Incidência de raios no Sudeste
deve superar média em 2011
• A incidência de raios na Região
Sudeste do Brasil deve superar
a média histórica no verão de
2011. A previsão é do Grupo de
Eletricidade Atmosférica (Elat),
do Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (Inpe).
• A incidência de raios na
Região Sudeste do Brasil
deve superar a média
histórica no verão de 2011.
• Entre 2000 e 2009, foi
registrado um aumento de
18% na incidência de raios
em todo o país, tendência
que deverá se manter nas
próximas décadas.
• O Brasil é, atualmente, o país
com a maior incidência de
raios do mundo, de acordo
com o Elat. Em termos gerais,
caem no Brasil, em média,
cerca de 50 milhões de raios
por ano. Em dez anos, as
descargas elétricas causaram
1.321 mortes. Em 2009 foram
121 mortes e, em 2010, até 5
de dezembro, já foram
registrados 94 óbitos.
• Ainda segundo o Elat, a previsão que indica um aumento
de tempestades para o próximo verão na Região Sudeste do
Brasil é baseada na ocorrência de dias de tempestade nos
últimos 50 anos em algumas grandes cidades da região, como
São Paulo, Rio de Janeiro e Campinas, por exemplo.
• Dois fatores podem contribuir para o aumento na incidência
de raios, segundo Osmar Junior, coordenador do Elat. “Um
fator claro é o crescimento dos centros urbanos e grandes
cidades. Grandes centros urbanos favorecem tempestades,
por causa da poluição e da formação de ilhas de calor - o
aquecimento de uma região por causa do asfalto e da
quantidade de prédios, que dificultam a circulação do ar.
Outro fator é o aquecimento global do planeta, que também
influencia no aumento de tempestades”, afirma.
Formação dos raios
•
De acordo com Osmar Júnior, os raios ocorrem em meio a
tempestades severas, com ventos e precipitações intensas. Isso
porque as nuvens de tempestade possuem partículas de gelo que,
ao se chocarem, ficam carregadas eletricamente. Essas cargas,
acumuladas, geram descargas elétricas, que são os raios.
• “Se uma nuvem não tem gelo, não produz descarga. E só há gelo
em nuvens que ultrapassam os 6 km ou 7 km de altura, no Brasil. As
mais baixas causam chuvas, não raios”, afirma.
• Nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste, ainda de acordo
com o especialista, as tempestades são mais comuns no verão. Já
no Sul e no Norte, os picos de raios acontecem na primavera. “As
tempestades se formam a partir de choques de massas de ar que se
movem no planeta, e a circulação dessas massas tem características
peculiares em cada região do país e do mundo”, explica.
Estados com mais mortes causadas por raios (2000 a
2009)
1º
Estado
Nº de mortes
São Paulo
230
2º
Rio Grande do
Sul
106
3º
Minas Gerais
99
4º
Mato Grosso do
Sul
89
5º
Goiás
80
BRASIL
1.321
Fonte: Elat/Inpe
Estados com maiores médias de incidência
de raios por ano
Estado
Raios por ano
1º
Amazonas
11 milhões
2º
Pará
7.380.000
3º
Mato Grosso
6.810.000
4º
Rio Grande do
5.180.000
Sul
5º
Mato Grosso
do Sul
Fonte: Elat/Inpe
4.240.000
Áreas mais suscetíveis
•
A região da Amazônia, próxima ao Equador, é bastante quente e,
portanto, está sujeita aos choques de massas de ar de hemisférios
diferentes, que podem levar a uma maior incidência de raios. Além
disso, a região deve sofrer com o maior acréscimo de temperatura
ao longo desse século, no Brasil, de acordo com o Elat. “É uma
região que já tem grande incidência de raios e, com esse aumento,
tende a ter ainda mais ocorrências”, diz Pinto Júnior.
• Outras áreas, como os estados de São Paulo, Mato Grosso, Mato
Grosso do Sul, Tocantins, Piauí, Maranhão e parte do Rio Grande do
Sul, por exemplo, também costumam sofrer com muitos raios. “O
Brasil é o país com a maior incidência de raios porque é o maior
país da região tropical do planeta”, afirma.
Cuidados
O Elat recomenda que, em dias de temporais, as pessoas se afastem de
postes de iluminação, árvores, cercas de arame farpado e, se estiverem na
água (praia ou piscina), saiam imediatamente ao menor indício de raios ou
trovões, já que a água é altamente condutora de eletricidade.
Outra dica é evitar falar ao telefone, principalmente os fixos com fio, já que o
fio pode transportar a corrente elétrica de um raio. Além disso, evite usar
telefone celular na rua quando houver raios.
Em caso de raios, o maior perigo, de acordo com o Elat, é ficar em locais
descampados, como campos de futebol, pastagens e estradas, por exemplo.
Procurar abrigo debaixo de árvores, no entanto, é um erro bastante comum e
pode ser fatal. Se não for possível entrar em uma residência, o melhor é ficar
agachado no chão, com as mãos na nuca e os pés juntos.
Se for possível, entre em um automóvel ou ônibus e tente manter as janelas
fechadas. Ficar dentro de objetos metálicos fechados (como carros, ônibus e
aviões) é seguro, porém ficar do lado de fora destes objetos é perigoso.
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