A FORMAÇÃO PROFISSIONAL E EMPREGO NO DESENVOLVIMENTO DE TRAJECTÓRIAS INCLUSIVAS Comunicação a apresentar no âmbito da Conferência : “Políticas Públicas de Coesão Social” Dia 24 e 25 de Maio/07 – Fórum Lisboa Hoje, nas sociedades contemporâneas, a exclusão social é um fenómeno cada vez mais evidente, sendo a situação face ao mercado de trabalho cada vez mais, um factor de grande importância e determinante da inclusão/exclusão dos indivíduos, com implicações negativas não só no rendimento e na realização pessoal, mas também no exercício de cidadania. Estar em situação de desemprego significa perder um dos vínculos mais importantes de ligação à sociedade, à rede de relações interpessoais que o emprego facilita e ao sentimento de participação na vida social. O acesso ao emprego é assim, um dos principais mecanismos do combate à exclusão social, proporcionando as condições para o estabelecimento de projectos de vida, construção de um estatuto e uma identidade social, alimentar uma imagem positiva de si próprio, alargar a rede de sociabilidades, manter uma relação com as instituições e os serviços colectivos, adquirir os direitos à saúde e à protecção social. O emprego é, sem dúvida, um dos principais mecanismos de integração social das sociedades desenvolvidas. Neste sentido, a intervenção da CMO, das Empresas e outros Agentes Sociais como um meio privilegiado de actuação, visam a referida participação e, consequentemente, a prevenção de factores geradores de exclusão social. Assim, o acesso ao emprego é um meio fundamental de participação do individuo na sociedade, uma vez que a falta de 1/13 capacidade de intervenção do individuo no sistema económico, por ausência de emprego, implicará uma fraca participação do individuo, enquanto cidadão. Torna-se assim, importante enfrentar a resolução de assimetrias e de formas de exclusão, promovendo a igualdade de oportunidades para todos. Tomando consciência da necessidade de contribuir para a construção de condições facilitadoras de uma maior qualidade de vida dos seus munícipes, a CMO têm vindo a ter uma actuação crescente no processo de mobilização e participação de modo a assegurar um desenvolvimento local equilibrado, designadamente pela promoção de projectos e programas que visam facilitar o processo de integração sócio-profissional dos desempregados, orientados para a valorização dos recursos humanos. A nível local, só um trabalho de parceria entre a Autarquia, Associações Empresariais, Universidades e outros Agentes de Desenvolvimento poderá garantir uma actuação mais eficaz quer ao nível da criação de recursos quer no âmbito da promoção do bem estar individual e da coesão social. A proximidade da Autarquia aos problemas reais das populações e dos agentes locais que podem promover o emprego coloca-a numa posição de destaque garantindo às suas intervenções grandes potencialidades de eficácia. A implicação da CMO em matéria de Emprego e Formação tem-se afirmado no exercício de um papel de mediação por forma a facilitar o conhecimento do mercado local, das ofertas e procuras de emprego e da criação de empresas Assim, para além de um conjunto de estratégias que visam contribuir para facilitar o processo de inserção social dos desempregados, a Câmara 2/13 Municipal de Oeiras, considerou o domínio de formação profissional como prioritário e estratégico, tanto para promover o desenvolvimento local, como para prevenir e combater as situações de empobrecimento e exclusão social, que ainda afectam segmentos da população residente. Este tipo de intervenção traduz-se num meio fundamental de participação do individuo na sociedade, gerador da sua autonomia, auto - estima e valorização social. Neste contexto, o Município surge como estrutura privilegiada na elaboração de politicas locais de emprego, uma vez que tem maior proximidade à população, estando mais consciente da necessidade efectiva dos munícipes. Assim a Câmara Municipal de Oeiras tem vindo a intervir nesta temática adoptando politicas activas de promoção da inserção profissional dos munícipes e de estímulo à criação de emprego. A implicação da Autarquia em matéria de Emprego e Formação tem-se afirmado no exercício de um papel de mediação por forma a facilitar o conhecimento do mercado local, das ofertas e procuras de emprego e da criação de empresas. Neste sentido, o estudo realizado pela Autarquia no âmbito do Observatório Local de Emprego, permitiu delinear a estratégia a adoptar nesta área, com o objectivo de aproximar as politicas de emprego ás necessidades concretas da população que são as seguintes: Intervenção junto dos jovens licenciados/bacharéis, Intervenção junto de adultos desempregados de longa duração; Intervenção junto dos jovens com baixas qualificações e candidatos ao primeiro emprego Intervenção junto das Mulheres, desempregadas de longa duração 3/13 Desenvolvimento de iniciativas de apoio á criação do próprio emprego. Para além das áreas prioritárias, identificadas pelo Observatório Local de Emprego são objectivos da nossa Intervenção: Apoiar a formação inicial e continua de jovens e adultos com baixas qualificações educacionais/profissionais; Apoiar a integração dos jovens e adultos no mercado de trabalho; Organizar eventos na área do emprego e formação profissional, que promovam a informação sobre esta temática e a aproximação dos munícipes ás realidades do mercado de trabalho; Fazer investigação acerca destas áreas para melhor responder ás necessidades sociais através do desenvolvimento de politicas de emprego e formação profissional.; Apoiar empresas recém criadas, proporcionando-lhes infra-estruturas para o seu lançamento; Criar medidas e projectos destinados aos “novos desempregados”, grupos da população com necessidades específicas; Promover a flexibilidade do mercado de trabalho, a nível dos trabalhadores e das empresas. Reforçar as politicas de igualdade de oportunidades do modo a disfarçar ou colmatar as diferenças que existem, por vezes até de índole geográfica, procurando facilitar, assim, a mobilidade geográfica. 4/13 Assim, são desenvolvidas as seguintes Áreas de Intervenção: Formação Profissional, neste âmbito foram desenvolvidos vários cursos de formação profissional, ao abrigo dos programas Escolas Oficinas e Programa de Emprego e Protecção Social, nas áreas de Jardinagem, Encadernação, Marcenaria, Construção de Instrumentos Musicais, joalharia (2 cursos), Cerâmica (2 cursos), Construção e Manutenção de Embarcações de Recreio Artes Decorativas e Artes na Decoração. De salientar que, no final da formação com o apoio da CMO, ao nível da cedência de instalações e equipamentos, foram criados por ex-formandos os ateliês de Joalharia, Encadernação, Marcenaria, Construção de Instrumentos Musicais e Artes na Decoração. Por outro lado, os restantes formandos, na quase totalidade, obtiveram uma colocação profissional, quer em unidades empresariais da área, quer através do desenvolvimento de trabalho por conta própria, quer mesmo através da colocação na CMO como foi no caso das duas formações desenvolvidas na área da Jardinagem. Na área da formação profissional foram ainda desenvolvidas formações ao abrigo de protocolos com os Centro de Formação de Sintra e Amadora nas áreas de Multimédia, Jardinagem e Operador de Manutenção Hoteleira. A CMO promoveu ainda o programa Inserção – Emprego com o objectivo de promover a inserção social e profissional de beneficiários do Rendimento Social de Inserção. Ao abrigo deste programa foram 5/13 desenvolvidas as acções de formação em Cantoneiros de Limpeza, Auxiliares de Serviços Gerais e Mercados e Agentes de Acção Educativa. Atendimento a desempregados Temos em funcionamento em parceria com o IEFP uma UNIVA/Clube de Emprego . Sendo a UNIVA destinada a jovens até aos 30 anos, prestando apoio na resolução dos seus problemas de inserção ou reinserção profissional, em cooperação com os Centros de Emprego. O Clube de Emprego, destina-se a uma população com idade superior a 30 anos, e considera-se como “uma forma de organização de actividades de apoio a desempregados, em especial os de longa duração”. Orientação escolar e profissional Este programa visa apoiar os jovens no processo de tomada de decisão relativo ao seu futuro escolar e profissional, avaliando os seus interesses e aptidões através da aplicação de testes psicotécnicos, bem como, da recolha e divulgação de informação sobre os sistemas de ensino, cursos e profissões. Reconhecimento, validação e certificação de competências Em articulação com a Escola Secundária Sebastião e Silva foi criado um Centro RVCC – “Centro de Novas Oportunidades”, que permite a cada individuo, pela apresentação de resultados das suas experiências, e com a ajuda de profissionais especializados, identificar as competências adquiridas ao longo da vida, permitindo a sua validação e certificação. 6/13 Apoio a pessoas sinalizadas pelo sistema judicial Esta medida visa a cooperação entre o Instituto de Reinserção Social e a CMO no sentido de se criarem condições facilitadoras de execução das sanções de trabalho previstas no Código Penal – Prestação de Trabalho a Favor da Comunidade e Substituição de Multa por Trabalho não remunerado para os condenados naquelas sanções. Ao abrigo desta medida a CMO tem em articulação com o IRS acompanhado, 17 casos. Programas específicos para pessoas com qualificações de nível superior/Estágios Profissionais No sentido de facilitar o processo de inserção profissional a CMO, candidatou-se ainda ao programa de Estágios Profissionais do IEFP abrangendo 3 jovens licenciados. Candidaturas a projectos comunitários Participação no Programa Equal,: Através do programa FADO – formação experimental à distância de pessoas com baixas competências escolares e profissionais em áreas como: tecnologias de informação, gestão de armazéns e mecânica. “ Conciliar é Preciso”, como objectivo de facilitar a conciliação entre a vida familiar e profissional. “Públicos Diferentes – Iguais Oportunidades”, formação a técnicos na área da acção Social e do emprego e formação profissional, no sentido de trabalhar em percursos integrados de inserção. 7/13 “Oeiras PRO”- O Projecto Oeiras PRO foi delineado na tentativa de dar resposta a algumas necessidades sentidas a nível da promoção e implementação da responsabilidade social nas organizações e, particularmente, na área do emprego e formação profissional, bem como da empregabilidade de grupos em risco de exclusão social. Neste sentido, um dos objectivos do Projecto é a valorização e melhoria das competências sócio-profissionais dos activos das Organizações Sem Fins Lucrativos, com vista à qualificação do emprego existente nestas organizações, bem como das melhoria dos serviços prestados aos munícipes. Organização de eventos Com o objectivo de colocar em contacto directo os empregadores e os candidatos à procura de emprego, possibilitando o recrutamento no próprio local foram realizadas duas Feiras de Emprego, tendo-se estimado a participação de cerca de 10.000 visitantes. Com o objectivo de criar espaços de discussão de temas relacionados com a problemática do emprego e da formação profissional, foram organizadas duas Conferências Locais de Emprego, subordinadas aos temas: “ O Município como Agente de Desenvolvimento Económico e Social”, e “Os Jovens e o Mercado de Trabalho”. Como incentivo e apoio ao desenvolvimento dos ofícios tradicionais, foram realizados o mercado dos ofícios e os ateliês de ofícios tradicionais, convidando diversos artesãos a participar no sentido de promover a divulgação dos seus trabalhos, e a venda dos artigos realizados. 8/13 Recentemente a CMO organizou a I Mostra de Formação Profissional, cujo objectivo foi privilegiar a divulgação de informação aos jovens, acerca das ofertas formativas disponíveis nos Centros de Formação Profissional. Assim, esta iniciativa teve como objectivos: Sensibilizar os jovens munícipes para a importância da recolha de informação e sua influência no delinear do seu projecto de vida; Disponibilizar informação organizada sobre áreas profissionais e formação profissional, para que possam fazer escolhas informadas; Dar a conhecer a oferta formativa das várias Escolas Profissionais. Este evento contou com a participação de 22 Escolas Profissionais, e com a visita de vários alunos de Escolas do Concelho. Neste âmbito, de salientar também a realização recente de uma Feira de Emprego e Formação Profissional. na zona de Outurela – Carnaxide. Este evento destinou-se a jovens estudantes que pretendem seguir uma via profissionalizante, aos que já abandonaram a escola, bem como, a adultos à procura de emprego ou que pretendem melhorar as suas qualificações profissionais. O certame constituiu um espaço de apresentação de informação sobre cursos de formação profissional e ofertas de emprego, contando com a participação de 4 Centros de Formação, 11 Escolas Profissionais, 3 Empresas de Trabalho Temporário, 4 Escolas Secundárias de Lisboa e Oeiras. A feira foi visitada por cerca de 250 pessoas da zona, entre alunos que procuram uma saída em termos de formação profissional, e jovens e 9/13 adultos em busca de uma oportunidade de emprego ou de qualificação profissional. Investigação Com o intuito de melhor conhecer o fenómeno do desemprego no Concelho de Oeiras, a CMO em parceria com a Universidade Nova de Lisboa - (Socinova), realizou um Observatório Local de Emprego, cujo estudo teve como objectivo, uma análise da evolução recente da actividade económica e da população do Concelho tendo em vista a detecção de cenários potenciadores de emprego e desemprego. Apoio ás micro-empresas Apoiando as micro-empresas criadas por ex-formandos, a CMO tem vindo a ceder mediante estabelecimento de Protocolos, espaços e equipamentos, como apoio ao inicio das actividades, Fomentar a boa cidadania empresarial – responsabilidade social das empresas Com o objectivo de promover a Responsabilidade Social das Empresas / Cidadania Empresarial, através de acções conjugadas entre as necessidades da comunidade e os recursos das empresas, o Programa Oeiras Solidária opera actualmente numa rede de 42 empresas. Apoio a trabalhadores em regime de emprego protegido Neste âmbito são desenvolvidas as seguintes medidas: Programa Vida –Emprego, em parceria com o IEFP e o Instituto da Droga e da Toxicodependência. Este programa tem como objectivo visa potenciar a reinserção social e profissional de toxicodependentes 10/13 em idade activa, como parte integrante e fundamental do seu processo de tratamento, através da formação e do emprego. Este programa possibilitou a integração de 8 beneficiários em medida de estágio e integração sócio-profissional. Todos os beneficiários têm vindo a ser integrados na CMO. Emprego Protegido , trata-se de um Acordo de Cooperação entre a CMO e o IEFP, que visa assegurar a pessoas com deficiência, o exercício de uma actividade útil e remunerada, bem como a possibilidade de formação e/ou aperfeiçoamento profissional, permitindo-lhes, sempre que possível, a sua integração no mercado de trabalho. Foram criados 7 postos de trabalho em Regime de Emprego Protegido, sendo que as actividades a desenvolver inserem-se no âmbito do apoio aos Serviços Administrativos (2 vagas) e serviços de jardinagem (5 vagas) da autarquia. Este programa já integrou 9 trabalhadores, tendo sido celebrado contrato de trabalho em regime de emprego protegido com 4 deles. Nesta linha de intervenção pretendemos continuar a desenvolver competências sociais e profissionais, procurando tornar os indivíduos pró -activos e mentores do seu percurso profissional, continuando a dirigir mais atenção aos grupos mais desfavorecidos da população. Tomando consciência de que é necessário partilhar soluções locais criativas orientadas para a valorização dos recursos humanos em sintonia com as necessidades actuais e futuras do tecido empresarial a Autarquia pretende continuar o seu investimento, nesta área, concertando medidas/politicas de emprego e formação profissional adequadas ás 11/13 necessidades das populações locais, tentando contribuir assim, para a (re)integração socioprofissional dos indivíduos em situação de desemprego Ao nível local, só um trabalho de parceria entre Autarquia, Associações Empresariais, Universidades e outros Agentes de Desenvolvimento, poderá garantir uma actuação mais eficaz quer ao nível da criação de recursos quer no âmbito da promoção do bem estar individual e da coesão social. A actuação na área do emprego passa assim, pela adopção de politicas activas, que desenvolvem as capacidades das pessoas, promovendo as suas condições de empregabilidade e aumentando as oportunidades de surgimento de emprego, pela melhoria das condições de desempenho dos agentes económicos e sociais. Desta forma, caminharemos para uma politica sustentável de empregabilidade geradora de equilíbrio e progresso social. A Acção Social para a integração tem que ser multisectorial e agir sobre os diferentes factores que dificultam a integração, ou seja, numa atitude de criação de oportunidades novas e de adaptação progressiva dos indivíduos a essas oportunidades. Não se pode abordar a Acção Social sem fazer uma correlação com o conceito de desenvolvimento, com o conceito de sectores/grupos vulneráveis da população, com a responsabilidade e empenhamento que se exige/deve exigir a todos os agentes sociais, económicos e políticos. Torna-se neste sentido importante a (re)definição de actuações na área do emprego. Na definição de um quadro de referência para o desenvolvimento local, a actuação na área do emprego surge como 12/13 prioritária, sobretudo tendo em consideração o problema do desemprego e dos riscos de exclusão social que dele decorrem. Numa estratégia local de promoção do emprego não existem modelos preconcebidos para fazer face aos problemas e necessidades identificadas, é preciso construir respostas “à medida”, ajustadas aos contextos e ás especificidades dos grupos-alvo e conduzir intervenções com flexibilidade de modo a adequar permanentemente as suas formas e conteúdos. 13/13