O papel do Enfermeiro na Gestão de Pessoal e os Reflexos na Qualidade de Serviço Kamilla Morganna Gomes Valentim1 Aline Sousa Leite2 Juliana Araújo Ernesto 3 Wilton Macedo Lima4 Áurea Lucia Miranda de Oliveira5 RESUMO Este estudo teve como objetivo descrever e mostrar a importância da Gestão em Enfermagem, pois as funções administrativas e assistenciais se completam. A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica e de dados colhidos da internet, através da Biblioteca Virtual em Saúde – BVS (Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde); Rede de Universidades Brasil – Universia e Scientific electronic library online – SciELO, BIREME, compreendendo textos publicados no período de 1977 a 2008, em português e inglês. Percebeu-se que nos estudos pesquisados este tema é pouco divulgado, havendo carência de conhecimentos dos acadêmicos e despreparo do enfermeiro na área de gestão, o que ocasionou a consolidação da pesquisa. Palavras-chave: Gerenciar. Serviços de Enfermagem. Gestão de Pessoal. Qualidade no Atendimento. 1 Acadêmica do curso de enfermagem pela Universidade do Vale do Rio Doce [email protected]; 2 Acadêmica do curso de enfermagem pela Universidade do Vale do Rio Doce [email protected]; 3 Acadêmica do curso de enfermagem pela Universidade do Vale do Rio Doce [email protected]; 4 Acadêmico do curso de enfermagem pela Universidade do Vale do Rio Doce [email protected]; 5 Orientadora professora enfermeira da Universidade do Vale do Rio Doce Graduada em Enfermagem – FAOPA/Passos-MG. Pós-Graduada em Administração Hospitalar – Faculdade São Camilo/MG. Especialização em Formação Pedagógica em Educação Profissional na Área de Saúde: Enfermagem – UFMG. Enfermeira responsável técnico do Hospital Municipal de Governador Valadares/MG. Especialização em Gerência Hospitalar. Escola de Saúde Pública do Estado de Minas Gerais, ESP-MG, Belo Horizonte, Brasil Título: Gerência Hospitalar. [email protected] 1 INTRODUÇÃO descredenciando outras, constituindo-se um desafio para o homem moderno que do necessita promover sua adaptação, seu enfermeiro na gestão de pessoal e os desenvolvimento pessoal e profissional reflexos na qualidade de serviços”, para conviver nessa nova realidade objetivou-se (WEIRICH, 2004). Com o tema “O realizar papel uma revisão Nessa bibliográfica e analisar as propostas e perspectiva, a tendências de gerência na qualidade de enfermagem está passando por um serviços. da repensar e uma redefinição de suas sociedade global impõe a abertura de funções, de maneira a assegurar seu novos horizontes sociais e de novos papel valores que envolvem várias esferas: sociedade que, nesse momento, aspira política, e por maior qualidade na prestação da da assistência à sua saúde (SIMÕES; O desenvolvimento econômica, ocupacional. As cultural tarefas administração têm origem nessas novas e seu compromisso com a FÁVERO, 2000). e Com a ênfase na necessidade de métodos de ação diferentes. Como reconstrução dos modelos de gestão, recurso central de países desenvolvidos estão e em desenvolvimento, a administração gerenciais nos dias atuais, como a e os administradores têm sido alvo de gerência participativa e os programas de interesse das instituições econômicas qualidade que dependem do desempenho, da outras, a descentralização das decisões competência e dos valores dos gestores. e aproximação de todos os elementos Exige-se, dessa forma, novos modos de da equipe de trabalho, oferecendo a gerenciamento estes oportunidades de participarem realidades, buscando e premissas organização do surgindo que trabalho (DRUCKER, 1986; GONDIM, efetivamente 1998). aperfeiçoamento novas abordagens preconizam, da dentre discussão constantes processo de provocado importantes mudanças no palavras, é contexto empresarial, com reflexos no autonomia mercado de trabalho, em especial, na projetos e métodos de trabalho, formular área de saúde, reduzindo os cargos, políticas de pessoal, bem como sugerir aumentando as diferenças salariais, novas diretrizes para a organização criando (FERNANDES et al; 2003). profissões e delegada para Em do As inovações tecnológicas têm novas trabalho. e às desenvolver outras equipes, novos A inserção do enfermeiro nesse definir um modelo de política de contexto de mudanças, acompanhando formação/capacitação e educação em a evolução do mundo globalizado, faz- saúde para os recursos humanos ao se do lado de um modelo de gestão. As progresso de seu conhecimento por capacitações na área da saúde devem meio da implantação da política do ser consideradas estratégicas para a saber e fazer crítico, que certamente, o consolidação tornaria podendo necessária um para a profissional busca capaz de de uma constituir-se boa gestão, num espaço resolver desafios do cotidiano (AGUIAR concreto de construção de competência et al; 2005). técnica, Com a compreensão da importância do trabalho gerencial dos política, e ética para o fortalecimento dos recursos (MELO; NASCIMENTO, 2003). Segundo Gardner (1990) citado enfermeiros nas instituições de saúde, da por Peres e Ciampone (2006), liderança gerência em enfermagem de qualidade é o processo pelo qual um grupo é na perspectiva em se destacar as induzido a dedicar-se aos objetivos propostas e tendências relevantes para defendidos pelo líder ou partilhado pelo a construção dessa prática profissional, líder e seus seguidores. Liderança e em consonância com os princípios da administração se sobrepõem, já que administração contemporânea (AGUIAR alguns aspectos da liderança poderiam et al;2005). ser descritos como gerenciamento. resultará numa reflexão acerca A função gerencial pode ser conceituada instrumento como capaz sendo de política um 2 GESTÃO EM ENFERMAGEM e, Gerenciar é a ação de gerir, dirigir tecnicamente, organizar o processo de trabalho com o objetivo de torná-lo mais ou qualificado e produtivo na oferta de uma semelhante assistência de enfermagem universal, management. transformações (HOLANDA, aos termos 1977), gestão ou Para Stoner (1992), é o processo igualitária e integral (GRECO, 2004). Muitas administrar são de planejar, organizar, liderar e necessárias e, uma delas, é repensar os controlar, sendo esse o trabalho dos modelos e práticas assistenciais, assim membros da organização, tendo em como a forma de gestão dos serviços e vista sistema de saúde. Torna-se importante estabelecidos. alcançar Na os objetivos enfermagem, o As formas de gerenciar serviços gerenciamento do cuidado se dá nos movimentos ou na dinâmica da prática de saúde na atualidade guardam assistencial, a qual é composta pelo relações históricas com os diferentes processo de enfermagem: observação, modos de produção social que se planejamento, execução e avaliação do conformaram na sociedade através dos cuidado prestado. tempos (FRACOLLI; MAEDA, 2000). Braverman (1987) afirma que o Greco (2004) comenta que ao palavra surgimento da função de gerência se dá administração foi sendo substituída por com o advento do modo de produção gerência capitalista, o qual impulsiona a divisão longo dos tempos, ou gestão a e, logo após, começou a ser discutida mundialmente, do como excedentes. Esse modo de produção um recurso estratégico trabalho e a produção de coisas, social trouxe para o capitalista uma qualquer posição de direção ou chefia necessidade de implementar funções de que tenha o objetivo de alcançar as coordenação e controle do trabalho, que metas previstas, através da aglutinação assumiram a forma de gerência. significando dentre outras O de esforços. Durante toda a existência da grande avanço do campo científico da administração ocorreu com enfermagem, a prática profissional pode a ser diversos Organizações. As teorias do campo enfoques. Por ser considerada ciência e científico da administração até então arte, ela está sempre ligada aos mais utilizadas, compartilhavam entre si do diversos ramos do conhecimento como mesmo objeto, o qual se caracterizava a ciência da administração, que contribui por ser o trabalho do gerente ou o com uma parcela que se concretiza, trabalho do subordinado. A Teoria das principalmente, na administração do Organizações altera esse objeto e passa pessoal de enfermagem. Contudo, com a a evolução tecnocientífica, percebeu-se mesmas, a inserção do enfermeiro no campo da significações institucionais do sócio- administração de recursos materiais, histórico, cujo trabalho é concebido, visando não tornar-se um ser burocrata, realizado e reproduzido seja o do mas buscar atender ao seu produto final gerente, do técnico ou do operário - o paciente - com um atendimento de (CASTRO; RUBEN; SERVA, 1996). explicada através qualidade (VITARI, 2006). de formulação enfocar as como da Teoria organizações lugar das em si próprio das Autores como Cecílio (1994) tem discutido em seus estudos que o trabalho gerencial na área de saúde constituindo-se, assim, em um tipo de trabalho portador de potencialidades autoanalíticas e autogestivas. apresenta especificidades próprias e Dada essa natureza do trabalho para isso necessita de um campo de em saúde, Fracolli e Maeda (2000), conhecimentos também próprios. Nesse consideram que as tecnologias em uso sentido, buscado nos serviços de saúde, devem ser do discutir questões teóricas relativas à tipo tecnologias leves, leve-duras e gerência de serviços de saúde que mais duras. A primeira é considerada aquela se que produz bens-relações; a segunda, esse autor, enquadrem a tem essa modalidade do tipo leve-duras, é considerada aquela organizacional. O líder é o centro do fluxo de informação não rotineira em sua que produz e que é produzida pelos saberes existentes no campo da saúde. organização; as fontes que ele utiliza Por último, as tecnologias asseguram-lhe a condição de melhor representadas pelos equipamentos e informado sobre ocorrências e eventos estruturas físicas onde o trabalho se de seu ambiente organizacional. Por sua desenvolve. vez, os papéis informativos englobam O atividades vinculadas fundamentalmente continuamente à de subsidiam a compreensão do que ocorre informações e, os papéis “decisionais”, na sua organização. Com base nas estão centrados na tomada de decisão informações (TREVIZAN et al; 1998). organização e de seu ambiente externo, obtenção Merhy e e disseminação Onocko (1997) líder busca e duras, recebe informações recebidas, de que sua ele identificará problemas, detectará introduzem uma inovação acerca do que mudanças sejam as tecnologias de gestão em acontecendo – ou a necessidade de saúde. Parte do pressuposto que o mudanças a serem implementadas – e trabalho em saúde é um trabalho que se tomará decisões (TREVIZAN et al; baseia 1998). em profissional/cliente relações, ou seja profissional/ Líder que é possam aquele que estar possui profissional; que essas relações são os seguidores, nem sempre sendo por eles produtos do trabalho em saúde e, ainda, amado e admirado, mas sempre sendo este produto é consumido no exato seguido por pessoas que fazem coisas momento certas. Na análise da liderança importa em que é produzido, os resultados e não a popularidade, pois técnicas liderança implementação de decisões e para associa-se com nortear responsabilidade (CUNHA, 2008). A Merhy partir e dessas Onocko concepções (1997) formulam diversas as utilizadas ações no para âmbito a da organização em sua relação com o ambiente externo. isso, abordagens teórico-instrumentais que possibilitará possibilitam a intervenção gerencial nos responsabilidade e a conciliação de processos de trabalho em saúde, sendo expectativas entre a organização e as mais pessoas efetivas no cotidiano em a Com para compartilha que ambas de possam realizá-las ao longo do tempo. Nesse conformidade com o agir em saúde. sentido, à empresa compete estimular e 3 O PAPEL DO ENFERMEIRO NA dar o suporte necessário para que as GESTÃO DE PESSOAL pessoas possam entregar o que elas possuem de melhor, ao mesmo tempo Antunes (1999), citado por Cunha em que recebem o que a organização (2008), analisa a liderança voltada para tem de melhor a qualidade na enfermagem e pontua (DUTRA, 2002). para oferecê-las que ela visa descobrir e eliminar as Costa (2008) destaca que deve causas de falhas; incentivar o trabalho ser feito um bom diagnóstico sobre da equipe e a participação efetiva das gestão de pessoas na organização. Um pessoas; ajudar na realização pessoal e levantamento profissional; preparar novas lideranças; organizacionais que são enfrentadas; fortalecer os processos de tomada de planejar os objetivos na área de gestão decisão; facilitar a descentralização do de pessoas juntamente com os objetivos comando; gerar comprometimento com da organização; avaliar os resultados as constantemente. O processo de gestão soluções problemas escolhidas que não e resolver podem ser A isso, forma-se um conjunto de e diretrizes que balizam decisões e comportamentos do serviço e das pessoas em sua relação com a organização. Sendo, pessoas Provisão; resolvidos individualmente. princípios de portanto, um conjunto de procedimentos, métodos e das envolve: Processo condições Processo de de Aplicação; Processo de Manutenção; Processo de Desenvolvimento e Processo de Monitoração. A comunicação é um meio de obter a ação dos outros e é definida como o processo de transmitir e entender informação. É um modo de desenvolver entendimento entre pessoas através de um intercâmbio de fatos, opiniões, idéias, atitudes e emoções. (Trewatha e Newport ,1979, p 87). outras pessoas ocorrerá apenas quando Goldsmith (1996) relata sobre a pelos seus seguidores. Tal conquista recente pesquisa indicando que os dependerá do seu esforço pessoal na líderes busca que solicitam ideias dos Entretanto, a influência sobre a credibilidade do líder for verificada pelo conhecimento, principais grupos de interesse aprendem aperfeiçoamento através de uma atitude positiva e não técnicas no relacionamento interpessoal, defensiva, são capazes de acompanhar na resolução de conflitos, dentre outros de maneira direcionada e eficiente e, atributos (BALSANELLI et al; 2008). Outro com isso, certamente, crescerão e se das aspecto habilidades importante da liderança moderna é fortalecer o grupo desenvolverão em termos de eficácia. Aos enfermeiros cabem entre outras, de colaboradores, ressaltando e tarefas diretamente relacionadas à sua valorizando as competências individuais, atuação com o cliente, bem como a diluindo o poder na equipe, fazendo com liderança da equipe de enfermagem e o que cada membro conheça o propósito gerenciamento dos recursos: físicos, e materiais, (BAPTISTA, 2008). humanos, financeiros, o da enfermagem assistência (CUNHA; de XIMENEZ, seu trabalho as discussões e tendências na área da saúde apontam para melhoria nos modelos de gestão orientada para os 2006). Do de De acordo com o momento atual políticos e de informação – para a prestação significado enfermeiro é exigido clientes, para o aperfeiçoamento do conhecimento (que conheça o que faz), desempenho das habilidades (que faça corretamente) e prestadoras de serviço, quer na área que tenha atitudes adequadas para pública, desempenhar seu papel objetivando (BALSANELLI et al; 2008). privada ou instituições terceiro setor resultados positivos. É, portanto, exigido Existe uma tendência que busca que ele seja competente naquilo que a quebra de paradigmas tradicionais de faz, bem como garanta que os membros administração que é a ênfase no capital da sua equipe tenham competência para humano executarem as tarefas que lhes são colaboradores destinadas (CUNHA; XIMENEZ, 2006). considerá-los como peças fundamentais das organizações dentro da seus equipe, e no processo, e como tal, investir no potencial de cada um, para alcançar os Nos dias de hoje, para obter objetivos e metas (BALSANELLI et al; qualidade, não é suficiente exercer 2008). quaisquer atividades da melhor maneira Nos cursos de enfermagem que possível. Com a globalização, cresceu a formam apenas para o bacharelado, as importância disciplinas que abarcam conteúdos da como resultado, exige-se muito mais área da educação são trabalhadas de das pessoas e das organizações, o que maneira dispersa, com dificuldades em transformou a qualidade em matéria associar a educação como saber da aplicada. (MELLO; CAMARGO, 1998). oferecem licenciatura precisam produtividade. Qualidade enfermagem. Os cursos de enfermagem que da momento, uma é no ciência presente que utiliza rever sua abordagem, ampliando–a para conhecimentos a capacitação do enfermeiro também estatística, pesquisa, lógica, informática, exercer o processo educativo informal, administração, finanças, psicologia e presente nas relações do dia a dia do outros mais. Contudo, entre os que trabalho em saúde, imprimindo a esse aplicam essa nova metodologia, se processo a disposição para aprender a distinguirão aqueles que também a aprender exercem constantemente (PERES, com sensibilidade, 2006). Por todos esses aspectos mencionados é que o aprendizado de Logo, arte, matemática, isto talento, é, com perspicácia, devoção e fé. (MELLO; CAMARGO, 1998). ser Portanto um produto ou serviço plenamente exercido pelo enfermeiro. de qualidade é aquele que atende Essa competência é de fundamental perfeitamente, importância para que suas expectativas acessível, segura e no tempo certo, às sejam expectativas do cliente (LAET, 1998). contínuo da liderança atendidas e deve que seus de forma confiável, colaboradores possam ter as condições necessárias para desempenhar o trabalho diário (BALSANELLI et al; 2008). 4 REFLEXOS NA QUALIDADE DE SERVIÇOS O ser humano é um ser do cuidado, complexo, singular e plural, ser de consciência, cognoscente, político, trabalhador do conhecimento, ator e construtor das relações, interações e associações no exercício do cuidado para o viver mais saudável, a promoção da saúde e a valorização da vida. É capaz de promover mudanças nos serviços e práticas de saúde através da suas potencialidades para relações, interações e associações. É um ser social, de relações sócio-afetivaspolítico-culturais, é produto e produtor das práticas de saúde (ERDMANN et al; 2006 P 467-71). O cuidado ao “ser humano” é a atividade central do enfermeiro, ou seja, todas as demais atividades são importantes, mas existem para garantir o cuidado ao sujeito-do-cuidado, sendo que o ato de cuidar constitui-se no processo de trabalho da enfermagem (GONÇALVES et al; 2004 p 395-400). enfermagem por estabelecidos DE UMA (NOGUEIRA, 1996). 5 BENEFÍCIOS BOA GESTÃO Na enfermagem nos dias de hoje, gerência de previsão, A busca pela excelência nas ela controle unidade consiste provisão, de na manutenção, recursos materiais e ações aparece como condição essencial humanos para o funcionamento do nos dias atuais. Atender os anseios dos serviço e, gerência do cuidado, consiste clientes superando suas expectativas no diagnóstico, planejamento, execução torna-se e avaliação da assistência, passando prioridade para as organizações. Logo, qualidade consiste pela em alcançar os resultados desejados supervisão e orientação da pela (GRECO, 2004). empresa e encantar aqueles nossos produtos simultaneamente que e/ou consomem serviços (BALSANELLI, 2005). No entanto, a preocupação pela qualidade na prestação de serviços em delegação das Assim, os atividades, equipe enfermeiros compreendem que administrar é cuidar e quando planejam, organizam, avaliam e coordenam, eles também estão cuidando (VAGHETTI et al; 2004). saúde é antiga. Tem-se como exemplo a Para Gaidzinski et al; (2004), a pioneira Florence Nightingale (1820- gerência é como a arte de pensar, de 1910), enfermeira inglesa que implantou decidir e de agir; a arte de fazer o primeiro modelo de melhoria contínua acontecer de qualidade em saúde no ano de 1854, Compreende-se baseando-se em dados estatísticos e como um processo apenas científico e gráficos. Sua participação na guerra da racional, Criméia foi impressionante. Seis meses processo de interação humana que lhe após sua chegada ao Hospital Scutari, confere, as taxas de mortalidade recuaram de psicológica, emocional e intuitiva. e mas de obter resultados. gerenciamento também portanto, uma como não um dimensão 42,7% para 2,2%, com os rígidos Para Barbosa et al; (2005) é padrões sanitários e de cuidados de necessária uma lapidação no sentido do gerenciamento, pois os órgãos formadores ainda não proporcionam prol do nosso crescimento pessoal e profissional (CUNHA, 2008). O conjunto de saberes abrange capacitação aos enfermeiros para tornálos aptos para desempenharem a os saberes teóricos, necessários para a compreensão do fenômeno “cuidado” do função de gestores de saúde. O enfermeiro deverá também ser seu objeto, o indivíduo/família/ capaz de caracterizar a gestão como comunidade, das situações específicas oportunidade e únicas constituintes das interações de estabelecer outras relações com os demais profissionais na pessoais; área suas instituições de saúde; dos processos de competências à capacidade de acessar, trabalho; da cultura organizacional; dos analisar, sintetizar produtos e equipamentos em uso; das informações de gestão em saúde e em estratégias; estruturas; procedimentos; gerir indiretamente recursos e avaliar protocolos e, entre outros componentes, serviços da atualizados e baseados em evidências, qualidade de vida, permitindo assim visando à consolidação das melhores maior integração com a equipe e maior práticas na atenção ao ser humano efetividade nas relações entre todos os (BALSANELLI et al; 2008). de atores saúde, focando estruturar de saúde envolvidos e e no melhoria processo de Éboli (2002), A gerência organizações configurada e como ferramenta/instrumento do processo do gestão (BALSANELLI et al; 2008). Para das Trabalhar, "cuidar" pode ser entendida como um aprender e educar estará cada vez mais processo associado vida assim, decomposto em seus elementos coorporativa e a prática exemplar da constituintes como o objeto de trabalho liderança educadora será o alicerce da (recursos humanos e organização do construção trabalho), e integrado do ideal na organizacional recursos almejada. de trabalho tendo humanos específico como e, finalidade qualificados e Para os enfermeiros, o dia a dia trabalho organizado, para assim obter transforma-se e apresenta-se como uma as condições adequadas de assistência escola em que todos, equipes, clientes e e de trabalho, buscando desenvolver a fornecedores geram realidades ricas, a "atenção à saúde". Desse modo, os serem exploradas e estudadas e que objetos de trabalho do enfermeiro no contem forte processo de trabalho gerencial são a potencial educativo a ser utilizado em organização do trabalho e os recursos em si mesmas um humanos de enfermagem. meios/instrumentos são: físicos, materiais financeiros, ética/bioética, tendo em conta que a responsabilidade da atenção à saúde não se encerra com o ato técnico, mas, sim, com a resolução do problema de saúde. (Brasil 2001, Seção 1. p.37. e Fleury, M. T. L., Fleury, A. 2001. p.189211). Os recursos e os saberes administrativos que utilizam ferramentas específicas para serem Ao operacionalizados. Esses instrumentos/ graduar-se o enfermeiro ferramentas específicas compreendem o assume intrinsecamente o papel de planejamento, a coordenação, a direção líder. Esse atributo lhe é imposto pela e o controle (FELLI; PEDUZZI, 2005). exigência da lei do exercício profissional Ciampone e do código de ética em enfermagem. (2006), o planejamento e a consequente Espera-se que ao se inserir no mercado tomada função de trabalho, essa competência esteja que plenamente passível de ser praticada desenvolve o gerenciamento do serviço por esse profissional de saúde. No foram reduzidos à dimensão técnica, entanto, nem sempre ele se encontra pois compõem apenas um conjunto de preparado. Os cursos de graduação e ações que buscam colocar uma outra pós-graduação ação em prática, já que as questões imaturidade profissional apresentam-se ideológicas e de poder intrínsecas ao como empecilhos. (BALSANELLI et al; planejar não são consideradas pelos 2008). Segundo de específica Peres decisão do e como enfermeiro e Certamente, enfermeiros. até mesmo algum a avanço aconteceu, seja através da inclusão 6 ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO desse tema nos currículos e programas GERENCIAMENTO E NO CUIDAR educacionais de treinamento em serviços, como assunto de palestras, Os profissionais de saúde, dentro de seu âmbito, devem estar aptos a desenvolver ações de prevenção, promoção, proteção e reabilitação da saúde, tanto em nível individual quanto coletivo. Cada profissional deve assegurar que sua prática seja realizada de forma integrada e contínua com as demais instâncias do sistema de saúde, sendo capaz de pensar criticamente, de analisar os problemas da sociedade e de procurar soluções para eles. Os profissionais devem realizar seus serviços dentro dos mais altos padrões de qualidade e princípios da conferência ou outros eventos científicos, porém, todas estas tentativas ainda são insuficientes frente à necessidade de uma liderança que realmente cause impacto em todos os campos da prática profissional (BALSANELLI et al; 2008). A atenção à saúde não se constitui diretamente como objeto de trabalho desenvolvido pela gerência, gerencial que, por sua vez, insere-se no mas pode ser entendida como finalidade processo de trabalho “cuidar” que possui indireta do trabalho gerencial em saúde. como finalidade geral a atenção à saúde Para que a atenção à saúde seja evidenciada na forma de assistência alcançada, o profissional que exerce a (promoção, gerência faz uso de instrumentos do reabilitação) (FELLI; PEDUZZI, 2005). prevenção, proteção e como o O enfermeiro, quanto ao gesto organização, a com as pessoas, buscará trabalhar coordenação e o controle. A qualidade estratégias para conhecer quais são as da assistência à saúde demanda a necessidades que devem ser atendidas existência trabalho administrativo planejamento, a de recursos humanos no cliente, que procura seu serviço, o e recursos materiais qual qualificados deve ter suas expectativas compatíveis/adequados com a oferta de superadas para retornar em outras cuidados orientada pelas necessidades ocasiões de saúde (SILVA, 2003). marketing da empresa (BALSANELLI et O trabalho de enfermagem como e até mesmo ajudar no al; 2008). instrumento do processo de trabalho em saúde, subdivide-se ainda em vários processos de cuidar/assistir, trabalho 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS como Ao administrar/gerenciar, analisar as citações do pesquisar e ensinar. Dentre esses, o decorrer do trabalho, observou-se que cuidar e o gerenciar são os processos os mais do expressar o gerenciar, o cuidar e o enfermeiro (PERES; CIAMPONE, 2006). educar, mas mesmo assim comungam evidenciados Essas no trabalho funções gerenciais autores têm varias formas de pontos de vista sobre o problema. Pode- apontadas como responsabilidade do se enfermeiro, vislumbrar fundamental no reflexo do atendimento caminhos para compreender com maior e que todos ganham, pois o atendimento clareza uma é diferenciado, rápido e bem sucedido, ferramenta do processo de trabalho do fazendo com que o cliente fique alegre e “cuidar”. Para isso, o autor exemplifica satisfeito com atendimento, ou seja, que o enfermeiro pode fazer uso dos pode-se dizer que o bom gestor é o objetos de trabalho, “organização” e alicerce da boa casa. “recursos permitem que o “gerenciar” humanos” no é processo ver que o gestor tem papel desta a gerenciar, dessa forma, entende-se pesquisa, pôde-se concluir que ainda há que é o momento para reflexão sobre a uma necessidade de maior preparo do responsabilidade que as instituições de profissional ao ensino têm em formar e lançar no aspecto gerencial, pois foi possível mercado de trabalho, profissionais para esboçar algumas considerações que desempenhar justificam e serviços de enfermagem e de saúde, o com Após a realização enfermeiro os específicos objetivos que quanto gerais nortearam ações gerenciais comprometimento para pessoas o desenvolvimento e fundamentaram a desenvolvimento proposta trazida neste estudo. forma de fortalecer as metas das Embora a temática que envolve a de nos como organizações. Na questão da gerência e gestão dos busca de referências serviços de enfermagem seja ampla, constatou-se que, as temáticas com acredita-se que este estudo aponta para referência à gestão em enfermagem e uma importante reflexão acerca da reflexos na qualidade de serviço, são formação de enfermeiros, com vistas a pouco trabalhadas no meio científico. uma maior satisfação desse profissional, Acredita-se, assim, ser necessária uma no que tange a competência para maior publicação de artigos referentes gerenciar ao os serviços de saúde, empregadores mais satisfeitos com o assunto abordado, dada sua relevância. desempenho desses profissionais e, Compreende-se ainda que para acima de tudo, clientes assistidos com realizar gerência de qualidade é preciso mais dignidade e qualidade a que têm que se reconheçam as transformações direito. no plano econômico, político e Durante a elaboração do artigo, tecnológico, já que essas têm passado percebeu-se nas literaturas encontradas pelas transformações de um modo que geral, o que não tem sido uma tarefa o enfermeiro quando sai da instituição de ensino ainda não está apto fácil. ABSTRACT The role of the Nurse in Personnel Management and Reflections on Service Quality This study aimed to describe and demonstrate the importance of management in nursing, because the administrative and care are complementary. The methodology used was literature and data gathered from the Internet through the Virtual Health Library - VHL (Latin American and Caribbean Center on Health Sciences); Brazil Network of Universities - Universities and Scientific Electronic Library Online SciELO, BIREME, including texts published between 1977 to 2008, in Portuguese and English. It was felt that the studies researched this subject is poorly publicized, and there is lack of knowledge of academics and unpreparedness of the nurse in management, what led to the consolidation of research. Key-words: Manage, Nursing Services, Personnel Management, Quality of Care. REFERÊNCIAS AGUIAR, A, B; COSTA, R, S, B; WEIRICH, C, F; BEZERRA, A, L, Q. GERÊNCIA DOS SERVIÇOS DE ENFERMAGEM: UM ESTUDO BIBLIOGRÁFICO. Revista Eletrônica de Enfermagem, v. 07, n. 03, p. 319 - 327, 2005. BALSANELLI, A, P; CUNHA, I, C, K, F; Bauer; L, R, R M. Competências Gerenciais: Desafio para o enfermeiro. 2008. BALSANELLI, A, P; JERICÓ, M, C. Os reflexos da gestão pela qualidade total em instituições hospitalares brasileiras. Acta paul. Enferm, v.18 n.4 São Paulo oct./dec. 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S 0103-21002005000400008 &script=sci_arttext>. Acesso em: 24 de abril de 2010. BARBOSA, M, A; MEDEIROS, M; PRADO, M, A; BACHION, M,M; BRASIL, V, V. Reflexões sobre o trabalho do enfermeiro em saúde coletiva. Revista Eletrônica de Enfermagem, v. 06, n. 01, p.09-15, 2004. BRASIL, Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Resolução n. 3, de 07 de novembro de 2001. Diretrizes curriculares nacionais do curso de graduação em Enfermagem. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, 09 nov. 2001. Seção 1. p. 37. BAPTISTA, M, M. Papel do Bibliotecário Como Líder no Processo de Informação e Gestão de Conhecimento na Biblioteca Universitária. 2008. Disponível em: <http://www.seer.furg.br/ojs/index.php/ biblos/article/viewFile/967/433>. Acesso em: 20 de janeiro de 2010. BRAVERMAN, H. Trabalho e capital monopolista: a degradação do trabalho no século XX. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 1987. CASTRO, M. L.; RUBEN, G.; SERVA, M. Resíduos e complementariedade: das relações entre teoria da administração ea antropologia. Rev.Adm.Publ., v. 30, n.3, p.68-80, 1996. CECÍLIO, L.C. de O. (org). Inventando a mudança na saúde. São Paulo,1994. CIAMPONE, M.H.T.; MELLEIRO, M. M. O planejamento e o processo decisório como instrumentos do processo de trabalho gerencial. In: Kurcgant . (org.) Gerenciamento em enfermagem. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. COSTA, Carlos Eduardo. Os Processos de Gestão de Pessoas. Disponível em: <http://www.administradores.com.br/in forme-se/producao-academica/osprocessos-de-gestao-depessoas/519/>. Acesso em: 23 de março de 2010. CUNHA, I, C. K. O; XIMENEZ, F, R. G. Competências Gerenciais de enfermeiras: um novo velho desafio? Texto Contexto Enferm. Florianópolis, v. 15, n. 3, p. 479-82, jul./set. 2006. CUNHA, K, C. Gerenciamento na enfermagem: novas práticas e competências. São Paulo: Martinari, 2008. DRUCKER, P, F. O novo papel de administração. São Paulo: Nova Cultural, 1986. DUTRA, J, S. Gestão de Pessoas: modelo, processos, tendências e perspectivas. São Paulo: Atlas, 2002. ÉBOLI, M. O desenvolvimento das pessoas e a educação corporativa. In: FLEURY, M. T.L. (coord.). As pessoas na organização. São Paulo: Gente, 2002. Parte 1, p.185-216. ERDMANN, A. L et al. As organizações de saúde na perspectiva da complexidade dos sistemas de cuidado. Rev Bras Enferm, Brasília (DF), v. 57, n. 4, p. 467-71, jul/ago. 2004. FELLI, V; PEDUZZI, M. O trabalho gerencial em enfermagem. In: KURCGANT, P (org.) Gerenciamento em enfermagem. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. FERNANDES, M. S. et al. A conduta gerencial da enfermeira: um estudo fundamentado nas teorias gerais da administração. Ribeirão Preto (SP). Revista Latino-americana de Enfermagem, v. 11, n. 4, p. 161-167, 2003. FLEURY, M. T. L., FLEURY, A. Desenvolver competências e gerir conhecimentos em diferentes arranjos empresariais: o caso da indústria brasileira de plástico. In: FLEURY, M.T.L, OLIVEIRA, Jr. M.M., organizadores. Gestão estratégica do conhecimento: integrando aprendizagem, conhecimento e competências. São Paulo (SP): Atlas; 2001. p.189-211. FRACOLLI, L. A.; MAEDA, S. T. A Gerência nos serviços públicos de saúde: um relato de experiência. Rev. Esc. Enf. USP, v. 34, n. 2, p. 213-7, jun. 2000. GAIDZINSKI, R. R.; PERES, H. H. C.; FERNANDES, M. F. P. Liderança: aprendizado contínuo no gerenciamento em Enfermagem. Brasília (DF). Revista Brasileira de Enfermagem, v. 57, n.4, p.464-466, 2004. GONDIM, S, M, G. A sociedade da informação, as organizações formais educacionais, valores e trabalho docente: Possíveis inter-relações. Ética e Filosofia Política, v.3, n.2, p.69-102. 1998. GONÇALVES, L. et al. Abordagens Metodológicas Diferenciadas em Aulas Práticas de Administração de Enfermagem. Revista Brasileira de Enfermagem, Brasília (DF), v. 57, n. 4, p. 395-400, jul/ago. 2004. Ottoni, Escola de Engenharia da UFMG; 1996. GOLDSMITH, M. Indagar, aprender, acompanhar e crescer. In: HESSELBEIN, F.; GOLDSMITH, M.; BECKHARD, R. O líder do futuro. Cynthia Azevedo (trad). 2. ed. São Paulo: Futura, 1996. PERES A, M.; CIAMPONE M, H.; Trench Gerência e competências gerais do enfermeiro, Texto contextoenferm, v. 15 n.3 Florianópolis july./sept. 2006. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S 0104-07072006000300015&script= sci_arttext GRECO, R. M. Ensinando a Administração em Enfermagem através da Educação em Saúde. Brasília (DF). Revista Brasileira de Enfermagem, v. 57, n.4, p.504-507, 2004. HOLANDA, A, B. Mini Dicionário Aurélio. Rio de Janeiro, 1977. Gardner J.W. Liderança. Rio de Janeiro: Record; 1990. LAET, V.L.B. Experiência de gerenciamento de enfermagem em Unidade de Cardiologia: em busca de melhor qualidade de prestação de serviços [tese]. São Paulo (SP): Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo, 1998. MELLO J. B, CAMARGO M. O. C. Qualidade em saúde. São Paulo: Best Seller, 1998. p. 187-90. MELO, M. L. C.; NASCIMENTO, M. A. A .Treinamento Introdutório para Enfermeiras Dirigentes: possibilidades para gestão do SUS. Brasília (DF). Revista Brasileira de Enfermagem, v. 56, n.6, p. 674-677, 2003. MERHY, E. E.; ONOCKO, R. (org.) et al. Agir em saúde: um desafio para o público. São Paulo: HUCITEC,1997. NOGUEIRA LC. Gerenciando pela qualidade total na saúde. Belo Horizonte: Fundação Christiano SILVA, C.C. Competências na prática educativa para constituição da força de trabalho em saúde: um desafio aos educadores [tese]. São Paulo: USP/Escola de Enfermagem; 2003. SIMÕES, A. L. A.; FÁVERO, N. Aprendizagem da liderança: opinião de enfermeiros sobre a formação acadêmica.Ribeirão Preto (SP). Revista Latino -Americana de Enfermagem, v. 8, n.3, p.91-96, 2000. STONER, J, A. F. Administração. Rio de Janeiro: Prentice-Hall do Brasil, 1992. TREVIZAN, M. A.; MENDES, I. A. C.; FÁVERO, N.; MELO, M. R. A. da C. Liderança e comunicação no cenário da gestão em enfermagem. Rev. latino-am. enfermagem, Ribeirão Preto, v. 6, n. 5, p. 77-82, dezembro 1998. TREWATHA, R. L.; NEWPORT, M. G. Administração: funções e comportamento. (trad). Auriphebo B. Simões. São Paulo: Saraiva, 1979. VAGHETTI, H. et al. Percepções dos enfermeiros acerca das ações administrativas em seu processo de trabalho. Brasília (DF). Revista Brasileira de Enfermagem, v. 57, n.3, p.316-320, 2004. VITARI, Flávia, C. Administração em Enfermagem de um Serviço de Saúde. 2006. Disponível em: <http://www.3apoliclinica.cbmerj.rj.gov .br/modules.php?name=News&file=pri nt&sid=248>. Acesso em: 05 de fevereiro de 2010. WEIRICH, C, F ; MUNARI, D, B. and BEZERRA, A, L, Q. Endomarketing: ensaio sobre possibilidades de inovação na gestão em enfermagem. Revista Brasileira de Enfermagem, 2004, vol.57, n.6, pp. 754-757. ISSN 0034-7167.