160 sua pessoa. A escolha do rato foi para traduzir ao leitor da publicação comunista mexicana a mensagem de que o Nêmesis de Stálin possuía as mesmas características desse roedor, e que havia sido capturado pelos Processos de Moscou. Fonte: Hemeroteca Nacional Digital de México (HNDM) Figuras 5 e 6: Charge de Arroyito e terceira página inteira do El Machete, n° 457, 03/02/1937, p. 3. Na página (Figura 6) em que a charge de Trotski (Figura 5) foi publicada, encontram-se diversos artigos contra a sua presença no México – “El Trotzkismo y Los Trotzkistas en Mexico”, “Quienes defienden a Leon Trotzky”, “Luis Cabrera y Leon Trotzky” e “Como trabajan los Trotzkistas en España”, – cujos conteúdos são semelhantes ao editorial “TROTZKY EN MEXICO. UNA INCONSECUENCIA DE CARDENAS Y UNA DEBILIDAD DE LA C.T.M.”. Esse caso apresentado constitui-se mais um exemplo do diálogo entre texto e imagem. Mesmo com a caricatura de Trotski, foi necessário o recurso da legenda, e a charge tinha ao seu redor diversos artigos críticos ao ex-líder do Exército Vermelho. Novamente sobre essa questão, torna-se relevante expor a análise de Fausta Gantús, segundo a qual as partes imagéticas e as textuais formam uma unidade importante, e consequentemente, “[...] la caricatura está compuesta de esas dos partes: una imagen culminada por un texto, o un texto vigorizado por una imagen” (GANTÚS, 2009, p. 14). Ademais dessas charges e caricaturas, Trotski também foi “vítima” de uma humorística tira de quadrinhos, batizada de “Muñecon y Muñequito”. Esse material foi inaugurado nas primeiras edições do El Machete, publicadas em 1937, e apresentava as (des)aventuras de dois amigos. Abaixo, seguem três dessas tiras.