Religieuses de l’Assomption
Commission Canonisation
Via Alessandro Viviani, 10
00174 – ROMA (ITÁLIA)
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Roma, 23 de fevereiro de 2007
Muito queridas irmãs,
Acabamos de chegar do Vaticano, onde assistimos ao Consistório Público Ordinário convocado
pelo Papa para assinar 5 Decretos de Canonização, entre eles o de M. Maria Eugênia de Jesus.
Aos quatro decretos que já tinham sido anunciados foi acrescentado mais um: o de Georgio
Precca, sacerdote maltês fundador da Sociedade da Doutrina Cristã (M.U.S.E.U.M.).
Vocês já sabem a data da Canonização: 3 de junho de 2007, festa da Santíssima Trindade.
Bonita festa para a Canonização de M. Maria Eugênia, ela que, conquistada pelo mistério de
Deus, simplesmente adorava esse mistério e deixava que ele plenificasse sua vida. Aqui está um
texto que indica o “mais profundo de sua alma”:
Venho de Deus, pertenço a Deus, sou para Deus. – Foi por amor que Deus me criou,
que me deu tudo, que, com o olhar sempre fixo em mim, me preservou, me ensinou,
esperou de mim que todos os meus atos, meus pensamentos, todas as minhas afeições
fossem orientados para Ele.
Para isso, não apenas me deu a natureza, mas a vida de Jesus Cristo pelo batismo,
pelos sacramentos onde Ele concedeu por tanto tempo que eu O sentisse; a vida
religiosa enfim, para que a vida de Jesus se estabeleça e se manifeste em mim.
Como, no uso das criaturas, eu deveria imitar Jesus, tornar-me indiferente a qualquer
outra coisa que não seja a escolha que Ele faz para mim, vê-las como Ele as via, servir
de instrumento para seus fins e inclinar-me a abraçar o que Ele ama, a humildade, a
paciência, a pobreza, a sujeição às regras, a oração e mesmo os sofrimentos que Ele
pode me enviar, guardando-me unida a Ele.
Por que temer? Devo apoiar-me no amor criador e redentor, contar com ele para
atingir minha meta. Nas dificuldades, nos perigos, olhar mais alto, não temer a
solidão. Deus está sempre presente. É seu amor que é ciumento de todas as minhas
ações e eu vou procurar dar a Ele todas elas… Em todos os tempos, é preciso que eu
vá a Ele, que eu espere dEle todo o socorro. (NI 234/01)
Esta manhã, às 7 h.30, partimos rumo à Basílica de São Pedro, para participar da Eucaristia das
8 h.30 na Capela da Adoração. Depois de uma passada pela Livraria Vaticana, fomos à Porta de
Bronze, onde encontramos, numa salinha de espera, os membros das outras Congregações, antes
de subirmos à Sala Clementina, onde deveria ser celebrado o Consistório. Encontramos outras
mulheres: as do ramo feminino da Sociedade da Doutrina Cristã. Pouco a pouco a sala foi se
enchendo com os membros do Consistório. Especialmente pudemos cumprimentar o Cardeal
Poupard, que nos recebeu de braços abertos; é o Presidente do Conselho Pontifício para a
Cultura, o Diálogo Inter-religioso e a Educação; o Cardeal Rodé, Prefeito da Congregação para
os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica. Às 11 horas começou a
celebração do Ofício de Sexta. Dentro desse Ofício é que tem lugar a cerimônia. Depois do
canto dos Salmos e da leitura da Palavra de Deus, o Cardeal Saraiva, Prefeito da Congregação
para as Causas dos Santos, apresentou cada um dos Bem-aventurados e a Bem-aventurada.
Sobre M. Maria Eugênia de Jesus, sublinhou a conversão na pregação do padre Lacordaire e o
desejo de trabalhar para a transformação da sociedade pela formação da inteligência e pela
educação integral da pessoa. O Santo Padre escutava com muita atenção.
Em seguida, o Papa perguntou aos membros do Consistório se tinham alguma coisa a
acrescentar. Depois de um tempo de silêncio, o Papa confirmou a decisão do Consistório,
proclamando a data da Canonização, 3 de junho de 2007, dia em que 3 bem-aventurados e a
bem-aventurada Maria Eugênia de Jesus serão inscritos no livro dos Santos e sua festa passará a
ser celebrada na Igreja universal. Um dos bem-aventurados será canonizado em São Paulo, no
Brasil, por ocasião da visita do Santo Padre, pois é o primeiro santo brasileiro. – A cerimônia
prosseguiu com uma oração de intercessão pela Igreja e no fim a Bênção apostólica.
Foi assim. Para nós, a celebração foi emocionante, pois foi muito densa, vivida num silêncio
profundo e numa grande paz, como se algo grande estivesse acontecendo. É o que guardamos.
Estamos vivendo como Congregação um momento único, pois M. Maria Eugênia de Jesus nos é
dada a partir de agora como a mulher santa que sempre quis ser, dessa santidade que só pode vir
de Deus. Em 1877 ela escrevia: Minha resolução de retiro é adorar em Nosso Senhor a
santidade e o amor, procurar colocar a santidade em minha vida pela fidelidade à graça e uma
confiança sem limites no amor de Jesus por mim… (NI 233/01)
Hoje, toda a Congregação vive a alegria e a ação de graças… e com razão! Precisamos nos por a
trabalhar para que esse 3 de junho seja o “Dia que o Senhor fez” para que a Assunção, seguindo
nossa primeira irmã, procure colocar a santidade na vida quotidiana através da fidelidade à
graça e de uma confiança sem limites no amor dAquele, Jesus, que ama cada um e cada uma de
nós.
A Comissão vai rever sua Agenda para adaptá-la à data. As outras Comissões vão começar a
trabalhar mais cedo do que estava previsto. Nos próximos dias, nós, as cinco Congregações,
teremos dois encontros com Monsenhor Marini, o Mestre das Cerimônias Litúrgicas pontificais,
para vermos juntos a Liturgia do 3 de junho. Começamos a nos mobilizar para muitas coisas,
como vocês também estão fazendo. Tudo vai funcionar e estaremos no encontro do 3 de junho
com uma alegria inexprimível e com o coração cheio de gratidão.
Vamos terminar a carta, pois queremos que siga o mais depressa possível. Suas mensagens de
alegria estão começando a chegar. Essa alegria é também a nossa. E aumenta cada dia!
Com todo nosso carinho fraterno,
Katrin, M. Paola, Cristina Maria
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