles, and form of the starch grains. The types of wall thickening of the tracheary elements cannot be considered anatomical markers for P. callosum powdered herbal drugs because they also occur in other Piper species (Periyanayagam et al., 2012; Silva et al., unpublished data). The small callosities present at the base of the P. callosum leaf blade constitute an important distinctive morphological character of this species to distinguish it from other Piper species (Yuncker, 1972). The anatomical features of the calluses are reported here for the first time. From an anatomical viewpoint, the calluses of P. callosum can be considered as complex glandular emergences of petiolar origin. The cell protuberances of the callus epidermis may be a periderm differentiated due to the arrangement of the cells in division, such as phellogen, and their phenolic (tannin) content. According to Beckman (2000), there is strong positional, biochemical and physiological evidence to suggest that phenolic-storing cells may be intimately involved in processes that result in periderm formation. As callus is a general morphological term that describes excrescent or protuberant tissues without distinctive features (Gonçalves and Lorenzi, 2011), we suggest that the calluses of P. callosum be termed callosus emergences, denoting both morphological and anatomical aspects. The mixture of hydrophobic and hydrophilic compounds identified in the secretion of the P. callosum secretory structures is in agreement with the phytoconstituents of this species (Parmar et al., 1997; Facundo et al., 2004; Andrade et al., 2009). The complexity of content has already been cited in secretory structures of Piper (Marinho et al., 2011; 43 Gogosz et al., 2012), although the idioblasts are commonly characterized by the secretion of oil or mucilage (Evert, 2006). In Piperaceae, the idioblasts are considered to be oil-secreting cells (Judd et al., 2009), and anatomical studies in Piper generally describe such structures as oil cells (Marinho et al., 2011; Gogosz et al., 2012; Periyanayagam et al., 2012). According to Marinho et al. (2011), the term oil cell can be partially justified by the presence of an oily secretion or conspicuous oil drops in oil-secreting cells, mainly in fresh material, but it fails to describe accurately the chemical diversity of the content of these idioblasts. The results achieved by the histochemical screening of P. callosum leaves and stem corroborate the arguments of the authors, and the term secretory idioblasts or cells adequately describes such structures because it does not make inferences from its chemical content. The different therapeutic utilizations in folk medicine of the P. callosum leaves and stem (Andrade et al., 2009; Berg, 2010) are likely related to the chemical variety of the metabolic content identified histochemically in the idioblasts. The following pharmacological properties have been reported for phenolic compounds, such as tannins and flavonoids, steroids, and essential oils (Costa, 1994; Simões et al., 2003; Monteiro et al., 2005): antibacterial, antifungal, insecticidal, larvicidal, antispasmodic, carminative, choleretic, cholagogue, antidiarrheal, astringent, anti-inflammatory, anti-allergic, anesthetic, analgesic, antihemorrhagic, and diuretic. From a pharmacognostical viewpoint, the P. callosum leaf and stem herbal drugs present excellent quality, which is ensured by preservation in the herbal drugs of morphoanatomical characteristics observed in the fresh plant materials, e.g. the occurrence of secretory idioblasts with content. Likely, the proper conditions of preparation of the herbal drugs, such as time and temperature of drying, contributed to this fact. Plant materials when subjected to high temperatures can undergo both morphological and cell content alterations of the tissues (Fontes and Fontes, 2005). On the other hand, the drying of plant materials until constant weight makes it impossible for portions to remain moist due to inefficient drying and prevents the degradation of chemical compounds by excessive drying (Hubinger et al., 2009). The moisture content value of the P. callosum herbal drugs is below the maximum recommended limit of 14% (Simões et al., 2003), indicating that the conditions of drying, storage, and conservation of the herbal drugs was satisfactory. The water content is an important quality parameter for herbal drugs because residual water encourages microbial growth, insect infestation, deterioration, and enzymatic hydrolysis of the chemical compounds (WHO, 1998; Costa, 2000; Oliveira and Akisue, 2003). The loss on drying values above the moisture values reveals the presence of other types of volatile matter in the P. callosum herbal 44 drugs, which are likely thermo-unstable organic compounds that occur in the content of its idioblasts. The analysis for loss on drying determines both water and volatile matter (WHO, 1998; Farmacopeia Brasileira, 2010); therefore, the difference between the loss on drying and moisture values may correspond to volatiles, such as essential oils. The total and acidinsoluble ash values in the P. callosum herbal drugs are in accordance with specifications of the British Herbal Pharmacopeia (1990), in which the maximum limit of total and acidinsoluble ash is 15% (w/w) and 5% (w/w), respectively. The Brazilian Pharmacopeia does not establish limit values for ash. For sulphated ash, the higher values than that of total ash are due to (1) the addition of mass in the form of sulphuric acid in the samples and (2) the treatment of the samples with sulphuric acid, which transforms the oxides, carbonates, and halogen compounds into sulphates, forming firmer ash that is more stable at high temperatures (Evans, 2009). Regardless of the type of ash, the higher ash values for the leaf herbal drugs compared to the stem herbal drugs are likely due to the high crystal content of P. callosum leaves. Crystalline mineral inclusions in plants contribute to high amounts of ash, mainly for the sulphated ash values (Mohamad et al., 2013). The reduction observed in the pH value of the distillate water reveals the occurrence of acid compounds in the P. callosum herbal drugs, which is in agreement with the richness of acid metabolic classes identified histochemically in the content of the idioblasts of this species. The metal concentrations found in the P. callosum herbal drugs are within safety baseline levels for human consumption (WHO, 1996; 1998; WHO and FAO, 2006; Farmacopeia Brasileira, 2010) and can be used as a quality criterion since the regulatory agencies do not establish permissible levels of metals in raw plant materials, except for arsenic, cadmium, and lead (WHO, 1998), and the increase of metal content in plants, mainly those that are potentially toxic or termed “heavy metals,” can indicate external contamination by environmental factors and/or processing methods (Başgel and Erdemoğlu, 2006). Conclusion The results obtained in the present study concerning the macroscopic, microscopic, and physicochemical analysis of P. callosum leaves and stem should be used as safe parameters for quality control of raw plant materials in both forms: medicinal plant and herbal drug. The macro- and microscopic data will contribute to the botanical authentication, 45 the physicochemical data will permit the evaluation of purity degree, and the organoleptic characteristics could be used for both botanical authentication and purity degree. Acknowledgment The first author wishes to thank the National Council for Scientific and Technological Development (CNPq) for the doctorate scholarship granted. We thank Dr. Kelson Fail (Physicochemical Laboratory, Environment Section, Evandro Chagas Institute, Brazil), who provided the facilities to use optical emission spectrometers with inductively coupled argon plasma. Authors’ contributions RJFS (Doctoral student) contributed in the collection and identification of plant samples, preparation of herbarium specimens, laboratory work, analysis of data, design of the study and the writing of the paper. ACAAD supervised the laboratory work. ACAAD and MSM contributed to critical reading of the manuscript. All the authors have read the final manuscript and approved the submission. References Andrade, H.E.A., Guimarães, E.F., Maia, J.G.S., 2009. Variabilidade química em óleos essenciais de espécies de Piper da Amazônia. Belém: FEC/UFPA. ANVISA, 2010. Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Ministério da Saúde. Resolução de Diretoria Colegiada nº 14 de 31 de março de 2010. Dispõe sobre o registro de medicamentos fitoterápicos. Diário Oficial da União, Brasília, em 5 de abril de 2010. ANVISA, 2014. Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Ministério da Saúde. Resolução de Diretoria Colegiada nº 26 de 13 de maio de 2014. 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Compound groups Metabolic classes Reagents (Authors) Total lipids Sudan black B (Pearse, 1980) Acid and neutral lipids Nile blue A (Cain, 1947) Unsaturated lipids Osmium tetroxide (Ganter and Jollés, 1969; 1970) Fatty acids Copper acetate/rubeanic acid ( Ganter and Jollés, 1969; 1970) Essential oils and oleoresins NADI reagent (David and Carde, 1964) Steroids Antimony trichloride (Hardman and Sofowora, 1972; Mace et al., 1974) Sesquiterpene lactones Abraham reaction (Caniato et al., 1989) Terpenoids with carbonyl group 2,4-dinitrophenylhydrazine (Ganter and Jollés, 1969; 1970) Total phenolics Ferric trichloride (Johansen, 1940) Tannins Vanillin–hydrochloric acid (Mace and Howell, 1974) Flavonoids Aluminum trichloride* (Charriére-Ladreix, 1976) Neutral polysaccharides Periodic acid–Schiff (PAS) reagent (Feder and O’Brien, 1968) Pectins Ruthenium red (Johansen, 1940) Mucins Mayer’s tannic acid-ferric chloride stain (Pizzolato and Lillie, 1973) Acid mucopolysaccharides Alcian blue (Pearse, 1980) Alkaloids Total alkaloids Dragendorff reagent (Svendsen and Verpoorte, 1983) Proteins Total proteins Xylidine-Ponceau (Vidal, 1977) Lipids Terpene compounds Phenolic compounds Polysaccharides *Observed under UV light. 52 Chart 2. Results of the histochemical screening performed in leaves and stem of Piper callosum Ruiz & Pav., Piperaceae. Metabolic classes Reagents Secretory idioblasts Callosus emergences Leaf Mesophyll Midrib (GP) Petiole Stem Leaf Sheath Xylem Parenchyma Phloem Parenchyma Ground Parenchyma Vascular Bundles GP CO GP CO MD PE LES MD PE LES Cortical Medullary XYP PHP Glandular trichomes SID CPT Leaf Stem Total lipids Sudan black B + + ++ + + + - - - - - - + + - - - ++ ++ + Neutral lipids Nile blue A - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Acid lipids Nile blue A + + ++ + + + - - - - - - + + - - - ++ ++ + Unsaturated lipids Osmium tetroxide - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Fatty acids Copper - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - acetate/rubeanic acid Essential oils NADI reagent - - - - - - - - - - - - - - - - ++ - - - Oleoresins NADI reagent + ++ + + + - - - - - - - + + - - - - - - Mixture of essentials and resins NADI reagent - - ++ - - + + ++ - - ++ - - - + + - - - - Steroids Antimony trichloride ++ + - ++ - + - - - - - - ++ + - - + - - - Sesquiterpene lactones Abraham reaction - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Terpenoids with carbonyl 2,4group dinitrophenylhydrazine Total phenolics Ferric trichloride - - ++ - - - - - - - - - - - - - - ++ ++ + Tannins Vanillin–hydrochloric acid - - - - - - - - - - - - - - - - - ++ - - Flavonoids Aluminum trichloride* ++ - - - - - - - - - - - - - - - - - ++ - Neutral polysaccharides Periodic acid–Schiff (PAS) reagent - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Pectins Ruthenium red - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Mucins Mayer’s tannic acidferric chloride stain - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Acid mucopolysaccharides Alcian blue - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Total alkaloids Dragendorff reagent - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Total proteins Xylidine-Ponceau - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Positive (+). Intense positive (++). Negative (-). Ground parenchyma (GP). Collenchyma (CO). Midrib (MD). Petiole (PE). Leaf sheath (LES). Xylem parenchyma (XYP). Phloem parenchyma (PHP). Secretory idioblast (SID). Cell protuberances (CPT). *Observed under UV light. - 53 Table 1. Results of physicochemical parameters determined in herbal drugs of Piper callosum Ruiz & Pav., Piperaceae. Herbal drug Parameters (mean ± S.D.; n = 3) Loss on drying (INFRATEST) Moisture content Total ash Sulphated ash Acid-insoluble ash pH Leaf 11.080% ± 0.001 8.600% ± 0.300 11.250% ± 0.007 68.023% ± 0.028 2.820% ± 0.001 5.570 ± 0.010 Stem 8.585% ± 0.006 6.100% ± 0.200 5.250% ± 0.007 12.500% ± 0.047 0.270% ± 0.007 5.277 ± 0.136 n is the number of independent determinations. Standard Deviation (S.D.). 54 Table 2. Results of determination of metals in herbal drugs of Piper callosum Ruiz & Pav., Piperaceae. Metal content (mean ± S.D. mg Kg -1 ; n = 3) Herbal drug Al Cd Co Cr Cu Mn Mo Ni Pb Ti V Hg Leaf 100.954 ± 8.372 0.032 ± 0.005 0.046 ± 0.032 0.807 ± 0.049 9.501 ± 0.596 6.029 ± 0.116 <LODb 0.440 ± 0.278 <LODb <LODb 19.017 ± 1.003 0.019 ± 0.011 Stem 32.754 ± 6.679 0.033 ± 0.004 0.012 ± 0.005 0.878 ± 0.141 8.522 ± 1.082 2.416 ± 0.346 <LODb 0.184 ± 0.039 <LODb <LODb 3.895 ± 0.356 SRMa 1547 233.672 ± 4.976 0.031 ± 0.007 0.059 ± 0.014 1.172 ± 0.024 3.100 ± 0.354 74.900 ± 3.467 <LODb 0.615 ± 0.102 <LODb 1.100 ± 0.283 0.400 ± 0.289 Recovery (%) 93.84 82.86 76.48 ** 89.07 ** *** 113.55 102.96 83.85 117.20 n is the number of independent determinations. Standard Deviation (S.D.). a Standard Reference Material. b LOD (Detection limit): Mo = 0.001 mg Kg -1 ; Pd = 0.005 mg Kg-1; Ti = 0.002 mg Kg-1; Hg = 0.00004 mg Kg-1 ; As = 0.00012 mg Kg-1. ** Non-satisfactory recovery. *** Value not certified. <LODb As <LODb <LODb 0.029 ± 0.007 0.064 ± 0.018 93.84 102.96 55 FIGURAS 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 Capítulo 3 ___________________________________________________________________________ Silva, R.J.F.; Aguiar-Dias, A.C.A. & Mendonça, M.S. Comparative pharmacognosy of Piper arboreum Aubl. var. arboreum and Piper tuberculatum Jacq., Piperaceae: morphoanatomical and physicochemical analysis for their quality control. Manuscrito formatado para Brazilian Journal of Pharmacognosy. 66 Comparative pharmacognosy of Piper arboreum Aubl. var. arboreum and Piper tuberculatum Jacq., Piperaceae: morphoanatomical and physicochemical analysis for their quality control Rolf J. F. Silva1*, Ana Cristina A. de Aguiar-Dias2, Maria Sílvia de Mendonça3 1 Programa de Pós-Graduação em Botânica, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Coordenação de Botânica, Manaus, AM, Brazil 2 Universidade Federal do Pará, Instituto de Ciências Biológicas, Belém, PA, Brazil 3 Universidade Federal do Amazonas, Faculdade de Ciências Agrárias, Manaus, AM, Brazil Correspondence: [email protected] Abstract: Piper arboreum Aubl. var. arboreum and P. tuberculatum Jacq., Piperaceae, are frequently misidentified. Despite the fact that both species are sold as traditional phytotherapeutic products, there are not reports on their quality control. We, therefore, performed morphoanatomical, histochemical, and physicochemical studies of both species using standard methods to establish botanical authentication and purity degree parameters for their leaves and stem in two forms: medicinal plant and herbal drug. Size, shape, color, taste, texture, fracture surface and transection characteristics, and leaf venation patterns are valuable diagnostic characters to distinguish herbal drugs of both species when they are not ground or powdered. The following key anatomical characters must be used for diagnostic purposes of the medical plants and herbal drugs of both species: epicuticular wax, cuticular ornamentation, and cuticular flange patterns; types of non-glandular trichomes; stratification of the leaf blade hypodermis; type and position of the collenchyma; arrangement pattern of the vascular bundles of the petiole and stem; shape of the midrib, leaf margin, petiole, and stem; and type of hilum of the starch grains. In P. tuberculatum, the volcano-like glandular emergences are reliable distinctive macro- and microscopic features as they occur not in P. arboreum var. arboreum. Lipids, terpenes, and phenolics were identified in both species. Alkaloids occurred only in P. tuberculatum. Physicochemical parameter values were similar 67 in both species, except acid-insoluble ash value which was higher in the P. arboreum var. arboreum stem herbal drugs. Overall, P. arboreum var. arboreum herbal drugs had the highest metal concentrations. Al, Cu, Mn and V concentrations were the highest, whereas Cd, Co and Hg concentrations were the lowest in herbal drugs of both species. Mo, Pb, Ti and As were below the detection limit. The results obtained should be used as quality control parameters for medical plants and herbal drugs of both species. Keywords: secretory idioblasts, volcano-like glandular emergences, histochemical screening, metal content, raw plant material. Conflicts of interest: The authors declare no conflicts of interest. Introduction Piper arboreum Aubl. var. arboreum and P. tuberculatum Jacq., Piperaceae, are shrubs or small trees found in Antilles and Central and South Americans (Andrade et al., 2009). In Brazil, both species have wide distribution and occur from the North to South of the country (Guimarães et al., 2014). In Brazilian folk medicine, leaves and young stem of P. arboreum var. arboreum (vernacular names: “pimenta longa,” “pau de angola,” “alecrim de angola,” “jaborandi,” “jaborandi do rio,” “jaborandi-pimenta,” jaborandi-falso,” “pimenta do mato,” “pimenta de índio,” “nhamboarndi,” “palim,” “raiz de pahiu,” and “fruto de morcego”) and P. tuberculatum (vernacular names: “pimenta longa,” “pimenta de água,” “pimenta de arta,” “pimenta de ardo,” and “pimenta de arda”) are traditionally used as a stimulant, therapy for stomach problems, diuretic, and against venereal diseases and urinary tract infections (Regasini et al., 2009; Paes-Gonçalves et al., 2012). Furthermore, P. arboreum var. arboreum is also utilized as anti-rheumatic, sudorific, expectorant, emollient, and antidote to poisonous plants, and P. tuberculatum has been employed as sedative, analgesic and anesthetic for toothache, and against snakebite (Pio Corrêa, 1984; Andrade et al., 2009; Ferreira et al., 2010). Phytochemical investigations of both species have identified fixed and volatile compounds, such as alkaloid amides, terpenes (hydrocarbon monoterpenes, oxygenated 68 monoterpenes, hydrocarbon sesquiterpenes and oxygenated sesquiterpenes), and phenolics (flavonoids and phenylpropanoids) in addition to steroids found only in P. tuberculatum (Parmar et al., 1997; Facundo et al., 2008; Andrade et al., 2009; Regasini et al., 2009). Antileishmanial, trypanocidal and antifungal activities have been cited for P. arboreum var. arboreum and P. tuberculatum, and insecticidal, larvicidal, cytotoxic, antitumor, sedative, analgesic, hypotensive, anxiolytic, anticonvulsant and antiplatelet aggregation proprieties are mentioned for P. tuberculatum (Andrade et al., 2009; Regasini et al., 2009; Ferreira et al., 2010; Trindade et al., 2012). P. arboreum var. arboreum and P. tuberculatum are closely related species (Yuncker 1973). Their aerial vegetative parts, which are sold fresh, dried, ground, rarely powdered or as an ingredient in artisanal preparations called “garrafadas,” are obtained from field where natural populations of both species may coexist. In consequence, misidentifications or substitutions can easily occur (authors’ observations). P. arboreum var. arboreum and P. tuberculatum share morphological and chemical similarities and are traded as traditional phytotherapeutic products at open-air markets in Brazil. Both species present potential to become herbal medicines due to their ethnopharmacological uses and the biological activities of the phytoconstituents. Despite this, we did not find any systematic reports on their quality control assessment. The correct species identification and the establishment of purity degree represent the first steps for the quality assurance of raw plant materials and are a pre-requisite for the production and registration of phytomedicines (ANVISA, 2010; Cortés et al., 2014). Hence, the present work performed comparative pharmacognostical study of P. arboreum var. arboreum and P. tuberculatum in order to establish botanical authentication and purity degree parameters for the quality control of leaves and stem of both species in two forms: medicinal plant and herbal drug. Materials and Methods Plant material Fertile samples (n = 14 specimens per species; 7 specimens per sampled area) of Piper arboreum Aubl. var. arboreum and P. tuberculatum Jacq., Piperaceae, were collected from natural populations of two Brazilian states: Manaus-AM, and Belém-PA. Voucher specimens (P. arboreum var. arboreum: MG 206890; P. tuberculatum: MG 206891) were deposited at the João Murça Pires (MG) Herbarium of the Emílio Goeldi Paraense Museum. 69 Duplicates were deposited at the National Amazon Research Institute Herbarium (INPA Herbarium). The taxonomic identity was confirmed by Dr. Elsie Franklin Guimarães, specialist in Piperaceae (Rio de Janeiro Botanical Garden Research Institute). Preparation of the standard herbal drugs (SHD) Aerial parts of P. arboreum var. arboreum and P. tuberculatum (leaves from the 1st to 4th nodes and stem up to the 4th internode) were washed in 70% (v/v) ethanol and dried at 40 ºC in a hot-air oven (Sterilifer SX 1.5 DTMS) until reaching a constant weight (Oliveira and Akisue, 2003; Farmacopeia Brasileira, 2010). Part of the leaf and stem SHD were ground to a powder in a knife mill. The whole and powdered SHD were stored at room temperature in airtight, light-resistant containers (WHO, 1998; Farmacopeia Brasileira, 2010). Pharmacobotanical analysis Macroscopic and organoleptic characterization was performed on the whole and powdered SHD using standard methods (WHO, 1998; Oliveira and Akisue, 2003; Farmacopeia Brasileira, 2010). The leaf herbal drugs were rehydrated (Costa, 2000), clarified, and stained (Monteiro et al., 1979) for observation of the leaf venation. The photomacrographs were obtained using a digital camera (Nikon D 3100). The stereoscopic photomicrographs by reflective light (RL) and by differential interference contrast (DIC) were captured with a digital camera (Motic 2500) attached to a stereoscopic microscope (Motic SMZ-168) using Motic Images Plus 2.0 software. Microscopic characterization was performed on the SHD and fresh plant materials. For the latter, leaf (fully expanded mature leaves from the 4th node) and stem (from the 1st to 4th internodes) samples were obtained according to Silva et al. (2014), fixed in NBFneutral buffered formalin (Lillie, 1965) and buffered glutaraldehyde/osmium tetroxide (Souza, 1998), and preserved (Johansen, 1940). NBF and glutaraldehyde/osmium tetroxide-fixed samples were used for light microscopy (LM) and scanning electron microscopy (SEM) observations, respectively. Epidermal peels of the leaf blade were obtained through maceration in Jeffrey’s solution, stained with astra blue, and mounted on glass slides with glycerol jelly (Johansen, 1940). Samples were infiltrated and embedded in methacrylate resin (Historesin, Leica®), and sectioned in a rotary, auto-advance microtome (Leica® RM 2245). The histological sections (transverse and longitudinal, 1.5-3.5 µm thick) were stained with citrate-buffered toluidine 70 blue, pH 4.7 (O’Brien et al., 1964), and mounted on glass slides with synthetic resin (Permount-Fisher®) for structural characterization. Histological sections from fresh plant materials were made by hand with a steel razor and used for histochemical screening (Chart 1). For all tests, standard control procedures were carried out simultaneously using the same procedures, and untreated sections were used to verify the natural coloration of the analyzed tissues (white). The photomicrographs by transmitted and polarized light were obtained with a digital camera (Motic 2500) attached to an optical microscope (Motic BA 310) equipped with an epifluorescence unit. The SEM analysis followed the procedures described by Silva et al. (2014). Samples boiled in chloroform for one hour for partial or total removal of waxy deposits were also used. A Leo 1450 VP scanning electron microscope was used for the observations and capture of images. Microscopic characterization of the SHD was performed by LM and SEM. The whole SHD were rehydrated (Costa, 2000) and submitted to the above-mentioned methods, apart from histochemical screening. The powdered SHD were processed according to WHO (1998) and Farmacopeia Brasileira (2010) for LM observations. For SEM observations, samples were mounted on SEM metal stubs, following procedures described by Silva et al. (2014). Pharmacognostical analysis Pooled samples of the SHD were used for the physicochemical analysis. The total ash, acid-insoluble ash, sulphated ash, pH, moisture (Azeotropic method) and loss on drying (INFRATEST) were determined using standard procedures (WHO, 1998; Farmacopeia Brasileira, 2010). The analytical method to determine the selected metals (Al, Cd, Co, Cr, Cu, Mn, Mo, Ni, Pb, Ti, V, Hg and As) followed Pratsmoya et al. (1997), and the measurements were performed by inductively coupled plasma optical emission spectrometry (ICP-OES) using a VARIAN model VISTA-MPX spectrometer for Al, Cd, Co, Cr, Cu, Mn, Mo, Ni, Pb, Ti and V, and a THERMO model ICAP 6000 spectrometer for Hg and As. Standard Reference Material (SRM 1547: peach leaves) from the National Institute of Standard and Technology (NIST) was used for validation of the applied analytical method using the same procedures. 71 All reagents were of analytical grade. Ultrapure water (18.2 MΩ-cm at 25 °C) from a Milli-Q system (Merck Millipore) was used. All determinations were performed in triplicate, and the results were expressed as mean ± standard deviation (mean ± S.D.). Adopted terminology The definitions of raw plant material, medicinal plant, herbal drug, and traditional phytotherapeutic products followed ANVISA (2014). For the macroscopic characterization of the SHD, terminology from Hickey (1973), WHO (1998), Oliveira and Akisue (2003), and Farmacopeia Brasileira (2010) was adopted. The distal end of the petiole was named leaf sheath following Tebbs (1989a). The leaf venation patterns were based on Hickey (1973). The anatomical features were described according to Metcalfe and Chalk (1950; 1979), Fahn (1979; 1990), Evert (2006) and Potiguara et al. (2013). Results and Discussion Pharmacobotanical characterization The leaf and stem herbal drugs obtained from P. arboreum var. arboreum and P. tuberculatum are morphologically distinctive (Chart 2; Figures 1-4). The herbal drugs of whole leaves of both species show significant differences in: general morphology; texture; color; taste; shape of the leaf blade and petiole; surface ornamentation of the leaf blade, petiole, and leaf sheath; type of apex, base and fracture surface; type of simple veinlets; major and marginal ultimate venation; and characteristics of the transection of the petiole (Chart 2; Figures 1 A-C and E-L; 2 A-C and E-N). The dimensions of the leaf herbal drugs can be added to their identification (Chart 2). The herbal drugs of whole stem of these species differ in: general morphology; color; taste; characteristics of the transection as shape, color, and arrangement pattern of the inner lignified elements; and type of fracture surface (Chart 2; Figures 3 A-C and F-H; 4 A-C and F-H). Glandular emergences were observed only in P. tuberculatum whole herbal drugs and can be considered as a valuable morphological characteristic for their macroscopic identification (Chart 2; Figures 2 J and K; 4 B). The powdered herbal drugs of leaves and stem of the studied Piper species differ only in color (Chart 2; Figures 1 M; 2 O; 3 I; 4 I). Pharmacognostical studies of Piper species are rare (Pessini et al., 2003; Periyanayagam et al., 2012; Silva et al., data for publication). As macroscopic and 72 organoleptic examinations are the first steps to establish botanical identity and purity degree of medicinal plant materials, important factors to guarantee safety and efficacy (WHO, 1998; Cheng et al., 2014), the sensory and morphological features reported here for the P. arboreum var. arboreum and P. tuberculatum herbal drugs are valuable pharmacognostical parameters for their quality control. Fresh leaves and stem and their herbal drugs did not differ anatomically in both species. As are shown in Chart 3 and Figures 5-10, P. arboreum var. arboreum and P. tuberculatum present distinctive and conservative anatomical characters. The following are distinctive leaf characters: cuticular ornamentation and epicuticular wax patterns; types of non-glandular trichomes; cuticular flanges pattern; type and position of the collenchyma; arrangement pattern of the vascular bundles of the petiole; and shape in transection of the midrib, leaf margin, and petiole. For the stem, we recorded as distinctive characters: nonglandular trichomes of the type III; arrangement pattern of the vascular bundles; type of hilum of the starch grains; and shape in transection. Similarly for the macroscopic diagnosis, occurrence of glandular emergences in P. tuberculatum leaves and stem is a reliable distinctive microscopic feature. Moreover, the crystal macropatterns described for both species (Silva et al., 2014) must be added to these diagnostic features as they are species specific. Studies have demonstrated the relevance of the above-mentioned distinctive characters in pharmacognostical and taxonomic investigations (Metcalfe and Chalk, 1979; Costa, 2000; Dickison, 2000; Oliveira and Akisue, 2003; Potiguara et al., 2013), mainly to separate closely related species, such as Piper (Gogosz et al., 2012; Horner et al., 2012; Silva et al., data for publication). Concerning the conservative characters, we cited the following: course of the anticlinal epidermal cell walls of the leaf blade; sac-like glandular trichomes; non-glandular trichomes of the type IV; hypostomatic leaves; tetracytic and cyclocytic stomata; dorsiventral mesophyll; occurrence of hypodermis and palisade parenchyma into the midrib; coalescent hypodermis into the distal region of the leaf margin; shape in transection of the leaf sheath; smooth stem cuticle; lenticels in the stem in initial secondary growth; uniseriate leaf and stem epidermis; type and position of the stem collenchyma; structure of the leaf and stem collateral vascular bundles; presence of secretory idioblasts in the leaf and stem tissues; druses; prismatic crystals; and shape of the simple starch grains (Chart 3; Figures 5-10). Although anisocytic stomata have occurred only in P. arboreum var. arboreum (Chart 3; Figure 5 H), and differences in layer number of the mesophyll and hypodermis have 73 been observed between the analyzed Piper species (Chart 3; Figure 6 A and B), both features have not taxonomical diagnostic value herein. Stomatal complexes cannot be applied successfully in Piperaceae taxonomy due to their complexity and morphological variation (Gogosz et al., 2012), and stratification of mesophyll and hypodermis is influenced by environmental factors (Dickison, 2000). P. arboreum var. arboreum, for instance, grows in shady environment, whereas P. tuberculatum develops in sunny and shady environment (field observations). The secretory idioblasts are spherical to elliptical and occur in the mesophyll (Figure 6 A, B and J), among the hypodermal cells (Figure 6 A and B), in the xylem and phloem parenchyma of leaves and stem (Figures 6 D; 7 J and L; 8 G and H; 9 I), and in the collenchyma and ground parenchyma of the midrib (Figure 6 D-F and H), petiole (Figure 7 GI), leaf sheath (Figure 8 G and H), and stem (Figure 9 E-I) of the two Piper species. The cupule of the secretory idioblasts is observed when their vesicular secretion is retracted (Figure 11 A and B). In P. tuberculatum, glandular emergences resemble volcano in shape occur on the abaxial face of the midrib (basal region) and leaf sheath, on both faces of the petiole, and along the stem. The glandular emergences in frontal view present a cover of non-glandular trichomes and have cuticular striae in the apical region where one central stoma is encircled by papillae. As observed in transection the epidermis is uniseriate, and both ground parenchyma cells and secretory idioblasts are arranged in rays (Chart 3; Figure 11 C-I). Secretory idioblasts or cells are typical secretory structures in Piperaceae (Metcalfe and Chalk, 1950; Fahn 1979; Judd et al., 2009). On the other hand, glandular emergences are restrictive for Piper species and morphologically important for their taxonomic delimitation (Yuncker, 1972; 1973). We performed herein for first time an anatomical and histochemical study for Piper glandular emergences. P. arboreum var. arboreum and P. tuberculatum contain similar heterogeneous chemical constituents in their secretory structures, including lipids, and terpene and phenolic compounds. Acid lipids, essential oils, mix of essentials and resins, steroids, tannins, and flavonoids were identified in both species. Neutral lipids and terpenoids with carbonyl group were identified only in P. arboreum var. arboreum, whereas oleoresins and alkaloids were identified only in P. tuberculatum. The other histochemical tests rendered negative results (Charts 4 and 5; Figures 12 and 13). The heterogeneity of content in Piper secretory structures has been reported (Marinho et al., 2011; Gogosz et al., 2012; Silva et al., data for publication). The mix of 74 hydrophobic and hydrophilic compounds verified in the secretion of the secretory structures is in agreement with the phytoconstituents of the studied Piper species (Parmar et al., 1997; Facundo et al., 2008; Andrade et al., 2009; Regasini et al., 2009). However, steroids had not been previously identified in P. arboreum var. arboreum and are not mentioned for vegetative organs of P. tuberculatum. The ethnopharmacological usages in traditional medicine of P. arboreum var. arboreum and P. tuberculatum leaves and stem (Pio Corrêa, 1984; Andrade et al., 2009; Regasini et al., 2009; Ferreira et al., 2010; Paes-Gonçalves et al., 2012) may be justified by metabolic classes present in the secretory structures. The following pharmacological activities are reported for tannins, flavonoids, steroids, alkaloids, and essential oils (Costa, 1994; Simões et al., 2003; Monteiro et al., 2005): antimicrobial, carminative, choleretic, cholagogue, diuretic, antipyretic, anti-inflammatory, sedative, stimulant, antitoxic, anesthetic, and analgesic. The powdered herbal drugs of both species are similar in anatomy (Chart 6; Figures 14 and 15). However, anatomical markets base on the distinctive characters between the species were observed. For the leaf herbal drugs, the anatomical markets are: cuticular and epicuticular wax features, and type of wall thickening of the tracheary elements (Chart 6; Figures 14 B and H; 15 B and F). For the stem herbal drugs, the anatomical markets are: nonbirefringent crystal fragments, brownish-colored particles, idioblasts of acidophilic content, sclereids, types of wall thickening of the tracheary elements, and hilum of the starch grains (Chart 6; Figures 14 L-P; 15 M-O). Volcano-like glandular emergences and non-glandular trichomes of the type III are key anatomical markets for the P. tuberculatum herbal drugs (Chart 6; Figure 15 D, E and J). Crystals should be evaluated with caution for the microscopic diagnosis of the powdered herbal drugs of both analyzed Piper species, and the crystal morphotypes cited as specific for these species (Silva et al., 2014) should be used as anatomical markets in order to avoid mistakes. E.g., styloids were observed only in P. arboreum var. arboreum powdered herbal drugs although they are common in both species. Pharmacognostical characterization Volatile and moisture content and pH value of the P. arboreum var. arboreum herbal drugs were similar to those of the P. tuberculatum herbal drugs. The contents of total and sulphated ash of the P. tuberculatum herbal drugs were comparatively higher than those 75 of the P. arboreum var. arboreum herbal drugs. Acid-insoluble ash content of the leaf herbal drugs of both species was similar (Table 1). The maximum recommended limit of moisture in herbal drugs is 14% (Simões et al., 2003). For total and acid-insoluble ash, the British Herbal Pharmacopeia (1990) recommends maximum limit of 15% (w/w) and 5% (w/w), respectively. Therefore, moisture and total and acid-insoluble ash values found for the herbal dugs of both species are within allowable limits. High value (4.350% ± 0.320) of acid-insoluble ash in P. arboreum var. arboreum stem herbal drugs was not caused by external contamination, but it was due to the natural occurrence of silicified mineral inclusions named crystal concretions (Silva et al., 2014). The high levels of total and sulphated ash were likely caused by high crystal content of the leaves and stem of both species (Table 1; Figure 10). Mohamad et al. (2013) pointed out the crystalline mineral inclusions in plants contribute to high amounts of ash, mainly for the sulphated ash values. Furthermore, higher values of sulphated ash than those of total ash, observed in the herbal drugs of both species (Table 1), were due to the addition of a sulphuric acid mass for the samples causing increase in weight and the formation of firmer ash that is more stable at high temperatures (Evans, 2009). The herbal drugs of the studied Piper species resulted in a high reduction of the pH value of the distillate water (pH = 7.010 ± 0.032) indicating occurrence of acid compounds (Table 1). These results are in accordance with the richness of acid metabolic classes identified histochemically in the secretion of the idioblasts of these species (Charts 4 and 5). The proper processing of the P. arboreum var. arboreum and P. tuberculatum leaves and stem, such as cleaning, time and temperature of drying, and the optimal conditions of storage and conservation permitted to obtain herbal drugs of excellent pharmacognostical quality. The preservation in the herbal drugs of morphoanatomical characteristics observed in the fresh plant materials of both species, and the physicochemical parameter values found below the acceptable maximum limit ensure this quality. High temperatures and excessive drying can cause tissue morphological damages and degradation of cell chemical content (Fontes and Fontes, 2005; Hubinger et al., 2009). In addition, the residual water favours the action of enzymes whose activity may lead to the degradation of chemical compound as well as enabling the microbial development, deterioration, and insect attack (WHO, 1998; Costa, 2000; Oliveira and Akisue, 2003). 76 The highest concentrations of most of the analyzed metals were observed in the P. arboreum var. arboreum herbal drugs. Al, Cu, Mn and V concentrations were the highest, whereas Cd, Co and Hg concentrations were the lowest in the herbal drugs of both species. Take our attention high Mn concentrations in P. arboreum var. arboreum herbal drugs. The herbal drugs of both species contained Mo, Pb, Ti and As below the detection limit. The results are considered satisfactory, with recoveries being within the range 76.48-117.20% (Table 2). The metal concentrations in the herbal drugs of the analyzed Piper species are within levels for human consumption without detriment to health (WHO, 1996; 1998; WHO and FAO, 2006; Farmacopeia Brasileira, 2010). Since the official regulatory authorities do not establish permissible levels of metals in raw plant materials, except for arsenic, cadmium, and lead (WHO, 1998), and the increase of metal content in plants, mainly those that are potentially toxic or termed “heavy metals”, can indicate external contamination by environmental factors and/or processing methods (Başgel and Erdemoğlu, 2006), the metal content determined for P. arboreum var. arboreum and P. tuberculatum herbal drugs can be used as a quality criterion. Conclusion The results obtained in the present study concerning the morphoanatomical and physicochemical characterization of P. arboreum var. arboreum and P. tuberculatum leaves and stem should be used as safe parameters for their quality control while raw plant materials in the forms of medicinal plants and herbal drugs. The morphoanatomical data will contribute to the botanical authentication, the physicochemical data will permit the evaluation of purity degree, and the organoleptic characteristics could be used for both botanical authentication and purity degree. Acknowledgment The first author wishes to thank the National Council for Scientific and Technological Development (CNPq) for the doctorate scholarship granted. We thank Dr. Kelson Fail (Physicochemical Laboratory, Environment Section, Evandro Chagas Institute, 77 Brazil), who provided the facilities to use optical emission spectrometers with inductively coupled argon plasma. Authors’ contributions RJFS (Doctoral student) contributed in the collection and identification of plant samples, preparation of herbarium specimens, laboratory work, analysis of data, design of the study and the writing of the paper. ACAAD supervised the laboratory work. ACAAD and MSM contributed to critical reading of the manuscript. All the authors have read the final manuscript and approved the submission. References Andrade, H.E.A., Guimarães, E.F., Maia, J.G.S., 2009. Variabilidade química em óleos essenciais de espécies de Piper da Amazônia. Belém: FEC/UFPA. ANVISA, 2010. Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Ministério da Saúde. Resolução de Diretoria Colegiada nº 14 de 31 de março de 2010. Dispõe sobre o registro de medicamentos fitoterápicos. Diário Oficial da União, Brasília, em 5 de abril de 2010. ANVISA, 2014. Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Ministério da Saúde. Resolução de Diretoria Colegiada nº 26 de 13 de maio de 2014. 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Compound groups Metabolic classes Reagents (Authors) Total lipids Sudan black B (Pearse, 1980) Acid and neutral lipids Nile blue A (Cain, 1947) Unsaturated lipids Osmium tetroxide (Ganter and Jollés, 1969; 1970) Fatty acids Copper acetate/rubeanic acid ( Ganter and Jollés, 1969; 1970) Essential oils and oleoresins NADI reagent (David and Carde, 1964) Steroids Antimony trichloride (Hardman and Sofowora, 1972; Mace et al., 1974) Sesquiterpene lactones Abraham reaction (Caniato et al., 1989) Terpenoids with carbonyl group 2,4-dinitrophenylhydrazine (Ganter and Jollés, 1969; 1970) Total phenolics Ferric trichloride (Johansen, 1940) Tannins Vanillin–hydrochloric acid (Mace and Howell, 1974) Flavonoids Aluminum trichloride* (Charriére-Ladreix, 1976) Neutral polysaccharides Periodic acid–Schiff (PAS) reagent (Feder and O’Brien, 1968) Pectins Ruthenium red (Johansen, 1940) Mucins Mayer’s tannic acid-ferric chloride stain (Pizzolato and Lillie, 1973) Acid mucopolysaccharides Alcian blue (Pearse, 1980) Alkaloids Total alkaloids Dragendorff reagent (Svendsen and Verpoorte, 1983) Proteins Total proteins Xylidine-Ponceau (Vidal, 1977) Lipids Terpene compounds Phenolic compounds Polysaccharides *Observed under UV light. 84 Chart 2. Comparative macroscopic characteristics of the whole herbal drugs of Piper L., Piperaceae. Herbal drug Aerial part Species Characteristics General aspects Leaf blade P. arboreum Aubl. var. arboreum Morphology Complete (leaf blade, petiole, and leaf sheath); ca. 12.6-25.6 cm long and 3.7-7.4 cm wide; wrinkled (Figure 1 A) Complete (leaf blade, petiole, and leaf sheath); ca. 3.6-12.2 cm long and 0.8-8.3 cm wide; folded (Figure 2 A) Texture Friable Flexible Color Gray or greenish gray on both faces (Figure 1 A) Pale- or dark-green on both faces (Figure 2 A) Odor Characteristic aromatic Characteristic aromatic Taste Predominantly characteristic aromatic, turning slightly bitter, and ending slightly spicy Initially characteristic aromatic, turning predominantly bitter, and ending slightly spicy Dimension Ca. 12.7-25.4 cm long and 4.4-8.1 cm wide (Figure 1 B) Ca. 3.5-16.5 cm long and 2-9 cm wide (Figure 2 B) Symmetry Asymmetric (Figure 1 B) Asymmetric (Figure 2 B) Shape Lance-elliptic (Figure 1 B) Elliptic-ovate (Figure 2 B) Apex Acuminate (Figure 1 C) Acute (Figure 2 C) Margin Entire (Figure 1 D) Entire (Figure 2 D) Base Inequilaterally oblique (Figure 1 E) Inequilaterally rounded, more or less cordate (Figure 2 E) Surface To the touch: rough on both faces. To the eye: glabrous, wavy, and verrucose on both faces To the touch: rough on both faces. To the eye: glabrous, wavy, bright, and verrucose on both faces; puberulent along the veins on the abaxial face Fracture surface Granular (Figure 1 F) Smooth-granular (Figure 2 F) Abaxially prominents Abaxially prominents and puberulents. Midrib with glandular emergences in the basal region on the abaxial face Major Camptodromous-brochidodromous: brochidodromous in the apex (Figure 1 G) Brochidodromous (Figure 2 G) Orders Up to 6º. Intersecondary veins present (Figure 1 G) Up to 6º. Intersecondary veins present (Figure 2 G) Veinlets Simple (linear and curved), and branched (x1-3) (Figure 1 H) Simple (curved), and branched (x1-3) (Figure 2 H) Areoles Development: imperfect. Arrangement: random. Shape: irregular (Figure 1 G and H) Development: imperfect. Arrangement: random. Shape: irregular (Figure 2 G and H) Marginal ultimate Incomplete (Figure 1 I) Looped (Figure 2 I) Dimension Ca. 0.5-0.9 cm long and 0.3-0.4 cm wide (Figure 1 J) Ca. 0.5-0.7 cm long and 0.1-0.2 cm wide (Figure 2 J and K) Shape Straight (Figure 1 J) Straight (Figure 2 J) or curved (Figure 2 K) Insertion Lateral (Figure 1 E) Lateral (Figure 2 E) Surface to the eye Longitudinally striate, glabrous, and with fissures on both faces (Figure 1 J) Longitudinally striate, glabrous or puberulent, and with glandular emergences on both faces (Figure 2 J-L) Transection Irregular shape with circular trend. Lignified elements with no defined arrangement and with tendency for a circle (Figure 1 K) Irregular shape with concave-convex trend. Lignified elements with no defined arrangement and with tendency for U-shaped pattern (Figure 2 M) Dimension Ca. 0.2-0.4 cm long and 0.4-0.9 cm wide (Figure 1 J and L) Ca. 0.2-0.3 cm long and 0.1-0.5 cm wide (Figure 2 J, K and N) Shape Concave-convex (Figure 1 L) Concave-convex (Figure 2 J and N) Surface to the eye Verrucose on the adaxial face (Figure 1 L), and longitudinally striate on the abaxial face (Figure 1 J) Longitudinally striate on both faces (Figure 2 N), and with glandular emergences on the abaxial face (Figure 2 K) Greenish gray in color (Figure 1 M). Possesses the same odor and taste of the whole herbal drugs Green in color (Figure 2 O). Possesses the same odor and taste of the whole herbal drugs Morphology Nodose with lenticels (Figure 3 A and B) Conspicuously nodose with lenticels and glandular emergences (Figure 4 A and B) Color Brownish (Figure 3 A and B) Greenish (Figure 4 A and B) Odor Slightly characteristic aromatic Slightly characteristic aromatic Taste Initially characteristic aromatic, and turning predominantly spicy Predominantly characteristic aromatic, and ending slightly spicy Surface To the touch: smooth (1st and 2nd internodes); rough (3rd and 4th internodes). To the eye: longitudinally striate (1st-4th internodes) (Figure 3 B) To the touch: smooth (1st and 2nd internodes); rough (3rd and 4th internodes). To the eye: longitudinally striate (1st-4th internodes) (Figure 4 B) Developmental stage 1st and 2nd internodes: primary (Figure 3 C and D). 3rd and 4th internodes: initial secondary (Figure 3 F and G) 1st and 2nd internodes: primary (Figure 4 C and D). 3rd and 4th internodes: initial secondary (Figure 4 F and G) Shape/Lignified elements 1st and 2nd internodes: irregular shape; inner lignified elements with no defined arrangement (Figure 3 C and D). 3rd and 4th internodes: circular shape; inner lignified elements arranged in three concentric circles (Figure 3 F and G) 1st and 2nd internodes: irregular shape; inner lignified elements with no defined arrangement (Figure 4 C and D). 3rd and 4th internodes: elliptical shape; inner lignified elements arranged in two concentric circles (Figure 4 F and G) Color Outer region: dark-green (1st-4th internodes) (Figure 3 C and F). Inner region: greenish with yellowish spots (1st and 2nd internodes) (Figure 3 C); mixed in color, with yellowish green central area, and brownish green elliptical peripheral areas separated by yellowish strands (3rd and 4th internodes) (Figure 3 F) Outer region: mix of dark-green and yellow (1st and 2nd internodes) (Figure 4 C); dark-green (3rd and 4th internodes) (Figure 4 F). Inner region: green with yellowish spots (1st and 2nd internodes) (Figure 4 C); mixed in color, with greenish yellow central area, and greenish brown elliptical peripheral areas separated by yellowish strands (3rd and 4th internodes) (Figure 4 F) Obtainment 1st and 2nd internodes: easily broken. 3rd and 4th internodes: not easily broken 1st and 2nd internodes: easily broken. 3rd and 4th internodes: not easily broken Surface Outer: smooth-granular (1st and 2nd internodes) (Figure 3 E); smooth (3rd and 4th internodes) (Figure 3 H). Inner: predominantly granular (1st-4th internodes) (Figure 3 E and H) Outer: smooth-granular (1st and 2nd internodes) (Figure 4 E); granular (3rd and 4th internodes) (Figure 4 H). Inner: predominantly granular (1st-4th internodes) (Figure 4 E and H) Somewhat fibrous; green in color (Figure 3 I). Possesses the same odor and taste of the whole herbal drugs Somewhat fibrous; mixed in color, ranging from brownish green to gray (Figure 4 I). Possesses the same odor and taste of the whole herbal drugs General aspect LEAF WHOLE Veins Petiole P. tuberculatum Jacq. Venation patterns Leaf sheath POWDERED General aspects WHOLE STEM Transection Fracture POWDERED 85 Chart 3. Comparative anatomical characteristics of Piper L., Piperaceae. Aerial part Characteristics Species P. arboreum Aubl. var. arboreum Anticlinal epidermal cell walls (Frontal view of the leaf blade) Adaxial face: straight to wavy (Figure 5 A). Abaxial face: sinuous ( Figure 5 H-J) Adaxial face: straight to wavy. Abaxial face: sinuous Leaf blade Adaxial and abaxial faces: smooth (Figure 5 B) Adaxial and abaxial faces: striate (Figure 5 C and E) Petiole Adaxial and abaxial faces: smooth (Figura 7 A and C) Adaxial face: smooth (Figure 7 B). Abaxial face: striate (Figure 7 D) Leaf sheath Adaxial and abaxial faces: smooth (Figure 8 A and C) Adaxial face: smooth (Figure 8 B). Abaxial face: striate (Figure 8 D) Leaf blade Adaxial and abaxial faces: in continuous plate parallel to the epidermal surface (Figure 5 B) Adaxial and abaxial faces: in aggregated crusts (Figure 5 D) Petiole Adaxial and abaxial faces: in scattered crusts (Figura 7 C) Absent epicuticular wax (Figure 7 B and D) Leaf sheath Adaxial face: absent epicuticular wax (Figure 8 A). Abaxial face: in scattered crusts (Figure 8 C) Absent epicuticular wax (Figure 8 B and D) Non-glandular Type I: short, acuminate shape, up to 3 cells, uniseriate, smooth cuticle, and with epicuticular wax in crust (Figure 8 C). Occurrence: randomly spread on both faces of the petiole, and on the abaxial face of the leaf sheath Type II: short, acute shape, up to 3 cells, uniseriate, conspicuously striate cuticle, and with epicuticular wax in crust (Figures 5 E; 6 I). Type III: filiform, over 3 cells, uniseriate, and with slightly striate cuticle (Figure 5 F). Both types occur: along the veins of the leaf blade on the abaxial face; randomly spread on both faces of the petiole and leaf sheath; and on the volcano-like glandular emergences (Figure 11 C, D, G and H) Bicellular with chalice-like lignified short basal cell and sac-like secretory apical cell which lies upon the epidermal surface, being named “sac-like”. They are coated with smooth cuticle and placed at the same level of the other epidermal cells. Occurrence: randomly spread on both faces of the leaf, except on the veins of the leaf blade (Figure 5 G) “Sac-like” and are placed at the same level of the other epidermal cells. Occurrence: randomly spread on both faces of the leaf, except on the veins of the leaf blade Type Anisocytic; tetracytic; and cyclocytic with four or five subsidiary cells (Figure 5 H-J) Tetracytic; and cyclocytic with four subsidiary cells Occurrence Abaxial face at lower level than the other epidermal cells (Figure 6 A) Abaxial face at higher level than the other epidermal cells (Figure 6 B) Leaf epidermis Adaxial and abaxial faces: uniseriate (Figures 6 A, F, H and J; 7 G; 8 E) Adaxial and abaxial faces: uniseriate (Figures 6 B, G, I and K; 7 H; 8 H) Cuticular flanges Type: U-shaped curves. Occurrence: on both faces of the midrib (Figure 6 F and H) Absent Leaf blade hypodermis 2 cell layers on the adaxial face; 3 cell layers on the abaxial face; becomes uniseriate toward the leaf margin on both faces; coalesces into the distal region of the leaf margin; presence of content (Figure 6 A, D and J) 1 cell layer on the adaxial face; 2 cell layers on the abaxial face; becomes uniseriate toward the leaf margin on both faces; coalesces into the distal region of the leaf margin; presence of content (Figure 6 B, E and K) Type Dorsiventral; continuous until next to the distal region of the leaf margin (Figure 6 A and J) Dorsiventral; continuous until next to the distal region of the leaf margin (Figure 6 B and K) Palisade parenchyma 1 cell layer on the adaxial face; palisade cells become gradually shorter toward the midrib and leaf margin (Figure 6 A, D and J) 2-3 cell layers on the adaxial face; palisade cells become gradually shorter toward the midrib and leaf margin (Figure 6 B, E and K) Spongy parenchyma 3 cell layers on the abaxial face (Figure 6 A and J) 2-3 cell layers on the abaxial face (Figure 6 B and K) Vascular bundles Collateral encircled by parenchymatic sheath, with fiber cap next to the xylem Collateral encircled by parenchymatic sheath, with fiber cap next to the xylem (Figure 6 C) Shape Concave-convex (Figure 6 D) Slightly flat on the adaxial face, and costate on the abaxial face (Figure 6 E) Collenchyma Adaxial face: lamellar in strand. Abaxial face: angular in strand. Both types are separated from the epidermis by 1 layer of ground parenchyma (Figure 6 D, F and H) Adaxial face: predominantly lamellar in strand and occurs immediately beneath the epidermis. Abaxial face: lamellarangular in strand and is separated from the epidermis by 1 layer of ground parenchyma (Figure 6 E, G and I) Vascular bundles Collateral with fiber cap next to the xylem and phloem. Arrangement: V-shaped pattern (Figure 6 D) Collateral with fiber cap next to the xylem and phloem. Arrangement: V-shaped pattern (Figure 6 E) Curved toward the abaxial face. The distal region is occupied by hypodermal cells (Figure 6 J) Slightly bent toward the abaxial face. The distal region is occupied by hypodermal cells (Figure 6 K) Shape Crescent (Figure 7 E) Circinnate (Figure 7 F) Collenchyma Adaxial and abaxial faces: predominantly angular in strand and is separated from the epidermis by 2-3 layers of ground parenchyma (Figure 7 G and I) Adaxial and abaxial faces: lamellar in strand and is separated from the epidermis by 3-4 layers of ground parenchyma (Figure 7 H and K) Vascular bundles Collateral encircled by parenchymatic sheath. Arrangement: in a crescent (Figure 7 E and J) Collateral encircled by parenchymatic sheath. Arrangement: circinnate-shaped pattern (Figure 7 F and L) Shape Concave-convex (Figure 8 E) Concave-convex (Figure 8 F) Collenchyma Adaxial and abaxial faces: angular in strand and is separated from the epidermis by 2-3 layers of ground parenchyma (Figure 8 G and I) Adaxial and abaxial faces: lamellar in strand and is separated from the epidermis by 2-3 layers of ground parenchyma (Figure 8 H and J) Vascular bundles Collateral encircled by parenchymatic sheath. Arrangement: in an arc (Figure 8 E and G) Collateral encircled by parenchymatic sheath. Arrangement: in an arc (Figure 8 F and H) Crystals Druses: mesophyll; ground parenchyma of the leaf sheath. Prismatic crystals: ground parenchyma of the midrib, petiole, and leaf sheath (Figure 10 A, C, E and G) Druses: mesophyll. Prismatic crystals: ground parenchyma of the midrib, petiole, and leaf sheath (Figure 10 B, D, F and H) Secretory structures Sac-like glandular trichomes and secretory idioblasts (Figures 5 G; 6 A, D, F, H and J; 7 G, I and J; 8 G; 11 A and B) Sac-like glandular trichomes, secretory idioblasts and volcano-like glandular emergences (Figures 6 B and E; 7 H and L; 8 H; 11 C-G) Cuticular ornamentation Smooth, regardless of the stem developmental stage (Figure 9 A) Smooth, regardless of the stem developmental stage (Figure 9 B) Non-glandular Type IV: short, acute shape, up to 3 cells, uniseriate, and with smooth cuticle (Figure 9 A). Occurrence: randomly spread on the epidermal surface, regardless of the stem developmental stage Type III occurs on the volcano-like glandular emergences (Figure 11 H). Type IV occurs randomly spread on the other regions (Figure 9 B). Both types occur regardless of the stem developmental stage Glandular “Sac-like” and are observed regardless of the stem developmental stage “Sac-like” and are observed regardless of the stem developmental stage Epidermis Uniseriate, regardless of the stem developmental stage. Lenticels occur in the stem in initial secondary growth (Figure 9 C, E, I and G) Uniseriate, regardless of the stem developmental stage. Lenticels occur in the stem in initial secondary growth (Figure 9 D, F and H) Shape Circular, regardless of the stem developmental stage (Figure 9 C) Elliptical, regardless of the stem developmental stage (Figure 9 D) Cortex Strands of lamellar collenchyma are separated from the epidermis by 3-4 layers of ground parenchyma, regardless of the stem developmental stage (Figure 9 E and G) Strands of lamellar collenchyma are separated from the epidermis by 3-4 layers of ground parenchyma, regardless of the stem developmental stage (Figure 9 F, H and J) Vascular Organization Primary growth: collateral vascular bundles in two concentric circles; peripheral bundles in differentiation; presence of parenchymatic sheath (Figure 9 E). Initial secondary growth: collateral vascular bundles in three concentric circles; the peripheral circle of bundles is bound internally and separated from the pith by a sinuous zone of fibers, the xylem and phloem are radially elongated, presence of sclerenchyma cap next to the phloem, parenchymatic rays occur among the bundles; the medullary bundles are encircled by parenchymatic sheath, fibers present in the xylem and phloem poles may form a cap (Figure 9 G) Primary growth: collateral vascular bundles in two concentric circles; presence of parenchymatic sheath (Figure 9 F). Initial secondary growth: collateral vascular bundles in two concentric circles; the peripheral circle of bundles is bound internally and separated from the pith by a sinuous zone of fibers, the xylem and phloem are radially elongated, fibers present in the phloem pole may form a cap, parenchymatic rays occur among the bundles; the medullary bundles are encircled by parenchymatic sheath, fibers present in the xylem and phloem poles may form a cap next to the xylem (Figure 9 H) Pith Parenchymatic; presence of amyloplasts that possess polyhedrical simple starch grains with plane, concave and convex facets, and centric and stellate hilum (Figures 9 G; 14 P); prismatic crystals present (Figure 10 I) Parenchymatic; presence of amyloplasts that possess polyhedrical simple starch grains with plane, concave and convex facets, and centric and fissured hilum (Figures 9 H; 15 O); prismatic crystals present (Figure 10 J) Secretory structures Sac-like glandular trichomes and secretory idioblasts (Figure 9 E, G and I) Sac-like glandular trichomes, secretory idioblasts and volcano-like glandular emergences (Figures 9 F and H; 11 H and I) Cuticular ornamentation Epicuticular wax pattern Trichomes Glandular Stomata LEAF Mesophyll Midrib Leaf margin Petiole Leaf sheath Trichomes STEM P. tuberculatum Jacq. 86 Chart 4. Results of the histochemical screening performed in leaves and stem of Piper arboreum Aubl. var. arboreum, Piperaceae. Metabolic classes Reagents Secretory idioblasts Leaf Glandular trichomes hypodermis Leaf Among the Mesophyll Midrib Petiole Stem Leaf sheath Xylem parenchyma Phloem parenchyma CP MP CO XYP PHP Leaf Stem hypodermal cells GP CO GP CO GP CO MD PE LES MD PE LES Total lipids Sudan black B - - ++ - + - ++ - - - - + + + - ++ - - + ++ ++ + Neutral lipids Nile blue A - - - - - - - - - - - - - - - - - - + - - - Acid lipids Nile blue A - - ++ - + - ++ - - - - ++ + + - ++ - - + ++ ++ + Unsaturated lipids Osmium tetroxide - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Fatty acids Copper acetate/rubeanic - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - acid Essential oils NADI reagent ++ - - - ++ - + - + + + + + ++ ++ - - + + - - - Oleoresins NADI reagent - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Mixture of essentials and resins NADI reagent - - - ++ - - - - - - - - - - - ++ - - - ++ - - Steroids Antimony trichloride - ++ - - ++ - ++ - - - - - - ++ - ++ - - - - - - Sesquiterpene lactones Abraham reaction - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Terpenoids with carbonyl group 2,4dinitrophenylhydrazine - - - - - - - - - - - - - - ++ - - - - ++ - - Total phenolics Ferric trichloride - - ++ + ++ + + + - - - - - - + ++ + - - ++ - - Tannins Vanillin–hydrochloric acid - - ++ - ++ - - - - - - - - - + ++ - - - ++ - - Flavonoids Aluminum trichloride* - ++ - - - - - - - - - - - - - - - - - - ++ - Neutral polysaccharides Periodic acid–Schiff (PAS) reagent - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Pectins Ruthenium red - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Mucins Mayer’s tannic acidferric chloride stain - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Acid mucopolysaccharides Alcian blue - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Total alkaloids Dragendorff reagent - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Total proteins Xylidine-Ponceau - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Positive (+). Intense positive (++). Negative (-). Ground parenchyma (GP). Collenchyma (CO). Xylem parenchyma (XYP). Phloem parenchyma (PHP). Midrib (MD). Petiole (PE). Leaf sheath (LES). Cortical parenchyma (CP). Medullary parenchyma (MP). *Observed under UV light. 87 Chart 5. Results of the histochemical screening performed in leaves and stem of Piper tuberculatum Jacq., Piperaceae. Metabolic classes Reagents Secretory idioblasts Leaf Glandular emergences Glandular trichomes hypodermis Leaf Stem Midrib Petiole Leaf Stem Leaf Stem sheath Among the Mesophyll Midrib Petiole Leaf sheath Xylem parenchyma Phloem parenchyma CP MP CO XYP PHP hypodermal cells GP CO GP CO GP CO MD PE LES MD PE LES Total lipids Sudan black B - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - ++ + Neutral lipids Nile blue A - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Acid lipids Nile blue A - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - ++ + Unsaturated lipids Osmium tetroxide - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Fatty acids Copper - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - acetate/rubeanic acid Essential oils NADI reagent + - ++ - - - - - + + + ++ ++ ++ - ++ - - ++ ++ ++ ++ ++ ++ - - Oleoresins NADI reagent - - - - ++ - - - - - - - - - ++ - - - - - ++ ++ ++ ++ - - Mixture of essentials and resins NADI reagent - - - - ++ - ++ - - - - - - - - ++ - - - - - - - - - - Steroids Antimony trichloride - ++ ++ - ++ - - - - - - - - - ++ - - - - - ++ ++ ++ ++ - - Sesquiterpene lactones Abraham reaction - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Terpenoids with carbonyl group 2,4dinitrophenylhy drazine - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Total phenolics Ferric trichloride - ++ - + ++ ++ + + - - - - - - + ++ + - - ++ ++ ++ ++ ++ - - Tannins Vanillin– hydrochloric acid - - - - ++ - ++ - - - - - - - + ++ + - - ++ ++ ++ ++ ++ - - Flavonoids Aluminum trichloride* - ++ - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - ++ - Neutral polysaccharides Periodic acid– Schiff (PAS) reagent - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Pectins Ruthenium red - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Mucins Mayer’s tannic acid-ferric chloride stain - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Acid mucopolysaccharides Alcian blue Total alkaloids Dragendorff reagent - - - - ++ - - - - - - - - - - ++ - - - ++ ++ ++ ++ ++ - - Total proteins XylidinePonceau - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Positive (+). Intense positive (++). Negative (-). Ground parenchyma (GP). Collenchyma (CO). Xylem parenchyma (XYP). Phloem parenchyma (PHP). Midrib (MD). Petiole (PE). Leaf sheath (LES). Cortical parenchyma (CP). Medullary parenchyma (MP). *Observed under UV light. 88 Chart 6. Comparative microscopic characteristics of the powdered herbal drugs of Piper L., Piperaceae. Herbal drug Species P. arboreum Aubl. var. arboreum LEAF STEM P. tuberculatum Jacq. Leaf blade fragments with: straight to wavy (adaxial face) or sinuous (abaxial face) anticlinal epidermal cell walls, sac-like glandular trichomes, anisocytic, tetracytic and cyclocytic stomata (abaxial face), smooth cuticle, continuous plate of epicuticular wax parallel to the epidermal surface, secretory idioblasts of acidophilic content, and druses (Figure 14 A-D) Leaf blade fragments with: straight to wavy (adaxial face) or sinuous (abaxial face) anticlinal epidermal cell walls, sac-like glandular trichomes, non-glandular trichomes of the type III, tetracytic and cyclocytic stomata (abaxial face), striate cuticle, aggregated crusts of epicuticular wax, volcano-like glandular emergences, secretory idioblasts of acidophilic content, tracheary elements with helical wall thickening, and druses (Figure 15 A-G) Presence of: fiber bundles, tracheary elements with annular, helical and pitted wall thickening, styloids, and cuneiform prismatic crystals (Figure 14 E-H) Presence of: fiber bundles, and cuneiform prismatic crystals (Figure 15 H and I) Fragments with: thick and straight to wavy anticlinal epidermal cell walls, smooth cuticle, sac-like glandular trichomes, and nonglandular trichomes of the type IV (Figure 14 I and J) Fragments with: thin and straight to wavy anticlinal epidermal cell walls, smooth cuticle, non-glandular trichomes of the types III and IV, and volcano-like glandular emergences (Figure 15 J and K) Presence of: idioblasts with styloids, non-birefringent crystal fragments, brownish-colored particles, fiber bundles, brachysclereids and macrosclereids, tracheary elements with annular wall thickening, and polyhedrical simple starch grains with plane, concave and convex facets, and centric and stellate hilum (Figure 14 K-P) Presence of: idioblasts with prismatic crystals, secretory idioblasts of acidophilic content, fiber bundles, tracheary elements with annular and helical wall thickening, and polyhedrical simple starch grains with plane, concave and convex facets, and centric and fissured hilum (Figure 15 L-O) 89 Table 1. Results of physicochemical parameters determined in herbal drugs of Piper L., Piperaceae. Species Herbal drug Parameters (mean ± S.D.; n = 3) Loss on drying (INFRATEST) Moisture content pH Total ash Sulphated ash Acid-insoluble ash Leaf 8.220% ± 0.003 6.800% ± 0.140 4.545% ± 0.007 11.230% ± 0.021 64.932% ± 0.687 1.240% ± 0.870 Stem 8.030% ± 0.002 5.400% ± 0.103 4.420% ± 0.325 8.932% ± 0.001 16.534% ± 0.820 4.350% ± 0.320 Leaf 8.890% ± 0.004 6.600% ± 0.264 4.134% ± 0.231 14.198% ± 0.006 77.455% ± 0.720 1.360% ± 0.220 Stem 8.355% ± 0.003 5.300% ± 0.628 4.668% ± 0.035 12.320% ± 0.003 21.756% ± 0.298 1.278% ± 0.323 P. arboreum Aubl. var. arboreum P. tuberculatum Jacq. n is the number of independent determinations. Standard Deviation (S.D.). 90 Table 2. Results of determination of metals in herbal drugs of Piper L., Piperaceae. Species Metal content (mean ± S.D. mg Kg -1; n = 3) Herbal drug Al Cd Co Cr Cu Mn Mo Ni Pb Ti V Hg As Leaf 40.070 ± 2.313 0.036 ± 0.003 0.034 ± 0.022 0.972 ± 0.184 15.477 ± 0.058 195.325 ± 2.839 <LODb 5.251 ± 0.118 <LODb <LODb 14.970 ± 0.413 0.014 ± 0.003 <LODb Stem 27.535 ± 5.496 0.043 ± 0.006 0.026 ± 0.032 0.883 ± 0.057 19.368 ± 0.125 70.137 ± 1.202 <LODb 0.938 ± 0.272 <LODb <LODb 9.270 ± 0.333 0.017 ± 0.007 <LODb Leaf 52.747 ± 2.613 0.031 ± 0.004 0.032 ± 0.025 0.884 ± 0.063 10.184 ± 0.207 29.708 ± 1.749 <LODb 0.302 ± 0.283 <LODb <LODb 8.964 ± 0.605 0.004 ± 0.003 <LODb Stem 18.818 ± 1.898 0.036 ± 0.004 0.042 ± 0.012 1.053 ± 0.281 10.126 ± 0.587 13.985 ± 0.739 <LODb 0.296 ± 0.182 <LODb <LODb 9.345 ± 0.566 0.005 ± 0.001 <LODb SRMa 1547 233.672 ± 4.976 0.031 ± 0.007 0.059 ± 0.014 1.172 ± 0.024 3.100 ± 0.354 74.900 ± 3.467 <LODb 0.615 ± 0.102 <LODb 1.100 ± 0.283 0.400 ± 0.289 0.029 ± 0.007 0.064 ± 0.018 Recovery (%) 93.84 102.96 83.85 117.20 82.86 76.48 ** 89.07 ** *** 113.55 P. arboreum Aubl. var. arboreum P. tuberculatum Jacq. n is the number of independent determinations. Standard Deviation (S.D.). a Standard Reference Material. b LOD (Detection limit): Mo = 0.001 mg Kg -1 ; Pd = 0.005 mg Kg-1 ; Ti = 0.002 mg Kg-1 ; Hg = 0.00004 mg Kg-1 ; As = 0.00012 mg Kg-1. ** Non-satisfactory recovery. *** Value not certified. 93.84 102.96 91 FIGURAS 92 93 94 95 96 97 98 99 100 101 102 103 104 105 106 107 3. SÍNTESE As investigações realizadas para Piper L. estão relacionadas, principalmente, a estudos taxonômicos, fitoquímicos, agronômicos e sobre a atividade biológica de fitoconstituintes fixos e voláteis. Estudos farmacognósticos são raros. No presente trabalho, foram levantados dados macroscópicos para as drogas vegetais, assim como microscópicos e químicos para as plantas medicinais e drogas vegetais de P. arboreum Aubl. var. arboreum, P. callosum Ruiz & Pav. e P. tuberculatum Jacq., espécies vegetais de ampla utilização etnofarmacológica e com potencial para tornarem-se fitomedicamentos. A elucidação estrutural e histoquímica de estruturas secretoras, observadas até então apenas sobre o ponto de vista morfológico, a elaboração de um inventário de caracteres morfoanatômicos dos órgãos vegetativos aéreos e o estabelecimento de parâmetros físico-químicos foram os principais pontos abordados nos três capítulos da tese que, em conjunto, contribuem para o controle de qualidade (autenticidade e grau de pureza) das matérias-primas vegetais dessas três espécies de Piper. No primeiro capítulo, os morfotipos de cristais e macropadrões cristalinos observados são características relevantes à identificação microscópica de folhas e caule, in natura ou na forma de drogas vegetais, das espécies estudadas. Ademais, a riqueza em conteúdo mineral dessas espécies possibilitou justificar os teores elevados de cinzas, principalmente cinzas sulfatadas, apresentados pelas drogas vegetais das espécies de Piper em questão. No segundo e terceiro capítulos, foram abordados aspectos referentes à morfodiagnose macroscópica e microscópica e à caracterização físico-química das espécies de Piper em questão. O segundo capítulo versa sobre P. callosum e o terceiro capítulo trata de P. arboreum var. arboreum e P. tuberculatum. Concernente à morfodiagnose macroscópica, as drogas vegetais das três espécies apresentaram morfologia semelhante às descrições de cada espécie feitas na literatura, ratificando que a coleta da espécie correta é um fator crucial quando se objetiva estabelecer parâmetros de qualidade através da autenticidade. Demais características como cor, odor sabor, textura, superfície, padrões de venação foliar e aspectos da superfície de fratura e da secção transversal foram em geral peculiares para as drogas vegetais das espécies de Piper estudadas. As calosidades presentes na face superior da base da lamina foliar das drogas vegetais de P. callosum são características-chave para identificá-las quando íntegras. Similarmente, as emergências glandulares observadas nas drogas vegetais caulinares e foliares 108 de P. tuberculatum permitem diferenciá-las daquelas de P. arboreum var. arboreum, estejam as drogas vegetais íntegras ou não. Em relação à morfodiagnose microscópica, o conjunto de caracteres anatômicos distintivos observados nas três espécies de Piper é relevante à identificação tanto das plantas medicinais como das drogas vegetais, pois ambas não diferiram anatomicamente. Destacamse entre esses caracteres os padrões de cera epicuticular, de cutícula e de flange cuticular, o tipo e posição do colênquima, os padrões de arranjo dos feixes vasculares, a forma em secção transversal da nervura central, da margem foliar, do pecíolo e do caule, assim como a morfologia dos grãos de amido. As análises físico-químicas das drogas vegetais das espécies de Piper estudadas revelaram em geral valores semelhantes para os teores de voláteis e umidade, pH e cinzas totais, sulfatadas e ácido-insolúveis. Para o conteúdo metálico, as concentrações elevadas de Al, Cu, Mn e V em relação a Cd, Co, Cr, Mo, Ni, Pb, Ti, Hg e As, somada à capacidade dos cristais de incorporarem metais na sua estrutura, como observado nas concrescências cristalinas ocorrentes no caule de P. arboreum var. arboreum, podem ser indicativos que as três espécies são hiperacumuladoras de metais. Sendo assim, a avaliação do conteúdo metálico dessas plantas constitui um critério de qualidade de fundamental importância, assegurando-lhes o uso para fins medicinais, principalmente na forma de chás, pois tais metais são potencialmente tóxicos e podem causar danos à saúde humana quando em concentrações acima dos níveis toleráveis. Ressalta-se que todos os valores das análises físico-químicas realizadas estão dentro dos valores-limite preconizados como satisfatórios pelas agências reguladoras oficiais. A histoquímica, embora não possa ser utilizada como parâmetro de controle de qualidade, permitiu diagnosticar in situ o conteúdo metabólico das espécies de Piper em questão, o que possibilitou correlacionar as atividades biológicas atribuídas às diferentes classes metabólicas com os usos terapêuticos tradicionais dessas espécies vegetais. Afora as implicações puramente farmacognósticas, o presente trabalho fez o registro de dados inéditos para as três espécies de Piper, ao gênero Piper e para a família Piperaceae, trazendo contribuições relevantes ao conhecimento estrutural, taxonômico e químico do grupo. A estrutura e histoquímica das calosidades e das emergências glandulares de P. callosum e P. tuberculatum, respectivamente, foram elucidadas. Esteroides não haviam sido mencionados anteriormente para P. arboreum var. arboreum. Rosetas cristalinas, concrescências cristalinas silicificadas e 14 novos macropadrões cristalinos foram reportados pela primeira vez para Piper e Piperaceae. 109 Por fim, sugere-se que P. arboreum var. arboreum, P. callosum e P. tuberculatum sejam melhor avaliadas sobre os aspectos farmacológicos, devido aos inúmeros usos etnofarmacológicos que possuem e ao fato de serem comercializadas como produtos fitoterápicos tradicionais, o que as torna espécies promissoras para o desenvolvimento de fitomedicamentos, principalmente fitoterápicos, visto que os pré-requisitos fundamentais exigidos ao controle de qualidade de matérias-primas vegetais para fins farmacêuticos foram estabelecidos às três espécies no presente estudo. 110 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Albiero, A.L.M., PAOLI, A.A.S., SOUZA, L.A., MOURÃO, K.S.M. 2005. Morfoanatomia dos órgãos vegetativos de Piper crassinervium H.B. & K. (Piperaceae). 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