UNIVERSIDADE ANHANGUERA-UNIDERP
ROBERTO ITSUO SONOHATA
USO DA FOTOGRAFIA NA COMPREENSÃO DE ELEMENTOS DA
BIODIVERSIDADE DO PANTANAL E DA REGIÃO DE BONITO
CAMPO GRANDE – MS
2013
ROBERTO ITSUO SONOHATA
USO DA FOTOGRAFIA NA COMPREENSÃO DE ELEMENTOS DA
BIODIVERSIDADE DO PANTANAL E DA REGIÃO DE BONITO
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação
em nível de Mestrado Acadêmico em Meio Ambiente e
Desenvolvimento Regional da Universidade AnhangueraUniderp, como parte dos requisitos para a obtenção do
título de Mestre em Meio Ambiente e Desenvolvimento
Regional.
Orientação:
Prof. Dr. José Sabino
CAMPO GRANDE – MS
2013
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Anhanguera – Uniderp
S686u
Sonohata, Roberto Itsuo.
Uso da fotografia na compreensão de elementos da biodiversidade
do Pantanal e da região de Bonito. / Roberto Itsuo Sonohata. -- Campo
Grande, 2013.
43f.
Dissertação (mestrado) – Universidade Anhanguera - Uniderp,
2013.
“Orientação: Prof. Dr. José Sabino.”
1. Educação ambiental 2. Percepção 3. Fotografia de natureza I.
Título.
CDD 21.ed. 370.115
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho aos meus pais, Sr. Itsuo e Sr.ª Madalena, aos meus
irmãos, Maritsa e Marcos, aos meus sobrinhos João Itsuo, Lia Midori (minha afilhada
querida), Alice e Pedro Yudi. E para a Bella, que nos alegra todos os dias.
ii
AGRADECIMENTOS
A Deus, por me dar saúde, coragem, paciência e força neste e em todos os
outros momentos da minha vida.
À minha família, por todo o apoio, carinho, incentivo e paciência dispensados
nesta minha jornada.
À minha querida Mãe, pelo apoio financeiro, sem o qual esse sonho jamais se
concretizaria.
Ao Marcos, meu irmão, assistente, motorista, segurança e amigo, pelo apoio,
ajuda e principalmente pelo companheirismo na reta final desta jornada.
Ao meu orientador, Prof. Dr. José Sabino, por todas as correções, sugestões
e orientações durante este trabalho.
Ao Perito Criminal, Dr. Wanderley Serrou Camy, chefe da Unidade Regional
de Perícias e Identificação de Coxim, por permitir que eu me ausentasse do
expediente e aos companheiros de trabalho Rosa Maria, Celso, Dr. Mateus e Dr.
Diórginis, por terem “segurado a bronca” durante minha ausência.
A amiga querida Joseila Aparecida Bergamo, pela ajuda e apoio.
A Prof.ª Olga Tomie Matsuno e Prof. Dr. Silvio Favero, pela ajuda com a parte
estatística.
A Prof.ª Sara Jobim S. Mascarenhas, Diretora da Escola Viriato Bandeira, a
Profª Wanise Beatriz Dal-Más Lang - Diretora adjunta da Escola Pedro Mendes
Fontoura, por terem me recebido com carinho em suas escolas.
Ao Prof. MSc. Geovane Candido, por ter cedido seu precioso tempo em sala
de aula.
À Prof.ª Celanira G. Trelha, Diretora da Escola Luiz da Costa Falcão e a Prof.ª
Maria Aparecida S. Santos, Diretora adjunta da Escola Bonifácio Camargo Gomes,
ambas do município de Bonito/MS, por terem aberto as portas de suas escolas e
pela forma atenciosa a qual fui recebido.
À Prof.ª Márcia Aparecida G. Teixeira, Coordenadora de área de matemática,
da Escola Bonifácio Camargo Gomes, por todo apoio e atenção.
Ao amigo Samuel Vaz, da Publisom, pelo apoio técnico e logístico.
Aos companheiros de mestrado, Katiúcia, Karina, Luciana, Leonel, Ednaldo,
Wilmar, Célia, enfim... todos aqueles que batalharam pelo mesmo objetivo.
iii
EPÍGRAFE
“Pequena queimadura de luz sobre uma superfície sensível
(como alma) – os nitritos de prata, pele e película ao
mesmo tempo – a fotografia é, na sua materialidade, tanto
uma ferida como uma cicatriz, uma fenda aberta no tempo,
uma rachadura no espaço, marca, um rastro, um indício.
Corte e golpe, ela é essa superfície de signos múltiplos e
complexos, aberta a um passado que já não existe mais e
a um futuro que não chegou a ser. As fotografias são
tecidos, malhas de silêncio, as pequenas peles, as
películas da nossa vivência. As fotografias são memórias e
confidências.”
Etienne Samain
iv
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS ...................................................................................... vi
LISTA DE TABELAS ..................................................................................... vii
LISTA DE QUADROS ................................................................................... viii
RESUMO........................................................................................................ ix
ABSTRACT.................................................................................................... xi
1 – INTRODUÇÃO .......................................................................................... 1
1.1 – OBJETIVOS GERAIS ............................................................................. 7
1.2 – OBJETIVOS ESPECÍFICOS .................................................................. 7
2 – REVISÃO DE LITERATURA .................................................................... 8
3 – PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS................................................ 14
3.1 – MÉTODO.............................................................................................. 16
3.1.1 – Palestra ............................................................................................. 17
3.1.2 – Avaliação ........................................................................................... 18
3.1.3 – Análise dos dados ............................................................................. 19
3.2 – MATERIAL ........................................................................................... 19
4 – RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................................................ 20
5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................... 28
6 – REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO ......................................................... 29
ANEXOS ....................................................................................................... 34
ANEXO A ...................................................................................................... 35
ANEXO B ...................................................................................................... 40
ANEXO C ...................................................................................................... 41
ANEXO D ...................................................................................................... 42
ANEXO E ...................................................................................................... 43
v
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Aspecto visual de um slide da apresentação utilizada para os grupos que
tiveram acesso às imagens em escolas públicas de Bonito e Coxim, Mato Grosso do
Sul ..................................................................................................................... 18
Figura 2 – Aspecto visual de um slide da apresentação utilizada para os grupos que
não tiveram acesso às imagens em escolas públicas de Bonito e Coxim, Mato
Grosso do Sul..................................................................................................... 18
Figura 3 – Frequência de acertos e erros das escolas de Coxim e Bonito, Mato
Grosso do Sul. CI= Com Imagem; SI = Sem Imagem. ....................................... 22
Figura 4 – Frequência absoluta dos entrevistados que consideraram a utilização de
imagens importante para a compreensão de temas relativos à biodiversidade, em
escolas públicas de Bonito e Coxim, Mato Grosso do Sul ................................. 22
vi
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Distribuição média da idade dos alunos avaliados em escolas públicas de
Bonito e Coxim, Mato Grosso do Sul ...................................................................... 15
Tabela 2 – Distribuição da idade dos alunos avaliados em escolas públicas de Bonito
e Coxim, Mato Grosso do Sul.................................................................................. 15
Tabela 3 – Número de acertos e erros para as escolas do município de Coxim, para
os grupos com uso de imagens (CI) e sem uso de imagens (SI) ............................ 20
Tabela 4 – Número de acertos e erros para as escolas do município de Bonito, para
os grupos com uso de imagens (CI) e sem uso de imagens (SI) ............................ 21
vii
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Distribuição das turmas entrevistas por período em escolas públicas de
Bonito e Coxim, Mato Grosso do Sul ...................................................................... 16
viii
RESUMO
As mudanças tecnológicas repercutem cada vez mais na educação escolar e na vida
cotidiana. Com o advento do microcomputador, recentes facilidades de aquisição
dessas máquinas e posteriores avanços nos softwares direcionados à educação, a
utilização de novas mídias e sua aplicabilidade no contexto educacional tornou-se
comum e abriu perspectivas inovadoras. O estímulo à aprendizagem é reflexo, entre
outras ações, das técnicas e mídias que os professores adotam ao ministrarem suas
aulas. A ilustração, pioneira no processo educativo, tanto nas ciências biológicas
quanto nas demais ciências, e a fotografia, por não necessitarem de um grande
suporte tecnológico para sua difusão e apreciação, tornaram-se ferramentas
eficientes na divulgação da informação. A fotografia e a questão ambiental estão
relacionadas desde sua descoberta, cujo objetivo inicial era fazer um registro fiel da
natureza, retratando-a tal como ela se revela. Esta investigação teve o objetivo de
avaliar o uso de imagens de natureza, relacionadas à compreensão da
Biodiversidade do Pantanal e da região de Bonito, supondo a influência positiva no
aprendizado e retenção de conteúdos. Para isso, foram realizadas palestras com e
sem uso de imagens em quatro escolas da rede estadual de ensino, sendo duas no
município de Coxim, e duas no município de Bonito, municípios de Mato Grosso do
Sul. Foram entrevistados 614 alunos do ensino médio, com aplicação de
questionários após as palestras. A média de idade foi de 18,5 anos, variando de 14
a 37 anos, com predomínio de alunos de 16 (182 ou 29,64%) e 17 anos (132 ou
21,5%). O grupo que teve acesso à palestra com uso de imagens somou 74,46% de
acertos contra 66,26% de acertos para o grupo que teve acesso a palestra sem o
uso de imagens em questões relativas à biodiversidade. A escola Pedro Mendes
Fontoura, de Coxim, obteve melhores resultados para o grupo que teve acesso às
imagens, com 79,1% de acertos. A escola Luiz da Costa Falcão, de Bonito, obteve
os melhores resultados para o grupo que não teve acesso às imagens, com 69,5%
de acertos. A grande maioria dos entrevistados, tanto do grupo com imagens
(86,5%) como do grupo sem imagens (89,9%), considerou a utilização de
representações visuais importante para a compreensão do tema abordado. Por meio
ix
dos resultados obtidos, compreende-se que a fotografia usada como recurso
educativo pode ajudar na assimilação dos conteúdos, fazendo com que a percepção
da imagem capturada expresse mais do que apenas a sua estética, corroborando
com estudos similares realizados em outros contextos no Brasil. Embora uma
fotografia traga muitas informações, ela não “fala por si só”. Além de captar a
atenção do aluno, a fotografia é um meio de agregar valores ao conteúdo e fornecer
subsídios para que o educando formule seu próprio conhecimento, suas próprias
ideias.
Palavras-chave: Educação Ambiental, Percepção, Fotografia de Natureza.
x
ABSTRACT
Technological changes produce echo increasingly in school education and in
everyday life. With the advent of the microcomputer facilities, recent acquisition of
these machines, and subsequent advances in software targeted to education, the
use of new media and its applicability in the educational context became common
and opened innovative perspectives. The stimulus to learning is reflected, among
others, techniques and media that teachers adopt to their classes. The illustration, a
pioneer in the educational process, both in the biological as in other sciences, and
photography, by not needing a big technological support and appreciation for their
dissemination have become powerful tools in disseminating information. The
photography and environmental issues are related since its discovery, whose initial
goal was to make a faithful record of the nature, portraying it as it unfolds. This
research aimed to evaluate the use of images from nature, related to Biodiversity of
the Pantanal and Bonito region, assuming a positive influence on learning and
retention of content. For this, lectures were held with and without the use of images
in four schools in the public schools, two in the municipality of Coxim, and two in the
municipality of Bonito, of Mato Grosso do Sul State. We interviewed 614 high school
students, with questionnaires after the lectures. The mean age was 18.5 years,
ranging from 14 to 37 years, with a prevalence of 16 (182 or 29.64%) and 17 years
(132 or 21.5%). The group that had access to lecture using images added 74.46%
against 66.26% of hits of hits for the group that had access to lecture without the use
of images. The school Pedro Mendes Fontoura, Coxim, better results for the group
who had access to the images, with 79.1% accuracy. The school Luiz da Costa
Falcão, Bonito, obtained the best results for the group that did not have access to the
images, with 69.5% accuracy. The vast majority of respondents, with pictures
(86.5%) or without images (89.9%), considered the use of visual representations
important for the understanding of the subject. Through the results, we understand
that the photograph used as a pedagogical resource, can help in the assimilation of
content, making the perception of the captured image expresses more than just its
aesthetics, corroborating similar studies in other contexts in Brazil. Although a
xi
photograph brings a lot of information, it does not "speak for itself". Besides capturing
the attention of the student, photography is a means of adding value to the content
and provide input for the learner formulate your own knowledge, your own ideas.
Keywords: Environmental Education, Awareness, Nature Photography.
xii
1 - INTRODUÇÃO
O planeta vem sofrendo profundas modificações ambientais, especialmente
com a conversão de áreas naturais em terras para agropecuária, com a perda da
biodiversidade, mudanças do clima e da qualidade do ar. Essas modificações, mais
marcantes a partir da revolução industrial, parecem ser resultado, combinado do
aumento de demandas da crescente população humana e da emissão de gases
industriais e automotivos, mas também da ocupação de áreas naturais, com
extensas conversões de hábitats florestais para áreas abertas, que antes serviam
como pontos ou zonas de resfriamento e regulação climática (MONTEIRO, 2004;
DIAMOND, 2005; GORE, 2006). As extensas modificações dos ambientes têm
numerosas finalidades, dentre as quais a construção de edificações que servem de
moradia e também para fins industriais e agropecuários, para suprir demandas do
evidente crescimento populacional humano (DIAMOND, 2005).
Trata-se do reflexo direto do modelo de desenvolvimento que caracterizou o
mundo civilizado. As imagens do assim chamado progresso sempre foram mais
valiosas do que as belas imagens de florestas densas e intactas à ação humana. A
conquista do interior do país não tinha mesmo preço. Todavia o custo está sendo
alto. Aos poucos, a natureza tem demonstrado sinais de que é impossível suportar
toda sorte de maus-tratos cometidos pelo homem. Desmatamentos, queimadas,
ocupação irregular de solos, uso descontrolado e indiscriminado de agrotóxicos e
outros produtos químicos são exemplos cujos resultados estão sendo sentidos até
mesmo por aqueles que nunca fizeram uso desses artifícios (DIAMOND, 2005).
As ações dos seres humanos na natureza têm assumido proporção
descontrolada, uma vez que tais processos se caracterizam pela utilização de
práticas predatórias, que atuam diretamente na degradação do meio (CAMPOS,
2000).
De outro lado, o processo educativo tem sido um eloquente instrumento de
alerta e mobilização da sociedade e deve operar nos diversos setores para se
sensibilizar as questões ambientais, sendo colocado como um importante meio de
transformação. Morin (2006) alerta que é necessário promover o conhecimento
capaz de assimilar os problemas globais e fundamentais para neles inserir os
2
conhecimentos setoriais e locais, sendo esta característica um dos principais objetos
da educação.
Adicionalmente, pode-se observar que em diferentes setores sociais, existe
uma forte tendência em reconhecer o processo educativo como condição básica de
provocar mudanças e alterar o atual quadro de degradação do ambiente como qual
se depara. Independentemente do modelo adotado para explicar o atual estado de
agressão à natureza, o processo educativo é sempre apresentado como uma
possibilidade de alteração desse quadro, isto é, como um agente eficaz de
transformação. Muitas vezes, a contribuição do processo educativo para as
mudanças almejadas é de tal forma supervalorizada que leva facilmente à
idealização ou à mistificação (BERTÉ, 2004).
A relação entre ambiente e educação para a cidadania assume um papel
cada vez mais desafiador e necessário, demandando por senso de emergência e
incorporação de
novos saberes e novas técnicas que
possibilitem uma
aprendizagem mais efetiva (RAMOS et al., 2009). Para Dias (2000), a Educação
Ambiental é um processo permanente, no qual os indivíduos e a comunidade tomam
a consciência do seu ambiente e adquirem conhecimentos, valores, habilidades,
experiências e determinação.
A abordagem do meio ambiente na escola passa a ter um papel articulador
dos conhecimentos nas diversas disciplinas, na qual os conteúdos são
ressignificados. Apa (2006) aponta como uma das dificuldades a serem trabalhadas
em Educação Ambiental a necessidade da utilização de metodologias e
procedimentos didáticos que sejam interdisciplinares. Ressalta, ainda, que os
materiais didáticos têm-se mostrados deficientes e, frequentemente, não condizem
com a proposta de Educação Ambiental.
Com a criação da Política Nacional da Educação Ambiental, Lei n° 9.795/99,
os educadores puderam ter mais informações para promover e exigir do poder
público as ações que visam a cidadania e a proteção do meio ambiente (BERTÉ,
2004), conforme descrito no artigo 1º da Lei 9.795/99:
“Entende-se por Educação Ambiental os processos pelo meio dos
quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais,
conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a
conservação do Meio Ambiente, bem do uso comum do povo,
essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.”
3
Silveira e Alves (1996) citam que as atividades vinculadas à Educação
Ambiental, tanto na educação formal como no processo educativo não formal, foram
iniciados no Brasil por volta da década de 1970 e tiveram como resultado a
produção de diversos materiais, como cartilhas, panfletos, folders, jornais, folhetos,
jogos e livros didáticos.
A proposta de educação ambiental desdobra uma sequência de atividades
que interligam e o tempo todo. Promovem a interação de diferentes modalidades de
ensino, conectam cursos de formação e devem estimular fóruns e seminários
abertos dedicados estudos de aprofundamento em alto nível. As pesquisas teóricas,
investigações documentais e pesquisas empíricas de campo devem ainda passar
por um processo de “tradução de linguagem de textos”, do científico para o didático
em diferentes níveis de leitura, estimulando a elaboração de materiais didáticos de
divulgação de conhecimentos sobre a natureza e de alternativas de interação social
com o ambiente (BRANDÃO; OLIVEIRA, 2002).
Almeida et al. (2004) afirmam que a dinâmica escolar, as características de
formação e as condições de trabalho, bem como a falta de material pedagógico
apropriado para a abordagem em Educação Ambiental, são fatores que podem
dificultar a formação do cidadão.
Diante da nova realidade em que vive-se, a escola sofre modificações
internas que afetam currículo, professores, alunos e metodologias. Por sua vez,
esses componentes devem adequar-se às mudanças. A presença das tecnologias
de informação e comunicação e dos mais variados recursos tecnológicos,
influenciam novos paradigmas e novas práticas educacionais (BRITO et al., 2007).
Para Jacobi et al. (2009) as praticas ambientalmente sustentáveis nos
apontam para propostas pedagógicas centradas na criticidade e na emancipação
dos sujeitos, com vistas à mudança de comportamento e atitudes, ao
desenvolvimento da organização social e da participação coletiva.
Atualmente, o ambiente de aprendizagem formal vai muito além dos muros da
escola, permitindo experiências educacionais sem precedentes, fazendo uso de
ferramentas e oportunidades inéditas, jamais disponíveis anteriormente aos modelos
tradicionais de ensino (MOTA, no prelo).
Segundo Mussoi (2008), a sociedade contemporânea passa por um processo
de transformação jamais visto na história da humanidade, que exige das pessoas
4
constante contato com as diferentes tecnologias, principalmente aquelas voltadas
para as áreas eletrônicas e da informática, típicas da era digital. Para Brigidi (2009),
a transmissão de informação consiste em um processo relacionado à comunicação
com o objetivo principal de adquirir conhecimento e para que haja essa expansão de
conhecimento, são necessárias fontes de informação. Com uma quantidade maior
de informações disponível, a aprendizagem pode se dar de forma mais veloz, ou
seja, existe a possibilidade de aprender-se mais em menos tempo.
O acesso à informação é a via mais objetiva no processo educativo. Em um
país de dimensões continentais como o Brasil, a tecnologia torna-se importante
ferramenta, permitindo a várias escolas e centros educacionais o acompanhamento
da modernidade no que se refere à educação, principalmente para aqueles alunos
que residem fora dos grandes centros (FRANCO et al., 2006).
Os mesmos autores colocam que a divulgação da informação deve
acompanhar a tecnologia, porém, sem perder o foco principal que é o educando,
elemento central no processo educativo e a tecnologia deve ser usada como um
meio, e não como um fim.
As mudanças tecnológicas têm um impacto cada vez maior na educação
escolar e na vida cotidiana. Não pode-se mais ignorar a presença do computador, do
celular multifunção e tablets, que são veículos de informação e de comunicação nos
processo de aprendizagem (ROBERTS, 2005). Esses elementos reforçam a ideia de
que o professor e o livro didático deixaram de ser as únicas fontes de conhecimento.
Inserir esses elementos em práticas educativas representa estar coerente com a
realidade de muitos jovens. A facilidade com que a atual geração lida com tais
tecnologias pode ser utilizada, e com bons frutos, para atividades educacionais
(BRITO et al., 2007).
O aluno precisa ser inserido no complexo universo dos problemas ambientais,
dado por uma visão de conhecimento e significados sociais, cujo repertórios
pedagógicos devem ser amplos e interdependentes, visto que a questão ambiental é
um problema híbrido, associado a diversas dimensões humanas (JACOBI, 2003).
Fatores como humor, clareza, utilidade e didática podem ou não tornar as
aulas agradáveis (BENTO, 2009). O papel do professor é cada vez mais diferente e
muda com as tecnologias. Pode-se dizer que a informação e o conhecimento estão
em toda parte, mas as boas perguntas não. O Google, por exemplo, não oferece
5
perguntas, apenas respostas. O papel de ser educador está cada vez mais
relacionado aos questionamentos apropriados, à capacidade crítica e à habilidade
de interpretação das informações. Ao pegar as respostas dos aprendizes, é possível
tecer temas mais criativos e gerar assim aulas mais agradáveis e instigantes. É
fundamental ensinar esse papel ao professor, mas, lamentavelmente, a essência do
treinamento dos professores não muda há 100 anos (MORAN, 2008).
Com o advento do microcomputador e recentes facilidades de aquisição
dessas máquinas, seguido pelos avanços nos softwares direcionados à educação,
muito se fala da utilização das novas mídias e sua aplicabilidade no contexto
educacional. O estímulo à aprendizagem é reflexo, entre outros, das técnicas e
mídias que os professores adotam ao ministrarem suas aulas (BENTO, 2009).
Não é possível pensar no ensino formal sem associá-lo ao uso das
tecnologias disponíveis em cada momento histórico. Elas foram e são utilizadas na
vida escolar (MOTA, no prelo). As revoluções tecnológicas revelam ao longo do
tempo desafios à educação, mas trazem também aparatos e informações que
devem ser vistos como soluções, ajudando o professor a transmitir conhecimento de
uma forma mais dinâmica e prazerosa para o aluno, tornando assim o processo
mais eficaz.
Corroboram com isso os projetos criados pelo Ministério da Educação (MEC),
com investimentos no treinamento e qualificação dos professores e na compra de
equipamentos de informática. Desde 2008, esses projetos têm possibilitado o
contato de alunos e professores com metodologias inovadoras (TERRA, 2012), de
fácil compreensão, como o material pedagógico elaborado pelo professor indiano
Salman
Khan,
disponíveis
na
página
da
Fundação
Lemann
(www.fundacaolemann.org.br), cujo sucesso mundial se dá ao fato de Khan
“conseguir explicar de maneira clara e simples seu raciocínio para a resolução dos
problemas propostos” (RATIER, 2012).
Com a incorporação das tecnologias de informação e comunicação, em
especial a Internet, ao processo de ensino aprendizagem, é fundamental uma ação
sistemática de planejamento e a implantação de novas estratégias didáticas e
metodologias de ensino-aprendizagem. Essa combinação de conceitos compõe um
quadro promissor de potencialidades do ensino moderno. Em uma situação
específica de aprendizagem vivenciada por pessoas reais assumindo papéis
6
concretos de alunos, docentes, pesquisadores ou apoiadores, com base em
recursos e tecnologias disponíveis no mercado, esses conceitos foram cotejados a
ponto de se verificar sua pertinência à realidade educacional (FILATRO; PICONEZ,
2004).
De modo específico, as modernas tecnologias de ensino devem ser utilizadas
em estratégias para Educação Ambiental e divulgação do conhecimento científico
relativos à biodiversidade. O Brasil é primeiro signatário da Convenção sobre
Diversidade Biológica da ONU (CDB), que trata do uso e da conservação da
biodiversidade em várias escalas e tem seus países membros governados pela
Convenção das Partes (Convention of the Parties - COP). Em reunião promovida
pela Organização das Nações Unidas (COP 10) realizada no Japão em 2010, na
cidade de Nagoya, na província de Aichi, os países membros da CDB definiram 20
metas, chamadas Metas de Aichi, a serem cumpridas por todas as nações até 2020,
sendo que cada país deverá adequá-las as suas realidades e estabelecer suas
próprias metas. Cabe ressaltar, ainda, que a ONU declarou a década de 2011-2020
como a “Década da Biodiversidade” e dentre as ações previstas estão a ampliação
da compreensão pública do tema por diferentes segmentos sociais (ONUBR, 2011).
A presente investigação é endossada pelas ideias contidas na Meta 19 das
Metas de Aichi, no sentido de fomentar a criação e utilização de recursos didáticos,
com uso de fotografias e imagens, aplicados ao ensino de ciências e biologia,
visando o cumprimento da referida meta.
“Até 2020, o conhecimento, a base científica e tecnologias ligadas à
biodiversidade, seus valores, funcionamento, situação e tendências,
e as consequências de sua perda terão sido melhorados,
amplamente compartilhados e transferidos, e aplicados.”
(COP 10, apud WEIGAND JR et al., 2011)
Ainda, nesse contexto, as práticas educativas devem apontar para propostas
pedagógicas centradas na mudança de hábitos, atitudes e práticas sociais,
desenvolvimento de competências, capacidade de avaliação e participação dos
educandos (JACOBI, 2005).
7
1.1 – OBJETIVOS GERAIS
O presente trabalho tem como objetivo avaliar a compreensão dos elementos
da biodiversidade da região do Pantanal e da região de Bonito, Mato Grosso do Sul,
junto a alunos do ensino médio da rede estadual, por meio de uso de imagens
fotográficas digitais permeadas de conceitos de biodiversidade e ecologia.
1.2 – OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Apresentar palestras com conteúdo voltado para temática ambiental e aplicar
questionários formulados de acordo com texto de apoio para alunos de escolas
estaduais dos municípios de Coxim e Bonito, Mato Grosso do Sul.
Fomentar a inclusão de prática alternativas no ensino de Biologia e Ciências,
com auxilio de recursos multimídia.
Tornar através do uso de imagens de natureza, mais agradável e interessante
a abordagem de conceitos de Ecologia;
2. REVISÃO DE LITERATURA
Desde
a
antiguidade,
seja
por
mero
acaso
ou
por
observações
sistematizadas, o ser humano constatou a existência de fenômenos naturais e, a
partir daí, passou a utilizá-los em benefício próprio, quando analisou sua sombra
projetada no sentido contrário ao sol e as sombras projetadas pela topografia do seu
ambiente. Estava criada ali a primeira noção de contraste e uma noção efêmera de
reprodução. No século IV a.C., os gregos já dispunham de algum conhecimento
sobre a câmara escura, a partir de observações de raios solares emitidos em
recintos fechados e escuros. Depois, Leonardo Da Vinci relatou que a luz, ao
penetrar, por meio de um furo, em um quarto totalmente escuro, formaria uma
imagem invertida na parede em frente a esse orifício. Desses fenômenos, nascia a
percepção ilusória do mundo, configurada em um novo desenho sob a transposição
tridimensional para a bidimensional (MAYA, 2008).
Criada durante a Revolução Industrial em meio a grandes transformações
econômicas, sociais e culturais, a fotografia possibilitou ao homem a visualização de
fatos e acontecimentos anteriormente transmitidos somente através da escrita, da
pintura e da oralidade. Ampliando cada vez mais o conhecimento e o registro
histórico, a fotografia viria a mudar para sempre a história moderna, sendo possível,
identificar, recordar, comprovar acontecimentos ocorridos no passado, sem que
houvesse dúvidas a respeito da fidedignidade do fato retratado. Ao contrário da
palavra escrita ou falada, ela é uma forma de comunicação sem barreiras
linguísticas ou geográficas (BRIGIDI, 2009).
O desenho científico utilizado como amostra da história natural no século
XVIII e início do XIX abre espaço para uma nova antropologia física, incorporando as
tecnologias mais atualizadas daquele tempo, a fim de obter as reproduções mais
fidedignas possíveis. A fotografia abriu, ainda, a possibilidade de um mundo
imaginário a partir de um mundo real fixado como prova de existência, passando a
alterar as concepções de tempo e espaço e da inserção do próprio ser humano
(MAYA, 2008).
A ilustração, pioneira no processo educativo, tanto nas ciências biológicas
quanto nas demais ciências, e a fotografia, por não necessitarem de um grande
9
suporte tecnológico para sua difusão e apreciação, tornaram-se ferramentas
eficientes na divulgação da informação (FRANCO et al., 2006; SABINO, 2009).
Difundida em quase todos os povos do mundo através dos meios de
comunicação, a imagem desempenha papel fundamental na leitura e compreensão
do mundo. Dependendo dos objetivos de sua utilização pode servir tanto como
instrumento para alienação das pessoas como meio de acesso e democratização do
conhecimento (MUSSOI, 2008).
Camargo (1997) e Lombardi (2008) chamam de imagem documental aquela
que registra e traduz com grande margem de similaridade a fonte do qual se origina
e as condições em que foi realizada. Esses autores afirmam, ainda, que, a principal
função das imagens documentais é sua veracidade, sua capacidade de registrar
aquilo que é, onde, quando e como foi ou está. Ela permite julgar, avaliar, ponderar,
diagnosticar, constatar, prever ou prevenir, relatando situações vividas ou
testemunhadas e servindo de referência para que possa-se identificar ou mais bem
conhecer algo que não se tem acesso e querer descobrir ou comprovar.
Para Lombardi (2008), a fotografia documental pode ser pensada como um
conjunto de imagens que forma uma narrativa cujos traços iniciais se deslocam de
acordo com o olhar de cada fotógrafo. Desse modo, qualquer objeto ou situação
podem ser representados esteticamente de acordo com a ênfase pretendida pelo
fotógrafo.
A imagem fotográfica integrou-se definitivamente em várias áreas das
atividades humanas, e proporcionou processos criativos na busca de novos
patamares do conhecimento, em todas as suas formas e níveis. Pelo lado
meramente documental, ela é intrinsecamente uma cópia natural, constituída de
lapsos de tempos fragmentados em uma realidade ocasional ou dirigida, obtida pelo
fotografo-autor (MENDES; NOBRE, 2008). Os mesmos autores destacam que o
observador pode contemplar detalhes ou o todo, a sua vontade, com livre
interpretação no tempo e espaço que desejar.
Pode-se dizer que cada fotógrafo carrega dentro de si uma biblioteca de
imagens e interpretações. Assim, uma fotografia nunca é totalmente destituída de
influências, uma vez que o fotógrafo absorve informações de diversos lugares e
pode usá-las para criar outras imagens, tornando-a um ato pessoal e intransferível,
10
resultante da interação entre quem opera a câmera e o conteúdo da cena, aliados
ao momento vivido (YAMAMURA; SOUZA, 2009).
Segundo Monteiro (2004), as imagens, quando coletadas, processadas,
organizadas e divulgadas, tornam-se instrumentos de excelência na conscientização
e apreensão de dados referentes a assuntos previamente almejados, podendo se
fazer o uso que assim desejar.
A linguagem não verbal da fotografia contribui decisivamente na realização de
pesquisas teóricas, manifestações artístico-culturais e como coadjuvante eficaz em
numerosas descobertas científicas e tecnológicas (BRITO et al., 2007). Para
Spencer (1980), a contribuição da fotografia na ciência é a sequência qualificada de
informação que não pode ser obtida de nenhuma outra forma, dotando o observador
de uma espécie de olho sintético, uma retina imparcial e infalível, capaz de converter
em registros visíveis, fenômenos cuja existência, de outra forma, não haver-se-ia
conhecido nem suspeitado.
Além de se definir como linguagem de criatividade visual em diversas formas
de expressão artística, a fotografia é uma maneira de ver, descobrir e questionar o
passado e o presente (BRITO et al., 2007). É uma linguagem universal sem
tradução específica, constituída por uma leitura livre, sem normas e formalismos. Ela
é intrinsecamente uma cópia virtual, constituída de lapsos de tempos fragmentados
em uma realidade ocasional ou dirigida. A importância maior reside no fato do
espectador
poder
“ler”
detalhes
ou
pequenos
momentos
fracionados
fotograficamente, a sua vontade, em condições de livre interpretação, no tempo e
espaço que desejar (BRITO et al., 2007). A fotografia permite, através da captura da
imagem, “congelar” um momento, uma forma objetiva de documentação muito
melhor do que a simples lembrança de um fato ou evento. Ela tem o poder de
capturar nuances que muitas vezes passam despercebidas a olho nu e isso
aumenta o nível de observação do espectador (FRANCO et al., 2006; SABINO,
2009).
Enfim, a fotografia faz com que tenha-se um olho mágico, uma retina
imparcial com a qual podemos exatamente mostrar nosso ângulo de visão, capaz de
converter em registros visíveis fenômenos cuja existência, de outra forma, não se
conheceria (SPENCER, 1980).
11
A fotografia pode ser usada unicamente para ilustrar uma teoria ou comprovar
conhecimentos. Em uma visão simplista, segundo Gonçalo Júnior (2008), pode-se
usá-la em um texto apenas para ilustrá-lo, imaginando, desse modo incorporá-la a
sua análise, raramente conseguindo incorporá-la como parte da própria narrativa.
Atualmente, os professores têm à disposição mídias diferenciadas que lhes
permitem diversificar e dinamizar as aulas, que facilitam o envolvimento e o
aprendizado de seus diferentes tipos de alunos (BENTO, 2009). Souza e Lopes
(2002) afirmam que o uso de imagens no contexto escolar é fruto das exigências do
mundo contemporâneo, em constante mutação. Em um planeta dominado pelas
imagens, as fotografias devem ser entendidas como uma escrita atual do homem,
sendo mediada por tecnologias de fácil acesso nas diferentes plataformas
disponíveis (ROBERTS, 2005). O uso de projetores do tipo datashow se tornou
relativamente comum nas salas de aulas e, em consequência disso, aumentou o uso
de imagens utilizadas como complemento das explanações habituais. O assim
citado método “GLS” – giz, lousa e saliva – ganhou uma contribuição expressiva.
Todavia, a relação entre representação e realidade, expressa nas ilustrações
científicas e didáticas, é complexa e sua análise não pode ser abstraída de um olhar
especializado para as imagens presentes na divulgação da ciência e na educação
(BRUZZO, 2004).
Nos dias atuais, muito se debate sobre o uso de novas tecnologias, forçando
o professor a repensar seu papel enquanto profissional e educador, impelindo-o a
buscar um aperfeiçoamento que o coloque páreo frente às novas tecnologias e aos
alunos que acompanham os progressos do mundo contemporâneo (BRITO et al.,
2007).
Para Jacobi (2003), os professores devem estar cada vez mais preparados
para reelaborar as informações que recebem, a fim de poderem transmitir e
decodificar para os alunos a expressão dos significados sobre o ambiente e a
ecologia nas suas múltiplas determinações e intersecções.
A análise de imagens contribui fortemente para o desenvolvimento intelectual,
desenvolvendo nos alunos uma inteligência qualificada como análise visual, que
complementa competências tradicionais como o ler, escrever e contar (ABRANTES,
1999).
12
Com a facilidade de acesso a informações, sejam elas por televisão, rádio,
internet, os educandos estão acostumados a aprender por meio dos sons, das
cores, das imagens fixas ou em movimento. Segundo Kenski (1996), o mundo deles
é polifônico e policrômico, ou seja, de cores, imagens, sons e movimentos múltiplos.
Através dos sistemas de telecomunicações interligados, o indivíduo, esteja
onde estiver, tem acesso a qualquer parte do globo, com um grande número de
assuntos à sua disposição. Imagens e sons captados a distância são retransmitidos
por satélites, graças aos notáveis avanços da microeletrônica e aos modernos
aplicativos da fotografia digital (MONTEIRO, 2004).
Por mais que a imagem seja produzida com certa finalidade, ou seja apenas
para ilustrar, sua representação conterá um meio de informação e conhecimento, e o
seu conteúdo ajudará o educando a se constituir como um leitor crítico daquilo que
analisa, levando-o à compreensão de conceitos e acontecimentos muitas vezes
abstratos e complexos (ASARI et al., 2004).
Em todas as ciências, ilustrações, fotografias e vídeos têm sido usados cada
vez mais no processo educacional e científico. A fotografia e a questão ambiental
estão relacionadas desde sua descoberta, cujo objetivo inicial era fazer um registro
fiel da natureza, retratando-a tal como ela se revela. Em suas atividades, os
cientistas utilizam cada vez mais a fotografia como instrumentação de pesquisas,
registro de dados e apoio didático (FRANCO, 2006; SABINO, 2009).
Embora tenha sido muito usada apenas na ilustração de livros, para a
compreensão dos textos e muito valorizada na publicidade, percebe-se que, de
maneira geral, a escola tem feito pouco uso da fotografia. Este tipo de registro ocupa
sempre uma posição secundária e não como forma de conhecimento próprio da sua
linguagem técnica e artística. Para além do registro documental, fotografias podem
ser utilizadas como forma de relação com o ambiente, o que em última instância,
possibilitaria uma percepção ecológica, além da educação do olhar do aluno
(PEIXOTO, 2007).
Brandão e Oliveira (2002) fazem uma analogia da produção científica a uma
pedra atirada em um remanso no rio. As ondas que se formam a partir do encontro
da pedra com a água são uma sequência de círculos de interlocutores de
documentos de original vocação científica. Quanto mais próximo e menor o círculo,
maior a afinidade científica com o tema. Mas quanto mais pessoas se atinge nos
13
círculos externos e distantes, espera-se que maior seja o aproveitamento do
conteúdo elaborado. E a fotografia pode ser um bom exemplo disso. Mesmo que
não criada com determinado fim, pode estender suas informações a um público
diversificado, que não da área do específica do autor.
Alunos somente poderão estar preparados para os desafios futuros se, ao
longo da vida escolar da educação básica, forem preparados para explorar suas
máximas potencialidades. Para tanto, precisam adquirir conhecimentos para,
sincronicamente, desenvolver uma gama de habilidades que os habilitem
plenamente em tarefas necessárias. Nestas tarefas, pode-se destacar a leitura,
escrita, matemática e ciências, complementadas por outras que se mostram também
necessárias, como capacidade de resolver problemas, pensamento crítico,
comunicação interpessoal, colaboração e trabalho em equipe (MOTA, no prelo).
Assim, o tradicional e o novo se completam, gerando a possibilidade de construção
do conhecimento em novos padrões (MOTA, no prelo).
3 – PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Foram realizadas apresentações multimídia em 24 turmas diferentes,
abrangendo 614 alunos do primeiro, segundo e terceiro ano do Ensino Médio
regular. Após as apresentações, foram aplicados aos alunos questionário com dez
perguntas relacionadas ao tema abordado e uma pergunta para saber se os alunos
acharam, ou não, a apresentação interessante. Foram escolhidas quatro escolas
estaduais em dois municípios de Mato Grosso do Sul: Pedro Mendes Fontoura
(PMF) e Viriato Bandeira (VB), no município de Coxim e Luiz da Costa Falcão (LCF)
e Bonifácio Camargo Gomes (BCG), em Bonito. As mesmas foram escolhidas por
serem as únicas a ofertarem o ensino médio regular aos alunos em seus municípios.
Os municípios têm em comum as atividades turísticas envolvendo atrativos
naturais. Coxim é do maior município da região norte de Mato Grosso do Sul,
situado na borda setentrional da Bacia do Alto Paraguai, é um centro econômico e
turístico regional, sendo nacionalmente conhecida por abrigar diversos ícones
paisagísticos e atrativos de pesca. A cidade de Bonito está localizada no oeste do
estado, sobre o Planalto da Bodoquena (Serra da Bodoquena) e Depressão do
Miranda. Polo do ecoturismo em nível mundial, suas principais atrações são as
paisagens naturais, os mergulhos em rios de águas transparentes, cachoeiras,
grutas, cavernas e dolinas, sendo o principal município que integra o complexo
turístico do Parque Nacional da Serra da Bodoquena, que tem grande potencial
turístico.
As escolas pertencem à rede pública de ensino, recebendo alunos da zona
rural e urbana daqueles municípios. Contam com salas de aula, laboratórios de
informática, quadras de esporte e setor administrativo adequado às atividades de
ensino.
A média de idade dos alunos foi de 18,8 anos, sendo a menor para a Escola
Viriato Bandeira, no município de Coxim (16,5) e a maior para a Escola Luiz da
Costa Falcão, no município de Bonito (21,5) (Tabela 1).
15
Tabela 1 – Distribuição da idade média dos alunos avaliados em escolas públicas de
Bonito e Coxim, Mato Grosso do Sul.
Escola
Viriato Bandeira
Pedro Mendes Fontoura
Luiz da Costa Falcão
Bonifácio Gomes da Costa
Fonte: Do Autor.
Idade média
16,5
19,1
21,5
18,2
Desvio padrão
1,71
4,33
5,90
2,89
N
113
181
184
138
A distribuição de idades foi de quatorze (14) a trinta e sete (37) anos, sendo a
maioria da faixa dos 15 (20,68%), 16 (29,64%) e 17 anos (21,50%) (Tabela 2).
Tabela 2 – Distribuição da idade dos alunos em escolas públicas de Bonito e Coxim,
Mato Grosso do Sul.
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
25
26
27
28
37
Total
Viriato Bandeira
4
32
44
24
6
3
113
Pedro M. Fontoura
13
31
52
57
21
3
1
1
2
181
Luiz C. Falcão
13
37
49
18
33
21
1
3
2
2
2
2
1
184
Bonifácio C. Gomes
8
27
37
33
15
7
5
2
2
136
Total
38
127
182
132
75
34
7
3
2
4
2
3
2
2
1
614
%
6,19
20,68
29,64
21,50
12,21
5,54
1,14
0,49
0,33
0,65
0,33
0,49
0,33
0,33
0,16
100%
Fonte: Do Autor.
Devido à distribuição interna nas escolas de Bonito, duas turmas da escola
Luiz da Costa Falcão e uma da escola Bonifácio Camargo Gomes foram do período
noturno, o que contribuiu para o aumento da média de idade, como resultado do
perfil dos alunos daquele período, todos maiores de idade (≥ 18 anos).
16
Quadro 1 – Distribuição das turmas entrevistas por período em escolas públicas de
Bonito e Coxim, Mato Grosso do Sul.
1° “C” 1° “B”
M
M
1° “A” 1° “B”
Pedro Mendes Fontoura
M
M
1° “A” 1° “B”
Luiz da Costa Falcão
M
M
1° “B” 1° “C”
Bonifácio Camargo Gomes
V
V
Legendas: M: matutino; V: vespertino; N: noturno.
Viriato Bandeira
2° “A”
M
2° “A”
M
2° “A”
M
2° “A”
V
2° “B”
M
2° “B”
M
2° “B”
N
2° “B”
V
3° “A”
M
3° “A”
M
3° “A”
M
3° “A”
V
3° “B”
M
3° “B”
M
3° “B”
N
3° “B”
N
Fonte: Do Autor.
A escolha das turmas para participação das apresentações e entrevistas foi
feita de forma aleatória, respeitando-se o fato de que seriam duas turmas por série,
ou seja, dois primeiros anos, dois segundos e dois terceiros, de acordo com a
disponibilidade da escola, independente da nomenclatura da turma ou número de
alunos.
Após cada apresentação, foi perguntado se existia alguma dúvida quanto ao
tema abordado ou termos utilizados, sendo as mesmas sanadas antes da aplicação
dos questionários. Entretanto, os alunos participantes optaram sempre por não fazer
qualquer tipo de questionamento.
São mostrados somente os resultados referentes às dez questões
relacionadas ao tema. A questão de número 11, sobre a metodologia, foi analisada
de forma separada, posteriormente.
3.1 - MÉTODO
Da mesma forma que em Borges et al. (2010), a presente investigação usou a
estratégia de realização de palestra de conteúdo voltado à temática ambiental dando
ênfase na importância da natureza aos seres humanos e as consequências da
degradação ambiental. O material de apoio foi elaborado a partir de pesquisa
bibliográfica pertinente e conceitualmente atualizado. A avaliação da assimilação do
conteúdo deu-se por meio de questionários de múltipla escolha – Anexos A: texto de
apoio; B: Questionário para os grupos que tiveram acesso às imagens e C:
Questionário para os grupos que não tiveram acesso às imagens.
17
Por se tratar de pesquisa envolvendo seres humanos, o Comitê de Ética
envolvendo Seres Humanos da Universidade Anhanguera-Uniderp, solicitou a
utilização de Termos de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), tanto para os
alunos quanto para os pais/responsáveis pelos alunos menores de idade (menores
de 18 anos) – Anexos D e E.
Os TCLE foram distribuídos no dia anterior a apresentação e foram recolhidos
juntos com os questionários respondidos.
3.1.1 - Palestra
Em cada escola, os alunos foram divididos em dois grupos, respeitando-se
uma divisão prévia e original da instituição. A partir de escolha aleatória, um grupo
teve acesso à apresentação multimídia, com duração de 13 minutos, com fotografias
e imagens de natureza relacionadas ao conteúdo (Figura 1). O outro grupo teve
acesso apenas à apresentação com uso de linguagem escrita e oral (Figura 2). O
conteúdo ministrado foi o mesmo para os dois grupos, diferenciado apenas pelo
modo de exposição, “com” e “sem” uso de imagens.
Visando a homogeneidade dos resultados, optou-se por padronizar a
apresentação em um vídeo, confeccionada a partir do software Windows Movie
Maker. Dessa forma, todos os educandos tiveram acesso ao mesmo nível de
informações, sem que houvesse alterações por parte do modo de exposição do
conteúdo, ou seja, todos foram agraciados da mesma forma, em se tratando de
tempo de explanação, termos utilizados e conteúdo ministrado.
Para que não houvesse prejuízo de aprendizagem ao grupo B, exposto à
apresentação com uso apenas da linguagem escrita, ao final da avaliação desse
grupo foi oferecida a apresentação com uso de fotografias e imagens de natureza.
18
Figura 1 – Aspecto visual de um slide da apresentação utilizada para os grupos que
tiveram acesso às imagens em escolas públicas de Bonito e Coxim, Mato Grosso do
Sul.
Fonte: Do Autor.
Figura 2 – Aspecto visual de um slide da apresentação utilizada para os grupos que
não tiveram acesso às imagens em escolas públicas de Bonito e Coxim, Mato
Grosso do Sul.
Fonte: Do Autor.
3.1.2 - Avaliação
Ao final de cada apresentação foi aplicado o questionário, para que pudesse
ser depreendido o nível de aprendizagem. Os questionários foram formulados a
partir do texto de apoio, sendo seis questões relacionadas com biodiversidade e
ecologia de forma geral (conceitos e definições), quatro relacionadas com
19
biodiversidade regional, sendo duas sobre Bonito e duas sobre o Pantanal. A décima
primeira questão serviu para que pudesse ser mensurada, segundo o entendimento
dos alunos, a importância, ou não, do uso de fotografias e imagens na compreensão
do tema abordado. A avaliação foi feita de forma individual e sem consultas, com um
tempo de quinze minutos.
3.1.3 - Análise dos Dados
A análise dos dados foi realizada pelo número dos acertos para cada grupo
de questões (com imagens e sem imagens). A questão que trata da importância, ou
não, do uso de imagens foi analisada individualmente.
Os resultados foram testados quanto à significância com um teste de teste χ2
considerando o nível de significância 0,05. Para a análise estatística foram
considerados os resultados como um todo para os grupos que fizeram uso de
imagens e para os que não fizeram uso de imagens.
3.2 - MATERIAL
Para as apresentações, foram utilizados computador portátil, projetor
multimídia e duas caixas de som de tamanho pequeno. O tema das apresentações
foi Biodiversidade, tratada de forma geral e também contextualizada no âmbito
regional. Os questionários utilizados continham dez questões formuladas à luz do
texto de apoio e uma questão referente à metodologia empregada. Anexos B:
Questionário para os grupos que tiveram acesso às imagens e C: Questionário para
os grupos que não tiveram acesso as imagens.
4 - RESULTADOS E DISCUSSÃO
Uma vez que os questionários eram do tipo fechado, de múltipla escolha, não
foi observada nenhum tipo de alteração que pudesse ser relacionada com a idade
ou período de estudo dos entrevistados, corroborando com Borges et al. (2010), que
obteve resultados semelhantes entre alunos do EJA (Educação de Jovens e
Adultos) e alunos das 7ª e 8ª séries. Embora os mesmo pertencessem a séries
diferentes (1°, 2° e 3° anos do Ensino Médio), foram instruídos de que o material
para as respostas estaria contido nas apresentações, independentemente do
conteúdo por eles estudados regularmente, evitando assim prejuízos aos objetivos
dessa pesquisa.
Os resultados das respostas das questões apresentadas aos alunos estão na
Tabela 3, para os alunos das escolas de Coxim e na Tabela 4, para os alunos das
escolas de Bonito.
Tabela 3 – Número de acertos e erros para as escolas do município de Coxim, para
os grupos com uso de imagens (CI) e sem uso de imagens (SI).
Escola
Viriato Bandeira
Pedro Mendes Fontoura
CI (57)
SI (56)
CI (90)
SI (91)
Questão Acerto Erro Acerto Erro Acerto Erro Acerto Erro
1
45
12
53
3
83
7
80
11
2
51
6
52
4
86
4
70
21
3
45
12
49
7
84
6
59
32
4
54
3
46
10
79
11
80
11
5
45
12
18
38
59
31
43
48
6
46
11
32
24
76
14
65
26
7
40
17
39
17
64
26
42
49
8
35
22
19
37
59
31
38
53
9
42
15
28
28
74
16
48
43
10
31
26
34
22
48
42
37
54
Total
434
136
370
190
712
188
562
348
%
76,14 23,86 66,07 33,93 79,11 20,89 61,76 38,24
Legenda: CI: grupo com imagens; SI: grupo sem imagens; (n): número de entrevistados.
21
Tabela 4 – Número de acertos e erros em respostas de alunos das escolas do
município de Bonito, para os grupos com uso de imagens (CI) e sem uso de
imagens (SI).
Escola
Luiz da Costa Falcão
Bonifácio Camargo Gomes
CI (82)
SI (102)
CI (67)
SI (69)
Questão Acerto Erro Acerto Erro Acerto Erro Acerto Erro
1
66
16
77
25
58
9
56
13
2
64
18
79
23
61
6
48
21
3
57
25
81
21
57
10
49
20
4
77
5
81
21
54
13
59
10
5
40
42
63
39
40
27
37
32
6
78
4
87
15
60
7
59
10
7
54
28
66
36
39
28
40
29
8
45
37
60
42
44
23
45
24
9
52
30
66
36
40
27
47
22
10
42
40
49
53
30
37
26
43
Total
575
245
709
311
483
187
466
224
%
70,12 29,88 69,51 30,49 72,09 27,91 67,54 32,46
Legenda: CI: grupo com imagens; SI: grupo sem imagens; (n): número de entrevistados.
O melhor desempenho para o grupo com imagens foi da escola Pedro
Mendes Fontoura, com 79,11% de acertos, seguido da escola Viriato Bandeira, com
76,14% de acertos, ambas de Coxim. As escolas do município de Bonito tiveram
72,09% (escola Bonifácio Camargo Gomes) e 70,12% (escola Luiz da Costa
Falcão), conforme mostrado na Figura 3.
Para os grupos que não fizeram uso de imagens, o índice de acertos ficou
abaixo dos 70%, sendo o melhor resultado foi para a escola Luiz da Costa Falcão,
com 69,51% e a escola Bonifácio Gomes Camargo com 67,54%.
22
Figura 3: Frequência de acertos e erros das respostas das questões 1 a 10 das
escolas de Coxim e Bonito, Mato Grosso do Sul. CI= Com Imagem; SI = Sem
Imagem.
Fonte: Do Autor
A grande maioria dos entrevistados, tanto do grupo com imagens (86,5%)
como do grupo sem imagens (89,9%) considerou a utilização de imagens importante
para a compreensão do tema abordado. Aqueles que não julgaram importante ou
mesmo indiferente o uso ou não de imagens, totalizaram respectivamente 6,6% e
6,9% para o grupo que teve acesso a imagens e 5,4% e 4,7% para os grupos que
não tiveram acesso as imagens (Figura 4).
Figura 4: Frequência absoluta dos entrevistados que consideraram a utilização de
imagens importante para a compreensão de temas relativos à biodiversidade, em
escolas públicas de Bonito e Coxim, Mato Grosso do Sul.
Fonte: Do Autor
23
O método utilizado neste estudo - observando os acertos em questões
relacionadas com o tema discutido na palestra e sobre a importância da utilização de
imagens - se mostrou eficiente, uma vez que permitiu analisar e quantificar se o uso
de imagens auxiliou ou não na compreensão dos elementos da biodiversidade por
parte dos alunos.
A análise estatística das respostas, para os grupos que fizeram uso de
imagens e para os grupos que não fizeram uso de imagens, mostra que há
dependência significativa entre o uso de imagens e o número de acertos para as
questões 1 a 10 em todas as escolas analisadas (χ = 49,30; α=0,05).
As questões foram formuladas a partir do texto de apoio. Consequentemente,
todas as repostas estavam inseridas no contexto da apresentação, possibilitando
aos alunos extrair as respostas corretas, mesmo da apresentação sem o uso de
imagens. Entretanto, as fotografias de natureza tiveram influência positiva na
assimilação do conteúdo abordado, fazendo com que o número de acertos fosse
maior para o grupo que fez uso de imagens.
Conforme apresentado nas tabelas 3 e 4, os alunos que assistiram a
apresentação com uso de imagens demonstraram um índice de acertos visivelmente
melhor em todas as escolas que fizeram parte da pesquisa, corroborando com os
resultados de Borges et al. (2010).
Para Lopes (2006), o trabalho com linguagem fotográfica pode contribuir
como meio e mediação no processo de construção de conhecimento. Pode ser
considerado também, como foi observado durante este trabalho, como um elemento
estratégico para prender a atenção dos educandos.
A fotografia propicia que fatos esquecidos ou nunca vistos sejam percebidos,
educando o sujeito para a imaginação e para um olhar multifacetado que vai além da
imagem cristalizada que se tem naquele momento (SILVEIRA & ALVES, 2008). A
fotografia possibilita “ver sem ter estado lá” (Borges et al. 2010) e permite que a
compreensão acerca da ecologia e comportamento seja refinada e mais bem
compreendida (SABINO, 2009). Tal conclusão também pode ser aplicada a presente
investigação, uma vez que o uso das imagens foi fundamental para os envolvidos.
Muito dos alunos de Coxim afirmaram não conhecer a região de Bonito. O mesmo
aconteceu com os alunos de Bonito, que disseram não conhecer o Pantanal.
24
Para as questões referentes a conceitos de Ecologia e preservação do meio
ambiente (questões 1, 2, 3, 4, 5 e 10), os melhores resultados para os grupos com
uso de imagens foram para as escolas Pedro Mendes Fontoura (81,3%) e Viriato
Bandeira (79,2%). Já para o grupo que não teve acesso a imagens, a escola Viriato
Bandeira (75%) e a escola Luiz da Costa Falcão (70,3%) obtiveram os melhores
resultados.
Observou-se que, no grupo que fez uso de imagens, a escola Pedro Mendes
Fontoura, Coxim, teve o melhor resultado para as questões que diziam respeito ao
Pantanal (questões 8 e 9), com 74% de acertos. Por sua vez, o grupo que fez uso de
imagens da escola Luiz da Costa Falcão, em Bonito, obteve o melhor resultado
(80,5%) para as questões que diziam respeito às belezas daquele município.
Com relação à questão que tratava da importância do uso de imagens, a
grande maioria dos educandos tem percepção de que a linguagem fotográfica pode
auxiliar na compreensão dos mais diversos temas (Figura 4). Uma imagem só é rica
em significado na medida da capacidade do pesquisador, do educador e do discente
de perceberem suas mudanças de representação da realidade e para que haja
resultados positivos, é preciso que a foto seja eficiente na sua função de recolher e
transmitir informações (YAMAMURA; SOUZA, 2009).
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais para Ensino
Secundário Brasileiro (MEC, 2002), o ensino de Biologia, é essencial para o
desenvolvimento de atitudes e os valores que são pertinentes para as relações entre
os seres humanos, entre os seres humanos e o ambiente, e entre os seres humanos
e o conhecimento. Tais relações contribuem, assim, para uma educação que vai
desenvolver e treinar indivíduos sensíveis e cooperativos, bem como para formação
de cidadãos conscientes dos processos e regularidades do mundo natural e da vida:
indivíduos e cidadãos que são capazes de realizar ações concretas, julgamentos e
tomadas de decisões alinhadas ao bom senso (TIDON; LEWONTIN, 2004).
Certamente, a compreensão dos elementos da biodiversidade ora expostos, em
escala local e regional, contribui para que esses objetivos de formação sejam
alcançados.
O uso de métodos para mover alunos para fora de suas zonas de conforto,
fazendo com que o mesmo trabalhe todos os sentidos e tenha acesso à informação
de vários meios, tanto auditivo como visual, por abrir suas ideias para situações em
25
que sejam submetidas à análise e debate com outros pontos de vista, e promover
situações que aumentam a chance de argumentação por estes estudantes,
permitem sua interação com situações novas e incomuns, fatos que agregam
valores ao conhecimento fornecido tradicionalmente (DORVILLÉ; ESCOVEDO,
2012). O uso de imagens pode aguçar o interesse pelo assunto abordado,
reforçando o conteúdo passado e dando uma margem maior de elementos a serem
ensinados. Por exemplo, quando se fala que o Brasil é uma “grande aquarela de
múltiplas formas e cores”, nada melhor do que fotografias para mostrar a grande
diversidade de aves, peixes e flores existentes no ecossistema tupiniquim.
A análise cuidadosa do material de ensino secundário brasileiro seria
oportuna, uma vez que o conhecimento das qualidades e falhas do material didático
e metodologias utilizadas atualmente ajudariam a melhorá-los. A utilização de
recursos audiovisuais permite que o professor ensine e ainda dê uma chance ao
aluno de ver aquilo que o professor está explicando. Conforme os resultados obtidos
no presente trabalho, isso aumenta não só o interesse do aluno no conteúdo
abordado, mas também seu nível de conhecimento. Alunos das escolas de Coxim,
que tiveram acesso a apresentação sem imagens, e depois assistiram a
apresentação com imagens ficaram “maravilhados” com as imagens mostradas. E o
nível de atenção e os comentários observados entre os alunos foi de outro nível,
com maior riqueza de detalhes.
A formação contínua de professores, apoiados em cursos e oficinas,
ensinando e orientando no uso e aplicação dos recursos atualmente disponíveis,
visando, em termos de conteúdos, identificação de suas concepções anteriores, as
mudanças conceituais necessárias e que a atualização do conhecimento. Por outro
lado, é necessário prognosticar os instrumentos de instrução para estes professores,
em termos de estratégias de ensino, como a questão do material didático, da
linguagem e do tempo disponível em sala de aula para lidar com a disciplina
(TIDON; LEWONTIN, 2004). A disponibilidade de materiais de informática também é
um ponto interessante. Professores que tinham acesso ao material simplesmente
não faziam uso, enquanto aqueles que não tinham disponível reclamavam da sua
falta.
Assim como observado por Tidon e Lewontin (2004), em trabalho realizado
com professores de Brasília, a inadequação dos materiais didáticos disponíveis para
26
eles foi mencionada como uma das dificuldades enfrentadas no processo de ensino
e descobriram que, em muitos casos, os materiais didáticos não só não conseguem
resolver dificuldades dos alunos, mas também nem sequer constituem um bom de
recursos para o ensino tradicional.
Para Mota (no prelo), o professor do mundo atual também se modifica
profundamente. Além de manter as tarefas originais de instrução (transmissão de
conhecimento), a elas se somam orquestrar e estimular as potencialidades dos
educandos nesse universo digital de forma associada com as habilidades
interpessoais.
A máxima “aprender a aprender” aqui também faz todo o sentido uma vez que
o conhecimento elaborado é sempre provisório, é construído em um determinado
contexto e a qualquer tempo pode ser refutado. Portanto, mais do que reter
conhecimento – ênfase da escola tradicional – é preciso criar procedimentos para se
buscar, avaliar o conhecimento disponível a fim de que responda ao problema
daquele momento. Tal e qual postula Mota (no prelo), concorda-se com a premissa
de que o papel da educação nos dias atuais é o de propiciar a construção de
estruturas cognitivas que apoiem e preparem o educando para atuar no mundo
contemporâneo.
Segundo Alcântara (2006), o fotógrafo de natureza é um conservacionista. Ele
luta para a preservação daquele meio que fotografa. A utilização de fotografias de
natureza pode também despertar o gosto por esse “hobby”, aumentando o número
de pessoas preocupadas com a preservação do ambiente. Dos 614 alunos, 88,1%
consideraram que o uso de imagens e fotografias foram importantes no processo de
aprendizagem, mostrando que a metodologia empregada, além de auxiliar no
ensino, pode também despertar o interesse na preservação do meio ambiente.
Sabino (2009) ressalta a capacidade eloquente que a fotografia tem de atrair
as pessoas para o mundo natural, em especial para a intrínseca relação que tem-se
com a fauna e também destaca, ainda, que a fotografia, mais que uma ferramenta,
atua como meio de captura e exibição do mundo natural, revelando aspectos do
comportamento animal que pode ser utilizada como forma de educação,
sensibilização e engajamento da sociedade nessa relação com a natureza.
A fotografia é apenas um instrumento e que a construção de um saber que a
toma por base uma imagem vai além da sua representação, necessitando da
27
articulação entre o olhar do sujeito individual e o sujeito cultural (JUSTO, 2003). A
utilização de imagens na sala de aula deve ser precedida de planejamento e
confecção de material teórico adequado, conforme utilizado no presente trabalho.
Segundo Monteiro (2004), as imagens, quando coletadas processadas, organizadas
e divulgadas, tornam-se instrumento de excelência na conscientização e apreensão
de dados referentes a assuntos previamente objetivados.
É certo que qualquer imagem fotográfica, por seu caráter de signo múltiplo e
variável, permite uma leitura plural que transcende até mesmo o que o fotógrafo viu
e até mesmo o que o professor quer mostrar. Na intenção de ensinar um conceito de
ecologia, ele pode provocar no aluno o interesse na preservação do ambiente.
Mesmo que o fotógrafo quisesse dar um significado particular ao conjunto das
características de sua imagem, essa intencionalidade seria ineficiente, uma vez que
o imaginário do produtor não é o mesmo do receptor (LOMBARDI, 2008).
5 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com base nos resultados, verificou-se que os grupos que tiveram acesso às
apresentações com uso de imagens obtiveram resultado esperado, com melhor
aproveitamento quando comparados aos grupos que não tiveram acesso às
imagens. Tais resultados sugerem que, o uso da fotografia contribuiu no processo
de aprendizado e fixação de conteúdo, de modo similar ao observado por Borges et
al. (2010).
As escolas do município de Coxim tiveram melhores resultados para as
avaliações submetidas aos grupos que fizeram uso de imagens. Por outro lado para
os grupos sem imagens, as escolas de Bonito se mostraram mais eficientes. Por
mais que se diga que o uso de fotografias pode auxiliar no ensino dos elementos da
biodiversidade, ela ainda pode estar sujeita à interpretação do observador, por seu
caráter de signo múltiplo e variável, permite uma leitura plural que difere até mesmo
o que o autor da imagem sugeriu ter visto. E mesmo que a intenção desse autor seja
direcionada ao esclarecimento e entendimento do que foi mostrado, esse intento
seria ineficiente, pois a informação que sai do autor pode não ser recebida da
mesma forma pelo observador.
Todavia, por meio dos resultados obtidos, compreende-se que a fotografia
usada como recurso pedagógico pode ajudar na assimilação dos conteúdos,
fazendo com que a percepção da imagem capturada expresse mais do que apenas
a sua estética, atendendo aos objetivos propostos pelo projeto em tela.
Para o educador, a fotografia surge para fazer a diferença, além de buscar
conhecimentos, possibilitar o aluno apreciar e contemplar a imagem, olhar além da
imagem – relacionar com o objeto estudado, muitas vezes desconhecido do aluno,
fatos corroborados com dados do presente estudo.
Entende-se, ainda, que é necessário que o educador, ao transmitir
ensinamentos,
faça
uso
das
tecnologias
disponíveis,
para
externar
seu
conhecimento de forma que o educando assimile ao máximo e compreenda o
conteúdo ensinado. Agregar valores visuais à teoria é também fornecer subsídios
para que o educando formule seu próprio conhecimento, suas próprias ideias.
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Acesso em 28/07/2012
ANEXOS
35
ANEXO A
Biodiversidade: uma introdução
A grande variedade de espécies na Terra é impressionante. Desde as
bactérias microscópicas, invisíveis a olho nu, até as baleias azuis, que podem
chegar ao comprimento aproximado de trinta metros, passando pela vasta riqueza
das florestas tropicais e oceanos. Entretanto, a biodiversidade não está limitada
somente à composição de espécies, mas também ao papel que eles desempenham
nos ambientes onde elas vivem e se desenvolvem, e à variedade genérica dos seres
vivos. O cenário para a vida na Terra é também muito variado, naquilo que os
cientistas chamam de biomas, grandes extensões de área com características
similares: florestas tropicais úmidas, savanas, florestas temperadas, pantanais,
recifes de corais, desertos, manguezais, restingas e são alguns ambientes.
A diversidade dos genes permite aos indivíduos se manifestarem não só com
as características gerais da espécie, mas também com as particularidades de cada
ser.
Desse modo, a biodiversidade pode ser dividida em três níveis ou categorias:
a genética, a de espécie e a de ecossistema. Todas elas, em conjunto, são
fundamentais para sustentar as conexões que garantem a vida no Planeta.
Diversidade genética: trata-se da variação dos genes dentro das espécies, sendo
muito importante para garantir a própria sobrevivência da espécie. Quando a
população de uma espécie fica muito reduzida a um local, como, por exemplo, nos
fragmentos de vegetação ou em cativeiro, os indivíduos acabam cruzando-se entre
si e enfraquecendo-se pela pequena variabilidade genética. As espécies ficam
suscetíveis a determinadas características genéticas, que podem, por exemplo,
causar doenças.
Diversidade de espécies: trata-se da variedade de espécies existentes dentro de
uma região. O número de espécies em uma região, ou seja, a riqueza de suas
espécies, é uma medida bastante usada pelos cientistas. Entretanto, há uma outra
mais precisa, ou seja, a diversidade taxonômica, que leva em conta a estreita
relação das espécies entre si. Por exemplo, uma ilha com duas espécies de
pássaros e uma espécie de lagarto tem maior diversidade taxonômica que outra que
tenha três espécies de pássaros e nenhuma de lagarto.
Diversidade de ecossistemas: trata-se da variedade de áreas geográficas que
abrigam a vida de determinadas espécies e colônias em função de características
ambientais muito próprias. Em um país como o Brasil e seus oito milhões e meio de
quilômetros quadrados, existem milhares de ecossistemas distribuídos pelo território.
A grande variedade de ecossistemas coloca o Brasil na lista dos países
megadiversos do Planeta, como se o nosso país fosse um grande aquarela de
múltiplas cores e formas.
Pode-se considerar que os atributos das populações e comunidades também
contribuem para biodiversidade. Assim, as diferenças na composição das
comunidades (número e abundância relativa de espécies) e da estrutura das
populações (distribuição de idades) e os processos ecológicos contribuem para
caracterizar e manter a biodiversidade. Na sociodiversidade, a diversidade cultural
ajuda a adaptação da espécie humana a novas condições e suas expressões são
refletidas na variedade de crenças, linguagem, práticas de manejo da terra, arte,
música, seleção de cultivos e produções econômicas.
36
Ao entendermos o real significado e a importância da biodiversidade em
nossas vidas, ficaremos sensíveis para identificar o quanto essa relação pode estar
fragilizada. Inúmeras espécies e ambientes encontram-se ameaçadas por diversas
razões.
Na história da Terra, a extinção das espécies e mudanças nos ecossistemas
sempre fizeram parte dos processos naturais. Entretanto, estamos nos deparando
com uma intensificação do processo, como nunca houve antes, com causas
diretamente ligadas à ação dos seres humanos no Planeta.
Muitos cientistas acreditam que já estamos presenciando uma onde de
extinção em massa, esse desaparecimento de uma infinidade de espécies animais,
vegetais, entre outras, é o maior desde o desaparecimento dos dinossauros e de
outros organismos há aproximadamente 65 milhões de anos. Os pesquisadores
acreditam que a taxa de extinção de espécies, devido à degradação ambiental
provocada pela interferência humana é de 1.000 vezes a taxa natural de extinção.
Eles estão apreensivos com os efeitos, em longo prazo, desse desaparecimento
rápido e maciço não somente sobre as comunidades naturais, como também sobre
a capacidade do planeta para sustentar a vida, em especial a do próprio ser
humano.
A preocupação é bem pertinente em razão das estimativas da Organização
das Nações Unidas (ONU) para o crescimento populacional, chegando próximo dos
9,3 bilhões de habitantes em 2025, ou seja, 50% a mais que em 2000. A relação
entre aumento de pessoas versus aumento do consumo de recursos naturais resulta
diretamente no crescimento da degradação, da destruição dos hábitats e da
poluição. Nem sempre a perda da biodiversidade é percebida claramente, pelas
pessoas, como consequência desse processo, não somente em seus aspectos
biológicos e ecológicos, mas também, em suas dimensões políticas e sociais
Biodiversidade regional
A região de Bonito, localizada no Planalto da Bodoquena, Mato Grosso do
Sul, desponta no cenário nacional como exemplo de belezas cênicas e de práticas
corretas de ecoturismo.
Uma longa e complexa combinação de processos geológicos e evolutivos fez
das nascentes da região sistemas naturais de elevada biodiversidade. A pureza e
antiguidade das rochas calcárias que compõem seu subsolo tornam as águas
límpidas. O calcário dissolvido na água absorve e decanta as poucas impurezas
existentes, deixando a água cristalina e transparente. Uma complexa combinação de
fatores naturais permite que plantas aquáticas, peixes, invertebrados e diversas
outras formas de vida coexistam em harmonia.
No caso específico das águas transparentes da região de Bonito, além da
beleza cênica, fascina também a variedade de peixes, plantas e formas
exuberantes. Muitas espécies de invertebrados e vertebrados aquáticos e terrestres
interagem com as plantas aquáticas de várias maneiras. Peixes juvenis e adultos,
peixes e mamíferos, ambos frugívoros, que dispersam sementes e criam intensas
relações ao longo da mata ciliar.
O Pantanal foi reconhecido como Patrimônio Nacional pela Constituição de
1988 e como Área Úmida de Importância Internacional pela Convenção Ramsar. Em
2000, foi designado como Reserva da Biosfera, pela Unesco, como Patrimônio
Natural da Humanidade, oferecendo uma oportunidade única para a conservação da
biodiversidade em conjunção com o desenvolvimento sustentável.
37
É uma das maiores áreas alagáveis contínuas do planeta, cobrindo
aproximadamente 140.000km² da Bacia do Alto Rio Paraguai (BAP) e seus
tributários, que drenam o Cerrado do Brasil Central. A vegetação é heterogênea e
influenciada por quatro biomas: Floresta Amazônica, Cerrado (predominante), Chaco
e Floresta Atlântica.
Diferentes habitats, tipos de solos e regimes de inundação são responsáveis
pela grande variedade de formações vegetais e pela heterogeneidade da paisagem,
que abriga uma riquíssima biota terrestre e aquática.
O fator ecológico que determina os padrões e processos no Pantanal é o
pulso da inundação. Por ser uma região plana, com altitudes que não vão além dos
200m acima do nível do mar, a declividade, quase nula, de 6 a 12 cm/Km no sentido
leste oeste e de 1 a 2 cm/km no sentido norte-sul, favorece as inundações que
propagam-se de norte para o sul e de leste para o oeste, ao longo do rio Paraguai o
que ocasiona um atraso de aproximadamente quatro meses entre o pico da cheia do
norte e do sul do Pantanal, o que faz com que a estação seca vigore na porção norte
do Pantanal enquanto o nível das águas atinge seu pico na porção sul. Os níveis da
água no norte, em qualquer estação, são extremamente variáveis, subindo e
descendo em resposta direta ao volume de chuvas. Os níveis da água no sul, por
outro lado, aumentam e diminuem mais suavemente ao longo do ano, devido à
retenção natural da inundação que amortece as flutuações causadas pelas chuvas
intensas, ocorrendo ainda uma variação plurianual da intensidade da inundação,
alternando anos de elevada inundação com anos mais secos.
Embora a diversidade de espécies não seja tão alta, a região é notável pela
sua extraordinária concentração e abundância de vida selvagem. Possui grande
diversidade de flora e fauna, originária das regiões Amazônica, do Cerrado e da
Mata Atlântica: 264 espécies de peixes catalogados; cerca de 1.700 espécies de
plantas; 122 de mamíferos; 668 aves; 167 espécies de répteis e 35 de anfíbios.
A conservação de áreas naturais, como as da região de Bonito e do Pantanal
já é mais do que justificada pela peculiaridade do ambiente e das comunidades
biológicas. A riqueza da vida na terra, os milhões de plantas, animais e
microrganismos, os genes que eles contêm e as intrincadas relações nos
ecossistemas que eles ajudam a construir no meio em que vivem, deve ser
entendida nos níveis de espécies, variação genética, comunidades biológicas e
diversidade de ecossistemas.
A atividade humana, quando mal conduzida, pode afetar de forma negativa a
interação dos sensíveis componentes presentes em uma determinada região. As
atividades agropecuárias e mineralógicas degradam o meio ambiente e a paisagem,
e a intervenção do homem em um ambiente sensível ocorrerá em alterações
desastrosas ao meio.
38
BIOGRAFIA DE APOIO
ALHO, C. J. R.; SABINO, J. & ANDRADE, L. P. O papel do turismo para a
conservação de recursos hídricos: o caso de Bonito, em Mato Grosso do Sul.
XVII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos, São Paulo/SP, 2007.
Disponível em http://www.bonitobrazil.com.br/fotos/arquivos/42.pdf>. Acesso em
25 abr. de 2012.
CONSERVAÇÃO INTERNACIONAL. Investigando a biodiversidade: guia de apoio
aos educadores do Brasil. Instituto Supereco; tradução do original, Débora
Agria de Oliveira Melo, Sylvia Oliveira Nocetti – Belo Horizonte, Brasília:
Conservação Internacional, Instituto Supereco; WWF-Brasil, 2010.
HARRIS, M. B.; TOMAS, W. M.; MOURÃO, G.; SILVA, C. J.; GUIMARÃES, E.;
SONODA, F.; FACHIM, E. Desafios para proteger o Pantanal brasileiro:
ameaças e iniciativas em conservação Megadiversidade, Vol. 1 - Nº 1, Belo
Horizonte, Jul/2005;
PIVATTO, M. A. C. & SABINO, J. Recomendações para minimizar impactos à
avifauna em atividades de turismo de observação de aves. Atualidades
Ornitológicas,
n°
127
–
Set/Out
2005.
Disponível
em
<http://www.ao.com.br/download/AO127_07.pdf>. Acesso em: 23 abr. 2012
REID, J. & SOUSA JR, W. C. Investimento em infra-estrutura e políticas de
conservação no Brasil. Megadiversidade, Vol. 1 - Nº 1, Belo Horizonte,
Jul/2005;
ROMEIRO, A. R. Economia e biodiversidade. Megadiversidade, Vol. 2 - Nº 1-2,
Belo Horizonte, Dez/2006;
SABIN0, J. & ANDRADE, L. P. Uso e conservação da ictiofauna no ecoturismo da
região de Bonito, Mato Grosso do Sul: o mito da sustentabilidade ecológica no
rio Baía Bonita (Aquário Natural de Bonito). Biota Neotropica. Vol. 3, n.2, p.1-6,
2003a. Disponível em: <http://www.biotaneotropica.org.br/v3n2/pt/abstract?pointof-view+BN00403022003>. Acesso em: 24 abr. 2012.
SABINO, J. Ciência para Conservação - Um Programa Biota para o Mato Grosso do
Sul. Revista Terra da Gente, Campinas, p. 82 - 82, 05 dez/2008. Disponível em
<http://www.bv.fapesp.br/namidia/noticia/27129/ciencia-conservacao> . Acesso
em 01 mai. de 2012.
SOUZA, W. R.; FERNANDES, V.; SILVA, A. A.; GARCIA, R. M.; SABINO, J.;
MERCANTE, M. A.; ALHO, C. J. R. A biodiversidade e o ecoturismo em Bonito e
Jardim: aspectos cênicos, econômicos e conservacionistas, Mato Grosso do Sul,
Brasil. In: II Colóquio Internacional de Desenvolvimento Local, 2008, Campo
Grande.
http://www.ucdb.br/eventos/eventos3.php?menu=comunicacao&cod=362.
Campo Grande: Editora da Universidade Católica Don Bosco, 2008. v. 1. p. 1-16.
Acesso em: 21 abr. 2012
39
TOCANTINS, M. A. C; SOUSA JR., W. C.; PEREIRA, P. G. P.; GUIMARÃES, E.;
LOURIVAL, R. Diagnóstico de política e economia ambiental para o Pantanal.
Megadiversidade, Vol. 2 - Nº 1-2, Belo Horizonte, Dez/2006;
40
ANEXO B
QUESTIONÁRIO – Grupo CI
1 - O cenário para a vida na Terra é bastante diverso, com grandes extensões de área com características
similares, entre os quais, florestas tropicais úmidas, savanas, florestas temperadas, chamados de:
(A) Biomas
(B) Nichos
(C) Habitats
2 - Variação dos genes, muito importante para garantir a própria sobrevivência das espécies, seja na natureza ou
cativeiro, deixando-as muitas vezes suscetíveis a algumas doenças hereditárias. Estamos falando de:
(A) Diversidade de espécies
(B) Diversidade genética
(C) Diversidade de ecossistemas
3 - Uma ilha com duas espécies de pássaros e uma espécie de lagarto tem maior diversidade que outra que tenha
quatro espécies de pássaros. Estamos falando de:
(A) Diversidade de espécies
(B) Diversidade genética
(C) Diversidade de ecossistemas
4 - As diferenças na composição das comunidades (número e abundância relativa de espécies) e da estrutura das
populações (distribuição de idades) e os processos ecológicos contribuem para caracterizar e manter biodiversidade?
(A) Não, pois o número de indivíduos em uma determinada área não interferem na manutenção da biodiversidade
(B) Sim, o equilíbrio de todos os fatores, humanos e naturais, são fundamentais para a preservação da
biodiversidade
(C) Tanto faz, uma vez que o meio ambiente e o ser humano são capazes de se adaptar as mudanças que venham a
acontecer.
5 - Segundo pesquisadores, a taxa de extinção de espécies devido a degradação ambiental provocada pela
interferência humana é:
(A) Igual a taxa natural de extinção
(B) Cem vezes a taxa natural de extinção
(C) Mil vezes a taxa natural de extinção
6 - Bonito/MS é mundialmente conhecida por suas belezas naturais, principalmente pela transparência e limpidez das
águas de seus rios, que os tornam atrativos para a prática de mergulho e observação da fauna aquática. O que é que
ocorre nessa região que faz com que os rios tenham águas cristalinas?
(A) A existência de macrófitas aquáticas que filtram as poucas impurezas existentes
(B) O calcário dissolvido na água, que absorve e decanta as poucas impurezas existentes
(C) A total preservação do local, impede que impurezas cheguem aos rios
7 -Na relação ecológica chamada de protocooperação, duas espécies envolvidas são beneficiadas, embora não
dependam uma da outra para sobreviver, podendo viver de modo independente, sem que isso as prejudique. Um
exemplo bastante interessante deste tipo de relação que é observado na região de Bonito/MS consiste em:
(A) Mamíferos que ser alimentam de frutos deixando-os cair nos rios e que passam a servir de alimento para peixes
(B) Aves que se alimentam de frutos e os enterram, dando origem a árvores daquela espécie
(C) Aves que fazem a limpeza e higiene de mamíferos ou répteis
8 - Além da Floresta Amazônica e do Cerrado, quais os outros dois biomas que influenciam na vegetação do
Pantanal?
(A) Mata Atlântica e Caatinga
(B) Chaco e Campos
(C) Mata Atlântica e Chaco
9 - O fator ecológico que determina os padrões e processos do Pantanal, sendo assim vital para a grande maioria
das espécies que lá habitam é chamado de:
(A) Dequada
(B) Pulso de inundação
(C) Desmatamento
10 - A atividade humana pode afetar a interação dos sensíveis componentes presentes em uma determinada região?
(A) Sim
(B) Não
(C) Depende da forma como será realizada
11 - Você considera que o uso de imagens tenha sido importante para a compreensão do tema abordado?
(A) Sim
(B) Não
(C) Indiferente
Idade:____________anos
Série:__________
41
ANEXO C
QUESTIONÁRIO – Grupo SI
1 - O cenário para a vida na Terra é bastante diverso, com grandes extensões de área com características similares,
entre os quais, florestas tropicais úmidas, savanas, florestas temperadas, chamados de:
(A) Biomas
(B) Nichos
(C) Habitats
2 - Variação dos genes, muito importante para garantir a própria sobrevivência das espécies, seja na natureza ou
cativeiro, deixando-as muitas vezes suscetíveis a algumas doenças hereditárias. Estamos falando de:
(A) Diversidade de espécies
(B) Diversidade genética
(C) Diversidade de ecossistemas
3 - Uma ilha com duas espécies de pássaros e uma espécie de lagarto tem maior diversidade que outra que tenha
quatro espécies de pássaros. Estamos falando de:
(A) Diversidade de espécies
(B) Diversidade genética
(C) Diversidade de ecossistemas
4 - As diferenças na composição das comunidades (número e abundância relativa de espécies) e da estrutura das
populações (distribuição de idades) e os processos ecológicos contribuem para caracterizar e manter biodiversidade?
(A) Não, pois o número de indivíduos em uma determinada área não interferem na manutenção da biodiversidade
(B) Sim, o equilíbrio de todos os fatores, humanos e naturais, são fundamentais para a preservação da
biodiversidade
(C) Tanto faz, uma vez que o meio ambiente e o ser humano são capazes de se adaptar as mudanças que venham a
acontecer.
5 - Segundo pesquisadores, a taxa de extinção de espécies devido a degradação ambiental provocada pela
interferência humana é:
(A) Igual a taxa natural de extinção
(B) Cem vezes a taxa natural de extinção
(C) Mil vezes a taxa natural de extinção
6 - Bonito/MS é mundialmente conhecida por suas belezas naturais, principalmente pela transparência e limpidez das
águas de seus rios, que os tornam atrativos para a prática de mergulho e observação da fauna aquática. O que é que
ocorre nessa região que faz com que os rios tenham águas cristalinas?
(A) A existência de macrófitas aquáticas que filtram as poucas impurezas existentes
(B) O calcário dissolvido na água, que absorve e decanta as poucas impurezas existentes
(C) A total preservação do local, impede que impurezas cheguem aos rios
7 -Na relação ecológica chamada de protocooperação, duas espécies envolvidas são beneficiadas, embora não
dependam uma da outra para sobreviver, podendo viver de modo independente, sem que isso as prejudique. Um
exemplo bastante interessante deste tipo de relação que é observado na região de Bonito/MS consiste em:
(A) Mamíferos que ser alimentam de frutos deixando-os cair nos rios e que passam a servir de alimento para peixes
(B) Aves que se alimentam de frutos e os enterram, dando origem a árvores daquela espécie
(C) Aves que fazem a limpeza e higiene de mamíferos ou répteis
8 - Além da Floresta Amazônica e do Cerrado, quais os outros dois biomas que influenciam na vegetação do
Pantanal?
(A) Mata Atlântica e Caatinga
(B) Chaco e Campos
(C) Mata Atlântica e Chaco
9 - O fator ecológico que determina os padrões e processos do Pantanal, sendo assim vital para a grande maioria
das espécies que lá habitam é chamado de:
(A) Dequada
(B) Pulso de inundação
(C) Desmatamento
10 - A atividade humana pode afetar a interação dos sensíveis componentes presentes em uma determinada região?
(A) Sim
(B) Não
(C) Depende da forma como será realizada
11 - Você considera que se tivesse feito uso de imagens relacionadas ao tema, teria sido maior a compreensão do
tema abordado?
(A) Sim
(B) Não
(C) Indiferente
Idade:____________anos
Série:__________
42
ANEXO D
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Caro Aluno
Você está sendo convidado(a) a participar do projeto de pesquisa “Uso da Fotografia na
compreensão de elementos da Biodiversidade do Pantanal e da região de Bonito”, de
responsabilidade do pesquisador Roberto Itsuo Sonohata.
Este projeto faz parte da dissertação para obtenção do título de Mestre em Meio Ambiente e
Desenvolvimento Regional, junto a Universidade UNIDERP/Anhanguera Educacional e orientado pelo
Prof. Dr. José Sabino.
Sua participação consistirá em assistir uma palestra sobre Biodiversidade e responder um
questionário contendo onze (11) perguntas referentes ao tema.
Resumo da projeto
As mudanças tecnológicas têm um impacto cada vez maior na educação escolar e na vida
cotidiana. Com o advento do computador e recente facilidades de aquisição dessas máquinas, e
posteriores avanços nos softwares direcionados a educação, muito se da utilização das novas mídias
e sua aplicabilidade no contexto educacional. O estimulo à aprendizagem é reflexo, entre outros, das
técnicas e mídias que os professores adotam ao ministrarem suas aulas. A ilustração, pioneira no
processo educativo, tanto nas ciências biológicas quanto nas demais ciências, e a fotografia, por não
necessitarem de um grande suporte tecnológico para sua difusão e apreciação, tornaram-se
ferramentas mais eficientes na divulgação da informação. A fotografia e a questão ambiental estão
relacionadas desde sua descoberta, cujo objetivo inicial era fazer um registro fiel da natureza,
retratando-a tal como ela se revela. A entrevista será realizada sem gravações, por meio de
questionários. A sua participação é muito importante para avaliar se o uso de imagens de natureza,
relacionadas à compreensão da Biodiversidade do Pantanal e da região de Bonito, tenham influência
positiva no aprendizado e retenção de conteúdos.
A sua participação é voluntária e será mantido o sigilo das informações e a sua privacidade.
Dados de identificação
Título do Projeto: USO DA FOTOGRAFIA NA COMPREENSÃO DE ELEMENTOS DA
BIODIVERSIDADE DO PANTANAL E DA REGIÃO DE BONITO
Pesquisador Responsável: Roberto Itsuo Sonohata
Instituição a que pertence o Pesquisador Responsável: UNIDERP/ Anhanguera Educacional
Telefones para contato: (67) 3291-1145 / 9997-4434
Eu, _____________________________________________________, declaro ter sido informado e
concordo em participar, como voluntário, do projeto de pesquisa acima descrito.
_____________________/MS, _____ de ______________________ de 2012.
43
ANEXO E
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Senhores Pais e Mães
Seu filho(a) está sendo convidado(a) a participar do projeto de pesquisa “Uso da Fotografia
na compreensão de elementos da Biodiversidade do Pantanal e da região de Bonito”, de
responsabilidade do pesquisador Roberto Itsuo Sonohata.
Este projeto faz parte da dissertação para obtenção do título de Mestre em Meio Ambiente e
Desenvolvimento Regional, junto a Universidade UNIDERP/Anhanguera Educacional e orientado pelo
Prof. Dr. José Sabino.
A participação de seu filho(a) é muito importante para nós, pois nos permitirá a avaliação da
ideia proposta, de acordo com a realidade, fornecendo dados para que melhorias possam surgir
mediante análises dos resultados obtidos.
Resumo do tema a ser abordado
As mudanças tecnológicas têm um impacto cada vez maior na educação escolar e na vida
cotidiana. Com o advento do computador e recentes facilidades de aquisição dessas máquinas, e
posteriores avanços nos softwares direcionados a educação, muito se da utilização das novas mídias
e sua aplicabilidade no contexto educacional. O estimulo à aprendizagem é reflexo, entre outros, das
técnicas e mídias que os professores adotam ao ministrarem suas aulas. A ilustração, pioneira no
processo educativo, tanto nas ciências biológicas quanto nas demais ciências, e a fotografia, por não
necessitarem de um grande suporte tecnológico para sua difusão e apreciação, tornaram-se
ferramentas mais eficientes na divulgação da informação. A fotografia e a questão ambiental estão
relacionadas desde sua descoberta, cujo objetivo inicial era fazer um registro fiel da natureza,
retratando-a tal como ela se revela. A entrevista será realizada sem gravações, por meio de
questionários. A sua participação é muito importante para avaliar se o uso de imagens de natureza,
relacionadas à compreensão da Biodiversidade do Pantanal e da região de Bonito, tenham influência
positiva no aprendizado e retenção de conteúdos.
Dados de identificação
Título do Projeto: USO DA FOTOGRAFIA NA COMPREENSÃO DE ELEMENTOS DA
BIODIVERSIDADE DO PANTANAL E DA REGIÃO DE BONITO
Pesquisador Responsável: Roberto Itsuo Sonohata
Instituição a que pertence o Pesquisador Responsável: UNIDERP/ Anhanguera Educacional
Telefones para contato: (67) 3291-1145 / 9997-4434
Eu,
_____________________________________________________________,
pai/mãe
de
________________________________________________, concordo com a participação de meu
filho, como voluntário, do projeto de pesquisa acima descrito.
______________/MS, _____ de ______________________ de 2012.
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