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FERREIRA LEITE: ALMOÇO EM LOULÉ, ARRUADA E SESSÃO DE
ESCLARECIMENTO EM FARO – DISCURSO DE MENDES BOTA
A 1 de Setembro de 2009, após a reunião com as associações de comerciantes no Algoz,
a líder do PSD, Manuela Ferreira Leite, rumou a Loulé, onde almoçou com os dirigentes
distritais e locais do partido, bem como com os candidatos a deputados pela região.
Ao fim da tarde, sempre acompanhada pelo presidente do PSD/Algarve, Mendes Bota,
que a foi apresentando pessoa a pessoa pela rua de Santo António acima, em Faro, com
uma multidão organizada de apoiantes a secundá-la, Manuela Ferreira Leite tomou chá
num estabelecimento de restauração, para ganhar forças para o desafio que estava para
vir, depois de uns fatigantes 87 metros de intensa arruada.
E esse desafio foi, precisamente, uma grandiosa sessão de esclarecimento para
militantes esclarecidos no auditório principal da Comissão de Coordenação e
Desenvolvimento Regional do Algarve. Coube a Mendes Bota fazer o discurso de
abertura, cujo teor integral aqui se reproduz:
“Exma. Sra.
Presidente do PSD, e candidata ao cargo de Primeiro Ministro, Manuela Ferreira Leite
Exmo. Sr.
Secretário Geral do PSD, Luis Marques Guedes
Exmo. Sr.
Vice-Presidente do PSD, António Borges
Exmo. Sr.
Presidente da JSD, Pedro Rodrigues
Exmo. Sr.
Secretário Geral Adjunto do PSD, Emídio Guerreiro
Exmo. Sr.
Mandatário Distrital do PSD, José Inácio Marques Eduardo
Exmos. Srs. Deputados à Assembleia da República
Emídio Guerreiro, Ana Zita Gomes e José Pereira da Costa
Exmo. Sr.
Cabeça de Lista do PSD pelo Círculo Eleitoral de Faro, Jorge Bacelar Gouveia
Exmo. Sr.
Presidente da Assembleia Distrital do PSD/Algarve, Elidérico Viegas
Exmo. Sr.
Presidente do Conselho de Jurisdição Distrital do PSD/Algarve, José Vitor Silva
Exmos. Srs.
Presidentes das Comissões Políticas de Secção do PSD e demais dirigentes distritais e
locais do PSD no Algarve
Exmos. Srs.
Presidentes das Câmaras Municipais e demais autarcas do PSD no Algarve
Exmos. Srs. E Sras.
Candidatos e candidatas à Assembleia da República pelo Círculo Eleitoral de Faro
Exmos. Srs. E Sras.
Candidatos e candidatas às autarquias locais do Algarve
Exmos. Jornalistas
Exmos. Militantes e Simpatizantes do PSD
Exmos. Senhores e Exmas. Senhoras
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Cumpre-me a honrosa missão de, em nome do PSD/Algarve dar as boas vindas a todos
vós, que quiseram presentear-nos com a vossa presença nesta sessão pública, que abre
oficialmente o período de pré-campanha do PSD em todo o país, o que só demonstra a
importância do Algarve nestes momentos especiais em que é necessário arregaçar as
mangas e mostrar pelo trabalho a capacidade de mobilização, e a vontade de mudança
das gentes algarvias.
Somos um povo mais habituado a dar do que a receber, pois outra não poderia ser a
atitude de quem recebeu da generosidade divina estes pedaços do paraíso e a bonomia
deste clima.
E é investido deste poder representativo de mais de 5.000 militantes social democratas
do Algarve, que me permito depositar nas mãos de Vossa Excelência a esperança
colectiva de devolver credibilidade ao lugar de primeiro ministro, de recuperar a
confiança nas instituições democráticas e nos seus intérpretes, de promover os
instrumentos para uma recuperação séria e sustentada do desenvolvimento económico
e de inverter o rumo de um país que caminha aceleradamente para o abismo.
E é por estar na presença de uma pessoa estruturalmente séria, que lhe peço, quando
na qualidade de Primeiro Ministro de Portugal, que trate sempre o Algarve com
seriedade, e que devolva ao Algarve em investimentos públicos, pelo menos, uma
pequena parte do enorme contributo que esta Região, os algarvios, os cidadãos e as
suas empresas dão anualmente para os cofres do Estado.
Não lhe vou falar de Regionalização, porque todos nós conhecemos as posições de
todos nós, e somos livres de as ter. Mas não posso deixar de lhe dizer que, ao contrário
do Partido Socialista, que começou por encher o peito há poucos meses atrás com a
palavra Regionalização, e acabou por reduzir essa reforma no seu Programa Eleitoral
a um compromisso demasiado pífio e tímido face às expectativas criadas, o PSD, de
quem nada de bom se esperava nesta matéria, acabou por assumir aquilo que, no
fundo, é o que mais nos interessa.
Por isso, conte connosco para não deixar esquecer, e para fazer cumprir, o caminho
preconizado no parágrafo 5, da página 31, do Programa Eleitoral de V. Exa. Ou seja,
ouça-se o povo em referendo! E é isso o essencial.
Finalmente, tenho um pedido a fazer a V. Exa. senhora Presidente do PSD. Não aplique
ao Algarve a Técnica dos 4Ms, porque ao fim de quatro anos e meio de mandato do
governo socialista, estamos fartos!
A Técnica dos 4Ms, consiste no Milagre da Multiplicação dos Momentos Mediáticos.
Com o governo actual, qualquer obra merece:
-vários anúncios prévios e tridimensionais com direito a tenda, banquete e
Power Point;
-várias assinaturas com direito a notícia - é a abertura do concurso, a
adjudicação da empreitada, a assinatura do contrato;
-várias inaugurações - é o 1º tijolo, é o carregar do botão, é o início da nova
fase, é a fita final (muito poucas, por sinal)
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-são assinaturas de protocolos, por tudo e por nada, que antes se resolviam por
simples despacho, e agora metem pompa, trombetas e circunstância;
Tem que acabar o espectáculo confrangedor desta autêntica plataforma giratória, deste
governo em corropio, com ministros e secretários de estado a aterrar todos os dias no
Algarve em catadupas, paralisando meios logísticos, forças de segurança, brigadas de
comissários políticos e de autarcas, tudo com custos enormes para o Estado. Os
governantes servem para governar, e não para se passear pelo País, a todo o dia e a
toda a hora!
Não contamos consigo para fazer esta política de ilusionismo e de espectáculo. Porque
de ilusionismo e de espectáculo se tratou a falsa inauguração dos trabalhos da
Circular Norte de Faro, só para vir em socorro de um autarca socialista em apuros.
Ilusionismo e espectáculo é o que têm feito com o Hospital Central do Algarve,
considerada há quatro anos e meio como a prioridade das prioridades, e que até hoje
não conseguiu passar do papel!
Ilusionismo e espectáculo, foi a cena montada artificialmente na sexta-feira passada,
no pretenso fecho da comporta de fundo da Barragem de Odelouca em construção, a
servir de cenário para mais um sketch do senhor primeiro ministro.
E já que falei em Odelouca, e dos 134 milhões de m3 de água que irá armazenar, peçolhe que olhe para o Algarve de forma séria e realista, e para a estreita correlação que
deve existir entre a capacidade de carga urbano-turistica de uma região como o
Algarve, e as disponibilidades de um recurso natural escasso e precioso como é a água.
Odelouca parece muito, mas não é, e tem que se olhar para a dessalinização com
outros olhos. Por isso, peço à futura Primeiro Ministro que faça contas básicas na
Região. Que se faça um inventário do que está construído e não está vendido. Que se
faça um inventário do que está aprovado e não está construído. Que se faça um
inventário do potencial de aprovação e de construção dos perímetros urbanos já
aprovados. E pense-se onde se irá buscar água para abastecer a população que um dia
vier a ocupar tudo isto.
Lembre-se, senhora futura Primeiro Ministro, do cheiro nauseabundo que sentiu há
poucos meses, na nossa visita a Portimão. E que é o mesmo problema de municípios
como Faro ou Olhão. O que só significa que existem efluentes a mais, e capacidade de
tratamento a menos.
Seria bom que as finanças locais dependessem menos dos metros quadrados de
construção e mais da tributação da actividade económica produtiva.
Um dia, alguém terá que acabar com este delírio colectivo, com o primado da ganância
e da especulação, e com o princípio de que enquanto houver um metro quadrado por
construir em cima da praia, a luta continua.
Há bocado, quando vinha a entrar, perguntou-me aquele militante: donde vinha eu? E
eu respondi-lhe: Oh meu amigo! Venho de Lisboa. Fui pedir licença para pensar. E são
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esses pensamentos que, de forma breve, aqui partilhei convosco. Obrigado pela
atenção.”
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almoço em Loulé, arruada e sessão de esclarecimento em Faro