3 ATUALIZAÇÃO 5/6 EVENTOS Belo Horizonte sediará o XVII Congresso Brasileiro de Infectologia em agosto/2011 Veja a cobertura dos eventos da especialidade realizados no RS e BA neste 2º semestre 6 8 RECONHECIMENTO MEDTROP 2011 Congresso em Natal/RN terá prova do concurso de título de especialista da SBI em março Infectologistas de MG e RJ são homenageados devido às realizações na carreira médica sbi www.infectologia.org.br Boletim de informação e atualização da Sociedade Brasileira de Infectologia Ano VIII – Nº 32 – Outubro/Novembro/Dezembro de 2010 Eventos da especialidade discutirão a busca de novos paradigmas II Conferência Brasileira de Infectologia Hospitalar e 4º Congresso Mineiro de Infectologia acontecerão em Belo Horizonte, entre os dias 14 e 16 de abril de 2011 A s doenças infecciosas representam um grande desafio para o conhecimento científico atual. Apesar da evolução nas pesquisas, novas doenças têm surgido para fazer companhia àquelas que ainda não foram erradicadas. Apenas os recursos financeiros e terapêuticos não têm sido suficientes para controlar os microrganismos causadores de doenças. Diante deste cenário, o 4º Congresso Mineiro de Infectologia e a II Conferência Brasileira de Infectologia Hospitalar terão como tema central “Em busca de novos paradigmas. Como enfrentar as doenças do século XX no século XXI?”. Organizados pela Sociedade Mineira de Infectologia, os eventos acontecerão de 14 a 16 de abril em Belo Horizonte/MG. “Apesar de todos os avanços da medicina, muitas doenças infecciosas seculares continuam sem controle ou se tornam reemergentes. Para buscar soluções para esses problemas crônicos ou recorrentes é necessário buscar inovações, ver os problemas sob um prisma diferente do da medicina e da biologia. Realmente é preciso quebrar antigos dogmas e buscar novos paradigmas”, afirma Antonio Carlos de Castro Toledo Júnior, presidente da Comissão Científica dos eventos. A segunda edição da Conferência Brasileira de Infectologia Hospitalar, da SBI, ocorre em um momento em que esta subárea da especialidade está em grande evidência e apresenta inúmeros desafios aos infectologistas e profissionais da saúde em geral. Toledo afirma que a proposta é a ampla discussão de temas relevantes para a infectologia em geral, com um maior número de sessões destinadas aos temas da infectologia hospitalar. Peculiaridades regionais, como a leishmaniose, também serão contempladas. Segundo Toledo, atualmente dois temas têm maior destaque na infectologia hospitalar. O primeiro é uma questão recorrente, a resistência bacteriana. “Apesar dos inúmeros esforços nas últimas décadas, o impacto das medidas sobre a incidência de bactérias multirresistentes permanece baixo”, diz. Segundo ele, o surgimento de infecções comunitárias multirresistente, na última década, evidencia a expansão do problema para fora do ambiente hospitalar. “O outro grande problema é o ambiente como fonte de infecção, tema cuja importância é crescente e que traz enormes desafios para o controle, devido às dificuldades de antissepsia do ambiente.” Programação Os dois eventos contarão com cerca de 70 palestrantes e a comissão organizadora está aguardando a confirmação de três convidados internacionais. A programação científica estará distribuída em três auditórios, com 17 conferências, 15 mesas-redondas, seis miniconferências. O formato das miniconferências inclui uma palestra de 20 minutos de um especialista, seguida da apresentação e discussão de cinco temas livres, sempre sobre temas correlatos (ver página 3). Estão programados ainda seis simpósios satélites. Com a realização dos dois eventos simultâneos, espera-se um público de cerca 700 a 1000 congressistas. Toledo acredita que pelo menos de 75% devem ser médicos e o restante de estudantes de Medicina e outros profissionais da área da saúde. As inscrições para os eventos serão feitas exclusivamente através do site, até 28 de fevereiro de 2011, com descontos e valores especiais para sócios da SBI adimplentes. Após esta data somente no local do evento. @ Confira o site: www.minasinfecto.com.br 2 | BOLETIM SBI | Outubro/Novembro/Dezembro de 2010 EDITORIAL SBI avançará unida em 2011 Marcelo Simão Ferreira Presidente da SBI ncerramos o primeiro ano da nossa gestão com um sentimento de dever cumprido, mas com o desejo de avançarmos ainda mais no próximo ano para que a SBI consolide o espaço e o reconhecimento conquistados nos anos recentes. Sabemos que aos associados interessam muito as possibilidades de atualização profissional, para que a atuação de cada um esteja pautada pelo que houver de mais atual cientificamente e em termos de diagnóstico e tratamento, sobretudo para oferecermos o melhor aos nossos pacientes. Reconhecemos o esforço das federadas da SBI que em 2010 realizaram eventos e atividades de atualização. Os congressos regionais em SP, CE, RJ, RS e N/NE – juntamente com a III Conferência Brasileira de HIV/aids e Hepatites Virais E Boletim institucional da Sociedade Brasileira de Infectologia – atingiram público acima de 3.000 participantes. No próximo ano, já temos agendados o 4º Congresso Mineiro e a II Conferência Brasileira de Infectologia Hospitalar, programados para abril em Belo Horizonte, e a realização do XVII Congresso Brasileiro de Infectologia, em agosto, na capital do país, Brasília. Sem dúvida, são eventos que primarão pelos mais recentes avanços nos diversos campos que compõem nossa especialidade. As comissões organizadoras estão empenhadas em convidar especialistas nacionais e internacionais que promoverão discussões de elevado nível, razão pela qual antecipadamente convido todos a prestigiarem estes eventos. Seguiremos firmes no propósito da educação médica continuada e desse modo terá seguimento o PEC Infectologia Online, com debates ao vivo via internet, que também garantem pontuação CNA para revalidação do título de especialista. Nessa segunda fase, serão incluídas aulas sobre as hepatites virais B e C, dengue, doenças endêmicas e infectologia hospitalar. Terão continuidade ainda as atividades presenciais por meio dos fóruns “Quebrando a resistência à terapia antirretroviral”, “Alterações metabólicas no paciente HIV/aids” e “Hepatite B: do básico ao atual”, com programação já definida. Nossa revista oficial BJID somará forças nesse sentido e também deve lançar novas edições monotemáticas, oferecendo educação médica continuada. Como compromisso assumido em nosso plano de trabalho, buscaremos aprofundar os laços com as sociedades de especialidade afins para desenvolver atividades em conjunto e estreitarmos as colaborações para enfrentar problemas comuns. Alguns passos nesse sentido já foram dados e a busca de maior aproximação e interação será uma estratégia a ser perseguida em 2011. O mesmo vale para o Ministério da Saúde e a Associação Médica Brasileira, instituições com as quais a SBI tem mantido excelentes relações e profícuas parcerias. Sabemos que o campo de atuação da nossa especialidade requer uma constante vigilância em termos de doenças que pareciam sob controle, ou mesmo erradicadas. Nós infectologistas estaremos sempre sujeitos a “surpresas”, como novos surtos ou mesmo epidemias que podem eclodir a qualquer momento; a pandemia de H1N1 é exemplos concreto. Por isso, o lema de União da nossa gestão será constante até 2012, pois acreditamos que juntos teremos melhores condições e forças para vencermos as demandas atuais e aquelas que por ventura surgirem para nossa especialidade. Ao recebermos um novo ano, esta diretoria renova o compromisso e o desejo de que a união entre todos os associados possa conduzir a SBI no enfrentamento dos seus desafios e na consolidação do merecido reconhecimento por toda sociedade brasileira. DIRETORIA PRESIDÊNCIA DAS SOCIEDADES FEDERADAS Silvia Cristina de C. Flores (SC) Paulo Roberto de O. Costa (SE) Arnaldo Lopes Colombo (SP) Myrlena R. M. M. Borges (TO) Presidente Marcelo Simão Ferreira Vice-presidente Érico Antonio Gomes de Arruda Primeiro-secretário Aluisio Augusto Cotrim Segurado Segundo-secretário Luciano Zubaran Goldani Primeiro-tesoureiro Marcos Antonio Cyrillo Segundo-tesoureiro Jaime Luís Lopes Rocha COORDENADORES A SBI é filiada à AMB Científico Carlos Ernesto Ferreira Starling Divulgação Julival Ribeiro Informática Adriano Silva de Oliveira Rosane M. S. C. Brandão (AL) Eucides Batista da Silva (AM) Adriano Silva de Oliveira (BA) Roberto da Justa Pires Neto (CE) Alexandre Lima R. da Cunha (DF) Nilo Fernando R. Vieira (ES) Quimarques C. B. Santos (GO) Rosângela Cipriano de Sousa (MA) Anamaria M. Miranda Paniago (MS) Carlos Ernesto F. Starling (MG) Rita Catarina Medeiros Souza (PA) Luciana Holmes Simões (PB) Alceu Fontana Pacheco Jr. (PR) Heloísa Ramos Lacerda de Melo (PE) Maria do Amparo S. Cavalcanti (PI) Mauro Sérgio Treistman (RJ) Hênio Godeiro Lacerda (RN) Rodrigo Pires dos Santos (RS) Stella A. Tarallo Zimmerli (RO) SEDE DA SBI R. Domingos de Moraes, 1061 cj. 114 CEP 04009-002 - São Paulo / SP Tel/fax: (11) 5572-8958/5575-5647 E-mail: [email protected] www.infectologia.org.br Secretaria: Givalda Guanás EXPEDIENTE Produção: Multi Íntegro Comunicação e Eventos [email protected] Jornalista responsável: Fernando Fulanetti (MTb 21.186/SP) Editora: Dulce Rocha Arte e diagramação: José Humberto de S. Santos Outubro/Novembro/Dezembro de 2010 | BOLETIM SBI | 3 Congresso Brasileiro de Infectologia de 2011 Brasília receberá a 17ª edição do principal evento científico da SBI de 24 a 28 de agosto; programação deverá ter aproximadamente cem sessões, em 12 grandes blocos temáticos A s comissões organizadora e científica já delinearam a estrutura e programação preliminar do XVII Congresso Brasileiro de Infectologia, que acontecerá entre os dias 24 e 28 de agosto de 2011, no Centro de Convenções Ulisses Guimarães, em Brasília/DF. Estão sendo programadas aproximadamente cem sessões científicas e cerca de 250 especialistas devem ser convidados para coordenar e realizar as apresentações previstas. Mais de dez renomados especialistas internacionais, de diferentes países, deverão confirmar presença. Toda a programação estará distribuída em 12 blocos temáticos, contemplando as seguintes subáreas da especialidade: antimicrobianos, bacteriologia clínica, hepatites virais, HIV/aids, imunizações, infecção hospitalar, infecções em imunossuprimidos (não-aids), medicina de viagem, medicina tropical / doenças negligenciadas, micologia médica, virologia e miscelânia. A comissão científica dispõe de 16 membros associados da SBI e terá assessoria de 11 subcomissões, com 64 especialistas no total, distribuídos conforme as respectivas áreas de atuação, para a avaliação dos trabalhos científicos inscritos, entre outras atribuições. No geral, as sessões científicas terão no mínimo 60 minutos de duração, entre a apresentação dos convidados e debates com público. Até o momento estão previstas entre dez e 15 conferências, 35 mesas-redondas, 20 sessões de “Controvérsias”, sete sessões “Top 10” (de análise de artigos científicos); oito “Chopp com Especialistas” (debate informal sobre temas relevantes), cinco sessões para apresentação oral de temas livres, cinco cursos pré-congresso e seis simpósios satélites. A Associação Panamericana de Infectologia e a Sociedade Brasileira de Medicina Tropical estarão organizando sessões específicas sobre temas da especialidade. “Estamos nos empenhando para que este congresso seja um marco científico na história da Infectologia em nosso país. A abrangência e relevância dos temas propostos permitirão aprofundar a discussão dos principais desafios da especialidade, contribuindo para ampla atualização dos congressistas”, afirma o presidente da Comissão Científica, Juvencio Furtado. Temas livres Os trabalhos inscritos como temas livres selecionados pela Comissão Científica para apresentação oral estarão distribuídos em cinco sessões na grade da programação, com discussão por um ou mais membros da comissão presentes à sessão. Os demais trabalhos aprovados poderão ser exibidos @ como pôster especial – nos formatos convencional e eposter, durante todo o congresso em área reservada – ou como pôster comum, no formato convencional, com data e horários específicos previamente divulgados. As regras para a elaboração dos resumos dos trabalhos estarão disponíveis em breve no site do congresso, sendo que a inscrição ocorrerá somente por meio eletrônico e até a data limite de 15 de junho. As áreas temáticas serão as mesmas que compõem a grade temática da programação científica do evento. Os temas dos cursos précongresso programados até o momento são: Antimicrobianos na prática clínica; Atualização em hepatites virais; Atualização em HIV/ aids; Biologia molecular em doenças infecciosas; e Medicina baseada em evidências, em parceria com a AMB. Prova de título de especialista em Infectologia será realizada pela SBI. O site do congresso estará disponível em breve no endereço: www.infectologia2011.com.br Congresso mineiro premiará trabalho científico São 18 as áreas temáticas para a inscrição de trabalhos científicos destinados à apresentação como temas livres, dentro das principais subespecialidades da Infectologia e campos específicos de ambos os eventos. Serão 30 os trabalhos selecionados para apresentação oral juntamente com as miniconferências (cinco por sessão) e os demais serão exibidos como pôster. A expectativa da comissão científica é receber a inscrição de 150 a 200 trabalhos. As regras constam no site do evento, local onde devem ser inscritos os resumos dos trabalhos, até o prazo limite de 15 de fevereiro de 2011. O autor principal do melhor trabalho científico, selecionado entre os 30 que serão apresentados nas sessões de temas livres, receberá o prêmio Prof. Jaime Neves de Mérito Científico. Infectologista destaque Durante o evento, também será entregue o prêmio Prof. Kalil Abrahão Hallack, conferido a um infectologista mineiro de destaque em sua prática da especialidade. Ambas as premiações estão na segunda edição e foram criadas pela Sociedade Mineira de Infectologia em 2008 em comemoração aos 25 anos da entidade. 4 | BOLETIM SBI | Outubro/Novembro/Dezembro de 2010 Realizações da SBI durante 2010 s ações em prol da atualização científica e do aprimoramento profissional dos associados estiveram entre as prioridades da nova diretoria da SBI para o mandato de 2010/2012, empossada em janeiro. São exemplos dos esforços nessa linha a reformulação dos Comitês Científicos e do Brazilian Journal of Infectiuos Diseases, o PEC Infectologia Online, a terceira edição da conferência sobre HIV/aids e hepatites virais e o lançamento dos fóruns sobre alterações metabólicas no paciente HIV, resistência ao tratamento antirretroviral e manejo da hepatite B. Tiveram continuidade o apoio aos congressos regionais das federadas, os concursos de título de especialista, a comemoração do Dia do Infectologista e as parcerias com o Ministério da Saúde, em ações como a campanha nacional de vacinação contra o H1N1 e a capacitação sobre as recomendações da terapia antirretroviral. Veja a seguir um breve resumo das principais ações empreendidas no decorrer deste ano. A Comitês Científicos A principal mudança na reformulação foi a fusão de alguns comitês com maior afinidade temática, adequando-se também a denominação de alguns deles. As mudanças foram efetuadas após ampla consulta aos coordenadores de cada comitê, inclusive para a indicação de novos nomes de associados para compor as equipes. Embora tenha havido uma redução de 25 para 15 comitês, manteve-se praticamente o mesmo número de integrantes – no total de 120 associados – com representantes de 16 federadas da SBI. Uma das atividades de destaque foi a consulta pública lançada pelo Comitê de Bacteriologia Clínica sobre os novos pontos de corte das cefalosporinas no tratamento das infecções causadas por enterobactérias produtoras de ESBL, em virtude das novas recomendações do CLSI 2010. Os resultados da consulta podem ser conferidos no site do comitê no Portal da SBI. Revista BJID liação, além da disponibilização do conteúdo das edições de anos anteriores. A busca da sustentabilidade da publicação também foi outra frente trabalhada e que resultou em avanços, como o incremento de recursos por meio da renovação dos patrocínios via anúncios e a captação de apoios para a produção de edições especiais, monotemáticas, com conteúdos voltados à Educação Médica Continuada. Outros ganhos incluem a regularização da periodicidade, a redução para quatro meses do tempo médio entre o recebimento de um artigo, aprovação, revisão e publicação, e o resultado do índice de impacto do Journal Citation Reports (JCR) – atingindo pontuação de 0,56 – no primeiro ano em que o BJID esteve indexado nessa base de dados. PEC Infectologia Online Nova capa do BJID a partir de 2010 Vários avanços foram alcançados na nova fase da revista oficial da SBI, como a renovação do corpo editorial, visando maior agilidade e qualidade da revisão dos artigos recebidos. A partir de uma parceria com a editora internacional Elsevier para a produção da revista, foram renovados o layout da publicação e do website, com a implantação de um sistema de submissão online dos artigos e acompanhamento do processo de ava- Entre os meses de julho e outubro foram realizados quatro sessões de debate ao vivo pela internet, conduzidas por renomados especialistas, possibilitando a participação online do público. Foram discutidos temas atuais da infecção por HIV/aids, como o consenso brasileiro de terapia antirretroviral; alterações metabólicas e risco cardiovascular; alterações no SNC e doenças psiquiátricas; e síndrome lipodistrófica. Com pontuação pela CNA, cada aula dispõe de uma avaliação final que permite ao participante acumular pontos para a revalidação do título de especialista em Infectologia. As aulas permanecerão no Portal da SBI por um ano. Eventos da especialidade Os congressos regionais das federadas de São Paulo, Ceará, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Norte/Nordeste – realizado conjuntamente com a III Conferência Brasileira de HIV/aids e Hepatites Virais – tiveram ao todo aproximadamente 3.100 participantes, entre infectologistas, médicos de outras especialidades, profissionais de outras áreas da saúde e estudantes de Medicina. Todos eles ofereceram a oportunidade de inscrição de trabalhos para apresentação oral e/ou como pôster, o que demonstra que a especialidade tem avançado em termos de produção científica por meio de pesquisas e estudos clínicos, em todo país. Título de Especialista A SBI realizou dois concursos para a obtenção do Título de Especialista em Infectologia, ambos em duas categorias – a tradicional e a especial, esta última destinada aos profissionais médicos formados há mais de 15 anos e com atuação na especialidade por mais de seis anos. O primeiro concurso teve provas presenciais durante o MedTrop 2010, no mês de março, em Foz de Iguaçu/PR. Foram 18 os médicos titulados como especialistas em Infectologia. O segundo concurso teve exame presencial no Congresso Paulista de Infectologia, ocorrido em São Paulo no início de junho. Dessa vez, mais 17 médicos obtiveram a titulação. Outubro/Novembro/Dezembro de 2010 | BOLETIM SBI | 5 Salvador recebe 450 congressistas S alvador, capital da Bahia, reuniu cerca de 450 participantes na III Conferência de HIV/Aids e Hepatites Virais, III Congresso NorteNordeste de Infectologia, 5º Simpósio sobre Avanço na Patogenia e Manejo da Aids e a 5ª Jornada Bahiana de Infectologia, eventos que ocorreram simultaneamente de 2 a 4 de dezembro. A programação científica foi conduzida por seis convidados internacionais e 76 especialistas brasileiros, de 14 estados, sendo mais da metade da região Nordeste. “A conferência e congresso Norte/Nordeste se firmaram definitivamente como eventos do calendário nacional, sendo opções a mais para os anos em que a SBI não realiza o congresso brasileiro da especialidade”, declara Adriano Silva de Oliveira, presidente da comissão organizadora dos eventos, realizados pela Sociedade Bahiana de Infectologia em parceria com a SBI. “Foram eventos de alto nível, os elogios foram gerais a este respeito”, diz Oliveira. Segundo ele, o formato de concentração das sessões permitiu uma focalização de temas e esforços. “Tivemos um programa enxuto, porém de alta relevância, promovendo com isso uma interface grande entre profissionais de várias competências, com discussões muito interessantes e proveitosas para todos.” “Creio que os eventos atingiram plenamente os objetivos de propiciar um ambiente de atualização e de troca de experiências entre profissionais da especialidade”, avalia o presidente da co- Marcelo Simão Ferreira, presidente da SBI, e Carlos Brites, presidente da comissão científica (à direita), na sessão de abertura missão científica Carlos Brites. Segundo ele, a receptividade dos congressistas e o retorno das avaliações espontâneas indicam que “fizemos um bom trabalho e conseguimos preparar um evento com qualidade e consistência científica”. Destaques da programação Brites afirma que o objetivo da programação era informar sobre os avanços e conquistas recentes nos campos da epidemiologia e do manejo dos principais problemas relacionados às doenças infecciosas, sem perder de vista a aplicação no dia a dia. “Acredito que alcançamos essa estratégia, reconhecida pelos participantes do evento e muito elogiada por todos”, diz. Ele cita as sessões sobre infecções hospitalares como um “bom exemplo da aplicação Especialistas discutem tratamento antirretroviral O Brazilian Journal of Infectious Diseases promoveu uma reunião de especialistas para discutir as recomendações de tratamento antirretroviral, com a presença de cerca de 50 renomados líderes de opinião em HIV/aids do país. Os guidelines americano (DHHS) e europeu (EACS) foram apresentados pelo especialista Anton Pozniak, o consenso da OMS pelo representante da OPAS, Omar Sued, e as recomendações brasileiras pelo integrante do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do MS, Ronaldo Hallal. “As especificidades de cada guidelines foram dissecadas pelas apresentações dos convidados, seguidas por amplo debate, permitindo um confronto de posturas, idéias e tendências extremamente rico e proveitoso”, revela o editor do BJID, Carlos Brites. Segundo ele, as conclusões do debate deverão ser publicadas em suplemento do BJID em 2011, para distribuição a todos os infectologistas brasileiros, e aos demais profissionais de outras especialidades que atuam no tratamento do HIV/aids. prática dos conteúdos transmitidos nas apresentações”. “Houve uma qualidade homogênea e bem equilibrada das sessões científicas em todo o evento”, destaca Brites. Segundo ele, algumas conferências atraíram mais a atenção do público, como a apresentação do estudo iPrEx, conduzida pelo infectologista da USP Esper Kallás. A pesquisa sobre profilaxia pré-exposição ao HIV, realizada em vários países, entre eles o Brasil (FMUSP, UFRJ e Fiocruz) teve os resultados publicados recentemente no New England Journal of Medicine. “Outra conferência muito interessante foi sobre imunidade inata, pelo norte-americano Glen Barber, além de uma apresentação sobre hepatite C aguda e reinfecção, que também foi muito comentada”, revela Brites. Ele ressalta ainda a ótima qualidade dos trabalhos científicos inscritos no evento, que totalizaram 115 resumos. “Tivemos uma clara demonstração de que a pesquisa no Brasil está crescendo de maneira consistente”, disse. Brites chama a atenção para outro aspecto: a maior participação dos jovens entre os autores dos estudos. “A julgar pelo número de trabalhos apresentados por estudantes de graduação e pós-graduação, muitos deles já inseridos em grupos e projetos de pesquisa consolidados, isso nos faz prever um crescimento significativo na quantidade e, principalmente, na qualidade dos trabalhos para os próximos eventos da especialidade.” 6 | BOLETIM SBI | Outubro/Novembro/Dezembro de 2010 Bento Gonçalves sedia o 3º congresso gaúcho O III Congresso Gaúcho de Infectologia, promovido pela Sociedade Riograndense de Infectologia (SRGI), reuniu aproximadamente 200 participantes no período de 18 e 20 de novembro na cidade de Bento Gonçalves/RS. Com cerca de 80% do público de infectologistas, o evento atraiu ainda especialistas de medicina interna, intensivistas, pediatras e estudantes de medicina. Esta edição do evento foi diferenciada, segundo o presidente do congresso Luciano Goldani. “Tivemos a presença de um grupo seleto de congressistas, provenientes de várias regiões do Estado. Creio que atingimos o principal objetivo que é a interação científica e a geração de novos projetos com base em conhecimentos atualizados na área de Infectologia, focando particularidades regionais”, declara Goldani. A programação ofereceu 15 sessões científicas, com mesas-redondas sobre micologia médica, HIV/aids, O espanhol Enrique Calderon, que proferiu a conferência de abertura, é apresentado por Luciano Goldani (à direita) tuberculose, coinfecção HIV e hepatites virais, influenza, resistência bacteriana e infectologia hospitalar, entre outros, conduzidas por cerca de 25 especialistas convidados, das principais cidades gaúchas e de outros estados. Destaques Segundo Goldani, um dos destaques do congresso foi a conferência de abertura sobre o tema “Pneumocistoses, Pneumocystis jirovecii: O que há de novo?”, proferida pelo especialista espanhol Enrique Calderon, médico do Hospital Universitário Virgen del Rocío de Sevilla. Ele destaca também a palestra “Desafios do tratamento antirretroviral nos países em desenvolvimento”, da médica gaúcha Silvia Kelbert, sobre sua experiência como infectologista e consultora na área de HIV/aids em Moçambique, expondo a realidade do manejo clínico da epidemia na África. Os trabalhos científicos inscritos pelos congressistas fo- ram de “alto nível”, avalia Goldani. Seis foram selecionados para apresentação oral, além de serem exibidos como pôster, juntamente com outros 12. O trabalho “Determinação do Perfil de Resistência e Detecção do Gene Meca em Isolados de Staphylococcus Aureus Resistentes à Meticilina”, de autores ligados à Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, foi escolhido como o melhor pela comissão avaliadora. O próximo congresso será em Porto Alegre, em 2012. Título de especialista no MedTrop 2011 ERRATA o concurso será de 1º a 28 de fevereiro de 2011, na sede da SBI ou via correio. O edital com os pré-requisitos, regras e instruções para inscrição no concurso será divulgado em breve nos sites da SBI e do congresso. “As doenças tropicais estão cada vez mais presentes nos pequenos, mas em especial nos grandes centros urbanos. A explosão da dengue, a urbanização da leish- No boletim de nº 31 (jul/ set 2010), a matéria de título “Comitê de Bacteriologia Clínica da SBI tem recomendações para uso das cefalosporinas”, na página 6, apresentou uma falha de impressão nos sinais de maior/igual e menor/igual. Uma versão corrigida do texto está publicada no site do respectivo comitê, no Portal da SBI. A SBI realizará a prova presencial do primeiro concurso de Título de Especialista em Infectologia de 2011 durante o XLVII Congresso Brasileiro de Medicina Tropical, que acontece de 23 a 26 de março, em Natal/RN. Esta edição do congresso terá como tema central “Doenças tropicais e centros urbanos”. A prova está marcada para a data de 26 de março. O período de inscrição para maniose visceral e a presença de doenças tropicais em pacientes imunodeprimidos estão cada vez mais frequentes”, diz o presidente da comissão executiva do evento, Kleber Giovanni Luz, que também coordena o Comitê Científico de Doenças Emergentes, Reemergentes e Negligenciadas da SBI. @ Confira o site: www.medtrop2011.com.br Outubro/Novembro/Dezembro de 2010 | BOLETIM SBI | 7 AGENDA 2011 27/fev a 2/mar A propaganda de medicamentos José Luiz Gomes do Amaral Presidente da Associação Médica Brasileira H á que se ter olhar equilibrado sobre ações da indústria farmacêutica na divulgação de seus produtos. Promovê-los junto à população é estimular a automedicação, o que, indubitavelmente, constitui problema de saúde grave a ser combatido. Já a veiculação de medicamentos, sobretudo novos produtos, junto aos médicos tem outros aspectos que exigem consideração mais detida. Vê-se com reserva que haja maior investimento na divulgação dos remédios que em pesquisa. Ora, não faria sentido investir em pesquisa se não houvesse possibilidade divulgar seu resultado. Que valor teria a inovação se mantida em segredo? Não há, portanto, motivo para cogitar a limitação do investimento em divulgação e desqualificar de forma generalizada e inconsequente a informação veiculada. De sua parte, o médico tende a prescrever o que conhece melhor. Assim, não há como (e nem por que) evitar que as informações sobre medicamentos influenciem a prescrição. Como impedir, porém, que as ações publicitárias influenciem a conduta médica em direção contrária aos interesses dos pacientes? É evidente que a informação tem de ser precisa e completa. Tem-se que cuidar para que assim seja e, sobretudo, zelar pela boa qualidade da formação médica. Isso inclui a educação continuada, visto que a atualização deve ser abrangente e nunca limitada à propaganda comercial. A análise critica da informação médica e as ferramentas para interpretar resultados de pesquisa fazem parte do currículo de várias boas escolas de Medicina já em seus programas de graduação; muitos dos programas de especialização também o fazem. A Associação Médica Brasileira mantém um robusto programa nesse campo, incluindo diretrizes para apoio à decisão clínica (Programa Diretrizes, www.projeto diretrizes.org.br). Há ainda a considerar o posicionamento firme das instituições de representação médica em todo o mundo com relação aos limites éticos da propaganda farmacêutica. A respeito desse tema, o Jornal da AMB (edição de maio/ junho de 2010, disponível no site www.amb.org.br) publicou as referências da Associação Médica Mundial sobre a relação entre médicos e indústria farmacêutica. Em resumo: investir na formação científica e ética dos médicos é a melhor maneira para atender aos interesses de seus pacientes. Caminhos estranhos são censura, interferência na liberdade de prescrição ou deliberada distorção da informação buscando reduzir o custo do tratamento sem prioritariamente considerar sua eficiência. Quando a ética é violentada pelo interesse econômico de quem quer ganhar mais ou gastar menos, a vítima é o paciente. 18th Conference on Retroviruses and Opportunistic Infections (CROI 2011) Boston, Estados Unidos www.retroconference.org/ 2011 30/mar a 3/abr 44th Annual Meeting of the EASL - International Liver Congress 2011 Berlim, Alemanha www2.kenes.com/livercongress 1º a 4/abr SHEA 2011 - Annual Scientific Meeting Dallas, Estados Unidos www.shea2011.com 7 a 11/abr XV Congresso Panamericano de Infectologia Punta Del Este, Uruguai www.apiuruguay.com 17 a 19/abr XI Simpósio Internacional sobre HTLV no Brasil Centro de Convenções de Pernambuco - Olinda/PE www.simposiohtlv.com.br Novas diretorias das federadas da SBI Sociedade Riograndense de Infectologia Presidente: Dr. Rodrigo Pires dos Santos Vice-presidente: Dra. Lessandra Michelim Vieira 1º Secretário: Dr. Eduardo Sprinz 2º Secretário: Dr. Fernando Bergel Lipp 1º Tesoureiro: Dr. Alexandre Prehn Zavaschi 2º Tesoureiro: Dr. Marcelo Carneiro Sociedade Pernambucana de Infectologia Presidente: Vice-presidente: 1ª Secretária: 2ª Secretária: 1ª Tesoureira: 2ª Tesoureira: Coord. Científico: Dra. Heloísa Ramos Lacerda de Melo Dr. Paulo Sérgio Ramos de Araújo Dra. Paula Machado Ribeiro Magalhães Dra. Sylvia Maria de Lemos Hinrichsen Dra. Fabiola Lages Constant Dra. Líbia Cristina Rocha Vilela Moura Dr. Edvaldo da Silva Souza 8 | BOLETIM SBI | Outubro/Novembro/Dezembro de 2010 Médico mineiro tem selo como homenagem A longa jornada do infectologista e intensivista Aloísio Bemvindo de Paula em prol da saúde pública de Ipatinga/MG foi coroada por uma homenagem calorosa e emocionante dos colegas do Hospital Márcio Cunha (HMC), autoridades e amigos da cidade, situada no chamado Vale do Aço. No final de novembro, os convidados presentes ao Clube dos Médicos de Ipatinga para a “despedida” do criador da UTI do HMC participaram do lançamento de um selo comemorativo em sua homenagem. Associado à SBI desde o início da entidade, Aloísio integrou o grupo de sóciosfundadores que criou a Sociedade em 1980. Anos mais tarde, foi também o segundo presidente da Sociedade Mineira de Infectologia, no período de 1996 a 1997. Além de vínculo com o HMC, a trajetória de mais de três décadas de Aloísio em terras mineiras teve passagem pelo INPS, INAMPS e SUS, além da Secretaria Municipal de Saúde de Ipatinga. Em 2003, retomou a carreira acadêmica como docente de Emergências Clínicas e Cirúrgicas e Clínica Médica, na Faculdade de Medicina do Vale do Aço. Faz consultório de clínica médica, com atendimento em várias especialidades. Emílio Ribas A carreira médica teve início em 1970, quando concluiu a gradução em Medicina na Universidade Federal de Juiz de Fora. Ao optar pela residência médica em Infectologia, buscou o então Hospital Emílio Ribas, em São Paulo. O convívio com o Dr. Paulo Augusto Ayrosa Galvão, diretor médico do hospital e responsável pela residência médica em Infectologia, resultou em experiências que marcaram definitivamente sua trajetória profissional. Esteve entre os primeiros residentes formados pelo Emílio Ribas, em 1972. Logo após, ingressou como médico do hospital, onde trabalhou até 1977. Nesse período, integrou a equipe que se dedicou à montagem da UTI, juntamente com o também colega de residência André Villela Lomar. Ainda em São Paulo, fez estágios de clínica médica e pneumologia na EPM/ Unifesp e de terapia intensiva no Hospital Sírio Libanês. Ingressou na carreira acadêmica em 1973 e até 1977 foi professor assistente de Infectologia da Faculdade de Medicina de Mogi das Cruzes, que tinha Ayrosa Galvão como docente titular. Retorno às origens Em 1977 foi convidado para criar a UTI no HMC, que tem como mantenedora a Fundação São Francisco Xavier, ligada à Usiminas. Auxiliou desde a configuração da planta física e aquisição de equipamentos até a contratação e treinamento de pessoal, passando a coordenar a UTI montada inicialmente com três leitos. Atualmente com duas unidades, o HMC é um hospital de grande porte e alto nível de resolutividade. Dispõe de 20 leitos em UTI de adultos e outros dez na unidade pediátrica. Nova ampliação prevê mais dez leitos até o final de 2011. Após quase 34 anos à frente da UTI do HMC, o balanço é positivo. “Os benefícios para a cidade e região foram muitos”, revela Aloísio. “Primeiro a melhor assistência aos pacientes graves, garantindo maior chance de sobrevivência com melhor qualidade de vida. Depois tornou viável a implantação de novos serviços alta complexidade no hospital.” Infectologista recebe Prêmio Acadêmico do Ano no RJ A Academia de Medicina do Estado do Rio de Janeiro concede, tradicionalmente, o Prêmio Acadêmico do Ano, a partir da indicação dos 105 membros titulares e eméritos da entidade. Em 2010, o infectologista Jacob Samuel Kierszenbaum foi escolhido com 30% dos votos e a homenagem ocorreu em solenidade na Academia Nacional de Medicina, no Rio de Janeiro, no início de dezembro. Formado pela Faculdade de Medicina de Valência/ RJ, em 1973, Kierszenbaum tem mestrado em Medicina Social pela UERJ e especialização em pediatria, infecto-pediatra, infectologia e medicina tropical. É docente titular de pediatria do Instituto de Pósgraduação Médica Carlos Chagas, há 20 anos, e professor-adjunto da Disciplina de Doenças Infecciosas e Parasitárias da Faculdade de Medicina de Petrópolis desde 1973. Foi presidente da SIERJ – federada da SBI – por dois mandatos e atualmente é coordenador das regionais da entidade. Também presidiu a Sociedade Médica do Estado do Rio de Janeiro, por dois mandatos, sendo o atual diretor-científico de ensino médico. Cumpriu mandato representando o Rio de Janeiro no Conselho Federal de Medicina entre 2005/10 e atualmente é conselheiro do Cremerj.