CEMITÉRIO CATUMBI – S. FRANCISCO DE PAULA RIO DE JANEIRO Por Carlos Eduardo de Almeida Barata Parte II - 1853 (Segue a relação somente dos Irmãos e Irmãs sepultados no Cemitério a partir de 1850, em carneiros arrendados e/ou em perpetuidade.) Ano de 1853 42.ANTÔNIO JOSÉ DA C. RANGEL, sepult. em 25 de Janeiro, em jazigo, carneiro número 3481. Notas: A família Cruz Rangel vem sendo citada em diversas ocasiões. Já na primeira parte, dedicada ao Ano de 1852, no ítem n.º 23, há Cruz Rangel, citado no sepultamento de Ana Teixeira da Silva. Assim, vale esclarecer com maiores detalhes, a "genealogia tumular", deste grupo familiar: O comendador Antônio José da Cruz Rangel era português, nasc. c.1782, Lisboa (freguesia da Ajuda), Portugal, fal. Rio de Janeiro, sepultado nas catacumbas da Igreja de São Francisco de Paula, de onde seus restos mortais foram trasladados, no ano de 1850, para o novo Cemitério de São Francisco de Paula. Filho de Feliciano Antonio e de Maria da Conceição. Foi muito atuante na Ordem onde, em 1829, exerceu a função de Procurador, até 1831. De 1843 a 1844, foi Vice-Corretor. Era comerciante no Rio de Janeiro. Em 1829 participou da Diretoria do Banco do Brasil. Foram seus irmãos José da Cruz Rangel, Definidor nos períodos de 1851 a 1852 e 1852 e 1853; e o Comendador Manuel da Cruz Rangel, Definidor na Ordem no período de 1843 a 1844. Lembro, ainda, que em 27 de Setembro de 1852, foi sepultado em jazigo perpétuo, carneiro número 3420, dos irmãos José da Cruz Rangel e Manuel da Cruz Rangel, Dona Ana Teixeira da Silva. O Comendador Antônio José da Cruz Rangel foi casado duas vezes: a primeira, c.1806, com Emerenciana Angélica do Espírito Santo, fal. antes de 1820; e a segunda, a 06.08.1820, no Rio de Janeiro, com Maria Josefa Mascarenhas, nasc. Rio de Janeiro, onde fal. a 08.10.1854, sendo sepultada neste mesmo Cemitério, conforme se dirá adiante. Pais de: (1.º matrimônio): I-1. Maria Constança da Graça Rangel, nasc. c.1806, Rio de Janeiro, onde faleceu, jovem e recém-casada, a 28.06.1828. Cas. 29.07.1827, no Rio de Janeiro, com o Senador, Dr. Antonio Augusto Monteiro de Barros, nasc. 1790, Ilha de Santa Maria, onde seu pai exercia o lugar de Juiz de Fora do Arquipélago dos Açores e falecido a 16 de Novembro de 1841, no Rio de Janeiro. Sepultado nas catacumbas da Igreja de São Francisco de Paula. Seus restos mortais fora trasladados para o cemitério desta Ordem, em 1850. Filho dos Viscondes de Congonhas do Campo. O Senador Dr. Antonio Augusto Monteiro de Barros era Militar, Juiz, Ouvidor, Desembargador e Ministro do Conselho Supremo Militar. Assentou praça de cadete a 24 de Abril de 1804, no regimento de cavalaria de linha da Capitania de Minas Gerais, e Vila Rica. Promovido a Alferes agregado a 13 de Maio de 1808 e a Alferes efetivo a 13 de Maio de 1814. Em 1814 requereu ao Príncipe Regente D. João licença, com vencimentos de soldo, para freqüentar os estudos na Universidade de Coimbra. Sendo atendido, seguiu para Portugal e 1815, onde graduou se na Faculdade de Leis. Regressou ao Brasil, onde requisitou a demissão do serviço do exército que lhe foi concedida a 17 de Outubro de 1821. A 21 de Julho de 1822, foi nomeado Juiz de Fora da comarca de Vila Rica. A 19 de Outubro de 1823, foi nomeado Ouvidor da Comarca de Olinda-PE, ato que ficou sem efeito pela sua nomeação, a 1 de Dezembro de 1824, para a Comarca de Sabará-MG. Moço fidalgo, em 1824. A 13 de Dezembro de 1825, foi nomeado provedor da fazenda, dos defuntos e ausentes, resíduos e capelas da mesma Comarca de Sabará. Deputado à Assembleia Geral Legislativa, por Minas Gerais, na 1ª legislatura, de 08 de Maio de 1826 a 03 de Setembro de 1829. A 12 de Outubro de 1827 foi nomeado Desembargador da Relação de Pernambuco. A 11 de Setembro de 1829 foi mandado ter exercício no cargo de ajudante do intendente geral de Polícia. Cavaleiro da Ordem de Cristo, em 1826. Comendador da Ordem de Cristo (1830). A 9 de Dezembro de 1830, determinou D.Pedro I que tivesse exercício na Casa de Suplicação, continuando como ouvidor da comarca do Rio de Janeiro, cargo em que se achava. A 4 de Outubro de 1832 foi promovido a Desembargador da Relação da Bahia. A 12 de Abril de 1833 passou a Ministro adjunto ao Conselho Supremo Militar. A 7 de Novembro de 1833 passou a Conservador da Nação Britânica, havendo sido dispensado deste último cargo a 15 de março de 1834. Senador vitalício por Minas Gerais, nomeado por Carta Imperial de 29 de Setembro de 1838, em substituição ao senador Padre José Custódio Dias, falecido a 7 de Janeiro de 1838. Empossado a 03 de Outubro de 1838, onde peraneceu até a data de seu falecimento, a 16 de Novembro de 1841. Para o exercício desta função foi escolhido, com 446 votos, disputando com o Marquês de Sapucaí, com o Visconde de Uberaba e com o Visconde de Abaeté. Sócio do Instituto Histórico Brasileiro, admitido em sessão de 1 de Dezembro de 1838. (2.º matrimônio): I-2. Antonio da Cruz Rangel (I), nasc. 01.05.1826, no Rio de Janeiro, batiz. 13.06., e falecido ainda criança,antes de 1829. I-3. Capitão Antonio José da Cruz Rangel (II), nasc. 19.09.1829, Rio de Janeiro, batiz. 25.10., e fal. 24.01.1853, e sepultado no dia seguinte, em jazigo, carneiro número 3481. Definidor na Ordem Terceira dos Mínimos de São Francisco de Paula, no período de 1852 a 1853. Cas. 14.02.1846, Rio de Janeiro, com Maria Francisca Ribeiro de Matos Monteiro, filha do Dr. Lourenço José Ribeiro e de Ana Felizarda Monteiro de Barros. Com geração descrita na obra do Dr. Frederico de Barros Brotero, "Família (A) Monteiro de Barros" - Edição do Autor, São Paulo, 1951. In-4.º de 1046 págs. I-4. João da Cruz Rangel, nasc. 30.01.1833, Rio de Janeiro, batiz. 08.04. Cas. 30.01.1851, Rio de Janeiro, com Maria Luiza de França e Sá – veja adiante o ítem 75. I-5. Teresa da Cruz Rangel, nascido no Rio de Janeiro. 43.ANTÔNIO MARQUES FERREIRA, sepult. em 28 de Fevereiro, em jazigo, carneiro número 3499. Nota: Antonio Marques Ferreira é natural do Porto, Portugal. Filho de Bernardino Ferreira Franco e de Ana Margarida de Jesus. Com geração do seu cas. com Umbelina Rosa Muniz, nasc. Rio de Janeiro, filha de Joaquim Luiz Muniz e de Maria Angélica da Conceição. São pais da Baronesa de Salgado Zenha, Rita Marques Ferreira, esposa de Manuel Salgado Zenha, nascido a 02.01.1837, São Paio de Arco, Braga – Portugal, que passou criança para o Brasil, dedicando-se à carreira comercial. Jovem, associou-se à firma de João José dos Reis & Cia., mais tarde, Conde de S. Salvador de Matosinhos – conforme segue no verbete da Família Salgado Zenha, do Dicionário das Famílias Brasileiras, Tomo I, Volume II. 44. Reverendo ANTÔNIO VIEIRA BORGES, sepult. em 20 de Janeiro, em jazigo, carneiro número 3475. Nota: Antonio Vieira Borges, Presbítero secular e sacerdote ilustrado. Foi Monsenhor da Capela Imperial e Examinador Sinodal. Fez parte do corpo diplomático estrangeiro, como encarregado dos negócios de Roma, no Rio de Janeiro. 45.DOMINGOS J. DA S. BASTOS, sepult. em 11 de Fevereiro, em jazigo, carneiro número 3491. 46. JOSÉ FRANCISCO MARTINS, sepult. em 12 de Março, em jazigo, carneiro número 3504. 47.JOSÉ JOAQUIM DO AMARAL SOUZA, sepult. em 7 de Abril, em jazigo, carneiro número 3513. 48.JOSEPHA CECÍLIA DA F. COSTA, sepult. em 18 de Janeiro, em jazigo, carneiro número 3474. 49.MANOEL DIAS CODÊÇO, sepult. em 1 de Abril, em jazigo, carneiro número 3511. 50. MANOEL PEREIRA, sepult. em 25 de Janeiro, em jazigo perpétuo, carneiro número 3482, de D. Delphina Alves Curvello. Nota: Manuel Pereira era marido de D. Delfina Alves Curvelo, com quem deixou geração. São bisavós do Deputado Federal José Machado Coelho de Castro. 51.D. MARIA F. MACIEL DA COSTA, sepult. em 28 de Fevereiro, em jazigo, carneiro número 3500. Notas: Maria Florencia Maciel da Costa nasc. 1762, Rio de Janeiro, onde fal. 28.02.1853. Serviu de Corretora da Ordem entre 1807 e 1808. Filha do português, Antonio Lopes da Costa, natural de São Pedro de Rates, arcebispado de Braga, e da carioca Francisca Antunes Maciel da Costa. Bisneta de João Maciel da Costa, origem dos seus apelidos Maciel e Costa, natural de N.S. de Monserrat de Viana do Castelo, Arceb. de Braga, estabelecido no Rio de Janeiro, onde foi casado com Brígida da Guarda Maciel. Maria Florencia Maciel da Costa era viúva de José Botelho de Lacerda, com quem casou a 28.04.1790, Rio de Janeiro. Ele, nasc. 21.05.1744, na Colônia do Sacramento, e fal. 21.10.1802. Filho do português Manuel Botelho de Lacerda, natural de Santa Maria de Murça de Panoia, arcebispado de Braga, Cavaleiro da ordem de Cristo Coronel, e Brigadeiro e Governador na Nova Colônia, e de Arcangela Maria de Vasconcelos. Neto paterno de Constantino Lobo Botelho, casado em Murça, com Jacinta Teixeira de Magalhães. Terceiro neto do Capitão de Infantaria Sebastião Borges Botelho, que deu origem a união dos apelidos Botelho e Lobo, do seu casamento com Faustina Lobo. Finalmente, sétimo neto de Payo Correia de Lacerda, Balio de Leça, e Monteiro Mor do Rei D. João I - que deu origem ao Lacerda, que acompanha a sua descendência.