5. FORMAÇÃO E FUNÇÕES DO ENGENHEIRO CIVIL projetos e de obras e perito em apoio judiciário, dentre outras funções. Pode ainda militar na área docente e ter acesso a cargos públicos, via concurso ou 5.1. FORMAÇÃO DO ENGENHEIRO CIVIL por indicação, dependendo do caso e da função. O engenheiro civil deve apresentar formação em ciências A formação do engenheiro civil o habilita a atuar em cinco exatas, com o necessário conhecimento básico da causa científica, para que grandes áreas: estruturas, estradas e transportes, hidráulica e saneamento, possa elaborar uma rotina de cálculo estrutural e reconhecer os limites geotecnia, materiais e construção civil. técnicos de fórmulas empíricas e de programas para computadores, como Ele é o profissional responsável por calcular, construir, operar e exemplos de atividade de projeto. Deve desenvolver senso crítico e espírito manter edificações, meios de transporte, equipamentos urbanos e obras de de trabalho em equipe, por exemplo, incorporação de projetos, quando aproveitamento energético, saneamento e segurança ambiental. normalmente é conhecido como “engenheiro de obras”. Ainda, em vista de sua formação abranger diversas áreas do conhecimento, os engenheiros civis podem atuar em instituições financeiras, ATUAÇÃO DO ENGENHEIRO nas áreas de administração e gerenciamento dos mais diversos setores. Com possibilidades tão variadas de atuação, o engenheiro civil O campo de atuação do Engenheiro Civil sempre foi muito tem facilidade em encontrar um emprego no mercado de trabalho. Não se amplo; Tem que possuir formação sólida para atender obras tão pode esquecer que, também em função da sua formação, ele está apto a se diversificadas; Por causa desse alto grau de diversidade e complexidade, a tornar um empresário, criando sua própria empresa para atuar no setor da atividade requer profissionais com conhecimentos sólidos em áreas como construção civil. estruturas, estradas, transportes, hidráulica e saneamento, geotécnica e O engenheiro civil recebe uma formação plena, podendo atuar em qualquer materiais construtivos. uma das cinco grandes áreas citadas. Entretanto, desejando ampliar seus O Engenheiro Civil deve ser capaz de: Conceber, projetar e conhecimentos em uma área específica, e aumentando suas condições de analisar competir no mercado de trabalho, ele pode fazer cursos de pós-graduação matemáticos, científicos, tecnológicos e instrumentais na identificação, (especialização lato sensu, mestrado e doutorado). formulação e resolução de problemas da Engenharia; Projetar, supervisionar, sistemas, produtos e processos; Aplicar conhecimentos elaborar e coordenar projetos e serviços de Engenharia, aplicando a ética e a 5.2 - FUNÇÕES DO ENGENHEIRO CIVIL responsabilidade profissional; Desenvolver e utilizar novas técnicas e ferramentas; O engenheiro civil é um profissional que atua como liberal ou Supervisionar a operação e a manutenção de sistemas; Comunicar-se como empregado, em empresas de caráter privado ou em estatais. Na eficientemente nas formas escritas, oral e gráfica; Atuar em equipes atividade profissional liberal, atua como consultor, responsável técnico de multidisciplinares; Avaliar o impacto das atividades da Engenharia no 1 2 contexto social e ambiental, bem como a viabilidade econômica dos O ENGENHEIRO E A SOCIEDADE. projetos; Gerir empresas de Engenharia. Com efeito, a esfera de atuação profissional do engenheiro é Prometo, diante de Deus e dos homens, exercer as funções complexa, envolve riscos e custos, tem enorme repercussão social, inerentes ao grau de Engenheiro, na fiel observância dos princípios de econômica e ambiental, condiciona o estabelecimento tanto de políticas honestidade, cumprindo as leis da república e jamais atentando contra a públicas como privadas. A atuação profissional exige a inserção do dignidade da pessoa humana . profissional em uma economia globalizada, controle tecnológico, atenção à preservação ambiental e respeito a valores éticos e de cidadania. Historicamente, os engenheiros se movem a partir das necessidades geradas pela sociedade possivelmente aquelas necessidades Assim o engenheiro civil desenvolve atividades relacionadas apontadas pelos setores mais dinâmicos ou poderosos das respectivas com: análise e localização de terrenos, análise do solo e hídrica, determina o sociedades, entre os quais estão o poder político e o militar. De atores sociais projeto de construção e cronograma, estudo de materiais, inclusive encarregados de soluções, os engenheiros, que passaram a ser fontes de reutilização e custos, determinar o uso de equipamentos, e veículos, avaliar problemas. Mas isso já é coisa do século passado. através de cálculos a resistência do material empregado, condições O novo Engenheiro assumirá missões mais abrangentes em uma climáticas da região, normas e medidas de segurança em relação à vida em sociedade com mudanças tecnológicas rapidíssimas e verdades geral, ao meio ambiente e ao solo utilizado. mercadológicas fugazes; Deverá ser empreendedor de base científica, ou seja, com sólido conhecimento científico e que responde adequadamente a esta nova situação, inclusive à necessidade de tomar decisões em um DEZ QUALIDADES DO BOM ENGENHEIRO ambiente de incertezas. 1. Ter raciocínio lógico; São deveres do Engenheiro para com a Sociedade: Possuir boa 2. Ser prático e objetivo; preparação, de modo a desempenhar com competência suas funções e 3 Gostar de cálculos; contribuir para o progresso da Engenharia e da sua melhor aplicação a 4. Ser criativo; serviço da Humanidade; Defender o ambiente e os recursos naturais; 5. Falar inglês fluentemente; Garantir a segurança do pessoal executante e do público em geral; Opor-se a 6. Ter habilidade de comunicação; utilização fraudulenta, ou contrária ao bem comum, do seu trabalho; 7. Saber trabalhar em equipe; Procurar as melhores soluções técnicas, ponderando a economia e a 8. Compartilhar conhecimentos; qualidade da produção ou das obras 9. Relacionar-se bem com as pessoas; 10. Ser flexível. EMPREENDEDORISMO 3 4 EMPREENDEDORISMO: a contribuição das disciplinas humanísticas na formação do engenheiro civil empreendedor o engenheiro tornar-se um empreendedor bem sucedido e, o mais importante, um profissional nutrido por valores éticos indispensáveis em uma Há milênios os seres humanos têm encontrado soluções aos seus pátria solapada por profundas contradições sociais. Existem várias maneiras dos estudantes de engenharia e engenheiros já problemas cotidianos a partir do exercício da reflexão crítica e sistemática formados aproximarem-se dos debates e do sobre a realidade, e tal processo reflexivo constitui objeto de estudo de todas empreendedorismo. Entretanto, vale salientar que seria um equívoco crer as ciências humanas. Grandes civilizações possuíam (e ainda possuem) uma que tal conhecimento encontrar-se-ia apenas em feiras, seminários, manuais visão profunda e positiva de seus futuros. Esta visão pode ser mensurada etc. Nestas situações os estudantes e o profissional de engenharia através da complexidade da engenharia de qualquer civilização, desde a conseguirão auferir informações sobre a temática do empreendedorismo, História Antiga até o presente. A partir desta matriz de raciocínio, poder-se- como, por exemplo, o sucesso de outros empreendedores, o mercado de ia afirmar que as ciências humanas têm importante função, também, na trabalho e seus componentes constitutivos, áreas em expansão etc. Porém, é formação de engenheiros civis empreendedores. fundamental A afirmação acima possui como pilar o fato de que em um mercado cada vez empreendedorismo está além de eventos, livros ou manuais: hoje o mais competitivo, vem se destacado dos demais o profissional capaz de empreendedorismo é um dos traços sociais mais debatidos por diversas aplicar os conhecimentos humanísticos adquiridos em disciplinas como: correntes humanísticas, e as disciplinas acadêmicas que versam sobre tais sociologia, comunicação, política, filosofia, metodologia, história, psicologia debates e correntes de pensamento são fontes de conhecimentos que etc. transformam engenheiros em empreendedores e a engenharia na força motriz É ultrapassado pensar –neste sentido - na engenharia como puramente uma que ciência dura e hermética, como também no engenheiro enquanto um Assim, profissional amalgamado por absoluta neutralidade científica (o que, em sistematicamente as forças sociais – além das forças materiais - que certo sentido, torná-lo-ia frio), que domina unicamente conhecimentos contribuíram para a organização das sociedades. As ciências humanas oriundos das ciências exatas. permitem aos estudantes e profissionais de engenharia se imaginar, A engenharia instrumentaliza-se de todas as matrizes de pensamento (arte, metaforicamente, na idade da pedra, no antigo Egito ou na civilização Maia, ciência, humanismo), e o engenheiro precisa dominar habilidades múltiplas, e tal capacidade de transmigração metafórica no espaço e no tempo que em muito deveriam transcender aos cálculos e a física. Decerto calcular certamente permite ao engenheiro encontrar soluções aplicáveis a sua para o engenheiro não é mérito capaz de notabilizá-lo, visto que calcular é realidade, espacialidade e temporalidade atuais, o que o transforma em um função inerente ao seu ofício. Mérito seria se interessar e, a partir daí, agente diferenciado e valorizado no competitivo mercado da engenharia. leva ponderar a faz-se que humanidade à necessário aos um conhecimento aprendizado prosperidade e empreendedores profundo ao sobre sobre desenvolvimento. modernos conhecer adquirir sólida base de conhecimentos humanísticos, pois as humanidades encerram em si elementos científicos que inexoravelmente contribuirão para 5 6 comportamento natural dos sistemas materiais. A partir desses modelos simplificados, percebe-se que o comportamento real dos sistemas materiais é sempre de natureza aleatória e dessa forma sempre estará afetado por incertezas e imperfeições. Neste modelo, são desprezadas as variáveis admitidas de menor importância para a descrição do sistema material. O engenheiro deve então ser capaz de tornar decisões racionais e lógicas em face de tais incertezas. Onde tal “racionalidade” deve ser entendida pela coerência entre as decisões tomadas e os objetivos a serem alcançados, sendo para isso necessário resolver problemas por vezes complexos. A máxima eficiência nessas capacidades leva a excelência no exercício das funções do engenheiro e disso surge a sua principal vocação, isto é, a de ser um “tomador” de decisões, racionais e lógicas, e um solucionador de problemas. “Costuma-se pensar o engenheiro como uma parte da trilogia O Projeto e o Exercício Profissional da ciência pura, ciência aplicada e engenharia. É necessário enfatizar que essa trilogia é apenas uma das tríades de trilogias nas quais a engenharia É possível dizer que se constitui uma “arte” a capacidade de se encaixa. entender a natureza e se colocar como um elaborador de modelos que Muitos problemas da engenharia são tão próximos das definam seu comportamento e resolvam problemas de interação entre o questões sociais quanto são das ciências puras.” homem e o ambiente que o cerca. Essa arte pode ser chamada de “arte de engenhar”. Hardy Cross O engenheiro lida, quando desempenha suas funções, com uma realidade física complexa. Somam-se a isso as limitações do conhecimento Para solução de problemas, deve o engenheiro possuir conhecimentos básicos de dois tipos: científicos e técnicos. Na prática, a busca de soluções para os problemas de engenharia é feita por meio do humano, que forçam o engenheiro a idealizar tal realidade. Disso resulta um sistema profissional teórico-prático, que define o papel do engenheiro. De acordo com Péricles Brasiliense Fusco, neste sistema, o engenheiro lida com modelos simplificados, abstraídos do projeto, onde se aplicam de forma mais significativa tais conhecimentos. Na verdade, para o desenvolvimento do projeto aplicam-se mais que conhecimentos formais. São usadas a experiência e o bom senso e, em especial, a intuição para dar espaço a imaginação e a capacidade criadora na 7 8 busca de soluções novas. Neste sentido, o projeto é a essência da engenharia. Portanto, o engenheiro não é um cientista, embora deva ter conhecimentos científicos. Seu papel vai de encontro a sua origem na Na busca por um bom projeto o engenheiro deve realizar duas sociedade, com interfaces na Indústria e Artes. ações essências: a análise e a síntese. Na análise opera-se a simplificação do sistema físico real, que resulta no modelo simplificado; e na síntese ocorre a O Papel do Engenheiro Hoje composição dos resultados obtidos a partir da solução conclusiva e objetiva do problema de engenharia. Tal interface com a natureza leva muitas vezes a confundir a função do engenheiro com a de um cientista. O produto do trabalho do engenheiro sempre faz parte de um processo de fabricação ou de operação de sistemas materiais. Mas seu papel vai mais além. No cumprimento do seu dever pleno, às atividades típicas de um engenheiro, que compreendem o processo pelo qual se define a “arte de engenhar”, soma-se uma responsabilidade social e o exercício pleno de sua cidadania. A Ciência, tendo como premissa o Método Científico, tem por objetivo maior o conhecimento da natureza, sendo o trabalho do cientista baseado nesses princípios. Com isso, o cientista busca o entendimento dos Este processo de transformação da engenharia, de razoável fenômenos da natureza, mas não necessariamente a fabricação de produtos a complexidade, requer nos dias de hoje engenheiros cada vez mais capazes de partir da aplicação desses conhecimentos. intervir ativamente nos processos de produção em todas as suas fases. Além disso, devem ser dotados de ampla base de conhecimentos. 9 10 Com isso, abandona-se a visão de uma formação especializada e compartimentada do conhecimento e passa-se a uma visão generalista e, ter em mente não apenas os procedimentos usuais, mas a capacidade de agregar qualidade e eficiência ainda maiores aos níveis já alcançados. sobretudo, integrada, fazendo desse engenheiro não apenas um espectador 6 – MERCADO DE TRABALHO do processo, mas um profissional apto a tomadas de decisão. Isso inclui uma ampla base científica e tecnológica, de modo a O campo de trabalho é vasto, mas está relacionado diretamente que seja possível adquirir ainda em âmbito acadêmico os fundamentos com a situação econômica do país. Se estivermos passando por uma fase necessários para uma avaliação criteriosa das atividades de engenharia. desenvolvimentista, certamente sobra vagas para esse profissional. O Desse modo, os futuros engenheiros não se tornam meros aplicadores dos engenheiro civil pode trabalhar em escritórios de construção civil, indústrias, conhecimentos vigentes, mas árbitros bem embasados da “arte de engenhar”. empresas construtoras, serviço público, instituições específicas, bancos de desenvolvimento e investimento. Apesar de o mercado de trabalho ser vasto ele também é muito competitivo, para ter mais chances no mercado de trabalho é necessário, além do diploma de engenheiro civil, conhecimentos de finanças, inglês, espanhol, para que possam começar bem na carreira. O Brasil possui cerca de 600 mil engenheiros registrados. Muitos engenheiros hoje trabalham em outras áreas, como financeira, comercial, administração e até recursos humanos. Por isso, os 600 mil engenheiros existentes no Brasil não podem ser considerados como a oferta Para viabilizar a formação mais ampla do engenheiro torna-se total. Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), até 2012 necessário aprender a criticar esse conhecimento. Este hábito salutar será a faltarão cerca de 150 mil engenheiros para preencher as vagas que estão base do novo engenheiro, que apesar de não ser um “cientista” compreende surgindo. os princípios básicos que constituem a Ciência. Desse modo, compreende a Faltarão engenheiros para as áreas de transporte (terrestre, natureza e torna-se capaz de selecionar, criticar, alterar e renovar as regras, marítimo e aéreo), óleo e gás, construção pesada, produção industrial e os métodos e procedimentos de trabalho. sistemas de informação. As novas tecnologias que se apresentam serão, então, Os especialistas dizem que, dos cerca de 30 mil engenheiros que ferramentas úteis, pois serão também avaliadas em suas reais qualidades e se formam no Brasil todos os anos, apenas 10 mil têm a necessária eficiências. Não obstante, no século que se inicia, cobra-se cada vez mais competência para atender às novas demandas. qualidade e eficiência nas atividades de engenharia. O novo engenheiro deve 11 12 O piso salarial dos engenheiros mais que duplicou nos últimos 7.1.1 – ESTUDOS PRELIMINARES quatro anos, mas ainda é baixo: a remuneração inicial dos profissionais gira em torno de R$ 6 mil. Antes de iniciar os projetos de uma obra é necessário que tomemos algumas No mercado paralelo, isto é, de administração, financeiro ou até medidas que chamamos de estudos preliminares. nas vagas abertas em concursos públicos, o salário é mais atraente. E pelo A - O primeiro passo é ter uma entrevista com o cliente para se tenha o menos dois terços dos profissionais vão para essas outras atividades. conhecimento do desejo do mesmo. Por exemplo, sendo uma residência Todos os países que estão na crista do crescimento internacional devemos saber o estilo da construção, quantos quartos, banheiros, etc. optaram pelo desenvolvimento tecnológico via engenharia. Na Coréia, por B - Após esta entrevista, devemos estudar as características do terreno para exemplo, engenharia é o curso universitário mais concorrido - opção de 29% que o projeto seja feito de modo a se ter menos gastos com terraplanagem e dos estudantes. Lá, formam-se 80 mil engenheiros por ano. Aqui, somente fundações. É necessário se fazer a avaliação do solo; dependendo do caso é 4,4% escolhem o curso, e apenas 30 mil se formam anualmente. . Na China, importante contratar uma empresa de sondagem. são 400 mil engenheiros formados por ano e, na Índia, 300 mil/ano. Obs: em um lote acidentado é possível fazer terraplanagem, mas Se dependesse do número de cursos de engenharia e das vagas a necessidade de fazê-la ou não será definida pelo projeto arquitetônico, que oferecidas nele no país, escassez de engenheiros não seria um problema. O pode tirar proveito da inclinação ou dos acidentes naturais do lugar; Brasil C – Definir com o proprietário o quanto se pretende gastar com a tem quase 1.500 cursos de engenharia, que oferecem aproximadamente 150 mil vagas por ano. Apesar de tal oferta generosa, o construção; país tem apenas 300 mil estudantes nessa área - deveria ter 750 mil, se todas as vagas estivessem preenchidas - e apenas 30 mil se formam anualmente. 7.1.2 – PROJETO A evasão nos cursos de engenharia é grande. Levantamentos indicam que boa parte dos estudantes brasileiros abandonam o curso de Na elaboração do projeto, seguir todas as normas técnicas para se obter um engenharia ao final do segundo ano por não conseguirem acompanhá-lo, seja resultado de qualidade com custos adequados. pela dificuldade inerente à formação ou por questões financeiras. A - Por exemplo, em uma residência, devemos ter três áreas bem definidas: Uma das razões para o baixo rendimento está ligada à pouca social, de serviço e íntima; concentrar banheiros e cozinha numa mesma área importância que o ensino médio dá à física, química e matemática, matérias permite otimizar o uso da tubulação hidráulica necessária; o telhado é um que são vetores de incentivo à carreira tecnológica. dos itens mais caros da construção, portanto, recortes no desenho da cobertura representam mais custos de material e mão de obra; sobrados 7 – CONCEITOS INTRODUTÓRIOS SOBRE UMA OBRA CIVIL geralmente custam menos que casas térreas; com o mesmo telhado cobre-se o dobro de área construída, além de utilizar-se praticamente o mesmo tipo de fundação; uma planta cheia de recortes dificulta a execução do serviço, 7.1 – ETAPAS DE UMA OBRA CIVIL 13 14 requer mais material e representa mais área de pintura; recortes em pisos de trabalhadores e governo, estabelecer diretrizes e exigências diversas, essas cerâmica, azulejos e outros materiais de acabamento (para assentamento nos regras ainda são pouco adotadas. As principais etapas são: cantos) são fonte de desperdício, pois dificilmente é possível aproveitar as sobras. Ambientes projetados com dimensões adequadas às medidas-padrão PLANEJAMENTO DO CANTEIRO : com a planta do desses materiais evitam essas perdas. terreno em mãos, demarca-se o local de implantação da casa. Com o local da B – Tudo isso deve ser levado em consideração, mas desde que não contrarie casa demarcado,define-se onde devem ficar o barracão de alojamento e o os desejos do proprietário do imóvel. depósito de materiais e ferramentas. Observar a melhor posição também para a chegada de caminhões, lembrando que o descarregamento de materiais pode ser feito por suas laterais ou por basculamento de caçamba. Para os 7.1.3 – PLANEJAMENTO materiais a granel, como areia e pedra, é preciso determinar um local (baia) Depois que o projeto estiver completamente definido, é necessário um que não atrapalhe o desenvolvimento do trabalho, devendo este local ser de planejamento da obra. Elaborada em conjunto com o proprietário da obra, fácil acesso e de modo a evitar desperdícios. uma planilha pode registrar a ordem de execução dos serviços, duração e ÁGUA À DISPOSIÇÃO : o uso da água é intensivo para custo de cada fase da obra, evitando-se gastos com mão-de-obra e/ou preparar materiais no canteiro. Ela serve também para a higiene dos materiais não necessários no momento; trabalhadores e deve estar disponível em abundância. Se a obra não contar com rede pública de abastecimento, é preciso providenciar um poço, prevendo uma bomba ou somente um sarrilho para retirar a água. Lembrar 7.1.4 – ACOMPANHAMENTO ainda que o uso sanitário da água gera esgotos. Se não houver coleta de rede É importante acompanhar de perto a obra para ter certeza de que os projetos e o planejamento estão sendo cumpridos, de modo a se manter a segurança, a qualidade e de que não haja desperdícios. pública, será necessária uma fossa. PREPARAÇÃO DA EXECUÇÃO : quanto mais planejado, melhor será o desempenho dos serviços. Por isso, é importante definir as estratégias para realizar os trabalhos no canteiro: se serão usadas ferramentas próprias ou alugadas; se haverá necessidade de alugar escoramentos ou 7.2 – CANTEIRO DE OBRAS comprar madeira para andaimes; quais os equipamentos de proteção A organização do canteiro de obra é fundamental para evitar desperdícios de tempo, perdas de materiais e mesmo defeitos de execução e individual obrigatórios por lei para os trabalhadores, além de várias outras providências. falta de qualidade final dos serviços realizados. Apesar de existência da NR ESPAÇOS ADEQUADOS E SEGUROS : uma obra pode (Norma Regulamentadora) 18, elaborada em conjunto por construtoras, demorar mais de seis meses até ser capaz de abrigar dentro dela os alojamentos dos trabalhadores. Durante o período de construção, as únicas 15 16 instalações fechadas serão a do barracão, geralmente construído de madeira. Ele deverá ter três divisões internas, sendo uma para alojamento de Resistência trabalhadores, outra para as instalações sanitárias e mais uma para guardar Sua resistência e durabilidade depende da proporção entre os materiais e ferramentas. materiais que o constituem. A mistura entre os materiais constituintes é TRANSPORTE INTERNO : é preciso pensar no fluxo de chamada de dosagem ou traço. materiais pela obra, prevendo os trajetos feitos pelos carrinhos de mão e A água utilizada contribui para a reação química que transforma outros: observar quais os serviços que poderão causar conflitos quando o cimento portland em uma pasta aglomerante. Se a quantidade de água for executados simultaneamente, que levem a situações de atraso da obra. muito pequena, a reação não ocorrerá por completo e também a facilidade de INSTALAÇÕES ELÉTRICAS : é necessário esquecer as se adaptar às formas ficará prejudicada, porém se a quantidade for superior a gambiarras e os fios elétricos pendurados no ambiente de trabalho, nada ideal, a resistência diminuirá em função dos poros que ocorrerão quando este seguros. Deve-se cuidar desde a entrada de energia no terreno até a sua excesso evaporar. A porosidade, por sua vez, tem influência na distribuição e iluminação das frentes de trabalho. impermeabilidade e, consequentemente, na durabilidade das estruturas TAPUMES : uma providência necessária é de que as obras confeccionadas em concreto. A proporção entre a água e o cimento sejam cercadas por tapumes, o que além de segurança (ex.: crianças) utilizados na mistura é chamada de fator água/cimento. As proporções entre também representa prevenção contra roubos e depredações. areia e brita na mistura tem influência na facilidade de se adaptar às formas e na resistência. 8 – MATERIAIS BÁSICOS DE CONSTRUÇÃO Constituição Materiais constituintes do concreto: CONCRETO Aglomerante — cimento portland; O concreto (português brasileiro) ou betão (português europeu) Agregado Miúdo — areia natural ou artificial (pó de pedra é um material da construção civil composto por uma mistura de cimento beneficiado), pó de pedra; Portland, areia, pedra e água, além de outros materiais eventuais, os aditivos Agregado Graúdo — pedra britada ou seixo natural; e as adições. Água — pode ter parte ou totalidade substituída por gelo; Historicamente, os romanos foram os primeiros a usar uma Aditivo — plastificante, retardador de pega; versão deste material conhecida por pozzolana. No entanto, o material só veio a ser desenvolvido e pesquisado no século XIX. Adições — metacaulim, cinza volante, pozolanas, cal, pó de pedra; Quando armado com ferragens passivas, recebe o nome de concreto armado, e quando for armado com ferragens ativas recebe o nome de concreto protendido ou betão pré-esforçado. CIMENTO Cimento é uma palavra originada do latim caementu, ou seja, pedra proveniente de rochedos. 17 18 Sua história é muito antiga: De lá para cá seguem quase dois séculos de histórias e Passa pelas pirâmides do Egito, que utilizaram em sua concepção uma espécie de gesso calcinado. Entra pela Roma e Grécia conquistas na evolução do cimento e da sua utilização em concretos e argamassas. antigas, que aplicaram em seus monumentos uma massa obtida pela O Brasil passou da condição de importador a exportador, hidratação de cinzas vulcânicas. Ganha desenvolvimento nas mãos do inglês desenvolveu tecnologia e produtos voltados para a nossa realidade e hoje é John Smeaton, em suas pesquisas para encontrar um algomerante para uma das potências mundiais na produção de cimento. construir o farol de Eddystone em 1756. Com James Parker, que descobriu em 1791 e patenteou em 1796 um cimento com o nome de Cimento Romano, composto por sedimentos de rochas da ilha de Sheppel e ganha detaque com as pesquisas e publicações feitas pelo engenheiro francês Louis José Vicat em 1818. O ponto marcante, porém, para a história do cimento atual, se deu pelas mãos do construtor inglês Joseph Aspdin, com suas experiências envolvendo processos de mistura, queima e moagem de argila e pó de pedra calcária retirado das ruas. Neste desenvolvimento, Aspdin conseguiu um material pulverulento, no qual ele misturava uma certa quantidade de água, CONCRETO ARMADO produzindo uma argamassa. Depois, deixava-a secar, conseguindo um material de dureza parecida com as pedras utilizadas nas edificações. Por Concreto armado (português brasileiro) ou betão armado fim, o construtor patenteou este pó em 1824, com o nome de cimento Portland, devido às semelhanças de seu produto final, com as rochas que (português europeu) é um material da construção civil que se tornou um dos mais importantes elementos da arquitetura do século XX. É usado nas eram extraídas nesta pequena península inglesa. O cimento Portland passou ainda por uma difícil fase de desenvolvimento, até que em 1845, Isaac Charles Johnson, encarregado por Aspdin a produzir o cimento Portland, após várias observações, resolveu estruturas dos edifícios. Diferencia-se do concreto (ou betão) devido ao fato de receber uma armadura metálica responsável por resistir aos esforços de tração, enquanto que o concreto em si resiste à compressão. Concretagem, ou lançamento, da massa nas vigas de aço elevar a temperatura da queima para 1400°C, moer mais o clinker originado desta queima, obtendo assim um cimento mais fino e de excelente armadas Lançamento: Colocação do concreto no local de aplicação, em qualidade. geral, nas formas. Começa-se após 2 a 4 horas a "pega",(perda do 19 20 abatimento e consequentemente endurecimento e ganho de resistência), resistência à tração (se necessário, ajudam à compressão), contribuindo por dependendo da quantidade e do tipo de cimento. isso também para a resistência a esforços de flexão. Os estribos conferem a Adensamento: Espalhamento e conformação do concreto, resistência à torção e ao esforço transverso (ou cortante). A resistência à procurando eliminar o ar aprisionado, além de preencher totalmente as torção também é influenciada pela armadura longitudinal. No concreto formas - ganho de resistência. Usa-se vibrar o concreto com vibradores armado o aço recebe esforços, daí as denominações de armadura frouxa ou mecânicos, devendo-se evitar o excesso ou pouca vibração. armadura passiva também presente nas peças protendidas garantindo Cura: Conjunto de medidas com o objetivo de evitar a perda adequada distribuição de esforços. rápida de água (evaporação) pelo concreto nos primeiros dias, água essa Formas necessária para reação de hidratação dos constituíntes da pasta de cimento. Chamadas em Portugal cofragens, são executadas em tábuas de Existem diversas formas para cura adequada do concreto, seja ela úmida, a madeira ou chapas de madeira compensada reforçada com sarrafos de vapor, química ou uso de material impermeabilizante, dificultando a saída de madeira, ou, mais recentemente com chapas metálicas, as formas recebem água. A cura inadequada pode ocasionar fissuras de retração plástica primeiro a armadura e então o concreto. É importante um bom escoramento consequentemente maior permeabilidade e porosidade, assim menor para evitar movimentação antes do concreto obter resistência. durabilidade. Normalmente a resistência de projeto é atingida após vinte e TIJOLOS oito dias da aplicação. Armadura Tijolos maciços empilhados. Armadura metálica Especificada preferencialmente por um engenheiro projetista, a O tijolo (do espanhol tejuelo, diminutivo de tejo - caco de telha) armadura de uma estrutura é montada com varões (ou vergalhões) é um produto cerâmico, avermelhado, geralmente em forma de longitudinais e transversais (estribos), normalmente com os diâmetros de 6, paralelepípedo e amplamente usado na construção civil, artesanal ou 8, 10, 12, 16, 20, 25, 32 e, extraordinariamente, 40 ou 50mm em aço que dão industrial. É um dos principais materiais de construção. O tijolo tradicional é fabricado com argila e de cor avermelhada devido cozimento e pode ser 21 22 maciço ou furado. Atualmente, por motivos ecológicos, está se voltando a aderissem a outros materiais construtivos, como por exemplo o tijolo. atenção para o adobe e bloco de terra comprimida, por não precisarem de Também na Suméria o material de eleição foi o tijolo; tinham uma forma cozimento e poderem ser feitas no local. arredondada e não eram unidos com argamassa, nem com cimento. Para tornar os edifícios mais seguros e resistentes os espaços vazios eram preenchidos com betume, palha e ervas. Histórico Também no Antigo Egito e na civilização do Vale do Indo o Os vestígios mais antigos de tijolos datam de 7500 a.C.; foram tijolo era um material muito utilizado. Esse fato pode ser observado nas encontrados em Çayönü, no sudeste da Anatólia, na Turquia. Em ruínas de Buhen, Mohenjo-daro e Harappa, por exemplo. As dimensões dos descobertas mais recentes, foram encontrados tijolos de 7000 e 6395 a.C., tijolos encontrados tinham uma razão de 4:2:1; estas são as dimensões ideais em Jericó e em Çatalhüyük, respectivamente. A partir de dados recolhidos para este tipo de elemento construtivo. nestas e outras descobertas arqueológicas, foi concluído que os tijolos Os romanos adotaram também o tijolo e desenvolveram um cozidos (em detrimento dos tijolos secos ao sol - adobe) foram inventados no novo tipo - tijolo romano. Este foi um dos principais elementos de terceiro milénio antes do nascimento de Cristo, no Médio Oriente. Os tijolos construção dos edifícios do Império. Tinham uma forma um pouco fora do foram uma inovação tecnológica importante, pois permitiram erguer edifício habitual, pois eram bastante compridos (6:2:1). Frank Lloyd Wright, resistentes à temperatura e à humidade, numa altura em que o Homem arquitecto americano do século XX, utilizou este tipo de tijolo em muitas das deixou de ser nomade, passando a ter a necessidade de possuir construções suas obras. resistentes e duráveis. Por volta do ano de 1200 a.C., a fabricação de tijolos generalizou-se na Europa e na Ásia. Catedral de Roskilde, na Dinamarca, é um exemplo de gótico Mohenjo-daro, no Paquistão. báltico. Na região dos rios Tigre e Eufrates, os tijolos começaram a ser utilizados há mais de cinco mil anos. Isto deve-se sobretudo à grande No século XII, os tijolos produzidos no norte de Itália foram escassez de rocha e madeira nessa região, o que fez com que as populações levados para a Alemanha, onde se adquiriram um importante papel na 23 24 arquitectura. O chamado Gótico Báltico foi uma variação do estilo gótico ou purificação; nesta fase, o objectivo é livrar a argila de impurezas e onde o tijolo era o principal elemento construtivo. Teve um grande impacto substâncias estranhas. nos países nórdicos devido à falta de pedra. Podem-se encontrar exemplos destes edifícios na Dinamarca, Alemanha, Polónia ou Rússia. Logo após, a argila é preparada, amassada com água e triturada em uma maquina conhecida como picador, ou, ainda, é amassada e Durante o Renascimento e o Barroco, as paredes de alvenaria de aglutinada por tração animal. tijolo não eram apreciadas. Porém, não foi razão para se deixar de utilizar Segue a argila por uma esteira ou transportada por tração este material; as paredes eram revestidas a gesso, no interior e exterior do animal/humana a fase de modelação, em que a argila é moldada em edifício, de maneira a que não se percebesse a natureza do material utilizado. paralelepípedos, através de cilindros e ferramentas de corte. Já no século XVIII, as paredes de tijolo voltaram a ser aceites esteticamente. Depois da argila ser moldada, ela é posta para secar no sol por A Revolução Industrial trouxe a produção em massa de tijolos. um período de 1 a 2 dias, e, para finalizar, os blocos de argila são cozidos As pequenas oficinas que produziam tijolos desapareceram para dar lugar a em fornos que usam como combustivel lenha, pó de serragem, lixo grandes fábricas, com fornos enormes, que tornavam a produção de tijolos corporativo, lixo de gráficas, tendo seu tempo médio de cosimento em torno mais rápida e barata. O uso do tijolo foi generalizado; por toda a Europa de 3 dias. apareciam novas fábricas que precisavam de ser erguidas e a indústria dos tijolos expandiu-se largamente. Após o cosimento, os tijolos são postos para secar por ação do tempo ou por ventiladores industriais e, logo após, lançados ao comércio e No século XX, no pré guerra, o tijolo foi posto de parte, uso. passando o aço e o betão a serem os elementos construtivos de eleição. Hoje me dia, a utilização de tijolos está cada vez mais em desuso, mas não abandonada; passou a ter uma função meramente decorativa, em detrimento Segundo a massa, os tijolos estão divididos nas seguintes tipologias: da função estrutural de outrora. Maciço: tipo de tijolo sem espaços vazios. Burro: tipo de tijolo maciço com dimensões:0,23 x 0,11 x 0,07 m, o que lhe permite ser disposto de várias formas, dando origem a vários Fabricação tipos de aparelhos. Os tijolos podem ser fabricados ou feitos a partir de argila, Manual ou tosco: é moldado manualmente. argila xistosa, silicato de cálcio ou cimento;a argila é a matéria mais comum. Em 2007, foi inventada uma nova forma de fazer tijolos tendo como base cinzas volantes. Furado: é atravessado interiormente por canais longitudinais ou transversais. Geometria Depois da argila ser extraída, normalmente do fundo de um rio A forma de um tijolo é, normalmente, um prisma rectangular. próximo ao local de fabricação, esta passa por uma fase de apodrecimento Os dois planos maiores são chamados base, os dois planos laterais são os 25 26 lados, e os outros dois, os mais pequenos, são as faces. Geralmente o comprimento da base é duas vezes maior que o comprimento da face (na 4º: Não praticar qualquer ato que, direta ou indiretamente, possa prejudicar prática é duas vezes o comprimento da face mais o espaço ocupado pelas legítimos interesses de outros profissionais. juntas). Este tipo de tijolo é chamado tijolo Burro.[2] As suas dimensões típicas são 0,25 x 0,23 x 0,20 x 0,11 x 0,10 x 0,09 x 0,07 m (a altura pode 5º: Não solicitar nem submeter propostas contendo condições que constituam competição de preços por serviços profissionais. variar). 6º: Atuar dentro da melhor técnica e do mais elevado espírito público, 9 – ÉTICA E LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL devendo, quando Consultor, limitar seus pareceres às matérias específicas que tenham sido objeto da consulta. 9.1 – CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL 7º: Exercer o trabalho profissional com lealdade, dedicação e honestidade para com seus clientes e empregadores ou chefes, e com espírito de justiça e (Resolução Nº205, de 30/09/1971 do Conselho Federal de eqüidade para com os contratantes e empreiteiros. Engenharia, Arquitetura e Agronomia, publicado no Diário Oficial" de 8º: Ter sempre em vista o bem-estar e o progresso funcional dos seus 23/11/71) empregados ou subordinados e tratá-los com retidão, justiça e humanidade. São deveres dos profissionais de Engenharia, da Arquitetura e 9º: Colocar-se a par a legislação que rege o exercício profissional da Agronomia: Engenharia, da Arquitetura e da Agronomia, visando a cumpri-la corretamente e colaborar para sua atualização e aperfeiçoamento. 1º: Interessar-se pelo bem público e como tal finalidade contribuir com seus conhecimentos, capacidade e experiência para melhor servir à humanidade. CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL COMENTADO Art. 1º - Interessar-se pelo bem público e com tal finalidade 2º: Considerar a profissão como alto título de honra e não praticar nem contribuir com seus conhecimentos, capacidade e experiência para permitir a prática de atos que comprometam a sua dignidade. melhor servir à humanidade. 3º: Não cometer ou contribuir para que se cometam injustiças contra colegas. Em conexão com o cumprimento deste Artigo, deve o profissional: a) Cooperar para o progresso da coletividade, trazendo seu concurso intelectual e material para as obras de cultura, ilustração técnica, ciência 27 28 aplicada e investigação científica. diplomas, licenças ou atestados de idoneidade profissional, senão a pessoas b) Despender o máximo de seus esforços no sentido de auxiliar a que preencham os requisitos indispensáveis para exercer a profissão. coletividade na compreensão correta dos aspectos técnicos e assuntos g) Realizar de maneira digna a publicidade que efetue de sua empresa ou relativos à profissão e a seu exercício. atividade profissional, impedindo toda e qualquer manifestação que possa c) Não se expressar publicamente sobre assuntos técnicos sem estar comprometer devidamente capacitado para tal e, quando solicitado a emitir sua opinião, h) Não utilizar sua posição para obter vantagens pessoais, quando ocupar um somente fazê-lo com conhecimento da finalidade da solicitação e se em cargo ou função em organização profissional. o conceito de sua profissão ou de colegas. benefício da coletividade. Art. 3º - Não cometer ou contribuir para que se cometam Art. 2º - Considerar a profissão como alto título de honra e injustiças contra colegas. não praticar nem permitir a prática de atos que comprometam a sua dignidade. Em conexão com o cumprimento deste Artigo, deve o profissional: a) Não prejudicar, de maneira falsa ou maliciosa, direta ou indiretamente, a Em conexão com o cumprimento deste Artigo deve o profissional: reputação, a situação ou a atividade de um colega. a) Cooperar para o progresso da profissão, mediante o intercâmbio de b) Não criticar de maneira desleal os trabalhos de outro profissional ou as informações sobre os seus conhecimentos e tirocínio, e contribuição de determinações do que tenha atribuições superiores. trabalho às associações de classe, escolas e órgãos de divulgação técnica e c) Não se interpor entre outros profissionais e seus clientes sem ser solicitada científica. sua intervenção e, nesse caso, evitar, na medida do possível, que se cometa b) Prestigiar as Entidades de Classe, contribuindo, sempre que solicitado, injustiça. para o sucesso das suas iniciativas em proveito da profissão, dos Art. 4º - Não praticar qualquer ato que, direta ou profissionais e da coletividade. c) Não nomear nem contribuir para que se nomeiem pessoas que não tenham a necessária habilitação profissional para cargos rigorosamente técnicos. indiretamente, possa prejudicar legítimos interesses de outros profissionais. d) Não se associar a qualquer empreendimento de caráter duvidoso ou que não se coadune com os princípios da ética. Em conexão com o cumprimento deste Artigo, deve o profissional: e) Não aceitar tarefas para as quais não esteja preparado ou que não se a) Não se aproveitar nem concorrer para que se aproveitem de idéias, planos ajustem às disposições vigentes, ou ainda que possam prestar-se a malícia ou ou projetos de autoria de outros profissionais, sem a necessária citação ou dolo. autorização expressa. f) Não subscrever, não expedir, nem contribuir para que se expeçam títulos, b) Não injuriar outro profissional, nem criticar de maneira desprimorosa sua 29 30 atuação ou a de entidades de classe. c) Não substituir profissional em trabalho já iniciado, sem seu conhecimento Em conexão com o cumprimento deste Artigo deve o profissional: prévio. a) Na qualidade de Consultor, perito ou árbitro independente, agir com d) Não solicitar nem pleitear cargo desempenhado por outro profissional. absoluta imparcialidade e não levar em conta nenhuma consideração de e) Não procurar suplantar outro profissional depois de ter este tomado ordem pessoal. providências para a obtenção de emprego ou serviço. b) Quando servir em julgamento, perícia ou comissão técnica, somente f) Não tentar obter emprego ou serviço à base de menores salários ou expressar a sua opinião se baseada em conhecimentos adequados e honorários convicção honesta. nem pelo desmerecimento da capacidade alheia. g) Não rever ou corrigir o trabalho de outro profissional, salvo com o c) Não atuar como consultor sem o conhecimento dos profissionais consentimento deste e sempre após o término de suas funções. encarregados diretamente do serviço. h) Não intervir num projeto em detrimento de outros profissionais que já d) Se atuar como consultor em outro país, observar as normas nele vigentes tenham atuado ativamente em sua elaboração, tendo presentes os preceitos sobre conduta profissional, ou - no caso da inexistência de normas legais vigentes. específicas - adotar as estabelecidas pela FMOI (Fédération Mondiale des Organisations d'Ingénieurs). Art. 5º - Não solicitar nem submeter propostas contendo condições que constituam competição por serviços profissionais. e) Por serviços prestados em outro país, não utilizar nenhum processo de promoção, publicidade ou divulgação diverso do que for admitido pelas normas do referido país. Em conexão com o cumprimento deste Artigo deve o profissional: a) Não competir por meio de reduções de remuneração ou qualquer outra forma de concessão. Art. 7º - Exercer o trabalho profissional com lealdade, dedicação e honestidade para com seus clientes e empregadores ou chefes, e com o espírito de justiça e eqüidade para com os contratantes e b) Não propor serviços com redução de preços, após haver conhecido empreiteiros. propostas de outros profissionais. c) Manter-se atualizado quanto a tabelas de honorários, salários e dados de Em conexão com o cumprimento deste Artigo deve o custo recomendados pelos órgãos de Classe competentes e adotá-los como profissional: base para serviços profissionais. a) Considerar como confidencial toda informação técnica, financeira ou de outra natureza, que obtenha sobre os interesses de seu cliente ou Art. 6º - Atuar dentro da melhor técnica e do mais elevado espírito público, devendo, quando Consultor, limitar seus pareceres às matérias específicas que tenham sido objeto de consulta. empregador. b) Receber somente de uma única fonte honorários ou compensações pelo mesmo serviço prestado, salvo se, para proceder de modo diverso, tiver 31 32 havido consentimento de todas as partes interessadas. c) Não receber de empreiteiros, fornecedores ou de entidades relacionadas cumprí-la corretamente e colaborar para sua atualização e aperfeiçoamento. com a transação em causa, comissões, descontos, serviços ou outro favorecimento, nem apresentar qualquer proposta nesse sentido. d) Prevenir seu empregador, colega interessado ou cliente, das conseqüências que possam advir do não-acolhimento de parecer ou projeto Em conexão com o cumprimento deste Artigo, deve o profissional: a) Manter-se em dia com a legislação vigente e procurar difundi-la, a fim de que seja prestigiado e defendido o legítimo exercício da profissão. de sua autoria. e) Não praticar quaisquer atos que possam comprometer a confiança que lhe b) Procurar colaborar com os órgãos incumbidos da aplicação da Lei de regulamentação do exercício profissional e promover, pelo seu voto nas é depositada pelo seu cliente ou empregador. entidades de classe, a melhor composição daqueles órgãos. Art. 8º - Ter sempre em vista o bem-estar e o progresso c) Ter sempre presente que as infrações deste Código de Ética serão julgadas funcional de seus empregados ou subordinados e tratá-los com retidão, pelas Câmaras Especializadas instituídas nos Conselhos Regionais de justiça e humanidade. Engenharia, Arquitetura e Agronomia - CREAs - cabendo recurso para os referidos Conselhos Regionais e, em última instância, para o CONFEA Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia - conforme Em conexão com o cumprimento deste Artigo, deve o profissional: dispõe a legislação vigente. a) Facilitar e estimular a atividade funcional de seus empregados, não criando obstáculos aos seus anseios de promoção e melhoria. b) Defender o princípio de fixar para seus subordinados ou empregados, sem 9.2 - ATRIBUIÇÕES E/OU COMPETÊNCIAS DO ENGENHEIRO CIVIL distinção, salários adequados à responsabilidade, à eficiência e ao grau de perfeição do serviço que executam. As atribuições e/ou competências do Engenheiro civil são c) Reconhecer e respeitar os direitos de seus empregados ou subordinados no determinadas pelo sistema CREA/CONFEA e são: que concerne às liberdades civis, individuais, políticas, de pensamento e de associação. - Trabalhos topográficos e geodésicos; d) Não utilizar sua condição de empregador ou chefe para desrespeitar a - O estudo, projeto, direção, fiscalização, e construção de dignidade de subordinado seu, nem para induzir um profissional a infringir qualquer dispositivo deste Código. edifícios, com todas as suas obras complementares; - O estudo, projeto, direção, fiscalização, e construção das estradas de rodagem e de ferro; Art. 9º - Colocar-se a par da legislação que rege o exercício profissional da Engenharia, da Arquitetura e da Agronomia, visando a 33 - O estudo, projeto, direção, fiscalização, e construção das obras de captação e abastecimento de água; 34 - O estudo, projeto, direção, fiscalização, e construção de obras NBR 8681/2003 – Ações e segurança nas estruturas de drenagem e irrigação; NBR 7187/2003 – Projeto de pontes de concreto armado - O estudo, projeto, direção, fiscalização, e construção das obras destinadas ao aproveitamento de energia e dos relativos a máquinas e fábricas; A ABNT está subordinada a ISO - Organização Internacional para Padronização ou Organização Internacional de Normalização (em - O estudo, projeto, direção, fiscalização, e construção das obras relativas a portos, rios e canais, e das concernentes aos aeroportos; inglês: International Organization for Standardization), popularmente conhecida como ISO é uma entidade que atualmente congrega os grêmios de - O estudo, projeto, direção, fiscalização, e construção das obras padronização/normalização de 170 países. peculiares ao saneamento rural e urbano; Fundada em 23 de fevereiro de 1947, em Genebra, na Suíça, a - Projeto, direção e fiscalização dos serviços de urbanismo; ISO aprova normas internacionais em todos os campos técnicos. - A engenharia legal, nos assuntos correlacionados com as especificações das alíneas acima; Tipos de classificações - Perícias e arbitramentos referentes à matéria dos itens anteriores. Entre os tipos de classificações da ISO, encontram-se: Normas Técnicas, como por exemplo as da ABNT; Classificações, como por exemplo, os códigos de países (PT / 10 – NORMATIZAÇÃO TÉCNICA PRT / 620 para Portugal; BR / BRA / 076 para Brasil); No exercício da Engenharia Civil, além dos conhecimentos técnicos, devemos determinadas normas técnicas. No Brasil temos a ABNT Normas de Procedimento, como por exemplo as de gestão da qualidade, de acordo com a ISO 9000. – Associação Brasileira de Normas Técnicas que é a responsável pela normatização de várias atividades na engenharia, como por exemplo: Organizações responsáveis pelas ISO (exemplos) por país: NBR 9050 – Normatiza as condições de acesso para pessoas portadoras de necessidades especiais. Alemanha - Deutsches Institut für Normung e.V. (DIN) Como exemplo, podemos citar o prédio central da Faculdade Vértice que é dotado de uma RAMPA com inclinação de 8,3% para atender a referida Norma. Angola - Instituto Angolano de Normalização e Qualidade (IANORQ) Brasil - Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) Para projetos de estruturas de concreto, temos, por exemplo: Estados Unidos da América - American National Standards NBR 6118/2003 – Projeto de estruturas de concreto. Institute (ANSI) NBR 7188/1984 – Carga móvel em ponte rodoviária 35 36 Algumas normas ou standards importantes da ISO: Para isso, é que existe a pesquisa tecnológica, ou seja, busca de soluções ISO 31 Tamanhos e unidades. para casos que ainda não foram resolvidos ou descobrir uma nova maneira ISO 9000 Sistema de gestão da qualidade em ambientes de de resolver antigas situações de maneira mais segura e ou econômica, por produção. exemplo. ISO 10006 Gestão da qualidade (aplicada em gestão de projetos). Para que a Engenharia possa evoluir em qualidade e segurança é de fundamental importância a Pesquisa Tecnológica. ISO 14000 - ISO 14064 Normas de gestão do ambiente em ambientes de produção. 12 – ENGENHARIA CIVIL E MEIO AMBIENTE Curiosidade 1 – IMPACTO AMBIENTAL Impacto ambiental é a alteração química, física, biológica e hoje Embora popularmente se acredite que a expressão "ISO" é um também cultural e social de um ambiente ou comunidade, através da acrónimo de "International Standards Organization", na realidade o nome interferência antrópica. Este impacto ambiental pode ser negativo ou tem origem grega ("isos"), que significa igualdade. Evita-se com isso que a positivo, o que neste último caso não seria um dano. organização possua diferentes acrônimos em diferentes idiomas, já que em inglês, o acrônimo Standardization), em seria francês IOS OIN (International Organization for 2 – DANO AMBIENTAL (Organisation internationale de Dano ambiental é a consequência da degradação do meio, de normalisation), e assim por diante. A escolha do nome "ISO" reflete assim o objetivo da organização, ou seja, a padronização entre as diversas culturas. forma negativa, através de ações diretas e ou indiretas do homem. No caso de um impacto ambiental negativo, que neste caso se torna um dano, a responsabilidade por este dano decorre da teoria do risco – “ quem obtém lucros com determinada atividade deve arcar também com os prejuízos causados à natureza, evitando assim " a privatização dos lucros e a 11 – PESQUISA TECNOLÓGICA socialização dos prejuízos." ( KRELL, Andreas Joachim). No exercício da Engenharia Civil estamos sempre buscando A execução de uma construção civil é uma atividade que novas técnicas e soluções para os novos problemas a serem enfrentados e interfere no meio ambiente, podendo provocar um dano ou simplesmente um resolvidos no nosso dia a dia. impacto ambiental. Para as situações que já foram enfrentadas e resolvidas, temos Na elaboração dos projetos e também durante a execução onde pesquisar e buscar dados para resolver as particularidades de nossos devemos tomar vários cuidados para que não causemos nenhum dano ao projetos, mas e se o que estamos buscando é uma situação totalmente nova? meio ambiente ou minimizemos os mesmos. 37 38 Vários tipos de obras devem passar por um processo de licenciamento ambiental no órgão competente; conforme o porte e seu potencial poluidor, temos por exemplo: ALGUNS TIPOS DE SERVIÇOS DE UTILIDADE PÚBLICA SUJEITOS A LICENCIAMENTO AMBIENTAL Produção e distribuição de energia elétrica. Produção e 1 - Autorização Ambiental (AA): distribuição de gás canalizado. Captação, tratamento, distribuição e Autorização para supressão de vegetação: abastecimento de água potável. Coleta e tratamento de esgoto sanitário. Autorização para intervenção em Área de Preservação Limpeza pública, remoção e destinação final de resíduos sólidos urbanos Permanente (lixo). Implantação de cemitérios e fornos crematórios entre outros. Autorização para licenciamento de empreendimento ou atividade ALGUNS TIPOS DE TRANSPORTE SUJEITOS A Autorização para movimentação de resíduos: LICENCIAMENTO AMBIENTAL Transporte de produtos perigosos por oleoduto, gasoduto ou 2 - Licença Ambiental: Licença de Instalação (LI) mineroduto, por Transporte rodoviário, ferroviário e hidroviário . Transporte Licença de Operação (LO): rodoviário de resíduos provenientes de sistemas de tratamento e coletores de Licença Ambiental de Recuperação (LAR): esgoto sanitário. Transporte rodoviário de resíduos provenientes de serviços 3 - Outorga de Direito de Uso de Recursos Hídricos (OUT): de saúde. Transporte rodoviário de resíduos da construção civil. Ato administrativo mediante o qual o órgão ambiental autoriza o uso de recursos hídricos, superficiais ou subterrâneos, por prazo determinado, nos termos e condições que especifica. 3 – A ENGENHARIA CIVIL PROTEGENDO O MEIO AMBIENTE ALGUNS TIPOS DE CONSTRUÇÕES CIVIS SUJEITOS Assim como algumas atividades da engenharia civil podendo A LICENCIAMENTO AMBIENTAL Implantação, ampliação e obras de manutenção de rodovias, trazer danos para o meio ambiente, também podemos ter situações em que ferrovias e linhas de metrô, aeroportos e campos de pouso. Implantação, estaremos atuando para defendê-lo das ações do ser humano, como por ampliação e obras de manutenção de oleodutos, gasodutos e minerodutos. exemplo no caso do lixo. Obras hidráulicas - construção de barragens, transposição de bacias, 3.1 – LIXO canalizações, retificações, construção de diques e abertura de canais de PROBLEMAS E DESTINAÇÃO FINAL ADEQUADA irrigação. Construção, ampliação e obras de manutenção de pontes, viadutos, elevados e túneis. Obras públicas de urbanização. Implantação de loteamentos residenciais, comerciais e industriais. Terraplenagem. As consequências para a humanidade e o meio ambiente, com o acúmulo do lixo são o aumento da poluição do ar, da água e do solo; alterações climáticas; destruição da vegetação; fome e doenças. Adequação 39 40 ao lixo e protegendo assim o meio ambiente temos alguns tipos de destinação adequada dos resíduos sólidos (lixo): Recolher o Lixo Separadamente, Conforme a Natureza do Material, para posterior RECICLAGEM. Aterro controlado Aterro sanitário Usina de Triagem e Compostagem Aterro controlado Os aterros controlados são construídos sem impermeabilização de solos adotam a técnica de confinamento total dos resíduos, e seus efluentes(chorume) não são tratados. Aterro sanitário RECICLAGEM Os aterros sanitários são construídos com impermeabilização de solos e aqüíferos e adotam a técnica de confinamento total dos resíduos, quanto ao contato com lençóis subterrâneos e quanto à camada final de É o reaproveitamento de materiais descartadospara fazer novos produtos. cobertura do local e seus efluentes(chorume) são captados e tratados. Usina de Triagem e compostagem São unidades onde o lixo é separado de modo que os materiais recicláveis serão vendidos; a matéria orgânica passará por um processo de compostagem(adubo) e será aterrado apenas o material inerte. 2 – RECICLAGEM DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS (LIXO) BENEFÍCIOS DA RECICLAGEM UM PONTO BASTANTE INTERESSANTE É A COLETA SELETIVA DIMINUI a poluição do solo, da água e do ar; EVITA o desmatamento; 41 42 MELHORA a limpeza da cidade; EVITA o entupimento de bueiros e enchentes; REDUZ o consumo de energia; ALGUMAS CURIOSIDADES: PROMOVE economia para as indústrias; - 1 Quilo de Vidro Usado Transforma-se em 1 Quilo de EVITA o esgotamento dos recursos naturais; Vidro Novo AUMENTA a vida útil dos aterros sanitários; - Cada 50 Quilos de Papel Reciclado Poupa o Corte de 1 Árvore REDUZ os custos da limpeza urbana; Adulta GERA empregos. - 1 Tonelada de Alumínio Reciclado se Transforma em 1 Tonelada de Alumínio Novo, e economiza a Extração de 5 Toneladas de Minério Bauxita QUANTO TEMPO LEVA PARA SE DECOMPOR NO MEIO AMBIENTE . . . 13 – NOÇÕES DE SANEAMENTO BÁSICO A água é indispensável à vida das comunidades humanas, que MATERIAL TEMPO procuraram sempre instalar-se próximas desse precioso recurso. Desde a Antiguidade o homem aprendeu, pela própria 04 VIDRO experiência, que a água suja, o lixo e outros resíduos podiam transmitir MIL ANOS doenças e começou a adotar medidas para dispor de uma água limpa e livrar- 100 PLÁSTICO se dos detritos. ANOS PAPEL Nascia o saneamento básico. 06 MESES LATAS 10 O QUE É SANEAMENTO? 5 ANOS Sanear vem do latim sanu: tornar saudável, tornar habitável, ANOS higienizar, limpar. CHICLETES Saneamento é o conjunto de medidas para preservar as 01 a 02 CIGARROS condições do meio ambiente, prevenir doenças e melhorar as condições ANOS de saúde pública. 43 44 Os grupos humanos na Pré-História utilizavam métodos simples As principais atividades estão ligadas à coleta e ao tratamento dos resíduos produzidos pelo homem, como esgoto e lixo, tornando-os para recolher as águas das chuvas, dos rios e dos lagos. Mudando-se constantemente, deixavam restos de alimentos e inofensivos à saúde. O saneamento básico atua também no fornecimento e qualidade dejetos acumulando-se em seus abrigos temporários Consumiam apenas o essencial para a sobrevivência e a da água que abastece as populações. O trabalho de saneamento inclui ainda a prevenção de enchentes população era pequena. A quantidade de detritos produzida era insuficiente para e a construção de canais e canalizações subterrâneas para esgotamento das produzir alterações ambientais significativas águas das chuvas para os rios. No período Neolítico, com o desenvolvimento da agricultura surgiram as primeiras aldeias e a produção de lixo e águas servidas favoreceu a proliferação de ratos e insetos e e o início da poluição dos rios. Os primeiros gatos domesticados eram muito úteis para caçar os ratos que atacavam os celeiros de grãos. O desenvolvimento do saneamento está sempre relacionado ao surgimento e o crescimento das cidades, como Babilônia, na antiga Mesopotâmia. Tem-se notícia de que existiam coletores de esgoto em Nippur (Babilônia) desde 3.750 A.C. O primeiro sistema público de abastecimento de água, o O Saneamento Básico busca soluções para problemas causados, aqueduto de Jerwan, foi construído na Assíria em 691 A.C. muitas vezes, pela própria ação do homem. Na Idade Média, as pessoas costumavam atirar os excrementos O saneamento básico se tornou uma questão de saúde pública, no mundo atual devido à crescente concentração das populações humanas nas ruas, às vezes atingindo os passantes. nos centros urbanos, aliada à expansão industrial. O SANEAMENTO NA SOCIEDADE INDUSTRIAL Pelo Saneamento busca-se medidas preventivas para minimizar, preservar ou corrigir possíveis agravos ao meio ambiente e à saúde. Com o desenvolvimento industrial, a partir de meados do séc. XVIII, houve grande êxodo rural e as populações concentraram-se nas COMO O SANEAMENTO BÁSICO COMEÇOU? cidades 45 46 Se inicia a organização dos serviços de saneamento básico. PROGRESSOS NO SANEAMENTO SÉCULO XIX As As autoridades perceberam uma clara conexão entre a sujeira e províncias entregam as concessões a companhias estrangeiras, principalmente inglesas. a doença nas cidades. Os engenheiros hidráulicos (1842) propuseram, então, a reforma 3ª FASE – início século XX radical do sistema sanitário, separando rigorosamente a água potável da água servida Se começa a se pensar em saneamento básico para as cidades, as valas de esgotos a céu aberto seriam substituídas por encanamentos subterrâneos construídos com manilhas de cerâmica cozida. isto é, num plano para levar toda água suja por meio de canos para um lugar onde ela pudesse ser tratada. Isso é decorrência da insatisfação geral da população em função da péssima qualidade dos serviços prestados pelas empresas estrangeiras EVOLUÇÃO DO SANEAMENTO BÁSICO NO BRASIL Ocorre então a estatização dos serviços As comunidades indígenas já se preocupavam com o saneamento. Para o seu consumo, os indígenas armazenavam a água em Neste período começa-se a vincular o Saneamento a seus recursos. talhas de barro e argila ou até mesmo em caçambas de pedra. Com os dejetos, também havia um cuidado especial, haja vista que delimitavam 4ª FASE – a partir dos anos 40 – século XX áreas usadas para as necessidades fisiológicas e para disposição de detritos Corresponde, grosso modo, ao Período Vargas no Brasil, com maior intervenção do Estado na economia 1ª FASE – Período Colonial Aumento do êxodo rural em direção aos grandes centros No Brasil, a história do saneamento básico também se confunde com a formação das cidades. industriais do Sudeste como São Paulo. Aumento da demanda por serviços de saneamento. O abastecimento de água era feito através de coleta em bicas e fontes, nos povoados que então se formavam Setor de saneamento básico é gradativamente separado da saúde pública. As ações de saneamento se resumiam à drenagem dos terrenos e à instalação de chafarizes em algumas cidades 5ª FASE – anos 50 a 60 – século XX São criadas as empresas de economia mista 2ª FASE – meados do século XIX início do século XX 47 48 Têm destacada participação os empréstimos do Banco 14. PROJETO PEDAGÓGICO Interamericano de Desenvolvimento, que previam o reembolso via tarifas e exigiam autonomia cada vez maior das companhias. 1 Introdução Corresponde ao período de arrancada desenvolvimentista do Brasil e maior abertura ao capital estrangeiro O projeto pedagógico do curso de Engenharia Civil é um conjunto de doutrinas, princípios e métodos com o objetivo instruir, conceituar e educar o aluno na profissão de engenheiro. O conteúdo programático do curso 6ª FASE – a partir da década de 70 alcança esta meta no prazo de cinco anos. 1971- Regime Militar institui o PLANASA – Plano Nacional de Saneamento. 2 Encadeamento da grade curricular Autonomia e auto-sustentação por meio das tarifas e financiamentos baseados em recursos retornáveis. Uma das características deste curso é permitir o contato antecipado com Extrema concentração de decisões, com imposições das companhias estaduais sobre os serviços municipais matérias de formação profissional, descaracterizando o conceito que no ciclo básico só se leciona matemática e física. A distribuição de carga horária Separação radical das instituições que cuidam da saúde no Brasil das que planejam o Saneamento. entre teoria, prática, laboratório e trabalho extra-classe consta da estrutura curricular. No primeiro ano é ministrada a disciplina “Introdução à Engenharia Civil”, para dar um panorama amplo do que é o curso, a engenharia civil, a sua história, as funções e responsabilidades do SANEAMENTO NO BRASIL HOJE engenheiro. No Brasil, a situação geral do saneamento, tanto na zona rural, As disciplinas optativas são oferecidas nos períodos quanto urbana, continua precária para as populações de baixa renda, apesar complementares das obrigatórias e são livres, isto é, não há exigência de das melhoras realizadas nos últimos 40 anos. cursar um número mínimo de optativas para a obtenção do diploma. O seu A implantação de obras de saneamento nunca acompanhou o ritmo de crescimento das áreas urbanas. encadeamento, a partir do segundo ano, permite ao aluno receber uma formação muito além da formação básica necessária para atender às Ainda hoje, centenas de crianças morrem diariamente no país atribuições preconizadas pelo CREA. O objetivo das disciplinas optativas no de desidratação, cólera, febre amarela, verminoses intestinais, ao ingerir enriquecimento da grade curricular é oferecer ao aluno todo o potencial dos água e alimentos contaminados. Departamentos em termos teóricos e tecnológicos. Finalmente, é importante perceber que a evolução do conteúdo permite partir de modelos básicos e 49 50 evoluir para disciplinas profissionalizantes. também por um professor orientador. O professor orientador estabelece contato com o supervisor e solicita avaliação do desempenho do estagiário, por escrito, através de oficio a ser encaminhado diretamente ao professor responsável pela disciplina. O estágio pode também ser desenvolvido na 3 Grupos de disciplinas própria Faculdade Vértice. Neste caso, o trabalho elaborado está vinculado a As disciplinas do Curso de Engenharia Civil estão divididas em três grandes um trabalho de pesquisa em engenharia, sob orientação de professores do grupos: disciplinas básicas, disciplinas de formação geral e disciplinas departamento. A avaliação é elaborada pelos professores orientadores após a profissionalizantes. É importante realçar que o Curso de Engenharia Civil é entrega de relatórios finais, os quais são apreciados pelo professor pleno, isto é, não oferece subdivisões na forma de habilitações ou ênfases. responsável pela disciplina. 4 Acervo bibliográfico 6 Gestão do Curso É extremamente difícil caracterizar livros e periódicos como Uma comissão coordenadora, composta por docentes e correspondentes a um curso específico, principalmente no caso da representação discente, auxilia a Comissão de Graduação da Faculdade Engenharia Civil, dada a sua interdisciplinaridade e multiplicidade de Vértice na tarefa de zelar pela qualidade e constante atualização das questões enfoques. O acervo mais associado ao que se entende como parte didático-pedagógicas e na solução de problemas específicos do curso. tecnológica da área civil está situado na Biblioteca Central. 7. Matriz Curricular do curso de Engenharia Civil 5 Estágio Curricular Supervisionado Se encontra em anexo. Faz parte da estrutura curricular uma disciplina de estágio supervisionado, que é oferecida no nono e décimo períodos, na área de escolha do aluno. Este estágio consta de uma atividade coordenada, desenvolvida pelo aluno. A avaliação dos resultados deste empreendimento é conduzida pelo professor responsável pela disciplina, que em geral é o Coordenador da área de graduação de cada departamento. O estágio é desenvolvido em empresas de engenharia ou instituições reconhecidas e credenciadas no Setor de Estágios da Faculdade Vértice. Neste caso, o estagiário estará sob a responsabilidade de um supervisor designado pela empresa ou instituição, e 51 52