INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
FUNORTE / SOEBRÁS
IMPLANTE UNITÁRIO COM CARGA IMEDIATA
Maria de Lourdes Ferreira Batista
Monografia apresentada ao Programa de
Especialização em Implantodontia do ICS –
FUNORTE/SOEBRÁS NÚCLEO Governador
Valadares, como parte dos requisitos para
obtenção do título de Especialista em
Implantodontia.
Governador Valadares – 2013
1
INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
FUNORTE / SOEBRÁS
IMPLANTE UNITÁRIO COM CARGA IMEDIATA
Maria de Lourdes Ferreira Batista
Monografia apresentada ao Programa de
Especialização e Implantodontia do ICS –
FUNORTE/SOEBRÁS NÚCLEO Governador
Valadares, como parte dos requisitos para
obtenção do título de Especialista em
Implantodontia.
Orientador: Prof. Dr Pedro Bonfim de S. Jr
Governador Valadares – 2013
2
À Deus razão de tudo, guia dos meus passos;
Aos meus pais, que sempre mostraram-me a
importância da educação para atingir todos os
objetivos na vida;
Ao meu esposo, e aos meus queridos filhos
Victor
Lucas
e
Maria
Fernanda
pelo
companheirismo, paciência e principalmente o
amor.
3
AGRADECIMENTOS
A Deus, alicerce da minha vida, pois sem Ele nada seria possível.
A minha família, pela certeza de um porto seguro, pelo incentivo e força em todo o
caminho por mim percorrido.
Ao meu esposo Omir Fernando e aos meus filhos Victor Lucas e Maria Fernanda, pelo
apoio e por saberem compreender os momentos em que precisei estar ausente.
A todos os professores do curso de especialização em Implantodontia e, de modo
especial, ao orientador Prof. Pedro Bonfim, pela aprendizagem e estímulo na realização desse
trabalho.
Aos novos amigos, pelos momentos de alegria e pela amizade.
A todos aqueles que de uma maneira ou de outra fizeram parte desta caminhada.
Acredito que sem o auxílio e compreensão dispensados sempre que necessitei, o meu sonho
jamais teria se concretizado.
4
“Perder tempo em aprender coisas que não
interessam, priva-nos de descobrir coisas
interessantes”.
Carlos Drummond de Andrade.
5
RESUMO
Este estudo teve como objetivo descrever a respeito da utilização do implante unitário
com carga imediata, a fim de corrigir a função mastigatória e estética bucal, enfatizando suas
indicações, benefícios e pontos chaves para o sucesso da técnica. Observou--se que o
resultado clínico de carga imediata com implante unitário têm se mostrado semelhante aos
implantes com carga convencional. Sua indicação esta relacionada ao comprimento do
implante, estabilidade primária e aos fatores relacionados ao paciente. Dentre as vantagens
pode-se citar a segurança, cirurgia pouco traumática, redução de um tempo cirúrgico, melhora
a função e estética, melhora a autoimagem do paciente, reduz o desconforto, traz satisfação e
comodidade tanto para o paciente quanto para o cirurgião dentista. Concluiu-se que os pontos
chaves para o sucesso desta técnica esta na seleção minuciosa do caso e a estabilidade
primária, juntamente com o controle das forças oclusais, qualidade do tecido ósseo, desenho e
superfície do implante, estabilização bicortical, necessidade de uma boa saúde periodontal,
ausência de infecções no local da implantação e planejamento adequado com embasamento
cientifico.
Palavras- chave: Carga Imediata; Implante Unitário..
ABSTRACT
6
This study through a literature review aimed to describe about the use of single implant with
immediate loading in order to correct the masticatory function and oral aesthetics,
emphasizing its indications, advantages and key points for success. It was found that the
clinical success of immediate loading with single implants have proven similar to implants
with conventional load. Is indicated for cases of avulsed teeth without traumas in the region;
teeth that must be extracted from causes periodontal, endodontic or root fractures, teeth with
external root resorption; presence of deciduous teeth with agenesis of permanent, canines
included with the impossibility of Orthodontics and presence of deciduous teeth in patients
over 17-18 years, cases of adult patients with agenesis of lateral incisors, including
immediately after tooth extractions in order to preserve the hard and soft tissues around the
future prosthetic piece individually. Among the advantages we can mention safety, less
traumatic surgery, reducing surgical time, improves aesthetics and function, improve the
patient's self-image, reduces discomfort brings satisfaction and convenience to both the
patient and for the dentist. It was concluded that the key points to the success of this technique
are: a thorough selection of case and primary stability, along with the control of occlusal
forces, quality of bone, implant design, implant surface, bicortical stabilization, distribution of
implants and cantilevers prosthetic care, the need for good health periodontal infection in the
absence implantation site.
Keywords: Immediate Loading; Implant Unit, Dental Aesthetics, Masticatory Function.
SUMARIO
7
1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................
08
2 REVISÃO DA LITERATURA................................................................................
09
3 DISCUSSÃO...............................................................................................................
23
4 CONCLUSÕES........................................................................................................... 26
REFERÊNCIAS............................................................................................................. 27
1 INTRODUÇÃO
8
O protocolo de dois estágios cirúrgicos foi estabelecido na década de 1970 por
Branemarck, no qual durante a primeira etapa é realizado o preparo do sítio cirúrgico no
tecido ósseo e a instalação dos implantes deixados submersos por um período de 3 a 6 meses
para cicatrização e osseointegração. E na segunda etapa é realizada a cirurgia de reabertura,
com exposição dos implantes e início da fase protética e função mastigatória.
Deve-se ressaltar que por muitos anos os implantes utilizados eram usinados, sem
tratamento de superfície e não havia grande quantidade de estudos com relação ao projeto e
geometria desses implantes. Além disso, acreditava-se que a carga tardia reduzia o risco de
infecção bacteriana, prevenção da migração apical do epitélio oral ao longo do corpo do
implante e redução do risco de carga imediata precoce durante a remodelação óssea (MISCH,
2008).
Com a maior quantidade de estudos sobre a disponibilidade e densidade óssea, a
confecção de implantes de diferentes geometrias e tratamento de superfície, além da maior
preocupação com a estética e com o tempo de tratamento surgiu a ideia de carga imediata,
fazendo com que os implantes recebam carga mastigatória sem a necessidade de esperar pelo
processo de osseointegração.
Segundo Trento et al. (2012) em dente unitário em prótese sobre implante a obtenção
da perfeição estética tem sido tema de inúmeras pesquisas e descrições de técnicas que visam
aperfeiçoar, cada vez, mais o resultado final.
Vários experimentos foram realizados, com o intuito de promover rápidas soluções em
perdas dentais unitárias, levando-se em consideração que o sucesso das próteses dentárias
suportadas por implantes (OLIVEIRA et al., 2008), que devem respeitar alguns critérios já
propostos na literatura, a fim de atingir índices semelhantes com aqueles apresentados pela
carga imediata em pacientes edêntulos totais, destacando-se o controle da quantidade de
carga, a densidade óssea, a superfície do implante, bem como a própria técnica cirúrgica
(ANDERSEN et al., 2002).
Este trabalho tem como objetivo fazer uma revisão de literatura para descrever a
respeito da utilização do implante unitário com carga imediata, a fim de corrigir a função
mastigatória e estética bucal; identificar seus benefícios, bem como, relatar os pontos chaves
para o sucesso desta técnica.
2 REVISÃO DA LITERATURA
9
Andrade (2004) apresentou um caso clínico com o intuito de demonstrar a colocação
de implante unitário com ativação imediata em um paciente que apresentava dente decíduo 85
com reabsorção radicular, impactado pelos elementos 44 e 46. Foi executada a exodontia do
decíduo 85 e colocado implante 11,5 x 5 mm, hexágono interno na região do elemento 45. Na
mesma seção foi colocado o abutment, e confeccionado o provisório. Concluiu-se que o
sucesso da carga imediata em implantes osseointegrados depende de alguns pré-requisitos por
parte do paciente, bem como de conhecimento, técnica e destreza por parte do profissional.
Este procedimento não deve ser considerado como substituto da técnica convencional, mas
uma alternativa de tratamento para os casos em que os seus princípios estejam bem indicados.
Chen et al. (2004) verificaram em uma revisão de literatura os índices de sucesso e os
resultados clínicos associados com a instalação imediata ou não de implantes. Observaram
que as duas alternativas obtiveram índices semelhantes. Segundo os autores, a fixação de
implantes após um período de espera possibilita a resolução da infecção, além de um aumento
na área e volume dos tecidos moles. Contudo, a concomitante reabsorção do rebordo alveolar
na dimensão vestibulolingual limita as vantagens da colocação tardia dos implantes.
Muller et al. (2004) relataram um caso clínico com o objetivo de demonstrar a
viabilidade da carga imediata na maxila, região de incisivo lateral direito, com implante
cônico e instalação simultânea de coroa provisória em resina acrílica ativada quimicamente,
tendo com infraestrutura o próprio montador do implante, sempre respeitando sua indicação,
pois consideram que um correto planejamento determina o sucesso da técnica executada.
Apesar das boas perspectivas dos resultados obtidos com a técnica, há que se considerar a não
aplicabilidade para todos os casos. Faz-se necessário, portanto, um correto planejamento,
adequada técnica cirúrgico-protética, aliadas a condições ósseas favoráveis.
Padovan (2005) nesta pesquisa ressaltou que, no que diz respeito à carga imediata em
unitários, suas principais indicações seriam nos casos de dentes avulsionados, sem traumas
relacionados na região; dentes que devem ser extraídos por causas periodontais, endodônticas
ou fraturas radiculares; dentes com reabsorção radicular externa; presença de dentes decíduos
com agenesia do permanente; caninos inclusos com impossibilidade de Ortodontia; e nos
casos de pacientes adultos com agenesia de incisivos laterais. Para o planejamento de
reabilitações implantossuportadas de unitários devemos avaliar as particularidades anatômicas
através de exames de imagens, como as radiografias periapicais, oclusais, panorâmicas e
telerradiografias, como também modelos de estudo em articulador semi-ajustável e
enceramento de diagnóstico, para visualizarmos como será a prótese em relação ao sistema
10
mastigatório. A técnica cirúrgica deve ser a menos traumática possível, respeitando sempre os
requisitos analisados no diagnóstico e decididos no planejamento.
Ribeiro et al. (2005) relataram um caso clínico, além de uma revisão da literatura
sobre implante imediato com confecção de prótese provisória imediata. Os autores
enfatizaram que os fatores oclusais devem ser avaliados na aplicação de carga imediata em
implantes, visto que podem atuar negativamente se os implantes estiverem sob estresse
oclusal. Afirmaram ainda, que a reabsorção da crista óssea é menor em implantes imediatos.
Aparentemente, essa reabsorção ocorre durante os primeiros meses, ao contrário dos
implantes submersos, em que 40% dessa reabsorção acontece após o segundo estágio
cirúrgico. É provável que a exposição da margem óssea durante o procedimento de reabertura
resulte nessa perda óssea. A presença da interface entre intermediário e implante parece estar
relacionada a essa reabsorção óssea, independente de o implante ter sido submerso. Os autores
concluíram que as principais vantagens para a utilização desse protocolo de carga imediata
com implantes unitários são a manutenção dos tecidos existentes, o benefício ao paciente, que
reassumirá rapidamente a sua rotina diária com função e estética, e a diminuição de
procedimentos cirúrgicos. A seleção minuciosa do caso e a estabilidade primária, juntamente
com o controle das forças oclusais, são os pontos chaves dessa técnica.
Tosta et al. (2005) relataram em um ensaio clínico a colocação de implantes unitários
em áreas estéticas, com restaurações provisórias imediatas implantossuportadas, em um grupo
de 18 pacientes acompanhados por um período de 12 a 24 meses pós-operatórios. Os autores
ressaltaram que a crescente utilização de implantes osseointegrados em áreas estéticas
propiciou o desenvolvimento de novas abordagens para otimização do tratamento. A
instalação de uma restauração provisória imediata implanto-suportada, logo após a colocação
do implante, é uma técnica frequentemente utilizada. O objetivo é proporcionar ao paciente
um tratamento mais confortável, com menor intervalo de tempo, e os melhores resultados
estético-funcionais possíveis. Os resultados demonstraram que Todos os pacientes
apresentaram reparação tecidual sem complicações e após seis meses de acompanhamento
pós-operatório todos os implantes foram avaliados como osseointegrados clínica e
radiograficamente. Após a instalação das restaurações cerâmicas os resultados estéticos
atingidos foram considerados satisfatórios pelos profissionais e pacientes envolvidos no
estudo.
Concluíram
que
a
instalação
de
restaurações
unitárias
provisórias
implantossuportadas, logo após a colocação cirúrgica dos implantes, aparenta ser uma
alternativa terapêutica eficaz em áreas estéticas, embora estudos a longo prazo sejam
necessários para sua comprovação.
11
Soldani et al. (2006) demonstraram um caso clínico onde utilizaram a carga imediata
para tratamento da agenesia do elemento 12, utilizando implante de plataforma estreita e
técnica transgengival, sem abertura de retalho. Após avaliação clínica, radiográfica e
montagem dos modelos de estudo em articulador, verificou-se a possibilidade de instalação de
um implante na região, desde que fosse utilizado um implante de diâmetro estreito devido a
reduzida disponibilidade óssea entre as raízes dos dentes 11 e 13. Optou-se então pela
colocação de um implante pela técnica transgengival, sem abertura de retalho, para
manutenção do contorno gengival que estava presente com a coroa acrílica provisória
previamente confeccionada. Utilizou-se um implante de diâmetro reduzido para que as raízes
dos dentes adjacentes não sofressem injúrias. Após seis meses, a paciente retornou para
confecção da coroa definitiva. Concluíram que o sucesso de todo tratamento está no
planejamento adequado, execução criteriosa e adoção de uma técnica com embasamento
científico. A utilização da carga imediata, bem como os implantes de plataforma estreita,
podem proporcionar ao cirurgião-dentista excelentes resultados estéticos e funcionais, além da
satisfação e comodidade ao paciente. O protocolo de instalação sem a abertura de retalhos,
bem como a utilização de implantes com diâmetro estreito precisam ainda de uma melhor
avaliação e acompanhamento a fim de obtermos consenso e um protocolo único de trabalho.
Gomes Júnior (2007) procurou determinar quantitativamente a reabsorção óssea
vertical das cristas proximais em implantes imediatos associados à prótese provisória imediata
em incisivos centrais superiores. Em um grupo de 16 pessoas, com a necessidade de
exodontia de um dos incisivos centrais superiores, foram realizados implantes imediatos com
próteses provisórias parafusadas imediatas, utilizando-se para isto, as próprias coroas dos
pacien. Foram realizadas medidas lineares, que compreenderam o ponto mais alto da crista
óssea proximal e o primeiro contato ósseo com o implante, tanto para a crista óssea mesial
como para a distal. Os resultados obtidos neste estudo mostram uma reabsorção óssea menor
que 1 mm para ambas as cristas. Concluiu-se que as perdas ósseas proximais, parece não
afetar os resultados clínicos, o que sugere a utilização desta técnica como sendo uma boa
opção de tratamento reabilitador para a região anterior superior.
Donati et al. (2008) avaliaram a carga imediata funcional em implantes na reposição
de dentes unitários, com dois diferentes procedimentos de instalação. Para isto utilizaram 151
indivíduos que necessitavam deste tipo de reabilitação. No grupo 1 foi realizado o preparo
tradicional (com brocas) com procedimento de preparo para colocação de implante e carga
imediata. No grupo 2 foi realizada a técnica associada a modelagem óssea (onde é realizada a
compressão alveolar do trabeculado). Foram avaliados clinica e radiograficamente em 3 e 12
12
meses. Os resultados mostram que 3 implantes (5,5% do grupo 2 e 1 implante do grupo 1
(2%) falharam na osseointegração e tiveram de ser removidos. A quantidade de perda óssea
foi 0,31 mm no grupo 1, 0,25 mm no grupo 2 e 0,38 mm no grupo controle. Após 12 meses
sem diferença significativa entre os grupos testados. Pode-se concluir que a carga imediata
quando apresenta boa estabilidade primária pode ser considerada como um tratamento válido
na reposição de um dente único, mantendo os tecidos periimplantares e reduzindo a perda da
crista óssea.
Kayatt et al. (2008) avaliaram após um período de cinco anos a utilização de carga
precoce em 24 pacientes, em clínica privada. Foram realizadas 103 fixações e reabilitação
protética em 24 pacientes, com média de idade de 38 anos. Concluíram que a previsibilidade
entre protocolo de dois estágios distintos e o protocolo de carga imediata ou precoce funcional
é semelhante e a estabilidade inicial do implante desempenha papel fundamental no protocolo
de carga imediata ou precoce funcional.
Medeiros Júnior et al. (2008) descreveram um caso clínico, a fim de demonstrar a
aplicação da carga imediata na reabilitação de espaço protético unitário, apresentando o dente
21 comprometido pela presença de reabsorção interna diagnosticada com auxílio de
radiografia periapical. Confirmada a impossibilidade de manutenção do dente em questão e
em razão das favoráveis condições locais, foi indicada a instalação de um implante
osseointegrado imediatamente após a exodontia, submetido à carga imediata através da
colocação da coroa provisória. preservando a função e a estética da região referida. De acordo
com os exames clínico e radiográfico, determinou-se quantitativamente a altura do rebordo
ósseo alveolar e as condições do tecido gengival adjacente. Então, baseando-se numa
avaliação da área comprometida, indicou-se a colocação do implante de 3,75 mm x 13 mm . O
acesso cirúrgico foi promovido pela própria extração, com posterior curetagem do alvéolo.
Após o preparo do leito receptor, o implante foi instalado com estabilidade primária mínima
de 45 Ncm. Em seguida, foi confeccionada a coroa provisória e realizado ajuste oclusal para
evitar contato prematuro ou interferências ou oclusais. Após quatro meses realizou-se nova
radiografia periapical para constatação do nível ósseo ao redor do implante. Concluíram que a
utilização da carga imediata pode proporcionar excelentes resultados estéticos e funcionais,
além de satisfação e comodidade tanto para o paciente quanto para o cirurgião dentista na
reabilitação de espaço protético unitário.
Oliveira et al. (2008) relataram um caso clínico no qual foi decidido seguir a
abordagem de implante imediato com aplicação da filosofia de carga imediata, o que foi
realizado no intuito de diminuir o número de intervenções cirúrgicas, bem como o tempo
13
entre a instalação do implante e a restauração protética final, aumentando, assim, a satisfação
estética e funcional do paciente. Concluíram que atualmente, os implantes imediatos, quando
corretamente selecionados, são considerados uma alternativa segura de tratamento nos casos
unitários, pois permitem preservar a arquitetura óssea e gengival, além de proporcionar ao
paciente imediato benefício psicológico e satisfação estética e funcional.
Peredo-Pazet al. (2008) estudaram a carga imediata em próteses unitárias pósexodontia, em área estética. Concluíram que ela pode ser aplicada para substituir dentes
unitários perdidos, inclusive imediatamente após exodontias com o intuito de preservar os
tecidos duros e moles ao redor da futura peça protética individual. É de fundamental
importância, para obter o resultado estético e funcional desejado, avaliar alguns detalhes
durante o planejamento prévio do caso como: tecidos moles e duros ao redor do dente a ser
removido visando a possibilidade de não levantar retalho em nenhum momento, espaço
interoclusal, se o paciente sofre de bruxismo, o tipo de pilar provisório a ser usado, assim
como o tipo de prótese provisória a ser instalada (cimentada ou parafusada). Durante a
instalação do implante os autores ressaltaram a necessidade de se observar a técnica para
remover a raiz perdida para preservar as papilas e as paredes do alvéolo dentário, o tratamento
de limpeza da loja cirúrgica, o posicionamento espacial do implante, o perfil emergente da
coroa provisória, controle oclusal do caso, controle do excesso de cimento provisório ou
torque dos componentes e proservação do caso durante 3 a 4 meses antes da instalação da
coroa de porcelana.
Ribeiro et al. (2008) descreveram um protocolo clínico a fim de demonstrar uma
resposta tecidual periimplantar e estética favorável através da colocação de implante imediato
e provisionalização de dentes anteriores superiores. Concluíram que a colocação de implante
imediato após extração de dente anterior, além da provisionalização imediata, é um método
eficaz na obtenção da estética dos tecidos periimplantares através da manutenção da
arquitetura dos tecidos gengival e ósseo presentes ao redor do dente. Além disso, a colocação
imediata de uma restauração provisória fixa minimiza o trauma emocional da perda de um
dente anterior e elimina a necessidade de próteses provisórias removíveis.
Holcman et al. (2009) avaliaram retrospectivamente o índice de sucesso do implante
Active Pilar®, instalado em maxila com sua respectiva coroa protética provisória implantosuportada fixa. Para tanto, realizaram um estudo retrospectivo de 93 implantes Active Pilar
instalados em 50 pacientes sem limite de faixa etária, acompanhados por um período mínimo
de 12 meses. O índice de sucesso clínico destes implantes foi avaliado, bem como, das coroas
14
protéticas provisórias imediatas. Concluíram que o implante em forma de parafuso com corpo
único em função imediata, instalado na maxila, obteve um índice de 100% de sucesso.
Jayme (2009) avaliou em um estudo a estabilidade primária com análise de frequência
de ressonância e a resposta óssea por histomorfometria em implantes sob tratamento com
carga imediata e carga precoce. Foram colocados três implantes em cada lado da mandíbula
de 8 cães, totalizando 48 implantes no estudo. Um par de implantes foi selecionado para o
protocolo de carga imediata (CI). Após sete dias, o segundo par de implantes recebeu as
próteses para o protocolo de carga precoce (CP). Quatorze dias após a colocação dos
implantes, o terceiro par de implantes recebeu as próteses para o protocolo de carga precoce
tardia (CPT). Em cada período foi medida a estabilidade dos implantes por frequência de
ressonância. Após o período total de doze semanas da colocação das próteses os animais
foram sacrificados e os espécimes foram preparados para análise histomorfométrica. As
diferenças entre os tempos de carregamento para os seguintes parâmetros: estabilidade,
contato osso-implante (COI), densidade óssea (DO) e perda da crista óssea (PCO) foram
avaliadas usando ANOVA. Os resultados demonstraram que os valores iniciais de
estabilidade (ISQ) dos implantes foram: 77,88 + 4,61 para CI, 79,73 _ para CP e 79,64 _ 3,00
para CPT, sem diferença estatisticamente significante (p=0,30). Os valores finais de
estabilidade foram 80,46 = 4,23 para CI, 81,88 + 3,55 para CP e 81,88 + 3,42 para CPT,
também sem diferença estatística (p=0,47). Para avaliar a estabilidade dos implantes em
função do tempo, foi realizada ANOVA para amostras repetidas e para cada grupo foi
detectado aumento significativo da estabilidade ao final do experimento (p=0,003). A
interação método de carregamento versus tempo não foi significativa (p=0,97). Não foi
observada diferença estatística para nenhum dos parâmetros avaliados (O>0,05). Concluiu-se
que considerando a estabilidade primária, contato osso-implante, densidade óssea ao redor do
implante e perda da crista óssea em cães, concluiu-se que não existem diferenças
estatisticamente significantes num prazo de até 12 semanas para implantes submetidos à
ativação imediata, em 7 dias ou 14 dias após a cirurgia.
Youssef et al. (2009) descreveram um caso inicial de carga imediata em um único
elemento. Após remoção de raízes e enxerto no alvéolo (homólogo, acompanhamento de seis
meses), instalaram-se um implante e uma coroa temporária imediatamente. Constataram que o
sucesso da carga imediata pode estar ligado à ausência de micromovimentações do implante
recém-colocado, à correta seleção do paciente, ao planejamento, ao desenho do implante e ao
torque final. Concluíram que a carga imediata é uma opção viável de tratamento, até mesmo
15
para implantação unitária, em que é indiscutível a presença de osso suficiente em qualidade e
quantidade para que os resultados clínicos sejam positivos.
Barros e Rabelo Neto (2010) revisaram a literatura sobre estudos com carga imediata
após exodontia, abordando as possibilidades de se restaurar imediatamente um implante
unitário, analisando os critérios para indicações, limitações, contraindicações, assim como os
aspectos estéticos e oclusais desta técnica. Os autores observaram que a evolução das técnicas
cirúrgicas, o aperfeiçoamento dos métodos de diagnóstico, a melhoria na qualidade do
implante em desenho e superfície, bem como o melhor conhecimento da biologia dos tecidos
envolvidos vem dando suporte a estudos com protocolo de único estágio cirúrgico e a
colocação de próteses sobreimplantes recém-instalados. Concluiu-se que o sucesso da carga
imediata implantossuportada está relacionado com a satisfação do paciente devido à
diminuição do número de intervenções cirúrgicas, como também do tempo entre a instalação
do implante e a restauração protética final. Entretanto, este sucesso depende de alguns prérequisitos que devem ser criteriosamente seguidos. Este procedimento não deve ser
considerado como substituto da técnica convencional, mas a alternativa de tratamento para os
casos em que os seus princípios estejam bem indicados.
Brunosi (2010) revisou a literatura e ilustrou com um relato de caso clínico sobre o
protocolo de instalação de implantes imediatos unitários com carga imediata, após a
exodontia, com a colocação de uma prótese provisória , no final do procedimento cirúrgico.
Concluiu que os implantes imediatos unitários com carga imediata devem ser considerados
quando um elemento dental estiver condenado. Os casos devem ser minuciosamente
analisados e a técnica não deve ser generalizada. A presença de infecções crônicas não
contraindicam a técnica, porém, os defeitos ósseos devem ser avaliados em sua extensão,
podendo necessitar de manobras de regeneração tecidual guiada (RTG) e/ou enxertias ósseas.
A técnica necessita de mais estudos, com maiores amostragens e avaliações a longo prazo.
Jassé et al. (2010) realizaram uma revisão da literatura quanto ao uso de implantes
unitários com carga imediata. Verificaram que as possibilidades de tratamento com implantes
odontológicos revolucionaram a área de reabilitação bucal nos últimos anos, trazendo uma
série de vantagens sobre as próteses convencionais. Durante anos, foi seguido um protocolo
cirúrgico que preconizava a manutenção do implante sem carga por um determinado período
para que ocorresse a osseointegração. Porém, estudos experimentais têm mostrado que a carga
imediata em implantes também promove formação de tecido ósseo periimplantar ao longo do
tempo, de maneira comparável àquele observado para implantes com carga convencional.
Constataram que estudos adicionais devem ser realizados para acompanhar os índices de
16
sucesso por períodos mais longos, abrangendo maior quantidade de implantes e relacionando
estes dados com a análise clínica dos tecidos periimplantares. Assim, com base na revisão da
literatura quanto à utilização de implantes unitários com carga imediata pode-se concluir que:
apresentam boa previsibilidade e altas taxas de sucesso quando comparados com protocolo
convencional; restabelecem a função estética imediata com preservação de altura dos tecidos
moles; e é uma opção válida de tratamento logo após uma extração dental.
Silva et al. (2010) demonstraram um caso clínico onde foi realizado o procedimento
de implante unitário imediato e aplicação de carga imediata em região anterior. Constataram
que o uso de implantes osseointegrados é consagrado e bem aceito por parte dos pacientes e
profissionais, porém o protocolo original com dois estágios cirúrgicos demanda uma grande
quantidade de tempo e custos, além do incômodo dos pacientes terem que esperar pelo menos
três meses para a colocação da prótese. Para minimizar esses problemas novos estudos foram
feitos, incluindo o protocolo de carga imediata. Com isso, diminui-se o tempo, dando ao
paciente a oportunidade de, logo após a cirurgia, instalar uma prótese provisória ou definitiva
nos casos de próteses do tipo protocolo. Os autores concluíram que dentro dos limites deste
estudo, pode ser inferir que o sucesso da osseointegração em implantes de carga imediata
depende diversos fatores que têm de ser tomados em conta antes da cirurgia. Além disso,
quando for indicado, é um procedimento seguro que fornece vantagens, melhora a estética e
paciente autoimagem, e reduz o desconforto de o presente período de espera no tradicional 2
fase técnica de cirurgia.
Bispo (2011) verificou em uma revisão sobre a técnica da carga imediata no sucesso
da osseointegração de elementos unitários na maxila. Constatou que a carga imediata
diminuiu o número de sessões clínicas e cirúrgicas, proporcionando ao paciente maior
conforto, devolução estética e funcional com minimização do tempo de espera pós-cirúrgico.
A carga imediata é um procedimento de grande sucesso; que, quando bem indicada torna a
reposição funcional e estética do elemento perdido uma revolução na reabilitação oral
contemporânea. Concluiu-se que a carga imediata pode ser um procedimento confiável,
quando corretamente indicado na maxila. Tal região anatômica é dotada de cautela quanto à
maior possibilidade de confronto com obstáculos que possam frustrar a sobrevida estética e
funcional dos implantes osseointegrados.
Menezes (2011) realizou uma revisão da literatura sobre carga imediata onde descreve
as condições que o paciente precisa ter para poder ser submetido a uma carga imediata que
hoje é definida como a restauração colocada em oclusão dentro de 48 horas após a instalação
do implante. Quando bem planejada e executada nos casos onde os elementos básicos estão
17
presentes apresenta sucesso e longevidade garantida. Essa técnica está cada vez mais sendo
realizada e difundida no meio odontológico e vem trazendo conforto, estética, rapidez no
tratamento e satisfação ao paciente. Concluiu que a carga imediata tem como vantagens:
conforto, cirurgia pouco traumática, rapidez no tratamento, permite dispensar a necessidade
de próteses provisórias removíveis, melhor impacto psicológico, maior aceitabilidade e
satisfação do paciente, devolução rápida da capacidade mastigatória e estética. Suas
limitações podem ser: menor previsibilidade, maior tempo clínico na sessão de realização,
possibilidade de fratura da provisória devido ações de cargas oclusais, possibilidade de falha
no período de cicatrização, pouco estudo em relação a técnica convencional, estudos
longitudinais ainda são recentes quando comparado com os acompanhados pela técnica dos 2
tempos são as desvantagens dessa técnica.
Motta et al. (2011) propuseram descrever uma revisão da literatura sobre carga
imediata em implantes unitários, que permita uma maior previsibilidade nos resultados e
viabilize o sucesso da carga imediata sobre implantes unitários posteriores osseointegráveis. .
A evolução das técnicas cirúrgicas, o aperfeiçoamento dos métodos de diagnósticos, um
melhor conhecimento da biologia dos tecidos envolvidos e a melhoria na qualidade dos
implantes relacionada ao desenho e superfície têm permitido melhor qualidade de vida aos
pacientes em um curto período. Estes fatores embasam os trabalhos com protocolo de único
estágio cirúrgico e colocação de próteses sobre implantes recém-instalados. Concluíram que o
protocolo de instalação de implantes unitários posteriores em um tempo cirúrgico proposto é
viável de ser executado com segurança e previsibilidade, desde que os critérios de seleção de
pacientes sejam obedecidos e a técnica cirúrgica seja realizada adequadamente. É um
procedimento vantajoso, principalmente pela redução do tempo de tratamento. Para que este
protocolo possa ser utilizado com maior segurança, torna-se necessário uma cuidadosa
seleção dos pacientes, a destreza manual do cirurgião-dentista, além da observação de
determinados critérios como: planejamento cirúrgico-protético prévio; utilizar implantes
maiores que 10mm de comprimento; utilizar implantes com no mínimo 3,75mm de diâmetro;
estabilidade primária com torque de inserção de 45 N; qualidade e densidade óssea adequada,
justo contato proximal; oclusão protegida e direcionada axialmente. O sucesso da técnica
apresentada foi de 100% em todos os casos realizados, contudo, é de grande importância que
maiores estudos e acompanhamentos em longo prazo da técnica de um estágio sejam
realizados, desenvolvendo métodos de diagnósticos mais rápidos e confiáveis para a
identificação de implantes posteriores únicos possíveis de carregar imediatamente.
18
Pereira (2011) visou relacionar os achados de pesquisas em implantes unitários
submetidos a cargas imediatas, descritos na revisão da literatura desde os primórdios da
implantodontia até os dias atuais, na tentativa de estabelecer uma conduta clínica, protocolar
ou não, que viabilize a execução destes implantes de maneira segura e previsível. Verificou-se
que a carga imediata em elementos múltiplos, quando ferulizados, tem sido usada com
sucesso desde finais da década de 70. Passados alguns anos de comprovação científica e de
desenvolvimento tecnológico, os implantes osseointegráveis têm sido utilizados para
reposição unitária de elementos dentários perdidos, tanto em osso cicatrizado quanto em
alvéolos frescos pós-cirúrgicos, na tentativa de devolver ao paciente a autoconfiança, o bem
estar, a autoestima e o convívio social. Algumas variáveis são de grande importância quando
planeja-se implantes unitários, as quais devem ser relacionadas através de rigorosa anamnese,
análise clínica criteriosa, exames complementares e que devem ser considerados como um
todo. Achados relevantes como espaço interoclusal, quantidade de tecido mole, qualidade e
quantidade de tecido ósseo, necessidade ou não de levantar retalho, posição e região
implantar, presença de doenças sistêmicas, tabagismo, bruxismo ou hábitos parafuncionais
dentre outros fatores, são essenciais no planejamento clínico do caso e estão intrinsecamente
ligados ao sucesso ou fracasso do procedimento. Concluiu-se que a carga imediata em
elementos unitários tem sido uma técnica satisfatória para os pacientes e profissionais no que
diz respeito à estética imediata e ao tempo de trabalho, principalmente em regiões estéticas.
Entretanto, apesar dos bons resultados obtidos em alguns trabalhos, é pertinente salientar que
a aplicabilidade da técnica de carga imediata em implantes unitários não serve para todos os
casos. Um excelente planejamento é necessário, assim como uma técnica cirúrgica e protética
apurada, relacionadas a uma condição qualitativa e quantitativa do osso adjacente favorável .
O cirurgião, baseado em um bom diagnóstico clínico e tomográfico/radiográfico, constatará se
há ou não uma quantidade e qualidade óssea que permitam uma estabilidade primária superior
a 32 N/cm, mesmo que tenha que utilizar artifícios como a subfresagem (em osso poroso)
para consegui-la. Além disso, deve prestar atenção no tipo de implante a ser utilizado, que
deve ter boa espessura condizente com a espessura óssea, tamanho suficiente para estabilizarse bicorticalmente (maior que 10 mm), que preferencialmente possua tratamento de
superfície, além de possuir uma macroestrutura que permita obter uma maior área de contato
da superfície osso implante.
Gomes (2012) descreveram a respeito da colocação imediata de implantes na região
anterior, centrando-se somente em implantes unitários. Enfatizaram ainda, a descrição da
técnica, referindo as suas principais indicações e contraindicações, vantagens e desvantagens,
19
principais fatores de sucesso, entre outros parâmetros. Concluíram que a chave fundamental
para o sucesso passa pela seleção cuidadosa do paciente, usando critérios muito restritos,
estando indicado em casos de extração atraumática, estabilização do implante nas paredes
remanescentes, particularmente, no ápice do alvéolo. A vantagem da utilização da reabilitação
imediata é de poder proporcionar ao paciente, um melhor tratamento e maior conforto.
Sakamoto Júnior et al. (2012)
fizeram uma revisão literária sobre os implantes
unitários com função imediata. Constataram que o conceito de carga imediata tem sido muito
utilizado na Odontologia graças às vantagens que este tipo de tratamento proporciona,
principalmente, aos fatores relacionados com o paciente, como menor exposição a
procedimentos cirúrgicos e a devolução da função e estética em um tempo reduzido. No
entanto, alguns fatores devem nortear a decisão clínica para se optar pela realização deste tipo
de tratamento, como um correto diagnóstico para determinação da quantidade e qualidade
óssea e a obtenção de uma estabilidade primária satisfatória. Concluíram que o implante
unitário com carga imediata é uma técnica satisfatória tanto para os profissionais quanto para
os pacientes no que diz respeito aos fatores estéticos e funcionais. Além disso, proporciona
tratamento com menor empo de trabalho para obtenção do resultado final. A decisão clínica
para se realizar este tipo de tratamento precisa ser criteriosa e baseada em um correto
diagnóstico, com determinação da quantidade e qualidade óssea que possa permitir a
estabilidade primária necessária.
Trento et al. (2012) revisaram a literatura e apresentaram um caso clínico a fim de
demonstrar a colocação de implante com ativação imediata. Os autores consideraram viável a
aplicação de implante imediato com carga imediata em áreas estéticas pós-exodontias,
procurando aperfeiçoar o procedimento sem abertura de retalho para preservar os tecidos
moles e duros, evitando cicatrizes, reduzindo o tempo cirúrgico e melhorando o pósoperatório do paciente. A reabilitação com implante oral na região anterior da maxila
demanda uma exigência estética que só pode ser obtida com uma avaliação e um
planejamento muito cuidadosos. Concluíram que os implantes podem ser instalados e
colocados em função imediatamente após sua instalação, sem provocar perdas ósseas e danos
aos tecidos moles.
20
4 DISCUSSÃO
Define-se carga imediata, como a instalação de implantes em condições ideais à
estabilidade
primária,
seguida
de
ativação
protética
em
48
horas,
evitando-se
micromovimentações advindas de forças laterais (MULLER et al., 2004; YOUSSEF et al.,
2009). Segundo Andrade (2004), Tosta et al. (2005), Jayme (2009) e Silva et al. (2010), para
a reposição de elementos dentais perdidos é muito bem aceita, pois a prótese já é instalada
algumas horas após o procedimento cirúrgico, restabelecendo-se a estética e a função
mastigatória.
Segundo Kayatt et al. (2008), a previsibilidade entre protocolo de dois estágios
distintos e o protocolo de carga imediata ou precoce funcional é semelhante. Entretanto, Silva
et al. (2010), relataram que o protocolo original demanda uma maior quantidade de tempo,
custos e espera de pelo menos três meses para a colocação da prótese.
O sucesso clínico de carga imediata com implantes unitários foi constatado por Kayatt
et al. (2008), com um índice de 92%. Holcman et al. (2009) e Motta et al. (2011) notaram
uma taxa de 100%. Chen et al. (2004), Gomes Júnior (2007), Ribeiro et al. (2008), Silva et al.
(2010) e Gomes (2012) verificaram que na região anterior o implante unitário com carga
imediata, tem sido empregada com alta relevância. Entretanto, Jassé et al. (2010) enfatizaram
a necessidade de mais estudos abrangendo maior quantidade de implantes e relacionando
estes dados com a análise clínica dos tecidos periimplantares. Para Chen et al. (2004) e Jassé
et al. (2010) os índices de sucesso da carga imediata e do protocolo convencional foram
semelhantes.
A osseointegração em implantes de carga imediata depende de diversos fatores que
têm de ser tomados em conta antes da cirurgia (SILVA et al., 2010), como: a seleção
cuidadosa do paciente (ANDRADE, 2004; MOTTA et al., 2011; GOMES, 2012); uma
indicação precisa (BARROS e RABELO NETO, 2010); conhecimento, técnica e destreza por
parte do profissional, com embasamento científico (ANDRADE, 2004; MOTTA et al., 2011);
detalhado plano de tratamento (GOMES, 2012); estabilidade primária e o controle das forças
oclusais (RIBEIRO et al., 2005; SAKAMOTO JÚNIOR et al., 2012); qualidade do tecido
ósseo, desenho do implante, superfície do implante, estabilização bicortical, distribuição dos
implantes e cuidados com próteses em cantileveres (SOLDANI et al., 2006; YOUSSEF et al.,
2009; MOTTA et al., 2011), e rigorosa anamnese, análise clínica e exames complementares
criteriosos (Pereira 2011).
21
Muller et al. (2004) verificaram que apesar de boas perspectivas dos resultados
obtidos, há que se considerar a não aplicabilidade para todos os casos dessa técnica. Já Bispo
(2011) alertou que na maxila, deve-se ter cautela quanto à maior possibilidade de confronto
com obstáculos que possam frustrar a sobrevida estética e funcional dos implantes
osseointegrados. Entretanto, Brusoni (2010), relata que apesar da presença de infecções
crônicas não contraindicarem a técnica, os defeitos ósseos devem ser avaliados em sua
extensão, podendo necessitar de manobras de RTG e/ou enxertias ósseas. A técnica necessita
de mais estudos, com maiores amostragens e avaliações a longo prazo.
Para que a carga imediata seja utilizada com segurança é necessário que o implante
apresente uma estabilidade primária de 45N, MOTTA et al, 2011. No entanto, PEREIRA
(2011) relata que 32N já é suficiente .YOUSSEF et al.,(2009) destacaram que em seu estudo
alguns autores consideraram também um torque de 32N .
Para MOTTA et al., (2011) deve-se utilizar implantes de no mínimo 3,75 de diâmetro,
no entanto, SOLDANI et al.,(2006) apresentaram um caso clínico em que utilizaram implante
de plataforma estreita e obteve sucesso.
22
5 CONCLUSÕES
a) A carga imediata com implantes unitários esta indicada, como uma boa opção de
tratamento reabilitador para a região anterior superior; para substituir dentes unitários
perdidos, imediatamente após exodontias, mantendo os tecidos periimplantares e reduzindo a
perda da crista óssea;
para dentes sem traumas;
que devem ser extraídos por causas
periodontais, endodônticas ou fraturas radiculares; dentes com reabsorção radicular externa;
presença de dentes decíduos com agenesia do permanente; caninos inclusos com
impossibilidade de ortodontia; e nos casos de pacientes adultos com agenesia de incisivos
laterais;
b) Os benefícios são: segurança, redução de um tempo cirúrgico, melhora a estética e a
autoimagem do paciente, reduz o desconforto, traz satisfação e comodidade tanto para o
paciente quanto para o cirurgião dentista. Preserva a arquitetura óssea e gengival, as altas
taxas de sucesso; permite dispensar a necessidade de próteses provisórias removíveis;
c) Os pontos chaves para o sucesso desta técnica são: a seleção do caso e a
estabilidade primária, juntamente com o controle das forças oclusais, qualidade do tecido
ósseo, desenho do implante, superfície do implante, estabilização bicortical, necessidade de
uma boa saúde periodontal e ausência de infecções no local da implantação.
23
REFERÊNCIAS
ANDERSEN, E. et al. Immediate loading of single-tooth ITI implants in the anterior maxilla:
a prospective 5-year pilot study. Clin Oral Impl Res, v. 13, n. 3, p. 281-7, 2002.
ANDRADE, P. C. Carga imediata em implante unitário: relato de um caso. (Mestrado em
Implantodontia), CPO SL Mandic, 2004. Disponível em: <http://implantodontiamg.com.br/artigos.pdf>. Acesso em: 16 nov. 2012.
BARROS, G. P. C.; RABELO NETO, S. B. Carga imediata em implantes unitários: revisão
de literatura. Arqu Bras Odontol, v. 6, n. 3, p. 163-9, 2010.
BISPO, L. B. Carga imediata em implantes unitários na maxila. Revista Dentística on line.
ano 10, n. 22, jul./ set. 2011.
BRUNOSI, F. A. Implantes Imediatos Unitários com Carga Imediata: Revisão de Literatura e
Relato de Caso Clínico. (Monografia). Curitiba: Instituto Latino Americano de Pesquisa e
Ensino Odontológico, 2010.
CHEN, S. T. et al. Immediate or early placement of implants following tooth extraction:
Review of biologic basis, clinical procedures and outcomes. Int J Oral Maxillofac Implants,
n. 19 (supplement), p. 12-25, 2004.
DONATI, M. et al. Immediate functional loading of implants in single tooth replacement: a
prospective clinical multicenter study. Clin. Oral Impl. Res. v. 19, 2008 / p. 740–748, 2008
GOMES, F. M. S. P. Colocação imediata de implantes unitários na região anterior.
(Monografia) Porto: Universisade Fernando Pessoa, 2012.
GOMES JÚNIOR, R. Implante imediato com provisório imediato em incisivo central
superior: estudo prospectivo de 18 meses. 2007. 43 fls. Dissertação (Mestrado em
Odontologia - opção Dentística), Programa de Pós-Graduação em Odontologia, Universidade
Federal
de
Santa
Catarina,
Florianópolis.
Disponível
em:
<http://www.tede.ufsc.br/teses/PODO0291-D.pdf>. Acesso em: 05 nov. 2012.
HOLCMAN, M. Estudo de implantes em forma de parafuso com corpo único em função
imediata. Rev. Bras. Cir. Cabeça Pescoço, v. 38, nº 4, p. 248 - 255, out./ nov./ dez. 2009.
24
JASSÉ, F. F. et al. Carga Imediata em Implantes Unitários: Revisão da Literatura. Cient.,
Ciênc. Biol. Saúde. UNOPAR, v. 12, n. 1, p. 35-8, 2010.
JAYME, S. J. Efeitos de diferentes tempos de ativação sobre a estabilidade e resposta
óssea ao redor de implantes. Estudo por análise de frequência de ressonância e
histomorfométrico em cães. (Tese) Doutorado. Ribeirão Preto: Faculdade de Odontologia de
Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, 2009.
KAYATT, F. et al. Carga protética imediata ou precoce sobre implante dental
osseointegrável: estudo retrospectivo de cinco anos. RGO, Porto Alegre, v. 56, n. 2, p. 137142, abr./jun. 2008.
MEDEIROS JÚNIOR, R. et al. Emprego da carga imediata total, parcial e unitária na
reabilitação estético-funcional com implantes osseointegrados - Relato de casos clínicos.
Revista Implantnews, v. 5, n. 1, p. 59-64, 2008.
MENEZES, R. M. Carga imediata sobre implantes. 24 fls.(Monografia) Salvador, Funorte /
IAPPEM, 2011. Disponível em: <http://www.cursospos.com.br/.pdf> Acesso em: 9 nov.
2012.
MISCH, C.E. Implantes dentais contemporâneos. 3 ed. São Paulo: Santos, 2008. 1102p.
MOTTA, S. et al. Carga Imediata em Implantes Unitários Posteriores. In: Implantes, 2010.
Disponível em: <http://www.clivo.com.br/pdf/carga2.pdf> Acesso em: 9 nov. 2012
MULLER, A. et al. Implante unitário submetido à carga imediata. RGO, v. 52, n. 1, p. 27-41,
jan./fev./mar. 2004.
OLIVEIRA, A. C. et al. Implante imediato unitário em função imediata – relato de caso,
RFO, v. 13, n. 1, p. 70-74, jan./abr. 2008
PADOVAN, L. E. M. Carga imediata: opções da técnica para maxilas e unitários. Revista
ImplantNews, v. 2, n. 5, p. 466-467, set./out. 2005.
PEREDO-PAZ, L. G. et al. Carga imediata em próteses unitárias pós-exodontia, em área
estética. Rev. Dental Press Periodontia Implantol., Maringá, v. 2, n. 1, p. 92-109,
jan./fev./mar. 2008.
25
PEREIRA, F. S. Carga imediata em implantes unitários. (Monografia). Curitiba:
Universidade Tuiuti do Paraná, 2011. Disponível em: <http://tcconline.utp.br/wpcontent/uploads/2012/06/.pdf>. Acesso em: 08 nov. 2012.
RIBEIRO, G. L. et al. Carga imediata sobre implante unitário imediato: relato de caso clínico.
Stomatos, Canoas, v. 11, n. 20, p. 51-57. Jan./jun. 2005.
RIBEIRO, C. G. et al. Provisionalização imediata na região anterior: protocolo clínico para
implantes Cone-Morse. Revista Implantnews, v. 5, n. 1, p. 13-8, 2008.
SAKAMOTO JÚNIOR, A. S. et al. Função imediata em implantes unitários: revisão da
literatura. Braz J Periodontol, v. 22, n. 02, p. 17-22, June, 2012.
SILVA, F. G. O. et al. Immediate Implant and Immediate Loading in Anterior Region Follow Up of 5 Years - Case Report. Oral Sci., v. 2, n. 1, p. 49-53. Jan/Apr. 2010.
SOLDANI, C. et al. Carga imediata unitária em espaço protético reduzido utilizando a técnica
transgengival: relato do caso. ImplantNews. v.3, n. 3, p. 281-285, mai./jun. 2006.
TOSTA, M. et al. Restaurações provisórias unitárias imediatas implantosuportadas em áreas
estéticas: estudo clínico prospectivo de dois anos. Implant News, [s.l.], v. 5, n. 2, p. 32-40,
set./out. 2005.
TRENTO, C. L. et al. Cone morse implants with immediate load: case report. Odontol. Clín.Cient., Recife, v. 11, n. 2, p. 159-164, abr./jun., 2012.
YOUSSEF, P. I. et al. Carga imediata sobre implantes dentários. Rev Sul-Bras Odontol.
RSBO, v. 6, n. 4, p. 441-6, Dec. 2009.
Download

implante unitário carga imediata