ANÁLISE PRELIMINAR DE AFLATOXINAS POR UPLC ACOPLADO A ESPECTRÔMETRO DE MASSAS Q-TOF PRELIMINARY ANALYSIS OF AFLATOXIN BY UPLC COUPLED TO Q-TOF MASS SPECTROMETRY Juliana Scofano Barrabin1, Daniel Filisberto Schulz2, Ronoel Luiz de Oliveira Godoy3, Renata Galhardo Borguini3, Jeane Santos da Rosa4 1 Mestranda – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - UFRRJ Doutorando – Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ 3 Pesquisador – Embrapa Agroindústria de Alimentos – CTAA 4 Analista – Embrapa Agroindústria de Alimentos - CTAA 2 Palavras-chave: aflatoxinas, UPLC, Q-TOF Introdução A presença de contaminantes naturais nos alimentos, como micotoxinas, representa ameaça à segurança alimentar. As aflatoxinas são metabólitos secundários produzidos pelos fungos Aspergillus flavus e algumas espécies de Penicillium e são encontradas em diversos produtos vegetais, como milho, amendoim, castanhas e em frutas secas. São causadoras de diversos danos à saúde, desde hepatotoxicidade até a morte. Esta preocupação levou muitos países a estabelecerem na legislação limites máximos aceitáveis de aflatoxinas em diferentes classes de alimentos. A legislação da União Européia é a mais rígida entre todos os países, preconizando um limite máximo de 2μg/kg para aflatoxina B1 e de 4μg/kg para a soma das 4 principais aflatoxinas encontradas nos vegetais – B1, B2, G1 e G2. A falta de controle acerca destes contaminantes fez com que o Brasil perdesse o mercado da União Européia gerando grandes perdas econômicas. Para que se possa monitorar o desenvolvimento destas toxinas é preciso que haja metodologias seguras para analisar sua presença e quantificá-las. Dentre as técnicas analíticas mais utilizadas para este fim pode-se citar Cromatografia de Camada Delgada (CCD) e a Cromatografia Líquida de Alta Eficiência com Detecção por Fluorescência (CLAE-DF) ou por Espectrometria de Massas (CLAE-EM), sendo esta última a mais avançada no campo analítico, devido à sua maior seletividade e sensibilidade. Neste trabalho, objetivou-se desenvolver os parâmetros analíticos de um ensaio para identificação de aflatoxinas por Cromatografia Líquida de Ultra Eficiência e detecção por Espectrometria de Massas. Material e Métodos A etapa cromatográfica foi desenvolvida em um Cromatógrafo Líquido de Ultra Eficiência Acquity® utilizando-se uma coluna Acquity UPLC® BEH C18, 1.7um, 2.1 x 150mm mantida a uma temperatura de 40ºC. A fase móvel foi constituída de Acetonitrila e Água na proporção 50:50 (v/v) em modo isocrático, mantendo-se um fluxo de 0,4µL/min. Para a detecção utilizou-se um Espectrômetro de Massas Synapt® do tipo Quadrupolo – Time of Flight (QTOF). Utilizou-se ionização por electrospray no modo positivo. Os parâmetros otimizados foram: potencial de capilar e de cone, 3000 e 38 V respectivamente; temperatura da fonte a 110ºC; gás de dessolvatação a uma temperatura de 500ºC e um fluxo de 750L/h; gás do cone a um fluxo de 50L/h. O instrumento Q-TOF foi operado no modo quadrupolo de larga passagem (V mode) e os dados foram adquiridos numa faixa entre 200 e 400m/z. Resultados e Discussão Com os parâmetros estabelecidos conseguiu-se a eluição das 4 aflatoxinas em menos de dois minutos para corrida cromatográfica (Figura 1), tempo bastante reduzido se comparado a uma corrida por CLAE-DF, cujos menores tempos de retenção são em média 10 minutos (Chan et al., 2004; Tarín et al., 2004; Ghali et al., 2009). Figura 1 - Cromatogramas das aflatoxinas G2, G1, B2 e B1 respectivamente e seus tempos de retenção em minutos. A detecção por espectrometria de massas pelo Q-TOF dispensa a etapa de derivatização e a necessidade de separação completa dos picos pois, mesmo que eles apresentem tempos de retenção muito próximos, o software apresenta recurso para se extrair um pico referente somente à massa exata do íon molecular desejado. Além disso, por trabalhar com massa exata, o Q-TOF apresenta maior especificidade em relação a outras técnicas de menor resolução, e evita que se obtenha uma resposta falso-positiva (Williamson e Bartlett, 2007). Conclusões O aparelho Q-TOF permitiu simplificar o método analítico para aflatoxinas, pois conhecendose a massa exata de cada íon molecular de cada aflatoxina, pode-se extrair um pico cromatográfico referente à cada uma delas, sem a necessidade de perder-se tempo trabalhando na separação. Referências Bibliográficas Chan, D.; MacDonald, S. J.; Boughtflower, V.; Grereton, P. Simultaneous determination of aflatoxins and ochratoxin A in food using a fully automated immunoaffinity column claen-up and liquid chromatography-flouorescent detection. Journal of Chromatography A, n. 1059, p.13-16, 2004. Ghali, R., Belouaer, I., Hdiri, S., Ghorbel, H., Maaroufi, K., Hedilli, A. Simultaneous HPLC determination of aflatoxins B1, B2, G1 and G2 in Tunisiam sorghum and pistachios. Journal of Food Composition and Analysis, n. 22, p.751-755, 2009. Tarín, A; Rosell, M. G.; Guardino, X. Use of high permormance liquid chromatography to assess airborne mycotoxins Aflatoxins and Ochratoxin A. Journal of Chromatography A, n. 1047, p. 235-240, 2004. Williamson, L. N.; Bartlett, M. G. Quantitative liquid chromatography/time-of-flight mass spectrometry. Biomedical Chromatography, v. 21, p. 567–576, 2007. Autor a ser contactado: Juliana Scofano Barrabin, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – Seropédica/RJ – email: [email protected]