Estímulo
à pesquisa
científica
Espaço para a ciência e o conhecimento
Desde o inicio de suas atividades em território brasileiro — há 87 anos —, a Nestlé tem se dedicado a construir um sólido relacionamento com instituições e profissionais da saúde. Ao logo dos anos, seus esforços têm se voltado para uma convivência baseada
no compromisso ético e no compartilhamento de valores que resultem no desenvolvimento do País e no benefício para a sociedade
brasileira. Para tanto, patrocina eventos científicos, estimula a produção e divulgação de pesquisas científicas nacionais e, acima
de tudo, promove o intercâmbio de idéias.
O Prêmio Henri Nestlé Nutrição e Saúde é uma das mais recentes iniciativas que traduz nossa filosofia corporativa de atuação
pautada pela investigação científica. Ao incentivar o desenvolvimento de pesquisas diferenciadas nas áreas de nutrição em saúde
pública, tecnologia e bioquímica de alimentos e nutrição clínica, a Nestlé reforça sua posição de pioneirismo e destaque no setor
privado para as ciências nutricionais.
A escolha do fundador da maior indústria de alimentos do mundo para dar nome a essa premiação não poderia ser mais significativa. Na década de 1860, Henri Nestlé iniciou uma trajetória de sucesso ao colocar seus conhecimentos a serviço da nutrição infantil.
Assim nasceu a Nestlé: com idealismo e inventividade para expandir os horizontes da ciência na segunda metade do século XIX.
Desde então, a busca por tecnologia de ponta para a indústria de alimentos sempre norteou a Empresa. São exemplos dessa atuação o pioneirismo no desenvolvimento das pesquisas que levaram à criação do café solúvel e a parceira com a National Aeronautics
and Space Administration – Nasa, para a criação de alimentos para primeira viagem tripulada à lua. E também o Nestlé Research
Center, conhecido pela comunidade acadêmica como um dos mais avançados centros de pesquisa em nutrição do mundo, e os
mais de 24 centros de investigação distribuídos pelas Américas, Europa, Ásia e África. Eles reúnem mais de 3 mil colaboradores de
70 nacionalidades diferentes, que compartilham o mesmo idioma da ciência e fazem com que a Nestlé possa se destacar por seu
conhecimento em nutrição, saúde e bem-estar, em todas as fases da vida.
Foi a consolidação desta história, voltada à ciência e ao incentivo de novas promessas nesse campo, que inspirou a criação do
Prêmio Henri Nestlé Nutrição e Saúde. Os vencedores, e todos os cientistas que concorreram ao Prêmio, são modernos visionários
que ousaram ser os primeiros e apresentar sonhos como o de Henri Nestlé.
A todos eles, meus parabéns!
Ivan F. Zurita
Presidente da Nestlé Brasil
3
Prêmio Henri Nestlé Nutrição e Saúde
Organizado pela Nestlé Brasil e com apoio da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN), da Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição (SBAN), da
Sociedade Brasileira de Ciência e Tecnologia de Alimentos (SBCTA), da Sociedade
Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral (SBNPE) e da Sociedade Brasileira de
Pediatria (SBP), a primeira edição do Prêmio Henri Nestlé Nutrição e Saúde movimentou o primeiro semestre de 2008. Com o objetivo de estimular a pesquisa
científica e destinada a estudantes e profissionais ligados às áreas relacionadas
à nutrição, saúde e bem-estar, a iniciativa recebeu quase 250 trabalhos inscritos,
vindos de vários Estados do Brasil.
Uma comissão científica (acompanhe no quadro a seguir), formada por
profissionais renomados de diferentes instituições de ensino e entidades, teve
a missão de selecionar os 18 melhores trabalhos científicos nas categorias I
(graduando, graduado, pós-graduando lato sensu e pós-graduado lato sensu) e
II (mestrando, mestrado, doutorando, doutorado, pós-doutorando e pós-doutorado), nas três áreas propostas para o Prêmio:
Nutrição em Saúde Pública • Projetos de saúde direcionados à promoção de
nutrição adequada, com o objetivo de demonstrar a importância do equilíbrio da
dieta nas diferentes fases da vida em populações de coletividade, comunidades,
serviços de apoio à saúde / assistenciais e escolas.
Tecnologia e Bioquímica de Alimentos • Nutrição aplicada à tecnologia de alimentos: desenvolvimento e avaliação de alimentos; ingredientes funcionais e
alimentos com benefícios nutricionais especiais; efeitos do processamento e armazenamento na estabilidade de nutrientes e alimentos; aproveitamento e avaliação de nutrientes obtidos de subprodutos.
Nutrição Clínica • Intervenções nutricionais nas diferentes fases da vida, que
promovam a prevenção e/ou tratamento de doenças agudas e crônicas em hospitais, clínicas, ambulatórios, consultórios, etc.
comissão
científic a
Prof. Dr. Durval Ribas Filho • Professor de pósgraduação em Nutrologia / ABRAN. Professor de
Nutrologia da Faculdade de Medicina de Catanduva/
Fameca/SP. Professor de Saúde Pública e Nosologia
Médico-Cirúrgica do IMES/SP. Co-fundador e
vice-presidente do Capítulo Latino-Americano
do American College of Nutrition. Presidente
da Associação Brasileira de Nutrologia e vicepresidente da Academia Latino-Americana de
Nutrologia – ALAN.
Profª. Dra. Gláucia Maria Pastore • Doutora em
Ciência de Alimentos pela Universidade Estadual
de Campinas em 1982. Professora titular da
Universidade Estadual de Campinas. Diversos
artigos publicados em periódicos especializados,
livros e capítulos. Participou de inúmeros eventos
nacionais e internacionais. Atua na área de Ciência
e Tecnologia de Alimentos com ênfase em ciência
de alimentos.
Prof. Dr. José Ernesto dos Santos • Professorassociado do Departamento de Clínica Médica da
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP.
Mestrado e doutorado em Clínica Médica sob
orientação do Prof. Dr. J. E. Dutra de Oliveira. Pósdoutorado no Department of Nutrition Sciences
da University of Alabama at Birmingham sob
orientação do Prof. C. L. Krumdieck. Foi presidente
da Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e
Enteral e do Departamento de Aterosclerose da
Sociedade Brasileira de Cardiologia.
Profª. Dra. Lilian Cuppari • Nutricionista,
mestre em Nutrição e doutora em Ciências pela
Universidade Federal de São Paulo. Professoraafiliada da disciplina de Nefrologia da Universidade
Federal de São Paulo. Coordenadora do curso de
especialização em Nutrição Aplicada às Doenças
Renais e vice-coordenadora do programa de pósgraduação em Nutrição da Universidade Federal de
São Paulo. Vice-presidente da Sociedade Brasileira
de Alimentação e Nutrição – SBAN e supervisora de
Nutrição da Fundação Oswaldo Ramos.
Reconhecimento ao estudo científico
comissão
científic a
Profª. Dra. Maria Cristina Gonzáles • Médica,
especialista em Gastroenterologia pela Federação
Brasileira de Gastroenterologia e em Terapia
Nutricional pela Sociedade Brasileira de Nutrição
Parenteral e Enteral. Mestre e doutora em
Epidemiologia, área de Pesquisa Clínica, pela
Universidade Federal de Pelotas, RS. Fellow do
Obesity Research Center do St. Luke’s-Roosevelt da
Universidade de Columbia, NY; professora-adjunta
e coordenadora da disciplina de Cirurgia da Escola
de Medicina; professora do mestrado em Saúde e
Comportamento da Universidade Católica de Pelotas,
RS; coordenadora das equipes multidisciplinares
de Terapia Nutricional do Hospital Universitário
São Francisco de Paula e da Santa Casa de
Misericórdia de Pelotas.
Profª. Dra. Roseli Oselka Saccardo Sarni • Doutora
em Medicina pela Universidade Federal de São
Paulo – Unifesp. Médica-assistente da disciplina de
Alergia, Imunologia e Reumatologia do departamento
de Pediatria da Unifesp. Professora-assistente do
departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina
do ABC. Assessora-técnica do Instituto de Ensino
e Pesquisa do Hospital Israelita Albert Einstein e
presidente do departamento científico de Nutrologia
da Sociedade Brasileira de Pediatria.
Profª. Dra. Silvia Franciscato Cozzolino •
Nutricionista, professora-titular da FCF – USP.
Coordenadora do programa de Pós-graduação
Interunidades de Nutrição Humana Aplicada – USP.
Responsável pelo Laboratório de Nutrição –
Minerais do Departamento de Alimentos e Nutrição
Experimental da FCF – USP. Presidente da Sociedade
Brasileira de Alimentação e Nutrição – SBAN. Atua em
pesquisa na área de micronutrientes.
Profª. Dra. Sonia Tucunduva Philippi • Professora
livre-docente do Departamento de Nutrição da
Faculdade de Saúde Pública da Universidade de
São Paulo. Com mestrado e doutorado pela USP.
Pesquisadora na Área de Métodos Diagnósticos para
Avaliação do Consumo Alimentar. Foi presidente da
Associação Paulista de Nutrição.
Mais do que uma homenagem a um homem de visão, a escolha do nome
de Henri Nestlé para a premiação fez jus a uma história voltada à pesquisa
em prol da nutrição, saúde e bem-estar. O Prêmio Henri Nestlé Nutrição e
Saúde consolida também o caminho traçado há mais de meio século pela
Nestlé Brasil em ampliar seu relacionamento com a comunidade científica
– por meio do fomento à realização de estudos científi-
“Mais uma vez,
a maior indústria
de alimentos e
nutrição do
mundo valoriza
a pesquisa
científica e
demonstra que
não fica alheia à
necessidade de
promover, sempre,
a produção
científica nacional”
Prof. Dr. Durval Ribas Filho
cos brasileiros, ao reconhecer e incentivar o trabalho de
pesquisadores nacionais.
“O Prêmio Henri Nestlé é interessante por seu
próprio conceito. Mais uma vez, a maior indústria de
alimentos e nutrição do mundo valorizou o desenvolvimento de pesquisas científicas, demonstrando que não
fica alheia à necessidade de promover, sempre, a produção científica nacional”, declara o professor doutor
Durval Ribas Filho, presidente da ABRAN e membro da
comissão científica. Profª. Dra. Gláucia Maria Pastore,
presidente da SBCTA e também membro da comissão,
complementa: “Essa iniciativa cria na comunidade científica o desejo de apresentar e divulgar o que está sendo
feito, em uma concorrência ética e saudável”.
A comissão científica selecionou e avaliou os traba-
lhos seguindo critérios previamente definidos e aceitos pelos concorrentes em três fases distintas. Dos 247 resumos inscritos, chegou-se às dez
melhores notas de cada categoria e área – que apresentaram, por escrito,
o trabalho completo. Após análise, as três melhores notas foram chamadas
a participar da terceira e última etapa do Prêmio: uma apresentação oral
para a comissão científica, quando foi definida a classificação dos trabalhos, entre 1º e 3º lugares.
5
Produção de qualidade
Um homem à frente do seu tempo
Nascido em Frankfurt em 10 de agosto de 1814, Heinrich Nestlé foi o
Os avaliadores destacaram o alto padrão dos es-
11º filho de uma família de 14 irmãos. Exilado na Suíça por problemas
tudos apresentados: “Descobri que muita pesquisa
políticos, adotou a grafia francesa e passou a assinar Henri Nestlé. Na
de qualidade está sendo feita no Brasil, inclusive por
adolescência, iniciou os estudos de química e farmacologia — um inte-
jovens que iniciam sua carreira e descobrem essa
resse devido, em muito, ao fato de ver metade de seus irmãos morrer
ainda jovens por problemas de saúde.
oportunidade para seu futuro”, destaca a Profª. Dra.
Lilian Cuppari, vice-presidente da SBAN e integrante da
comissão. Segundo a Profª. Dra. Sonia Tucunduva Phi
lippi, Profª. Livre-Docente do Departamento de Nutrição
da Faculadde de Saúde Pública da USP, a seleção dos
melhores foi um trabalho difícil: “Foram produções científicas de altíssimo nível; somente com muito critério e
análise conseguimos chegar a um consenso”.
A recompensa dada aos vencedores foi uma oportunidade a mais de aprimorar seus conhecimentos. Os três vencedores da Categoria I receberam como prêmio a inscrição,
com todas as despesas pagas, em um congresso nacional
de sua escolha, promovido pela Associação Brasileira de
Nutrologia, Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição,
Sociedade Brasileira de Ciência e Tecnologia de Alimentos,
Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral Enteral ou Sociedade Brasileira de Pediatria. Já os primeiros colocados
da Categoria II ganharam uma viagem à Suíça, também
com despesas pagas, incluída no roteiro uma visita ao
Nestlé Research Center. “Essa iniciativa tem repercussão
a longo prazo, já que os premiados têm todo o futuro pela
frente para continuar produzindo trabalhos com originalidade e qualidade”, acredita a Profª. Dra. Délia Rodriguez Amaya,
Profª. Titular da Universidade Estadual de Campinas.
Às vésperas de completar 30 anos, adquiriu uma propriedade produtora
Inaugurado em
1987, o Nestlé
Research Center
(NRC), em
Lausanne, na Suíça,
é o ponto focal
das investigações
científicas
empreendidas
pela Companhia.
Suporte científico
para todo o
Grupo Nestlé e
parte integrante
da comunidade
científica
internacional, o
NRC publica, por
ano, cerca de 270
estudos. Possui
uma equipe de
700 colaboradores,
incluindo mais
de 300 cientistas
(biólogos,
químicos,
psicólogos,
veterinários,
matemáticos,
farmacêuticos,
analistas
sensoriais,
nutricionistas,
toxicologistas,
engenheiros, entre
outros) de 70
nacionalidades
de alimentos e suplementos como azeite, vinagre e fertilizantes. Logo
em seguida, tornou-se um dos pioneiros e ganhou notoriedade ao beneficiar e comercializar água mineral com e sem gás e limonada gasosa,
bebidas pouco conhecidas na Suíça.
Foi por sua preocupação com os altos índices de mortalidade que passou a estudar um produto alimentar eficaz na nutrição de crianças nos
primeiros meses de vida. Devido à depressão econômica da década de
1840, foi obrigado a abandonar a pesquisa e o negócio de bebidas para
se dedicar à iluminação pública, produção de gás e materiais de construção civil – foi nessa época que inventou um cimento artificial.
Em 1867, para ajudar o filho de um amigo que não tomava leite materno, Henri retomou sua pesquisa e desenvolveu um composto alimentar
à base de leite de vaca e farináceas, a Farinha Láctea Henri Nestlé, que
se mostrou nutritiva e eficiente, salvando a vida do bebê. Estava assim
criado o produto que foi o embrião da primeira empresa alimentar do
mundo: a Societé Farine Lactée Henri Nestlé. A eficácia na alimentação
de crianças nos primeiros meses de vida e o sucesso do produto fizeram
com que passasse logo a ser exportado para outros países da Europa. O
êxito da empreitada permitiu a Henri abandonar seus outros negócios:
abriu um escritório em Londres e começou a exportar para a América do
Sul e Austrália. Graças a suas pesquisas, além da Farinha Láctea, lançou
outros alimentos que também se tornam referência em todo o mundo.
Em 1874, vendeu sua empresa para uma sociedade suíça e foi morar
em Glion, dedicando-se à hotelaria, turismo e, principalmente, à ajuda
social. Henri Nestlé morreu em 1890, aos 76 anos. Mesmo sem deixar
herdeiros, entrou para a história como o pai dos alimentos infantis.
“Que o Prêmio Henri Nestlé inicie uma tradição.
Queremos que ele seja o símbolo da pesquisa
científica voltada para a saúde e bem-estar”
Ivan F. Zurita
Presidente da Nestlé Brasil
Grandes vencedores
“Cumprimento
essa iniciativa
em favor do
desenvolvimento
humano no Brasil”
Dr. Osmar Terra – Presidente do
Conselho Nacional de Secretários
de Saúde do Brasil
Na manhã de 20 de junho, os par-
do trabalho escrito, definiram a classifica-
ticipantes da terceira e última etapa do
ção do primeiro, segundo e terceiro colo-
Prêmio Henri Nestlé reuniram-se na nova
cados de cada área e categoria do Prêmio
sede da Nestlé Brasil para apresentar oral-
Henri Nestlé.
mente suas pesquisas, já classificadas
A divulgação da classificação dos
entre as três grandes finalistas. Durante
trabalhos foi feita em cerimônia realizada
toda a manhã, os 18 cientistas estiveram
no mesmo dia 20. A espera pelo anúncio
à frente de seus avaliadores e membros
foi vivenciada com respeito, coleguismo
da comissão científica.
e, por que não, muita ansiedade.
As apresentações foram julgadas
Em seu discurso de abertura do
con­forme critérios como coerência e con­
evento, Ivan F. Zurita, presidente da Nes-
sistência com o trabalho escrito apre­
tlé Brasil, reforçou a vocação da Empresa
sentado, clareza das informações, ló­gica
para os cuidados com a vida, a nutrição
de argumentação e tempo de apresentação
e o bem-estar, destacando-os como va-
(de 12 a 15 minutos, cronometrados). Os
lores imutáveis da Nestlé. “Que esse
resultados da avaliação oral, somados aos
Prêmio Henri Nestlé inicie uma tradição.
momento da premiação
Profª. Dra. Gláucia e Maria
Elisa Caetano Silva, 1ª
colocada em Tecnologia e
Bioquímica de Alimentos,
Categoria I
A Profª. Dra. Roseli entrega
prêmio a Rosmeri Lazzaretti,
1ª colocada de Nutrição
Clínica, Categoria II
Profª. Dra. Sônia com
José Navarro Garcia,
1º colocado em Nutrição
em Saúde Pública,
Categoria II
7
Profª. Dra. Roseli com Danilo
Nogueira, 1º colocado em
Nutrição Clínica, Categoria I
Profª. Dra. Délia Rodriguez
e Vanessa Capriles,
1ª colocada em
Tecnologia e Bioquímica
de Alimentos, Categoria II
Tatiana Uchôa Passos,
1ª colocada em Nutrição
em Saúde Pública,
Categoria I
À esquerda,
finalistas do Prêmio
Henri Nestlé da
categoria I e, à
direita, da categoria II
Queremos que ele seja o símbolo da pes-
e o troféu, no caso dos primeiros lugares
quisa científica voltada para a saúde e
– das mãos dos representantes do comi-
bem-estar”, declarou. Dr. Osmar Terra,
tê científico e, depois, durante o coquetel
presidente do Conselho Nacional de Se-
que encerrou a primeira edição do Prê-
cretários de Saúde do Brasil e secretário
mio Henri Nestlé Nutrição e Saúde.
estadual de Saúde do Rio Grande do Sul,
Os resumos dos trabalhos vencedo-
prestou uma homenagem ao Prêmio:
res, bem como sua colocação final, podem
“Venho cumprimentar essa iniciativa da
ser conferidos nas páginas seguintes.
Nestlé em favor do desenvolvimento humano no Brasil”.
Para o momento da premiação, o comitê e os finalistas foram chamados ao
palco, por categoria e área. A satisfação
de todos por verem seus trabalhos reconhecidos foi a sensação dominante nos
participantes, claramente perceptível no
momento de receberem seu certificado –
Dra. Roseli, Dra. Lilian, Dra. Sônia,
Dr. José Ernesto, Dr. Durval.
Dra. Sílvia, Dra. Délia e Dra. Gláucia
c at egor i a 1
graduando
graduado
pós-graduando lato sensu
pós-graduado lato sensu
N u t r i ç ã o
e m
S a ú d e
P ú b l i c a
1ª colocada
Tatiana Uchôa Passos (CE)
2ª colocada
Ana Clara Martins e Silva (GO)
3ª colocada
Juliana Flores (MG)
1ª colocada
Tatiana Uchôa Passos (CE)
Aluna do 9º semestre do curso
de Graduação em Nutrição da
Universidade Estadual do Ceará,
Bolsista CNPq 2005-2008
CO-AUTORES
Helena Alves de Carvalho Sampaio
Juliana Magalhães da Cunha Rêgo
Maria Olganê Dantas Sabry
INSTITUIÇÃO DE ORIGEM
Universidade Estadual do Ceará – UECE
Índice glicêmico e carga glicêmica de dietas consumidas por estudantes
de escolas privadas de um bairro da periferia de Fortaleza, Ceará
R E S U M O
O índice glicêmico (IG) e a carga glicêmica (CG) dietéticos vêm, há anos, sendo alvo de
discussões polêmicas relativas à sua possível relação com obesidade, câncer, diabetes e doenças cardiovasculares. O IG é definido como a variação glicêmica após ingestão de alimentos com glicídios e a CG é a relação
do IG com o teor glicídico do alimento. Vários estudos têm demonstrado que IG e CG moderados e elevados têm
participação no desencadeamento das doenças citadas. Percebe-se atualmente uma tendência em valorizar a
investigação desses índices ao se avaliar consumo alimentar, com vistas a subsidiar ações educativas preventivas de doenças crônicas. No entanto, ainda são escassos os estudos sobre o tema, principalmente envolvendo
dieta de crianças a adolescentes.
objetivo
Avaliar IG e CG de dietas de alunos matriculados em escolas privadas de um bairro da
periferia da cidade de Fortaleza, no Ceará.
metodologia
No bairro, havia 15 escolas privadas, com um total de 3.698 alunos matriculados. A
amostra representativa foi determinada no software Epi info 6.0, através do cálculo baseado em população finita
e assumindo-se 50% de prevalência de situação de risco (IG e/ou CG moderados e/ou altos), chegando-se a 125
escolares. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual do Ceará, e os participantes e seus responsáveis legais assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido. Os alunos foram
selecionados aleatoriamente e responderam a um questionário de freqüência alimentar. Os dados, coletados em
medidas caseiras, foram convertidos em gramas e o IG e CG foram estimados e assim categorizados: IG baixo
(≤ 55), moderado (56 a 69) e alto (≥ 70); CG baixa (< 80), moderada (80 a 120) e alta (> 120). Após limpeza
dos dados, a dieta de 110 alunos pôde ser avaliada. Resultados e discussão: o IG médio verificado nas dietas
avaliadas foi 61,21 ± 4,22 (moderado) e a CG média foi 228,15 ± 71,16 (alta), configurando dietas inadequadas
tanto quanto à fonte alimentar, como quanto à concentração de carboidratos. Tais médias refletiram a realidade
da maioria, pois 95,45% e 97,27% das dietas avaliadas possuíam moderado IG e alta CG, respectivamente.
conclusões
O IG e a CG dietéticos verificados foram inadequados, configurando padrão alimentar de
risco para doenças crônicas, segundo o critério adotado. A situação demanda que ações educativas sejam implementadas, enfocando também o incentivo ao uso de fontes alimentares de menor índice e carga glicêmicos.
introdução
2ª colocada
Ana Clara Martins e Silva (GO)
Pós-graduada em Consultoria Alimentar e Nutricional pela Fanut, Universidade Federal de Goiás —
­ UFG
Ana Cláudia Andrade Ferreira Lima e Tânia Aparecida P. de Castro Ferreira
Culinária goiana modificada para uma alimentação saudável: caracterização nutricional e sensorial
O contexto atual de crescimento das doenças crônicas não-transmissíveis requer ações para a promoção da alimentação saudável,
adaptadas às realidades locais, como incentivo ao consumo de alimentos regionais e resgate dos aspectos culinários, tornando os métodos de preparo mais
saudáveis. Com união dos princípios da técnica dietética e da gastronomia, pratos da culinária regional podem ser modificados, tornando-se mais saudáveis
e adequados a determinadas condições fisiológicas, sem prejuízo dos atributos sensoriais (sabor, odor, textura e aparência).
objetivo
O objetivo foi modificar receitas da culinária goiana tornando-as diet e/ou light e avaliar aceitação por meio de análise sensorial.
metodologia
Selecionaram-se 17 receitas típicas. A partir desses pratos, desenvolveram-se receitas modificadas com substituição de ingredientes
(edulcorantes, margarina light, leite e derivados desnatados, farinha de trigo integral, acréscimo de hortaliças, etc.) e modificações nas técnicas de preparo.
As preparações desenvolvidas foram submetidas a um teste de aceitação, por meio do Teste de Escala Hedônica de 9 pontos. O delineamento experimental
foi por blocos completos aleatorizados (n = 42) ou incompletos (n = 44). Para verificar se houve diferença de média de aceitação entre as preparações doces
e salgadas, realizou-se análise de variância (ANOVA) e Teste Tukey. A composição nutricional foi calculada por tabelas de composição de alimentos. Foram
modificados oito pratos salgados e nove doces: arroz com pequi, biscoito de queijo, bolinho de arroz, empadão goiano, pamonha-à-moda, pamonha de sal,
peixe na telha e quibebe de mandioca com lingüiça; ambrosia, ameixa de queijo, bolo de arroz, broa de fubá, curau de milho, doce de mamão, doce de ovos,
pamonha-de-doce e pastelinho.
conclusões
Todas as preparações desenvolvidas foram bem aceitas, em relação a todos os atributos sensoriais, tendo médias maiores que 6,1
(> 68%). As preparações doces com melhores notas foram pamonha-de-doce e broa de fubá; entre as salgadas, foram peixe na telha, pamonha-à-moda, quibebe
de mandioca e pamonha-de-sal. As alterações na quantidade de gordura não prejudicaram a aceitação. Em todas as preparações foi possível realizar modificações
necessárias para alcançar as recomendações para uma alimentação saudável e para dietas com restrição de açúcares, sem prejudicar a aceitação em relação às
características sensoriais avaliadas.
introdução
3ª colocada
Juliana Flores (MG)
Pós-graduada em Nutrição Clínica pela Faculdade São Camilo – MG
Nutricionista da Prefeitura Municipal de Oliveira – MG
Principal estado nutricional observado em crianças com idade entre 2 e 4 anos assistidas pela Creche
Municipal “Dona Lora”, na cidade de Oliveira, mg
introdução
Diversos estudos têm demonstrado a importância dos fatores sócioeconômicos na determinação da saúde infantil. Entre estes, a
educação da mãe e a renda familiar têm sido considerados elementos básicos, por indicarem disponibilidade de recursos e conhecimento relacionado à saúde
da criança. As condições de desnutrição limitam a capacidade produtiva e intelectual das crianças, pois esse grupo apresenta vulnerabilidade aumentada
quanto aos aspectos fisiológicos e biopsicossociais. A desnutrição é uma condição patológica resultante da deficiente utilização de nutrientes, acompanhada
de manifestações clínicas com diferentes graus de severidade. A desnutrição não é causada apenas pela pobreza, pois seus efeitos são múltiplos e vinculados
à educação, à saúde, à alimentação e às características individuais.
objetivo
Verificar se o principal estado nutricional entre as crianças da Creche Municipal “Dona Lora” é desnutrição; analisar a condição socioeconômica das famílias, averiguar o nível de escolaridade das mães e avaliar os hábitos alimentares das crianças.
metodologia
Fizeram parte da população do estudo as crianças de 0 a 4 anos da Creche “Dona Lora” na cidade de Oliveira, MG, em abril de 2005.
Para coleta de dados foram elaborados: tabela de hábitos alimentares e formulário de questionário orientado específico para esse estudo, constando peso e
altura das crianças. Entre as crianças estudadas, 70,6% encontravam-se eutróficas e 29,4% com algum grau de desnutrição de acordo com os indicadores P/A
e A/I recomendados pela OMS comparados ao padrão NCHS. A renda per capta de 35,7% das famílias estudadas era menor que um quarto do salário mínimo e
em 42,9% variava entre um quarto e meio salário mínimo. Entre as mães das crianças estudadas, a maioria (82,4%) não completou o 1º grau. Entre as crianças estudadas, 62,5% consomem a quantidade de porções recomendadas de cada grupo de alimentos, de acordo com a pirâmide alimentar brasileira para
crianças; 88,2% consomem a recomendação do grupo de carboidratos. Quanto à recomendação de proteínas, a maioria (94,1%) consome o recomendado de
leite e derivados porém o número de crianças que consomem alimentos do grupo de carnes em quantidade recomendada é apenas 35,3%; e 52,9% consomem
o recomendado de frutas e 64,7% o de verduras.
conclusões
O principal estado nutricional encontrado entre as crianças da creche foi eutrofia, apesar da prevalência da baixa renda familiar e do
pouco grau de instrução da maioria das mães. O estado nutricional apresentou correlação com os hábitos alimentares da maioria das crianças, de acordo com
o recomendado para crianças.
9
c at egor i a 1
graduando
graduado
pós-graduando lato sensu
pós-graduado lato sensu
Te c n o l o g i a
e
B i o q u í m i c a
d e
A l i m e n t o s
1ª colocada
Maria Elisa Caetano Silva (SP)
2º colocado
Leandro Cesar de Godoy (PR)
3ª colocada
Daniela Canuto Fernandes (GO)
1ª colocada
Maria Elisa Caetano Silva (SP)
Graduanda em Ciência dos Alimentos
na Escola Superior de Agricultura Luiz
de Queiroz — ESALQ/ USP
CO-AUTORES
Maria Teresa Bertoldo Pacheco
Adriane Elizabete Costa Antunes
INSTITUIÇÃO DE ORIGEM
Instituto de Tecnologia
de Alimentos — ITAL
Desenvolvimento de produtos lácteos probióticos adicionados de
coacervados de proteínas de soro de leite e polissacarídeos
R E S U M O
introdução
O soro de leite, oriundo da produção de queijo, embora contendo proteínas de reconhecido
valor nutricional, costuma ser considerado um subproduto da indústria de laticínios, sendo oportuno o estudo da
recuperação e aplicação dessas proteínas. Trabalhos anteriores têm utilizado a técnica de complexação das proteínas com polissacarídeos em pH ácido, para formação de coacervados de elevado peso molecular, facilitando a
separação das proteínas dos demais componentes do soro.
objetivo
Essa técnica é muito interessante do ponto de vista ambiental, pois não gera resíduo e
permite a obtenção de um subproduto com características funcionais e nutritivas diferenciadas. O emprego de
culturas probióticas em iogurtes é uma nova tendência do mercado de laticínios. Neste trabalho, as proteínas do
soro foram recuperadas por coacervação complexa com o polissacarídeo carboximetilcelulose (CMC) com objetivo de avaliar a aplicação desse produto em iogurte probiótico.
metodologia
O iogurte foi preparado a partir de leite desnatado pasteurizado, inoculado com 2% de
cultura probiótica Bifidobacterium animalis supsp lactis (Bb12) e 1% de Lactobacillus bulgaricus e Streptococcus thermophilus, fermentação a 45º C por aproximadamente 4 horas (até atingir pH 4,8) e homogeneizado.
Primeiramente, foi avaliada a viabilidade da cultura probiótica durante o armazenamento do produto (30 dias).
Foram testadas duas concentrações de adição de coacervado (0,5 % e 1 %) e o iogurte-controle (sem adição). Foi
aplicado ao iogurte o teste de aceitabilidade, utilizando-se Escala Hedônica de 9 pontos. Os atributos avaliados
foram aparência, sabor, consistência e impressão global (n=34). Todas as amostras apresentaram contagens
semelhantes da cultura probiótica, indicando que as concentrações avaliadas do coacervado não interferiram
nas contagens obtidas. Concentrações de coacervado ao redor de 0,78 % e goma guar 0,68% resultaram em um
iogurte estável, com viscosidade adequada (243,0 cP, na taxa de deformação de 30,0 rpm) e viabilidade da cultura probiótica dentro do valor esperado. Após o armazenamento refrigerado da amostra (30 dias), a contagem
da cultura probiótica foi de 8,17 log UFC.mL-1. Da análise sensorial, o atributo sabor recebeu a maior pontuação
(151 pontos), seguido dos atributos impressão global e consistência, com 144 e 131 pontos, respectivamente.
conclusões
Os experimentos realizados mostraram que a aplicação de coacervado protéico em iogurte probiótico é viável, visto que não interfere na viabilidade da cultura B. anrmalis; além disso, esta apresentou
contagem adequada ao estabelecido na legislação brasileira.
2º colocado
Leandro Cesar de Godoy (PR)
Graduado em Zootecnia pela Universidade Estadual de Maringá — UEM/PR e mestre em Aqüicultura pela Uiversidade do Rio Grande — FURG/RS
Maria Luiza Rodrigues de Souza Franco, Nilson P. Franco, Jesuí V. Visentainer e Nílson E. Souza
Farinha aromatizada a partir de carcaças de peixes para a alimentação humana
introdução
Muitos subprodutos aqüícolos são descartados, proporcionando problemas econômicos e ambientais. Algumas vezes esses subprodutos são utilizados para elaboração de silagem ou farinha de peixe para consumo animal. No entanto, a elaboração da farinha ou concentrado aromatizado a
partir de carcaças de peixes provenientes da indústria de filetagem poderá ser uma fonte de alimento alternativo com potencial econômico e aplicação social.
Com uso de tecnologia adequada, esse subproduto poderá ser transformado em produto com elevado valor agregado e nutricional.
objetivo
O objetivo do experimento foi avaliar a utilização de subprodutos da piscicultura, através da obtenção de farinha aromatizada a partir
de carcaças de tilápia, pacu e carpa defumadas com ervas aromáticas.
metodologia
Foram realizadas análises de rendimento, composição físico-química, composição de ácidos graxos e análise microbiológica. As carcaças (sem nadadeiras e cabeça) foram lavadas, pesadas e imersas em salmoura com ervas aromáticas, defumadas e desidratadas. Após, as carcaças foram
finamente moídas. Os rendimentos obtidos nas carcaças desidratadas foram maiores para a tilápia (11,37%) e menores para a carpa (6,1%), não diferindo
do pacu (7,0%). As farinhas elaboradas apresentaram valores médios de 19,64% de umidade, 32,82% de PB; 21,95 % de lipídios totais e 22,86% de cinzas. A
farinha elaborada a partir das carcaças de carpa apresentou maior teor de proteína bruta (36,15%), diferindo significativamente da farinha de pacu (29,81%).
A farinha de pacu apresentou um teor de lipídios totais (26,33%) superior às demais farinhas. As farinhas apresentaram um teor médio de cálcio de 1,77 g/100 g,
valor significativo quando comparado com outros alimentos como queijo mussarela(739 mg/100 g). O teor médio de ferro foi de 1,96 mg/100 g. Esse valor
pode ser considerado representativo quando comparado com fígado bovino cru (12,10 mg/100 g) ou farinha de soja (9,10 mg/100 g). Em relação ao fósforo,
as farinhas apresentaram teor médio de 5,38 mg/100 g, sendo o recomendado 460 mg/dia para crianças de 1 a 3 anos (DRls, 2002). Foram encontrados 23
ácidos graxos nos lipídios totais. Os que tiveram maior representatividade foram o 18:1n-9 (oléico) com valores variando de 33,74% a 42,17%, seguido do 16:0
(palmítico) de 20,78% a 27,51%, 18:2n-6 (linoléico), variando de 7,89% a 19,40%e do 18:0 (esteárico) de 5,44% a 9,82%.
conclusões
A contagem microbiológica mostrou valores inexpressivos de coliformes totais, ausentes para coliformes fecais e salmonela. A
farinha pode ser utilizada no enriquecimento nutricional para o consumo humano, através da elaboração de diversos produtos (canja, caldo, pirão, sopa
com farinha aromatizada).
3ª colocada
Daniela Canuto Fernandes (GO)
Bolsista de iniciação científica, aluna da Faculdade de Nutrição, Universidade Federal de Goiás —
­ UFG
Thays Regina Louzada Cunha e Maria Margareth Veloso Naves
Qualidade nutricional da amêndoa de baru de diferentes plantas nativas do cerrado em
relação oo amendoim
introdução
O baru (Dipteryx alata, Vog.) é uma leguminosa arbórea de sabor similar ao do amendoim. Estudos têm demonstrado grande variabilidade genética entre os barueiros, o que poderia interferir no perfil de suas proteínas.
objetivo
Objetivou-se, neste estudo, caracterizar quimicamente a amêndoa de baru de diferentes plantas nativas do cerrado da região sudeste
do Estado de Goiás e avaliar sua qualidade protéica, comparando-a à do amendoim.
metodologia
As amêndoas de baru e o amendoim foram torrados (140º C/30 min) e analisados quanto à composição química, o perfil de aminoácidos e o conteúdo de minerais, conforme métodos padronizados. Foi realizado um ensaio biológico com 30 ratos albinos, machos, recém-desmamados,
distribuídos em cinco tratamentos e seis repetições, sob condições ambientais padronizadas e consumindo dietas formuladas segundo AIN-93G (American
Institute of Nutrition) com 10% de proteína e isocalóricas. Para o controle da ingestão das dietas, usou-se o tratamento baru como grupo pair feeding. O valor
protéico das amostras foi estimado por meio do NPR (Net Protein Ratio) e PDCAAS (Protein Digestibility-Corrected Amino Acid Score). A amêndoa de baru
apresentou elevados teores de lipídios (39,7 a 43,7 g/100 g) e proteínas (23,8 a 28,2 g/100 g), havendo diferenças significativas (Teste de Tukey, P<0,01)
entre amêndoas de diferentes plantas. Foram constatados também altos teores de lipídios (44,5 g/100 g) e de proteínas (32,6 g/100 g) no amendoim. O perfil
de aminoácidos revelou que a lisina (EAE-escore de aminoácido essencial-entre 78,0 e 86,3%) e os aminoácidos sulfurados (EAE entre 80,0 e 84,8%) foram
os aminoácidos limitantes em relação ao padrão de aminoácidos essenciais preconizado pela Organização Mundial da Saúde (padrão FAO/WHO/UNU). Já o
amendoim é muito deficiente em lisina (EAE de 33%). A qualidade protéica (NPR relativo) foi de 74% para o baru e 66% para o amendoim (diferenças significativas, P<0,05). A digestibilidade da proteína da amêndoa de baru foi de 79,4%, e a do amendoim, de 91,8%. Os valores de PDCAAS variaram entre as plantas de
baru, de 61,9% a 68,5%, havendo diferenças significativas, e foi de apenas 30,1% para o amendoim. Quanto ao conteúdo mineral, a amêndoa apresentou alto
conteúdo de cálcio (110,4 a 149,2 mg/100 g), ferro (39,3 a 58,8 mg/100 g) e zinco (40,8 a 54,1 mg/100 g).
conclusões
Conclui-se que existem diferenças no valor nutricional das amêndoas de diferentes plantas de uma mesma região, sobretudo quanto
ao perfil de aminoácidos essenciais e teores de minerais. Além disso, a amêndoa constitui uma fonte de proteína de qualidade superior à do amendoim, sendo
indicada para fins dietéticos, gastronômicos e tecnológicos com vantagens nutricionais.
11
c at egor i a 1
graduando
graduado
pós-graduando lato sensu
pós-graduado lato sensu
N u t r i ç ã o
C l í n i c a
1º colocado
Danilo Barion Nogueira (SP)
2ª colocada
Mayara Franzoi Moreno (PR)
3ª colocada
Maira Tatiana Viviani (SP)
1º colocado
Danilo Barion Nogueira (SP)
Graduando do Curso de Nutrição do
Centro de Ciências da Saúde
Universidade Católica de Santos — SP
Co-autores
Gabriela de Paula Guimarães
Rogério Corrêa Peres
Elizabete Lourenço da Costa
INSTITUIÇÃO DE ORIGEM
Centro de Ciências da Saúde
Universidade Católica de Santos — SP
Implicações da dieta cetogênica sobre o peso, atividade motora
e cicatrização de ratos
R E S U M O
A dieta cetogênica (DC) foi inicialmente desenvolvida em 1920 para o tratamento de
epilepsias-farmacorresistentes e vem sendo apontada como possível alternativa de tratamento para obesidade,
dislipidemias, resistência à insulina e até mesmo esteatose não-alcoólica. No entanto, poucos estudos avaliam
mudanças comportamentais relacionadas à DC, com resultados controversos sobre seu efeito na atividade motora
e ansiedade. Sabe-se que com a utilização da dieta o cortisol encontra-se elevado, podendo levar a algumas alterações nas respostas inflamatórias, imunológicas, de nocicepção e ganho de peso, verificadas em estudos animais.
objetivo
Avaliar a influência da dieta cetogênica no ganho de peso e comportamento emocional dos
ratos submetidos aos modelos experimentais: Labirinto em Cruz Elevado (LCE) e Campo Aberto (CA), bem como o
tempo de cicatrização, após lesão induzida por incisão cirúrgica, e contagem e diferenciação de leucócitos.
metodologia
Foram utilizados 20 ratos machos da linhagem Wistar, com 2 meses de idade, divididos em dois grupos, um submetido à DC e o grupo controle, que recebeu ração comercial, durante 7 dias. Após
esse período, os animais foram pesados, submetidos aos modelos de comportamento (LCE e CA), sofreram
uma pequena incisão cirúrgica e tiveram o sangue coletado para contagem e diferenciação de leucócitos em
câmara de Neubauer.
re s ultados
Verificou-se que os ratos submetidos à DC apresentaram menor ganho de peso, quando
comparados com os ratos do grupo-controle (p<0,05). O comportamento do grupo DC não mostrou diferença
significativa nas medidas de comportamento e ansiedade no modelo LCE, enquanto no CA observou-se uma
atividade ambulatória significativamente maior, pelo maior número de quadrantes ultrapassados, quando comparado com o grupo-controle. Quanto aos resultados dos experimentos que visaram a dar um indicativo de alterações no sistema imunológico, os animais do grupo DC apresentaram cicatrização significativamente melhor
que os animais do grupo-controle, após 72 horas (p=0,0035) e 96 horas (p<0,1). Não houve diferença entre
os grupos estudados quanto à contagem e diferenciação de leucócitos, durante o período experimental, havendo
apenas uma discreta redução na contagem de eosinófilos nos animais do grupo experimental, quando comparados com o grupo-controle.
conclusões
Os resultados deste estudo mostram que a DC reduz o ganho de peso, afeta a atividade
motora e o tempo de cicatrização nos animais experimentais, sugerindo que a dieta possa interferir com a atividade do sistema imunológico, sendo necessário elucidar os mecanismos que levam a essas alterações para uma
avaliação adequada dos riscos e vantagens da utilização da dieta cetogênica.
introdução
Mayara Moreno Franzoi (PR)
2ª colocada
Graduanda em Nutrição na Pontifícia Universidade Católica do Paraná — PUC (PR)
Solange Marta Franzoi de Moraes e Fernando Carlos de Sousa
Avaliação dos parâmetros corporais e nutricionais de ratos submetidos a treinamento físico e dieta de cafeteria
introdução
Neste trabalho, ratos de laboratório foram submetidos a uma dieta experimental conhecida como “dieta de cafeteria” e ao exercício
físico aeróbico em esteira rolante.
objetivo
Com essa metodologia, buscou-se avaliar o desenvolvimento de obesidade nos animais alimentados com a dieta experimental e os
possíveis efeitos protetores do exercício físico. Também foi avaliada a adequação dos macro e micronutrientes na alimentação experimental em relação a uma
dieta comercial padronizada.
metodologia
Para tanto, foram utilizados 32 ratos machos (Rattus norvegicus) da linhagem Wistar, que foram divididos em quatro grupos: sedentários-controle (SC), sedentários-cafeteria (Sca), treinados-controle (TC), e treinados-cafeteria (Tca). Aos grupos com dieta de cafeteria foi oferecido um cardápio com alimentos industrializados, mas variando a cada dia da semana os alimentos e ofertando simultaneamente uma ração padronizada para roedores
e água. A caracterização da dieta de cafeteria como uma alimentação hiperlipídica e hipercalórica é decorrente da composição dos alimentos utilizados em
relação à ração padronizada. O treinamento físico consistiu em seções de esteira rolante 5 vezes por semana 1 hora cada seção. O período experimental foi
de quatro meses de intervenção com dieta hipercalórica para os grupos de cafeteria e dieta comercial para os grupos-controle e três meses de treinamento
para os grupos-treinados. Os dados são apresentados na forma média ± erro padrão da média. Os grupos sob dieta de cafeteria apresentaram maior ganho de
peso ao longo do período experimental e conseqüentemente os maiores valores de peso corporal ao final do experimento (Sca 523,20 ± 18,40 g e Tca 522,80
± 16,80 g) quando comparados com os grupos-controle (SC 422,30 ± 14,00 g e TC 393,90 ± 14,30 g).
conclusões
Nos grupos com dieta de cafeteria houve clara preferência pelos alimentos industrializados em detrimento da ração e água e conseqüentemente os principais substratos energéticos foram os carboidratos e os lipídios, enquanto nos grupos-controle foram os carboidratos e as proteínas. A
dieta de cafeteria apresentou grande quantidade de sódio, equivalência em quantidade de ferro e inferioridade em relação ao cálcio e à fibra em comparação
com a dieta comercial oferecida. A alimentação equilibrada se mostrou um fator determinante no controle de peso corporal. O treinamento tentou atenuar os
efeitos da dieta de cafeteria em promover sobrepeso/obesidade sem, no entanto realizá-lo eficientemente. Uma hipótese para essa ineficiência do exercício
físico na prevenção do sobrepeso/obesidade é a influência de a dieta hipercalórica ser predominante sob esse aspecto.
3ª colocada
Maira Tatiana Viviani (SP)
Graduada em Nutrição pela Universidade do Oeste Paulista — Unoeste
Manoel Carlos Spignel Lima e Jair Rodrigues Garcia Júnior
Comparação do gasto energético de repouso obtido pelo consumo de oxigênio
e por equação matemática
Na prática da nutrição clínica é fundamental a determinação do gasto energético total para a melhor adequação do valor calórico da
dieta a ser prescrita. Existem métodos de calorimetria direta, de calorimetria indireta e equações para essa determinação. As equações são menos precisas,
porém podem ser utilizadas com o auxílio de uma simples calculadora ou de softwares específicos. Porém, os valores podem ser subestimados ou superestimados, comprometendo o resultado da dieta.
objetivo
Por isso, nosso objetivo foi comparar o gasto energético de repouso obtido por calorimetria indireta com o obtido por meio das
equações, além de parâmetros relativos à composição corporal de indivíduos sedentários e fisicamente ativos.
metodologia
Participaram 60 voluntários de ambos os sexos com idade de 18 a 28 anos, IMC de 20 a 25 kg/m2, sedentários e fisicamente ativos,
não-gestantes ou lactantes, não-usuários de dieta hipocalórica e sem nenhum problema de saúde. Foram medidos peso, altura e dobras cutâneas. A calorimetria indireta foi realizada por meio de aparelho analisador de gases. As significâncias das diferenças entre a calorimetria e as equações e outros parâmetros
foram determinadas utilizando ANOVA e Teste Tukey. A massa magra foi maior no grupo masculino fisicamente ativo (61,1 kg) em comparação com o sedentário (56,6 kg) (p<0,05). A gordura corporal foi menor no grupo feminino fisicamente ativo (25,4%) em comparação com o sedentário (27,8%) (p<0,05). O
gasto de repouso estimado pelas equações foi maior (p<0,05) que o gasto determinado com a calorimetria, em quase todos os grupos. No grupo masculino
sedentário, o valor da calorimetria foi de 1.373,9 kcal/dia e chegou a ser superestimado em até 26,3% com uma das equações. No masculino fisicamente ativo,
o valor da calorimetria foi de 1.563,9 kcal/dia e chegou a ser superestimado em 12,6% com as equações. Nos grupos femininos sedentário e fisicamente ativo,
os valores da calorimetria foram de 1.031,4 kcal/dia e 965,4 kcal/dia, sendo superestimados em até 50,1% e 60,4%, respectivamente.
conclusões
Concluímos que as alterações da massa magra em homens tiveram pequeno reflexo no consumo de O2 e gasto energético. As equações
matemáticas apresentaram valores de gasto superestimados em pelo menos 12%, por isso sugerimos que haja critério e cuidado na escolha das equações
para estimativa do gasto energético.
introdução
13
c at egor i a 2
mestrando
mestrado
doutorando
doutorado
pós-doutorando
pós-doutorado
N u t r i ç ã o
e m
S a ú d e
P ú b l i c a
1º colocado
José Navarro Garcia (SP)
2ª colocada
Giselle Adriana de Paiva Pereira (SP)
3ª colocada
Thais Manzano Parisotto (SP)
1º colocadO
José Navarro Garcia (SP)
Graduado em Química pela
Universidade Autônoma de Santo
Domingo — República Dominicana
Mestre em Ciências dos Alimentos
pela Universidade Nacional
Autónoma de México – UNAM
Doutorado em Ciências da Nutrição
pela Universidade Federal de São
Paulo – Unifesp
co-autores
Dirce Maria Sigulem
Alexandre Ferraro
Juan José Polanco
Aluísio Barros
Instituição de origem
Universidade de São Paulo – Unifesp
Avaliação do impacto de um programa de atenção primária em saúde
materno-infantil sobre o estado nutricional no segundo ano de vida
R E S U M O
A partir de experiências desenvolvidas no Brasil, realizou-se um estudo de intervenção, na
República Dominicana, dentro do componente comunitário da Estratégia Atenção Integrada às Doenças Prevalentes
da Infância (AIDPI).
objetivo
Avaliar o impacto da Pastoral Materno-Infantil sobre indicadores do estado nutricional
de crianças acompanhadas desde a gestação até o segundo ano de vida, em comunidades de baixa renda da
República Dominicana.
metodologia
Foi realizado um delineamento quase-experimental, não aleatorizado, pareando 8 áreas
geográficas de intervenção com oito áreas geográficas de controle, cujos indicadores socioeconômicos eram semelhantes. Nas áreas de intervenção, as mães receberam visitas domiciliárias a cada mês e participaram de encontros
quinzenais durante a gravidez e mensais após o parto. Foram coletados dados de base após o parto, e dados de
resultados quando as crianças estavam com 13-24 meses de idade. Os principais desfechos estudados foram os
índices antropométricos e os níveis de hemoglobina.
re s ultados
Foram avaliadas 196 crianças no grupo de intervenção e 263 no grupo-controle. As
análises ajustadas para variáveis de confusão mostraram tendência de associação positiva da intervenção com o
escore-Z da estatura para a idade (diferença da média 0,21, P=0,067) e uma média menor do escore-Z do índice de
massa corporal para a idade (diferença -0,31, P=0,001). A prevalência da baixa estatura para a idade (E/I < -2Z) e
a prevalência do índice de massa corporal para a idade maior do percentil 85 tenderam a ser menores no grupo de
intervenção, com valores ajustados da razão de odds de 0,50 (P=0,085) e 0,43 (P=0,005) respectivamente. A intervenção também resultou associada a uma menor prevalência de anemia (Hb < 11.0 g/dl), com razão de odds de
0,57 (P=0,011). Alguns resultados de fatores intermediários fortalecem a plausibilidade de atribuir à intervenção
as diferenças observadas nos desfechos principais; no entanto, a intervenção não conseguiu melhorar importantes
desfechos como a prevalência de diarréia e a hospitalização.
conclusões
O estudo encontrou evidência de associação da intervenção com um crescimento mais
harmônico, reduzindo o risco de sobrepeso e tendendo a diminuir a baixa estatura para idade. A intervenção também esteve associada à menor prevalência de anemia. Recomenda-se estudar a maneira de aumentar o efeito sobre a anemia e melhorar as ações dirigidas a reduzir a morbidade.
introdução
2ª colocada
Giselle Adriana de Paiva Pereira (SP)
Pós graduanda em mestrado em Nutrição em Saúde Pública pela Uiversidade de São Paulo — USP
Patrícia Souza Genaro, Marcelo Medeiros Pinheiro, Vera Lúcia Szejnfeld , Ligia Araújo Martini
Intervenção nutricional em mulheres com osteoporose:
comparação entre adequação dietética e suplementação
Diversos estudos demonstram a necessidade de aumentar a ingestão de cálcio e vitamina D em mulheres com osteoporose,
devido à atuação destes no metabolismo ósseo. Considerando que a dieta da população brasileira tem se mostrado muitas vezes inadequada com relação
ao consumo do cálcio e vitamina D, a suplementação desses componentes pode ser necessária em indivíduos que não conseguem atingir os níveis de
ingestão recomendados através da dieta.
objetivo
O objetivo do presente estudo foi comparar os efeitos da suplementação de cálcio e vitamina D com a adequação dietética nos níveis
séricos da vitamina D [25(OH)D] em 45 mulheres na pós-menopausa com diagnóstico de osteoporose.
metodologia
As pacientes, antes de iniciarem intervenção, foram randomizadas em 3 grupos: controle, adequação dietética e suplementação
de cálcio (1200 mg) e vitamina D (400 UI) sendo acompanhadas durante 90 dias. Foram coletados antes e após a intervenção: registro alimentar de três
dias e soro para dosagem de 25(OH)D e paratormônio (PTH). Para o cálculo dos nutrientes foi utilizado o software Nutrition Data System. Para as análises
estatísticas foram utilizados os testes One-way ANOVA para comparar as diferenças entre grupos, e teste T pareado para as diferenças no mesmo grupo. No
grupo-controle, não houve mudança significante após a intervenção na ingestão de cálcio 604(250) – 635 (338)mg/d, da vitamina D 3,12(1,6) – 3,82
(2,4)µg/d; porém houve uma diferença significativa (p<0,05) no nível sérico da 25(OH)D 55,9 (13,2) – 63,6 (21,2)nmol/l. No grupo adequação dietética,
houve mudança significante (p<0,05) na ingestão de cálcio 785(297) – 1016(269)mg/d; porém não houve diferença significante no consumo de vitamina
D 5,2(2,6) – 6,9 (2,9)µg/d, assim como no nível sérico de vitamina D 71,1(21,9) – 75,8 (24,5)nmol/l. No grupo de suplementação, houve mudança significante na ingestão de cálcio 719(268) – 1739 (600)mg/d; na ingestão da vitamina D 3,95 (1,5) – 12,3 (4,5)µg/d; e também nos níveis séricos de 25(OH)D
57,1(12,9) – 63,1(21,9)nmol/l. Não houve alteração no PTH nos grupos.
conclusões
Os resultados indicam que a intervenção nutricional tanto na forma de orientação dietética como suplementação foi efetiva em
aumentar a ingestão de cálcio. Entretanto, apenas a dieta não mostrou efeito positivo nos níveis séricos de vitamina D, uma vez que não houve aumento significante da ingestão dessa vitamina, devido à ausência de alimentos-fonte em nosso meio. Assim, o uso de suplementos deve ser considerado em mulheres
na pós-menopausa com osteoporose.
introdução
3ª colocada Thais Manzano Parisotto (SP)
Doutoranda em Odontologia pela Faculdade de Odontologia de Piracicaba — Unicamp
Marinês Nobre dos Santos Uchôa, Carolina Steiner Oliveira, Cintia M. Souza e Silva, Lidiany Karla A. Rodrigues e Regina Célia Rocha Peres
A importância da prática da alimentação infantil e de fatores ambientais na
prevalência da cárie precoce da infância
A prática de alimentação infantil é de grande importância na etiologia da cárie precoce da infância (CPI). Embora tenha ocorrido um declínio da cárie no Brasil, sua prevalência em pré-escolares é alta e a severidade aumenta com a idade. A CPI é decorrente da perda de minerais do dente devido
aos ácidos orgânicos provenientes da fermentação bacteriana de carboidratos. Assim, hábitos dietéticos inadequados associados à higiene bucal deficiente,
renda familiar, escolaridade e etnia, favorecem o desenvolvimento dessa doença multifatorial. A manutenção dos dentes decíduos na boca até o período natural de esfoliação é importante para fonação, deglutição e mastigação adequada dos alimentos, favorecendo o aproveitamento do seu conteúdo nutricional.
Ainda, a criança com cárie precoce possui um percentil de peso e altura reduzido e um maior risco de desenvolver lesões cariosas futuras.
objetivo
O objetivo dessa pesquisa foi determinar o efeito da prática de alimentação infantil, incluindo os hábitos de aleitamento e a influência
dos fatores ambientais na prevalência da CPI.
metodologia
Para isso, utilizou-se uma amostra de 288 pré-escolares, de 36-48 meses, que freqüentavam creches e pré-escolas municipais de
Itatiba-SP, dividida em dois grupos: livres de cárie e com lesão de cárie. Os exames clínicos para determinação do índice de cárie foram realizados por um
único examinador calibrado, de acordo com o índice da Organização Mundial da Saúde modificado. Para a avaliação da prática de alimentação e aleitamento foi
empregado um diário de dieta, enquanto higiene bucal, renda familiar, etnia e escolaridade foram avaliados por questionário semi-estruturado. Os dados foram
analisados estatisticamente pela regressão logística múltipla (=0,05). Os resultados evidenciaram que as crianças que ingeriam açúcar na forma sólida ≥
3 vezes ao dia e que foram amamentadas no peito por mais de 12 meses possuíam respectivamente 5,2 e 1,8 vezes mais chance de desenvolver cárie do
que aquelas livres de cárie. Os pré-escolares que levavam lanche de casa para consumir na escola, além da merenda, apresentaram 2 vezes mais chance de
desenvolver a doença. A freqüência de consumo de açúcar total e na forma líquida, a freqüência do uso da mamadeira durante o dia e antes de dormir, a renda
familiar, a escolaridade da mãe e a etnia não se mostraram significativos.
conclusões
Conclui-se que a exposição freqüente aos carboidratos fermentáveis na forma sólida e amamentação prolongada são fortes indicadores de risco da CPI. Esses achados ressaltam a importância dos aspectos nutricionais relacionados à prática de alimentação infantil no período pré-escolar.
introdução
15
c at egor i a 2
mestrando
mestrado
doutorando
doutorado
pós-doutorando
pós-doutorado
Te c n o l o g i a
e
B i o q u í m i c a
d e
A l i m e n t o s
1ª colocada
Vanessa Dias Capriles (SP)
2º colocado
Douglas Siqueira de Almeida Chaves (RJ)
3ª colocada
Pricila Veiga dos Santos (SP)
1ª colocada
Vanessa Dias Capriles (SP)
Graduada em Nutrição pela
Faculdade de Saúde Pública da
Universidade de São
Paulo – USP. Aluna de doutorado do
programa de Nutrição em Saúde
Pública da Faculdade de Saúde
Pública da Universidade de São
Paulo. Bolsista da Fundação de
Amparo à Pesquisa do Estado de
São Paulo – Fapesp
CO-AUTORES
Rosana Aparecida Manólio Soares
José Alfredo Gomes Areas
INSTITUIÇÃO DE ORIGEM
Faculdade de Saúde Pública
de São Paulo
Desenvolvimento de snack que associa conveniência à saúde
R E S U M O
Atualmente, os consumidores estão bastante preocupados com dieta e saúde e, por isso,
passaram a buscar, além de conveniência e características sensoriais agradáveis, benefícios à saúde em alimentos
industrializados. O avanço tecnológico e o aumento da demanda fizeram com que os alimentos funcionais se tornassem um segmento de rápido crescimento. Uma importante abordagem no desenvolvimento desses alimentos
é a incorporação de ingredientes bioativos em produtos que fazem parte dos hábitos de consumo da população.
Inulina e oligofrutose são ingredientes com ação prebiótica reconhecidamente comprovada; outros efeitos, como o
aumento da absorção de cálcio, vêm sendo investigados.
objetivo
Desenvolver um snack através da substituição do veículo lipídico utilizado na aromatização
por solução contendo inulina e oligofrutose e avaliar o impacto dessa substituição na composição, na digestibilidade do amido e na aceitabilidade sensorial do produto.
metodologia
Snack de milho extrusado foi enriquecido com inulina e oligofrutose durante a aromatização.
O novo produto foi caracterizado e comparado ao tradicional. Análises de composição centesimal e de digestibilidade
do amido in vitro foram realizadas utilizando metodologias oficiais. A aceitação (atributos: textura, aroma e global) foi
avaliada por 40 consumidores de snacks através de uma escala hedônica estruturada de 9 pontos.
re s ultados
Destacam-se na composição do novo snack os teores de 0,1% de lipídios, 15,3% de fibra
alimentar, sendo, destas, 13,3% compostas por frutanos e a redução de 34% do valor calórico em relação aos snacks
comercializados no Brasil, que apresentam em média 22% de gordura e menos de 2% de fibra. Esses resultados
permitem a utilização das alegações “light”, “isento de gordura” e “fonte de fibra” para o novo snack, e também de
propriedades funcionais atribuídas aos frutanos de acordo com a legislação brasileira para rotulagem de alimentos. O índice glicêmico (IG) foi estimado através do índice de hidrólise, um preditor in vitro da resposta glicêmica.
Snacks são produtos de alto IG (>130) devido às drásticas condições do processo de extrusão. O enriquecimento
com frutanos ocasionou redução de 25% do IG. O novo snack apresentou elevada aceitabilidade sensorial: aroma
(6,5±1,8), crocância (6,9±1,6) e aceitação global (6,6±1,7), apresentando o mesmo índice de aceitação global
que o produto tradicional.
conclusões
É possível incorporar ingredientes funcionais a um alimento de conveniência, tipo snack,
mantendo a elevada aceitabilidade sensorial típica desse produto. Essa abordagem pode ser uma alternativa ao
processo convencional de aromatização, resultando em snacks similares aos tradicionais, mas com superior valor
nutricional e propriedades funcionais.
introdução
Douglas Siqueira de Almeida Chaves (RJ)
2º colocado
Mestrando em Química de Produtos Naturais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro — UFRJ (RJ)
Ana Paula de Almeida, Mariane Ines Assafim Dávila, Flávia Serra Frattani Ferreira, Russolina Benedeta Zingali, Sônia Soares Costa
O importante potencial terapêutico da salsa (petroselinum crispum),
um alimento funcional, na prevenção da trombose
introdução
A expectativa de vida da população mundial vem aumentando e, paralelamente, a importância do equilíbrio nutricional e sua relação
com a manutenção da saúde. Atualmente, o alimento é reconhecido não apenas por seus aspectos nutritivos, mas também por sua atuação na prevenção
e controle de doenças, tais como obesidade, diabetes, hipertensão e câncer. Os alimentos funcionais são utilizados mundialmente, devido à presença de
substâncias benéficas à saúde.
objetivo
As doenças cardiovasculares são as principais causa de morte no mundo, com cerca de 17 milhões de óbitos anualmente. Mudanças
de hábitos alimentares contribuem para a prevenção e tratamento dessas doenças. Estudos epidemiológicos mostram uma relação entre o consumo de vegetais e uma série de benefícios à saúde, atribuidos às substâncias fenólicas (ex.: antocianinas, proantocianidinas, resveratrol e isoflavonas), presentes em
frutas, legumes e condimentos. Dentre esses alimentos encontram-se o aipo (Apium graveolens), com ação antioxidante e antiinflamatória; a cebola (Allium
cepa), que reduz o colesterol, a formação de coágulos sanguíneos, diminui a pressão arterial e a arritmia cardíaca. Petroselinum crispum (salsa) é uma espécie cosmopolita largamente utilizada na culinária mundial. Alimentos que interferem na circulação sanguínea têm despertado o interesse dos pesquisadores
na prevenção de doenças cardiovasculares.
metodologia
Neste trabalho, estudamos o perfil químico por CLAE-EM-UV e o potencial antitrombótico do extrato aquoso de P. crispum (Pcsn). A
interferência de Pcsn sobre as vias intrínseca e extrínseca da coagulação foi avaliada em ensaios de aPTT e PT (plasma humano). Observou-se que Pcsn não
prolongou o tempo de coagulação plasmática de maneira significativa. No entanto, nos ensaios de agregação plaquetária (plaqueta humana), induzidos por
ADP e trombina, Pcsn mostrou uma atividade inibitória significativa com IC50 = 1,81 mg/ml e IC50 = 0,16 mg/ml, respectivamente. No modelo de trombose
venosa profunda, Pscn (25 mg/kg) mostrou 100% de atividade inibitória na formação de trombo em ratos wistar. O risco hemorrágico, que alguns fármacos
apresentam em uso clínico, foi avaliado. No ensaio de tempo de hemorragia induzida, Pscn (25 mg/kg) não mostrou um efeito hemorrágico significativo, o que
torna viável a possibilidade de uso terapêutico dessa planta. Análises de CLAE-EM-UV de Pcsn mostraram substâncias flavonoídicas. Alguns flavonóides são
inibidores plaquetários, permitindo sugerir que estes contribuem para a atividade antitrombótica relatada neste trabalho.
conclusões
Nossos resultados revelam que a salsa possui uma potente atividade antitrombótica in vivo. Pode-se afirmar que a salsa constitui um
alimento de importância na dieta nutricional, com alto potencial terapêutico na proteção cardiovascular.
3ª colocada
Pricila Veiga dos Santos (SP)
Pós-doutorada em Engenharia Química pela Poli, Universidade de São Paulo — USP
Alice Mami Hayashi e Carmem Cecília Tadini
Nutrientes obtidos de resíduo como agentes antioxidantes para embalagens biodegradáveis
Buscando uma alternativa aos antioxidantes sintéticos normalmente utilizados em produtos alimentícios, este trabalho avaliou a utilização de nutrientes obtidos de resíduo de vinícolas e folhas e caule de espinafre como fontes de antioxidantes naturais para serem utilizados em embalagens
biodegradáveis. Como matriz foi utilizado um filme à base de fécula de mandioca plastificada com derivados de cana-de-açúcar.
metodologia
Para testar a atividade antioxidante, bolsas produzidas dos biofilmes, adicionados com os extratos dos resíduos, foram utilizadas
para embalar óleo de soja, e estocado por três semanas sob armazenamento acelerado (64% UR, 40°C). A atividade antioxidante dos extratos foi avaliada por
metodologia de superfície de resposta, através da determinação do índice de peróxidos do produto embalado (0, 7 e 21 dias de estocagem). Amostras de
óleo de soja não embalado, embalado em filme de polietileno de baixa densidade (PEBD) e embalado no biofilme à base de fécula de mandioca, porém sem os
antioxidantes naturais, também foram avaliadas quanto ao índice de peróxido e consideradas como controle.
conclusões
Os resultados indicaram um forte potencial para utilização de resíduo de vinícolas como aditivos antioxidantes.
introdução
17
c at egor i a 2
mestrando
mestrado
doutorando
doutorado
pós-doutorando
pós-doutorado
N u t r i ç ã o
C l í n i c a
1ª colocada
Rosmeri Kuhmmer Lazzaretti (RS)
2ª colocada
Rosana das Graças Carvalho dos Santos (MG)
3ª colocada
Fernanda Scagliusi (SP)
1ª colocadA
Rosmeri Kuhmmer Lazzaretti (RS)
Mestre em Ciências
Cardiovasculares pela
Faculdade de Medicina da
Universidade Federal do Rio
Grande do Sul — UFRGS.
Coordenadora da pós-graduação
em nutrição do Instituto
de Educação e Pesquisa do
Hospital Moinhos de Vento
CO-AUTORES
Eduardo Sprinz
Carísi Anne Polanczyk
Jorge Pinto Ribeiro
Intervenção nutricional previne alterações do perfil lipídico em indivíduos HIV
positivo que iniciam terapêutica anti-retroviral: um ensaio clínico randomizado
R E S U M O
introdução
A Terapia Anti-Retroviral combinada (TARV) está associada ao desenvolvimento de dislipidemia, que é caracterizada por hipertrigliceridemia e hipercolesterolemia. As diretrizes atuais recomendam dieta e
exercício físico como primeira intervenção para indivíduos HIV positivo com dislipidemia secundária aos anti-retrovirais, mas não há evidências clínicas com estudos randomizados que sustentem essas recomendações.
objetivo
Avaliar a influência da intervenção nutricional no desenvolvimento de dislipidemia em
indivíduos com HIV positivo que iniciam TARV.
metodologia
Individuos em acompanhamento regular e que preencheram os critérios de inclusão (necessidade de iniciar TARV, idade ≥ 18 anos e aceitar participar do estudo) e exclusão (gestantes, doença oportunista ativa, deficiência mental, diabetes melito, uso de drogas que alteram o perfil lipídico, hipolipemiantes ou drogas
ilícitas) foram selecionados no ambulatório de HIV/Aids do HCPA. Os pacientes foram randomizados para receber
orientação nutricional para uma reeducação alimentar antes de iniciar a TARV, e posteriormente orientação trimestral enfocando as dislipidemias, baseada no National Cholesterol Education Program (n=43), durante 12 meses,
ou para um grupo-controle que recebeu a mesma orientação nutricional basal, porém sem seguimento orientado
(n=40). Perfil lipídico, índice de massa corporal (IMC) e razão cintura/quadril foram avaliados a cada três meses.
Dados foram analisados por intenção de tratar, usando modelo linear misto.
re s ultados
A intervenção dietoterápica propiciou uma redução nas calorias totais(média ± DP: de
2.662±614 para 2.281±512 kcal/dia) e o no percentual de gorduras (de 31±7 para 21±3 %) ingerido, enquanto o
grupo-controle aumentou a ingestão de calorias (de 2.594±55O para 2.806±653 kcal/dia) e não houve mudanças
no percentual de gordura ingerido. O lMC manteve-se constante no grupo-intervenção, enquanto no grupo-controle
aumentou significativamente (23,5±3 para 24,2±3 e 23,3±3 para 26,2±4, p<0,001, respectivamente). A razão
cintura/quadril aumentou em ambos os grupos, porém mais acentuadamente no grupo-controle (0,86±0,06 para
0,89±0,06 e 0,86±0,05 para 0,91±0,06; p=0,049, respectivamente). O colesterol total (de 151±29 mg/dl para
190±33 mg/dl) e o LDL-C (de 85±24 mg/dl para 106±312 mg/dl) aumentaram significativamente no grupo-controle e permaneceram inalterados no grupo-intervenção. Os níveis plasmáticos de triglicerídeos reduziram no grupointervenção (135±67 mg/dl para 101±42 mg/dl) e aumentaram no controle (134±70 mg/dl para 160±76 mg/
dl). Após 12 meses de acompanhamento, 21% dos indivíduos que receberam intervenção nutricional apresentaram
níveis lipídicos compatíveis com dislipidemia, comparados com 68 % (p<0,001) no grupo-controle.
conclusões
O estudo demonstra que a intervenção nutricional previne dislipidemia associada à TARV
em indivíduos HIV positivo em início de tratamento.
Rosana das Graças Carvalho dos Santos (MG)
2ª colocada
Mestranda em Ciência de Alimentos. Faculdade de Farmácia da Universidade Federal de Minas Gerais — UFMG
Mirelle Lomar Viana, Simone Vasconcelos Generoso, Valbert Nascimento Cardoso, Maria Isabel T. D. Correia
A ação da glutamina na translocação bacteriana e permeabilidade intestinal em modelo experimental de
obstrução intestinal em camundongos
A glutamina é um aminoácido essencial em situações de estresse, nas quais há disfunção da barreira intestinal, o que predispõe ao
aumento da permeabilidade do intestino e promove translocação bacteriana.
objetivo
Avaliar os efeitos da glutamina na translocação bacteriana e na permeabilidade intestinal em camundongos submetidos à
obstrução intestinal.
metodologia
Para estudo da translocação bacteriana, 21 camundongos machos Swiss foram divididos em três grupos: grupo glutamina (GLUT),
grupo sham e grupo obstruído (OINT). O grupo GLUT recebeu solução de glutamina (500 mg•kg-1•d-1), por gavagem, e ração convencional modificada. Os
demais grupos receberam ração adicionada de caseína a fim de manter as dietas isocalóricas e isoprotéicas. O tratamento foi realizado durante sete dias
antes da operação. No oitavo dia, os animais receberam 108 UFC/mL de E. coli marcada com 99mTecnécio (99mTc-E.coli) por gavagem. Após 90 minutos da
administração, os animais foram anestesiados e submetidos à ligadura do íleo terminal. O grupo sham sofreu apenas laparotomia mediana. Dezoito horas
após a operação, os animais foram anestesiados para coleta do sangue e os órgãos foram removidos para a determinação da radioatividade. A permeabilidade
intestinal foi avaliada em outro grupo de 45 animais, divididos e tratados conforme descrição acima. Após sete dias, os animais receberam 0,1mL de ácido
dietilenotriaminopentaacético (DTPA) marcado com 99mTc, por gavagem, e, decorridos 90 minutos, foram submetidos à operação de obstrução intestinal.
Nos tempos de 4, 8 e 18 horas, os animais foram anestesiados para a coleta do sangue e determinação da radioatividade. Para cada tempo investigado, foram
utilizados cinco animais. Para análise estatística, foram utilizados os testes t, Kruskal-Wallis e ANOVA.
re s ultados
Os animais do grupo glutamina apresentaram ingestão e ganho de peso menor que os demais grupos avaliados (p<0,05). O nível de
translocação bacteriana foi maior no grupo OINT do que nos demais grupos (p<0,05). O mesmo ocorreu com os níveis de permeabilidade intestinal. A glutamina
reduziu a translocação bacteriana e a permeabilidade intestinal para níveis similares aos encontrados no grupo sham (p<0,05), alcançando níveis fisiológicos.
conclusões
Os resultados sugerem que a glutamina reduz a permeabilidade intestinal e, conseqüentemente, a translocação bacteriana.
introdução
3ª colocada
Fernanda Scagliusi (SP)
Pós-doutoranda em Nutrição e Saúde Pública pela Universidade de São Paulo – USP
Eduardo Ferriolli, Karina Pfrimer, Bruno Gualano, Nyara Didone e Antonio Herbert Lancha Júnior
Validade das estimativas de ingestão energética de três métodos de avaliação do consumo
alimentar em relação à água duplamente marcada
introdução
O gasto energético total (GET) pode ser usado como um marcador da validade do relato da ingestão energética (IE). Existe um constante sub-relato da IE obtida por métodos de avaliação do consumo alimentar, mas poucos estudos o investigaram em nações em desenvolvimento e nenhum
utilizou a água duplamente marcada, o padrão-ouro para tais estudos.
objetivo
a) comparar a validade das estimativas de IE de um questionário de freqüência alimentar, três recordatórios alimentares e um diário
alimentar de três dias contra a água duplamente marcada, b) associar a prática de atividade física, o índice de massa corporal e fatores psicossociais à acurácia do relato e, c) comparar as taxas de sub-relato entre agrupamentos de padrões alimentares.
metodologia
Sessenta e cinco mulheres (provenientes da comunidade de duas universidades paulistanas) responderam aos métodos de inquérito supracitados, a partir dos quais foi estimada a IE. O GET foi medido pela água duplamente marcada. A prática de atividade física, índice de massa corporal,
escolaridade, renda, idade, conhecimento nutricional, insatisfação corporal, restrição dietética, compulsão alimentar e o desejo de aceitação social foram
correlacionados ao sub-relato. Os padrões alimentares foram obtidos pela análise de cluster, com base na freqüência de consumo relatada no questionário
de freqüência alimentar. Resultados: o GET foi de 2.622 ± 490 kcal, enquanto a IE, mensurada respectivamente pelo recordatório, diário e questionário, foi
de 2.078 ± 430 kcal; 2.044 ± 479 kcal e 1.984 ± 832 kcal. A proporção de sub-relatores foi de 24,6% para o recordatório, 29,2% para o diário e 53,8% para o
questionário (p < 0,005). Os sujeitos que sub-relataram em dois ou três métodos apresentaram menores médias de renda e escolaridade e maiores valores
de idade, insatisfação corporal e desejo de aceitação social. O sub-relato foi mais comum entre os sujeitos que relataram um padrão alimentar caracterizado
pelo consumo de frutas, hortaliças e frango.
discussão
Os três métodos de avaliação do consumo alimentar apresentaram erros sistemáticos, contudo o questionário de freqüência alimentar
obteve o pior desempenho. A acurácia foi influenciada por diversos fatores psicossociais, o que pode comprometer a avaliação do consumo alimentar. Também
se verificou que o sub-relato não possui distribuição uniforme entre os agrupamentos de padrão alimentar, sendo mais presente nos padrões compostos
por alimentos que os leigos identificam como saudáveis e menos associados ao ganho de peso, sugerindo que os sub-relatores tendem a relatar o consumo
alimentar considerado saudável e não o real.
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Este encarte é parte integrante da revista Nestlé.Bio nº6
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