Escola Estadual de
Educação Profissional - EEEP
Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
Curso Técnico em Agropecuária
Entomologia Agrícola
Governador
Cid Ferreira Gomes
Vice Governador
Domingos Gomes de Aguiar Filho
Secretária da Educação
Maria Izolda Cela de Arruda Coelho
Secretário Adjunto
Maurício Holanda Maia
Secretário Executivo
Antônio Idilvan de Lima Alencar
Assessora Institucional do Gabinete da Seduc
Cristiane Carvalho Holanda
Coordenadora da Educação Profissional – SEDUC
Andréa Araújo Rocha
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Sumário
Entomologia Agrícola
02
1. Organismo Praga
02
2. Conceitos de Pragas
03
3. Sistemas de Controle de Praga
03
4. Componentes do M.I.P.
03
5. Tipos de Pragas
04
6. Consequências do Ataque
03
7. Identificação dos Principais Grupos de Pragas
06
7.1. Lesmas e Caracóis
07
7.2. Ácaros
08
7.3. Insetos
08
8. Fatores que Afetam o Ataque de Pragas
16
9. Seleção dos Métodos de Controle de Pragas
17
9.1. Método de Controle Legislativo
20
9.2. Método de Controle Mecânico
20
9.3. Método de Controle Cultural
21
9.4. Método de Controle Biológico
23
9.5. Método de Controle por Comportamento
25
9.6. Método de Controle Físico
26
9.7. Método de Controle Genético
27
9.8. Método de Controle Químico
28
10. Agroquímicos
28
11. Manejo Integrado das Pragas
34
12. Literatura Consultada
42
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ENTOMOLOGIA AGRÍCOLA
ENTOMOLOGIA AGRÍCOLA
1. Organismos-Praga:
São organismos que reduzem a produção das culturas ao atacá-las, serem transmissores
de doenças (principalmente viroses) e reduzirem a qualidade dos produtos agrícolas.
Exemplo de organismo-praga
• Pássaros (marrecos, goderos, assanhaços, etc.).
• Mamíferos (ratos, morcegos, capivaras, coelhos, etc.).
•Patógenos (vírus, bactérias, fungos, etc.): os patógenos que atacam as plantas são
estudados pela Fitopatologia.
•Plantas invasoras: são estudados nos cursos de plantas invasoras.
• Nematóides (são estudados pela Nematologia).
•Artrópodes (ácaros, sinfilos, diplopodas, aranhas, insetos, etc.) são estudados
geralmente nos cursos de Entomologia.
•Moluscos (lesmas e caracóis).
2. Conceitos de Praga
2.1. Convencional: Um organismo é considerado praga, quando é constatada sua
presença na cultura.
2.2. No manejo integrado de pragas (MIP): Um organismo só é considerado praga
quando causa danos econômicos.
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3. Sistemas de Controle de Pragas
3.1. Sistema convencional: Neste sistema devem ser adotadas medidas de controle
(geralmente se utiliza o método químico) quando o organismo está presente,
independentemente de outros fatores. O uso deste sistema se deve a falta de informações
técnicas sobre manejo de pragas para a maioria das culturas, a desinformação dos
técnicos e agricultores, a interesses econômicos e a falta de política agrícola centrada
em critérios técnicos. Entretanto o seu uso não promove o controle adequado das
pragas, eleva o custo de produção, polui o ambiente e traz problemas a saúde do
agricultor e do consumidor.
3.2. Manejo integrado de pragas (MIP): É um sistema de controle de pragas que procura
preservar e aumentar os fatores de mortalidade natural das pragas pelo uso integrado
dos métodos de controle selecionados com base em parâmetros técnicos, econômicos,
ecológicos e sociológicos. Este sistema também é conhecido como manejo ecológico de
pragas (MEP) e manejo agroecológico de pragas (MAP).
4. Componentes do MIP
Estes são: diagnose (ou avaliação do agroecossistema), tomada de decisão e seleção dos
métodos de controle (estratégias e táticas do MIP).
4.1. Diagnose: Neste componente identificamos de forma simples e correta as pragas e
seus inimigos naturais.
4.2. Tomada de decisão: Neste componente tomamos a decisão ou não de usar métodos
artificais de controle (químico, biológico aplicado ou comportamental). Esta decisão é
baseada em planos de amostragem e em índices de tomada de decisão.
4.3. Seleção dos métodos de controle de pragas
Os métodos devem ser selecionados com base em parâmetros técnicos (eficácia),
econômicos (maior lucro), ecotoxicológicos (preservação do ambiente e da saúde
humana) e sociológicos (adaptáveis ao usuário).
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5. Tipos de Pragas
5.1. De acordo com a parte da planta que é atacada
5.1.1. Praga direta: Ataca diretamente a parte comercializada.
Exemplo: Broca pequena do tomateiro (Neoleucinodes elegantalis) que ataca os frutos
do tomateiro.
5.1.2. Praga indireta: Ataca uma parte da planta que afeta indiretamente a parte
comercializada.
Exemplo: Lagarta da soja (Anticarsia gemmatali) que causa desfolha em soja.
5.2. De acordo com sua importância
5.2.1. Organismos não-praga: São aqueles que sua densidade populacional nunca atinge
o nível de controle. Correspondem a maioria das espécies fitófagas encontradas nos
agroecossistemas.
Ponto de equilíbrio (PE): densidade populacional média do organismo ao longo do
tempo. Nível de dano (ND)
Pragas-Chave
São pragas que aparecem de forma permanente em grandes populações, são persistentes
e muitas vezes não podem ser dominadas pelas práticas de controle; se não são
aplicadas medidas de controle, podem causar severos danos econômicos. Somente
poucas espécies adquirem esta categoria entre as plantações, geralmente porque não
possuem inimigos naturais eficientes. Nesta categoria de pragas se baseiam as
estratégias de controle nas plantações. As pragas-chave mais importantes na região
tropical são as Moscas Brancas, os pulgões E as larvas de lepidópteros, entre outros, em
vários cultivos.
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Pragas ocasionais ou Secundarias
São espécies cujas populações se apresentam em quantidades prejudiciais somente em
certas épocas, enquanto que em outros períodos perdem importância econômica. O
incremento populacional de uma maneira geral está relacionado com as mudanças
climáticas ou com os desequilíbrios causados pelo homem.
Pragas frequentes
São organismos que frequentemente atigem o nível de controle. Exemplo: Cigarrinha
verde (Empoasca kraemeri).
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Pragas severas
São organismos cuja parte de equilíbrio é maior que o nível de controle. Exemplo:
Formigas saúvas (Atta spp.)
6. Consequências do Ataque de Pragas
6.1. Injúrias: Lesões ou alterações deletérias causadas nos órgãos ou tecidos das plantas.
As pragas de aparelho bucal mastigador provocam as seguintes injúrias:
- Lesões em órgãos subterrâneos;
- Roletamento de plantas;
- Broqueamento (confecção de galerias no interior de órgãos subterrâneos, caule, frutos
e grãos);
- Surgimento de galhas;
- Vetores de doenças;
- Desfolha;
- Confecção de minas (galerias surgidas nas folhas devido a destruição do mesófilo
foliar).
As pragas fitossucívoras provocam as seguintes injúrias:
- Sucção de seiva;
- Introdução de toxinas;
- Vetores de doenças (principalmente viroses).
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Sendo que ataque de pragas fitossucívoras pode ocasionar:
- Retorcimento ("engruvinhamento");
- Amarelecimento;
- Anormalidade no crescimento e desenvolvimento;
- Secamento;
- Mortalidade;
- Queda na produção das plantas.
6.2. Prejuízos das pragas: Queda na produção agrícola causada por pragas.
6.3. Dano das pragas agrícolas: Prejuízos causado por organismos fitófagos com
densidade populacional acima de nível de dano econômico.
7. Identificação dos Principais Grupos de Pragas
Principais grupos de pragas agrícolas.
7.1. Lesmas e Caracóis
Os caracóis ou caramujos possuem concha enquanto as lesmas não possuem. Estas
pragas atacam plantas principalmente em ambientes úmidos e ricos em palhada como
ocorre em cultivos de plantio direto. Eles provocam desfolha e causam mortalidade das
plantas reduzindo a população de plantas principalmente em culturas em fase inicial.
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7.2. Ácaros
Eles são de tamanho pequeno (para vizualizá-los é necessário o uso de lupa com
aumento de pelo menos 10 vezes), quatro pares de pernas e sugam o conteúdo das
células das plantas. As folhas atacadas por ácaros ficam retorcidas (“encarquilhadas”),
com coloração alterada e com pontuações esbranquiçadas. Os principais grupos de
ácaros-pragas de plantas são: os ácaros vermelhos, os ácaros brancos e os microácaros.
7.2.1. Ácaros vermelhos (Figura 2A)
Eles possuem corpo ovalado, coloração avermelhada, produzem teia e geralmente
possuem duas manchas escuras de cada lado da parte dorsal de seu corpo. O ácaro
rajado é uma espécie de ácaro vermelho que possui as manchas escuras bem evidentes.
7.2.2. Ácaros brancos (Figura 2B)
Eles possuem corpo em formato de pera, coloração clara e não produzem teia. Duas de
suas pernas estão no início de seu corpo e as outras duas no meio de seu corpo.
7.2.3. Microácaros (Figura 2C)
Eles possuem corpo em formato de alongado e apenas dois pares de pernas aparentes.
7.3. Insetos
As principais características dos insetos são: corpo dividido em três partes, pernas e
antenas articuladas, exoesqueleto, simetria bilateral, circulação sanguínea (hemolinfa)
livre, sistema respiratório formado por tubos que atingem a parte externa do corpo por
orifícios, um par de antenas, três pares de pernas, desenvolvimento por metamorfose e
asas geralmente presentes nos adultos. Na Tabela 3 estão listadas as características das
ordens dos principais grupos de insetos-praga de plantas.
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7.3.1. Lepidoptera
Seus adultos são chamados de mariposas (noturnos e de cores não aparentes) (Figura
3A) ou borboletas (diurnos e de cores vistosas) (Figura 3B), possuem asas membranosas
com escamas e aparelho bucal sugador. Suas larvas são chamadas de lagartas e possuem
cabeça visível, três pares de pernas no início do corpo e pernas no final do corpo
(Figuras 3C,3D e 3E). Eles são pragas na fase de lagartas que possuem aparelho bucal
mastigador. As lagartas podem ser de três tipos básicos de pendendo do número de
pseudopatas: lagartas (com quatro pares de pseudopatas) (Figura 3C), lagartas falsamedideiras (com dois pares de pseudopatas) (Figura 3D) e lagartas medideiras (com um
pare de pseudopatas) (Figura 3E).
Figura 3. (A) Mariposa, (B) Borboleta, (C) Lagarta, (D) Lagarta falsa medideira e (E)
Lagarta medideira.
7.3.2. Besouros (Coleoptera)
Seus adultos são chamados de besouros, seu primeiro par de asas é endurecido (élitro).
Suas larvas possuem cabeça visível, três pares de pernas no início do corpo ou não. Eles
são pragas tanto na fase de larva como na fase adulta e aparelho bucal mastigador. Os
principais grupos de besouros pragas são:
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7.3.2.1. Vaquinhas
Os adultos geralmente possuem corpo colorido, antenas visíveis e causam desfolha
(Figura 4A). Suas larvas são finas, esbranquiçadas e possuem três pares de pernas e
geralmente atacam órgãos subterrâneos principalmente raízes (Figura 5A).
7.3.2.2. Bicudos
Os adultos possuem um prolongamento no início da cabeça (“rostro) (Figura 4B). Suas
larvas são esbranquiçadas e não possuem pernas visíveis (Figura 5B).
1.7.3.2.3. Carunchos
Possuem um prolongamento no início da cabeça menor que dos bicudos e suas asas não
cobrem totalmente o abdome (Figura 4C). Suas larvas são semelhantes as dos bicudos
(Figura 5B).
7.3.2.4. Serra-pau
Os adultos possuem antenas muito longas (Figura 4D). Suas larvas são esbranquiçadas,
possuem o início do corpo dilatado e broqueiam caule de árvores (Figura 5C).
7.3.2.5. Corós
Os adultos são escuros, possuem antenas pequenas, o primeiro par de pernas é própria
para escavação e algumas espécies a cabeça possuem projeções semelhantes a chifres
(Figura 4E). Suas larvas são esbranquiçadas, possuem formato de “C”, final de seu
corpo é dilatado e elas atacam órgãos subterrâneos principalmente raízes (Figura 5D).
7.3.2.6. Larva arame
Os adultos são escuros, possuem corpo fino, dois espinhos no final da cabeça e quando
os seguramos ao tentarem fugir emitem som semelhante ao estálo de dedos (Figura 4F).
Suas larvas são finas, amarronzadas e atacam órgãos subterrâneos principalmente raízes
(Figura 5E).
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7.3.3. Formigas (Hymenoptera)
Vivem em colônias e são pragas na fase adulta. As formigas podem ser pragas
(formigas cortadeiras) ou inimigos naturais (formigas predadoras). As formigas
cortadeiras têm coloração amarronzada e no topo de sua cabeça possuem uma
reentrância pronunciada (Figura 6A e B). Já as formigas predadoras têm diversas
colorações e a reentrância no topo de sua cabeça não é profunda (Figura 6C). As
principais formigas cortadeiras são:
7.3.3.1. Formigas saúvas
Estas formigas pertencem ao gênero Atta e possuem ninhos com grande quantidade de
terra solta e três pares de espinhos no seu dorso (Figura 6A).
7.3.3.2. Formigas quém-quéns
Estas formigas pertencem ao gênero Acromyrmex e possuem quatro pares de espinhos
no seu dorso e seus ninhos são pequenos (Figura 6B).
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7.3.4. Moscas (Diptera)
As moscas-praga de plantas na fase adulta possuem um par de asas membranosas e
aparelho bucal embebedor. Suas larvas são vermiformes (sem cabeça e patas aparentes)
(Figura 7E). Os principais grupos de moscas pragas de plantas são:
7.3.4.1. Mosca minadora
Os adultos são pequenas moscas ( mm) de coloração preta com manchas amarelas
(Figura 7A). As larvas confeccionam minas finas e serpenteadas (parecem com
serpentes) nas folhas (Figura 7B).
7.3.4.2. Moscas das frutas
Os adultos são moscas que possuem desenhos em formatos de “S” e “V” nas asas. Estas
moscas pertencem a dois gêneros: Anastrepha e Ceratitis. As moscas do gênero
Anastrepha são chamadas de moscas-das-frutas sul americanas devido a sua origem e
possuem coloração amarronzada (Figura 7C). Já as moscas do gênero Ceratitis (a
espécie de import6ancia é Ceratitis capitata) são chamadas de moscas-das-frutas do
mediterrâneo devido a sua origem e o tórax escuro (Figura 7D). Suas larvas são pragas
de praticamente todas as frutas (Figura 7E).
7.3.5. Percevejos (Hemiptera)
Os percevejos na fase adulta têm o primeiro par de asas com a parte inicial dura e a
parte final mole (hemiélitro). Eles possuem aparelho bucal sugador e causam danos às
plantas tanto na fase adulta como na fase jovem (ninfas)
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7.3.6. Homoptera
Este grupo possui aparelho bucal sugador e são pragas tanto na fase adulta como na fase
jovem (ninfas) sugando a seiva da planta sobretudo nas partes mais novas. Os principais
grupos de homópteros pragas de plantas são:
7.3.6.1. Cigarras
Os adultos possuem asas membranosas transparentes e os machos cantam para atrair as
fêmeas (Figura 9A). Na fase jovem (ninfas) atacam as raízes das plantas (Figura 9B).
7.3.6.2. Cigarrinhas
Os adultos são coloridos, pequenos e possuem o primeiro par de asas semelhantes às
asas de baratas (tegminas) (Figura 9C).
7.3.3.6.3. Psilídeos
Os adultos são semelhantes às cigarrinhas com suas asas dispostas de forma semelhante
a o casco dos navios (Figura 9D).
7.3.4. Cochonilhas
Estas pragas geralmente não possuem asas. Os principais grupos de cochonilhas pragas
de plantas são:
a) Cochonilhas de escamas
Estas cochonilhas geralmente estão fixas na planta e parecem com escamas, vírgulas,
cabeças de prego ou verrugas (Figura 9E).
b) Cochonilha Ortézia
Esta cochonilha possui (até mm) corpo alongado branco. Elas têm duas faixas escuras
na cabeça e um saco cheio de ovos (ovisaco) na parte final do corpo (Figura 9F).
c) Cochonilhas de farinhentas
Esta cochonilha possui (até mm) corpo branco recoberto por camada farinhenta. Elas
têm na parte lateral do corpo projeções semelhantes a cerdas. Estas cochonilhas atacam
anto a parte aérea como as raízes das plantas (Figura 9G).
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7.3.5. Pulgões
A maioria dos indivíduos não possuem asas e possuem o corpo ovalado (Figura 9H). Os
poucos indivíduos com asas em uma colônia são responsáveis pela dispersão da praga e
possuem dois pares de asas menbranosas e transparentes (Figura 9I).
7.3.6. Moscas brancas
Seus adultos tem asas recobertas por pulverulência branca e geralmente atacam as
partes apicais das plantas (Figura 9J). Já suas formas jovens (ninfas) são esverdeadas,
parecem com cochonilhas de escamas e ficam fixas na face inferior das partes baixeiras
e mediana das plantas (Figura 9K).
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7.3.3.7. Tripes (Thysanoptera)
Os adultos (0,5 a 13 mm de comprimento) possuem asas franjeadas e aparelho bucal
sugador (Figura 10A) enquanto as formas jovens (ninfas) não possuem asas (Figura
10B). Quando observados a campo nas amostragens realizadas pela batida de ponteiros
de plantas em bandejas plásticas brancaseles se parecem muito com um grupo de insetos
recicladores da matéria orgânica os colêmbolas. Entretanto, os colêmbolas possuem
maior tamanho e antena maior que os tripés (Figura 10C).
7.3.7. Orthoptera
Os ortópteros mais importantes são os grilos e os gafanhotos e ambos possuem o último
par de pernas saltatória e na fase adulta seu primeiro par de asas é semelhante a asas de
baratas (tegminas). Os grilos possuem coloração escura e as asas dos adultos quando em
repouso assumem posição horizontal (Figura 11A) eles tanto na fase jovem (ninfas)
(Figura 11B) como adulta atacam plantas pequenas cortando-as rente ao solo. Já os
gafanhotos possuem diversas colorações e as asas dos adultos quando em repouso
assume uma posição inclinada (Figura 11 C). Tanto os adultos com a fase jovem
(ninfas) (Figura 12 D) dos gafanhotos causam desfolha as plantas.
7.3.8. Cupins (Isoptera)
Possuem aparelho bucal mastigador, dois pares de asas membranosas iguais e
metamorfose gradual. Alimentam-se de celulose das raízes das plantas, madeiras e
húmus. São insetos sociais e vivem em ninhos com um ou mais casais de formas
sexuadas (reis e rainhas). Anualmente, produzem formas sexuadas (alelúias) que através
de revoadas, instalam novos ninhos. No interior de um ninho existem operárias e
soldados que executam tarefas diferentes. Os ninhos podem ser construídos no solo,
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subsolo, árvores ou madeiras. Os cupinzeiros construídos na superfície dos solos
diminuem a área útil das culturas e dificultam os tratos culturais. As espécies-praga de
plantas causam problemas nos estádios iniciais das culturas devido à redução dos
estandes, sobretudo na região de cerrado Figura 12).
8. Fatores que Afetam o Ataque de Pragas
8.1. Inimigos Naturais: A ocorrência de inimigos naturais tem grande efeito na redução
de populações de insetos-praga às culturas. Assim, a preservação e aumento das
populações de inimigos naturais causam grande redução do ataque de pragas às culturas.
8.2. Planta Hospedeira: Uma cultura conduzida dentro de padrões técnicos adequados
faz com que a planta tolere maiores ataques de pragas e possibilita que a planta ative
todo seu sistema de defesa contra as pragas.
8.3. Elementos Climáticos:
8.3.1. Temperatura do Ar: Em temperaturas mais elevadas geralmente é maior o ataque
de pragas devido a sua maior reprodução e a aceleração do seu ciclo de vida.
8.3.2. Chuvas: Em épocas chuvosas geralmente é menor o ataque de pragas devido às
chuvas serem o principal causador de mortalidade dos insetos em regiões tropicais e
subtropicais devido: ao impacto mecânico de suas gotas sobre os insetos
(principalmente os de pequeno tamanho) além de umidades mais elevadas favorecerem
a ação dos fungos que são inimigos naturais das pragas.
8.3.3. Ventos: O vento também afeta o ataque de pragas às culturas devido ele ser um
dos principais veículos de dispersão dos insetos.
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9. Seleção dos Métodos de Controle de Pragas
Os métodos devem ser selecionados com base em parâmetros técnicos (eficácia),
econômicos, ecotoxicológiscos (preservem o ambiente e saúde humana) e sociológicos
(adaptáveis ao usuário). Os principais métodos usados no controle de pragas são:
1.9.1.Métodos de Controle Legislativo
Baseiam em leis e portarias federais ou estaduais e são de diversas modalidades.
1.Serviço Quarentenário
Tem por objetivo evitar a entrada de pragas exóticas e impedir sua disseminação. Esse
serviço de defesa sanitária Vegetal do Ministério da Agricultura, cujos técnicos
Inspecionam e fiscalização os portos, aeroportos e fronteiras com o objetivo de
desinfestar, destruir ou impedir a entrada de vegetais atacados mantendo-os em
quarentena.
Atua também na importação e exportação, impedindo a saída e entrada de produtos
agrícolas atacados por pragas. Os meios de transporte estão cada vez mais rápidos e
globalizados. Com consequência desse processo no transporte de pessoas e mercadorias,
o risco de se introduzir uma praga agrícola num PIS é consideravelmente maior. Por
esses motivos vários pises impõem barreiras alfandegárias que proíbem a importação de
determinada planta hospedeira de uma praga que não ocorra em seu território. Por
exemplo, o Brasil não exporta frutas in natura para os EUA e Japão, devido ao risco de
introduzir mosca das frutas naqueles países, que gastaram milhões de dólares para
erradicar espécies de tetritídeos e, portanto, evitam um reinfestação dessas pragas pela
proibição da entrada de frutas in natura. Entretanto melões cultivados no Rio Grande do
Norte, região livre de mosca das frutas, são exportados para os EUA. Portanto, o
conhecimento da distribuição geográfica de uma praga quarentenária é o fator decisivo
para a exportação/importação de determinado produto vegetal, podendo afetar
diretamente a balança comercial de um país.
Do ponto de vista quarentenário, uma praga é qualquer espécie raça ou biótipo de
vegetais, animais ou agentes patogênicos, nocivo para os vegetais ou produtos vegetais.
A identificação de uma praga quarentenária é baseada em critérios estabelecidos pela
FAO (Food and Agriculture Organization), Tais como: presença ou ausência de praga
em uma área de risco, sua identificação, importância econômica e se é ou não
controlada oficialmente. È classificada em:
Praga quarentenária A1. Importância econômica presente, ainda não se encontra no país.
Praga quarentenária A2. Importância econômica potencial, amplamente disseminada e
oficialmente controlada.
Praga Quarentenária regional A2. Importância econômica, disseminação localizada e
submetida a controle oficial por um ou mais países da região.
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Cada país tem sua norma própria para legislar sobre ações as pragas quarentenárias.
Podem unir-se para tomar medidas conjuntas sobre pragas quarentenárias. Por exemplo,
o Comitê de Sanidade Vegetal do Cone Sul (COSAVE), formado por Brasil, argentina,
Chile, Paraguai, Uruguai, estabeleceram critérios para o reconhecimento de pragas
quarentenaria sem seus territórios e divulga listas das pragas quarentenárias A1 e A2 de
cada país. Estabelece também a regulamentação fitossanitária (normas oficiais para
evitar, conter, controlar ou erradicar pragas, por meio da regulamentação da produção,
movimentação, armazenamento de produtos ou outros objetos de normalização, da
atividade regular das pessoas, assim como por meio de estabelecimento de esquemas
para a certificação fitossanitária. A constatação de uma praga supostamente inexistente
no território brasileiro precisa ser comunicada a secretaria de Defesa Agropecuária
(DAS) antes de ser divulgada no meio cientifica. De acordo com o Código Penal
Brasileiro, difundir doenças ou praga que possa causar dano a floresta, plantações ou
animal de utilidade econômica é passível de detenção e pagamento de multa).
Os pises legislam sobre os tratamentos quarentenários que deve ser aplicado para
determinado produto agrícola, a fim de eliminar a praga quarentenária e permitir a
importação de produtos, tais como:
1.Fumigação – Indicado para controlar pragas de grãos armazenados, por meio de
inseticidas fumigantes. Recomenda-se aplicar o brometo de metila, na dosagem de
32g/m³ durante 2h.
2. Tratamento a Frio
Consiste no emprego de câmaras frias com temperaturas baixas, na qual as frutas
permanecerão por tempo determinado, dependendo da praga a ser eliminada.
Em mamão, goiaba e manga o tratamento com temperaturas abaixo de 1,7°C por 10 dias
foi eficiente no controle de Dacus dorsalis (Render) (BURDITT & BALOCK, 1985).
No caso de mamão, à 7,2°C foram necessários 34 a 40 dias para um controle eficiente
do inseto.
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3.Tratamento à quente – Consiste no emprego de vapor d água ou da hidrotermia. No
caso do vapor d água, a temperatura da polpa da fruta deve ir aumentando até que o
centro dela atinja 43,3 °C em 8 horas. Essa temperatura deve ser mantida por 6 horas.
No caso do tratamento hidrotérmico, deve-se submergir a fruta no mínimo 9 cm abaixo
da superfície da água. Esse tratamento deve ser iniciado quando a temperatura da polpa
atingir 21,1 °C. A duração do tratamento varia de 65 a 90 min de acordo com o tipo e
tamanho dos frutos. A temperatura da água circulante deve ser mantida constante
durante todo o tratamento em 46,1°C, podendo tolerar um abaixamento, no máximo, até
45,3°C por 10 min no tratamento de 65 e de 15 min se o tratamento durar 90 min.
4. Irradiação – Consiste na aplicação de raios gama Cobalto(CO) ou Césio(CS) ou raios
de elétron com energia de radiação de até 10 MeV que permite melhorar a qualidade e
conservação do fruto, retardamento amadurecimento e redução contaminação
microbiana dos frutos.
5. Atmosfera controlada – Alguns países utilizam gases atmosféricos como hélio ou
nitrogênio, baixa concentração de oxigênio (2% ou menos), altos níveis de dióxido de
carbono (5 a 60%) ou combinações entre eles.
2. Medidas obrigatórias de controle
Medidas utilizadas em casos específicos como é o caso da cultura do algodão em que
agricultores são obrigados a destruir os restos de cultura até 15 de julho de cada ano,
para a prevenção contra o ataque da broca, lagarta rosada e bicudo.
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9.2.Métodos de Controle Mecânico
Utilizadas em pequenas áreas e incluem práticas que envolvem a utilização de barreiras
e/ou destruição direta dos insetos.
Táticas de controle mecânico
Remoção dos insetos
Consiste na pratica mecânica mais conhecida e sem duvida a mais antiga. Para que
possa ser executada, os insetos na forma de larva ou lagarta, adultos ou ovos devem ser
grandes e de fácil visualização.
A coleta e destruição de larvas e adulto da família Curculionedade factíveis de ser
aplicado em pequenos cultivos de coqueiro para controle da Broca-do-olho-do-coqueiro
ou bicudo Rhynchophorus palmarum Linnaeus.
Lagartas desfolhadoras do coqueiro Brassolis sophorae durante o dia formam um
“ninho´´, onde permanecem, saindo deste somente à noite. A remoção desse ninho e sai
destruição podem ser empregados como forma de controle de praga. A catação manual
de bichos-cestos em cafezal também é uma pratica desses tipo.
Trituração de insetos
Nos Estados Unidos da América foram desenvolvidos trituradores do tipo moinho de
martelo que acoplados a tratores, dilaceram os restos culturais de algodão com intuito de
eliminar larvas e pupas da lagarta-rosada presentes nas estruturas de frutificação
remanescentes no campo. Nas usinas de algodão podem ser usados moinhos do tipo
martelo para desintegrar o resíduo conhecido como piolho que hospeda larvas e pupas
da lagarta-rosada.
Na cana-de-açúcar o controle da broca gigante, Castnia licus é realizado após o corte.
Nessa situação, a broca se encontra em uma câmara.
1.1.Exclusão dos insetos
Na exclusão procura-se evitar que a praga entre em contato com a estrutura a ser
atacada. A tática mais empregada consiste em envolver ou colocar invólucros na área a
ser protegida.
Com exemplo pode ser ensacamento de frutos de goiaba par a evitar o ataque das
moscas das frutas Anastrepha ssp. e Ceratitis capitata. Frutos da gravioleira e atas
também são ensacados para evitar o ataque da broca-do-fruto Cerconota anonela.
Recentemente foi demonstrado que o ensacamento de pencas de tomate protege os
frutos contra o ataque da braça pequena Neoleucinodes alegantalis.
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Na bananeira, coloca-se saco plástico azul tratado com inseticidada sobre o mangará
para proteger contra o ataque de tripés Palleucothrips musae. No meloeiro coloca-se
uma manta de tecido não tecido para proteger do ataque da mosca-branca Bemisia
tabaci biótipo B e mosca-minadora Liriomyza trifolii. Essa manta permanece cobrindo
as plantas até o 28º dia, quando a cultura começa a floração.
1.2. Formação de barreira
A formação de barreiras mecânicas ou sulcos impedem a passagem do coruquerê-doscapinzais Mocis latipes e gafanhotos em surtos graves. Essa tática também é empregada
em quarentenários para impedir a entrada de insetos. Fazem-se sulcos de cimento no
interior deles coloca-se água com detergente.
9.3.Métodos de Controle Cultural
Consiste em modificar, mediante a utilização de práticas agrícolas rotineiras utilizadas
pelos produtores, com a finalidade de prevenir o ataque dos insetos, tornar o ambiente
menos favorável ao seu desenvolvimento, retardar ou diminuir seus danos ou até
mesmo, destruí-los.
A utilização de práticas como medidas de controle cultural, necessita de conhecimento
adequados da ecologia dos insetos e da fenologia das plantas cultivadas e suas
características agronômicas; das modalidades de práticas agrícolas propriamente ditas;
e, naturalmente de bom conhecimento da biologia das pragas envolvidas, seu
comportamento e sua ocorrência estacional.
Táticas de controle cultural
Rotação de cultura - Consiste em alternar, anualmente, espécies vegetais, numa mesma
área agrícola. As espécies escolhidas devem ter, ao mesmo tempo, propósitos comercial
e de recuperação do solo. Além de proporcionar a produção diversificada de alimentos e
outros produtos agrícolas, se adotada e conduzida de modo adequado e por um período
suficientemente longo, essa prática melhora as características físicas, químicas e
biológicas do solo; auxilia no controle de plantas daninhas, doenças e pragas; repõe
matéria orgânica e protege o solo da ação dos agentes climáticos.
Aração do solo
Muitos insetos passam o estádio de pupa no solo, principalmente quando em diapausa.
Com o revolvimento do solo por meio da aração, as pupas poderão ser destruídas ,
enterradas ou esmagadas mecanicamente pelos discos. Essas pupas também poderão ser
trazidas à superfície do solo e expostas aos raios solares e aos predadores. Moscas das
frutas Anastrefha SSP e Ceratitis capitata, além de outras pragas podem ser controladas
com essa tática.
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Época de plantio e colheita desfavoráveis às pragas
Uma simples antecipação ou atraso do plantio ou colheita causa uma diminuição
considerável no ataque de determinadas pragas.
Quando os plantios forem realizados durante todo ano ou parte dele, como é o caso de
algumas culturas irrigadas no Nordeste Brasileiro, devem-se levar em conta as
exigências climáticas de algumas pragas. A mosca-branca é favorecida pelo clima
quente e seco do segundo semestre, o mesmo ocorre com os ácaros tetraniquideos. Por
outro lado o ácaro branco é favorecido pelo período nublado e chuvoso do primeiro
semestre.
Na maioria dos casos a colheita deve ser feita assim que ocorra a maturidade fisiológica
do fruto ou sementes para diminuir o tempo de exposição destes às pragas. Tal atitude é
recomendada em fruteiras para o controle das moscas das frutas.
Destruição de Restos de cultura e resíduos de colheita
Consiste na destruição de restos culturais que poderão hospedar pragas que irão iniciar a
colonização da cultura no cultivo seguinte.
A destruição dos restos culturais do coqueiro contribui para controle da Broca-do-olhodo-coqueiro ou bicudo Rhynchophorus palmarum Linnaeus.
Em frutíferas recomenda-se o repasse, após a colheita, para a coleta de frutos
temporões, tanto na planta, quanto àqueles caídos no chão, e sua destruição para zerar as
fontes de infecção como no caso das moscas das frutas.
Pousio
Consiste em manter uma área sem cultivar (no limpo) por algum tempo, sem os
hospedeiros. Essa tática foi eficaz na redução do nematóide, com isso os nematóides
que são parasitos obrigatórios morrem, diminuindo significativamente a população. O
Pousio pode ser feito com herbicidas.
Barreiras Vegetais ou Cercas Vivas
As barreiras vegetais podem servir como repelentes de insetos, como plantas armadilhas
envenenadas, como barreiras físicas ou como limpadores de estiletes de insetos vetores
de vírus não perssistente. As barreiras ainda dificultam a movimentação do inseto,
evitam a poeira, reduzem a perda de água e propiciam ambientes favoráveis para o
aumento de inimigos naturais que iram combater as pragas na cultura. No entanto,
precisam ser adequadamente manejadas.
No manejo das formigas cortadeiras, conhecidas, vulgarmente, por saúvas (Atta spp,
Acromyrmes spp) e quenquém (Mycocepurus spp), são pragas ocasionais nas fruteiras,
tanto no viveiro como no pomar. O controle com barreiras físicas na planta que
impeçam a subida das formigas pode resolver, temporariamente, a situação.
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Destruição de hospedeiras alternativas
As hospedeiras alternativas de pragas permitem a sobrevivência do inseto de um ano
agrícola para o outro, favorecem o aumento da população dos insetos no transcurso do
período de cultivo e são fontes de inoculo de vírus.
Poda
A poda periódica de algumas espécies perenes permite a redução de populações de
larvas broqueadoras de caule, a exemplo do que acontece em citros, onde os galhos
atacados por larvas de coleópteros broqueadores devem ser cortados e queimados.
Densidade de plantio
O aumento da densidade de plantio pode possibilitar condições de microclima
desfavoráveis a certos insetos
9.4. Método de Controle Biológico
O controle biológico pode ser utilizado de três formas: controle biológico natural,
controle biológico clássico e controle biológico artificial ou aplicado.
Controle Biológico Natural
Consiste na preservação e/ou incremento das populações de inimigos naturais já existes
nos agroecossistemas. A preservação e/ou incremento das populações de inimigos
naturais pode ser obtida através de:
_ Uso de inseticida seletivos (seletividade fisiológica de inseticidas).
_ Aplicação seletiva de inseticidas (seletividade ecológica de inseticidas).
_ Aumento da diversidade vegetal nos agroecoosistemas nas áreas vizinhas. Uma vez
que as árvores, arbustos e ervas serve de abrigo, local de nidificação e fonte de
alimentação complementar para os inimigos naturais. Muitas espécies de predadores e
de parasitóides alimentam-se de néctar é pólen fornecidos por plantas invasoras. Além
disto, esta vegetação serve de criatório para artrópodes não-pragas os quais é fonte
alimentar para os inimigos naturais.
_ Manutenção do solo recoberto por vegetação uma vez que a formação de poeira
acarreta mortalidade de predadores e parasitóides de pequeno tamanho.
_ Transferência de inimigos naturais para o local de cultivo, como por exemplo ninhos
de vespas predadoras (marimbondos) para os locais de cultivo.
_ Evitar o uso do fogo o qual reduz grandemente as populações de inimigos naturais.
_ Aumento da matéria orgânica nos solos. Já que alguns inimigos naturais como
besouros predadores e competidores que vivem na superfície e no interior do solo
alimentam-se também da matéria orgânica.
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A seletividade de inseticidas como relatado neste item constitui importante instrumento
de preservação das populações de inimigos naturais nos agroecossistemas. A
seletividade pode ser classificada em seletividade ecológica e fisiológica. A seletividade
fisiológica consiste no uso de inseticidas que sejam mais tóxicos à praga do que aos
seus inimigos naturais. Já a seletividade ecológica relaciona-se a formas de utilização
dos inseticidas de modo a minimizar a exposição do inimigo natural ao inseticida.
Portanto, devem selecionar inseticidas que possuam seletividade fisiológica. Os
inseticidas que possuem seletividade fisiológica na dose recomendada para controle da
praga devem causar uma mortalidade menor que 80% ao inimigo natural. Além de
preferirmos o uso de inseticidas com seletividade fisiológica devemos fazer uso da
seletividade ecológica. Isto é, devemos utilizar os inseticidas de modo a minimizar a
exposição do inimigo natural ao inseticida. Isto pode ser feito através de:
_ Aplicação dos inseticidas em horários de menor temperatura do ar, já que nestes
horários os inimigos naturais se movimentam menos estando, portanto menos expostos
ao inseticida. O período ideal para aplicação dos inseticidas é ao final da tarde visto que
a temperatura é baixa e o inseticida poderá sofrer degradação durante a noite e período
da manhã quando é baixa a atividade dos inimigos naturais. Já o período da manhã se
situa numa situação intermediária entre o período da tarde (período de menor impacto) e
o das horas mais quentes do dia (período de maior impacto).
_ Uso de sistema de decisão de controle.
_ Aplicação de inseticidas de forma que o contato entre o inseticida e o inimigo natural
seja minimizado. Por exemplo, quando o inseticida é aplicado em pulverização é grande
o impacto dos inimigos naturais que vivem na parte aérea das plantas, entretanto é baixo
o impacto sobre aqueles que vivem no interior do solo, sendo intermediário o impacto
sobre os inimigos naturais que vivem na superfície do solo. O uso de inseticidas via solo
causa maior impacto no momento da aplicação sobre os inimigos que vivem no interior
do solo. Entretanto se o inseticida for sistêmico ele translocará no sistema vascular da
planta tendo efeito sobre insetos-praga que atacam a parte aérea das plantas.
Desta forma eles causarão baixo impacto sobre os inimigos naturais de aparelho bucal
mastigador.
Entretanto, os inimigos naturais de aparelho bucal sugador (percevejos) por sugarem a
planta para retirarem água e sais minerais sofrerão grande impacto.
Controle Biológico Clássico
Este método envolve a importação de inimigos naturais visando controlar pragas
exóticas que entram no país. Estes inimigos naturais são provenientes da região nativa
da praga. No Brasil vários inimigos naturais foram introduzidos visando o controle de
diversas pragas.
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Controle Biológico Artificial ou Aplicado
Nesta forma de uso do controle biológico o inimigo natural, após criação massal em
laboratório, é liberado no campo para o controle da praga. O inimigo natural só deve ser
aplicado quando a população da praga for maior ou igual ao nível de controle e as
populações dos inimigos naturais estiverem abaixo do nível de não ação.
No Brasil vários inimigos naturais são usados e comercializados para uso em programas
de controle biológico artificial de pragas agrícolas.
9.5.Método de Controle por Comportamento
Os insetos utilizam odores para localização de presas, defesa e agressividade, seleção de
plantas, escolha de locais de oviposição, acasalamento, organização das atividades
sociais e diversos outros tipos de comportamento. As substâncias químicas usadas na
comunicação, em geral, são denominadas semioquímicos (sinais químicos). Os
semioquímicos podem ser divididos em: aleloquímicos e feromônios. Os aleloquímicos
são substâncias químicas envolvidas na comunicação entre organismos de espécies
diferentes. Já os feromônios são substâncias químicas ou misturas destas, envolvidas na
comunicação entre indivíduos da mesma espécie.
1. Formas de utilização de feromônios e aleloquímicos no manejo integrado de pragas
1.1. Detecção de pragas: O semioquímico é usado para verificação da presença da praga
em áreas onde esta ainda não existe. Exemplo: Em 1995, trabalhos de monitoramento,
bem como o controle,da mosca da carambola nos Estados do Amapá e Pará utilizando
armadilhas com composto ou feromônio sexual, o metil-eugenol.
1.2. Monitoramento de pragas: O semioquímico é usado para verificar se a população da
praga atingiu o nível de controle. Exemplo: Uso de armadilhas com do feromônio
sexual para verificação se há necessidade de controle da mariposa oriental na cultura do
pêssego.
2. Controle de pragas
Planta isaca: uso de feromônio em faixas de cultura atrativa á praga instaladas na
perideria para atração da praga.
Coleta massal: coleta de indivíduos através de armadilhas. Utilizado para coleta de
bicudo do algodoeiro com feromônio de agregação "blockaide" ou nomate PBW.
Confundimento: saturação da área com o feromônio sexual, dificultando o
acasalamento.
Utilizando feromônios sintéticos, reduz-se a probabilidade de encontros e/ou agregação
dos sexos e acasalamentos. Em algodão, utiliza-se o "gossyplure" no confundimento da
lagarta rosada do algodão com redução de até 64% na aplicação de inseticidas. Para o
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bicudo também são utilizados várias iscas embebidas com feromônio "grandllure" para
o confundimento de machos.
3. Uso de aleloquímicos no manejo integrado de pragas
3.1. Uso de atraentes
a) Uso como iscas: utiliza-se partes da própria planta hospedeira da praga como atraente
para o monitoramento da mesma.
- Moleque da bananeira (Cosmopolites sordidus); Seções de pseudocaule de bananeira
em formato de telha ou queijo.
- Broca do olho do coqueiro (Rhynchophorus palmarum). As iscas consistem de
pedaços de estirpe de 0,50 m com a parte aparada para baixo. Após alguns dias, colhemse os besouros alojados, destruindo-os. Para maior eficiência, pode-se tratar a isca com
inseticida na base de 4 g/isca.
b) Uso com plantas iscas: utiliza-se plantas que sejam hospedeiras da praga, mas que
sejam mais atrativas as pragas que a cultura que está no campo. Exemplo: planta maria
preta versus coleobrocas em citros;
3.2. Uso como estimulantes alimentares da praga
São substâncias e / ou produtos químicos que estimulam as pragas a alimentarem.
Exemplo: Sal de cozinha x percevejos ; iscas açúcaradas x moscas das frutas; iscas com
farináceos xgrilos, mariposas, lesmas e formigas.
3.3. Uso de repelentes às pragas
São substâncias que tornam as plantas menos preferidas ao ataque de pragas. Exemplo:
Coloral x pragas que atacam os frutos e sementes de anonáceas.
9.6. Métodos de Controle Físico
Método que se baseiam no uso de fenômenos físicos visando o controle de insetos.
Frequentemente os métodos mecânicos de controle são incluídos junto aos métodos
físicos, mas ambos estão sendo aqui tratados independentemente. Utilização de
temperatura, umidade eradiações eletromagnéticas são os principais agentes físicos de
controle com exemplos de utilização prática.
1. Controle através de manipulação da temperatura: a maioria dos insetos não é capaz de
se reproduzir a temperaturas inferiores a 20°C ou superiores a 35°C. Portanto esses
extremos de temperatura podem levar a interrupção da multiplicação de insetos ou
mesmo causar a mortalidade
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destes. A ventilação por exemplo, utilizada com o intento de reduzir a temperatura dos
grãos durante a fase de armazenamento. O aquecimento de moinhos e unidades de
armazenamento a altas temperaturas (> 50°C) também vem sendo testado nos Estados
Unidos como medida de controle de insetos de produtos armazenados.
2. Controle através de manipulação de umidade: insetos possuem também limites de
umidade onde é possível sua sobrevivência e reprodução. O processo de secagem de
grãos normalmente feito antes do armazenamento deles é uma medida importante no
controle de fungos e algumas pragas de produtos armazenados.
3. Radiações eletromagnéticas: as faixas do espectro de ondas têm sido usadas para fins
de controle de insetos, sendo a faixas do ultravioleta, visível, infravermelho e ultra som
as mais utilizadas para este fim.
9.7. Métodos de Controle Genéticos
Métodos genéticos de controle de insetos referem-se a uma variedade de métodos
através do qual a população de praga pode ser controlada mediante a manipulação de
seu genoma ou seus mecanismos de herança. Os mecanismos de controle genético
contudo ainda não se mostraram de ampla aplicação. Essas táticas são seletivas e
objetivam a redução da população de pragas através da redução do potencial
reprodutivo delas, incluindo alguns dos mais inovativos procedimentos do manejo
integrado de pragas. Os insetos-praga são utilizados contra membros de sua própria
espécie com o intento de reduzir os níveis populacionais, daí estes métodos de controle
serem chamados autocidas. Radiações ionizantes além de raios-X e substâncias
químicas esterilizantes são os principais agentes esterilizantes usados.
Esse método foi inicialmente apregoado e desenvolvido por E. F. Knipling,
entomologista do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, ao final da década
de 30. Ela foi desenvolvida como uma técnica paulatina de substituição de
acasalamentos normais em uma população por acasalamentos inférteis, induzindo a
esterilidade dela. Fundamentalmente, o princípio de esterilidade baseia-se na inundação
da população com machos estéreis (em proporções mínimas de10 a 100 machos estéreis
para um fértil) os quais buscam fêmeas normais e com elas se acasalam.
Esses acasalamentos resultam em ovos inviáveis e a contínua liberação de machos
estéreis leva a população ao declínio. Face a essa proposição, o principal método
genético de controle de insetos ficou conhecido inicialmente como a técnica do macho
estéril e posteriormente como técnica do inseto estéril.
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Casos de sucesso uso desta técnica:
- Eliminação Moscas das frutas em ilhas do Pacífico e Califórnia (início da década de
80)
- Erradicações locais de mosca tsé-tsé (Glossina palpalis) na África
- Programas atuais para moscas-das-frutas (Ceratitis capitata) no México e no Hawaí;
9.8. Método de Controle Químico
Anteriormente à descoberta dos inseticidas residuais sintéticos na década de 1940,
diversas metodologias para o controle de mosquitos foram adotadas em diferentes
partes do mundo com variados graus de sucesso. A bem sucedida campanha
contra o Anopheles gambiae no Brasil nessa década, derivada de um contrato
celebrado entre o Ministério da Educação e Saúde e a Fundação Rocke feller em
1939, foi realizada com a associação de vá r i as medidas, destacando- se dentre elas
o uso de piretro contra os adultos e de "verde-paris" contra as larvas (Soper &
Wilson, 1943).
A descoberta dos novos inseticidas revolucionou a metodologia de controle de insetos
vetores de doenças, possibilitando a sua maior padronização.
10.Agroquímicos
• Fertilizantes
– Doenças fisiogênicas
– Diminuição do pH com sulfato de amônio para o controle da sarna da batata
– Uréia aplicada a 5% em pomar de macieira no início da queda natural das folhas
visando sua rápida degradação e eliminação de Venturia inaequalis
• Pesticidas
– Inseticidas e acaricidas
– Fungicidas, bactericidas e nematicidas
– herbicidas
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PRINCÍPIOS DE CONTROLE
• Exclusão – prevenção da entrada de um patógeno em uma área ainda não infestada
• Erradicação – eliminação do patógeno de uma área em que foi introduzido
• Proteção – interposição de barreira entre hospedeiro e patógeno antes da deposição
• Imunização – desenvolver plantas imunes em áreas infestadas
• Terapia – estabelecer a sanidade de uma planta com a qual o patógeno já estabeleceu
uma relação parasítica
CLASSIFICAÇÃO
• Quanto a origem química
– Inorgânicos
• Cúpricos: oxicloreto de cobre, calda bordalesa, calda Viçosa, etc
• Sulforados: calda sulfo-cálcica, enxofre elementar, etc
– Orgânicos
• Maioria e pertencentes a diferentes grupos (benzimidazóis, triazóis, carbamatos,
estrobilurinas,etc)
CLASSIFICAÇÃO
• Quanto à absorção e translocação
– Tópico: fungicidas que aplicados nos órgãos aéreos não são absorvidos e translocados
dentro planta
• Protetores
• Contato
– Sistêmico: são absorvidos pelas raízes e folhas, sendo translocados pelo sistema
condutor da planta
– Mesostêmico: quando apresenta estrita afinidade pela camada de cera, formando um
depósito na superfície do órgão. É redistribuído pela fase de vapor e a translocação
vascular é mínima ou inexistente.
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CLASSIFICAÇÃO
• Quanto ao princípio de controle envolvido
– Erradicante (de contato)
• Atuam diretamente sobre o patógeno na fonte de inóculo.
Ao entrarem em contato com a parede celular dos esporos, mesmo os de dormência,
penetram-na.
– Protetor (residual)
• Formam uma camada protetora antes da deposição do inóculo. Quando o esporo
germina, absorve o fungicida e morre. Evita a penetração.
– Terapêutico (curativo)
• Atuam em estágios de pós-infecção. Todos os fungicidas sistêmicos são curativos
PRINCIPAIS FUNGICIDAS
ERRADICANTES
• Brometo de metila
– Fumigante, usado para desinfestação do solo
– Mistura de 98% brometo de metila e 2% de cloropicrina
(composto lacrimogêneo)
– Vendido em latas, é aplicado sob uma cobertura plástica, que é retirada 24-48 h após a
aplicação
– Alho e cebola são extremamente sensíveis ao BM
• Dazomete
– (3,5 dimetiltetrahidro-1,3,5,2H-tiadiazina-2-tiona)
– Fumigante, tratamento do solo, aplicado com adubo ou em suspensão aquosa. Muito
fitotóxico (solo deve ser mantido em repouso por 14-21 dias)
• Formol
– Aldeído fórmico, foi muito usado antes da descoberta de outros produtos. Dilui-se o
formol 40% em água, na proporção 1:50, e rega-se 25L/m2, cobre-se com plástico
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• Quintozeno
– PCNB – Pentacloronitrobenzeno, controla fungos do solo que formam escleródios.
Exs.: Rhizoctonia, Sclerotium, Sclerotinia, Macrophomina e Botrytis
– Longa persistência no solo
– Cucurbitáceas e tomate são sensíveis
– NÃO controla Fusarium, Pythium e Phytophthora
– 300g (75%)/100L de água. Regar o solo com 2L/m2
– Revolver o solo para incorporar o fungicida a 10-15cm
– Semeadura depois de 2-3 dias
FUNGICIDAS PROTETORES OU RESIDUAIS
• Enxofre
– Enxofre elementar
• Contra oídios e ácaros
• Fitotoxicidade em curcubitáceas e sob temperaturas elevadas
• Baixa toxicidade ao meio ambiente e baixo custo
• Polvilhamento, pulverização, etc.
– Calda sulfo-cálcica
• Tratamentos de inverno em plantas de clima temperado: podridão parda do
pessegueiro e sarna da macieira
• Mistura de polissulfetos e tiossulfato de cálcio
• Alta fitotoxidez
• Difícil de preparar
• Cúpricos
– Calda bordalesa
• Composto proveniente da reação entre sulfato de cobre e cal virgem
• Amplo espectro de ação antifúngica e antibacteriana, e baixa toxidez ao homem
– Calda Viçosa
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• Sais de cobre, zinco, magnésio, ácido bórico e uréia, após dissolvidos, são colocados
sobre o leite-de-cal
• Hemileia vastatrix (Ferrugem – café) – 1975
– Cobres fixos
• Menor tenacidade e fungitoxicidade, porém maior facilidade de preparo e menor
fitoxicidade que a calda bordalesa
• Hidróxido de cobre, oxicloreto de cobre, etc.
• Etilenobisditiocarbamatos
– Substitutos dos cúpricos, possuindo amplo espectro de ação
– Zineb
• Etilenobistiocarbamato de zinco
• Hortaliças e frutíferas
• Controle de míldios
– Mancozeb
• Etilenobistiocarbamato de manganês e zinco
• Requeima da batata e tomate
• Efeito tônico em alho e cebola
• Controle de ácaros em citros
• Ditiocarbamatos
– Tiram
• Tetrametiltiuram
• Primeiro ditiocarbamato de uso prático na agricultura
• Protetor de partes aéreas e sementes
– Ferbam
• Dimetilditiocarbamato férrico
• Menos fitotóxico que enxofre e cúpricos
– Ziram
• Dimetilditiocarbamato de zinco
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• Grande poder residual, recomendado em hortaliças contra míldios e antracnoses
• Compostos aromáticos
– Clorotalonil
• Tetracloroftalonitrila
• Amplo espectro de ação. Boa atividade contra oomicetos (Phytophthora), ascomicetos
(Mycosphaerella), basidiomicetos (ferrugens) e manchas de alternaria e antracnoses
• Não se deve adicionar espalhantes e misturar com formulações oleosas – pois resulta
em fitotoxidez!
– Dicloram
• Dicloronitroanilina
• Seletivo para fungos formadores de escleródios (Sclerotinia, Botryotinia, Monilinia) e
para Rhizopus
• Fungicidas que NÃO apresentam ação tóxica à:
– Pythium: quintozeno, benzimidazóis, e triazóis
– Fusarium: iprodiona e quintozeno
– Míldios (Peronosporales): benzimidazóis, iprodiona e triazóis
– Ferrugens (Pucciniaceae) e oídios (Erysiphales): benzimidazóis, cimoxanil,
clorotalonil, dimetomorfo, iprodiona, metalaxil, propamocarbee procloraz
– Alternaria, Bipolaris, Curvularia e Drechslera: benzimidazóis, captam, cimoxanil,
dimetomorfo, propamocarbe e metalaxil
– Oídios: mancozeb, cimoxanil, dimetomorfo, metalaxil, propamocarbe
RESISTÊNCIA DE FUNGOS A FUNGICIDAS
• Consequência da capacidade de adaptação dos seres vivos a condições adversas.
• Não é um problema exclusivo do controle Químico
TIPOS DE RESISTÊNCIA
• Resistência cruzada
• Resistência cruzada negativa
• Resistência múltipla RESISTÊNCIA CRUZADA
• Um fungo apresenta resistência a dois princípios ativos
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• Mesmo mecanismo de ação
• Ex. resistência a benomil e a carbendazim
RESISTÊNCIA CRUZADA NEGATIVA
• Uma população de um patógeno desenvolve resistência a um princípio ativos e
automaticamente torna-se suscetível a outro
• Fenômeno raro, infelizmente.
RESISTÊNCIA MÚLTIPLA
• Quando em uma população de patógeno resistente a um princípio ativo, começam a
surgir indivíduos resistentes a outro princípio ativo
• Mutações independentes
11. Manejo Integrado das Pragas das Fruteiras
11.1. Abacaxi
a) Pragas-chave:
BROCA DO FRUTO): Thecla basalides. (Lepidoptera: Lycaenidae)
Os adultos são borboletas pequenas cuja envergadura medem, aproximadamente, de 28
a 35 mm; apresentam a face superior do primeiro par de asas de coloração cinzabrilhante, com uma faixa escura margeando os bordos e acompanhada de uma franja
branca; o segundo par de asas apresenta manchas alaranjadas na margem externa e um
par de apêndices caudais pretos e filiformes, com extremidades brancas; as antenas são
aneladas de branco. Os ovos são arredondados, possuem coloração esbranquiçada e
apresentam cerca de 0,8 mm de diâmetro.
As lagartas de primeiro instar, que medem de 1,5 a 2,0 mm de comprimento e
apresentam o corpo de coloração amarela e a cabeça e o tórax mais escuros. A lagarta
desenvolvida atinge de 18,0 a 20,0 mm de comprimento, com o corpo amarelo-escuro
com manchas avermelhadas, sendo a cabeça mais escura e localizada sob o protórax. As
lagartas se alimentam da inflorescência, podendo destruir as flores, os brotos,
superficialmente o pedúnculo e até penetrar no limbo foliar de plantas e mudas.
COCHONILHA
Pseudococcidae)
PULVERULENTA:
Dysmicoccus
brevipes.
(Hemiptera:
A fêmea adulta é ovalada e possui uma coloração geral rósea, recoberta por uma
secreção pulverulenta de cera branca, possui filamentos ao redor do corpo. Medem
cerca de 3 mm de comprimento e sem secreção cerosa, um pouco mais de 1mm. O
aspecto do macho, com exceção do 68 primeiro ínstar, é diferente da fêmea, é menor,
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alado e possui o corpo distinto em cabeça, tórax e abdome, e um par de filamentos
caudais longos e brancos. As cochonilhas sugam seiva das raízes, axilas e também de
frutos. Além disso essa cochonilha está associada à uma importante doença atribuída a
um vírus (murcha-do-abacaxi).
11.2. Bananeira
a) Praga-chave:
BROCA DO RIZOMA OU MOLEQUE DA BANANEIRA: Cosmopolites sordidus.
(Coleoptera: Curculionidae)
Os ovos são brancos, forma elíptica. São introduzidos em orifícios feitos pelas
mandíbulas das fêmeas adultas no ponto de inserção da bainha das folhas e rizoma. As
larvas são brancas, ápodas e vivem nos rizomas. Os adultos são de coloração preta,
élitros estriados longitudinalmente, rostro semelhante a um "bico" e fingem-se de morto
quando capturados. Estes se abrigam em locais úmidos e sombreados junto às touceiras,
entre as bainhas foliares, e em restos culturais; são ativos apenas no período noturno e
possuem hábito gregário. Fazem abertura de galerias no rizoma e partes inferiores do
pseudocaule, principalmente pela larva. Causam Abertura de porta de entrada para o
agente da doença fúngica "mal do Panamá". Em consequências dessas injúrias ocorre:
amarelecimento das folhas; com posterior secamento das folhas e morte do broto
devido a destruição da gema apical queda na produção (cerca de 30% no Brasil), os
frutos perdem tamanho e peso; e tombamento das plantas devido a ação dos ventos e
peso dos cachos.
11.3. Citros
a) Pragas-chave:
LARVA MINADORA
Gracillaridae)
DOS
CITROS:
Phyllocnistis
citrella.
(Lepidoptera:
O adulto deste microlepidoptero trata-se de uma minúscula mariposa de coloração
castanhoprateada, medindo cerca de 1 mm de comprimento, e que apresenta as asas
franjadas com duas pontuações pretas na parte terminal das asas anteriores. A larva
varia sua coloração, sendo branca no início do desenvolvimento e tornando-se amarela
ao final, quando atinge aproximadamente 3 mm de comprimento As injúrias decorem
do fato de que ao nascer as larvas constrói em galerias, em forma de serpentina, para se
alimentar das células das folhas. Essa galerias são características e auxiliam na
identificação desta praga.
BICHO FURÃO: Gymnadrosona aurantianum (Lepidoptera:Grapholidae)
O adulto deste microlepidoptero é caracterizado por uma faixa de escamas prateadas da
base ao meio da asa, com cerca de 17 mm de envergadura, de coloração acinzentada,
com a cabeça alaranjada. A fêmea possui as asas mais escuras que o macho, com uma
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mancha característica marrom-clara ao redor da margem exterior. As injúrias decorem
do fato de que as larvas fazem galerias nos frutos verdes e maduros até atingirem a
polpa. Além dos danos diretos nos frutos, também favorecem infecções causadas pela
penetração de fungos e bactérias através dos orifícios que as larvas efetuam nos frutos.
ÁCARO DA FERRUGEM: Phyllocoptruta oleivora (Acari: Eriophyidae)
São ácaros de coloração amarelo claro, aspecto vermiforme, com 2 pares de pernas
(exceção a maioria dos ácaros), de 0,15 mm de comprimento. São invisíveis a olho nu.
Ciclo de 7 a 10 dias (verão) e de 14-15 dias (inverno). Atacam folhas, hastes e frutos
novos.
Nas folhas provocam a "mancha de graxa" (manchas escuras visíveis através da
epiderme, semelhante à mancha de graxa sobre papel). Nos frutos, quando da
alimentação, ocorre o rompimento de glândulas de óleo e este óleo extravasado em
contato com os raios solares oxida-se, escurecendo os frutos (estes sintomas são
conhecidos como: falsa ferrugem, ferrugem ou mulata). Os frutos de lima, tangerina,
limão, etc., ficam com coloração prateada. Os prejuízos são consideráveis apenas
quando a produção se destina ao mercado de frutas frescas. Pode ocorrer perda de peso
em até 4 g/fruto atacado.
ÁCARO DA LEPROSE: Brevipalpus phoenicis (Acari: Tenuipalpidae)
São ácaros vermelho-alaranjados, com 4 pares de pernas, de 0,3 mm de comprimento,
com manchas escuras de tamanhos e formas variáveis no dorso. Ciclo de cerca de 18
dias. Atacam folhas, ramos e frutos, acarretando um sintoma conhecido como leprose
dos citros, devido à inoculação de vírus. As folhas e os frutos atacados caem da planta.
Os ramos passam a apresentar rachaduras
MOSCA DAS FRUTAS
- Ceratitis capitata (Wied) (Diptera: Tephritidae)
- Anastrepha spp. (Diptera: Tephritidae)
A oviposição ocorre dentro do fruto (mesocarpo), em número de 1 a 10 ovos; o ovo é
alongado (± 1 mm de comprimento) e semelhante a uma pequena banana, de coloração
70 branca.
As larvas são ápodas, de coloração branco amarelada, com cerca de 8 mm de
comprimento. Os adultos de C. capitata (mosca do mediterrâneo) é uma mosca com 4 a
5 mm de comprimento, de coloração predominantemente amarela. Os olhos são
castanhos violáceos. O tórax é preto na face superior, com desenhos simétricos brancos.
O abdome é amarelo com listras transversais acinzentadas. As asas são de uma
transparência rosada em listras amarelas, sombreadas. Anastrepha spp. (mosca sulamericana) é uma mosca com cerca de 6,5 mm de comprimento, de coloração geral
amarelo, com uma mancha amarela em forma de "s" que vai da base à extremidade da
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asa. No bordo posterior da asa há outra mancha da mesma cor e em forma de "v"
invertido. As duas manchas são sombreadas de pretos. Ciclo completo é de cerca de 30
dias.
As larvas danificam a polpa dos frutos, os quais apresentam externamente um pequeno
orifício no centro de uma mancha de coloração marrom. Neste orifício (feito pelo
ovipositor), ocorre o apodrecimento, resultando em queda do fruto. C. capitata apresenta
o ovipositor mais curto e ataca apenas as laranjas que se encontram num estágio de
maturação mais avançado. As moscas do gênero Anastrepha (ovipositor mais longo)
podem atacar frutos verdes ou maduros.
COCHONILHA: Orthezia praelonga. (Homoptera: Ortheziidae)
O. praelonga (desprovida de carapaça) são coccídeos providos de placas ou lâminas
céreas, simetricamente dispostas sobre o corpo, constituindo na parte posterior um saco
céreo, semelhante a uma cauda alongada, denominado "ovissaco" (contém ovos e ninfas
no 1º ínstar). Tanto as fêmeas adultas como as ninfas podem mover-se sobre a planta.
11.4. Coqueiro
a) Pragas-chave:
BROCA-DO-PECÌOLO: Amerrhinus ynca. (Coleoptera: Curculionidae)
O adulto é um besouro de hábito diurno, com 2 cm de comprimento, coloração
amarelada, com matiz acinzentado e inúmeros pontos pretos brilhantes e salientes,
principalmente sobre as asas e no pronoto. A fêmea realiza sua postura na face ventral
da raque da folha. A pequena larva penetra na raque foliar e forma galerias longitudinais
destruindo os vasos de condução da seiva. Ao penetrar na raque escorre pelo orifício
uma resina escurecida que se solidifica ficando presa à raque no ponto de entrada da
pequena larva o que caracteriza a presença da praga na planta.
BROCA-DO-PEDÚNCULO
Curculionidae)
FLORAL:
Homalinotus
coriaceus.
(Coleoptera:
A broca-do-cacho-do-coqueiro é um besouro de coloração preta, medindo 25 a 30 mm
de comprimento além de um rostro com cerca de 8 mm cujas . Os ovos são brancos,
lisos e oblongos, sendo que a postura é feita no pedúnculo floral. Porém, a oviposição
pode ocorrer antes da emissão da primeira inflorescência e, nesse caso, a postura é
realizada na bainha foliar As larvas completamente desenvolvidas medem de 40 mm a
50 mm de comprimento, são recurvadas, de coloração branca e cabeça ferrugínea. Os
danos são causados pelas larvas, que cavam galerias no pedúnculo floral interrompendo
o fluxo de seiva e promovendo a queda de flores e frutos . Os adultos também são
nocivos ao coqueiro porque, ao se alimentarem, dilaceram o tecido de flores e frutos
novos, secando-os.
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BROCA-DO-OLHO DO COQUEIRO: Rhynchophorus palmarum (Coleoptera:
Curculionidae)
O adulto é um besouro de cor preta; tamanho que varia de 3,5 a 6,0 cm de comprimento;
bico recurvado, forte e com 1,0 cm de comprimento; asas externas curtas, deixando
exposta a parte terminal do abdome e com oito estrias longitudinais; possui habito
gregário e maior atividade durante o dia.; são atraídos pelo odor de fermentação
liberado por palmeiras com ferimentos, doentes ou em senescência. A larva tem cabeça
castanho-escura; corpo recurvado, sendo mais volumoso no meio e afilado nas
extremidades, subdividido em 13 anéis, com coloração branco creme e sem pernas;
desenvolve-se no interior da planta, formando galerias nos tecidos tenros da região
apical. O dano é causado pelas larvas e pelos adultos. As larvas se alimentam dos
tecidos tenros da planta, constroem galerias destruindo o broto terminal (palmito); em
decorrência as folhas mais novas mostram sinais de amarelamento, murchamento e
finalmente se curvam e secam, indicando a morte da planta. Os adultos são vetores do
nematóide Bursaphelenchus cocophilus (Cobb) Baujard agente causal da doença letal
conhecida por anel-vermelho. O coqueiro torna-se suscetível ao ataque de R. palmarum
a partir do segundo ano de plantio.
11.5. Goiabeira
a) Pragas-chave:
MOSCA DAS FRUTAS: Anastrepha sp., Ceratitis capitata. (vide citrus)
GORGULHO DA GOIABA: Conotrachelus psidii. (Coleoptera: Curculionidae)
Os ovos são ovipostos nos frutos. As larvas são ápodas, brancas com 1 cm de
comprimento.
A pupação ocorre no solo. Os adultos são besouros pardo-escuros de 6 mm de
comprimento. As larvas broqueiam a polpa dos frutos e destroem as semente,
provocando também a queda dos frutos.
PSILÍDIO: Trizoida sp. (Homoptera: Psyllidae)
Os ovos são ovipostos endofiticamente em folhas novas provenientes de ramos em
crescimento, sobretudo naqueles que crescem após a poda das plantas. As Ninfas são
róseas recobertas por secreção branca. A fase ninfal dura cerca de 30 dias. Os adultos
são de coloração verde e medem 2 mm de comprimento. O ataque deste inseto ocorre
principalmente em folhas novas de ramos que emitem folhas após a poda das plantas. A
sucção de seiva em injeção de toxina nas folhas (sobretudo pelas ninfas) faz com que as
folhas atacadas ficam com os bordos retorcidos sendo que ocorre morte das células das
partes lesionadas. Essas injúrias provocam uma menor produção de frutos e também
redução do tamanho dos frutos.
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11.6. Mamoeiro
a) Pragas-chave:
ÁCARO BRANCO: Polyphagotarsonemus latus. (Acarina: Tarsonemidae)
As formas adultas não são visíveis a olho nu e apresentam dimorfismo sexual, sendo as
fêmeas de coloração branca a amarelada brilhante e medindo, quando bem
desenvolvidas, cerca de 0,15 mm de comprimento por 0,11mm de largura. Os machos
são menores, com aproximadamente 0,14 mm de comprimento e 0,08 mm de largura,
apresentando coloração semelhante à das fêmeas.
Os ovos que são colocados isoladamente na face inferior das folhas novas, apresentamse achatados, elípticos, com saliências superficiais e têm coloração branca ou pérola.
Cada fêmea pode ovipositarem cerca de 25 a 30 ovos, por até 15 dias, e o ciclo
completa-se rapidamente, entre três a cinco dias. Esta praga ocorre em folhas jovens,
localizadas no ápice (ponteiro) da planta ou nas brotações laterais, geralmente em
regiões meristemáticas. Alimentam-se da epiderme das folhas, provocando grandes
alterações: no início, há perda de cor verde natural e, posteriormente, tornam se
cloróticas, coriáceas e encarquilhadas. Com a evolução dos danos, ocorre a paralisação
da atividade vegetativa, tornando-se esses danos muito semelhantes aos provocados
pelo vírus do mosaico do mamoeiro. As folhas recém-emergidas apresentam-se com o
limbo mal-formado e 73 reduzido quase que somente às nervuras, com pecíolo curto e, à
medida que as folhas mais velhas vão caindo, o mamoeiro fica sem o capitel de folhas,
motivo pelo qual essa praga é conhecida como “ácaro da queda do chapéu do
mamoeiro”.
ÁCARO RAJADO: Tetranychus urticae. (Acari: Tetranichydae)
Os ácaros tetraniquídeos vivem nas folhas mais velhas do mamoeiro, geralmente na
parte inferior do limbo, entre as nervuras mais próximas do pecíolo, onde tecem teias e
depositam seus ovos. As fêmeas chegam a ovipositar, em média, 50 a 60 ovos, num
período aproximado de 10 dias.
Os ovos, esféricos e de tonalidade amarelada, apresentam período de incubação médio
de quatro dias. O ciclo, de ovo a adulto, completa-se em cerca de 13 dias. As formas
adultas podem ser vistas a olho nu e apresentam acentuado dimorfismo sexual. As
fêmeas são de maior tamanho e corpo mais volumoso, com cerca de 0,46 mm de
comprimento, e apresentam uma mancha verde-escura em cada lado do dorso. Os
machos medem aproximadamente 0,25 mm de comprimento, tendo a parte posterior do
corpo mais afilada. As formas adultas, ao se alimentarem, dilaceram as células do tecido
foliar (mesófilo), provocando, inicialmente, amarelecimento do limbo foliar, seguido de
necrose e, posteriormente, de perfurações. As folhas, quando intensamente atacadas,
secam e caem prematuramente, reduzindo a área foliar, afetando o desenvolvimento e a
produtividade da planta, além de exporem os frutos à ação dos raios solares,
prejudicando a qualidade deles.
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ÁCARO PLANO: Brevipalpus phoenicis.
O ácaro plano Brevipalpus phoenicis apresenta o corpo achatado dorsoventralmente,
coloração vermelho-alaranjada e mede 0,25mm de comprimento. São encontrados junto
ao pecíolo dos frutos em desenvolvimento. Ao alimentar-se sobre os frutos, conferem
injúrias que se manifestam por manchas pardacentas, ásperas, semelhantes às causadas
por escoriações na superfície da casca.
11.7. Mangueira
a) Pragas-chave:
MOSCA DAS FRUTAS: Anastrepha sp., Ceratitis capitata. (vide citrus)
11.8. Maracujazeiro
a) Pragas-chave:
LAGARTAS DESFOLHADORAS: Dione juno juno, (Lepidoptera: Nymphalidae)
Os ovos são amarelos avermelhados e reunidos em conjuntos. As lagartas são pretas,
recobertas por espinhos, possuem hábito gregário e alcançando 3 cm de comprimento.
Os adultos são borboletas 74 alaranjadas, com as margens externas das asas pretas e 6
cm de envergadura.
Agraulis vanillae vanillae: (Lepidoptera: Nymphalidae).
Os ovos são dispostos isoladamente. As lagartas são pretas, com pontuações e faixa
lateral amarelos, vivem isoladamente com até 3 cm de comprimento. Os adultos são
Borboletas alaranjadas, com manchas pretas na asa anterior, faixa preta na asa posterior
ao longo da margem externa com áreas mais claras e 6 cm de envergadura
PERCEVEJOS: Diactor bilineatus, (Heteroptera: Coreidae)
Cor verde-escuro com manchas alaranjadas e pernas traseiras com expansão em forma
de folha.
Holymenia clavigera, (Heteroptera: Coreidae)
Bastante ágil, tem cor escura com manchas alaranjadas, antenas pretas com extremidade
branca. Leptoglossus gonagra. (Heteroptera: Coreidae)
Cor marrom, último par de patas com expansões laterais. Percevejos sugam a seiva de
todas as partes da planta ocasionando queda de botões florais e frutos novos além de
murchamento dos frutos desenvolvidos. Atacam flores e frutos novos provocando a
queda e murchamento destes.
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11.9. Macieira
MOSCA DAS FRUTAS MOSCA DAS FRUTAS: Anastrepha fraterculus. (vide citrus)
MARIPOSA ORIENTAL : Grapholita molesta (vide pêssego)
11.10. Pessegueiro
MOSCA DAS FRUTAS: Anastrepha fraterculus. (vide citrus)
MARIPOSA ORIENTAL: Grapholita molesta. (Lepidoptera: Olethreutidae)
As larvas variam de branco-creme a levemente amareladas e, quando totalmente
desenvolvidas medem cerca de 14 mm de comprimento.
O adulto é um
microlepidoptero de aproximadamente 12 mm de envergadura, asas anteriores
retangulares, cinzento-escuras, com a margem externa franjada, sendo as asas
posteriores mais claras, arredondadas e também franjadas. As larvas fazem galerias nos
ramos tenros dos ponteiros e também no interior dos frutos. Em consequência dessas
injúrias ocorre o murchamento dos ponteiros e posterior secamento, e em relação ao
fruto este torna-se inviável para a comercialização quando injuriado pela larva.
11.10. Videira
a) Pragas-chave:
FILOXERA DA VIDEIRA: Daktulosphaira vitifoliae.
Formas partenogênicas são fêmeas capazes de se reproduzir sem necessidade de
fertilização são ápteras, com cores que vão do amarelado ao castanho escuro, com
dimensões entre 0,3 e 1,4 mm, assumindo formas distintas consoantes a parte da planta
que atacam. Formas galícolas, vivem nas folhas e formam galhas esverdeadas na sua
página inferior. As formas radícolas vivem nas raízes, onde também formam galhas de
forma nodular ou tuberosidades alongadas, de cor castanhas escuro. Algumas destas
fêmeas desenvolvem asas, abandonam o solo e vão depositar ovos sobre as folhas.
Formas sexuadas, incapazes de se alimentarem no estado adulto, desprovidas de peças
bucais, com duas formas: fêmeas aladas, capazes de formar novas colónias distantes, de
cor amarelo dourado a ocre, com asas transparentes e com morfologia semelhante à de
minúsculas moscas, medindo de 2 a 3 mm de comprimento; machos ápteros,
acastanhados, com 0,3 a 0,5 mm de comprimento.
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12. Literatura Consultada
ANDREI, E. 2005. Compêndio de Defensivos Agrícolas. São Paulo, Andrei. 1142p.
BARBOSA, L.C.A. 2004. Os pesticidas o homem e o meio ambiente. Viçosa, Editora
UFV. 215p.
BASTOS, JOSÉ ALBERTO MAGALHÃES. Principais pragas das culturas e seus
controles. São Paulo: Nobel, 1985.
BURG,INÊS CLAUDETE; MAYER,PAULO HENRIQUE. Alternativas ecológicas
para prevenção de pragas e doenças. 30º Ed. Francisco Beltrão, PR: GRAFIT- Gráfica e
Editora, 2006.
GALLO et al. Manual de Entomologia Agrícola. São Paulo: Editora Agronômica
CERES.2ª Ed. 1988.
MATUO, T. Técnicas de Aplicação de Defensivos Agrícolas.FUNEP/UNESP.
Jaboticabal, 1990. 139p.
PINHEIRO, SEBASTIÃO (org.). A agricultura ecológica e a máfia dos agrotóxicos no
Brasil. Porto Alegre: Edição dos Autores, 1993.
ZAMBERLAM, JURANDIR. Agricultura Ecológica: preservação do pequeno
agricultor e do meio ambiente. Petrópolis,RJ:vozes, 2001.
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Hino Nacional
Hino do Estado do Ceará
Ouviram do Ipiranga as margens plácidas
De um povo heróico o brado retumbante,
E o sol da liberdade, em raios fúlgidos,
Brilhou no céu da pátria nesse instante.
Poesia de Thomaz Lopes
Música de Alberto Nepomuceno
Terra do sol, do amor, terra da luz!
Soa o clarim que tua glória conta!
Terra, o teu nome a fama aos céus remonta
Em clarão que seduz!
Nome que brilha esplêndido luzeiro
Nos fulvos braços de ouro do cruzeiro!
Se o penhor dessa igualdade
Conseguimos conquistar com braço forte,
Em teu seio, ó liberdade,
Desafia o nosso peito a própria morte!
Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!
Brasil, um sonho intenso, um raio vívido
De amor e de esperança à terra desce,
Se em teu formoso céu, risonho e límpido,
A imagem do Cruzeiro resplandece.
Gigante pela própria natureza,
És belo, és forte, impávido colosso,
E o teu futuro espelha essa grandeza.
Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada,Brasil!
Deitado eternamente em berço esplêndido,
Ao som do mar e à luz do céu profundo,
Fulguras, ó Brasil, florão da América,
Iluminado ao sol do Novo Mundo!
Do que a terra, mais garrida,
Teus risonhos, lindos campos têm mais flores;
"Nossos bosques têm mais vida",
"Nossa vida" no teu seio "mais amores."
Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!
Brasil, de amor eterno seja símbolo
O lábaro que ostentas estrelado,
E diga o verde-louro dessa flâmula
- "Paz no futuro e glória no passado."
Mas, se ergues da justiça a clava forte,
Verás que um filho teu não foge à luta,
Nem teme, quem te adora, a própria morte.
Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada, Brasil!
Mudem-se em flor as pedras dos caminhos!
Chuvas de prata rolem das estrelas...
E despertando, deslumbrada, ao vê-las
Ressoa a voz dos ninhos...
Há de florar nas rosas e nos cravos
Rubros o sangue ardente dos escravos.
Seja teu verbo a voz do coração,
Verbo de paz e amor do Sul ao Norte!
Ruja teu peito em luta contra a morte,
Acordando a amplidão.
Peito que deu alívio a quem sofria
E foi o sol iluminando o dia!
Tua jangada afoita enfune o pano!
Vento feliz conduza a vela ousada!
Que importa que no seu barco seja um nada
Na vastidão do oceano,
Se à proa vão heróis e marinheiros
E vão no peito corações guerreiros?
Se, nós te amamos, em aventuras e mágoas!
Porque esse chão que embebe a água dos rios
Há de florar em meses, nos estios
E bosques, pelas águas!
Selvas e rios, serras e florestas
Brotem no solo em rumorosas festas!
Abra-se ao vento o teu pendão natal
Sobre as revoltas águas dos teus mares!
E desfraldado diga aos céus e aos mares
A vitória imortal!
Que foi de sangue, em guerras leais e francas,
E foi na paz da cor das hóstias brancas!
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