Revista Eletrônica da FANESE
ISSN 2317-3769
A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA COMO FATOR DE MUDANÇA NO
PROCESSO ENSINO X APRENDIZAGEM
Frederico Augusto Siqueira Gentil1
Resumo
Este artigo faz uma breve análise com relação ao processo de Educação à
Distância (EaD) dentro da sociedade atual, buscando identificar as características
relativas ao perfil dos alunos e das mudanças estruturais e tecnológicas que as
empresas da área educacional precisam se submeter para atender a essa nova
tendência mundial de educação. Novos paradigmas são apresentados e uma nova
visão sobre o processo Ensino x Aprendizagem é exposta para que possamos
entender as reais potencialidades dessa metodologia.
Palavras-Chave: education, distance, paradigms.
Abstract
This article is a brief analysis regarding the process of Distance Education (DE)
within the present society, seeking to identify the characteristics of the student
profile and the structural and technological changes that companies in the
education sector need to undergo to meet this new global trend of education. New
paradigms are presented and a new view on the process x Teaching Learning is
exposed in order to understand the real potential of this methodology.
Keywords-component: deployment; integration; Web service.
1
Bacharel em Administração pela Universidade Tiradentes – UNIT/SE. Licenciado em Educação Profissional
pela Universidade Sul de Santa Catarina – UNISUL/SC. Especialista em Administração Hospitalar pela
Faculdade São Camilo/SP. Especialista em Sistemas WEB pela Faculdade de Administração e Negócios de
Sergipe – FANESE/SE.
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1. INTRODUÇÃO
A educação mundial vem vivenciando uma nova realidade nos dias atuais.
A evolução tecnológica e dos meios de comunicação, aliados à dinâmica da vida
cotidiana onde o tempo é cada vez mais restrito, vem propiciando um crescimento
acelerado de uma modalidade de ensino que, mesmo não podendo ser
considerada como nova pois teve as suas sementes plantadas a muitos anos
atrás, inclusive autores como Alves e Aretio consideram que a sua origem remonta
da antigüidade, com as cartas de Platão e as epístolas de São Paulo, hoje
encontra nos novos recursos tecnológicos um terreno fértil para a sua expansão e
consolidação: a Educação à Distância.
Segundo Niskier (2000, p. 63), a Educação a Distância tem como objetivo
principal “alfabetizar as massas afastadas dos processos de ensino e desenvolver
habilidades intelectuais e sociais, bem como treinar professores.”
Essa modalidade de ensino nos impele a reavaliar os conceitos essenciais
de competências.
A Educação à Distância nos coloca na posição de iniciantes num processo
novo, moderno e diferente. A mudança completa de paradigmas no processo
educativo faz com que tenhamos que encarar uma nova realidade, e, nem
sempre, essa realidade nos traz bons resultados.
É de conhecimento de todos que o ser humano é completamente avesso a
mudanças, ou seja, sempre que nos colocamos de frete a algo novo, tememos os
resultados, a forma de fazer, as diferenças e temos a tendência de querer
continuar da forma que estávamos, mesmo que as mudanças nos mostrem um
horizonte melhor, mais atraente e mais competitivo. Mesmo assim, tememos as
mudanças. E a educação à distância é uma completa mudança no processo
ensino x aprendizagem. Uma mudança de filosofia, de forma de encarar a
educação, de paradigmas, enfim, uma mudança de vida em uma área de extrema
importância para a sociedade e o futuro do cidadão: a educação.
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Essa nova forma de educação requer uma nova postura de todos os
envolvidos no processo educacional, desde o professor, que passa a não contar
mais com a presença física, tão importante no nosso processo educativo
tradicional e, com isso, precisa buscar novas formas de motivar o aluno, mesmo
não estando presente fisicamente. No que se refere à estrutura física e
administrativa, outra forte mudança é requerida para a sua adequação à essa
nova realidade. Já não há mais necessidade de grandes estruturas físicas com
diversas salas de aulas, carteiras, quadros, ar-condicionados, enfim, toda uma
estrutura que sempre foi necessária para a manutenção agradável do aluno nas
dependências da unidade educacional proporcionando, ao mesmo, uma satisfação
em estar neste local e fazendo com que o foco principal da sua atenção fosse a
educação. A necessidade da presença física do aluno faz com que a
administração escolar necessite de todo um aparato físico, estrutural e humano
pronto para recepcionar esse aluno e garantir ao mesmo uma educação de
qualidade. A principal mudança, no que podemos perceber, se faz bem visível no
aluno. A não obrigatoriedade da presença física do aluno no dia-a-dia escolar
muda a forma como o processo educacional sempre foi encarado. Ao se fazer
presente no ambiente da escola o aluno, em alguns casos, apenas encontra-se
presente fisicamente, ou seja, não presta atenção às aulas, conversa o tempo
todo, faz da escola apenas um ambiente de integração social com os colegas da
mesma faixa etária. Nesse sistema o professor tem uma parcela mais importante
na passagem do conteúdo e pode intervir e redirecionar o processo ao perceber
que o andamento da aula não está de acordo com o planejado e esperado.
O perfil do educando está mudando a cada dia e, como nos coloca
PASTORE (1997: p.28):
O futuro irá exigir profissionais competentes, multifuncionais, abertos, curiosos,
que precisarão ter passado por educação que lhe tenha equipado com lógica de
raciocínio, compreensão dos processos, prontidão para antecipar e resolver
problemas, habilidade para tratar pessoas e trabalhar em equipe. Ou seja, uma
educação que dá às pessoas as condições de aprenderem continuamente.
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No sistema de Educação a Distância vários paradigmas atuais são
quebrados e mudados. Veremos, a seguir, as características essenciais ao
sucesso do processo ensino x aprendizagem dentro da realidade da Educação à
Distância.
O professor tem uma importância cada vez maior dentro do processo
educacional, mas na educação a distância a sua função deixa de ser a de
transmissor direto dos conteúdos pedagógicos e passa a assumir uma função
mais de orientador e facilitador do processo, a partir do momento em que não
mais dará aulas diretamente ao aluno mais preparará materiais que deverão ser
lidos e estudados pelos alunos em momentos distintos, à escolha dos próprios
alunos. Nesse sistema todo material didático utilizado tem que ser mais intuitivo,
estimulante, ou seja, na preparação desse material é de extrema importância no
estímulo do aluno para o seu prosseguimento no processo educativo. A presença
virtual do professor é essencial para dirimir dúvidas, fazer intervenções, quando
necessárias e, principalmente, estimular constantemente o aluno para que não
haja a desistência no meio do caminho.
No que se refere à estrutura administrativa, temos um deslocamento de
foco dentro das estruturas. Ao invés de investir na parte física e estrutural o foco
agora é a tecnologia e o planejamento. Ao invés de salas de aula cheias de
carteiras temos uma estrutura educacional baseada na Internet, onde a
comunicação, segurança, elaboração de materiais intuitivos passam a ter uma
importância fundamental. Esse novo ambiente educacional depende, cada vez
mais, do aluno e da sua interação e motivação para que sejam atingidos os
objetivos almejados.
O aluno passa a ser o ponto principal desse novo processo educacional. É
ele quem detém o controle de todo processo, ou seja, não existe mais a figura do
aluno que apenas está presente fisicamente, mas não interage com o sistema.
Como a Educação à Distância depende essencialmente do aluno, que constrói
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seu conhecimento com a supervisão, à distância, do professor, se ele não se
dedica e estuda, o processo para e não atinge o seu objetivo, pois agora o aluno é
o principal responsável pelo seu próprio aprendizado.
Dentro dessa nova realidade, novas competências são exigidas de todos
que fazem parte do sistema. O professor necessita de maior cuidado e
planejamento na organização e preparação dos seus conteúdos e do
desenvolvimento das suas atividades educacionais. Ele precisa ser organizado,
saber planejar com bastante precisão todas as suas atividades, precisa ser
motivador para fazer com que o aluno mantenha sempre o interesse na
continuidade do estudo, precisa ser sensível para perceber, à distância, o que está
ocorrendo com seus alunos e desenvolver formas de reverter possíveis desvios do
objetivo traçado. O aluno passa a ter um papel mais ativo e menos passivo na
formação do seu conhecimento. Ele agora é o principal agente pois todo o
processo depende dele. O aluno faz seus horários, estuda, prepara seus
trabalhos, interage com os colegas, mesmo estando geograficamente distante,
enfim, o aluno faz o seu estudo. Tudo depende dele, se ele não quiser, não estuda
e, consequentemente, paralisa o seu próprio processo de aprendizagem. Ele é o
senhor do seu futuro. O grande problema dessa nova realidade é que as pessoas
ainda não estão preparadas para serem senhores do seu destino, o sistema
educacional sempre nos colocou como agentes passivos, receptivos e nunca
como agentes ativos e, essa mudança, cria uma insegurança e uma acomodação
por parte do aluno, e nesse momento a interação do professor é essencial para
criar motivação, cobrar, estimular o aluno e, com isso, evitar que os índices de
evasão, já bastante altos hoje em dia, aumentem ainda mais no futuro.
Hoje fazemos parte desse processo e, a cada dia que passa, sentimos a
importância dessa interação com o professor, neste caso chamado de professor
tutor, e da indispensável presença “virtual” do mesmo em nosso dia-a-dia.
Percebemos a intervenção tanto no intuito de orientar quanto no intuito de cobrar a
execução das atividades, e a sua importância na continuidade dos estudos. Essa
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interatividade entre professor-tutor e alunos e dos próprios alunos entre si faz com
que o processo ande e tenha grandes perspectivas de sucesso.
Quanto a nossa atuação, enquanto alunos a distância, percebemos, a
cada dia que passa, a importância do comprometimento e responsabilidade para
com o estudo, o planejamento para cumprimento dos prazos, a responsabilidade
para o cumprimento desse planejamento mesmo que tenhamos diversos
compromissos profissionais e pessoais que tendem a nos desviar do caminho. A
formação da educação está em nossas mãos, tudo depende de nós, alunos, pois
ninguém poderá estudar por nós, aprender por nós, enfim, somos os principais e
únicos responsáveis pelo estudo, assimilação, colocação em prática do que
aprendemos, sempre sabendo que contaremos com uma estrutura organizada e
com uma tutoria eficiente e comprometida, o que faz com que, se cumprirmos com
a nossa parte, o sucesso será só uma questão de tempo.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALVES, José Roberto Moreira. Educação a distância e as novas tecnologias de
informação
e
aprendizagem.
<http://www.engenheiro2001.org.br
/programas/980201a1.doc>, acessado em 02.05.2005
ARETIO. Lorenzo G. Educacion a distãncia Hoy. Coleción de educacion
permanente. Madrid:UNED, 1994.
CURY, Augusto. Pais brilhantes, professores fascinantes. 9 ed. São Paulo:
Sextante, 2003.
NISKIER, Arnaldo. Educação à distância : a tecnologia da esperança. São
Paulo: Loyola, 2000.
PASTORE, José. A agonia do emprego. São Paulo: LTR, 1997.
SENAC/ Diga lá. Qualificação Profissional. Nº1.Nov.1996
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