© 2006 Ed René Kivitz A ORAÇÃO DO PAI NOSSO ESTUDO # 01 ABBA PAI São Tomás de Aquino disse que a oração do Pai Nosso é a mais perfeita de todas as orações pois “contém não apenas todas as coisas que podemos corretamente desejar, mas também tudo o que nos é proveitoso querer”. A oração do Pai Nosso é apresentada no Novo Testamento em duas versões: a longa, com sete petições (Mateus 6.9-13) e a curta, com cinco petições (Lucas 11.2-5). Embora a versão de Lucas seja considerada a mais fidedigna, pois não é concebível que Lucas tenha subtraído duas petições, a tradição da Igreja privilegiou a mais longa, de Mateus, para uso litúrgico. Por esta razão, optamos por estudar a versão mais longa, e mais conhecida, de Mateus, nesta Série A Oração do Pai Nosso. SOBREVOANDO O TEXTO Leia a oração do Pai Nosso em seu contexto, em Mateus 6.1-18, e verifique quantas vezes Jesus se refere a Deus chamando-o de Pai. O ideal é que você leia o texto tantas vezes quantas necessárias para memorizá-lo em linhas gerais, e então ser capaz de meditar nele durante o dia. Ministério de Pequenos Grupos ILUMINANDO A PISTA Igreja Batista de Água Branca Para melhor compreensão do significado do Abba Pai usado por Jesus para se dirigir a Deus, você deve ler Gênesis 1.26,27; Deuteronômio 32.6; Mateus 6.25-34; Mateus 12.46-50; Lucas 20.26-38; João 1.12,13; João 20.17; Romanos 8.12-17; Romanos 9.6-8; Gálatas 3.6-9; Gálatas 3.26-29; Gálatas 4.6,7; Efésios 1.5,6; Efésios 5.1; 1João 3.1-10; 1João 5.2. 4 1 ATERRISSANDO NA PALAVRA naturalmente [o Verbo Eterno], voluntariamente [pelo batismo]”. mas é nosso pai ao faze-lo (São Tomás de Aquino, Comentário ao Pai Nosso, Capítulo 1). Ninguém jamais ousou se dirigir a Deus chamando-o de Pai antes de Jesus. A razão é simples, e pode ser compreendida quando distinguimos “fazer e gerar” e “filhos naturais e filhos por adoção”. “A doutrina cristã mais eletrizante é a afirmação de que, se nos unirmos a Cristo, poderemos nos tornar filhos de Deus. Diante disso, podemos perguntar-nos: Mas já não somos filhos de Deus? Bem, em certo sentido não há dúvida de que já somos filhos de Deus. Deus trouxe-nos à existência, ama-nos e cuida de nós, e nesse sentido é como um pai. Mas, quando a Sagrada Escritura nos diz que devemos ´tornar-nos´ filhos de Deus, evidentemente quer dizer algo bem diferente [...] A Bíblia diz que Jesus é o “filho unigênito de Deus”, isto é, o único gerado por Deus, o único não criado por Deus. “Gerar é tornar-se pai; criar é fazer. A diferença entre as duas palavras consiste no seguinte: quando geramos, geramos algo da mesma espécie que nós mesmos. Um homem gera bebês humanos, um castor gera filhotes de castor, um passarinho gera ovos que se transformarão em passarinhos iguais a ele. Mas quando criamos, quando fazemos, fazemos algo que pertence a uma espécie inteiramente diferente da nossa. O pássaro faz um ninho, o castor faz uma barragem, o homem faz um aparelho de rádio – ou talvez faça alguma coisa mais parecida com ele do que um rádio; por exemplo uma estátua. Se for um escultor hábil, poderá fazer uma estátua que se pareça muito com um ser humano; mesmo assim, evidentemente, não terá criado um ser humano real, mas apenas algo que se parece com um ser humano, algo que não respira nem pensa, algo que não tem vida [...] O que Deus gera é Deus, tal como o que o homem gera é homem. O que Deus cria não é Deus, tal como o que o homem faz não é homem. É por isso que os homens não são filhos de Deus no mesmo sentido em que Cristo o é [...] E este é precisamente o tema central do Cristianismo. O nosso mundo é o imenso atelier de um grande escultor. Nós somos as estátuas, e entre nós corre o rumor de que, um dia, alguns de nós cobraremos vida”. (C.S. Lewis, Mero Cristianismo, Parte IV, Capítulo 1). “Pela adoção tornamo-nos irmãos de Cristo, quase como se tivéssemos com ele o mesmo Pai, o Qual, todavia, de um modo é Pai de Cristo e, de outro, é nosso Pai. Por isso, no Evangelho, o Senhor diz separadamente: ´Meu Pai´e ´vosso Pai´: pois [Deus] é Pai de Cristo ao gera-lo 2 Quando dizemos que “somos filhos de Deus”, devemos nos lembrar que Deus nos criou conforme sua imagem e semelhança (estátuas), e nos adotou em Cristo como filhos (Efésios 1.5,6), efetuando uma mudança radical em nossa natureza. Diferentemente da adoção humana, que confere ao bebê um status jurídico no qual ele passa a ser tratado como se fosse filho natural dos pais adotivos, a adoção divina vai muito além, pois confere aos filhos adotados a mesma natureza do Pai celestial. Com Cristo morremos, com Ele somos sepultados, com Ele ressuscitamos, recebendo sua vida em nós, afim de que com Ele vivamos e convivamos, compartilhemos de sua natureza divina e todos os seus direitos como Filho de Deus, e com Ele reinemos nos céus (Romanos 6.3-10; Romanos 8.15-17; Efésios 2.1-7; 2Pedro 1.3,4). PONDO OS PÉS NO CHÃO Quando invocamos Deus em oração jamais devemos nos esquecer que o fato de termos Deus como Pai nos confere direitos e prerrogativas maravilhosos e nos coloca diante de enormes responsabilidades. 1 - Quais são as principais características de um pai (o que o pai deve ser como pessoa)? 2 - Quais são as principais responsabilidades de um pai (o que o pai deve fazer para o filho)? 3 - Quais são os sentimentos, comportamentos e atitudes que um pai responsável e equilibrado comunica aos seus filhos? 4 - Quais são os danos que uma paternidade desajustada pode causar aos filhos? 5 - Quais são as respostas esperadas dos filhos aos pais? 3