SALES FILHO, FRANCISCO ANTÔNIO RODRIGUES DE *militar; dep. fed. DF 1912-1914, 1918-1923, 1927-1929 e 1935-1937. Francisco Antônio Rodrigues de Sales Filho nasceu no Rio de Janeiro, então capital do Império, no dia 12 de outubro de 1879, filho do marechal Francisco Antônio Rodrigues de Sales. Formou-se em farmácia e medicina pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro e assentou praça em abril de 1905, tornando-se médico do Exército. Foi um dos principais articuladores da campanha que levou à criação da Cruz Vermelha Brasileira em dezembro de 1908. Em janeiro de 1910 foi promovido a capitão. Iniciou-se na política como intendente municipal no Distrito Federal. Em 1912, elegeu-se deputado federal pelo Distrito Federal, assumindo o mandato em maio. Deixando a Câmara dos deputados em dezembro de 1914, reelegeu-se em 1918 — ano em que, no mês de junho, foi promovido a major — e, de novo em 1921. Em setembro de 1923 foi promovido a tenente-coronel. Na Câmara, integrou as comissões da Marinha e Guerra, de Saúde Pública e de Polícia, na qual atuou como terceiro-secretário. Nessa época, foi delegado brasileiro às conferências da Cruz Vermelha Internacional realizadas em Londres e Washington. Derrotado em suas pretensões à reeleição no pleito de 1924, deixou a Câmara em dezembro de 1923 e retornou ao exercício da medicina no Exército. Voltou à Câmara dos Deputados em 1927, lá permanecendo até dezembro de 1929. Atuando também como jornalista, tornou-se, após a Revolução de 1930, diretor da Imprensa Nacional. Em maio do ano seguinte, foi promovido a coronel. No pleito de maio de 1933 elegeu-se segundo suplente de deputado à Assembleia Nacional Constituinte na legenda do Partido Autonomista do Distrito Federal, mas não participou dos trabalhos constituintes. Após a promulgação da nova Carta (16/7/1934) e a eleição do presidente da República, elegeu-se, em outubro de 1934, deputado federal pelo Distrito Federal na legenda do Partido Autonomista. Empossado em maio de 1935, compareceu, em maio de 1937, na condição de delegado da ala dissidente do seu partido, à convenção de lançamento da candidatura, apoiada pelo governo federal, de José Américo de Almeida à sucessão do presidente Getúlio Vargas no pleito previsto para o ano seguinte. O processo sucessório foi, contudo, interrompido pela implantação do regime do Estado Novo em novembro de 1937, que resultou também na interrupção dos mandatos parlamentares e na dissolução dos órgãos legislativos do país. Com o recesso das atividades parlamentares sob o Estado Novo, foi nomeado ministro do Tribunal de Contas do Distrito Federal. Faleceu no exercício desse cargo. Na carreira militar, atingiu o posto de general. Como jornalista, foi redator-chefe do Diário Carioca. Era casado com Julieta Lemos Bastos, com quem teve dois filhos. Publicou Tratamento da arteriosclerose (tese) e Os primeiros socorros em campanha, além de artigos sobre medicina na revista Brasil Medicina. FONTES: ABRANCHES, J. Governo; ASSEMB. NAC. CONST. 1934. Anais (1); Boletim Min. Trab. (5/1936); CÂM. DEP. Deputados; CONSULT. MAGALHÃES, B.; Diário de Notícias, Rio (26/5/1937); Grande encic. Delta; Ilustração Brasileira; MIN. GUERRA. Almanaque (1934); Personalidades.