INFLUENCIA DA ADIÇÃO DE NANOCARGAS MONTMORILONITA EM NANOCOMPÓSITOS POLIÉSTER/ FIBRA DE VIDRO. Emanoel Henrique Portella, Daiane Romanzini, Sandro Campos Amico, Ademir José Zattera INTRODUÇÃO A utilização de materiais em escala nanométrica é uma promissora .alternativa para reduzir o custo de compósitos convencionais e atingir aplicações de desempenho mecânico mais elevado [1]. Para que isso seja possível uma dispersão adequada das cargas em escala nanométrica deve ser garantida assim como as relações volumétricas entre a matriz e os reforços [2,3]. Diversas empresas na região de Caxias do Sul utilizam resina poliéster reforçadas por fibras de vidro no setor automobilístico tornando ainda mais interessante a utilização de nanocargas que podem diminuir o custo e a contração térmica e ainda aumentar as propriedades mecânicas [3,4]. OBJETIVOS Avaliar a influência das argilas Closite 15A, 30B e argila sódica nas propriedades mecânicas de flexão e impacto de compósitos de resina poliéster reforçada por fibras de vidro. MATERIAIS • Mantas de fibra de vidro com gramatura de 300g/m² (Owens Corning); • Argilas closite 15A, 30B e argila sódica (Na+) (Southern Clay Products • Resina poliéster ortoftálica insaturada UCFLEX UC 5530 (Elekeiroz S.A.); • Peróxido de metil etil cetona 35% de di-isobutil ftlato - Butanox LPT (Akzo Nobel); • Di(metil)anilina – DMA (Rudnik). PROBIC 2012 - 2013 Comparando-se os picos exotérmicos presentes nas curvas referentes à resina não curada com as três curvas após a cura, conclui-se que os processos de cura e pós cura foi efetivo para todas as amostras [5]. (DELAHAYE et al., 1998; BUREAU et al., 2001). Figura 3 – Análise de DSC das amostras de resina poliéster antes do processo de cura com as argilas Closite 15A, Argila sódica Na e Closite 30B e as mesmas após o processo de cura CNa, C30B e C15A. C30B melhores resultados de resistência a flexão (aumento 27% em relação à resina pura (RPCP)), devido ao aumento da resistência a propagação de trincas, este potencializado pela boa disperssão da argila closite 30B [7]. CNa Não dispersada de forma eficiente durante o processamento, justificando sua baixa resistência à flexão em relação à RPCP. C15A Baixo valor de resistência à flexão devido ao aumento de sua viscosidade durante a sonificação gerando pouca molhabilidade nas fibras de vidro e acúmulo de tensões. Figura 4 – Resistência a flexão dos compósitos reforçados por fibra de vidro (RPCP) e dos nanocompósitos reforçados por fibras de vidro e argilas closite 15A, 30B e argila sódica Na. Como pode ser observado na figura 5, não houve melhora significativa na resistência ao impacto para os nanocompósitos 30B e 15A quando comparados ao compósito RPCP. O compósito Na apresentou a maior resistência ao impacto entre os compósitos, isto pode estar atribuído a possíveis aglomerados gerados pela baixa dispersão que auxiliaram na dissipação de energia, evitando assim uma fratura frágil. Figura 1 – Estrutura do modificador orgânico das argilas Closite sódica (a) 15A (b) e Closite 30B (c). MÉTODOS Figura 5 – Resiliencia dos compósitos reforçados por fibra de vidro (RPCP) e dos nanocompósitos reforçados por fibras de vidro e argilas closite 15A, 30B e argila sódica Na. A quantidade de reforço utilizado foi 3% em peso de montmorilonita e 4 mantas de fibra de vidro, a quantidade de reforço foi mantida constante para todos os compósitos. RESULTADOS CONCLUSÃO A utilização das argilas 15A e Na+ não se mostraram satisfatórias para reforçar compósitos de resina poliéster e fibra de vidro em relação as propriedades de resistência a flexão, porem quando se necessita maior resistência ao impacto a argila sódica demonstrou bons resultados. A utilização da Cloisite 30B apresentou aumento de 27% nas propriedades de resistência a flexão quando comparada ao compósito tradicional, e se manteve constante em relação a resistência ao impacto. Portanto, indica-se a utilização da argila Cloisite 30B para utilização em compósitos poliéster/fibra de vidro, pois demonstrou bons resultados juntamente com uma boa dispersão por toda amostra. REFERÊNCIAS Figura 2 – Análises de difração de raio X (DRX) das argilas: argila sódica Na (a), closite 15A (b), closite 30B (c) e de seus respectivos compósitos. Deslocamento para esquerda nos picos de reflexão dos nanocompósitos é devido à impregnação da resina poliéster entre as lamelas da argila indicando um aumentando no espaçamento basal das mesmas. Porém, pra o compósito Cna, o aumento não foi tão considerável, resultado esperado uma vez que esta amostra não tem modificadores orgânicos [5]. O ângulo medido na difração dos compósitos C15A e C30B indica que estas tem aproximadamente o mesmo espaçamento basal, mostrando que o processamento utilizado foi mais eficaz na dispersão da argila closite 30B que tinha inicialmente menor espaçamento basal que a argila 15A [5]. [1] HANG, T. T. X. et al., Surface & Coatings Technology 2007. [2] DE ALMEIDA, A.S. Dissertação de Mestrado 2010. [3] Esteves, Ana C. Et al., Quimica Nova 2004. [4] Nguyen, Q. T. Et al., Advances in Polymer Technology 2006. [5] Gomes, C. F., Fundação Calouste Gulbenkian 1988 [6] DELAHAYE et al., 1998; BUREAU et al., 2001. [7] Hossain M. K. eEt al., Composites: Part A 2011. AGRADECIMENTOS