Projeto Análise do Mapeamento e das Políticas para Arranjos Produtivos Locais no Norte, Nordeste e Mato Grosso e dos Impactos dos Grandes Projetos Federais no Nordeste Nota Técnica 02 Mapeamento, metodologia de identificação e critérios de seleção para políticas de apoio nos Arranjos Produtivos Locais Rio Grande do Norte www.redesist.ie.ufrj.br. www.politicaapls.redesist.ie.ufrj.br 2 Projeto Análise do Mapeamento e das Políticas para Arranjos Produtivos Locais no Norte, Nordeste e Mato Grosso e dos Impactos dos Grandes Projetos Federais no Nordeste Nota Técnica 02 ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS NO ES TADO DO RIO GRANDE DO NORTE: MAPEAMENTO, METODOLOGIA DE IDENTIFICAÇÃO E CRITÉRIOS DE SELEÇÃO PARA POLÍTICAS DE APOIO Rio Grande do Norte Equipe Estadual Coordenadora: Valdênia Apolinário Pesquisadores: Maria Lussieu da Silva Odair Lopes Garcia João Matos Filho Denílson da Silva Araújo Rosangela dos Santos Alves Pequeno Estévani Pereira de Oliveira Yuri César de Lima e Silva Estagiários: Franciane Alves Cardoso Equipe de Coordenação do Projeto / RedeSist Coordenadora: Valdênia Apolinário Maria Lussieu da Silva Thaís de Miranda Moreira 3 LISTA DE QUADROS E FIGURAS I RELAÇÃO DOS QUADROS: Quadro 1 Relação das principais ações de apoio a APLs implementadas pelo SEBRAE/RN – 2008-2009................................................................................................ 24 Quadro 2 Relação das ações implementadas pela FIERN ao APL do algodão através do PRODECOT e IMTECOT – 2008-2009................................................. 25 Quadro 3 Relação das Instituições Integrantes do Núcleo Estadual de Apoio aos APLs no Rio Grande do Norte – desde 2007................................................................ 30 Quadro 4 A origem e o destino dos recursos financeiros da AGN no Rio Grande do Norte 34 Quadro 5 Relação dos segmentos produtivos apoiados pelo SEBRAE/RN – 2008-2009 Quadro 6 Caracterização do apoio ao APL da Caprinovinocultura do Cabugi - SEBRAE/RN – 2008-2009................................................................................................ 54 Quadro 7 Caracterização do apoio ao APL da Mandioca nas Regiões Agrestes e Seridó SEBRAE/RN – 2008-2009...................................................................... 56 Quadro 08 Caracterização do apoio ao APL de Tecelagem do Seridó - SEBRAE/RN – 20082009......................................................................................................... 59 Quadro 09 Caracterização do apoio ao APL de Pegmatitos do Seridó e Agreste Potiguar SEBRAE/RN – 2008-2009...................................................................... 61 Quadro 10 Caracterização do apoio ao APL do Algodão - FIERN – 2008-2009 ..... Quadro 11 Caracterização do apoio ao APL de Panificação da Grande Natal -IEL/RN – 20082009......................................................................................................... 65 Quadro 12 Caracterização do apoio ao APL de Água Mineral da Grande Natal - IEL/RN – 2008 -2009........................................................................................................ 67 Quadro 13 Caracterização do apoio ao APL da Cerâmica Estrutural do Apodi-Assú - IEL/RN – 2008-2009................................................................................................ 69 Quadro 14 Caracterização do apoio ao APL de Móveis de Natal e Região Metropolitana IEL/RN – 2008-2009............................................................................... 71 Quadro 15 Caracterização do apoio ao APL de Telha Cerâmica do Seridó - IEL/RN – 20082009......................................................................................................... 73 Quadro 16 Caracterização do apoio ao APL de Polpas, Sucos de Frutas e Água de Coco do RN IEL/RN – 2008-2009............................................................................... 75 Quadro 17 Caracterização do apoio aos APLs priorizados - Núcleo Estadual de Apoio no Rio Grande do Norte – 2008-2009................................................................. 76 Quadro 18 Caracterização do apoio ao APL de Apicultura - FUNCERN - 2008-2009 Quadro 19 Caracterização do apoio a Cadeia Produtiva do Petróleo e Gás - IFRN - 2008-2009 ................................................................................................................. 81 53 63 80 4 Quadro 20 Os Arranjos Produtivos Locais apoiados pelo Banco do Brasil no Rio Grande do Norte – 2008-2009 .................................................................................. 82 Quadro 21 Os Arranjos Produtivos Locais apoiados pelo Banco do Nordeste no Rio Grande do Norte – 2008-2009 .................................................................................. 82 Quadro 22 Relação dos APLs identificados, mas que não são foco das políticas de apoio pelas instituições no Rio Grande do Norte – 2008-2009.................................. 84 II RELAÇÃO DAS FIGURAS: Figura 1 Modelo de Governança do APL do Algodão no Rio Grande do Norte – 2009 44 Figura 2 Aspectos trabalhados pelo IEL/RN no APL da Cerâmica Estrutural do Apodi-Assú – 2008-2009................................................................................................ 69 5 SUMÁRIO INTRODUÇÃO............................................................................................................. 06 Capítulo 1 ANTECEDENTES/HISTÓRICOS, CONCEITOS UTILIZADOS E DESENVOLVIMENTO DA ATENÇÃO DADA À QUESTÃO DOS ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS NOS ESTADOS.................. 09 Capítulo 2 ORGANISMOS RESPONSÁVEIS PELO APOIO A APLS NOS ESTADOS E POLÍTICAS DE APOIO IMPLEMENTADAS ................................. 22 Capítulo 3 CONCEITOS E METODOLOGIAS ADOTADAS PARA A IDENTIFICAÇÃO DOS ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS E OS CRITÉRIOS PARA SELEÇÃO DOS ARRANJOS OBJETOS DAS POLÍTICAS ........... 43 Capítulo 4 MAPEAMENTOS/LISTAGENS DE ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS IDENTIFICADOS E QUE SÃO FOCOS DE POLÍTICAS NOS ESTADOS 52 Capítulo 5 OS DEMAIS ARRANJOS NÃO APOIADOS .................................. 84 5.1 Os arranjos identificados nos mapeamentos existentes e que não estão sendo estimulados por políticas para APLs no estado .................. 84 5.2 Os arranjos não incluídos em listagens/mapas estaduais de APLs “não” identificados/vazios........................................................................... 85 CONCLUSÕES ............................................................................................................. 87 REFERÊNCIAS............................................................................................................ 92 ANEXOS 94 ................................................................................................................... 6 INTRODUÇÃO A presente Nota Técnica 02 faz parte da primeira etapa do Projeto de Pesquisa denominado “Análise do Mapeamento e das Políticas para Arranjos Produtivos Locais no Norte, Nordeste e Mato Grosso e dos Impactos dos Grandes Projetos Federais no Nordeste”, objeto do contrato BNDES/FUNPEC, que tem como objetivo final realizar uma reflexão sobre experiências no uso do mapeamento como instrumento de orientação de políticas, assim como sobre os resultados obtidos com as políticas para APLs, implementadas em diferentes estados da Federação. Além disso, pretende-se identificar, caracterizar e analisar os grandes projetos federais e seus impactos nos nove estados do Nordeste, precisamente projetos relacionados ao PAC – Programa de Aceleração do Crescimento, à PDP – Política de Desenvolvimento Produtivo, ao PNLT – Plano Nacional de Logística e Transporte, ao Programa Territórios da Cidadania e às Zonas de Processamento de Exportação – ZPEs. O conteúdo específico desta Nota Técnica visa listar os APLs existentes no estado do Rio Grande do Norte, identificar as instituições públicas e privadas que promovem algum tipo de apoio aos APLs, bem como elaborar listas com a localização municipal dos diferentes arranjos produtivos locais. Além desta identificação, serão caracterizadas e analisadas as metodologias utilizadas pelas instituições para a identificação e seleção de APLs a serem apoiados. Por fim, esta Nota busca identificar os APLs “ausentes” que não foram mencionados pelas instituições de apoio. Quanto aos aspectos metodológicos, a equipe técnica atuou segundo as recomendações constantes no Termo de Referência do Produto 2, elaborada especificamente para o projeto no Seminário ocorrido em Natal/RN, nos dias 11 e 12 de maio de 2009. O levantamento dos dados envolveu informações primárias e secundárias. Para os dados primários, realizou-se uma pesquisa de campo para aplicação do Roteiro de Entrevista nas instituições responsáveis pelo apoio a APLs no estado do Rio Grande do Norte, cujo objetivo foi produzir evidências que permitam subsidiar ações de apoio aos APLs identificados, através de quatro grandes eixos: • Identificação e caracterização da instituição; • Histórico da instituição quanto às ações voltadas a APLs no estado, antes de 2008; • APLs identificados e apoiados pela instituição no estado no período 2008-2009; • Programas, projetos e/ou ações da instituição para APLs no estado no período 2008-2009. 7 Para os dados secundários, o levantamento das informações envolveu documentos e projetos divulgados pelas instituições, bem como os coletados nos sites oficiais das instituições que promovem algum tipo de apoio aos APLs. A região de abrangência de atuação das instituições entrevistadas é o estado do Rio Grande do Norte. Portanto, este relatório sistematiza as informações recebidas pelas instituições conforme a estrutura especificada no Termo de Referência desta Nota Técnica, a qual envolve cinco capítulos e mais três seções, esta introdução, as considerações finais e um anexo. No primeiro capítulo é traçado um histórico da atenção dada à questão dos arranjos produtivos locais no estado, considerando o período anterior a 2008, tomando-se por base a experiência das principais instituições de apoio entrevistadas, bem como os conceitos e as metodologias utilizadas para a identificação e seleção de APLs para o apoio. No segundo capítulo são apresentados os organismos/instituições responsáveis pela implementação de políticas para APLs no estado do Rio Grande do Norte, bem como as ações implementadas, cobrindo o período 2008-2009. Neste sentido, no referido capítulo é dada uma atenção especial a uma caracterização preliminar das instituições, destacando, entre outros pontos, a esfera de atuação dos mesmos, o tipo de coordenação exercida e o tipo de ação/política implementada no que se refere às questões mais gerais sobre o apoio a APLs. No terceiro capítulo, abrangendo o período 2008-2009, as informações e análises evidenciam as metodologias adotadas pelas diversas organizações/instituições no processo de identificação de arranjos produtivos locais, com foco sobre o conceito utilizado, objetivando a elaboração das “listas” estaduais de APLs. Ainda neste capítulo, são destacados os critérios utilizados pelas diferentes organizações/instituições para a seleção de APLs a serem beneficiados pelas políticas implementadas pelas mesmas. No quarto capítulo, são apresentados os APLs identificados e apoiados no Rio Grande do Norte, no período 2008-2009, assim como as organizações responsáveis pelo apoio a cada arranjo. Com base nestas informações foi elaborada a Planilha I, constante no Anexo desta Nota Técnica. Este capítulo também inclui o tipo de apoio dado aos APLs, considerando as informações constantes no item IV do Roteiro de Entrevista, que inclui as questões mais específicas por programa/projeto/ação. O quinto capítulo, num primeiro momento, apresenta os demais arranjos que são identificados no mapeamento estadual, mas que não são foco das políticas, ações de apoio pelas instituições/organizações no período 2008-2009. Num segundo momento, com base no conhecimento tácito dos pesquisadores sobre o estado do Rio Grande do Norte, destacaram-se alguns arranjos que não estão presentes nas informações colhidas junto às instituições, nem no mapa estadual, ou seja, representam os “não” identificados/vazios. Estas informações, que abrangem o período 2008-2009 constam das Planilhas II e III do Anexo, desta Nota Técnica. 8 Por fim, a última seção, denominada de considerações finais, sintetiza as informações contidas nos cinco capítulos, bem como, de forma preliminar, apresenta uma análise crítica acerca das questões apresentadas no decorrer desta Nota Técnica. As referências bibliográficas finalizam o presente relatório. 9 Capítulo 1 ANTECEDENTES/HISTÓRICOS, CONCEITOS UTILIZADOS E DESENVOLVIMENTO DA ATENÇÃO DADA À QUESTÃO DOS ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS NOS ESTADOS 1.1 Os arranjos produtivos locais na trajetória da economia potiguar A discussão acerca dos Arranjos Produtivos Locais (APLs), na trajetória da economia potiguar, requer que se apresente, em primeiro lugar, algumas características gerais do estado do Rio Grande do Norte (RN), para, em seguida, demonstrar e analisar como vem sendo conceituado o APL no estado. O Rio Grande do Norte está localizado na porção oriental da região Nordeste, onde o Brasil mais se aproxima dos continentes africano e europeu. Este fato confere ao estado uma posição geográfica e econômica estratégica no comércio internacional, pois a menor distância em relação aos continentes colocao em posição vantajosa quanto ao transporte de cargas por via aérea, cuja intensificação ocorrerá com a construção do aeroporto internacional de São Gonçalo do Amarante. A superfície total do estado é de 52,8 mil quilômetros quadrados, o que corresponde a 0,62% da superfície nacional e a 3,41% de área da região Nordeste. Trata-se de um espaço conhecido pelos seus contrastes, não somente climáticos, mas, também, econômicos e sociais. Em seus aspectos climáticos, apenas 5% do estado, localizados no litoral oriental, são considerados de clima úmido. O clima sub-úmido seco localizado, em parte, no litoral oriental e nas áreas serranas do interior do estado abrange cerca de 20% do território. Os 75% restantes, estão incluídos nas regiões de clima árido e semi-árido, onde as irregularidades climáticas (secas e enchentes) castigam as plantações e os rebanhos e trazem grandes prejuízos para as economias regionais aí incluídas. Diferentemente da faixa de terra correspondente ao litoral oriental que é cortada transversalmente por rios perenes e vales úmidos, onde a subutilização da terra e da força de trabalho contrasta com a abundância de água e de terra (IDEMA, 2007). Todavia, é exatamente nessas áreas onde se localizam as grandes barragens, os grandes vales, as chapadas e os micro-climas serranos, igualmente subutilizados. É também nesta região que se concentram o petróleo em terra, e, por extensão, em mar, estes sim, explorados intensamente, porém objeto de uma legislação de royalties sem vinculação direta com as prioridades do desenvolvimento local, regional e estadual. De acordo com o IBGE (2006), o Produto Interno Bruto (PIB) do estado em 2006, era de 20,5 bilhões a preços de mercado corrente, o que resultava num valor per capita de R$ 6,7 mil. Deste total, a agropecuária participava com 6,5%, a indústria com 23%, e, o setor serviços com os 70,5% restantes. Porém, isto não significou uma estagnação generalizada na agropecuária, pois, foi exatamente no período de reestruturação da economia do Rio Grande do Norte, a partir dos anos 70, que os chamados Clusters, Cadeias Produtivas ou Cadeias Agroindustriais ganharam visibilidade no estado. 10 Apesar do Rio Grande do Norte ter tido um crescimento maior que o da região Nordeste e do Brasil como um todo, o contraste entre o crescimento econômico e a pobreza é também muito visível. Os últimos dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento e Combate à Fome (MDS), dão conta de um total de 303.772 beneficiários do Programa Bolsa- Família, o que permitir inferir que cerca de 36,84% do total da população do Rio Grande do Norte estão em condições de pobreza absoluta. A população total do estado é de 3 milhões de habitantes dos quais 74% são considerados urbanos e 26% rurais. Há apenas quatro décadas atrás, o perfil demográfico do estado era exatamente o contrário, com cerca de 70% da população vivendo nos espaços considerados rurais. Todavia, não se deve tomar os dados acima como indicadores de esvaziamento do campo. Ao contrário, enquanto a Região Metropolitana de Natal – formada por apenas oito municípios – concentra mais de 40% da população, o número de pessoas que hoje habita o espaço rural é praticamente igual ao que o habitava há quatro décadas. A realidade acima descrita coloca grandes desafios para os gestores públicos e para a sociedade como um todo, que não somente têm que garantir bens e serviços para os habitantes que migraram e agora residem nos centros urbanos, mas, também, para os que permaneceram e permanecem no campo, em ambos os casos, com maior expectativa de vida. O crescimento dos setores industrial, de serviços e das commodities agrícolas, são ilhas de prosperidade que contrastam com o mar de pobreza rural e urbana no campo e nas cidades. Marcas de desigualdade econômica e exclusão social, cuja superação requer novas políticas centradas nas suas respectivas capacidades de promoção do desenvolvimento endógeno. Em certa medida, os antecedentes do enfoque em APLs na economia do Rio Grande do Norte podem ser caracterizados no contexto de uma sucessão cíclica de sistemas produtivos, numa espécie de procissão de milagres1, onde o declínio ou o crescimento de um ciclo é compensado ou reforçado pela emergência e crescimento do posterior. Tal seqüência, no caso do Rio Grande do Norte, dependeu, de um lado, do comportamento da demanda nos mercados internacional e nacional, e, de outro, da capacidade dos grupos de interesses locais de ocupar espaços nos processos de formulação, aprovação e implementação de políticas econômicas e sociais de interesse local. Como é bastante conhecido, o declínio do ciclo da cana-de-açúcar, no final do século XIX, foi seguido pelo crescimento do algodão e da mineração, cuja decadência, na década de 1960, foi seqüenciada por um novo ciclo de mudanças estruturais, que resultaram como foi esboçado acima, na crescente participação dos setores industrial e de serviços na formação da riqueza estadual; na queda da participação relativa da agropecuária na formação do Produto Interno Bruto; na intensificação do processo de urbanização; e, no crescente deslocamento da população para os centros urbanos mais populosos. 1 Expressão utilizada pelo historiador Sérgio Buarque de Holanda para caracterizar a forma seqüencial dos ciclos econômicos, onde o posterior compensa ou fortalece o anterior: declínio do pau-brasil, ascensão da cana-de-açúcar; declínio da cana-de-açúcar, ascensão da mineração; declínio da mineração, ascensão do café, declínio do café, ascensão da industrialização. Por analogia, podemos formular a seguinte seqüência para o Rio Grande do Norte, um pouco diferente do Brasil: cana-de-açúcar (declínio) => algodão (ascensão) => mineração (declínio) => algodão (declínio) => petróleo (ascensão) => turismo (ascensão) => commodities (ascensão). 11 As manifestações mais visíveis dessas mudanças foram marcadas pelo crescimento de um conjunto bem mais diversificado de atividades econômicas, a maioria delas com valor econômico e níveis tecnológicos bem mais elevados do que as anteriores. Destacam-se entre essas novas atividades: o petróleo e o gás natural; o turismo; a fruticultura irrigada e de sequeiro; a apicultura; a carcinicultura; a piscicultura; a bovinocultura; e, a caprinovinocultura. Tais mudanças e atividades ganharam visibilidade e chamaram a atenção das agências internacionais de financiamento e do governo brasileiro, a exemplo do Banco Mundial, e dos Ministérios da Ciência e Tecnologia (MCT) e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), que começaram a realizar diagnósticos e desenhar propostas de políticas econômicas de caráter regional. O Bando Mundial, por exemplo, mudou a sua política de financiamento dos chamados “Projetos de Desenvolvimento Rural Integrado” e passou a financiar os denominados “Projetos dirigidos pelas demandas das comunidades”, a partir da segunda metade dos anos 90, através de financiamentos não reembolsáveis. Em 2003 elaborou um amplo diagnóstico da economia do Rio Grande do Norte, sob título “Crescimento Econômico e Pobreza no Rio Grande do Norte”, no qual foram registradas as mudanças acima referidas e formuladas propostas para o desenvolvimento estadual. O MDIC, por sua vez, inicia a sua atenção aos Arranjos Produtivos Locais a partir do Plano Plano Plurianual de Aplicação – PPA 2004-2007 e da criação do Grupo de Trabalho Permanente para Arranjos Produtivos Locais – GTP/APL, em 2004, visando articular as ações governamentais de apoio aos APLs. Segundo o MDIC, A lógica do apoio aos APL parte do pressuposto de que diferentes atores locais (empresários individuais, sindicatos, associações, entidades de capacitação, de educação, de crédito, de tecnologia, agências de desenvolvimento, entre outras) podem mobilizar-se e, de forma coordenada, identificar suas demandas coletivas, por iniciativa própria ou por indução de entidades envolvidas com o segmento (MDIC www.mdic.gov.br. Acesso em 01/06/2009). Atualmente, a expansão da economia no estado do Rio Grande do Norte tem ocorrido devido a um processo de reestruturação, diversificação e consolidação da sua base produtiva. O estado hoje conta com um dos mais importantes pólos agroindustriais do Nordeste; um parque têxtil moderno; um setor turístico em expansão acelerada; além de uma evidente diversificação das atividades de serviços. Evidenciando os três setores da economia, verifica-se que o modelo agropecuário tradicional vem dando espaço às atividades mais modernas e diversificadas, como é o caso dos Projetos de Irrigação no Baixo Assú, e no Vale do Apodi/Mossoró, e dos Projetos de criação de camarão em viveiros, floricultura e apicultura, dentre outros. No setor secundário, as indústrias têxteis e de confecções e a indústria extrativa mineral, atualmente concentrada na exploração do petróleo, do gás natural e do sal marinho, são as mais importantes do estado, com a ressalva de que, a despeito de sua importância como produtor de petróleo, o Rio Grande do Norte pouco desfruta da renda diretamente gerada por essa atividade. Por sua vez, o setor de serviços tem registrado uma ascendência constante em sua participação no PIB estadual, grande parte, ocasionada pelo crescimento vertiginoso do turismo potiguar, que a cada ano 12 registra crescimento do fluxo turístico nacional e internacional, consolidando-se como um dos principais pólos turísticos do Brasil. Face às restrições do momento econômico que atravessa o mundo, o estado do Rio Grande do Norte tem buscado parcerias, num esforço de fortalecer, desenvolver e estruturar as redes de cooperação em todas as esferas da iniciativa privada e da administração pública, definindo espaços de atuação, transformando dificuldades operacionais em oportunidades de se trabalhar em relação às questões que se relacionam com o bem e o interesse de todos. Nesse sentido, as parcerias têm se constituído em alternativa para ampliar e consolidar a atuação das instituições que desenvolvem ações voltadas para o apoio aos Arranjos Produtivos Locais, conforme será visto a seguir. 1.2 Atenção dada aos arranjos produtivos locais no Rio Grande do Norte Conforme já anunciado, de uma maneira geral a atenção dada aos APLs em nível nacional ganha novos contornos com a iniciativa do governo federal ao incorporar o tema Arranjos Produtivos Locais (APL) no âmbito do PPA 2004-2007 e 2008-2011 e criar o GTP/APL por meio da Portaria Interministerial nº 200, de 02/08/2004, reeditada em 24/10/2005, 31/10/2006 e 31/04/08, visando articular as ações governamentais para um apoio integrado aos arranjos e ampliar a competitividade e a sustentabilidade econômica destes em todo o país. O GTP/APL é composto por dezenas de instituições governamentais e não-governamentais. Neste grupo cada Ministério participante criou ações específicas de política regional que passaram a incorporar os conceitos de inclusão social e desconcentração de renda, na perspectiva dos APLs. Inicialmente, o GTP/APL identificou 460 APLs no país e, em um novo levantamento realizado em 2005, o número de APLs identificados passou para um total de 955. Além do esforço de identificação, o GTP/APL estimulou a criação de Núcleos de Apoio aos APLs em todos os estados da federação, o que no Rio Grande do Norte aconteceu em fins de 2007. No estado do Rio Grande do Norte, a atenção dada à questão dos Arranjos Produtivos Locais (APLs) no período anterior ao ano de 2008, consistiu nas ações conjuntas realizadas através das instituições de apoio e promoção direta aos arranjos, consideradas instituições âncoras, a saber: o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE/RN), o Instituto Euvaldo Lodi (IEL/RN), a Federação das Indústrias do estado do Rio Grande do Norte (FIERN) e o Governo do Estado através das ações do Núcleo Estadual de Apoio aos Arranjos Produtivos Locais no RN, integrante do Grupo de Trabalho Permanente para Arranjos Produtivos Locais (GTP/APL). Além das instituições já mencionadas, diversas outras instituições do estado também passaram a atuar junto aos arranjos, mas de forma coadjuvante. As principais instituições de âmbito financeiro foram: o Banco do Brasil (BB), o Banco do Nordeste do Brasil (BNB) e a Agência de Fomento do RN S.A. (AGN). Entre as instituições de ensino e pesquisa pode-se destacar: o Instituto Federal de Educação, Ciência e 13 Tecnologia (IFRN – antigo CEFET/RN), a Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), a Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), a Faculdade de Ensino Superior do RN (FAERN), a Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Norte (FAPERN), a Fundação de Apoio à Educação e ao Desenvolvimento Tecnológico do Rio Grande do Norte (FUNCERN), a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), a Empresa de Pesquisa Agropecuária do RN (EMPARN), o Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural do RN (EMATER/RN) e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA/RN). Demais instituições como Federações, Sindicatos, Associações, dentre outras, também apresentaram algum tipo de apoio a APLs. No Rio Grande do Norte, tomando como base as instituições de apoio e promoção direta aos APLs, a importância dada às aglomerações produtivas, na forma que hoje se conhece como Arranjos Produtivos Locais (APLs), ganhou relevância a partir de 2002, quando o SEBRAE/RN, seguindo a diretriz do SEBRAE/Nacional, passou a priorizar as ações coletivas, especialmente aquelas focadas nos APLs, como estratégia para o aumento da competitividade, incremento das atividades empreendedoras, buscando a sustentabilidade e a inclusão das micros e pequenas empresas (MPEs), no contexto do desenvolvimento do setor produtivo local. Desta forma, de uma abordagem de atuação com micro e pequenas empresas, individualmente, concentrada em ações de consultoria empresarial, o SEBRAE/RN foi incorporando outros fatores externos ao ambiente dos negócios e identificou alguns setores econômicos que poderiam trabalhar de forma conjunta. Assim, as questões estruturais, o entorno ou o ambiente institucional, político e a infra-estrutura passaram a ser considerados como pontos fundamentais para a identificação dos APLs. Esta experiência do SEBRAE/RN, fortalecida por sua capilaridade, no sentido de estar presente em inúmeros municípios, além da criação em 2003 de um sistema de Gestão Estratégica Orientada para Resultados (GEOR) que reivindica parcerias para a concretização de suas ações, estimulou a participação de diversos outros órgãos públicos e instituições locais, que também passaram a implementar medidas de apoio para promover a competitividade das empresas integrantes de aglomerações produtivas. Desta forma, a partir de 2004, instituições como a FIERN, o IEL/RN e, posteriormente, em 2007, o Núcleo Estadual de Apoio aos Arranjos Produtivos Locais no RN, passaram a desenvolver diversas ações, objetivando integrar, articular e coordenar as ações voltadas para o desenvolvimento de APLs no estado. De acordo com APOLINÁRIO e SILVA (2007) o SEBRAE/RN incluía numa mesma listagem de APLs diversos formatos organizacionais no período 2004-2007, o que sugere um conceito amplo de arranjo produtivo local, a saber: APL da Apicultura; APL de Tecelagem da Região do Seridó; APL de Tecelagem da Região do Trairi; APL Pegmatitos da Região Seridó; Artesanato do Litoral Norte e Sul; Artesanato do Oeste e Alto Oeste; Artesanato do Seridó; Artesanato do Trairi; Cadeia Produtiva do Petróleo e Gás nos Pólos Produtivos do Oeste e Vale do Assu; Confecções na Região Trairi; Confecções na Região Oeste; Confecções na Região Alto Oeste; Confecções na Região Grande Natal; Desenvolvimento da Cadeia 14 Produtiva da Carcinicultura na Região Costeira da Zona da Mata Potiguar; Desenvolvimento da Cadeia Produtiva da Piscicultura nas Regiões do Alto Oeste, Vale do Açu; Desenvolvimento da Cadeia Produtiva da Piscicultura na Região do Seridó; Desenvolvimento da Fruticultura no Pólo Assu-Mossoró; Desenvolvimento do Turismo na Região da Grande Natal; e, Desenvolvimento do Turismo na Região da Zona da Mata. Em setembro de 2004, a FIERN, em parceria com o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), iniciou a sua atuação em Arranjos Produtivos Locais no estado, por meio de uma ação denominada “Plataforma Tecnológica” do MCT, ao sentir uma demanda das classes envolvidas na atividade do algodão e uma necessidade de revitalização e fortalecimento da Cotonicultura do RN. O primeiro passo foi a realização de um evento em Mossoró, na Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA) que reuniu todos os atores da cadeia produtiva do algodão com a finalidade de analisar os gargalos e encontrar possíveis soluções. Desse evento foi elaborado um documento chamado “Carta de Mossoró” com o registro dos principais entraves à revitalização da cultura do algodão e as propostas estabelecendo as condições para a formação de um APL do Algodão. Em novembro de 2004 foi celebrado o Termo de Parceria, a instituição de um Grupo Gestor e a criação de uma Secretaria Executiva do APL do Algodão, ficando sob a responsabilidade da FIERN criar as condições para o seu funcionamento, bem como realizar a articulação entre todos os agentes envolvidos (Governo Federal, Estadual e Municipal, instituições financeiras e de ensino e pesquisa, associações), dentre outros. Nesse mesmo ano, a FIERN conseguiu viabilizar financiamentos para o APL do Algodão, através do “Projeto Desenvolvimento Tecnológico do Arranjo Produtivo Local da Cotonicultura do Rio Grande do Norte (PRODECOT)” que contava com recursos do MCT/FINEP/FNDCT-CTAgronegócio da ordem de R$ 450 mil. Nesse projeto, que teve duração de quatro anos (2005-2008) o executor principal foi o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI/RN) e a FIERN ficou como co-executora juntamente com a EMATER/RN, EMBRAPA, INCRA/RN e a FAERN. Diante da limitação de recursos, muitas ações não puderam ser contempladas pelo PRODECOT, quando em novembro de 2006, a FIERN conseguiu um segundo financiamento junto ao CNPq, através do “Projeto Implantação de Tecnologias na Cotonicultura no Semi-Árido (IMTECOT)” no montante de R$ 1,3 milhões. Nesse projeto além das ações de capacitação e melhoria do algodão foram incorporadas outras ações como a articulação com outros APLs, como é o caso da Tecelagem estabelecida em Jardim de Piranhas no RN. Vale salientar que o SEBRAE/RN conseguiu junto ao BNDES um financiamento para a criação de um Centro Tecnológico Têxtil, no qual a FIERN irá através dos recursos do IMTECOT realizar a aquisição de equipamentos. Assim, a partir deste olhar sistêmico sobre a atividade, outrora em crise, verifica-se que houve um envolvimento de todas as instituições relacionadas à cultura do algodão no estado do Rio Grande do Norte, com transbordamentos para outros APLs. 15 O Instituto Euvaldo Lodi (IEL/RN) que tem por missão contribuir para o desenvolvimento do estado do Rio Grande do Norte, através da realização da interação entre o universo do conhecimento e do setor produtivo, prestando serviços de educação e desenvolvimento empresarial, iniciou sua atuação na gestão de Arranjos Produtivos Locais (APLs) em 2004. Sob a responsabilidade da Gerência de Desenvolvimento Empresarial, a instituição passou a desenvolver atividades voltadas para segmentos produtivos de forma pontual e de acordo com as necessidades das empresas, por meio do “Programa de Apoio à Competitividade das Micro e Pequenas Indústrias (PROCOMPI)”, convênio firmado entre a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e o Serviço Brasileiro de Apoio as Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) Nacional. Os trabalhos desenvolvidos eram basicamente focados em capacitações e cursos customizados. Neste período, para o IEL/RN, o conceito de APLs referia-se à existência de aglomerações em um território delimitado com um número significativo de empreendimentos e de pessoas (micro, pequenas e médias empresas) que atuavam em torno de uma atividade produtiva predominante. Além disso, a existência de formas perceptíveis de cooperação e algum mecanismo de governança também eram observados para a identificação de um APL. Inicialmente, entre os anos de 2004 e 2005, foram identificados três APLs: cerâmica estrutural do Apodi-Assú (localizado nos municípios de Apodi, Assú, Ceará-Mirim, Goianinha, Ipanguaçu, Itajá, Macaíba, Mossoró, Parelhas e São Gonçalo do Amarante), água mineral da Grande Natal (Natal, Parnamirim, Macaíba e Extremoz) e bonelaria do Seridó (Caicó). Nesse período, esses arranjos identificados foram apoiados pela instituição. Em um segundo momento, entre os anos de 2006 e 2007, também passaram a ser apoiados pelo IEL/RN os segmentos de Panificação da Grande Natal (Macaíba, Natal e Parnamirim), Madeira e Móveis de Natal e Região Metropolitana (Natal, Parnamirim, São José de Mipibú e São Gonçalo do Amarante) e Telha Cerâmica do Seridó (Acari, Carnaúba dos Dantas, Cruzeta, Jardim de Piranhas, Parelhas, Santana do Seridó e Tangará). Vale destacar que, neste período, o APL da Bonelaria perdeu o apoio do IEL/RN, passando o mesmo a ser apoiado pelo SEBRAE/RN, fazendo parte do APL de Tecelagem. Os principais critérios utilizados pelo IEL/RN para selecionar os APLs a serem apoiados, antes de 2008, tomavam como base a especialidade produtiva, o nível de cooperação, a organização, a territorialidade e as necessidades comuns. Para tanto, foi traçada uma matriz de prioridades estratégicas visando identificar os setores a serem atendidos pela FIERN e SEBRAE/RN, parceiros do IEL/RN. As principais formas de apoio se deram por meio de recursos do SEBRAE Nacional para o desenvolvimento de Projetos de Arranjos Produtivos. Além disso, a FIERN aportou contrapartida econômica e as próprias empresas também aportaram recursos financeiros. Em relação ao Governo do estado do Rio Grande do Norte, segundo o Núcleo Estadual de Apoio aos APLs, a primeira experiência com ações direcionadas ao apoio de APLs se deu ainda em 1999, quando foram criadas incubadoras para trabalhar alguns empreendimentos de forma associativa, objetivando torná- 16 los mais competitivos. O Núcleo chama a atenção de que naquela ocasião apenas algumas ações de incentivos fiscais foram realizadas. Logo, não existiam ações voltadas diretamente para as micro e pequenas empresas, tais como: elaboração de projetos, capacitação, aumento de competitividade e articulação entre os agentes econômicos, o que passa a ter visibilidade a partir do enfoque em APLs. Em 2004, o governo estadual incorporou em seu Plano Plurianual (PPA/2004-2007) o “Programa Desenvolvimento Tecnológico dos Arranjos Produtivos Locais”, que tinha como objetivo criar mecanismos que pudessem sistematizar a atividade produtiva, em seus variados aspectos, nos seguintes setores: aqüicultura, agricultura irrigada, mineralogia, lacticínios, entre outros, com ênfase na promoção das exportações. Para tanto, estabeleceu-se como prioridade as seguintes ações: implantação dos Centros Tecnológicos da Aqüicultura, Agricultura Irrigada e Gemas e Metais Preciosos; a implantação do Projeto Campo Escola de Petróleo/Gás Natural; conclusão do Centro Tecnológico do Queijo; caracterização tecnológica dos Minerais do estado; e , financiamento para Projetos de Pesquisa aplicada especificamente para APLs. O aporte financeiro para execução dessas ações teve a participação do governo estadual, do governo federal e recursos de empresas privadas totalizando R$ 11,1 milhões. Em 2007, com a criação do Núcleo de Apoio aos APLs do Rio Grande do Norte, o governo passou a coordenar as ações voltadas para APLs, com a participação de 20 instituições, conforme será relacionado mais adiante. Um dos primeiros trabalhos deste Núcleo foi a identificação inicial dos APLs existentes no estado, com o objetivo de construir uma política pública de desenvolvimento voltada para APLs. Desta forma, a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico do RN (SEDEC) ficou responsável pelo gerenciamento do Núcleo Estadual. Tal Núcleo tem como função apoiar os APLs por meio da orientação, articulação e coordenação dos esforços governamentais que promovam o desenvolvimento local. O apoio aos APLs constitui-se numa opção estratégica em razão do reconhecimento de que políticas de fomento direcionadas às micro, pequenas e médias empresas são mais eficazes na medida em que os diferentes atores (empresários, sindicatos, associações, instituições de capacitação, de crédito, agências de desenvolvimento) se mobilizam de forma coordenada e identificam as demandas coletivamente. Com relação ao apoio das instituições financeiras aos APLs do estado do Rio Grande do Norte, a participação se deu de forma diferenciada entre as mesmas. Por exemplo, o enfoque em APLs no Banco do Brasil foi introduzido a partir de 2006. Até então, suas ações baseavam-se no mercado e em outras categorias, como os núcleos de produtores, setores produtivos, entre outros. Não havia qualquer critério para identificação das empresas demandantes do apoio do Banco, uma vez que elas se apresentavam individualmente. A adoção do enfoque em APL, tanto pelos próprios produtores quanto pelo Banco, representou um avanço considerável nas possibilidades de apoio as empresas. Apesar dessa adoção em 2006, somente no ano seguinte ela se tornou mais forte na Instituição. Com o processo de capacitação desenvolvido pelos parceiros, inclusive o próprio Banco, foi possível incorporar entre as empresas beneficiadas parcela da população que estava à margem do processo produtivo. Assim, ao 17 assumir uma identidade coletiva e participarem de processos de capacitação, os empresários tornaram-se mais aptos a receber o apoio oferecido pelo Banco do Brasil. Antes de 2008, o BB identificou e apoiou principalmente três APLs: o de bordados de Caicó, tecelagem de Jardim de Piranhas, e de Cerâmica nos municípios de Carnaúba dos Dantas e Parelhas. Os principais critérios para selecionar os APLs a serem apoiados eram o grau de organização, do ponto de vista de sua auto-identificação como arranjo; e, a presença de governança, com liderança que representasse o grupo. Nesse período, os APLs apresentavam-se diretamente ao Banco em busca de apoio. Este, por sua vez, procurava uma parceria maior com as demais organizações voltadas ao apoio desses grupos, especialmente no Governo do Estado, através do Núcleo de Apoio aos APLs. Entretanto, essa aliança não era muito eficaz devido ao pequeno grau de organização existente até então entre os responsáveis pelo apoio aos arranjos no Rio Grande do Norte. Pode-se classificar o conceito de APL utilizado pelo Banco inicialmente como bastante abrangente: são arranjos produtivos compostos por produtores de um produto similar, localizados em determinado espaço, que pode corresponder a um ou vários municípios. Não é utilizada uma definição teórica ou empírica para classificação como APL. Considera-se essa visão suficientemente prática para as necessidades da instituição. Apesar disto, o banco exige que o APL demonstre grau de organização e a presença da governança no arranjo. Além disso, o Banco aceita como APL todos aqueles que assim se apresentem como tal, ou seja, ele não tem a preocupação de identificar APLs conceitualmente falando. As ações de crédito e financiamento voltadas para os APLs são mesmas oferecidas para o mercado como um todo; todavia, com taxas diferenciadas quanto aos juros e tarifas. Destaca-se que uma das principais formas de atuação do BB junto aos APLs se dá através do programa Desenvolvimento Regional Sustentável (DRS), criado em 2003, que é uma “é uma estratégia do banco de atender os núcleos produtivos de baixa renda”. O DRS - Desenvolvimento Regional Sustentável é uma estratégia negocial do Banco do Brasil, que busca impulsionar o desenvolvimento sustentável das regiões onde o BB está presente, por meio da mobilização de agentes econômicos, políticos e sociais, para práticas de apoio a atividades produtivas economicamente viáveis, socialmente justas e ambientalmente corretas, sempre observada e respeitada a diversidade cultural (www.bb.com.br). Dentre as demais ações, o banco considera como de especial importância o BB – Franquia, lançado nacionalmente no início de 2008, “por atender principalmente as necessidades dos APLs”. Isto porque embora tenha sido lançada para as empresas em geral, as empresas ligadas a arranjos são seus principais clientes. Já a atuação do Banco do Nordeste (BNB), para desenvolver a região, baseia-se na idéia de desenvolvimento territorial, através da intitulada Estratégia Negocial – Nordeste Territorial adotada a partir de 2005, que tem como objetivo reduzir os riscos das operações financeiras e estruturar melhor as 18 intervenções do Banco. Em 2006 o BNB passou a incorporar o conceito de aglomerações produtivas como sendo APL. E, desde 2007 passou a utilizar o conceito de Cadeia Produtiva, considerada pelo banco mais abrangente e que oferece maiores possibilidades de intervenção, inclusive com a possibilidade do adensamento dessas cadeias. Assim, o BNB procura articular os representantes dos diferentes elos da cadeia produtiva situados em um determinado espaço. Como exemplo, é citado o caso da integração entre os produtores da cadeia produtiva da tecelagem em Jardim de Piranhas e sua integração com os produtores de bonés de Caicó e as bordadeiras da região. Segundo o banco há uma maior amplitude do conceito de cadeia produtiva em relação ao de APL e isto estaria no fato de se poder identificar um ou mais APLs em uma cadeia produtiva e de se trabalhar as possibilidades apresentadas pelas suas interseções. A base territorial utilizada pelo BNB é a definida pela presença de suas agências, depois de tentativas de harmonização com os demais parceiros que apóiam APLs. Assim, no Rio Grande do Norte as 13 agências existentes é o limite territorial de sua atuação. Importa ressaltar que nessas áreas, o agente de desenvolvimento, que possui conhecimento específico da economia regional, é quem identifica as cadeias produtivas e os APLs existentes ou potenciais. Também diagnostica suas necessidades de forma ampla, abrangendo todos os aspectos do negócio. As necessidades que fogem ao escopo da Instituição são encaminhadas, através de reuniões conjuntas, para os demais apoiadores que têm competência na área das necessidades. Com a utilização do conceito de base territorial, uma mesma atividade (como é o caso da ovinocaprinocultura) representa tantos APLs como são os territórios em que elas ocorrem. Os critérios utilizados para selecionar as atividades a serem apoiadas basearam-se no volume de recursos que a agência dispunha para a atividade, as parcerias existentes com o Governo Federal, Estadual e Municipal e o nível de inadimplência das empresas que compunham o portfólio do Banco. O apoio de outros parceiros aos APLs/cadeias produtivas também é considerado muito importante, uma vez que sua atuação concorre para o fortalecimento da empresa e reduz o risco do negócio. Entre os critérios de avaliação dos pedidos de financiamento dirigidos ao BNB, a geração de emprego e renda, o potencial exportador e a integração nas cadeias produtivas são fatores importantes na definição da concessão do empréstimo. Antes de 2008, foram identificadas e apoiadas as atividades de caprinovinocultura, Apicultura, Turismo, Cerâmica (Assú), Mineração (Currais Novos). Essas atividades, na análise do Banco, estavam bem estruturadas, mas ainda não se caracterizavam como APLs, tendo se fortalecido e amadurecido nos anos seguintes. As linhas de financiamento operadas pelo BNB – PRONAF, Programa de Crédito Fundiário para a Reforma Agrária, linhas de financiamento para micro e pequenas empresas, através das quais são fortalecidas as micro-finanças rurais e urbanas, são concedidas aos integrantes de APLs/cadeias produtivas nas mesmas condições para as demais empresas ou tomadores em geral. A diferença está no fato de que as solicitações dos integrantes dos APLs normalmente são mais bem fundamentadas e analisadas na 19 perspectiva das necessidades locais, no sentido do adensamento das atividades produtivas, geração de emprego, etc. O fortalecimento das empresas dos APLs/cadeias produtivas também é uma estratégia para reduzir os riscos das operações de financiamento. Ao identificar os principais problemas que as empresas enfrentam na área de qualificação, mercados, logística, entre outros, e mobilizar os parceiros para superar esses obstáculos, as empresas são fortalecidas e os riscos de inadimplência são diminuídos. Essas ações são chamadas de “complementares ao crédito” e são encaminhadas pelos agentes de desenvolvimento alocados nas respectivas agências. Com isso, do ponto de vista coletivo, procura-se também fortalecer a governança desses arranjos. Conforme já mencionado, antes de 2008 outras instituições de âmbito federal, estadual e privada também estiveram envolvidas com algum tipo de apoio aos APLs no Rio Grande do Norte, a exemplo da Fundação de Apoio à Educação e ao Desenvolvimento Tecnológico do Rio Grande do Norte (FUNCERN), entidade de direito privado, sem fim lucrativo, que atua na esfera do governo do estado. No caso específico da FUNCERN, pode-se afirmar que foi a partir do ano de 2007, com a participação do Núcleo Estadual de Apoio aos Arranjos Produtivos Locais do RN, que a instituição, de fato, passou a atuar a partir do enfoque em APLs. Por esta razão, suas ações consubstanciadas antes do ano de 2008 eram focadas em grupos produtivos cuja caracterização se assemelha ao conceito de cadeia produtiva, restritas apenas a alguns ramos de atividades econômicas. Tal conceito, como é possível derivar, não permitia a instituição capturar demais manifestações organizacionais que possivelmente surgiam no processo de desenvolvimento de dada atividade produtiva como, por exemplo: concentração de atividades econômicas afins; organizações sociais pautadas em interesses políticos comuns; possível insurgência de liderança ou mesmo de governança que tornasse viável a tentativa de organização política, social e produtiva do território onde a detectada cadeia produtiva se desenvolvia; dentre outras. Ademais, a instituição conceituava e identificava APLs através de grupos de pessoas e/ou empresas que produziam e contribuíam para o desenvolvimento local e regional sem, contudo, se voltar para interpretações qualitativas do ponto de vista da arquitetura geral e específica da organização social e política a qual a instituição desempenhava algum tipo de apoio. O atual Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN), foi criado recentemente (em 29 de dezembro de 2008) pela Lei 11.892. Antes era conhecido como Centro Federal de Educação Profissional e Tecnológica (CEFET/RN). Pode-se afirmar que anteriormente à sua definição como IFRN o instituto já atuava no estado numa perspectiva de ensino, pesquisa e extensão e compromissada com o desenvolvimento local e regional. Tais objetivos foram mantidos, em significativa medida, com a atuação da entidade ostentando agora a nomenclatura IFRN. De acordo com informações capturadas do seu sítio eletrônico, o IFRN tem como meta de atuação junto à sociedade potiguar os seguintes objetivos: 20 • Ministrar cursos de formação inicial e continuada a trabalhadores, incluídos a iniciação, o aperfeiçoamento e a atualização. Em todos os níveis e modalidades de ensino; • Ministrar educação de jovens e adultos, contemplando os princípios e práticas inerentes à educação profissional e tecnológica; • Ministrar ensino médio, observadas a demanda local e regional e as estratégias de articulação com a educação profissional técnica de nível médio; • Ministrar educação profissional técnica de nível médio, de forma articulada com o ensino médio, destinado a proporcionar habilitação profissional para os diferentes setores da economia; • Ministrar ensino superior de graduação e de pós-graduação lato sensu e stricto sensu, visando à formação de profissionais e especialistas na área tecnológica; • Ofertar educação continuada, por diferentes mecanismos, visando à atualização, o aperfeiçoamento e à especialização de profissionais na área tecnológica; • Ministrar cursos de licenciatura, bem como programas especiais de formação pedagógica, nas áreas científica e tecnológica; • Realizar pesquisas aplicadas, estimulando o desenvolvimento de soluções tecnológicas de forma criativa e estendendo seus benefícios à comunidade; • Estimular a produção cultural, o empreendedorismo, o desenvolvimento científico e tecnológico e o pensamento reflexivo; • Estimular e apoiar a geração de trabalho e renda, especialmente a partir de processos de autogestão, identificados com os potenciais de desenvolvimento local e regional; • Promover a integração com a comunidade, contribuindo para o seu desenvolvimento e melhoria da qualidade de vida, mediante ações interativas que concorram para as transferências e aprimoramento dos benefícios e conquistas auferidos na atividade acadêmica e na pesquisa aplicada (IFRN www.ifrn.edu.br. Acesso em 03/06/2009). Em verdade, muitos desses objetivos têm sido colocados em prática de forma compartilhada com outras instituições a partir de atividades de apoio e assessoria concedida por seus grupos de pesquisa ou mesmo por alguns de seus profissionais individualmente, na medida em que são solicitados ou oferecem formação específica. No que diz respeito à sua atuação junto aos Arranjos Produtivos Locais, pode-se afirmar que apenas a partir da segunda metade dos anos 2000 é que a instituição vem se aproximando deste conceito através da parceria com outras instituições no processo de capacitação e aperfeiçoamento profissional, sendo a FUNCERN uma de suas principais parceiras em ações junto aos arranjos. Desta forma, deve ser registrado que anteriormente à formação do Núcleo de Apoio aos APLs do Rio Grande do Norte, em 2007, a instituição não tinha nenhuma aproximação mais aprofundada com o conceito de APL. Tudo indica que, 21 ainda hoje, tal conceito seja um fenômeno em processo de reconhecimento por parte da entidade, sendo o conceito de cadeia produtiva o mais usado até então e com o qual muitos de seus técnicos atuam ao tratarem das questões de desenvolvimento local e regional. Todavia, antes do ano de 2008 a instituição apoiava os seguintes APLs: Laticínios, Moveleiro, Apicultura, Cerâmica, Rochas Ornamentais, Turismo e Petróleo e Gás. As formas de apoios mais freqüentes foram as de formação profissional e tecnológica direcionadas a projetos específicos. O envolvimento da UFRN com a temática relacionada aos APLs no Rio Grande do Norte se dá através das seguintes formas: participação institucional desta no Núcleo Estadual de Apoio a APLs, desde 2007; colaboração individual de docentes de diversas áreas em projetos desenvolvidos por outros organismos como o SEBRAE/RN, IEL/RN, FIERN; convênio com o SEBRAE/RN, via Pró-Reitoria de Pesquisa (2007); e, estudos de APLs realizados por seus docentes, através da REDESIST/SEBRAE Nacional (2003, 2006 e 2008). Registra-se que, embora não exista uma ação sistemática de trabalho da instituição quanto aos APLs, inúmeros departamentos, a partir do seu quadro de docentes são chamados a colaborar desenvolvendo projetos de pesquisa específicos demandados pelos APLs, realizando estudos, prestando consultorias, dentre outras formas. São exemplos: APL de Panificação, APL de Água Mineral, APL de Cerâmica Estrutural de Assu-Apodi, APL de Móveis da Região Metropolitana de Natal, APL da Telha de Cerâmica do Seridó. A Pró-Reitoria de Pesquisa da UFRN pretende incorporar a temática dos APLs institucionalmente a partir da reestruturação do seu Núcleo de Inovação Tecnológica, criado em 2007. A perspectiva é de que a partir daí a interação UFRN-APLs se torne mais profícua. O histórico da atenção dada aos APLs no Rio Grande do Norte reflete o esforço de inúmeras agências em atuar a partir deste enfoque. Tais esforços se evidenciam nas tentativas de atuar de forma sistêmica por meio do estabelecimento de parcerias/cooperação, reestruturação das agências visando atentar para o protagonismo das localidades, diálogos entre os atores através de mecanismos formais como o Núcleo de Apoio aos APLs, dentre outros. Contudo, a despeito da admissão do uso deste enfoque por várias instituições, os antecedentes mostraram que as ações encontram-se concentradas em instituições como o SEBRAE/RN, o IEL/RN, a FIERN e o Núcleo Estadual de Apoio aos APLs. Os demais organismos, mesmo atuando em favor do desenvolvimento local/regional a partir deste enfoque, se sentem mais à vontade para caracterizar esta ação como focada em cadeias produtivas, territórios, dentre outras denominações. 22 Capítulo 2 ORGANISMOS RESPONSÁVEIS PELO APOIO A APLS NOS ESTADOS E POLÍTICAS DE APOIO IMPLEMENTADAS No estado do Rio Grande do Norte, considerando o período de 2008 a 2009, dentre os diversos organismos/instituições responsáveis pela implementação de políticas de apoio e promoção direta a APLs destacam-se: o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE/RN), a Federação das Indústrias do estado do Rio Grande do Norte (FIERN), o Instituto Euvaldo Lodi (IEL/RN) e o Núcleo Estadual de Apoio aos Arranjos Produtivos Locais no RN, integrante do Grupo de Trabalho Permanente para Arranjos Produtivos Locais (GTP/APL). As demais instituições possuem ações pontuais direcionados para alguns APLs. As ações/políticas implementadas pelas instituições, no que se refere ao apoio a APLs, são as mais diversas, em razão da especificidade de cada APL, o que reivindica o desenho de ações distintas para cada arranjo. Assim, nesta Nota Técnica a caracterização preliminar dos organismos/instituições é traçada destacando, entre outros pontos, a esfera de atuação dos mesmos, o tipo de coordenação exercida e o tipo de ação/política implementada em relação às questões mais gerais sobre o apoio a APLs. Em capítulo posterior tais políticas serão tomadas pontualmente, por arranjo. 2.1 Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE/RN) O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Rio Grande do Norte (SEBRAE/RN) é uma entidade associativa de direito privado, sem fins lucrativos, integrada ao Sistema SEBRAE Nacional, tendo como missão promover a competitividade e o desenvolvimento sustentável das micro e pequenas empresas (MPEs) do estado, em função de sua grande capacidade de geração de emprego e renda. A atuação do SEBRAE/RN consiste em atender as empresas no sentido de orientar a sua formalização, promover capacitação, cursos, consultoria mais focalizada, difundir a cultura do empreendedorismo e da cooperação e realizar atendimentos no que diz respeito a suprir as necessidades das empresas sejam elas formais ou ainda informais. Quanto aos APLs, o SEBRAE/RN segue a diretriz do SEBRAE Nacional, onde segundo o “Termo de Referência para atuação do Sistema SEBRAE em APLs”, publicado em 2003, o objetivo desta instituição ao atuar em Arranjos Produtivos Locais é promover a competitividade e a sustentabilidade dos micro e pequenos negócios, estimulando processos locais de desenvolvimento. Além disso, o SEBRAE/RN também busca consolidar a difusão dos conceitos, contribuindo, metodologicamente, para a implementação de estratégias para o fortalecimento dos APLs. De forma geral, as ações/políticas de apoio aos APLs implementadas pelo SEBRAE Nacional, bem como pelos demais SEBRAE’s Estaduais devem permitir: • a conexão do arranjo com os mercados já existentes ou potenciais; 23 • a sustentabilidade do arranjo, através de um padrão de organização adquirido e mantido ao longo do tempo; • a promoção de um ambiente de inclusão, onde haja geração e distribuição de riquezas, conhecimentos, considerando as questões sociais; • a elevação do capital social do arranjo a fim de promover a interação e a cooperação entre os agentes econômicos de um dado território; • a democratização do acesso aos bens públicos, como por exemplo, centros de pesquisas, serviços empresarias, plataformas logísticas, dentre outros; • a preservação do meio ambiente como ponto relevante a ser considerado nas ações desenvolvidas nos APLs; • a valorização do patrimônio histórico e cultural, agregando valores aos bens e serviços produzidos em um determinado território; • o protagonismo local, onde os agentes locais são os principais personagens; • a integração com outros atores, através de uma estreita ligação com as demais instituições que atuam dentro do território do arranjo; • a mobilização de recursos endógenos sejam eles públicos ou privados conduzidos por agentes do próprio APL; • a atração de recursos exógenos de natureza pública ou privada que possam complementar os recursos já existentes. Com vistas a atingir estes objetivos o SEBRAE/RN conta com importantes parceiros, variando conforme o arranjo apoiado. Dentre os parceiros que atuam junto com o SEBRAE/RN pode-se citar, sem preocupações hierárquicas, os atores que seguem: Governo Federal; Governo do Estado do Rio Grande do Norte; FIERN, SESI, SENAI, IEL; Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES); Banco do Brasil (BB); Fundação Banco do Brasil; Banco do Nordeste do Brasil (BNB); Financiadora de Estudos e Projetos do Ministério da Ciência e Tecnologia (FINEP); Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca; Caixa Econômica Federal (CEF); Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN); Universidade Federal do Semi-Árido (UFERSA); Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Norte (FAPERN); Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte S/A (EMPARN); Instituto do Desenvolvimento Econômico e do Meio Ambiente do Rio Grande do Norte (IDEMA); Agência de Fomento do Rio Grande do Norte S/A (AGN); Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM); Fundo Setorial Mineral; Prefeitura Municipal de Currais Novos; Prefeitura Municipal de Parelhas; Prefeitura Municipal de Acari; Prefeitura Municipal de Jardim de Piranhas; Prefeitura Municipal de Mossoró; Prefeitura Municipal de São Rafael; Prefeitura Municipal de Jardim do Seridó; Prefeitura Municipal de Serra Negra do Norte; Prefeitura Municipal de Florânia; UNIMINA; COOPMINAS; Mel da Florada da Serra do Mel; Associação das Indústrias Têxteis de Jardim de Piranhas; Agência Brasileira de Desenvolvimento da 24 Aqüicultura (ABDA/ RN); Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR/RN); Agência de Promoção de Exportações do Brasil (APEX/Brasil); Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (EMATER/RN); Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Rio Grande do Norte (FAERN); Incubadora Agroindustrial de Apicultura de Mossoró/RN (IAGRAM); e, o Serviço de Apoio aos Projetos Alternativos Comunitários (SEAPAC/RN). As políticas de apoio aos APLs implementadas pelo SEBRAE/RN estão vinculadas ao Sistema de Informação da Gestão Estratégica Orientada para Resultados (SIGEOR) que é uma ferramenta (banco de dados) que sistematiza todos os projetos e permite aos parceiros e aos beneficiários o acompanhamento das ações em desenvolvimento e o conhecimento dos resultados alcançados, contribuindo para elevar a transparência dos projetos. Deste modo, no que se refere às questões mais gerais sobre o apoio a APLs dado pelo SEBRAE/RN, as principais ações que integram os projetos de APLs são divididas em três grandes dimensões – empresarial, estrutural e sistêmica – que podem ser visualizadas no Quadro 1 que segue: SEBRAE/RN 1. Dimensão Empresarial - Cursos nas áreas de custos, qualidade, inovação, dentre outras. - Criação de Marketing - Capacitação da mão-de-obra - Elaboração de estratégias - Elaboração de Planos de Gestão - Análise da capacidade produtiva e sua relação com custos e preços 2. Dimensão Estrutural - Estudos de Mercado - Análise do grau de interatividade inter e intra-setorial - Análise do grau de interatividade e conectividade das empresas dos APLs nos elos da cadeia produtiva principal em que estão inseridas - Análise do grau de interatividade das empresas dos APLs com cadeias produtivas complementares - Análise do grau de interatividade das empresas dos APLs com as instituições de apoio - Análise do grau de encadeamentos de negócios 3. Dimensão Sistêmica - Análise dos fatores condicionantes macroeconômicos - Análise do Mercado Internacional - Orientações fiscais - Orientações político-institucionais - Acesso a financiamentos - Realização de seminários nacionais e internacionais Fonte: SIGEOR – Banco de dados do SEBRAE, 2009. Quadro 1 – Relação das principais ações de apoio a APLs implementadas pelo SEBRAE/RN – 2008-2009 2.2 Federação das Indústrias do estado do Rio Grande do Norte (FIERN) A Federação das Indústrias do estado do Rio Grande do Norte (FIERN) está inserida no Sistema da Indústria Nacional que é liderado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). No Rio Grande do Norte, a FIERN atua pelo desenvolvimento da indústria norte-rio-grandense em conjunto com o Serviço Social da Indústria (SESI), o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e o Instituto Euvaldo Lodi (IEL), além dos 27 sindicatos patronais filiados. 25 A principal função da FIERN é fortalecer a indústria contribuindo com responsabilidade social, para o desenvolvimento sustentável do estado, através da representação dos interesses e direitos da indústria, prestação de serviços para a melhoria da competitividade das indústrias e a promoção da qualidade de vida dos seus trabalhadores. Em relação ao apoio e promoção aos APLs, a FIERN centra a sua atuação no desenvolvimento e fortalecimento do APL do Algodão. Para tanto, a FIERN possui convênios firmados com o governo federal, através do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Com o governo estadual participa do Núcleo de Apoio aos APLs e atua no APL do Algodão em parceria com a EMATER/RN, a EMPARN e a FAPERN. Desde 2004 a FIERN exerce a função de Secretaria Executiva do APL do Algodão, sendo responsável em articular entre os agentes econômicos e criar as condições para o funcionamento dos já mencionados Projetos PRODECOT e IMTECOT, que tem como principal executor o SENAI-DR/RN. Neste sentido, o SENAI-DR/RN fica responsável pelo desenvolvimento de tecnologias industriais, as quais são repassadas pelos seus técnicos aos agentes pertencentes ao APL do Algodão, por meio de capacitação. Vale destacar que outros órgãos de pesquisa e ensino trabalham em parceria com o SENAI-DR/RN, entre eles, a FAPERN, EMPARN, EMBRAPA – Algodão, EMATER/RN, INCRA/RN, dentre outros. Desta forma, em funcionamento desde Janeiro de 2005, o PRODECOT teve ações desenvolvidas até Setembro de 2008, quando foi encerrado. O principal objetivo foi fortalecer o APL do Algodão norte-riograndense, através da revitalização e reorientação da produção, visando o aumento da oferta em busca da auto-suficiência interna, bem como a garantia da agregação de valores ao produto. Segundo entrevista realizada com a assessora técnica da FIERN, todas as metas estabelecidas para o PRODECOT foram cumpridas com êxito. Já o IMTECOT, que ainda está em plena vigência, objetiva fortalecer o APL do Algodão através da implantação e difusão de tecnologias adequadas à cadeia produtiva, levando à melhoria da qualidade e da produtividade do algodão e dos processos de beneficiamento. Entre os principais beneficiados estão as indústrias do setor têxtil e de confecções. As principais ações/políticas implementadas pela FIERN/RN no apoio ao APL do Algodão estão centradas nos Projetos PRODECOT e IMTECOT, relacionadas no Quadro 2, a seguir. 1. PRODECOT – Projeto de Desenvolvimento Tecnológico do APL da Cotonicultura do RN - Difundir a adaptação de novas cultivares já desenvolvidas pela EMBRAPA/CNPA, para áreas de baixo risco climático - Capacitar técnicos, beneficiadores e produtores - Implantar mecanismos de difusão tecnológica e conhecimentos - Gerir as ações técnicas do projeto - Desenvolver a gestão administrativa e financeira do projeto - Articular com os parceiros para a realização de um programa de desenvolvimento científico voltado ao algodão, através da cooperação empresas/universidades/centros de pesquisa 2. IMTECOT – Projeto de Implantação de Tecnologias na Cotonicultura no Semi-Árido 26 - Implantação de programa de difusão tecnológica de produção e beneficiamento do algodão - Implantação de sistema de melhoria da qualidade e produtividade da fibra do algodão - Capacitação de produtores, técnicos, beneficiadores e gestores - Introdução de mudanças tecnológicas - Avaliação e difusão dos algodoeiros de fibra colorida e branca - Integração com o APL da Tecelagem em Jardim de Piranhas Fonte: Portal do Algodão, 2009. Quadro 2 – Relação das ações implementadas pela FIERN ao APL do algodão através do PRODECOT e IMTECOT – 2008-2009 Além dessas ações mais específicas dos Projetos, o APL do Algodão no Rio Grande do Norte, através da atuação da FIERN e dos seus parceiros, de forma geral conta com diversas outras atividades direcionadas para: 1. Comercialização Política Tributária diferenciada para o Setor Algodoeiro Estabelecimento de Política de Comercialização Acesso ao Sistema de Informação de Preços 2. Financiamento Burocracia Garantias Calendário Agrícola (revisão) Custeio PRONAF A e B (criação de linha de crédito específica) Linhas de Crédito (divulgação entre os produtores rurais) Prazos e Encargos (adequação à atividade) Crédito Agroindustrial Recursos Equalizáveis – EGF 3. Sistema de Produção Aperfeiçoamento das variedades já empregadas Adequação da quantidade de sementes à demanda Adequação da assistência técnica à demanda Difusão de tecnologia para convivência com o bicudo Adequação de recursos humanos especializados à atividade Legislação específica para defesa fitossanitária estadual Desenvolvimento de novas máquinas para beneficiamento do algodão em caroço e enfardamento Aquisição de tecnologias apropriadas ao parque industrial de beneficiamento Agregação de valor aos subprodutos (caroço, torta, óleo) Equipamento para produção de óleo Disponibilização de outras variedades com melhor teor de fibras Implementação de assistência técnica local para setores produtivos com suficiência 27 Beneficiamento do algodão na própria fazenda Agregação de valor Estudo de viabilidade econômica de mini-fábricas para óleo, paralelas às mini-usinas Disponibilização de sementes de variedades produtivas com alto teor de fibras de qualidade aceitas pelas indústrias têxteis Cadastramento dos produtores com seis meses de antecedência Proibição do plantio do caroço do algodão, ao invés das sementes selecionadas Condicionamento do crédito agrícola à análise do solo da área de plantio compatível com a cultura 4. Pesquisa, Desenvolvimento e Difusão Tecnologias Apropriadas Difusão Tecnológica Criação da Rede Tecnológica do Algodão Pesquisas para os subprodutos do algodão Implantação de um núcleo da EMBRAPA-ALGODÃO 5. Zoneamento Homogeneização do período de plantio, obedecendo as orientações técnicas em especial ao Bicudo Ajustar possíveis mudanças de calendários, conforme critérios técnicos identificados por município Formular e contratar propostas de crédito por município, em período adequado, de comum acordo com agências de crédito por zona homogênea 6. Associativismo e Cooperativismo Conhecimento da “doutrina” (princípios e valores) do Associativismo, bem como dos direitos e deveres Fortalecimento na definição dos critérios para a escolha do quadro de sócios Criação de organizações Profissionalização da gestão da organização Qualificação permanente sobre a atividade econômica a ser desenvolvida pelos associados 7. Beneficiamento Ampliação e modernização das seis usinas de beneficiamento Formação de mão-de-obra especializada Criação de seis postos de classificação Criação de uma rede integrada do algodão Criação de um Fundo de Amparo à cadeia do algodão Implantação da indústria de fiação no Seridó 28 Concessão de financiamentos 2.3 Instituto Euvaldo Lodi (IEL/RN) O Instituto Euvaldo Lodi (IEL/RN), de natureza privada, tem como missão contribuir para o desenvolvimento do RN, realizando a interação entre o universo do conhecimento e o setor produtivo, prestando serviços de educação e desenvolvimento empresarial. Seus principais objetivos são: contribuir para a melhoria da eficácia, produtividade e competitividade do setor industrial; proporcionar conhecimentos aos empresários para que detenham modernas competências de gestão e inovação tecnológica; intermediar estágio de acordo com as demandas do mercado de trabalho; melhorar continuamente a qualidade dos seus serviços por meio do desenvolvimento de pessoas; prestar serviços que promovam a sua auto-sustentabilidade; e, ampliar a visibilidade institucional. O papel que o IEL/RN exerce junto aos APLs ocorre por meio da Coordenação Estadual do Programa de Apoio a Competitividade das Micro e Pequenas Indústrias (PROCOMPI). Desta forma, todos os Projetos de APLs são desenvolvidos dentro da metodologia estabelecida pelo PROCOMPI, que tem como objetivo principal promover o fortalecimento e elevar a competitividade das empresas industriais de menor porte, por meio do estímulo à cooperação entre as empresas e à organização do setor, à melhoria da qualidade, ao aumento da produtividade, à inserção do design, à absorção de tecnologias e ao respeito pelo meio ambiente. O PROCOMPI é gerenciado pelo Comitê Nacional, composto por representantes da Gerência de Competitividade Industrial (COMPI) da CNI, da Gerência de Educação Empresarial do IEL e da Unidade de Atendimento Coletivo Indústria (UACIN) do SEBRAE Nacional. Os projetos aprovados são executados pelo IEL/RN em parceria com o SEBRAE local. No IEL/RN a responsabilidade de execução fica sob a Gerência de Desenvolvimento Empresarial (GEDEM), onde dois técnicos são responsáveis pela análise, execução e coordenação das ações, pelo acompanhamento e monitoramento dos Projetos, e também pela avaliação, seleção e contratação de consultores, instrutores e demais empresas/instituições prestadoras de serviços. Em geral, as principais ações/políticas implementadas pelo IEL/RN no que se refere às questões de apoio aos APLs resume-se nas seguintes atividades: • articulação das empresas industriais com as Federações e os SEBRAE’s estaduais, sindicatos industriais, governos, órgãos de financiamento, empresas de grande porte, entre outros; • desenvolvimento de lideranças locais, disseminação da cultura de cooperação na busca de soluções comuns e elevação do capital social; • realização de diagnósticos, estudos de mercado, consultoria em logística e em gestão, planejamento estratégico e estabelecimento de prioridades; 29 • implementação de programas de capacitação empresarial: qualidade, custos, absorção de novas tecnologias, gestão ambiental, entre outros; • inserção mais efetiva de produtos no mercado nacional e internacional: participação em feiras, elaboração de material de divulgação, registro de marcas, criação de sites, certificação de qualidade e desenvolvimento de design próprio. Em 2008, o APL de Polpas, Sucos de Frutas e Água de Coco do RN (Natal, Parnamirim, Macaíba, Currais Novos, São Gonçalo do Amarante, Itaú, Extremoz, Mossoró, Severiano Melo, Santo Antônio, Pureza e Cerro Corá) passou a receber o apoio do IEL/RN. 2.4 Núcleo Estadual de Apoio aos Arranjos Produtivos Locais no RN O Núcleo Estadual de Apoio aos Arranjos Produtivos Locais no Rio Grande do Norte atua junto a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico (SEDEC) e tem o papel de coordenar, integrar e fortalecer os APLs já identificados e que são prioritários, bem como trabalhar aqueles que estão em fase de formação, através da articulação de todos os agentes e instituições envolvidas. O tipo de coordenação exercida pelo Núcleo Estadual frente aos APLs envolve a responsabilidade de desenvolver as seguintes ações: • promover a Reunião de Sensibilização nos APLs selecionados no estado para provocar a elaboração dos Planos de Desenvolvimento Preliminar (PDP); • acompanhar a elaboração dos PDPs; • receber e apreciar os PDPs dos APLs selecionados; • promover as Rodadas de Apreciação dos PDPs em nível estadual; • articular soluções estaduais para as demandas dos APLs selecionados; • submeter ao GTP-APL as demandas que podem ser resolvidas no âmbito federal; • acompanhar a implementação das ações do PDP; • reportar os resultados ao GTP-APL. O processo de fortalecimento dos APLs do Núcleo segue, portanto, o Plano de Desenvolvimento que envolve os seguintes aspectos: • ser construído necessariamente, mas não exclusivamente, pelos atores locais, de forma participativa; • a contextualização do arranjo e o(s) diagnóstico(s) devem constituir a base para a formulação do plano; • ser proposto em função dos requerimentos tecnológicos, sociais e institucionais dos empreendimentos presentes nos arranjos; • conter lista dos projetos de investimento (o quê, quem, como, etc.), de acordo com uma perspectiva de médio prazo; 30 • expressar de forma clara quais os resultados finalísticos que se espera alcançar e os mecanismos de monitoramento e avaliação; • conter as ações necessárias para se atingir os resultados; • contar com a contrapartida dos atores envolvidos com o desenvolvimento do arranjo; • explicitar os investimentos locais aportados no APL. Cumpre destacar que já foram elaborados os seguintes Planos de Desenvolvimento no Rio Grande do Norte: APL Mineral, APL da Apicultura, APL da Água Mineral, e em fase final o APL da Cerâmica e o APL da Fruticultura. Tais foram elaborados e aprovados pela governança juntos com os produtores, tendo sido ratificados pelo Núcleo Estadual de Apoio aos APL. Desde o ano de 2007, o Núcleo Estadual reúne 20 instituições parceiras, conforme listado no Quadro 3 abaixo. Sigla Instituição 1. Governo do Estado do Rio Grande do Norte SEDEC-RN Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico SAPE-RN Secretaria de Estado da Agricultura, da Pecuária e da Pesca 2. Instituições de Apoio e Promoção Direta aos APLs FIERN Federação das Indústrias do estado do Rio Grande do Norte IEL/RN Instituto Euvaldo Lodi – Núcleo Regional do RN SEBRAE/RN Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas 3. Instituições Financeiras que apóiam os APLs AGN Agência de Fomento do Rio Grande do Norte BB/RN Banco do Brasil S.A. BNB Banco do Nordeste 4. Instituições de Ensino e Pesquisa que apóiam os APLs IFRN (CEFET/RN) Centro Federal de Educação Tecnológica UERN Universidade Estadual do Rio Grande do Norte UFERSA Universidade Federal do Semi-Árido UFRN Universidade Federal do Rio Grande do Norte Fundação de Apoio à Pesquisa do estado do Rio Grande do FAPERN Norte Fundação de Apoio à Educação e ao Desenvolvimento FUNCERN Tecnológico FUNPEC Fundação Norte-Rio-Grandense de Pesquisa e Cultura 5. Demais Instituições (Federações, Sindicatos, Associações, dentre outros) Federação do Comércio de Bens e Serviços do estado do FECOMÉRCIO/RN Rio Grande do Norte Federação dos Trabalhadores na Agricultura do estado do FETARN Rio Grande do Norte Sindicato das Indústrias de Cervejas, Refrigerantes, Águas SICRAMIRN Minerais e Bebidas em geral Sindicato da Indústria de Cerâmica para Construção do Rio SINDICER Grande do Norte ASITEX Associação das Indústrias Têxteis de Jardim de Piranhas Número de Representantes 3 3 3 3 2 3 3 3 3 3 3 1 3 2 3 1 3 3 3 3 Fonte: Elaboração Própria/MDIC, GTP/APL – Núcleo Estadual de Apoio aos APLs do Rio Grande do Norte (2007) Quadro 3 – Relação das Instituições Integrantes do Núcleo Estadual de Apoio aos APLs no Rio Grande do Norte – desde 2007 Atualmente, além das ações desempenhadas pelo Núcleo Estadual, o governo do RN objetivando fortalecer cada vez mais os arranjos já estabelecidos no estado incluiu em seu PPA projetado para o período 31 2008-2011 o Programa – “Apoio à Estruturação e ao Desenvolvimento Tecnológico dos Arranjos Produtivos Locais”. O objetivo principal é aumentar a competitividade das micro e pequenas empresas organizadas em arranjos produtivos locais, buscando promover o desenvolvimento integrado destes arranjos, em consonância com a estratégia de desenvolvimento do país. Para tanto, os recursos financeiros destinados para a execução das ações totaliza R$ 12,5 milhões, envolvendo recursos federais (R$ 8,0 milhões) e estadual (R$ 4,5 milhões). As principais ações a serem desenvolvidas estão sob a responsabilidade da Secretaria Estadual do Desenvolvimento Econômico (SEDEC) e resumem-se a: continuação da caracterização tecnológica dos minerais do estado; capacitação de recursos humanos; apoio aos projetos de pesquisa; apoio tecnológico e de cooperação técnica aos arranjos produtivos; e a modernização e ampliação de laboratórios. Além disso, também está prevista a implantação de laboratórios para novos APLs, sob a responsabilidade da Secretaria Estadual da Educação e da Cultura (SEEC). 2.5 Banco do Brasil (BB) No estado do Rio Grande do Norte, o Banco do Brasil (BB) possui cerca de 1.200 empregados, distribuídos em 74 agências. O esforço do Banco no atendimento aos APLs pode ser avaliado, entre outros parâmetros, pela alocação de 80 técnicos para atender as necessidades das empresas pertencentes aos arranjos. Na Superintendência estadual há um Núcleo, composto por seis funcionários, incluindo uma gerência e, em cada uma das agências espalhadas pelo estado, há um técnico voltado para o apoio aos arranjos. O objetivo do BB, de forma geral, é contribuir para o desenvolvimento econômico e crescimento da sociedade como um todo. Com relação aos APLs, o foco principal está na área financeira, com empréstimos de curto prazo e financiamentos de longo prazo. Os técnicos também atuam como agentes de capacitação na área de finanças, instruindo grupos de interessados na formatação de linhas de crédito, processos de escolha das melhores linhas de financiamento e na elaboração de planos de negócios. Os agentes do BB também são solicitados a colaborar em áreas que não financeiras, como logística de comercialização, busca de mercados, integração com outros segmentos de produtivos, entre outros. Na maioria dos casos, quando fora de sua área, os técnicos encaminham as demandas específicas para outros parceiros do Núcleo de APLs com competência nas respectivas áreas. Entretanto, o principal apoio oferecido pelo Banco são as linhas de crédito voltadas para APLs, baseadas nas mesmas linhas de crédito oferecidas para o mercado, mas com menores taxas de juro e tarifas diferenciadas. 2.6 Banco do Nordeste do Brasil (BNB) 32 O Banco do Nordeste (BNB) caracteriza-se como uma instituição voltada para o desenvolvimento da região. O banco conta com cerca de 250 agentes de desenvolvimento, distribuídos a partir de uma Coordenação Regional, estabelecida na sede do Banco, em Fortaleza. No Rio Grande do Norte o BNB tem cerca de 500 empregados, dos quais 14 são alocados para trabalhar diretamente com as cadeias produtivas e os arranjos identificados em suas interseções. Na Superintendência há uma coordenação com dois técnicos e mais um em cada uma das 13 agências espalhadas pelo estado. Dentre suas ações destacam-se as linhas de financiamento operadas através PRONAF, Programa de Crédito Fundiário para a Reforma Agrária, linhas de financiamento para micro e pequenas empresas, CREDIAMIGO. Tais linhas são acessadas por todo o mercado e, diferentemente do Banco do Brasil, não se observou distinção de linhas em favor dos APLs, embora o banco reconheça que há uma demanda mais bem fundamentada por parte dos integrantes dos arranjos que procuram a instituição, conforme já mencionado. Vale ressaltar que o BNB possui um vasto conjunto de ações para o desenvolvimento regional/local inseridas no programa “Estratégia Negocial – Nordeste Territorial”, trata-se de: uma estratégia negocial que reúne apoio creditício e técnico, inserção em novos mercados e princípios de governança local. O principal objetivo do Nordeste Territorial consiste em contribuir para o aumento da competitividade de cadeias produtivas selecionadas e em promover a inclusão socioeconômica dos agentes produtivos. Está focada nas 5 dimensões do desenvolvimento sustentável: a) Econômica (formação de redes de negócio); b) Tecnológica (Apoio ao conhecimento e à inovação); c) Institucional (fortalecimento da governança nos territórios); d) Ambiental (mitigação de impactos e apoio à sustentabilidade ambiental); e) Social (inclusão e melhoria das condições de vida) (BNB www.bnb.gov.br. Acesso em 28/05/2009). Especificamente quanto ao Rio Grande do Norte dentre as atividades apoiadas destaca-se a caprinovinocultura, apicultura, fruticultura, turismo, bovinocultura de leite. 2.7 Agência de Fomento do Estado do Rio Grande do Norte S.A. (AGN) A Agência de Fomento do Estado do Rio Grande do Norte S.A (AGN) é uma entidade do Poder Público Estadual, empresa de economia mista, com a participação de capital do Estado e de sócios privados, com destaque para as Federações da Indústria, Comércio e Agricultura. Criada nos termos da Lei nº 6.404 de 15 de dezembro de 1976, foi constituída através da Lei Estadual nº 7.462/99, tendo como acionista majoritário o Governo do Estado do RN, as Federações da Indústria, da Agricultura, do Comércio e suas filiadas, passando a operar em 2000, autorizada e fiscalizada pelo Banco Central do Brasil. A partir de 27 de março de 2001, através da Medida Provisória nº 2139.64, as agências de fomento sob controle das unidades federativas, foram transformadas em Instituições Financeiras. O objeto social da Agência se constitui na viabilização de empreendimentos econômicos baseados no território do Rio Grande do Norte, em consonância com o seu Plano de Desenvolvimento Sustentável e com as necessidades e potencialidades locais, desenvolvendo as seguintes funções e atividades: 33 • identificação, criação e estimulação de vantagens competitivas e oportunidades de investimento no estado, envolvendo, dentre outros, diagnósticos e estudos globais, setoriais e espaciais; levantamento e cadastramento de projetos de interesse do estado; elaboração de perfis, programas de crédito e projetos que possam ter por base o território do Rio Grande do Norte; • promoção de investimentos, para a atração de empresas e negócios, abrangendo, dentre outros, a identificação de investidores potenciais, no âmbito estadual, nacional e internacional; articulação com outros órgãos para a criação de atrativos locacionais; divulgação das oportunidades de investimento, negociação com investidores, para a viabilização de investimentos no RN; criação de facilidades para a instalação dos empreendimentos; prestação de serviços de apoio empresarial; participação na promoção de feiras, exposições, mostras, seminários e outros eventos que alavanquem vendas e investimentos das empresas sediadas no Estado; • recuperação, reabilitação, viabilização e financiamento de empreendimentos, compreendendo, dentre outros, a elaboração e execução de planos e projetos para recuperar setores deprimidos ou empresas em dificuldades; assessoria e consultoria técnica às empresas na regularização e desoneração de débitos bancários, fiscais, trabalhistas, previdenciários e outros de qualquer natureza; assessoria na reorganização societária de empresas; administração de fundos de aval ou assemelhados; administração de fundos de equalização de encargos financeiros; administração de fundos constitucionais de financiamento; consultoria para reestruturação de passivo e de ativo de empresas; reorientação tecnológica e mercadológica de empresas; promoção de fusões, aquisições, associações de empresas e participações acionárias; investimentos diretos em empresas, de forma permanente ou temporária; lançamento de títulos e ações e abertura de capital de empresas; intermediação de financiamentos e garantias; avaliações de empresas; participação em programas de privatização e de concessões públicas; concessão de financiamentos, obedecidas as normas e limites fixados pelo Banco Central do Brasil (AGN www.agn.rn.gov.br. Acesso em 01/06/2009) Os recursos financeiros da AGN são originados de recursos próprios e de repasses de fundos constitucionais, orçamento federal, estadual e municipal e de organismos e instituições financeiras nacionais e internacionais de desenvolvimento. Esses recursos são utilizados, de acordo com as normas vigentes, no financiamento de capital fixo e de giro associados a projetos, prestação de garantias na forma da regulamentação em vigor; prestação de serviços de consultoria e de agente financeiro; e, prestação de serviços de administrador de fundos de investimentos. Entre suas linhas operacionais, a AGN destaca os seguintes programas: 34 • Parceria com o BNB na execução do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FNE), como instituição repassadora de todas as suas linhas operacionais; • Gestor do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Industrial (PROADI), que se constitui no mais importante programa de incentivo à indústria no estado; • Gestão do Fundo de Desenvolvimento Comercial e Industrial do Rio Grande do Norte, possibilitando a execução do Programa de Financiamento do Servidor Estadual – PROFISE; • Administração do Cartão AGN, que permite ao funcionário público estadual antecipar até 10% do seu salário em compras de bens de consumo e de serviços e empréstimos de até 30% da margem consignável de seu salário. Em resumo, a origem e o destino dos recursos, incluindo as atividades apoiadas, estão sintetizadas no Quadro 4 abaixo: Instrumentos Financeiro-Incentivos AGN – Agência de Fomento do RN S.A. Origem dos Recursos FNE RECURSOS PRÓPRIOS PROADI – Programa de Apoio ao Desenvolvimento Industrial FDCI – Fundo de Desenvolvimento Comercial e Industrial do RN Fundo de Aval - FAMPE Destino dos Recursos Pecuária (caprinovinocultura) e outros, agricultura Irrigada e de Sequeiro, Aqüicultura, Difusão de Tecnologia, Agroindústria, Indústria, Setor Mineral, Comércio e Serviços, Turismo e Comércio Exterior Apoio à Indústria, Comércio e Serviços - Pessoa Jurídica. Governo do Estado Empresas Industriais Governo do Estado Empresas Industriais, Comerciais e de Serviços SEBRAE Micro e Pequenas Empresas Fonte: AGN, 2009. Quadro 4 – A origem e o destino dos recursos financeiros da AGN no Rio Grande do Norte 2.8 Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (EMPARN) A EMPARN começou a trabalhar com o conceito de cadeia produtiva há seis anos, porém começou a participar das reuniões do APL há apenas três anos. Na acepção da EMPARN a cadeia é um conceito mais abrangente, como é o caso da cajucultura, que é uma cadeia completa. O APL está, portanto, contemplado na cadeia. A rigor, a EMPARN não trabalha com o conceito de APL; apenas participa; faz prospecção tecnológica de demanda de pesquisa, coopera; porém, a missão e os objetivos formalmente declarados no site da EMPARN são os seguintes: Missão: • Gerar, adaptar e transferir conhecimentos e tecnologias para o agronegócio, visando promover o desenvolvimento sustentável do estado do Rio Grande do Norte. Principais objetivos: 35 • Promover, planejar, estimular e executar atividades de pesquisa e experimentação, com o objetivo de produzir conhecimento e tecnologia capazes de viabilizar a execução de planos de desenvolvimento agropecuário do Governo do Estado do Rio Grande do Norte; • Colaborar na formulação, orientação e coordenação da política do setor público agropecuário do Estado, bem como programar e desenvolver pesquisas, diretamente ou em cooperação com instituições afins, referentes à agropecuária, meteorologia, agroecologia e a outras modalidades compreendidas na área de atuação da Secretaria de Agricultura e Pecuária; • Exercer a coordenação técnica dos programas e projetos de pesquisa agropecuária, cuja execução envolva a atuação técnica administrativa ou a cooperação financeira de órgãos e/ou entidades da administração estadual direta e indireta; • Promover a capacitação de produtores rurais, de técnicos e de trabalhadores rurais através de cursos profissionalizantes e eventos de difusão de tecnologias; e, • Prestar serviços de sua especialidade a qualquer entidade pública ou privada, mediante prévio ajuste (EMPARN www.emparn.br. Acesso em 01/06/2009). Para além da missão, dos objetivos formais e dos compromissos da EMPARN como instituição pública que executa a política de pesquisa agropecuária e transferência de conhecimento, uma das formas importantes de trabalho por ela desenvolvido é a produção de pesquisa por encomenda. Por exemplo, as agências financeiras e de promoção do desenvolvimento, como o Banco do Nordeste, Banco do Brasil e Fundação Banco do Brasil, definem suas políticas de ação para uma cadeia produtiva, objetivando a geração de renda e ocupação, e, em seguida, contratam a EMPARN para realizar demonstração de resultados, treinamentos e capacitação de mão-de-obra, sem levar em conta o que está contido nos princípios do APL. Nesses casos, é a demanda tecnológica que define a estratégia de ação. Ou de outra forma, é a partir da demanda tecnológica que se faz a prospecção tecnológica: é o que se chamava antes, depois da porteira, onde toda uma gama de insumos e materiais passa a convergir para a unidade produtiva e para o produto que ela faz. É como já aconteceu com o côco, a mandioca e o algodão! Quer dizer, pesquisa por produto! (Pesquisa de Campo, Maio de 2009). A cajucultura, na visão da EMPARN, é um APL identificado e apoiado, quer dizer uma cadeia, na qual a gente atua do produtor ao beneficiamento, ficando uma interrogação muito grande que é esse negócio do armazenamento. Não se sabe período de estocagem, formação de preços e utilização de mão-de-obra feminina. Quer dizer, o armazenamento poderia ter efeitos muito importantes no emprego, na entressafra, e, conseqüentemente, na elevação da renda, da ocupação e da auto-estima das pessoas neste período. Sair para o beneficiamento, comercialização, estoque, formação de preços é tão importante quanto produzir! Mas alguém tem que estudar isso dentro do APL, não é nossa função! Nossa atribuição é outra! Tem um negócio do caju que é muito interessante: primeiro colhe o Piauí, que é o segundo produtor do Nordeste; depois o Ceará, que é o maior produtor e maior exportador, para depois vir o Rio Grande do Norte. Então, a gente já sabe as desgraças ou o sucesso dos outros (Pesquisa de Campo, Maio de 2009). 36 No caso do algodão, os agentes da cadeia são o produtor, o beneficiador, a fiação, a tecelagem e a confecção. A EMPARN se julga responsável pela geração e transferência de conhecimento apenas para o produtor e o beneficiador. Contanto, registra que apesar de ser declarado um APL, não existem incentivos. O crédito do PRONAF pode ser utilizado para muitas coisas! Não é específico para o algodão! Os bancos não querem mais fazer seguro de safra! Na matriz de aptidão agrícola entrou esse componente de risco financeiro que, aliado à ausência de seguro, está restringindo a área de plantio. Os que vão ficar têm que aumentar sua produtividade, pois não é mais o preço, nem o crédito que remunera os fatores de produção; é a produção! É você transformar mercadoria em dinheiro! O preço mínimo serve apenas como balizador para o agricultor organizar o seu sistema de produção! Segundo a EMPARN há aqui uma grande contradição: a demanda nordestina de algodão é de 900 mil toneladas; a do Rio Grande do Norte, de 70 mil toneladas. No entanto, o estado produz apenas 9,2 mil toneladas de algodão em caroço, o que corresponde a 2,7 mil toneladas de pluma. Assim, a definição de uma política de fomento ao algodão de fato extrapola os limites do Núcleo Estadual de Apoio aos APLs. Porém, conhecer os mecanismos de mercado, da concorrência e da formação de preços nos mercados nacionais e internacionais, está bem mais próximo das possibilidades de um Núcleo Estadual, conclui a instituição. Para o alcance dos seus objetivos e atendimento das demandas de pesquisas, a EMPARN conta com uma Diretoria, formada por um presidente e dois diretores; 30 técnicos da própria EMPARN e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), dos quais cinco trabalham mais diretamente com APL; três laboratórios, sendo 01 (um) de meteorologia, 01 (um) de análise de solos, e um de apoio ao agronegócio; 01 (uma) de pesquisa do camarão, em convênio com o Governo do Estado e a Universidade Federal do Rio Grande do Norte; 08 (oito) bases (fazendas) experimentais, localizadas nos municípios de Parnamirim, Canguaretama, São Gonçalo do Amarante, Pedro Avelino, Caicó, Cruzeta, Apodi e Ipanguaçu. Depreende-se, da entrevista, que a EMPARN usa como equivalentes as denominações APL, cadeia agroindustrial e agronegócio, conceituando-os como uma cadeia, que tem certo grau de organização, inclui diversas instituições, porém não existe formalização, no contexto da empresa, do conceito de APL. Nesta perspectiva, são 06 (seis) as áreas mais importantes, onde a EMPARN atua de forma significativa, tanto na área de pesquisa, quanto de transferência de tecnologia, independente de serem classificadas como APL ou não: cajucultura, caprinovinocultura, bovinocultura de leite; fruticultura irrigada; cotonicultura; e, carcinicultura. Nessas seis áreas, a EMPARN trabalha em cooperação com as seguintes instituições: Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE/RN); a Universidade Federal do Semi-árido (UFERSA); Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN); e, o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN). Neste caso, o papel da EMPARN é de transferência de tecnologia, de conhecimento. Além das atividades supracitadas, existem outras que não são apoiadas, como é o caso da apicultura, a não ser que entrassem “nessas coisas da agricultura familiar”, o que deixa de ser, na perspectiva da instituição APL; deixa de estar dentro do conceito; é outra coisa, pois, do contrário, entraria o milho, feijão, 37 etc. Na perspectiva de um dos representantes da EMBRAPA, a “EMBRAPA não tem APL! Quem chama de APL é a sociedade!” Todavia, diz o entrevistado, duas cadeias importantes não estão sendo apoiadas, mas deveriam estar: o coco-da-baía, que já foi apoiado, que foi objeto de longos trabalhos de pesquisa genética, e deixou de ser; e, a cadeia da mandioca, que está muito industrializada, está num grau de especialização muito bom. 2.9 Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural do Rio Grande do Norte (EMATER/RN) A EMATER/RN é uma autarquia vinculada à Secretaria de Agricultura do Rio Grande do Norte, tendo sido criada com o objetivo de executar a política de assistência técnica e extensão rural (ATER), com prioridade para os agricultores e agricultoras em todo o estado do Rio Grande do Norte. Além da assistência técnica e extensão rural a EMATER executa outras políticas, como o programa de compra direta, o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), alfabetização de adultos, o Luz para Todos e o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF). Para executar as suas funções e demandas adicionais, a EMATER possui um total de 558 funcionários, dos quais 153 são administrativos, 202 técnicos de nível médio e 203 são técnicos de nível superior. Deste total, 202 trabalham de forma direta ou indireta com os APLs. A atuação a partir dos APLs começou com o APL do algodão, no início de 2003. Antes atuavam por produto. Com a crise do algodão e a idéia de retomada da sua plantação no Nordeste, e, em particular no Rio Grande do Norte, o Ministério da Agricultura teve a idéia de trabalhar “com essa roupagem” das culturas energéticas, entre as quais foram incluídas o algodão, o caju e a mamona. Estava nascendo a idéia de trabalhar com o biocombustível. Partiu-se, então, para sair da visão de produto e trabalhar com a visão de toda a cadeia, e não ficar restrito a orientar a produção. A preocupação era aumentar a produção. A difusão do conceito de agricultura familiar e a garantia de financiamento por parte do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) em meio à crise financeira pela qual passava a EMATER, fez que, na prática, o seu foco fosse o conceito de agricultura familiar, tal como requeria o órgão financiador. Assim sendo, a idéia de APL ficou subordinada ao conceito e às prioridades determinadas pelo órgão financiador. Para além do conceito de agricultura familiar, hoje se tem a idéia de cadeia, ao contrário da situação anterior, na qual a instituição trabalhava por produtos, por sistemas de produção. Hoje a preocupação é agregar valor; daí a idéia de cadeia. A identificação dos APLs, neste contexto, se dá pela importância econômica. Diante das diretrizes nacionais, a instituição considera a vocação natural das regiões e a concentração de agricultores familiares como determinantes das demandas de assistência técnica e extensão rural e dos tipos de APLs que são priorizados. A partir de 2008, a EMATER priorizou o algodão, e, depois, a cajucultura, a caprinovinocultura, a bovinocultura de leite, e a fruticultura tropical. Outros APLs ou cadeias consideradas importantes, porém não apoiadas, são o turismo rural e o artesanato. Hoje a instituição também está trabalhando com o conceito de território. 38 Na realidade, a principal forma de apoio da EMATER é o PRONAF. É este programa a principal fonte de financiamento da assistência técnica, e cabe ao Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) determinar as diretrizes, prioridades e formas de atuação da EMATER no que concerne ao agricultor(a) familiar. Além do PRONAF, a EMATER com financiamento do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), tem expertise na “preparação” de projetos que vão da inclusão digital, à construção de açudes, a programas de biodiesel ou à alfabetização, adotando claramente uma estratégia de “financiamento por projetos” na composição do seu orçamento. Na avaliação da entrevistada foram o MDA e o Governo do Estado que decidiram financiar a assistência técnica; recriar e revitalizar o Sistema Brasileiro de Assistência Técnica e Extensão Rural (SIBRATER), fortalecendo o sistema e abrindo espaços para a formulação de uma política nacional de assistência técnica e extensão rural. A EMATER é hoje referência nacional pela sua agilidade na pesquisa de editais, formulação de projetos, captação de recursos e execução de atividades não necessariamente ligadas aos APLs, cadeias ou mesmo à assistência técnica propriamente dita, como é o caso da inclusão digital, da alfabetização de adultos ou da engenharia hidráulica. Daí a sua estreita relação com o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), na execução dos Programas Compra Direta, Água para Produção (barragens subterrâneas); e, com o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), na elaboração, negociação e implantação de projetos de abatedouros, tanques de resfriamento de leite, produção de polpas de frutas, beneficiamento de castanha, dentre outros. 2.10 Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Norte (FAPERN) A FAPERN é uma fundação pública vinculada à Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico do Rio Grande do Norte. É a instância executiva do Conselho Estadual de Ciência e Tecnologia e do Fundo Estadual de Desenvolvimento da Ciência e Tecnologia (CONECIT) e do Fundo Estadual de Ciência e Tecnologia (FUNDET). Na busca do seu objetivo geral de apoiar a pesquisa científica, tecnológica e de inovação através de instituições públicas e privadas e de pesquisadores independentes, a FAPERN tem uma forte atuação na captação de recursos através de convênios com o governo federal, e, mais especificamente, através de programas e projetos que contam com recursos do FUNDET. No caso específico dos APLs, a FAPERN funciona como proponente de convênios que visem apoio financeiro para pesquisa e inovação, entre os quais se destacam os APLs da cotonicultura e da mineração. Embora não exista formalização desses APLs, os convênios mais diretamente realizados com eles foram o do Centro Tecnológico Mineral, além de pesquisas na área da mineração e da cotonicultura, financiados pela FINEP e pelo Governo do Estado, na proporção de 3 para 1. A FAPERN conta com apenas 12 funcionários no seu quadro permanente. O restante são estagiários, não existindo pessoas designadas para atuar diretamente com os APLs, salvo participação nas reuniões, 39 fornecimento ou recebimento de informações, e busca de convênios segundo a oferta estabelecida em editais. O convênio da cotonicultura foi firmado em 2004 com a FINEP, que financiou R$ 400 mil para pesquisas, cujos proponentes foram a EMPARN, EMATER, INCRA e SENAI, juntamente com a FIERN. O segundo, da mineração, foi assinado em 2008 e ainda não teve liberação. A FAPERN começou a participar do APL do Algodão porque a FIERN era a instituição que estava a frente do SENAI, negociou os recursos, porém preferiu repassá-los através da FAPERN, que foi chamada para participar da elaboração do projeto e funcionar como proponente e, conseqüentemente, como administradora dos recursos. Um APL que não é apoiado, não está nas listas, mas é importante, na visão da FAPERN, é o sal. O Rio Grande do Norte é o maior produtor do Brasil e é uma “cadeia produtiva”, cujos problemas são bem conhecidos e bem caracterizados em uma região (de Macau à Mossoró). A FAPERN prevê implantar um laboratório do sal em Mossoró. É uma invenção esse negócio de APL. Daqui a pouco chega outra moda, não é? Isso começou com o negócio do agribusiness, depois foi chamada cadeia produtiva, depois APL. O primeiro nome era bonito. Era cluster. Tudo que dizer é a mesma coisa. São novidades. Em minha opinião, o APL tem que vir das empresas das categorias organizadas. A demanda tem que partir da cadeia produtiva. Se partir de intelectuais, pesquisadores, cientistas, é muito difícil. Você vê as associações que as farmácias fizeram para trabalhar em rede, para concorrer, porque a necessidade foi vital; ou se juntava ou desaparecia! O APL tem que ser uma demanda do sujeito, do setor produtivo, ou então não se efetiva! Fazem-se levantamentos, surgem uma série de conhecimentos, de produtos que o pesquisador utiliza para seu conhecimento, para suas pesquisas, para seus contratos (Pesquisa de Campo, Maio de 2009). Segundo a FAPERN um dos poucos APLs que existe é o da fruticultura. No entanto, não é chamado de APL. Tem organização, estratégia de entrada no mercado, que é um mercado de uma complexidade enorme. Têm que estar organizados por conta dos mercados de produtos e de insumos. Organizam grandes feiras nacionais e internacionais e têm um profundo conhecimento de todos os elos da cadeia produtiva. É um APL enorme, altamente organizado, coordenado pelo Comitê Executivo Fitossanidade do Rio Grande do Norte (COEX), mas não tem nome. A organização para eles é vital; têm que estar juntos ou então não conseguem sobreviver. Finalmente, na opinião da FAPERN, a questão central que deve ser enfrentada, é de natureza cultural: o Estado é o grande provedor. Esta é a diferença em relação à cadeia da fruticultura. Lá são os empresários que sentiram necessidade de montar estratégias. O Estado entra como parceiro, através das universidades, das empresas de pesquisa, das instituições de financiamento. É o mesmo Estado, porém a relação é diferente! A gente conhece o serviço público; tem cara por aí que sabe que tem inércia nesse negócio, mas para garantir o emprego dele, ele irá jurar de pé junto que os APLs estão “bombando”, se não é capaz de perder o cargo! Quando a demanda do setor não está clara, o setor tem a necessidade de se organizar, aí chegam as instituições e de repente você desperta o setor produtivo, aí você tem o casamento perfeito! É o caso da apicultura; é o caso do mel. O SEBRAE/RN está tentando organizar os apicultores, a gente entra tentando organizar a pesquisa junto com o pessoal da UFERSA e, do outro lado, você tem produtores que estão precisando disso. Que não sabiam como recorrer; que estavam precisando! Aí chega; pronto, aí dá certo! (Pesquisa de Campo, Maio de 2009). 40 2.11 Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte (IDEMA) O Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte (IDEMA) é o órgão estadual de planejamento do governo do estado, constituído sob a forma de uma autarquia vinculada à Secretaria de Estado do Planejamento (SEPLAN). Compete ao IDEMA executar as funções específicas de proteção e educação ambiental, gerenciamento costeiro, licenciamento, controle e monitoramento objetivando o desenvolvimento sustentável. Além disto, o IDEMA é responsável pelo planejamento da gestão ambiental no âmbito estadual. Além de desempenhar as funções acima mencionadas, que são comuns a todas as atividades ou empreendimentos isolados – estejam eles dentro ou fora dos APLs –, o IDEMA participa de reuniões, fóruns, informando as suas ações nos espaços existentes. Assim, o APL é percebido “como um espaço interinstitucional de articulação visando desenvolver uma atividade”. Logo, suas ações neste vai depender da especificidade de cada arranjo. A articulação do IDEMA com os APLs começou em 2005, quando foi convidado pela FIERN. O IDEMA participa orientando o licenciamento das atividades incluídas no APL, a exemplo do monitoramento ambiental e zoneamento ecológico-econômico. Considerando que a instituição afirma que não existe nenhuma ação específica para nenhuma atividade, somente identifica um APL - o do algodão. 2.12 Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Norte (FETARN) A FETARN foi criada em 15 de junho de 1962 e oficialmente reconhecida no dia 14 de agosto de 1963, por meio de Carta Sindical expedida pelo Ministério do Trabalho. É a maior entidade sindical do Estado, congregando 126 sindicatos e 252 mil trabalhadores rurais, nas seguintes categorias: assalariados, permanentes ou temporários; agricultores familiares, proprietários ou não; trabalhadores sem-terra; aposentados e pessoas ocupadas em atividades extrativas, distribuídos em 10 Pólos Sindicais. O projeto político da FETARN segue a orientação defendida pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG), em especial no que concerne ao Projeto Alternativo de Desenvolvimento Rural Sustentável (PADRS), cujo objetivo fundamental é estabelecer um novo modelo de desenvolvimento rural para o país com base na reforma agrária, no fortalecimento da agricultura familiar, na interiorização do desenvolvimento e na implementação de políticas públicas que concedam prioridade à inclusão social e ao resgate da cidadania. A FETARN possui 40 funcionários, dos quais 4 atuam em APLs. Todavia a participação é pontual e ocorre quando a instituição é demandada a partir de convênios, repasses de recursos e envolvimento de alguns pesquisadores. A entidade começou a atuar em APLs em 2005, após ser convidada pela coordenação do APL do Algodão, exercida pela FIERN/EMPARN, para colaborar no processo de criação e planejamento das ações 41 de apoio ao referido APL, e ainda, na mobilização e orientação dos agricultores para atuarem nos APLs do algodão e da cajucultura. Segundo entrevista a caprinovinocultura e a bovinocultura são APLs identificados, porém ainda não apoiados. “Contudo, deveriam ser porque são atividades adaptadas às nossas características climáticas e ainda não saturadas no mercado. Para isto, deveriam ser articulados melhoramento genético, financiamentos específicos, assistência técnica e qualificação dos produtos”. Um APL é definido pela FETARN como uma organização de cadeias desde a produção, comercialização e industrialização, o que requer uma série de ações, como articular tecnologia, assistência técnica e apoio governamental. Na opinião do representante da FETARN houve um esvaziamento na discussão dos APLs. Os principais desafios são: conseguir inserir a agricultura familiar no eixo central da implementação dos APLs; despersonalizar a condução dos APLs. Não deveria ser o APL da EMPARN, da FIERN etc. Uma vez organizados, as principais vantagens seriam a organização em cadeias produtivas, a eficiência no processo produtivo; e, a integração das ações públicas. A Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG), juntamente com as Federações Estaduais, estão constituindo o Sistema CONTAG de Organização da Produção (SISCOP), composto de 03 (três) linhas: crédito, produção e assistência técnica. É uma continuidade do Programa de Desenvolvimento Local Sustentável que trabalha os municípios. A idéia e organizar a produção por cadeia produtiva. Dentro do SISCOP, a assistência técnica e extensão rural é chamada SISATER (Sistema SISCOP de assistência técnica e extensão rural), no qual o papel da FETARN é supervisionar e monitorar a prestação de serviços. Segundo a entidade, a criação do sistema acima referido, com um orçamento anual previsto de R$ 25 milhões para todo o país, completará um total de 08 (oito) ações de assistência técnica e extensão rural não articuladas e de integração quase impossível: i) SISATER; ii) EMATER; iii) INCRA; iv) Projeto Dom Hélder; v) Territórios da Cidadania; vi) Crédito Fundiário; vii) Pronaf; e, viii) Cooperativa dos Técnicos Autônomos (CTA). 2.13 Fundação de Apoio à Educação e ao Desenvolvimento Tecnológico do Rio Grande do Norte (FUNCERN) Desde quando foi fundada, em 1998, sua principal função tem sido a de viabilizar recursos para promoção e apoio à pesquisa, ensino, extensão e desenvolvimento de tecnologias. Está situada nas dependências do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN, antigo CEFET/RN). De acordo com informações capturadas juntos ao corpo técnico da mesma, a referida instituição vem atuando de forma incisiva na prestação de serviços de produção nos âmbitos administrativos, tecnológico, científico e cultural, além de extensão e pesquisa junto às instituições públicas ou privadas, nacionais ou internacionais. Hoje, a instituição conta com 10 (dez) pessoas que compõem o corpo técnico diretamente ligadas aos principais 42 programas que concede consultoria, além de 200 (duzentos) consultores que se encontram a disposição da instituição para atuarem em diferentes projetos que a mesma tem apoiado. A principal forma de apoio tem se constituído em atividades de consultoria, capacitação, educação, aplicação de mecanismos e métodos de produção limpa, formação em cooperativismo/associativismo, auxílio na produção, cursos na “área da boa prática da fabricação”, construção de unidades produtivas, etc. Em 2009, cerca de 20 professores/pesquisadores das mais diversas áreas do conhecimento científico e tecnológico atuam efetivamente junto aos APLs que a FUNCERN apóia, o que tem garantido maior qualidade no resultado da produção bem como da organização produtiva como um todo. Desta forma, fica claro que a instituição apenas passou a incorporar o conceito de APL nas orientações de suas ações direcionadas às comunidades e grupos que desempenham determinadas atividades produtivas, em uma mesma faixa territorial, a partir dos anos mais recentes. 43 Capítulo 3 CONCEITOS E METODOLOGIAS ADOTADAS PARA A IDENTIFICAÇÃO DOS ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS E OS CRITÉRIOS PARA SELEÇÃO DOS ARRANJOS OBJETOS DAS POLÍTICAS No Rio Grande do Norte, o enfoque em Arranjos Produtivos Locais (APLs) ganha relevância por parte das instituições envolvidas a partir de 2004. Embora se reconheça a importância das várias iniciativas das instituições que apóiam os APLs, acredita-se que o conceito tem gerado dúvidas e controvérsias em função das dificuldades dos atores em lidar com a caracterização e operacionalização de uma nova forma de olhar uma atividade econômica sob uma perspectiva sistêmica. Desta forma, os conceitos e as metodologias adotadas para a identificação dos APLs pelas diversas organizações/instituições diferem dentro desse processo. A primeira referência para esta análise é o conceito e a metodologia adotada pelo SEBRAE/RN. Seguindo a diretriz do SEBRAE Nacional, o conceito de APLs para o SEBRAE/RN corresponde a aglomerações de empresas localizadas em um mesmo território, que apresentam especialização produtiva e mantêm algum vínculo de articulação, interação, cooperação e aprendizagem entre si e com outros atores locais, tais como: governo, associações empresariais, instituições de crédito, ensino e pesquisa. Na visão do SEBRAE/RN, o território e o envolvimento dos agentes são de suma importância para a identificação de um APL. Neste, algumas características devem ser observadas, uma vez que o APL compreende um recorte do espaço geográfico (parte de um município, um município, conjuntos de municípios, bacias hidrográficas, vales, serras, etc.), tais como: sinais – históricos, sociais, culturais, políticos, econômicos, ambientais, dentre outros – de identidade coletiva, a capacidade de promover desenvolvimento local, existência de parcerias para manter e especializar os investimentos de cada agente no próprio território e que seja passível de uma integração econômica e social no âmbito local. Portanto, a metodologia empregada possui um caráter flexível, aberto e adaptável visando contemplar as características sistêmicas e múltiplas dos APLs, fundados na singularidade local. No processo de identificação dos APLs, alguns pontos devem ser considerados: • levantamento e análise de trabalhos, pesquisas e projetos setoriais no estado que tenham sido realizados por entidades de classes, institutos de pesquisas e universidades; • mapeamento, tomando como base dados secundários; • análise de concentração regional versus setorial; • projetos em desenvolvimento ou já desenvolvidos pelo SEBRAE e/ou parceiros. Já o conceito de APL ressaltado pela ação de apoio dado pela FIERN ao APL do Algodão enfatiza a delimitação do espaço geográfico, onde há concentração setorial de empreendimentos, de indivíduos ocupados em atividades produtivas relacionadas com o setor de referência do APL, além da existência de 44 uma nítida cooperação entre os agentes participantes do arranjo, em busca de uma maior competitividade e de mecanismos de governança. Neste sentido, afirma que a governança do APL da Cotonicultura do Rio Grande do Norte é realizada pelo Grupo Gestor (ambiente institucional) e por quatro Grupos Setoriais instituídos para promover o suporte técnico e tecnológico do arranjo: o ambiente organizacional, beneficiamento e comercialização; meio ambiente e responsabilidade social; pesquisa, tecnologia, desenvolvimento e inovação; e, financiamento e crédito, conforme ilustra a Figura 1 abaixo. Fonte: Portal do Algodão, 2009. Figura 1 – Modelo de Governança do APL do Algodão no Rio Grande do Norte – 2009 Ao Grupo Gestor ficaram estabelecidas as seguintes competências: elaborar o Plano de Desenvolvimento do APL e coordenar o seu processo de operacionalização; formular e propor diretrizes e estratégias para o desenvolvimento da cotonicultura no estado e estabelecer uma agenda de trabalho; analisar e avaliar as ações planejadas constantes dos documentos gerados no âmbito do arranjo; manter articulação com instituições públicas e privadas para captação de recursos financeiros que atendam as demandas do arranjo; e, difundir os resultados dos trabalhos desenvolvidos pelo arranjo. Para o seu pleno funcionamento, por decisão do próprio Grupo Gestor, foi criada uma Secretaria Executiva do APL, instalada nas dependências da Casa da Indústria, em Natal – RN, sob a responsabilidade da Diretoria Executiva da FIERN, a quem compete promover o suporte administrativo, criar as condições de funcionamento, articular os atores envolvidos e exercer o papel de “animador da Governança”. A metodologia aplicada para identificação, no caso específico do APL do Algodão, é um pouco diferente dos demais arranjos em geral. Para a instituição apoiar a atividade produtiva, o município tem que estar legalmente em condições de plantar algodão. Dessa forma, o que vai definir os municípios do APL do Algodão é o Zoneamento Agrícola do Ministério da Agricultura, que para o período de safra do algodão nos 45 anos de 2008 e 2009, no Rio Grande do Norte consta de 83 municípios zoneados, o que representa mais da metade (50,3%) do total dos municípios do estado. Vale destacar que o foco do apoio da FIERN se restringe ao APL do algodão. No entanto, a FIERN é parceira direta do IEL/RN no apoio aos APLs priorizados pela instituição. Deste modo, no Rio Grande do Norte, o IEL/RN como instituição de apoio e promoção direta para o desenvolvimento de APLs, adota como conceito para APL, o mesmo seguido pela FIERN. Dessa forma, o IEL/RN conceitua APL como sendo aglomerações num território de um número significativo de empreendimentos e de pessoas (micro, pequenas e médias empresas) que atuam em torno de uma atividade produtiva predominante. Além disso, deve-se observar a existência de formas perceptíveis de cooperação e algum mecanismo de governança. Por fim, o Núcleo Estadual de Apoio aos APLs no Rio Grande do Norte busca seguir as orientações contidas no Termo de Referência elaborado pelo Grupo de Trabalho Permanente para Arranjos Produtivos Locais (GTP-APL), que devido à diversidade de conceitos usados optou por definir APL como sendo: a existência de um número significativo de empreendimentos e de indivíduos em um determinado território que atuam em torno de uma atividade produtiva predominante; e, que compartilham formas percebidas de cooperação, além de algum mecanismo de governança, podendo incluir pequenas, médias e grandes empresas. No Núcleo, entende-se como governança a existência de canais (pessoas físicas ou organizações) capazes de liderar e organizar atores em prol de objetivos comuns nas atividades em APL; ou coordenar as ações dos diferentes atores para o cumprimento de objetivos comuns; ou negociar os processos decisórios locais; ou ainda, promover processos de geração, disseminação e uso de conhecimentos. A metodologia utilizada pelo Núcleo Estadual de Apoio aos APLs para identificação de um arranjo segue as recomendações que constam no Plano de Desenvolvimento. Deste modo, é possível reconhecer a existência de um APL a partir de um conjunto de características presentes, mesmo com graus diferentes de intensidade. São eles: • concentração setorial de empreendimentos no território que seja relevante para o contexto econômico local; • concentração de indivíduos ocupados em atividades produtivas relacionadas com o setor de referência do APL que seja relevante para o contexto econômico local; • cooperação entre os atores participantes do arranjo (empreendedores e demais participantes), em busca de maior competitividade e que possuem um objetivo comum, relacionado ao desenvolvimento sustentável do arranjo; • a existência de mecanismos de governança. Assim, de forma geral no estado do Rio Grande do Norte, os critério utilizados pelas organizações/instituições para a seleção de APLs a serem beneficiados pelas políticas implementadas tomam 46 como referência, principalmente, o nível de cooperação e organização já existente, a territorialidade e as demandas comuns daquela coletividade, de acordo com a especialidade produtiva de cada arranjo. Além dos critérios especificados, o IEL/RN também leva em consideração os aspectos contribuintes do setor para a economia local, o número de empregos gerados direta e indiretamente e os impactos ambientais. De posse dessas informações, o IEL/RN traça uma matriz de prioridades estratégicas e identifica quais os setores a serem atendidos pelos demais parceiros, como a FIERN e o SEBRAE/RN, para então determinar quais serão os APLs selecionados para receberem o apoio. Após essa seleção, os grupos são mobilizados para dar início aos trabalhos a serem executados de forma cooperada com todos os agentes que fazem parte do APL. Por sua vez, o principal instrumento de ação institucional direcionada para os APLs no processo de seleção do SEBRAE/RN continua sendo a chamada de projetos. Outros critérios também são adotados pelo SEBRAE/RN para a seleção dos APLs, tais como: a existência de contrapartida local; a participação da atividade produtiva de cada arranjo no Produto Interno Bruto (PIB); a capacidade de geração de emprego; a existência de mercado nacional e internacional; a participação de cada arranjo nas exportações; o grau de competição com as importações; a capacidade de especialização produtiva do arranjo em contribuir para as prioridades estabelecidas pelo Plano de Trabalho do Sistema SEBRAE, bem como das três esferas de governo; a análise de cenários e tendências da economia; o número de parceiros existentes, inclusive os potenciais; a dinamicidade e organização institucional; e, a capacidade de resposta. A FIERN divide com a EMATER/RN a responsabilidade de mobilizar os agentes do APL. No que se refere às cooperativas, por ser um número pequeno, a FIERN fica encarregada de realizar o trabalho de sensibilização para fortalecimento do APL. Já a EMATER/RN é o agente mobilizador e articulador dos assentados e pequenos produtores, onde através do seu conhecimento e da sua área de atuação – 10 regiões administrativas – seleciona aqueles que, segundo o seu conhecimento a priori, seriam os produtores que realmente dariam continuação ao projeto. Mediante essa escolha, um calendário de capacitações por conteúdo é elaborado envolvendo o apoio da EMPARN e do SENAI. Entre as demais instituições, além destes aspectos e em razão das especificidades locais, o formato utilizado para a identificação de APLs, no Rio Grande do Norte, também se leva em conta a importância econômica de algumas atividades para determinada territorialidade, mesmo quando estas não apresentam significância estatística no PIB estadual (ex: cerâmica vermelha); certo grau de organização entre os agentes econômicos (existência de associação, sindicato); sensibilidade destes agentes para as atividades cooperativas (cooperação versus desconfiança e concorrência predatória); e, interesse das lideranças empresariais em trabalhar dentro de uma perspectiva de APL (facilitador e mediador). Em relação às instituições financeiras, considerando a AGN, o Banco do Brasil e o Banco do Nordeste, os conceitos e metodologias adotadas para identificação dos APLs apresentam as seguintes características: 47 • Agência de Fomento do Estado do Rio Grande do Norte S.A. – AGN A AGN, segundo seu Coordenador de Fomento, não utiliza o conceito de APL como critério de seleção de empresas a serem apoiadas com crédito e financiamento. Focados em desenvolver atividades que apresentam potencial de crescimento no RN, cita como exemplo a carcinicultura. No início da constituição do cluster do camarão, cumprindo o objetivo de realizar estudos e diagnóstico, promoveu estudo que resultou na publicação de um diagnóstico e pesquisa de mercado em 2001. Nessa atividade, apoiaram inclusive o adensamento da cadeia produtiva, com a atração de empresas produtoras de ração para camarão. Mais recentemente, nessa mesma área, passaram a apoiar empresas do pólo atuneiro do estado. No setor primário, a Agência apoiou também atividades na fruticultura irrigada, destacando a produção de manga e mamão, da qual o Estado tornou-se grande exportador nos últimos anos. A busca por clientes para conceder crédito e financiamento, entretanto, nem sempre é bem sucedida, uma vez que, como participantes do Núcleo de APLs do estado, mais recentemente, não houve demanda de crédito, especialmente entre os produtores de cerâmica, algodão, frutas. Também não tem obtido sucesso junto às empresas do setor industrial. A AGN, como instituição financeira, não pode dispor de recursos que signifique alta exposição ao risco, fazendo com que, apesar de seus objetivos, o crédito e financiamentos sejam restringidos pelas normas do Banco Central. Nos limites de atuação da AGN é vedada a aplicação de recursos com rendimento inferior aos custos de captação, salvo se houver a devida compensação ou equalização por parte do Governo do Estado ou outra entidade, devidamente estabelecida em lei ou contrato hábil e a Agência rege-se por critérios estritamente privados quanto aos seus aspectos econômicos e financeiros, sendo-lhe vedada a concessão de subsídios de qualquer espécie, com seus recursos próprios, a prestação de serviços gratuitos e a realização de despesas que não tenham a correspondente fonte de receitas ou verbas próprias para custeio. Assim, embora fazendo parte das instituições de crédito e fomento do Núcleo de APLs do estado, as relações da AGN são dirigidas às empresas, não havendo distinção entre micro, pequenas, médias e grandes empresas quanto aos parâmetros de financiamento, prestação de serviços e concessão de crédito. • Banco do Brasil (BB) A principal modificação observada após 2008, do ponto de vista do BB, foi o aumento do grau de integração entre os integrantes do Núcleo de APLs, no qual a rotina de reuniões e discussão levou a uma maior cooperação, superando parte dos entraves existentes no período anterior a 2008. Não houve, por parte do Banco, mudança no processo de identificação e de conceituação de arranjo, mas o aumento do grau de coesão possibilitou uma postura proativa. 48 Nesses últimos dois anos, a visão da Instituição tornou-se mais focada. Essa nova postura vem da percepção do potencial econômico dos arranjos e da identificação de que outros APLs possuíam nível de organização semelhante ou maior que os três apoiados anteriormente, o que levou a ampliação do número de arranjos apoiados. Com essa atitude, o número de arranjos apoiados passou de três, até 2008, para nove nos dois últimos anos. São estes: Bordados de Caicó, Tecelagem de Jardim de Piranhas, Cerâmica, Piscicultura, Água Mineral da Grande Natal, Polpa de Fruta, Gema, Bovinocultura, Caprinocultura, e Cafeicultura. A atitude proativa também se reflete na busca de novos clientes entre as empresas: uma vez identificado o APL, a governança é estimulada a formar grupos de discussão aos quais são levadas as linhas de crédito oferecidas pelo Banco e as melhores condições de tomá-las, incluindo capacitação no gerenciamento financeiro do empreendimento. Também ocorrem situações em que antes mesmo do arranjo estar formalizado, o BB comparece às reuniões para mostrar as formas de apoio disponíveis. Os cursos de capacitação também funcionam como uma estratégia para captar novos clientes entre as empresas pertencentes ao arranjo. O principal obstáculo para a obtenção de crédito pelas empresas integrantes de um APL é seu grau de organização. Os APLs que demandaram e não receberam apoio do Banco foram os que apresentavam grau de organização pouco desenvolvido. Assim, do ponto de vista da seleção dos APLs a serem apoiados, o nível de organização e a existência de liderança continuam sendo os principais critérios adotados pelo Banco. O nível de organização dos APLs serve como uma estratégia de diminuição do risco na concessão dos empréstimos. Um elevado grau de organização do arranjo, geralmente implica em alto grau de organização de suas próprias empresas, induzidas pelas próprias necessidades do grupo. Assim, nos arranjos mais organizados o número de empresas que se encontram aptas – do ponto de vista gerencial, administrativo e financeiro – é maior que naqueles pouco organizados. Com isso, além de captar um maior número de clientes, o Banco reduz o risco de inadimplência em sua carteira de crédito. Afinal, todo processo de concessão de crédito passa pelos mesmos trâmites que os demais clientes empresariais. Assim, nem todas as empresas pertencentes ao APL tem acesso as linhas de financiamento oferecidas pelo Banco. São citados ainda como obstáculos, para obtenção de financiamento, o licenciamento ambiental, a adequação às normas da vigilância sanitária, mas a principal questão, enfatizada em todas as fases e períodos, é a organização dos APLs, ou seja, das empresas pertencentes ao arranjo. Os recursos destinados ao financiamento das atividades de empresas pertencentes aos APLs são ilimitados e não existem metas definidas para a concessão de empréstimos para esse segmento de mercado. • Banco do Nordeste do Brasil (BNB) Os critérios de seleção e apoio às cadeias produtivas/APLs nos dois últimos anos mantiveram-se inalterados, uma vez que atendem aos objetivos e metas estabelecidas pelo Banco. Nesses dois últimos anos, entretanto, o fortalecimento das atividades e a identificação de novas cadeias/arranjos aptas a utilizar as 49 linhas de crédito disponíveis fez com que o número e o território abrangido pelas empresas apoiadas e os recursos aplicados aumentassem significativamente. São exemplos as seguintes cadeias produtivas/APLs: Cerâmica, Bovinocultura de Leite, Ovinocaprinocultura, Apicultura, Têxtil/Confecção, Mineração, Petróleo e Gás, Turismo, Bovinocultura de Corte, Avicultura e Mandiocultura. Os maiores obstáculos mencionados para o crescimento destes APLs estão relacionados à governança, mais precisamente na qualificação de parte dos representantes dos arranjos. Além disso, questões relacionadas à organização e cooperação entre os integrantes, as necessidades de licenciamento ambiental, dificuldades logísticas, entre outras, são mencionadas para que o BNB não apóie APLs identificados. As demais instituições, como por exemplo, a FUNCERN passou a criar critérios próprios para facilitar a seleção dos APLs que daria apoio. Desta forma, priorizou os aglomerados produtivos que contribuem para o desenvolvimento regional investindo incisivamente no processo de melhoramento da produção e da comercialização desses grupos. Desta forma, ficou claro que os tipos de apoio da FUNCERN aos grupos selecionados eram bastante diversificados. Em algumas comunidades tratava-se mesmo de intervir com programas educacionais mais básicos, ensinando seus membros a ler, escrever e a dominar as quatro operações básicas da ciência matemática. Nestes casos apenas posteriormente foi dirigida outras ações de desenvolvimento produtivo propriamente dito. Em outros casos, ocorria a identificação dos grupos produtivos a partir de diagnósticos realizados pelos técnicos da instituição, atividades de qualificação e aperfeiçoamento dos artigos e produtos produzidos. De acordo com a instituição, no que tange a alguns APLs (como do mel, da água mineral, do bordado, etc.) foi notório o avanço na melhoria da produção da comercialização e da logística de distribuição que aqueles grupos alcançaram dado o apoio permanente que receberam de várias instituições. Foi possível inclusive identificar que, quanto às muitas etapas de produção e comercialização, alguns APLs tornaram-se significativamente independentes do rigor intensivo da consultoria das instituições de apoio. Isto pode ser interpretado como um avanço e ao mesmo tempo como um sucesso factual. No período 2008-2009 a instituição vem trabalhando de forma mais sistematizada com o conceito de APL adotado pelo MDIC. Assim, de acordo com a FUNCERN Arranjos Produtivos Locais (APLs) são: Aglomerados de micro e média empresas que atuam em atividades produtivas específicas, localizadas num mesmo território, promovendo trabalho e geração de renda na comunidade, criando demandas específicas de mão-de-obra, articulando a comunidade em torno de atividades produtivas, em arranjos com outros atores locais como governo, associações empresariais, instituições de crédito, ensino e pesquisa. (Pesquisa de Campo, 2009) Com base neste conceito, atualmente a FUNCERN tem identificado os seguintes APLs: o da apicultura, o da água mineral, o da fruticultura, o de pegmatitos (setor mineral) e o de laticínios. A instituição tem identificado editais que possam financiar projetos específicos junto a estes APLs. Em geral o trabalho é direcionado para aqueles APLs que se encontram nos pólos onde há algum Campus do Instituto 50 Federal do Rio Grande do Norte (IFRN), dada as vantagens que a parceria entre as duas instituições acaba gerando para todos os envolvidos com a proposta do desenvolvimento local sustentável. Segundo a FUNCERN, o maior critério de priorização de apoio está diretamente ligado à pertinência dos empreendimentos no que diz respeito ao nível de produção e criação de ocupações, ou seja, da importância de determinados empreendimentos para o desenvolvimento local e regional. Por esta razão foi priorizada a qualificação dos produtores no sentido de buscar o melhor resultado possível quanto à qualidade do produto; a formação de cooperativas, unindo as médias e pequenas empresas na perspectiva de maximização das diferentes etapas produtivas e um melhor escoamento da produção. Segundo a instituição no caso da Apicultura, o APL deu um salto de qualidade e hoje tem um significativo destaque na economia local e estadual. No APL do Petróleo e Gás buscou-se apoiar as organizações entre prestadores de serviços e fornecedores de bens. Estes atores encontram-se organizados dentro da REDEPETRO, que tem um grande impacto no conjunto da economia do estadual. Com base em informações obtidas a partir do questionário aplicado, no estado do Rio Grande do Norte se tem apoiado APLs também pela liberação de recursos “através de Editais de Projetos voltados para a implantação de novas tecnologias” visando aperfeiçoar a produção e aumentar a produtividade. Ademais, a FUNCERN promoveu vários seminários na perspectiva de expor suas contribuições aos APLs e, em contrapartida, ouviu dos diversos grupos organizados quais têm sido suas evoluções e deficiências. Fazse necessário deixar claro que estas atividades tiveram a coordenação direta do Núcleo Estadual de Apoio aos APLs no Rio Grande do Norte. Para a FUNCERN, dentre os elementos desencadeadores das várias formas de apoio se sobressai a própria demanda dos APLs e a necessidade que os mesmos têm em solucionar dois pontos de estrangulamentos de suas atividades: a gestão e a comercialização dos seus produtos. Também foi detectado que os pequenos e médios empresários têm dificuldades em implantar novas tecnologias para melhoria dos seus serviços e produtos. Estas dificuldades são, praticamente, concernentes ao limitado acesso ao crédito. Pode-se, como exemplo, citar as unidades produtoras de alimentos. Estas precisam cumprir as rigorosas regras de produção exigidas pelo Ministério da Agricultura – que vão de simples padrão de higiene a métodos e tecnologias que tenham a aprovação daquele órgão – para que estejam aptos a receber o selo do Ministério e possam comercializar seus produtos, principalmente juntos aos grandes demandadores (os super e hipermercados). O grande problema é que a maioria dos pequenos e médios empresários vê essas exigências como custos de operação e não como uma condição necessária à expansão dos seus investimentos. Nos últimos dois anos a FUNCERN ampliou seus cursos profissionalizantes direcionados às regiões do interior do estado. Para viabilização dessa oferta, algumas instituições vêm trabalhando em parceria. Este parece ser o caso da FUNCERN junto ao IFRN. Por iniciativa deste último foram implantados no interior 9 (nove) Campi com o objetivo de atingir o desenvolvimento econômico por meio do ensino, da pesquisa e da extensão. Alguns cursos já se encontram em plena atividade. O objetivo é qualificar o máximo de indivíduos 51 que estejam inseridos em APLs que as instituições desempenham algum tipo de apoio. Ou seja, formar técnicos que tenham a capacidade de no futuro próximo assumir muitas das iniciativas necessárias para dar continuidade à existência dos APLs enquanto uma possibilidade real de se manter a busca do desenvolvimento local e regional, com maior equidade social. Um dos cursos oferecidos é o de Técnico em Alimentos (em Currais Novos) que beneficia os APLs de Alimentos, Fruticultura e de Ovinocaprinocultura; há também cursos voltados aos produtores rurais com o intuito de ensinar-lhes novas técnicas produtivas e de beneficiamento da produção. No que diz respeito ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFRN), como já mencionado anteriormente, apenas passou a utilizar o conceito de APL mais recentemente. Atualmente a instituição utiliza o mesmo conceito defendido pelo Núcleo Estadual de apoio aos APLs. Em geral, na perspectiva de selecionar APLs para apoio, a instituição vem dando prioridade aos que de fato trazem em seus objetivos e práticas algum tipo de incentivo ao desenvolvimento local (por vezes regional), que tenham compromissos sociais com os diversos grupos envolvidos na formação de dado APL, que tenham compromissos com a ocupação e a manutenção desta e que utilizem os conhecimentos repassados pela entidade de forma mais coletiva possível visando à qualidade daquilo que se produz, sejam bens ou serviços. Em geral surgem demandas sociais em função das competências dos profissionais da instituição, onde se busca a articulação junto a outras instituições – em especial a FUNCERN – para verificar a viabilidade da participação e do apoio em determinado projeto. Os principais APLs apoiados pela instituição no presente são: Petróleo e Gás (Projeto Cadeia Produtiva do Petróleo e Gás) e Laticínios (Projeto de Assessoria Tecnológica). Deve ser lembrado que o IFRN tem buscado direcionar e ampliar seu apoio à APLs que de fato congreguem elementos que os caracterizem como importantes para o desenvolvimento estadual. Para a instituição o apoio aos APLs tem passado por algumas boas mudanças. Primeiro, muitos superaram grandes dificuldades no processo de produção e qualificação dos produtos e serviços; segundo, passou-se de uma visão fragmentada de organização social e produtiva para uma visão de articulação entre APLs. A partir do ano de 2008, as principais formas de apoio a APLs pela instituição estiveram ligadas diretamente à consultoria e assessoria tecnológica. Os principais elementos desencadeadores desse apoio foram as demandas de outras instituições a partir das demandas dos APLs. Nestas têm se sobressaído as demandas para assessoria e capacitação técnica e consultoria tecnológica, dentre outras. A instituição tem contado com a contribuição e parcerias de várias instituições tais como: governo do estado, através da SEDEC(RN); SEBRAE/RN; PETROBRAS; Sindicatos Patronais; FIERN e ANP. Estas instituições atuam articulando demandas dos APLs junto a fornecedores de tecnologia. A parceria tem sido produtiva, porém aquém do potencial, afirmou um dos técnicos que presta serviços ao IFRN. Para a instituição hoje os principais desafios no apoio aos APLs dizem respeito à operacionalização (distância do atendimento, financiamento, forma de remunerar pessoal, etc.). Somam-se a estes a resistente falta de visão sistêmica e a atuação de órgãos de coordenação com objetivos não convergentes. 52 Capítulo 4 MAPEAMENTOS/LISTAGENS DE ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS IDENTIFICADOS E QUE SÃO FOCOS DE POLÍTICAS NOS ESTADOS Os APLs identificados e apoiados pelas instituições no Rio Grande do Norte, no período de 2008 a 2009, bem como o tipo de apoio que cada APL recebe é o foco deste capítulo. A caracterização do apoio aos APLs tomará como base os seguintes aspectos: a data de criação dos programas e/ou similares, os objetivos, o público-alvo, a localização geográfica, as mudanças ocorridas deste a criação, os recursos financeiros e humanos envolvidos, as fontes dos recursos financeiros, a governança, o apoio institucional, as demais instituições atuantes e os tipos de cooperação existente. 4.1 SEBRAE/RN No Rio Grande do Norte existem diversos segmentos produtivos sendo trabalhados pelo SEBRAE/RN. Como já mencionado, o SEBRAE/RN apóia a estruturação de Arranjos Produtivos Locais para promover a competitividade e a sustentabilidade dos micro e pequenos negócios e estimular processos locais de desenvolvimento. Para isso, o SEBRAE/RN atua sempre em parceria com vários outros atores sociais: ONGs, sindicatos, cooperativas e associações empresariais, agentes públicos e privados, e lideranças da região. Atualmente, os principais Arranjos Produtivos Locais, identificados como tal pelo SEBRAE/RN são: o APL da Caprinovinocultura, o APL da Mandioca, o APL de Tecelagem e o APL de Pegmatitos. Na visão do SEBRAE/RN, apenas esses segmentos produtivos no estado se encontram de acordo com a caracterização do conceito de APL que a instituição segue, ou seja, a existência da aglomeração de um número significativo de empresas que atuam em torno de uma atividade produtiva principal. Para isso, é preciso considerar a dinâmica do território em que essas empresas estão inseridas, tendo em vista o número de postos de trabalho, faturamento, mercado, potencial de crescimento, diversificação, entre outros aspectos. Vale destacar que o SEBRAE/RN também opera com o conceito de Cadeia Produtiva, que se refere ao conjunto de etapas pelas quais passam e vão sendo transformados e transferidos os diversos insumos, em ciclos de produção, distribuição e comercialização de bens e serviços e implica na divisão de trabalho, na qual cada agente ou conjunto de agentes realiza etapas distintas do processo produtivo. Desta forma, o SEBRAE/RN classifica como cadeia produtiva – o Petróleo, Gás e Energia do RN. Os demais setores como os de confecção, turismo, artesanato, fruticultura, apicultura, tecnologia da informação, piscicultura, leite e derivados, cajucultura, floricultura, dentre outros são classificados como programas e projetos e estão subdivididos dentro de três grandes setores, conforme apresenta o Quadro 5 a seguir. 53 1. SEBRAE/RN 1.1 – Unidade de Desenvolvimento Territorial e Agronegócios - APL da Caprinovinocultura do Cabugi - APL da Mandioca nas Regiões Agreste e Seridó - APRISCO nas Regiões do Seridó, Trairi e Agreste - APRISCO no Oeste - Aqüicultura na Região Costeira - Cajucultura nas Regiões Oeste, Vale do Açu e Zona da Mata - Flores e Plantas Ornamentais da Grande Natal e Zona da Mata - Fruticultura nas Regiões Oeste e Vale do Açu - Leite e Derivados no Seridó, Oeste e Grande Natal - Melhoramento Apícola nas Regiões Oeste e Vale do Assú - Piscicultura e Pesca nas Regiões Oeste, Central e Seridó 1.2 – Unidade da Indústria - APL de Tecelagem do Seridó - 2°Fase - APL Pegmatitos do Seridó e Agreste Potiguar - Cadeia Produtiva do Petróleo, Gás e Energia do RN - Confecções nas Regiões do Trairi, Oeste, Alto Oeste e Grande Natal 1.3 – Unidade de Serviços - Artesanato em Rendas e Bordados - Artesanato em Palhas e Fibras - Comércio Varejista de Farmácias e Drogarias - Desenvolvimento do Turismo no Litoral - Desenvolvimento do Turismo no Pólo Costa Branca - Desenvolvimento do Turismo no Seridó - Serviços de Reparação Automotiva - Tecnologia da Informação e Comunicação (PROTIC) Fonte: Elaboração Própria/SIGEOR – Banco de dados do SEBRAE, 2009. Quadro 5 – Relação dos segmentos produtivos apoiados pelo SEBRAE/RN – 2008-2009 Nesta Nota Técnica apenas os segmentos produtivos considerados como um APL pelo SEBRAE/RN serão aprofundados quanto à sua caracterização e tipo de apoio recebido, por APL, o que é feito a partir do levantamento de informações primárias e secundárias. 54 4.1.1 Caracterização do APL da Caprinovinocultura do Cabugi e o tipo de apoio recebido Atualmente, o APL da Caprinovinocultura do Cabugi conta com 12 produtores com planos de negócios já elaborados e um sistema de produção implantado. Ainda fazem parte do APL, três empresas de processamento (leite, sorvete e carne) e três empresas de prestação de serviços (consultoria, marketing e processamento). O “Projeto Criação e Operacionalização da Incubadora de Empresas do Agronegócio da Caprinovinocultura do Sertão do Cabugi – INEAGRO”, em fase de execução e realizado a partir de uma parceria do SEBRAE/RN com a Associação dos Criadores de Ovinos e Caprinos do Sertão do Cabugi (ACOSC), situada no município de Lajes, vem alcançando bons resultados na região. O foco estratégico do APL é aumentar a produção e a produtividade nas propriedades, reduzindo os custos de produção; agregar valor aos produtos da caprinovinocultura e seus derivados; melhorar a qualidade dos produtos da caprinovinocultura e seus derivados, aprimorando seu processamento; identificar e atuar em novos mercados; e, fortalecer a identidade regional dos produtos. Para tal, as principais ações que o SEBRAE/RN vem desenvolvendo junto ao APL da Caprinovinocultura do Cabugi são: estruturação do projeto; gestão e monitoramento do projeto; acompanhamento da execução das mensurações e das avaliações; incubação de empresas; orientação e acompanhamento técnico para os produtores rurais, empresas de processamento e agricultura familiar; difusão de tecnologia social; acesso ao crédito; participação em eventos, feiras e exposições; divulgação e marketing; realização de seminários; participação em missões e caravanas; ampliação da estrutura física da APASA, em Angicos; e, avaliação do projeto. De forma geral, a caracterização do apoio ao APL da Caprinovinocultura encontra-se descrita no Quadro 6 a seguir: Nome Municípios Informações Específicas das Políticas de Apoio aos APLs (Por Programa/Projeto/Ação) APL da Caprinovinocultura do Cabugi - Afonso Bezerra - Angicos - Fernando Pedrosa 55 Data de criação Data de término Objetivos Público-alvo (beneficiários diretos) Número: Categoria: O programa/projeto/ação é continuidade de algum outro programa/projeto/ação? Em caso afirmativo, qual? Que mudanças ocorreram? Recursos Financeiros envolvidos (segundo a vigência) Fonte dos Recursos Financeiros Recursos Humanos da Instituição envolvidos no apoio: - Número Cooperação existente (com quem coopera?) Formas/Tipos de Cooperação Motivação e importância da Cooperação Que outras instituições poderiam estar participando do apoio - Lajes - Pedro Avelino 01/01/2008 31/12/2010 Fortalecer e ampliar o agronegócio da caprinovinocultura da Região do Sertão Central Cabugi, assegurando a sua sustentabilidade e o aumento da competitividade dos atores integrantes do projeto. Produtores rurais, criadores de caprinos e ovinos, organizados em associações (APASA – Associação dos Pequenos Agropecuaristas do Sertão de Angicos e ACOSC – Associação dos Criadores de Ovinos e Caprinos do Sertão do Cabugi) e empresas de processamento da produção primária localizadas prioritariamente na Região do Sertão Central Cabugi. 12 Ovino e Caprino Sim. Projeto Fortalecimento do APL da Caprinovinocultura. Apresentou como fator decisivo para a continuação do projeto a dinamização que a produção da caprinovinocultura teve através da ação do associativismo/cooperativismo. A instalação de uma unidade de beneficiamento, localizada na área de concentração da produção leiteira é um dos resultados. A proximidade territorial desafiou criadores a pensar como empreendedores. Com a criação da APASA e da ACOSC, juntamente com a parceria de diversas instituições, a caprinovinocultura tornou-se uma atividade economicamente sustentável e rentável na Região. Não informou SEBRAE, Governo do estado do RN Não informou INSTITUCIONALIDADE O SEBRAE/RN atua em parceira com a UFRN, ESAM, DFA, SAPE, EMATER/RN, EMPARN, SENAR, BNB, BB, Cooperativas, Associações e Sindicatos. A operacionalização de acordos, protocolos e alianças. O aumento da produção, produtividade vem ocorrendo com a participação de todo o grupo, assim como pela profissionalização da atividade como algo viável e rentável. Foi a partir da cooperação que se associou competências de diversas entidades de apoio somadas à capacidade de organização coletiva dos produtores, possibilitando à caprinovinocultura ganhar escala produtiva no estado. Não informou Fonte: Elaboração Própria/SIGEOR – Banco de dados do SEBRAE, 2009. Quadro 6 – Caracterização do apoio ao APL da Caprinovinocultura do Cabugi - SEBRAE/RN – 2008-2009 56 4.1.2 Caracterização do APL da Mandioca nas Regiões Agreste e Seridó e o tipo de apoio recebido No Rio Grande do Norte, o APL da Mandioca vem se desenvolvendo com o apoio do SEBRAE/RN juntamente com outros parceiros. Recentemente, em maio de 2009, foi elaborado o “Projeto de Revitalização da Casa de Farinha da Associação dos Produtores Rurais do Cabeço dos Ferreiras” no município de Bodó/RN, no valor de R$ 116.000,00 (cento e dezesseis mil reais), com recursos do “Programa de Desenvolvimento Solidário (PDS)”, do Governo do estado do RN em parceria com o SEBRAE/RN, que ficou responsável pela capacitação na área da gestão dos envolvidos. O desenvolvimento de uma ação de intervenção neste APL, por parte do SEBRAE/RN, leva em consideração alguns fatores facilitadores, tais como: o controle já existente de pragas e doenças na mandiocultura; as condições climáticas favoráveis da região; a estabilidade dos preços dos produtos da mandiocultura e derivados no mercado; o comprometimento das instituições parceiras e do público-alvo na execução do projeto e a disponibilidade de energia elétrica trifásica na unidade de produção do grupo Quilombolas da Macambira, de Lagoa Nova. Assim, o foco estratégico trabalhado pelo SEBRAE/RN para o APL da Mandioca envolve a preservação ambiental, a melhoria do sistema de produção e o reaproveitamento dos rejeitos da mandioca, a capacitação dos produtores e dos beneficiadores, a melhoria do escoamento da produção e o fortalecimento da cultura da cooperação. Para tanto, as principais ações que o SEBRAE/RN vem desenvolvendo junto ao APL reúne as seguintes atividades: estruturação do projeto, gestão e monitoramento do projeto, acompanhamento da execução das mensurações e avaliações, capacitações tecnológicas, consultoria tecnológica, associativismo, estudo de mercado, capacitações empresariais e pesquisas de mensuração de resultados. De forma geral, a caracterização do apoio ao APL da Mandioca encontra-se descrita no Quadro 7 a seguir: Nome Municípios Informações Específicas das Políticas de Apoio aos APLs (Por Programa/Projeto/Ação) APL da Mandioca nas Regiões Agreste e Seridó - Cerro Corá - Brejinho - Florânia - Vera Cruz 57 Data de criação Data de término Objetivos Público-alvo (beneficiários diretos) Número: Categoria: O programa/projeto/ação é continuidade de algum outro programa/projeto/ação? - Lagoa Nova - Monte Alegre - São Vicente - Macaíba - Santana dos Matos - Serra de Santana - Tenente Laurentino Cruz 01/03/2007 31/12/2009 Aumentar a produtividade, a comercialização, a competitividade da mandiocultura e seus derivados, garantindo o desenvolvimento sustentável, através do fortalecimento da cultura da cooperação, melhoria do nível tecnológico e gerencial, promovendo a qualidade de vida. Produtores e beneficiadores da mandioca localizados nos municípios de Cerro Corá, Florânia, Lagoa Nova, São Vicente, Tenente Laurentino Cruz e Santana dos Matos, além dos municípios de Brejinho, Vera Cruz, Monte Alegre, Macaíba e na Serra de Santana. 38 Mandiocultura Não Em caso afirmativo, qual? Que mudanças ocorreram? Recursos Financeiros envolvidos (segundo a vigência) Fonte dos Recursos Financeiros Recursos Humanos da Instituição envolvidos no apoio: - Número Cooperação existente (com quem coopera?) Formas/Tipos de Cooperação Motivação e importância da Cooperação Que outras instituições poderiam estar participando do apoio Não informou SEBRAE/RN e Governo do estado do RN Não informou INSTITUCIONALIDADE O SEBRAE/RN atua em parceira com o BB, BNB, EMATER/RN, EMPARN, SENAR, CONAB, Prefeitura Municipal de Cerro Corá, Prefeitura Municipal de São Vicente, Instituto COOPERFORTE e o Governo do estado do RN. Os principais tipos de cooperação são: Técnica (por meio dos programas/projetos os parceiros adquirem novos conhecimentos e novas experiências), Financeira (disponibilização de verbas necessárias para a execução das ações) e Educacional (capacitação profissional). A consolidação de parcerias entre fecularias, agricultores, produtores e consumidores da fécula garantiu o aumento de qualidade e de produtividade da produção de mandioca no estado. Além disso, deu um importante passo que foi o avanço na profissionalização. Não informou Fonte: Elaboração Própria/SIGEOR – Banco de dados do SEBRAE, 2009. Quadro 7 – Caracterização do apoio ao APL da Mandioca nas Regiões Agrestes e Seridó - SEBRAE/RN – 2008-2009 4.1.3 Caracterização do APL de Tecelagem do Seridó (2ª Fase) e o tipo de apoio recebido 58 A força da indústria têxtil, no interior do Rio Grande do Norte, se concentra na Região do Seridó. A partir do reconhecimento do APL de Tecelagem, através do apoio desenvolvido pelo SEBRAE/RN e demais parceiros, aos poucos, os produtos da região vêm ganhando espaço no mercado local, regional e nacional. Em 2004, a falta de organização deste APL, somada à concorrência predatória entre os empresários e a falta de qualidade nos produtos destacavam-se como sendo os seus principais desafios. Diante deste fato, a primeira ação foi a criação da Associação das Indústrias Têxteis (ASITEX). Os técnicos do SEBRAE/RN iniciaram um trabalho de sensibilização, com a realização de palestras e cursos na área do associativismo, culminando na criação da entidade, que possui 31 tecelagens de micro e pequeno porte associadas. Antes da fundação da ASITEX, a forma de atuação que imperava no APL era o individualismo entre os pequenos produtores têxteis, segundo o SEBRAE/RN. Na visão desta instituição, uma característica marcante deste APL é a parceria com outros arranjos – o APL de Bonelaria do Seridó e o APL dos Bordados do Seridó – onde a produção do tecido em brim pronto para tingir, com um fio mais nobre em 100% algodão é comercializado junto à Associação Seridoense dos Fabricantes de Bonés e a produção de um tecido artesanal feito em algodão com riscas já tem demanda certa a partir da Associação das Bordadeiras do Seridó. Na perspectiva do SEBRAE/RN as ações do APL de Tecelagem estão mudando a face econômica da região que, ainda, tem na atividade têxtil a maior fonte de emprego e renda. Em Jardim de Piranhas, quase metade da população, vive da produção de tecidos e outros artigos fabricados pelas quase 200 micro e pequenas tecelagens do município. O pano de prato é a mercadoria líder na lista dos produtos, com capacidade de atingir 5 milhões de unidades por mês. Entre os demais produtos destacam-se tapete de banheiro, redes, passadeiras, mantas, bolsas, avental, almofadas, coador de café, kit de cozinha, jogo americano, dentre outros. Com os avanços no APL de Tecelagem, o foco estratégico de trabalho do SEBRAE/RN está centrado em viabilizar a implantação do Centro Produtivo de Jardim de Piranhas, em parceria com o BNDES, Governo do estado do RN, a Prefeitura de Jardim de Piranhas e a Cooptêxtil; elevar o nível da cultura de cooperação empresarial dentro da região; melhorar a qualidade dos produtos e do processo produtivo; melhorar a gestão empresarial e fortalecer a governança através da efetivação das instituições parceiras. Neste sentido, nesta segunda fase do projeto, as principais ações que o SEBRAE/RN vem desempenhando dentro do APL são: estruturação do projeto; gestão e monitoramento do projeto; acompanhamento da execução das mensurações e avaliações; implantação de um centro produtivo; formação de uma área industrial; implantação de uma agência bancária e de uma torre de celular; saneamento básico; alfabetização de jovens e adultos; acesso a mercados; comunicação e marketing; capacitação em gestão empresarial; consultorias técnicas; inovação e tecnologia; difusão do associativismo e cooperativismo; acesso a serviços financeiros; realização de missões, caravanas e visitas técnicas; e, pesquisa de mensuração de resultados. 59 Além das ações listadas acima, o APL de Tecelagem do Seridó contempla um projeto pioneiro de produção mais Limpa, por meio do Programa SEBRAE de Apoio à Consultoria Tecnológica (SEBRAETEC), que destinou R$ 130 mil para atender a 28 empresas do município de Jardim de Piranhas. O programa promove mudanças na área de produção, levando em conta o respeito ambiental e o cuidado com os recursos hídricos da região. Uma das ações, já iniciadas durante o processo produtivo das tecelagens, é o tratamento dos rejeitos químicos, que atualmente escorrem em esgotos a céu aberto, em plena via pública, e são despejados no Rio Piranhas, o que compromete a qualidade da água e causa danos ao meio ambiente. Na visão do SEBRAE/RN essas ações têm sido motivadas pela existência de fatores positivos para a ampliação do setor produtivo na região, tais como: manutenção do incentivo fiscal, estabilidade da política econômica, fazer frente à entrada de novos concorrentes no mercado (China, Índia), implantação do Centro Produtivo de Jardim de Piranhas e o acesso a matéria prima com preço justo. Assim, através das ações de apoio, o APL vem inovando através de novas técnicas de design no processo produtivo de algumas peças, com a utilização de novas cores e formas. A intenção é agregar valor, introduzir novos produtos e criar novas estampas que valorizem a vegetação regional e a matéria-prima típica da região. É com esse objetivo que os agentes pretendem incrementar a produção de bolsas e complementos de moda praia. De forma geral, a caracterização do apoio ao APL de Tecelagem encontra-se descrita no Quadro 8 a seguir: Informações Específicas das Políticas de Apoio aos APLs (Por Programa/Projeto/Ação) APL de Tecelagem do Seridó – 2ª Fase Nome - Caicó - Currais Novos Municípios - Jardim de Piranhas 01/01/2007 Data de criação 31/12/2009 Data de Término Contribuir para o aumento da competitividade das empresas do APL de Tecelagem do Seridó através de ações coletivas Objetivos consolidando a produção de tecidos e utilitários têxteis. Micro e pequenas empresas do APL de Tecelagem do Seridó, que Público-alvo (beneficiários diretos) inclui os municípios de Caicó, Currais Novos e Jardim de Piranhas. 250 Número: Têxtil e Confecções Categoria: Sim. APL de Tecelagem do Seridó – 1ª Fase (2004-2006) O programa/projeto/ação é Por meio das ações desenvolvidas no período acima os produtores continuidade de algum outro receberam treinamentos, assessorias técnicas, implantaram novos programa/projeto/ação? designs e conseguiram financiamento visando à ampliação e a modernização da produção. Desta forma, os teares rudimentares Em caso afirmativo, qual? foram substituídos por máquinas modernas, a produção cresceu e se desenvolveu passando a gerar cerca de 4 mil empregos diretos Que mudanças ocorreram? e indiretos movimento a economia da região. Recursos Financeiros envolvidos Não informou (segundo a vigência) SEBRAE, Governo do estado do RN, BNDES. Fonte dos Recursos Financeiros Não informou Recursos Humanos da Instituição 60 envolvidos no apoio: - Número Cooperação existente (com quem coopera?) Formas/Tipos de Cooperação Motivação e importância da Cooperação Que outras instituições poderiam estar participando do apoio INSTITUCIONALIDADE Neste APL, o SEBRAE/RN trabalha em parceria com o AGN, BB, BNB, CEF, FIERN, Governo do Estado do RN (SEDEC), Prefeitura de Jardim de Piranhas, ASITEX. Técnica (por meio dos programas/projetos os parceiros adquirem novos conhecimentos e novas experiências), Financeira (disponibilização de verbas necessárias para a execução das ações), Tecnológica (inovações na produção) e Educacional (capacitação profissional). A consciência de que a cooperação é condição necessária para a sobrevivência e o desenvolvimento dos pequenos negócios, com o auxílio de mecanismos de coordenação e intermediação dos múltiplos interesses e objetivos envolvidos. Não informou Fonte: Elaboração Própria/SIGEOR – Banco de dados do SEBRAE, 2009. Quadro 8 – Caracterização do apoio ao APL de Tecelagem do Seridó - SEBRAE/RN – 2008-2009 4.1.4 Caracterização do APL Pegmatitos do Seridó e Agreste Potiguar e o tipo de apoio recebido O APL Pegmatitos do Seridó e do Agreste Potiguar é integrante da “Rede Brasileira de Informação de Arranjos Produtivos Locais de Base Mineral (RedeAPLmineral)”, uma rede social/virtual – sem fins lucrativos – responsável pela divulgação e disseminação da boa informação e das melhores práticas na cadeia produtiva do setor mineral, compreendendo o processo de: extração, beneficiamento, e transformação mineral organizado em Arranjo Produtivo Local (APL) de base mineral. Os minerais que compõem o APL Pegmatitos são: os feldspatos (usado na fabricação da cerâmica e do vidro); o quartzo (usado na construção civil e na fabricação de vidro); o caulim (utilizado na fabricação da cerâmica, borracha, papel e tinta); a mica (isolante térmico, usado para perfurações e fabricação de tinta); a tantalita (usado na indústria bélica e eletrônica); as gemas (confecção de jóias); e o quartzito (usado na construção civil). O SEBRAE/RN foca o desempenho das suas ações na capacitação técnica e gerencial, no incentivo à legalização mineral e ambiental, na inovação tecnológica do processamento mineral, na conquista e manutenção de novos mercados e na contribuição da organização da cadeia produtiva, tendo em vista as vantagens de mercado existentes, a saber: o valor de mercado favorável à manutenção da produção na 61 região; a manutenção ou diminuição das atuais restrições legais e ambientais; a continuação ou ampliação dos atuais níveis de relacionamento e cooperação entre as instituições parceiras do setor. Deste modo, as principais ações voltadas ao APL e desenvolvidas pelo SEBRAE/RN correspondem a estruturação do projeto; a gestão e monitoramento do projeto; ao acompanhamento da execução das mensurações e avaliações; a capacitação empresarial, tecnológica e profissional; a consultoria técnica especializada; o desenvolvimento de tecnologia; e, o acesso ao mercado. De forma geral, a caracterização do apoio ao APL de Pegmatitos encontra-se descrita no Quadro 9 a seguir: Informações Específicas das Políticas de Apoio aos APLs (Por Programa/Projeto/Ação) APL Pegmatitos do Seridó e Agreste Potiguar Nome - Acari - Campo Redondo - Carnaúba dos Dantas - Cerro Corá - Cruzeta - Currais Novos - Equador - Florânia Municípios - Jardim do Seridó - Lajes Pintadas - Ouro Branco - Parelhas - São Tomé 01/01/2009 Data de criação 31/12/2011 Data de término Promover a organização e o fortalecimento da atividade mineral de forma sustentável e competitiva, buscando agregar valor aos Objetivos bens minerais, visando à inserção no mercado formal. Produtores minerais dos pegmatitos, associações ou cooperativas Público-alvo (beneficiários diretos) das Regiões do Seridó e Agreste Potiguar. 92 Número: Pedras e Rochas Ornamentais Categoria: Sim. Projeto de Desenvolvimento em Rede do APL de Pegmatitos – RN/PB no período de 2005-2008 O programa/projeto/ação é As principais mudanças foram a formação de uma mentalidade continuidade de algum outro associativa com a criação de oito cooperativas de produtores, programa/projeto/ação? além de quatro associações de produtores; a realização de uma campanha de orientação contra a clandestinidade, envolvendo Em caso afirmativo, qual? cadastramento de 100 áreas com atividade mineral; a seleção de 20 áreas prioritárias a formalizar; e , a elaboração de 17 Projetos Que mudanças ocorreram? de Permissão de Lavra Garimpeira. Recursos Financeiros envolvidos Não informado (segundo a vigência) SEBRAE/RN, Governo do estado do RN, MCT, MIN, MME. Fonte dos Recursos Financeiros Recursos Humanos da Instituição Não informado envolvidos no apoio: número INSTITUCIONALIDADE Neste APL, o SEBRAE/RN trabalha em parceria com a FAPERN, BNB, IDEMA, Governo do Estado do RN (SEDEC), UFRN, UNIMINA, Prefeitura de Acari, Coopminas, Governo de Futuro, Cooperação existente (com quem Desenvolvimento Solidário, ATEM-LP, AMOB, DNPM, coopera?) ACOPA, AALP, CTmineral, Prefeitura de Currais Novos, Prefeitura de Parelhas, AMP, MME, MCT, MIN e IFRN. Técnica (por meio dos programas/projetos os parceiros adquirem novos conhecimentos e novas experiências), Financeira (disponibilização de verbas necessárias para a execução das Formas/Tipos de Cooperação ações), Tecnológica (inovações na produção) e Educacional (capacitação profissional). A cooperação significativa entre os agentes econômicos, políticos e sociais, localizados em um mesmo território, promove o Motivação e importância da desenvolvimento de atividades econômicas correlatas, Cooperação apresentando vínculos expressivos de produção, interação, e 62 aprendizagem. Que outras instituições poderiam estar participando do apoio Não informou Fonte: Elaboração Própria/SIGEOR – Banco de dados do SEBRAE, 2009. Quadro 9 – Caracterização do apoio ao APL de Pegmatitos do Seridó e Agreste Potiguar - SEBRAE/RN – 2008-2009 4.2 FIERN O apoio e promoção direta aos APLs do estado por parte da FIERN tem como foco principal o APL do algodão. Conforme já visto, o início de sua atuação se deu por meio de uma ação de Plataforma Tecnológica do MCT visando à revitalização da cultura algodoeira no estado. A caracterização de forma mais detalhada deste arranjo e do tipo de apoio recebido será realizada a seguir. 4.2.1 Caracterização do APL do Algodão e o tipo de apoio recebido A revitalização da cultura do algodão é um esforço que vem se desenvolvendo no Rio Grande do Norte através da atuação de diversos parceiros. Essa atividade teve seu apogeu na década de 1970, quando o estado registrou uma área plantada superior a 500.000 hectares. Nos anos 80, no entanto, com a grave crise que se instalou sobre a cultura, a área plantada do estado foi bastante reduzida e a sua exploração passou a ser uma atividade marginal, sem expressão econômica, afetando inclusive, e de forma dramática, toda a estrutura produtiva da agricultura de sequeiro do estado que tinha neste produto, seu principal suporte. Somente a partir do final da década de 1990, que um novo e estimulante cenário se apresentou para a cultura. Desde então, constata-se o surgimento de novas ações e de um ambiente mais adequado e favorável à retomada das atividades produtivas algodoeira no Nordeste e, particularmente, no Rio Grande do Norte. Em 2004, iniciaram-se as ações voltadas para o APL do Algodão tendo a FIERN como articuladora e coordenadora desse processo. Através da mobilização e sensibilização dos agentes do setor algodoeiro mostrou-se a importância de se trabalhar de forma coletiva. Deste modo, as ações do APL do Algodão tem beneficiado de forma direta e indireta cerca de 5 mil produtores de algodão (assentados e agricultura familiar) nos municípios zoneados pela Portaria MAPA nº 197 de 2005; micro e pequenas indústrias têxtil e de confecções; seis cooperativas de beneficiamento do algodão e oito usinas produtoras de torta, ração e óleo de caroço de algodão. O tipo de apoio dado ao APL do Algodão pela FIERN envolve criar as condições necessárias para a execução das seguintes ações: 63 • capacitação de técnicos das regiões administrativas da EMATER/RN; • capacitação para o desenvolvimento de competências em associativismo e cooperativismo; • capacitação de produtores de algodão em manejo do solo e cultivo; • elaboração de cartilhas, manuais sobre o cultivo do algodão; • avaliações sobre o setor algodoeiro; • consultorias empresariais; • difusão tecnológica. Até 2009, as ações previstas para o APL do Algodão eram: a continuidade ao programa de difusão tecnológica e de produção e beneficiamento do algodão e de capacitação dos produtores; avaliação e difusão do cultivo dos algodoeiros de fibras colorida e branca; a implantação de programa de melhoria da qualidade de semente certificada; a instalação de uma unidade de descaroçamento e separação do algodão em caroço, para uniformização do produto antes de sua entrada na usina; a instalação de equipamentos classificadores de algodão; a instalação de uma mini-usina na Estação Experimental da EMPARN, no município de Apodi; a instalação de um Centro de Alvejamento e Tingimento para as mini-indústrias de tecelagem do município de Jardim de Piranhas; a instalação de quatro unidades de demonstração de tecnologias nas micro e pequenas empresas de confecções, nos municípios de Jucurutu, Jardim do Seridó, Acari e São Francisco do Oeste. De forma geral, a caracterização do apoio ao APL do Algodão encontra-se descrita no Quadro 10 a seguir: Informações Específicas das Políticas de Apoio aos APLs (Por Programa/Projeto/Ação) APL do Algodão Nome 83 municípios zoneados pelo Ministério da Agricultura Municípios 2004 Data de criação Fortalecer o APL do Algodão do Rio Grande do Norte, através da revitalização e reorientação da produção, visando o aumento da oferta Objetivos em busca da auto-suficiência interna, bem como a garantia da agregação de valor ao produto. Os beneficiados são todos os que trabalham nas indústrias do setor têxtil, com confecções, sabão de óleo de caroço de algodão e óleo e Público-alvo (beneficiários diretos) torta de caroço de algodão e que estão dentro dos municípios zoneados pelo Ministério da Agricultura para a plantação do algodão. 310 Número: Indústrias do Setor Têxtil e de Confecções Categoria: Sim. PRODECOT (2005-2008) e IMTECOT (2007-2009) As principais mudanças foram: melhoramento genético, através do desenvolvimento de variedades de algodão com fibras naturalmente coloridas; rotação de culturas com a identificação de tecnologias e O programa/projeto/ação é de seqüenciamento de culturas mais eficientes, diminuindo as ações continuidade de algum outro das pragas, doenças e ervas daninhas; manejo de solo com programa/projeto/ação? desenvolvimento de tecnologias simples e baratas que permitiram a Em caso afirmativo, qual? correção da compactação, da acidez e da salinidade do solo nas área Que mudanças ocorreram? irrigadas dos vales do Assú e Apodi; e a transferência e difusão de inovações tecnológicas, com a instalação de Campos de Demonstração e Validação de Resultados de Pesquisa nas áreas de produção para a capacitação in loco de Técnicos e Produtores Rurais. Recursos Financeiros envolvidos R$ 1,7 milhões (segundo a vigência) 64 Fonte dos Recursos Financeiros AGN, Banco do Brasil, Banco do Nordeste, CEF, MCT, CNPq e o Governo do estado do Rio Grande do Norte Recursos Humanos da Instituição envolvidos no apoio: - Número Não informado Cooperação existente (com quem coopera?) Formas/Tipos de Cooperação Motivação e importância da Cooperação Que outras instituições poderiam estar participando do apoio INSTITUCIONALIDADE A FIERN trabalha em parceria com diversos agentes que formam grupos setoriais: Pesquisa, Tecnologia, Desenvolvimento e Inovação: Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Norte – FAPERN; Embrapa Algodão – CNPA; Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte – EMPARN; Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural do Rio Grande do Norte – EMATER-RN; Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN e Universidade Federal Rural do Semi-Árido – UFERSA. Financiamento e Crédito: Agência de Fomento do Rio Grande do Norte S.A. – AGN; Banco do Brasil S.A. – BB; Banco do Nordeste do Brasil – BNB e Caixa Econômica Federal – CEF. Ambiente Organizacional, Beneficiamento e Comercialização: Sindicato das Indústrias do Vestuário do Estado do Rio Grande do Norte – SINDVEST; Sindicato da Indústria de Fiação e Tecelagem em Geral do Estado do Rio Grande do Norte – SIFT; Sindicato das Indústrias de Beneficiamento de Fibras Vegetais e do Descaroçamento de Algodão do Estado do Rio Grande do Norte; Santana Algodoeira, Fibras e Óleos Vegetais Ltda.; Movimento de Libertação dos Sem Terra – MLST e Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar do Rio Grande do Norte – FETRAF. Meio Ambiente e Responsabilidade Social: Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA; Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente – IDEMA; Centro Federal de Educação Tecnológica do Rio Grande do Norte – CEFET–RN e Centro de Estudos e Assessoria Aplicada ao Desenvolvimento – CEAAD. A FIERN como articuladora promove ações coletivas visando atender problemas comuns do segmento. As tomadas de decisões são coletivas e acontecem durante as reuniões do núcleo setorial e do grupo gestor do Projeto. As parcerias firmadas com os órgãos de apoio e fiscalização também se consolidam como uma forma importante de cooperação. A cooperação entre os agentes do APL promove a inclusão de micro e pequenos negócios no mercado, com distribuição de riquezas e elevação do capital social. Além disso, estimula processos locais de desenvolvimento, permitindo a conexão do arranjo com o mercado de forma mais sustentável devido a um padrão de organização construído ao longo do tempo. Não informado Fonte: Elaboração Própria/Portal do Algodão, 2009; Roteiro de Entrevista, 2009. (Elaboração Própria) Quadro 10 – Caracterização atual do apoio ao APL Algodão - FIERN – 2008-2009 4.3 IEL/RN Como parte integrante do “Programa de Apoio à Competitividade das Micro e Pequenas Indústrias (PROCOMPI)”, o IEL/RN apóia seis APLs no estado do Rio Grande do Norte no período 2008-2009. O tipo de apoio dado aos APLs leva em consideração as especificidades de cada arranjo. A caracterização dos arranjos apoiados por esta instituição será apresentada a seguir. 65 4.3.1 Caracterização do APL de Panificação da Grande Natal e o tipo de apoio recebido O IEL/RN, através do “Programa de Boas Práticas de Fabricação (BPF)”, vem apoiando o APL de Panificação da Grande Natal, contando com a parceria direta do SEBRAE/RN e demais parceiros. Os beneficiários diretos deste APL são os seguintes estabelecimentos: Artes Pães, Boca do Forno, Bom Sucesso, Brasil, Cristo Rei, Estrela Dalva, Gosto de Pão, Hora do Pão, Industrial, Laryssa, Novo Horizonte, Petrópolis, Ponta Negra, Pão Gostoso, Rainha, Santana, São Felipe, São Miguel I, São Miguel II e São Lucas. As principais ações realizadas pelo IEL/RN junto ao APL de Panificação são: campanhas de marketing; campanhas educativas; capacitação empresarial; desenvolvimento de Sistema Integrado de Gestão da Indústria da Panificação; assessoria ao processo produtivo; capacitação de colaboradores; implantação do Programa de Boas Práticas de Fabricação (BPF) e rotulagem. De forma geral, a caracterização do apoio ao APL de Panificação da Grande Natal encontra-se descrita no Quadro 11 a seguir: Informações Específicas das Políticas de Apoio aos APLs (Por Programa/Projeto/Ação) APL de Panificação da Grande Natal Nome - Macaíba - Natal Municípios - Parnamirim Março/2007 Data de criação Fortalecer as empresas do APL de Panificação da Grande Natal, por meio da melhoria tecnológica, da agregação de valor ao produto e da Objetivos capacitação dos empresários e colaboradores, visando à melhoria dos índices de qualidade, rentabilidade e produtividade. Empresários integrantes do APL de Panificação da Grande Natal Público-alvo (beneficiários diretos) (Macaíba, Natal e Parnamirim). 19 Número: Indústrias de micro e pequeno porte Categoria: O programa/projeto/ação é continuidade de algum outro Não programa/projeto/ação? Em caso afirmativo, qual? Que mudanças ocorreram? Recursos Financeiros envolvidos R$ 300.000,00 (segundo a vigência) 60% SEBRAE Nacional 30% Empresas integrantes do APL Fonte dos Recursos Financeiros 10% FIERN 02 colaboradores Recursos Humanos da Instituição 01 consultor terceirizado envolvidos no apoio: 66 - Número Cooperação existente (com quem coopera?) Formas/Tipos de Cooperação Motivação e importância da Cooperação Que outras instituições poderiam estar participando do apoio INSTITUCIONALIDADE As empresas cooperam entre si. Há atuação forte dos parceiros (governança) que integram o APL da seguinte forma: IEL/RN – Gestor do Projeto no RN. Coordenador e executor do Projeto, sendo responsável pela análise, execução e coordenação das ações, pelo acompanhamento e monitoramento do Projeto, e pela avaliação, seleção e contratação de consultores, instrutores e demais empresas/instituições prestadoras de serviços; SEBRAE/RN – Coordenador do Projeto em parceria com o IEL/RN; SENAI/RN – Integrante do Grupo Gestor, atua fazendo o acompanhamento do Projeto e participando das tomadas de decisões. É o principal parceiro em ações ligadas ao Programa de Boas Práticas de Fabricação, atuando como executor deste serviço; SESI/RN – Integrante do Grupo Gestor, atua fazendo o acompanhamento do Projeto e participando das tomadas de decisões; UFRN – Integrante do Grupo Gestor atua fazendo o acompanhamento do Projeto e participando das tomadas de decisões; SINDIPAN/RN – Articulador junto aos associados no que diz respeito às ações do Projeto. Atua fazendo o acompanhamento direto das ações e participando das tomadas de decisões; Coordenadoria da Vigilância Sanitária Municipal – Integrante do Grupo Gestor, atua fazendo o acompanhamento do Projeto apoiando a implementação do Programa de Boas Práticas de Fabricação; Coordenadoria da Vigilância Sanitária Estadual – Integrante do Grupo Gestor atua fazendo o acompanhamento do Projeto apoiando a implementação do Programa de Boas Práticas de Fabricação. Ações coletivas visando atender problemas comuns do segmento. As tomadas de decisões são coletivas e acontecem durante as reuniões do núcleo setorial e do grupo gestor do Projeto. As parcerias firmadas com os órgãos de apoio e fiscalização também se consolidam como uma forma importante de cooperação. A cooperação é fator primordial para o bom andamento do Projeto, assim como para a existência do APL. Não se aplica Fonte: Elaboração Própria/IEL/RN – Roteiro de Entrevista, 2009. Quadro 11 – Caracterização do apoio ao APL de Panificação da Grande Natal - IEL/RN – 2008-2009 4.3.2 Caracterização do APL de Água Mineral da Grande Natal e o tipo de apoio recebido O IEL/RN vem apoiando o APL de Água Mineral desde 2004. A continuação desse apoio resulta da potencialidade que o setor tem no mercado. De forma geral, no Rio Grande do Norte, o setor de água mineral, com onze fontes, produz, por dia, cerca de 740 mil litros de água, sendo que a produção maior é de água mineral em garrafões de 20 litros (60%). Em segundo lugar, ficam as garrafas de 500 ml, com 9 mil litros e em seguida os garrafões de 10 litros, com 6.900 litros. Atualmente, as empresas do APL utilizam apenas 28% de sua capacidade instalada, que é destinada 91% para o próprio Rio Grande do Norte, 4,5% para a Paraíba e 4,5% para o Ceará. Mesmo assim as 67 empresas ainda geram 500 empregos diretos e cerca de 4.500 indiretos. Um dos gargalos do arranjo é o custo do transporte, que acaba afetando a competitividade da água mineral do estado. Considerando o período 2008-2009, o APL de Água Mineral da Grande Natal, através do apoio do IEL/RN, beneficia de forma direta 15 empresas do estado do Rio Grande do Norte. As mesmas integram o Programa de Apoio à Competitividade das Micro e Pequenas Indústrias (PROCOMPI) desde 2004, quando ocorreu a primeira parte do programa, que teve término em 2006. Nessa segunda parte do programa (20072009) as indústrias participantes são: Blanca, Cristalina Natal, Cristalina Oeste, Dore (em fase de implantação da indústria), Fonte Clara, Inamar, Indaiá, Natal, Potiguar, Rio Grande, Santa Luzia, Santa Maria, Santos Reis, Ster Bom e Tropical. A maioria das empresas já possui o Programa de Boas Práticas de Fabricação (BPF) e outras estão em fase de implantação. As principais ações de apoio que o IEL/RN executa junto ao APL são: estudo de mercado; capacitação de colaboradores e gestores; campanha de marketing (criação do Selo do APL e consultoria para desenvolvimento e adequação de marcas); consultoria em Logística e em Gestão/ e Proteção Ambiental. De forma geral, a caracterização do apoio ao APL de Água Mineral da Grande Natal encontra-se descrita no Quadro 12 a seguir: Informações Específicas das Políticas de Apoio aos APLs (Por Programa/Projeto/Ação) APL de Água Mineral da Grande Natal Nome - Natal - Parnamirim Municípios - Macaíba - Extremoz 2004 Data de criação Fortalecer as micro e pequenas indústrias do setor de água mineral da Grande Natal, visando a melhoria da qualidade e do processo produtivo e Objetivos a capacitação de gestores e colaboradores. Empresários do Arranjo Produtivo Local de Água Mineral dos Público-alvo (beneficiários diretos) municípios de Natal, Parnamirim, Macaíba e Extremoz. 15 Número: Indústrias Categoria: O programa/projeto/ação é continuidade de algum outro Não programa/projeto/ação? Em caso afirmativo, qual? Que mudanças ocorreram? Recursos Financeiros envolvidos R$ 550.000,00 (segundo a vigência) 60% SEBRAE Nacional 30% Empresas integrantes do APL Fonte dos Recursos Financeiros 10% FIERN 02 colaboradores Recursos Humanos da Instituição 01 consultor terceirizado envolvidos no apoio: número INSTITUCIONALIDADE As empresas cooperam entre si. Há atuação forte dos parceiros (governança) que integram o Arranjo da seguinte forma: IEL/RN – Gestor do Projeto no RN. Coordenador e executor do Projeto, sendo responsável pela análise, execução e coordenação das ações, pelo acompanhamento e monitoramento do Projeto, e pela avaliação, seleção e contratação de consultores, instrutores e demais empresas/instituições Cooperação existente (com quem prestadoras de serviços; coopera?) SEBRAE/RN – Coordenador do Projeto em parceria com o IEL/RN; SENAI/RN – Integrante do Grupo Gestor atua fazendo o acompanhamento do Projeto e participando das tomadas de decisões. É o principal parceiro em ações ligadas ao Programa de Boas Práticas de Fabricação, atuando como executor destes serviços; 68 Formas/Tipos de Cooperação Motivação e importância da Cooperação Que outras instituições poderiam estar participando do apoio SESI/RN – Integrante do Grupo Gestor atua fazendo o acompanhamento do Projeto e participando das tomadas de decisões; UFRN – Integrante do Grupo Gestor atua fazendo o acompanhamento do Projeto e participando das tomadas de decisões; SICRAMIRN – Articulador junto aos associados no que diz respeito às ações do Projeto. Atua fazendo o acompanhamento direto das ações e participando das tomadas de decisões. Ações coletivas visando atender problemas comuns do segmento. As tomadas de decisões são coletivas e acontecem durante as reuniões do núcleo setorial e do grupo gestor do Projeto. As parcerias firmadas com os órgãos de apoio e fiscalização também se consolidam como uma forma importante de cooperação. A cooperação é fator primordial para o bom andamento do Projeto, assim como para a existência do APL. Não se aplica. Fonte: Elaboração Própria/IEL/RN – Roteiro de Entrevista, 2009. Quadro 12 – Caracterização do apoio ao APL de Água Mineral da Grande Natal - IEL/RN – 2008-2009 4.3.3 Caracterização do APL da Cerâmica Estrutural do Apodi-Assú e o tipo de apoio recebido O Rio Grande do Norte é um grande produtor de materiais cerâmicos possuindo um significativo número de jazidas de argilas que são utilizadas, principalmente, na fabricação de tijolos e telhas. Como fonte de riqueza do estado, a indústria da cerâmica dispõe de um ambiente favorável para a ampliação do setor como: a taxa de juros com tendência a queda; clareza nos papéis do IBAMA e IDEMA, no que diz respeito às responsabilidades ambientais; intensificação da fiscalização em relação à padronização dos produtos cerâmicos, responsabilidade do IPEM/RN; política habitacional favorável no âmbito macroeconômico, de forma que estimule o desenvolvimento do setor; e, a disponibilidade de estudos que identifiquem a viabilidade de fontes de energia alternativas. Diante de um mercado promissor, os empresários do APL passaram a buscar a qualidade dos produtos e a qualificar a mão-de-obra local. Atualmente, com o apoio do IEL/RN e demais parceiros (SEBRAE/RN, SENAI/RN, SESI/RN, UFRN, SINDICER/RN, SEDEC, entre outros), o APL da Cerâmica Estrutural do Apodi-Assú vem beneficiando 21 indústrias no estado do Rio Grande do Norte. As empresas participantes são: Cerâmica União, Cerâmica Assú Ltda, Cerâmica Caisa, Cerâmica do Gato, Cerâmica Itajá, Cerâmica Leste Oeste, Cerâmica Pataxó, Cerâmica Portal do Vale, Cerâmica Progresso, Cerâmica São João, Cerâmica Semar, Cerâmica Tavares, Cerâmica Vitória, Cerâmica Estrutural, Cerâmica Santa Rosa, 69 Cerâmica Estrela Dalva; T M Indústria Cerâmica, Cerâmica Smart, Tecnocerâmica, Cerâmica Barro Vermelho e Cerâmica Santa Edwiges. O principal tipo de apoio dado pelo IEL/RN ao APL é de natureza técnica através das ações de consultoria em eficiência energética (estudo de manejo e execução do projeto em área piloto); assessoria ao processo produtivo (queima); capacitação técnica e gerencial; aperfeiçoamento do Sistema de Controles Gerenciais; criação do Selo do APL; e, elaboração de material de divulgação. Os aspectos trabalhados pelo IEL/RN no APL da Cerâmica Estrutural do Apodi-Assú envolve a seguinte estrutura: Produção Mercado Gestão & RH Fonte: SEDEC/RN – Apresentação no Núcleo Estadual de Apoio aos APLs no RN, 2009. Figura 2 – Aspectos trabalhados pelo IEL/RN no APL da Cerâmica Estrutural do Apodi-Assú – 2008-2009 De forma geral, a caracterização do apoio ao APL da Cerâmica Estrutural do Apodi-Assú encontrase descrita no Quadro 13 a seguir: Nome Municípios Data de criação Objetivos Informações Específicas das Políticas de Apoio aos APLs (Por Programa/Projeto/Ação) APL da Cerâmica Estrutural do Apodi-Assú - Apodi - Assú - Ceará-Mirim - Goianinha - Governador Dix-Sept-Rosado - Ipanguaçú - Itajá - Macaíba - Parelhas - São Gonçalo do Amarante 2004 Fortalecer as empresas do Arranjo Produtivo Local da Cerâmica Estrutural do Apodi-Assú, por meio das seguintes ações cooperadas: eficiência energética, redução dos desperdícios ocasionados no processo de queima, gestão sócio-ambientalmente responsável, visando à sustentabilidade do negócio e o 70 Público-alvo (beneficiários diretos) Número: Categoria: O programa/projeto/ação é continuidade de algum outro programa/projeto/ação? Em caso afirmativo, qual? Que mudanças ocorreram? Recursos Financeiros envolvidos (segundo a vigência) atendimento às exigências legais. Empresários integrantes do APL da Cerâmica Vermelha Estrutural do Apodi-Assú, contemplando 18 indústrias de micro e pequeno porte localizadas nos municípios de Apodi, Assú, CearáMirim, Goianinha, Governador Dix-Sept-Rosado, Ipanguaçú, Itajá, Macaíba, Parelhas e São Gonçalo do Amarante. 21 Indústrias de micro e pequeno porte Não R$ 675.000,00 Fonte dos Recursos Financeiros 60% SEBRAE Nacional 30% Empresas integrantes do APL 10% FIERN Recursos Humanos da Instituição envolvidos no apoio: - Número 02 colaboradores 01 consultor terceirizado Cooperação existente (com quem coopera?) Formas/Tipos de Cooperação Motivação e importância da Cooperação Que outras instituições poderiam estar participando do apoio INSTITUCIONALIDADE As empresas cooperam entre si. Há atuação forte dos parceiros (governança) que integram o Arranjo da seguinte forma: IEL/RN – Gestor do Projeto no RN. Coordenador e executor do Projeto, sendo responsável pela análise, execução e coordenação das ações, pelo acompanhamento e monitoramento do Projeto, e pela avaliação, seleção e contratação de consultores, instrutores e demais empresas/instituições prestadoras de serviços; SEBRAE/RN – Coordenador do Projeto em parceria com o IEL/RN; SENAI/RN – Integrante do Grupo Gestor atua fazendo o acompanhamento do Projeto e participando das tomadas de decisões. SESI/RN – Integrante do Grupo Gestor atua fazendo o acompanhamento do Projeto e participando das tomadas de decisões; UFRN – Integrante do Grupo Gestor atua fazendo o acompanhamento do Projeto e participando das tomadas de decisões; SINDICER/RN – Articulador junto aos associados no que diz respeito às ações do Projeto. Atua fazendo o acompanhamento direto das ações e participando das tomadas de decisões. Ações coletivas visando atender problemas comuns do segmento. As tomadas de decisões são coletivas e acontecem durante as reuniões do núcleo setorial e do grupo gestor do Projeto. As parcerias firmadas com os órgãos de apoio e fiscalização também se consolidam como uma forma importante de cooperação. A cooperação é fator primordial para o bom andamento do Projeto, assim como para a existência do APL. Não se aplica. Fonte: Elaboração Própria/IEL/RN – Roteiro de Entrevista, 2009. Quadro 13 – Caracterização do apoio ao APL de Cerâmica Estrutural do Apodi-Assú - IEL/RN – 20082009 71 4.3.4 Caracterização do APL de Móveis de Natal e Região Metropolitana e o tipo de apoio recebido O APL de Móveis de Natal e Região Metropolitana, com o apoio do IEL/RN e demais parceiros, no período 2008-2009, beneficia de forma direta 19 empresas do setor moveleiro. As indústrias participantes do APL são: Apform, Artmadeira, Aritana, Armárius, Casa Fácil, Coima Móveis, Esmart Móveis, Ipê Móveis, José Regis Fabricação, Kadoll Divisions, Lyra Móveis, Madeira e Arte, Marcenaria N. Sra da Guia, M&T Móveis, Móveis JB, Nordeste Móveis, Pollyana Móveis, Pormetal e Tocqueville. As principais ações realizadas pelo IEL/RN para este APL estão centradas nas pesquisas de mercado; capacitações em gestão empresarial; qualificação profissional; desenvolvimento de novos produtos/design; campanhas de marketing (elaboração de catálogo e criação de site do APL); e, implantação do Programa Produção Mais Limpa. Este Programa é trabalhado em parceria com o SEBRAE/RN e visa utilizar medidas de racionalização ambiental atuando em três níveis: eliminação ou redução na fonte, reaproveitamento interno e reciclagem externa. De acordo o IEL/RN, a discussão sobre o conceito e a aplicação de processos de Produção Mais Limpa (P+L) é uma das pautas defendidas na Organização das Nações Unidades (ONU) e que vem sendo amplamente desenvolvido no Brasil. O programa tem como objetivo desenvolver uma estratégica econômica, ambiental e tecnológica que esteja integrada aos processos e produtos, com a finalidade de aumentar a eficiência no uso de matérias-primas, água e energia, através da não geração, minimização ou reciclagem de resíduos gerados em todos os setores produtivos. Além dessas ações, o IEL/RN busca o fortalecimento da governança e cooperação do APL, através da capacidade gerencial do governo, dos seus níveis de participação e do controle social; o aumento do volume comercializado; e, uma maior participação no mercado. De forma geral, a caracterização do apoio ao APL de Móveis de Natal e Região Metropolitana encontra-se descrita no Quadro 14 a seguir: Nome Municípios Data de criação Objetivos Informações Específicas das Políticas de Apoio aos APLs (Por Programa/Projeto/Ação) APL de Móveis de Natal e Região Metropolitana - Natal - Parnamirim - São José de Mipibú - São Gonçalo do Amarante 2007 Fortalecer as indústrias de móveis de Natal e Região Metropolitana, por meio da melhoria dos sistemas de gestão e de produção, da qualidade dos produtos, dos índices de produtividade, da redução dos custos e 72 Público-alvo (beneficiários diretos) Número: Categoria: O programa/projeto/ação é continuidade de algum outro programa/projeto/ação? Em caso afirmativo, qual? Que mudanças ocorreram? Recursos Financeiros envolvidos (segundo a vigência) Fonte dos Recursos Financeiros Recursos Humanos da Instituição envolvidos no apoio: número Cooperação existente (com quem coopera?) Formas/Tipos de Cooperação Motivação e importância da Cooperação Que outras instituições poderiam estar participando do apoio desperdícios, e da ampliação da participação e do posicionamento no mercado. Empresários do Arranjo Produtivo Local do setor de móveis dos municípios de Natal, Parnamirim, São José de Mipibú e São Gonçalo do Amarante. 19 Micro e pequenas Indústrias Não R$ 300.000,00 60% SEBRAE Nacional 30% Empresas integrantes do APL 10% FIERN 02 colaboradores 01 consultor terceirizado INSTITUCIONALIDADE As empresas cooperam entre si. Há atuação forte dos parceiros (governança) que integram o Arranjo da seguinte forma: IEL/RN – Gestor do Projeto no RN. Coordenador e executor do Projeto, sendo responsável pela análise, execução e coordenação das ações, pelo acompanhamento e monitoramento do Projeto, e pela avaliação, seleção e contratação de consultores, instrutores e demais empresas/instituições prestadoras de serviços; SEBRAE/RN – Coordenador do Projeto em parceria com o IEL/RN; SENAI/RN – Integrante do Grupo Gestor atua fazendo o acompanhamento do Projeto e participando das tomadas de decisões. SESI/RN – Integrante do Grupo Gestor atua fazendo o acompanhamento do Projeto e participando das tomadas de decisões; UFRN – Integrante do Grupo Gestor atua fazendo o acompanhamento do Projeto e participando das tomadas de decisões; SINDIMÓVEIS/RN – Articulador junto aos associados no que diz respeito às ações do Projeto. Atua fazendo o acompanhamento direto das ações e participando das tomadas de decisões. Ações coletivas visando atender problemas comuns do segmento. As tomadas de decisões são coletivas e acontecem durante as reuniões do núcleo setorial e do grupo gestor do Projeto. As parcerias firmadas com os órgãos de apoio e fiscalização também se consolidam como uma forma importante de cooperação. A cooperação é fator primordial para o bom andamento do Projeto, assim como para a existência do APL. Não se aplica. Fonte: Elaboração Príopria/IEL/RN – Roteiro de Entrevista, 2009. Quadro 14 – Caracterização do apoio ao APL de Móveis de Natal e Região Metropolitana - IEL/RN – 2008-2009 4.3.5 Caracterização do APL de Telha Cerâmica do Seridó e o tipo de apoio recebido 73 Na região do Seridó, a produção de telhas é realizada por micro e pequenas indústrias. Essa atividade apresenta bom padrão de competitividade, tanto que cerca de 70% da produção gerada no Seridó se destinam a atender demanda de outros estados do Nordeste. Com um mercado promissor, as principais ações que o IEL/RN desenvolve junto ao APL de Telha Cerâmica do Seridó são: desenvolvimento de Sistema de Gestão Empresarial; estudo de composição de massa cerâmica; assessoria ao processo produtivo; implantação do Programa 5´S; capacitação empresarial e treinamento técnico nas áreas de elétrica e mecânica. As empresas que participam do APL e recebem o apoio do IEL/RN são: Cerâmica Acari Ltda, Cerâmica Araújo, Cerâmica Azevedo, Cerâmica Boa Sorte, Cerâmica Bom Jesus, Cerâmica Cruzeta, Cerâmica Dantas, Cerâmica Espírito Santo Ltda, Cerâmica Ezequiel, Cerâmica J.R.A., Cerâmica Nossa Senhora da Guia, Cerâmica Nossa Senhora dos Impossíveis, Cerâmica Novo Mundo, Cerâmica Genilson Medeiros, Cerâmica Rio Piranhas LTDA ME, Cerâmica Santa Luzia, Cerâmica São Francisco, Cerâmica São Francisco – Parelhas, Cerâmica São Severino, Cerâmica União I, Cerâmica União II, Cerâmica Zacarias, RN Cerâmica e Cerâmica Dois Irmãos. No trabalho desenvolvido pelo IEL/RN junto aos APLs de Telha Cerâmica do Seridó e Cerâmica Estrutural do Apodi-Assú, a conscientização ambiental tem se tornado uma ação predominante. É comum nessa região a madeira virar lenha para alimentar os fornos de cerâmica causando sérios danos ambientais. Desta forma, através da capacitação tecnológica a instituição, juntamente com os demais parceiros, vem buscando minimizar o impacto causado ao meio ambiente. Estudos técnicos científicos e pesquisas vêm sendo realizados na região por instituições de ensino e pesquisa, com o objetivo de desenvolver projetos que levem em consideração a sustentabilidade econômica, visando o respeito ao meio ambiente. De forma geral, a caracterização do apoio ao APL de Telha Cerâmica do Seridó encontra-se descrita no Quadro 15 a seguir: Informações Específicas das Políticas de Apoio aos APLs (Por Programa/Projeto/Ação) APL de Telha Cerâmica do Seridó Nome - Acari - Carnaúba dos Dantas - Cruzeta Municípios - Jardim de Piranhas - Parelhas - Tangará 2007 Data de criação Fortalecer as indústrias de telha da Região Seridó, por meio da melhoria da gestão empresarial, a partir da elevação dos índices de produtividade e qualidade; da redução dos custos e desperdícios; melhoria da qualificação Objetivos técnica dos colaboradores e da ampliação da participação e do posicionamento no mercado. Empresários do APL de Telha Cerâmica da Região Seridó do Rio Grande do Norte (Acari, Carnaúba dos Dantas, Cruzeta, Jardim de Piranhas, Público-alvo (beneficiários diretos) Parelhas e Tangará). 21 Número: Indústrias de micro e pequeno porte Categoria: O programa/projeto/ação é continuidade de algum outro Não programa/projeto/ação? Em caso afirmativo, qual? 74 Que mudanças ocorreram? Recursos Financeiros envolvidos (segundo a vigência) Fonte dos Recursos Financeiros Recursos Humanos da Instituição envolvidos no apoio: número Cooperação existente (com quem coopera?) Formas/Tipos de Cooperação Motivação e importância da Cooperação Que outras instituições poderiam estar participando do apoio R$ 300.000,00 60% SEBRAE Nacional 30% Empresas integrantes do APL 10% FIERN 02 colaboradores 01 consultor terceirizado INSTITUCIONALIDADE As empresas cooperam entre si. Há atuação forte dos parceiros (governança) que integram o Arranjo da seguinte forma: IEL/RN – Gestor do Projeto no RN. Coordenador e executor do Projeto, sendo responsável pela análise, execução e coordenação das ações, pelo acompanhamento e monitoramento do Projeto, e pela avaliação, seleção e contratação de consultores, instrutores e demais empresas/instituições prestadoras de serviços; SEBRAE/RN – Coordenador do Projeto em parceria com o IEL/RN; SENAI/RN – Integrante do Grupo Gestor atua fazendo o acompanhamento do Projeto e participando das tomadas de decisões. SESI/RN – Integrante do Grupo Gestor atua fazendo o acompanhamento do Projeto e participando das tomadas de decisões; UFRN – Integrante do Grupo Gestor atua fazendo o acompanhamento do Projeto e participando das tomadas de decisões; SINDICER/RN – Articulador junto aos associados no que diz respeito às ações do Projeto. Atua fazendo o acompanhamento direto das ações e participando das tomadas de decisões. Ações coletivas visando atender problemas comuns do segmento. As tomadas de decisões são coletivas e acontecem durante as reuniões do núcleo setorial e do grupo gestor do Projeto. As parcerias firmadas com os órgãos de apoio e fiscalização também se consolidam como uma forma importante de cooperação. A cooperação é fator primordial para o bom andamento do Projeto, assim como para a existência do APL. Não se aplica. Fonte: Elaboração Própria/IEL/RN – Roteiro de Entrevista, 2009. Quadro 15 – Caracterização do apoio ao APL de Telha Cerâmica do Seridó - IEL/RN – 2008-2009 4.3.6 APL de Polpas, Sucos de Frutas e Água de Coco do RN e o tipo de apoio recebido Em virtude da grande variedade de frutas com sabores exóticos e bastante agradáveis, o comércio de polpa de frutas congeladas, dos sucos de frutas e da água de coco vem aumentando consideravelmente no estado do Rio Grande do Norte. Em virtude disso, o segmento resolveu se organizar a fim de melhor atender a demanda local. Assim, a partir de 2008 o IEL/RN ficou com a responsabilidade de apoiar o APL das Polpas, Sucos de Frutas e Água de Coco do Rio Grande do Norte. Hoje o arranjo já beneficia 15 empresas de 13 75 municípios do estado, por meio do Programa de Apoio à Competitividade das Micro e Pequenas Indústrias (PROCOMPI), realizado em parceria com o SEBRAE/RN, SESI, SENAI, UFRN e Sindifrutas. A primeira ação foi a realização de um diagnóstico do segmento. Entre as demais ações o APL participa do Programa de Boas Práticas de Fabricação (BPF) nas indústrias beneficiadas. Além disso, o IEL/RN atua por meio de ações de capacitação empresarial com foco no fortalecimento da cultura de cooperação, formação e qualificação da mão-de-obra e consultoria para organização e adequação tecnológica. Segundo a instituição, essa iniciativa visa impulsionar o crescimento do arranjo, que tem tudo para se desenvolver após o retrocesso que sofreu com o fim da Maísa. Integram o APL das Polpas, Sucos de Frutas e Água de Coco do Rio Grande do Norte as seguintes empresas: Cersel, Mucury, Nordeste Fruit, Chapinha, J.E.P. de Melo, Polpas e Sucos Rainha, Aqua Coco, Cocar Brasil, Água de Coco Dunas, Palmácea Alimentos, Cerpal, Clube de Mães Maria Santíssima (Pureza/RN), Cooperfrut, Fazenda Pajuçara, Coapil, Aldefrutas, Polpfruit – Povoado da Cruz, Bela Fonte, Polpas de Frutas Tropically e Acapaz. Essas empresas estão localizadas em Natal, Parnamirim, Macaíba, Maxaranguape, Currais Novos, São Gonçalo do Amarante, Itaú, Extremoz, Mossoró, Severiano Melo, Pureza, Santo Antônio e Cerro Corá. De forma geral, a caracterização do apoio ao APL de Polpas, Sucos de Frutas e Água de Coco do Rio Grande do Norte encontra-se descrita no Quadro 16 a seguir: Informações Específicas das Políticas de Apoio aos APLs (Por Programa/Projeto/Ação) APL de Polpas, Sucos de Frutas e Água de Coco do RN Nome - Natal - Parnamirim - Macaíba - Maxaranguape - Currais Novos - São Gonçalo do Amarante - Itaú - Extremoz Municípios - Mossoró - Severiano Melo - Pureza - Santo Antônio - Cerro-Corá 2008 Data de criação Fortalecer as 15 indústrias que integram o APL de Polpas, Sucos de Frutas e Água de Coco do RN por meio da melhoria dos processos Objetivos produtivos, ampliando a participação no mercado e as vendas. Empresas de micro e pequeno porte do setor de polpas, sucos de frutas e Público-alvo (beneficiários diretos) água de coco do RN. 15 Número: Indústrias Categoria: O programa/projeto/ação é continuidade de algum outro Não programa/projeto/ação? Em caso afirmativo, qual? Que mudanças ocorreram? Recursos Financeiros envolvidos R$ 210.000,00 (segundo a vigência) 60% SEBRAE Nacional 30% Empresas integrantes do APL Fonte dos Recursos Financeiros 10% FIERN 02 colaboradores Recursos Humanos da Instituição 01 consultor terceirizado envolvidos no apoio: número INSTITUCIONALIDADE As empresas cooperam entre si. Há atuação forte dos parceiros (governança) que integram o Arranjo da seguinte forma: Cooperação existente (com quem IEL/RN – Gestor do Projeto no RN. Coordenador e executor do Projeto, coopera?) sendo responsável pela análise, execução e coordenação das ações, pelo acompanhamento e monitoramento do Projeto, e pela avaliação, seleção e 76 Formas/Tipos de Cooperação Motivação e importância da Cooperação Que outras instituições poderiam estar participando do apoio contratação de consultores, instrutores e demais empresas/instituições prestadoras de serviços; SEBRAE/RN – Coordenador do Projeto em parceria com o IEL/RN; SENAI/RN – Integrante do Grupo Gestor atua fazendo o acompanhamento do Projeto e participando das tomadas de decisões. SESI/RN – Integrante do Grupo Gestor atua fazendo o acompanhamento do Projeto e participando das tomadas de decisões; UFRN – Integrante do Grupo Gestor atua fazendo o acompanhamento do Projeto e participando das tomadas de decisões; SINDIFRUTAS/RN – Articulador junto aos associados no que diz respeito às ações do Projeto. Atua fazendo o acompanhamento direto das ações e participando das tomadas de decisões. Ações coletivas visando atender problemas comuns do segmento. As tomadas de decisões são coletivas e acontecem durante as reuniões do núcleo setorial e do grupo gestor do Projeto. As parcerias firmadas com os órgãos de apoio e fiscalização também se consolidam como uma forma importante de cooperação. A cooperação é fator primordial para o bom andamento do Projeto, assim como para a existência do APL. Não se aplica. Fonte: Elaboração Própria/IEL/RN – Roteiro de Entrevista, 2009. Quadro 16 – Caracterização do apoio ao APL de Polpas, Sucos de Frutas e Água de Coco do RN – IEL/RN - 2008-2009 4.4 Núcleo Estadual de Apoio aos APLs no RN Em 2008, o governo federal articulado com o governo estadual definiu dez APLs prioritários, objetivando o fortalecimento dos mesmos, bem como a consolidação dos Núcleos Estaduais de Apoio aos APLs. No estado do Rio Grande do Norte, os APLs priorizados foram os seguintes: Água mineral, Cerâmica, Tecelagem, Mineral e Caprinovinocultura, já analisados anteriormente, além dos APLs de Bordados do Seridó, Aqüicultura, Lacticínios, Apicultura e Fruticultura. Este último é tratado pelo SEBRAE/RN como projeto, segundo a última atualização do SIGEOR, o que motivou o seu não detalhamento. Além de cumprir maiormente o papel de articulador, o Núcleo também atua junto aos arranjos transferindo tecnologia, criando de condições de sustentabilidade, mobilizando recursos endógenos, captando recursos, elevando o capital social e interagindo com o mercado e com outros atores. De forma geral, a caracterização do apoio aos demais APLs priorizados pelo Núcleo Estadual de Apoio no Rio Grande do Norte encontra-se descrita no Quadro 17 a seguir: APL dos Bordados do Seridó Informações Específicas das Políticas de Apoio aos APLs (Por Programa/Projeto/Ação) APL dos Bordados do Seridó Nome - Acari - Jardim do Seridó - Caicó - São Fernando - Carnaúba dos Dantas - São João do Sabugi Municípios - Cruzeta - Serra Negra do Norte - Currais Novos - Timbaúba dos Batistas 01/03/2008 Data de criação Gerar ocupação e aumentar o faturamento com o fortalecimento e expansão dos produtos artesanais do bordado, no mercado interno e Objetivos externo, oportunizando aos artesãos o desenvolvimento sustentável. Artesãos integrantes de associações, cooperativas e grupos produtivos de Público-alvo (beneficiários diretos) rendas e Bordados. 77 Número: Categoria: O programa/projeto/ação é continuidade de algum outro programa/projeto/ação? Em caso afirmativo, qual? Que mudanças ocorreram? Recursos Financeiros envolvidos (segundo a vigência) Fonte dos Recursos Financeiros Recursos Humanos da Instituição envolvidos no apoio: número Cooperação existente (com quem coopera?) Formas/Tipos de Cooperação Motivação e importância da Cooperação Que outras instituições poderiam estar participando do apoio 264 Artesanato Sim. As principais mudanças têm sido resultado de ações como: intervenção do design, o desenvolvimento de uma nova linha do risco para o bordado e um novo processo de risco e lavagem dando ênfase a questão ambiental. Não informado Governo Federal, Governo do RN, SEBRAE, BB, BNB. 05 INSTITUCIONALIDADE SEDEC/RN, SEBRAE/RN, Banco do Brasil, BNB, a Prefeitura de Caicó e os organismos de representação. Articulação com os demais agentes do processo. A cooperação proporciona o fortalecimento do setor e conseqüentemente o aumento dos lucros. Não informado APL da Aqüicultura Informações Específicas das Políticas de Apoio aos APLs (Por Programa/Projeto/Ação) APL da Aqüicultura Nome - Baía Formosa - Natal - Canguaretama - Extremoz - Tibau do Sul - Ceará-Mirim - Goianinha - Rio do Fogo - Arês - Porto do Mangue - Nísia Floresta - Guamaré Municípios - São José do Mipibú - Areia Branca - Senador Georgino Avelino - Macau - Vila Flor - Mossoró - Parnamirim - Grossos - São Gonçalo do Amarante - Tibau - Macaíba 01/03/2008 Data de criação Desenvolver a aqüicultura no Rio Grande do Norte de forma sustentável, com a criação de novos negócios, gerando renda e aumento da qualidade Objetivos de vida das comunidades locais envolvidas, além de apresentar-se como alternativa de fixação das populações locais. Micro, pequenos e médios aquicultores, organizados ou não, em Público-alvo (beneficiários diretos) associações e cooperativas. 32 Número: Aqüicultura e Pesca Categoria: O programa/projeto/ação é Sim. Diversos programas já foram executados. As principais mudanças continuidade de algum outro vieram como resultado do desenvolvimento, difusão e validação de programa/projeto/ação? tecnologias para a pesca artesanal. Os programas desenvolvidos em Em caso afirmativo, qual? relação com a cadeia produtiva da Tilápia é um exemplo no estado. Que mudanças ocorreram? Recursos Financeiros envolvidos Não informado (segundo a vigência) Governo do RN, Governo Federal, SEBRAE Fonte dos Recursos Financeiros Recursos Humanos da Instituição 05 envolvidos no apoio: número INSTITUCIONALIDADE O Núcleo trabalha em parceria com o Governo do Estado (SEDEC e Cooperação existente (com quem SAPE), o Governo Federal, SEBRAE/RN. coopera?) Articulação com os demais agentes do processo. Formas/Tipos de Cooperação A cooperação proporciona o fortalecimento do setor e conseqüentemente Motivação e importância da o aumento dos lucros. Cooperação Que outras instituições poderiam estar Não informado participando do apoio APL de Lacticínios Informações Específicas das Políticas de Apoio aos APLs 78 Nome Municípios Data de criação Objetivos Público-alvo (beneficiários diretos) Número: Categoria: O programa/projeto/ação é continuidade de algum outro programa/projeto/ação? Em caso afirmativo, qual? Que mudanças ocorreram? Recursos Financeiros envolvidos (segundo a vigência) Fonte dos Recursos Financeiros Recursos Humanos da Instituição envolvidos no apoio: número Cooperação existente (com quem coopera?) Formas/Tipos de Cooperação Motivação e importância da Cooperação Que outras instituições poderiam estar participando do apoio (Por Programa/Projeto/Ação) APL de Lacticínios - Acari - Jardim de Piranhas - Caicó - Lagoa Nova - Cerro Corá - Santana do Seridó - Cruzeta - São José do Seridó - Currais Novos - Serra Negra do Norte - Florânia - Tenente Laurentino Cruz 01/01/2008 Fortalecer o público alvo do projeto por meio do processo de educação continuada com foco na melhoria da qualidade dos produtos e busca na sustentabilidade do setor. Associações beneficiadas pela EMATER e MDA com tanques de resfriamento de leite; queijeiras que fizeram BPF no Seridó no ano de 2007 e em territórios rurais; e grupos de produtores ligados as usinas de leite e as queijeiras padrão. 83 Leite e derivados em geral Sim. As principais mudanças vieram como resultado das seguintes ações: melhoria no sistema de produção; aperfeiçoamento da relação entre as instituições; a conquista e manutenção de novos mercados; a busca da sustentabilidade da capacitação continuada; a certificação regional (indicação geográfica); a formação continuada de técnicos e produtores de leite; e a educação ambiental. Não informado. Governo do RN, Governo Federal, SEBRAE, BNB. 05 INSTITUCIONALIDADE Os parceiros do SEDEC/RN, neste APL são: o SEBRAE/RN, BNB, a EMATER e a CTq do Queijo. Articulação com os demais agentes do processo. A cooperação proporciona o fortalecimento do setor e conseqüentemente o aumento dos lucros. Não informado APL da Apicultura Informações Específicas das Políticas de Apoio aos APLs (Por Programa/Projeto/Ação) APL da Apicultura Nome - Assú - Lucrécia - Afonso Bezerra - Luís Gomes - Apodi - Marcelino Vieira - Areia Branca - Martins - Baraúna - Messias Targino - Caraúbas - Mossoró - Carnaubais - Pau dos Ferros - Encanto - Portalegre Municípios - Francisco Dantas - Rodolfo Fernandes - Governador Dix-Sept Rosado - São Miguel - Grossos - Serra do Mel - Ipanguaçú - Severiano Melo - Itaú - Tibau - Janduís - Umarizal - João Dias - Upanema 01/01/2008 Data de criação Aumentar a ocupação e renda na cadeia produtiva, bem como a competitividade dos pequenos negócios, dinamizando a atividade apícola, visando sua inserção competitiva no mercado interno e externo, Objetivos superando gargalos em sua estrutura produtiva organizacional e relacional em espaços geográficos definidos. Empresários rurais, cooperativas e associações de produtores da cadeia produtiva do mel e integrantes das atividades: de pesquisa científica, do beneficiamento da produção, dos derivados de produtos apícolas, do Público-alvo (beneficiários diretos) comércio, da indústria de máquinas e equipamentos nas regiões Oeste e Vale do Assú. 79 Número: Categoria: O programa/projeto/ação é continuidade de algum outro programa/projeto/ação? Em caso afirmativo, qual? Que mudanças ocorreram? Recursos Financeiros envolvidos (segundo a vigência) Fonte dos Recursos Financeiros Recursos Humanos da Instituição envolvidos no apoio: número Cooperação existente (com quem coopera?) Formas/Tipos de Cooperação Motivação e importância da Cooperação Que outras instituições poderiam estar participando do apoio 14 Apicultura Sim. Programa de Desenvolvimento Solidário. Para auxiliar na profissionalização da cadeia apícola, em junho de 2005 foi inaugurada a Incubadora Agroindustrial de Apicultura de Mossoró (Iagram). O projeto é fruto de uma parceria do SEBRAE/RN com a Fundação Guimarães Duque (FGD), a Escola Superior de Agricultura de Mossoró (ESAM, hoje UFERSA) e a Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). Não informado Governo do RN (SEDEC/RN), Governo Federal, SEBRAE/RN,BNB 05 INSTITUCIONALIDADE O Núcleo trabalha neste APL com uma ampla parceria: governo federal, governo estadual, SEBRAE/RN, UFERSA, Petrobrás, dentre outros. Articulação com os demais agentes do processo. A cooperação proporciona o fortalecimento do setor e conseqüentemente o aumento dos lucros. Não informado Fonte: Elaboração Própria/SIGEOR – Banco de dados do SEBRAE, 2009. Quadro 17 – Caracterização do apoio aos APLs Priorizados - Núcleo Estadual de Apoio no Rio Grande do Norte – 2008-2009 4.5 FUNCERN A FUNCERN identifica os seguintes Arranjos produtivos: o APL do Petróleo e Gás, na região Oeste do estado; o APL da Apicultura, na região do Baixo Assú; o APL dos Laticínios e dos Bordados, na região do Seridó, dentre outros. Num contexto mais restrito a instituição forneceu apoio direto aos APLs do Petróleo e Gás, dos bordados e do Turismo, embora venha aprofundando o apoio a outros APLs como, por exemplo, o caso da produção de mel. Atualmente vários APLs estão sendo apoiados pela FUNCERN, a exemplo do Petróleo e Gás, através do “Projeto de Diagnóstico da Cadeia Produtiva do Petróleo e Gás”. Em relação a este APL deve ser registrado que a instituição está fortemente comprometida com a tarefa de organização da REDEPETRO. No APL da Apicultura, localizado no Vale do Assú, a FUNCERN tem se comprometido com a organização de significativa parte do processo de produção do mel. Assim, foram construídas uma indústria para o processamento do mel, bem como algumas casas de mel. Também foi montada uma Cooperativa que viabilizou a comercialização do produto junto à CONAB. A produção cooperativada permitiu aos associados manter a regularidade da oferta, fator indispensável para produção tendo em vista o mercado. Os APLs da Fruticultura, dos Laticínios e dos Pegmatitos têm recebido assistências sistemáticas do Campus IFRN em Currais Novos, com cursos de qualificação profissional nas áreas de boas práticas de fabricação e através de seminários para discussão das necessidades desses APLs. A FUNCERN, através de sua consultoria, fez um diagnóstico na região do Pólo de Currais Novos onde ainda foram identificados os seguintes APLs: Ovinocaprinocultura, Fruticultura, Laticínios e Pegmatitos, o que tem corroborado com o ideário de assessoria conjunta ao APLs selecionados pela FUNCERN. 80 Pode-se acrescentar ainda que na atualidade as principais formas de apoio desta instituição aos APLs no estado têm sido o mapeamento dos mesmos através da identificação de suas formas de trabalho e produção, bem como do atendimento às pequenas e médias empresas, via consultoria, na perspectiva de orientar projetos e políticas públicas de acordo com as necessidades desses APLs identificados. No que tange as questões específicas por programa, a FUNCERN informou à equipe de pesquisa RN apenas o caso do APL relativo a Apicultura localizado na região do Vale do Assú, como exposto no Quadro 18 a seguir. Informações Específicas das Políticas de Apoio aos APLs (Por Programa/Projeto/Ação) APL de Apicultura Nome Vale do Assú Municípios 2005 Data de criação Formar e implantar núcleos sustentáveis de apicultores para a Objetivos produção de mel. Apicultores independentes; apicultores de assentamentos; Público-alvo (beneficiários diretos) comunidades rurais da região do Vale do Assú e Mato Grande. 750 pessoas capacitadas e certificadas pelo IFRN. Número: Produtores rurais de micro e pequeno porte. Categoria: Não, embora venha seguindo uma seqüência “evolutiva”. O projeto teve início em 2005. Em sua primeira fase atingiu seus objetivos com a implantação de 26 núcleos apícolas; formou uma Cooperativa dos Apicultores do Vale do Assú (COOPEVALE-ASSÚ); construiu e equipou uma usina escola de beneficiamento do mel, no Campus do IFRN em Ipanguaçu, além de ter instalado nesta unidade de ensino um viveiro de plantas nativas e frutíferas. Em sua segunda 2ª fase, o projeto teve como objetivo o fortalecimento e a complementação de 26 (vinte e seis) núcleos sustentáveis de apicultura implantados no ano de 2005 (1ª etapa); implantação de 06 (seis) novos núcleos de apicultura sustentáveis e complementação das instalações e equipamentos necessários para a adequação da usina-escola de mel; construição, em regime de mutirão local, de 6 (seis) mini-casas do mel, classificadas como base de campo, nos municípios de Assú, Afonso Bezerra, Guamaré, Ipanguaçu e Porto do Mangue, além de, complementar as instalações da usina-escola de mel (salas de aproveitamento do mel e sub-produtos apícolas). Nesses núcleos foram distribuídas, na 1ª etapa, 1.000 colméias; capacitadas 500 pessoas na atividade apícola, em oficinas temáticas O programa/projeto/ação é desenvolvidas nos assentamentos abordando a instalação adequada continuidade de algum outro dos apiários; capturas de abelhas; manejo dos apiários; colheita, programa/projeto/ação? transporte e armazenamento do mel; boas práticas de fabricação do mel (BPF) e beneficiamento do mel; educação ambiental na Em caso afirmativo, qual? perspectiva combater o desmatamento da caatinga e queimadas com implantação de mudas frutíferas e plantas nativas sendo distribuídas Que mudanças ocorreram? nos assentamentos, além de plantas em regime de mutirão; noções de cooperativismo e comercialização do mel. Na segunda etapa do projeto, deu-se continuidade à capacitação dos 500 participantes dos núcleos apícolas já implantados e dos mais de 250 participantes dos 6 núcleos que foram incluídos no projeto do mel, período de 2007-2008, totalizando 750 pessoas capacitadas e certificadas pelo IFRN CAMPUS NATAL – CENTRAL, como apicultores. Sobre a produção e comercialização do mel, tem totalizado aproximadamente 30mil kg do mel do projeto, pois os apicultores já produziram e adquiriram colméias possuindo assim inúmeras colméias particulares. Do projeto totalizam 1.500 colméias distribuídas nos 32 assentamentos e comunidades rurais. Comercialização: COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO – CONAB compra a produção, via cooperativa COOPAVALE-ASSÚ e distribui na merenda das escolas; asilos; presídios; hospitais, creches, ONGs etc. Comercialização para a indústria alimentícia local e regional. 81 Recursos Financeiros envolvidos (segundo a vigência) Fonte dos Recursos Financeiros Recursos Humanos da Instituição envolvidos no apoio: - Número Cooperação existente (com quem coopera?) Formas/Tipos de Cooperação Motivação e importância da Cooperação Que outras instituições poderiam estar participando do apoio De março de 2005 a Setembro de 2006 no valor de R$ R$ 427.223,96 De 2008: R$ 140.983,91 Programa Fome Zero/Petrobrás Convênio da Petrobras com a Fundação de Apoio à Educação e ao Desenvolvimento Tecnológico do Rio Grande do Norte (FUNCERN), Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN) Campus Natal e parceria com 10 (dez) prefeituras dos municípios envolvidos. 06 Servidores do IFRN, 11 Consultores e 02 Alunos. INSTITUCIONALIDADE Existe uma grande cooperação entre as entidades envolvidas, sobretudo entre a FUNCERN e o IFRN. As iniciativas são muitas vezes programadas por ambas as instituições no sentido de demarcação das diversas ações competentes, que visam atender problemas comuns e específicos que derivam geralmente das reuniões entre as instituições e os APLs. Sem a parceria seria mais difícil atender as demandas dos APLs, dado que a FUNCERN cria as condições para que o IFRN atue diretamente junto aos mesmos na aplicação de diversas atividades de formação e especialização. Por outro lado, a parceria viabiliza a execução de maior parte das metas traçadas. A instituição responde que não se aplica. Contudo, em entrevista, ficou nítido que muitas outras instituições de ensino e fomento ao desenvolvimento local e regional, que já atuam no estado do Rio Grande do Norte, poderiam perfeitamente se encaixar nessas parcerias. Fonte: Elaboração Própria/FUNCERN – Roteiro de Entrevista, 2009. Quadro 18 – Caracterização do apoio ao APL da Apicultura - FUNCERN - 2008-2009 Apesar de todos esses esforços, para a FUNCERN os desafios ainda são grandes, embora existam vários instrumentos competentes de intervenção na realidade. Em relação a sua atuação no interior foi possível observar que ainda há uma forte resistência do homem do campo às mudanças necessárias ao desenvolvimento de suas atividades produtivas, apesar do mesmo receber sistematicamente qualificações gerais e específicas. Os mesmos têm dificuldades com as mudanças de hábitos para a melhoria da produção, dentre outros. Segundo a FUNCERN, uma das vantagens de atuar junto aos APLs aqui no estado é que os mesmos estão concentrados em um determinado território e pelo fato de estarem mapeados pelo Núcleo de apoio ao APLs. Os desafios partem desde a baixa escolaridade dos produtores, a resistência que os mesmos têm às mudanças – como já mencionado anteriormente, o que faz atrasar os processos. 4.6 IFRN Em relação ao IFRN foi possível recolher as seguintes informações sobre algumas questões específicas acerca do seu apoio a APLs: Informações Específicas das Políticas de Apoio aos APLs (Por Programa/Projeto/Ação) Cadeia Produtiva do Petróleo e Gás Nome Não Declarado Municípios 01/05/2005 Data de criação Apoiar o desenvolvimento competitivo de fornecedores de bens e Objetivos serviços. Público-alvo (beneficiários diretos) Fornecedores do setor de petróleo e gás. 82 60 Micro, pequenos e médios empresários. Número: Categoria: O programa/projeto/ação é continuidade de algum outro programa/projeto/ação? Em caso afirmativo, qual? Que mudanças ocorreram? Recursos Financeiros envolvidos (segundo a vigência) Fonte dos Recursos Financeiros Recursos Humanos da Instituição envolvidos no apoio: - Número Não 2005-2008= aproximadamente R$ 2,4 milhões. SEBRAE, PETROBRAS e PROMINP. Professores de graduação: 06 Bolsistas: 04 INSTITUCIONALIDADE Cooperação existente (com quem coopera?) Formas/Tipos de Cooperação Motivação e importância da Cooperação Que outras instituições poderiam estar participando do apoio BNB Financiamento de capital de giro e infra-estrutura a fornecedores. Desenvolvimento regional Prefeituras dos Municípios onde há atividades produtivas. Fonte: Elaboração Própria/IFRN – Roteiro de Entrevista, 2009. Quadro 19 – Caracterização do apoio ao APL da Cadeia Produtiva do Petróleo e Gás – IFRN - 2008-2009 No período 2008-2009 o Banco do Brasil apóia os seguintes APLs. Registra-se que não foram apresentadas de forma detalhada as ações realizadas por APL apoiado. APL Bordados de Caicó Tecelagem de Jardim de Piranhas Cerâmica Piscicultura Água Mineral da Grande Natal Polpa de Fruta Gema Bovinocultura Caprinocultura Território Caicó Jardim de Piranhas Carnaúba dos Dantas Parelhas Ceará-Mirim Natal Parnamirim Macaíba Extremoz Não informado Não informado Não informado Não informado Fonte: Roteiro de Entrevista, 2009. (Elaboração própria) Quadro 20 – Os Arranjos Produtivos Locais apoiados pelo Banco do Brasil no Rio Grande do Norte – 2008-2009 O Banco do Nordeste do Brasil também apóia inúmeros APLs, conforme se observa no Quadro que segue. Da mesma forma, registra-se que não foram apresentadas de forma detalhada as ações realizadas por APL apoiado. CADEIA PROTUTIVA/APL Cerâmica Bovinocultura de Leite Ovinocaprinocultura Localização Geográfica Assú, Itajá, Campo Grande, Ipanguaçu e Carnaubais Messias Targino, Assú, Carnaubais, Itajá e Ipanguaçu. Angicos, Pedro Avelino, Afonso Bezerra, Lajes, Fernando 83 Bovinocultura de Leite Apicultura Bovinocultura de Leite Bovinocultura de Leite Têxtil/Confecção Bovinocultura de Leite Mineração Bovinocultura de Leite Petróleo e Gás Petróleo e Gás Bovinocultura de Leite Petróleo e Gás Turismo Bovinocultura de Corte Turismo Bovinocultura de Leite Ovinocaprinocultura Ovinocaprinocultura Avicultura Bovinocultura de Leite Bovinocultura de Corte Mandiocultura Pedrosa , Santana do Matos e Pedra Preta Afonso Bezerra, Angicos, Fernando Pedrosa, Lajes, Pedro Avelino, Santana do Matos e São Rafael Apodi, Caraúbas, Itaú, Felipe Guerra, Severiano Melo, Rafael Godeiro e Rodolfo Fernandes. Apodi, Caraúbas, Felipe Guerra, Itaú, Olho D'água do Borges, Patu, Rafael Godeiro, Rodolfo Fernandes e Severiano Melo. Caicó, Jucurutu, São José do Seridó, Cruzeta, São João do Sabugi, Ipueira, São Fernando, Jardim de Piranhas, Timbaúba dos Batistas, Serra Negra do Norte. Caicó, Jardim de Piranhas, Jucurutu, São José do Seridó, Serra Negra do Norte, São Fernando, Timbaúba dos Batistas, Ipueira, Cruzeta, São João do Sabugi. Jardim do Seridó, Ouro Branco, Carnaúba dos Dantas, Parelhas, Equador, Santana do Seridó. Currais Novos, Acari, Bodó, Cerro Corá, Parelhas, Lages Pintadas, São Tomé, Ouro Branco, Equador. Currais Novos, Cerro Corá, Acari, Tenente Laurentino Cruz, Bodó, Florânia, São Vicente e Lagoa Nova. Mossoró Macau, Guamaré, Pendências e Alto do Rodrigues São Paulo do Potengi, São Pedro, Ielmo Marinho, Riachuelo, Santa Maria, Macaíba, Natal, Bom Jesus. Natal, Macaíba, Parnamirim. Senador Georgino Avelino, Nísia Floresta, Parnamirim, Natal e Extremoz. São Miguel do Gostoso, Taipu, Parazinho, Caiçara do Norte, Pedra Grande, Pureza, São Gonçalo do Amarante Pureza, Ceará-Mirim, Maxaranguape, Rio do Fogo, Touros, São Miguel do Gostoso, Parazinho, Pedra Grande, Caiçara do Norte e São Bento do Norte. Água Nova, Alexandria, Antônio Martins, Coronel João Pessoa, Doutor Severiano, Encanto, Francisco Dantas, José da Penha, Marcelino Vieira, Paraná, Pau dos Ferros, Portalegre, Rafael Fernandes, Riacho da Cruz, Riacho de Santana, São Francisco do Oeste, São Miguel, Tenente Ananias, Umarizal e Venha-Ver. Água Nova, Alexandria, Almino Afonso, Antonio Martins, Cel. João Pessoa, Dr. Severiano, Encanto, Francisco Dantas, Frutuoso Gomes, João Dias, José da Penha, Lucrécia, Luís Gomes, Major Sales, Marcelino Vieira, Martins, Paraná, Pau dos Ferros, Pilões, Portalegre,Rafael Fernandes, Riacho da Cruz, Riacho de Santana, São Francisco do Oeste, São Miguel, Serrinha dos Pintos, Tabuleiro Grande, Tenente Ananias, Umarizal, Venha Ver, Viçosa. Santa Cruz, Japi, São Bento do Trairi, Campo Redondo, Coronel Ezequiel, Lajes Pintadas, Sítio Novo, Tangará, São José do Campestre, São Tomé. Santa Cruz, Sítio Novo, São José do Campestre. Monte Alegre, Brejinho, Santo Antonio e Serra Caiada Brejinho, Espírito Santo, Goianinha, Montanhas, Monte Alegre, Nova Cruz, Passagem, Pedro Velho, Santo Antonio, São José de Mipibú e Vera Cruz Boa Saúde, Brejinho, Lagoa D'Anta, Lagoa de Pedras, Lagoa Salgada e Vera Cruz. Fonte: Roteiro de Entrevista, 2009. (Elaboração própria) Quadro 21 – Os Arranjos Produtivos Locais apoiados pelo Banco do Nordeste no Rio Grande do Norte – 2008-2009 84 Capítulo 5 OS DEMAIS ARRANJOS NÃO APOIADOS 5.1 Os arranjos identificados nos mapeamentos existentes e que não estão sendo estimulados por políticas para APLs no estado No estado do Rio Grande do Norte, considerando o período de 2008-2009, algumas instituições identificaram APLs no seu mapeamento, mas que não estão sendo foco das políticas de apoio. Desta forma, as instituições de apoio e promoção direta aos APLs – SEBRAE/RN, FIERN, IEL/RN e o Núcleo Estadual de Apoio aos APLs apresentaram os seguintes arranjos, conforme descrito no Quadro 22, abaixo: Instituição APL APL do Sal APL da Panificação de Mossoró APL do Cal de Mossoró SEBRAE/RN APL da Bonelaria do Seridó APL das Rochas Ornamentais APL da Carcinicultura FIERN APL da Panificação de Mossoró APL da Bonelaria do Seridó IEL/RN APL de Sorvetes e Gelados do RN Núcleo Estadual de Apoio aos APLs no RN APL do Turismo APL Sal Justificativa Não há interesse por parte dos empresários do setor. Sem organização de forma sistêmica, pouco articulado. Grupo sem organização sistêmica no setor, muito disperso. O grupo acabou desintegrando-se, tornou-se disperso, sem governança e passou a ser atendido dentro do APL de Tecelagem. Falta de interesse do próprio setor. Como já existe o cluster do camarão não houve receptividade para a formação de um APL como o conceito requer. A formação ainda é muito incipiente. Deixou de fazer parte dos APLs apoiados pela instituição desde 2006. Setor que necessita de uma mobilização maior devido à competitividade das empresas e que tenha ações voltadas para a melhoria da produção e da qualidade. Setor bastante complexo. Falta de interesse por parte dos empresários do setor. Fonte: Elaboração Própria/Roteiro de entrevista, 2009. Quadro 22 – Relação dos APLs identificados, mas que não são foco das políticas de apoio pelas instituições no Rio Grande do Norte – 2008-2009 Nas demais instituições que promovem algum tipo de apoio aos APLs no estado do Rio Grande do Norte, o Banco do Nordeste, por exemplo, cita as cadeias produtivas atualmente identificadas, apoiadas, mas não priorizados e que englobam as seguintes atividades: • Água Mineral • Fruticultura • Floricultura • Algodão • Movelaria 85 • Sal Marinho • Aqüicultura/Piscicultura • Cachaça • Polpa de Frutas. 5.2 Os arranjos não incluídos em listagens/mapas estaduais de APLs – “não” identificados/vazios (de acordo com o conhecimento tácito dos pesquisadores de cada estado) Tendo em vista a caracterização de APLs predominante no estado, é possível afirmar que inúmeras outras atividades, também economicamente importantes para certas localidades poderiam ser foco das políticas de apoio. Este fato sugere que caberia precisar melhor o conceito de APL, bem como a metodologia utilizada para a identificação destes por parte das diferentes instituições que atuam a partir desta visão (APOLINÁRIO e SILVA, 2007). Logo, indicar os APLs ausentes das listagens desenvolvidas pelas diferentes instituições pressupõe esforços no sentido consensuar um conceito e metodologia comum, não necessariamente rígido, de maneira a evitar eventuais superposições de políticas e apoios em favor de determinadas atividades (ex: uma atividade figura, ao mesmo tempo, como APL e como cadeia produtiva). Admitindo o formato usualmente utilizado para identificar os arranjos, estariam ausentes da listagem de APLs priorizados várias atividades economicamente importantes para determinadas localidades. Trata-se de atividades que muitas vezes guardam significativa ou parcial sensibilidade para ações cooperativas e inovativas e que, portanto, necessitariam ser visualizadas e apoiadas (identificação, caracterização/diagnóstico, promoção). A partir do conhecimento tácito esta equipe identifica as seguintes possibilidades de APLs não identificados/vazios. A perspectiva é de que a sua visibilidade contribua para mitigar a pobreza, gerar ocupação e renda, dar suporte à sustentabilidade urbana, valorizar a cultura local, inibir eventuais prejuízos trabalhistas e ambientais e/ou estimular a inovação e as vocações produtivas locais. São exemplos: • Pesca artesanal; • Pesca industrial; • Festas populares; • Festas religiosas; • Biodiesel dos assentamentos rurais; • Turismo de negócios em Natal; • Turismo religioso no Seridó; • Turismo ecológico do semi-árido potiguar; • Turismo ecológico do litoral potigual; • Turismo gastronômico do Seridó; 86 • Turismo gastronômico de Pipa; • Turismo de aventura do sertão do RN; • Artesanato; • Reciclagem de lixo da Região Metropolitana de Natal; • Música da Região Metropolitana de Natal. Na visão do BNB entre os arranjos não identificados destaca-se os da cana-de-açúcar e seus derivados e da horticultura. Segundo esta instituição os recursos disponibilizados para as linhas de crédito mais diretamente vinculadas às atividades dos arranjos têm crescido e superado as metas estabelecidas em todos os anos. Em 2008, estava previsto o desembolso de R$ 38 milhões e as operações atingiram R$ 71 milhões. Para 2009, a meta estabelecida foi elevada para 51 milhões, mas a expectativa é ultrapassá-la. A meta, na realidade, não se constitui em um limite, podendo ser ampliada de acordo com as necessidades. Enfim, não se registrou restrição orçamentária e financeira em nenhum dos anos em que o banco vem atuando na perspectiva do desenvolvimento territorial. Portanto, as atividades não apoiadas, “vencidos os obstáculos identificados em sua organização ou estrutura”, poderão passar a receber o apoio do Banco. 87 CONCLUSÕES De forma geral, no estado do Rio Grande do Norte, para as instituições de apoio e promoção direta aos APLs - SEBRAE/RN, FIERN, IEL/RN e o Núcleo de Apoio aos APLs - o conceito de APL é visto como a aglomeração de um número significativo de empresas que atuam em torno de uma atividade produtiva principal. Também consideram a dinâmica do território em que essas empresas estão inseridas, tendo em vista o número de postos de trabalho, faturamento, mercado, potencial de crescimento, diversificação, entre outros aspectos. A despeito de atuarem a partir de um conceito, registram algumas dificuldades quanto à caracterização e operacionalização das ações a partir dos arranjos. Entre as Instituições de fomento que fazem parte do Núcleo Estadual de Apoio aos APLs há uma diversidade significativa em relação à adoção do conceito e sua utilização nas operações com as empresas. O Banco do Brasil, por exemplo, adota o seguinte conceito – APLs são arranjos produtivos compostos por produtores de um produto similar, localizados em determinado espaço, que pode corresponder a um ou vários municípios. Tal conceito é utilizado na identificação e seleção dos APLs priorizados desde 2006, não havendo alteração deste então. O BNB atuava a sob a perspectiva do desenvolvimento territorial agregando, a partir de 2006, o conceito de aglomerados. Em 2007, passou a trabalhar com o conceito de cadeias produtivas, considerado mais amplo e que atende melhor aos objetivos da Instituição. Com essa abordagem, o BNB defende que pode trabalhar diferentes APLs distribuídos no território de competência de suas agências, de forma a adensar e integrar as cadeias produtivas identificadas. A AGN, apesar de fazer parte ativa do Núcleo Estadual de Apoio aos APLs, não utiliza esse conceito em suas atividades, embora preste apoio às empresas de diversos segmentos identificados como pertencentes aos APLs pelos demais parceiros. Para o BB e o BNB, a implementação do Núcleo Estadual de Apoio aos APLs não envolveu qualquer alteração na visão geral dos conceitos empregados na identificação e seleção dos arranjos. Contudo, admite que a organização do Núcleo ampliou as possibilidades de suas atuações, por facilitar a identificação e o acesso às empresas pertencentes aos APLs, principalmente aqueles que contavam com o apoio dos principais parceiros, como o SEBRAE/RN, FIERN, IEL/RN. Para os bancos, o fortalecimento da governança dos arranjos e das respectivas empresas reduz o risco envolvido nas operações de crédito e financiamento. Com relação às Instituições de ensino e pesquisa que atuam de forma direta com APLs, pode-se concluir que nos últimos anos têm aprofundado e sedimentado suas parcerias com apoio a várias atividades associadas aos Arranjos Produtivos Locais (APLs). Dentre estas destaca-se que duas instituições (FUNCERN e o IFRN) foram incorporando paulatinamente em suas metodologias de trabalho e de 88 intervenção na realidade econômica e social local o conceito de APL, dado que suas primeiras assessorias estavam mais próximas do que se poderia classificar de cadeia produtiva. Todavia, deve-se registrar que embora estas instituições tenham adotado o conceito de APL, alguns dos seus técnicos ainda desempenham suas funções de acordo com o conceito de cadeia produtiva, o que ficou implícito, ao menos, em relação à assessoria e consultoria direcionada às atividades petrolíferas no estado. Observe-se que um dos programas/projetos – onde ambas as instituições dão apoio – chama-se exatamente Cadeia Produtiva do Petróleo e Gás. Apesar das controvérsias, tanto a FUNCERN quanto o IFRN observaram avanços significativos na qualidade da produção, das técnicas de produção, no uso de tecnologias mais simples utilizadas por APLs que foram beneficiados por seus apoios – em parceira com outras instituições – podendo ser citados os da Apicultura, da Água Mineral e dos Bordados. Também registram que houve alteração dos indicadores sócioeconômicos de alguns arranjos. A despeito do exposto, a ação a partir deste enfoque também aflorou alguns entraves, notadamente entre as comunidades interioranas onde a ruptura com as arcaicas formas de produzir bens e serviços e de relacionamentos entre os agentes sociais continuam muitas vezes sendo um grande obstáculo à assimilação dos novos conceitos de desenvolvimento econômico e integração social. Outro fator de entrave ao avanço das atividades de apoios aos APLs no estado, de acordo com o representante do IFRN, é exatamente a falta de relação existente entre os interesses de muitos atores (instituições e APLs e, por vezes, entre eles próprios). Para a FUNCERN os desafios ainda são muitos. A superação dos mesmos passa pelo compromisso em dotar os agentes dos APLs do mínimo de formação cultural e educacional (formal) até a “resolução” das incipientes carências políticas (governança, etc.) e econômicas (melhor e maior acesso ao crédito, aos pacotes tecnológicos, aos incentivos fiscais do estado e, em alguns casos, dos municípios, dentre outros). A análise e interpretação do discurso dos entrevistados e dos documentos relativos às instituições de pesquisa, assistência técnica e extensão rural, meio ambiente e representação sindical dos agricultores familiares e trabalhadores rurais, respectivamente, FAPERN, EMPARN, EMATER, IDEMA e FETARN, mostraram que as expressões Arranjo Produtivo Local, Cadeia Produtiva, Cadeia Agroindustrial e cluster são utilizados de forma semelhante por todos os entrevistados, embora o conceito de cadeia produtiva ou cadeia agroindustrial seja freqüentemente o mais citado. Na realidade, o conceito de cadeia produtiva parece estar presente no imaginário destes entrevistados como uma espécie de organização em rede que possibilita a agregação de valor, uma vez que inclui relações de encadeamento e complementaridade entre os agentes econômicos e destes com o Estado, através de suas políticas macroeconômicas e setoriais, o que ultrapassaria o conceito de APL. Assim entendido, pode-se afirmar, portanto, que o conceito de APL foi apreendido de forma limitada ou não foi aceito de fato pelas organizações supracitadas, isto porque os Sistemas Produtivos e Inovativos Locais, comumente conhecidos como APLs, dizem respeito à um novo olhar e nova forma de fazer política 89 que abrange as mais variadas atividades econômicas, inclusive as tradicionais e informais, de diferentes portes e setores, operando em nível local ou não, o que inclui elos produtivos e/ou cadeias produtivas. Outra questão é que num cenário onde predomina uma cultura local ainda marcada pela figura do Estado provedor, que tudo financia e assume todos os riscos, o protagonismo de empresários e de agricultores familiares ligados a alguns APLs foi citado como exemplo de relações novas entre o Estado e o mercado ou entre o Estado e as organizações da sociedade civil, que superam as velhas relações paternalistas que ainda existem na cultura da administração pública brasileira e do Rio Grande do Norte em particular. Por outro lado, reivindica-se uma postura antecipatória do Estado, como instância de realização de estudos e pesquisas dirigidas pelas demandas, tanto no campo da produção, quanto da logística, mercados, fluxos e canais de comercialização e mecanismos de formação de preços nos mercados nacionais e/ou internacionais. Tais projetos devem nascer dos problemas concretos vivenciados pelos agentes econômicos e sociais, isto é, empresários, cooperativas, associações e agricultores familiares, somados aos estudos/projetos dos pesquisadores, em função dos editais de pesquisas. Por esta razão, APLs potencialmente ou atualmente importantes, não foram identificados, nem tampouco apoiados. Para esses APLs, assim como para os demais, a organização é vital. Sem organização interna, cooperação, mercado, logística, ambiente institucional favorável, dentre outros quesitos, dificilmente os arranjos terão visibilidade e se desenvolverão de forma sustentável, concluem a FAPERN, EMPARN, EMATER, IDEMA e FETARN. As Instituições de apoio e promoção direta e de financiamento e fomento reportaram como maior entrave para a ampliação de sua atuação junto aos APLs a governança, representada pela presença de um líder capaz de aglutinar os interesses do grupo, diagnosticar os problemas existentes e encaminhar as soluções junto aos parceiros do Núcleo. Além desses problemas, o grau de organização dos APLs, deficiências logísticas, estruturais e relacionadas ao meio-ambiente e à vigilância sanitária são gargalos marcantes em alguns dos APLs não apoiados. No que diz respeito às instituições financeiras, a necessidade de submissão às normas do Sistema Bancário é a principal restrição à sua atuação. Mesmo a agência estadual não dispõe de recursos específicos alocados para as atividades e empresas pertencentes aos arranjos. Da trajetória sintetizada acima é possível extrair ainda as seguintes análises. Observa-se uma clara aceitação das potencialidades do apoio às mais variadas atividades econômicas levando-se em conta o entorno destas (agentes econômicos e suas interações entre si, e ainda, as interações destes com os atores institucionais); portanto, dando importância e visibilidade ao sistema como um todo. Logo, é possível afirmar que a noção de Sistemas Produtivos e Inovativos Locais – SPILs, comumente chamado de APLs, está presente em inúmeras ações/programas/projetos implementados pelos vários organismos entrevistados. Contudo, apesar de tal constatação, registram-se também dois importantes momentos desta aceitação. Um primeiro refere-se ao esforço em operacionalizar o apoio a partir desse protagonismo local. Para tanto 90 foram criados espaços formais visando o diálogo, sendo o Núcleo Estadual de Apoio aos APLs o principal exemplo; seguido da formação de Comitês Gestores; escolha de Gestores de APLs; escolha da Governança dos APLs, dentre outras variantes, tudo isto tentando dar forma física à uma forma abstrata de se reconhecer e promover o desenvolvimento e a competitividade de uma atividade econômica. Este esforço mostrou-se particularmente importante na medida em que são canais para a busca de solução das demandas e gargalos dificilmente solucionáveis ao nível da empresa individualmente. No todo ou em parte muitas ações de promoção aos APLs foram construídas coletivamente e utilizando estes canais, são exemplos: participação em editais, escoamento da produção, participação em feiras, capacitação, acesso à mercados, transferência de tecnologias, dentre outros. Adverte-se que esta institucionalidade criada em momento algum está imune aos conflitos comuns às relações sociais entre diferentes atividades e atores que buscam ascensão política, econômica e social. Outro momento da aceitação deste enfoque sistêmico, que caracteriza a noção de APLs, se dá a partir da sua negação, precisamente crítica quanto à sua operacionalização. Ressalta-se que em momento algum foram registradas críticas quanto às vantagens do olhar sistêmico sobre as atividades econômicas. Contudo, alguns organismos de apoio e promoção deixam a entender que o conceito de APLs sofre de uma “abstração congênita”, o que dificultaria a operacionalização dos projetos, programas, financiamentos, editais, dentre outras. No entendimento desta equipe algumas questões podem contribuir para elucidar tal dificuldade. Primeiramente estes novos óculos reivindicam/provocam uma série de inovações no modus operandi dos organismos, mudanças que de fato estão ocorrendo. Contudo, isto ocorre de forma lenta e gradual se comparada à velocidade com que o termo, cunhado dentro da academia (REDESIST/IE/UFRJ), transborda e é absorvido pelas instituições de apoio e promoção aos APLs, ganhando ritmo e trajetória próprios. Logo, a aceitação do conceito e uso do enfoque em APLs se dá pela também negação, porque parece reivindicar uma condição indispensável para a consolidação destes – o protagonismo dos atores locais ao atuarem como um sistema. Assim, verifica-se que, a despeito de todos os esforços registrados, a maioria dos organismos entrevistados no Rio Grande do Norte possui uma significativa experiência/trajetória em lidar com arranjos melhor estruturados, consolidados, o que é um mérito. Contudo, uma tímida trajetória de endogenia nas ações/programas/projetos de apoio ao desenvolvimento regional/local e incentivo à competividade, a qual se reflete na fraca e quase desconhecida trajetória em construir e operacionalizar soluções para os menos visíveis, de dentro para fora, de baixo para cima. A isto se soma o desafio colocado a todos de construir formas de apoio/promoção consoantes com esta nova forma de olhar, sendo exemplo a rigidez da política creditícia, política tributária, política fiscal, política de desenvolvimento regional/local, que exclui inúmeros APLs. Isto posto, admite-se que o enfoque reivindica uma verdadeira metamorfose nas formas de pensar e agir dos agentes econômicos e institucionais envolvidos. 91 Logo, o conceito de APLs é criticado não por suas vantagens sistêmicas, mas muito mais pelas mudanças e desafios que impõe. Por isto a sua negação/crítica é ao mesmo tempo afirmação de sua importância. 92 REFERÊNCIAS APOLINÁRIO, Valdênia e SILVA, Maria Lussieu. Política para arranjos e sistemas produtivos e inovativos locais: experiência estadual. In: Seminário Internacional “Dez Anos de Sistemas e Arranjos Produtivos e Inovativos Locais. Rio do Janeiro: BNDES/RedeSist, nov/2007. Disponível em: http://www.ie.ufrj.br/redesist. AGÊNCIA DE FOMENTO DO RN – AGN. Linhas Operacionais. http://www.agn.rn.gov.br/linhasoperacionais.asp. Acesso em: 01 jun. 2009. Disponível em: BANCO DO NORDESTE DO BRASIL – http://www.bnb.gov.br. Acesso em: 28 maio 2009. Disponível em: BNB. Nordeste Territorial. BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). SAGI. Matriz de Informação Social 2007. Brasília, DF, 2007. Disponível em: http://www.mds.gov.br. Acesso em: 1 jun. 2009. ______. Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Arranjos Produtivos Locais. Disponível em: http://www.mdic.gov.br. Acesso em: 2 jun. 2009. ______. Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Termo de Referência para Política Nacional de Apoio ao Desenvolvimento de Arranjos Produtivos Locais. Versão Final, em 16 de Abril de 2004. Disponível em: http://www.mdic.gov.br. Acesso em: 2 jun. 2009. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Contagem da população 2007. Rio de Janeiro, 2007. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/contagem2007/default.shtm. Acesso em: 1 jun. 2009. ______. Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Contas Nacionais, Contas Regionais do Brasil 2003-2006, n. 25, Rio de Janeiro: IBGE, 2008. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/contasregionais/2003_2006/default.shtm. Acesso em: 1 jun. 2009. INSTITUTO EUVALDO LODI DO RN – IEL/RN. Arranjos Produtivos Locais. Disponível em: http://www.rn.iel.org.br. Acesso em: 29 mai. de 2009. INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RIO GRANDE DO NORTE – IFRN. Disponível em: www.ifrn.edu.br. Acesso em: 1 jun. 2009. LASTRES, Helena M. M., CASSIOLATO, José Eduardo (orgs.). Estratégias para o Desenvolvimento Um enfoque sobre Arranjos Produtivos Locais do Norte, Nordeste e Centro-Oeste Brasileiros. Rio de Janeiro: E-paper, 2006. LASTRES, Helena M., CASSIOLATO, José Eduardo, CAMPOS, Renato. Arranjos e sistemas produtivos e inovativos locais: vantagens do enfoque. IN: LASTRES, Helena M. M., CASSIOLATO, José Eduardo (orgs.). Estratégias para o Desenvolvimento - Um enfoque sobre Arranjos Produtivos Locais do Norte, Nordeste e Centro-Oeste Brasileiros. Rio de Janeiro: E-paper, 2006. PORTAL DO ALGODÃO – Arranjo Produtivo Local do Algodão do Rio Grande do Norte. Disponível em: http://200.164.229.147:8080/portal_algodao/index.php. Acesso em: 1 jun. 2009. 93 ROTEIRO DE ENTREVISTA. In: TERMO DE REFERÊNCIA DO PRODUTO 2. PROJETO DE PESQUISA – Análise do mapeamento e das políticas para arranjos produtivos locais no Norte, Nordeste e Mato Grosso e dos impactos dos grandes projetos federais no Nordeste. Depoimentos dos Representantes das Instituições de Apoio aos APLs no Rio Grande do Norte. Entrevistadores: equipe de pesquisa do RN. Natal, 2009 SECRETARIA DE ESTADO DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO DO RN. Oficina Estadual do Núcleo de Apoio aos APLs – PALESTRAS. Disponível em: http://www.sedec.rn.gov.br/downloads_ppt.asp. Acesso em: 2 jun. 2009. SECRETARIA DE ESTADO DO PLANEJAMENTO E DAS FINANÇAS DO RIO GRANDE DO NORTE – Instituto de Desenvolvimento Econômico e do Meio Ambiente (IDEMA). Anuário Estatístico do Rio Grande do Norte – 2007. Disponível em: http://www.idema.rn.gov.br/anuario.asp. Acesso em: 3 jun. 2009. SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS – SEBRAE. Termo de Referência para Atuação do Sistema SEBRAE em Arranjos Produtivos Locais. Julho, 2003. SISTEMA DE INFORMAÇÃO DA GESTÃO ESTRATÉGICA ORIENTADA PARA RESULTADOS – SIGEOR. Banco de Dados do SEBRAE. Disponível em: http://www.sigeor.sebrae.com.br. Acesso em: 2 jun. 2009. TERMO DE REFERÊNCIA DO PRODUTO 2. PROJETO DE PESQUISA – Análise do mapeamento e das políticas para arranjos produtivos locais no Norte, Nordeste e Mato Grosso e dos impactos dos grandes projetos federais no Nordeste. Natal, maio 2009. 94 ANEXOS Planilha I: Lista de APLs identificados e apoiados: APL Atividade Produtiva Principal (CNAE*) APL da Apicultura (Melhoramento Apícola nas regiões Oeste e Vale do Assu) 0159 APL da Cerâmica 234 Localização Geográfica** 2400208 2400307 2401008 2401107 2401453 2402303 2403301 2403707 2403905 2404309 2404408 2404705 2404903 2405207 2405900 2406908 2407005 2407302 2407401 2407609 2408003 2409407 2410207 2410603 2411007 2411056 2412500 2413359 2413607 2414506 2414605 2402303 2400208 Assu Afonso Bezerra Apodi Areia Branca Baraúna Caraúbas Encanto Felipe Guerra Francisco Dantas Governador Dix-Sept Rosado Grossos Ipanguaçu Itaú Janduís João Dias Lucrecia Luís Gomes Marcelino Vieira Martins Messias Targino Mossoró Pau dos Ferros Portalegre Rafael Godeiro Rodolfo Fernandes Tibau São Miguel Serra do Mel Severiano Melo Umarizal Upanema Carnaubais Assu Organização Responsável pelo Apoio SEBRAE/RN, Banco do Nordeste (BNB), Núcleo Estadual de Apoio aos APLs no RN IEL/RN, Banco 95 estrutural do Apodi-Assu APL da Mandioca nas Regiões Agreste e Seridó APL da Mineração do Seridó e Agreste Potiguar APL da Ovinocaprinocultura 0119 / 106 089 0153 2401008 2402600 2404200 2404309 2404705 2404853 2407104 2408904 2412005 2401305 2402303 2401800 2402709 2403806 2405306 2406205 2406304 2406502 2406601 2407104 2407807 2413003 2414159 2414803 2400109 2401651 2402105 2402402 2402709 2403004 2403103 2403400 2403806 2405702 2406809 2408508 2408904 2412906 2400307 2400406 2400505 2400604 2400802 2400901 Apodi Ceará-Mirim Goianinha Governador Dix-Sept rosado Ipanguaçu Itajá Macaíba Parelhas São Gonçalo do Amarante Algusto Severo Carnaubais Brejinho Cerro Corá Florânia Januário Cicco Lagoa D'Anta Lagoa de Pedra Lagoa Nova Lagoa Salgada Macaíba Monte Alegre São Vicente Tenente Laurentino Cruz Vera Cruz Acari Bodó Campo Redondo Carnaúba dos Dantas Cerro Corá Cruzeta Currais Novos Equador Florânia Jardim do Seridó Lajes Pintadas Ouro Branco Parelhas São Tomé Afonso Bezerra Água Nova Alexandria Almino Afonso Angicos Antônio Martins do Nordeste (BNB) SEBRAE/RN, Banco do Nordeste (BNB) SEBRAE/RN, Banco do Brasil, Banco do Nordeste (BNB), FAPERN SEBRAE, Banco do Nordeste (BNB), Banco do Brasil, EMATER 96 2401008 2401701 2402105 2402303 2402808 2402907 2403202 2403301 2403707 2403756 2403905 2404002 2405009 2405108 2405207 2405405 2405801 2405900 2406007 2406700 2406809 2406908 2407005 2407252 2407302 2407401 2408003 2408607 2409407 2409605 2409704 2410009 2410207 2410504 2410702 2410801 2411106 2411205 2411403 2411700 2411908 2412302 2412500 2412906 Apodi Bom Jesus Campo Redondo Caraúbas Coronel Ezequiel Coronel João Pessoa Doutor Severiano Encanto Felipe Guerra Fernando Pedroza Francisco Dantas Frutuoso Gomes Jaçanã Jandaíra Janduís Japi João Câmara João Dias José da Penha Lajes Lajes Pintadas Lucrécia Luís Gomes Major Sales Marcelino Vieira Martins Mossoró Paraná Pau dos Ferros Pedra Preta Pedro Avelino Pilões Portalegre Rafael Fernandes Riacho da Cruz Riacho de Santana Ruy Barbosa Santa Cruz Santana do Matos São Bento do Trairí São Francisco do Oeste São José do Campestre São Miguel São Tomé 97 APL da Tecelagem do Seridó 132 APL de Água Mineral da Grande Natal 112 APL de Lacticínios 1051 APL de Móveis de Natal e Região Metropolitana 162 / 310 APL de Panificação da Grande Natal 472 APL de Poupas, Sucos de Frutas e Água de Coco do RN 103 2413557 2413706 2413805 2414001 2414100 2414506 2414753 2414803 2414902 2402006 2403103 2405603 2408102 2403251 2407104 2403608 2400109 2401008 2401800 2402006 2402709 2403004 2403103 2403806 2405603 2406502 2407104 2411429 2412005 2412401 2413409 2414159 2408102 2403251 2412203 2412005 2408102 2403251 2407104 2402709 2403103 2403608 2404903 2407104 Serrinha dos Pintos Sítio Novo Taboleiro Grande Tangará Tenente Ananias Umarizal Venha-Ver Vera Cruz Viçosa Caicó Currais Novos Jardim de Piranhas Natal Parnamirim Macaíba Extremoz Acari Apodi Brejinho Caicó Cerro Corá Cruzeta Currais Novos Florânia Jardim de Piranhas Lagoa Nova Macaíba Santana do Seridó São Gonçalo do Amarante São José do Seridó Serra Negra do Norte Tenente Laurentino Cruz Natal Parnamirim São José de Mipibu São Gonçalo do Amarante Natal Parnamirim Macaíba Cerro Corá Currais Novos Extremoz Itaú Macaíba SEBRAE/RN, Banco do Brasil IEL/RN, Banco do Brasil Núcleo Estadual de Apoio aos APLs no RN, SEBRAE, EMPARN IEL/RN IEL/RN IEL/RN, Banco do Brasil 98 APL de Telha Cerâmica do Seridó APL dos Bordados do Seridó Aqüicultura na Região Costeira 234 134 032 2407500 2408003 2408102 2410405 2411502 2412005 2413607 2403251 2400109 2402402 2403004 2408904 2405603 2414001 2400109 2405702 2402006 2411809 2402402 2412104 2403004 2413409 2403103 2414308 2401404 2402204 2414209 2404200 2401206 2408201 2412203 2413201 2415008 2403251 2412005 2408102 2407104 2403608 2402600 2408953 2410256 2404507 2401107 2407203 Maxaranguape Mossoró Natal Pureza Santo Antônio São Gonçalo do Amarante Severiano Melo Parnamirim Acari Carnaúba dos Dantas Cruzeta Parelhas Jardim de Piranhas Tangará Acari Jardim do Seridó Caicó São Fernando Carnaúba dos Dantas São João do Sabugi Cruzeta Serra Negra do Norte Currais Novos Timbaúba dos Batistas Baia Formosa Canguaretama Tibau do Sul Goianinha Arês Nísia Floresta São José de Mipibu Senador Georgino Avelino Vila Flor Parnamirim São Gonçalo do Amarante Natal Macaíba Extremoz Ceará-Mirim Rio do Fogo Porto do Mangue Guamaré Areia Branca Macau IEL/RN, Banco do Brasil Núcleo Estadual de Apoio aos APLs no RN, Banco do Brasil SEBRAE/RN, Núcleo Estadual de Apoio aos APLs no RN 99 Artesanato em Palhas e Fibras 162 Artesanato em Rendas e Bordados 329 Avicultura 0155 Biocombustível (Girassol) 0116 2408003 2404408 2411056 2400208 2400703 2406700 2412807 2400109 2402006 2402402 2402709 2403004 2403103 2403400 2403806 2404804 2405603 2405702 2406106 2406502 2408508 2408904 2411429 2411809 2412104 2412401 2413003 2413409 2414159 2414308 2411205 2413706 2412302 2400208 2400406 2400505 2400604 2400901 2401008 2401453 2401602 2405306 2401701 2401800 Mossoró Grossos Tibau Assu Alto do Rodrigues Lajes São Rafael Acari Caicó Carnaúba dos Dantas Cerro Corá Cruzeta Currais Novos Equador Florânia Ipueira Jardim de Piranhas Jardim do Seridó Jucurutu Lagoa Nova Ouro Branco Parelhas Santana do Seridó São Fernando São João do Sabugi São José do Seridó São Vicente Serra Negra do Norte Tenente Laurentino Cruz Timbaúba dos Batistas Santa Cruz Sítio Novo São José do Campestre Assu Água Nova Alexandria Almino Afonso Antônio Martins Apodi Baraúna Bento Fernades Januário Cicco Bom Jesus Brejinho SEBRAE/RN SEBRAE/RN Banco do Nordeste (BNB) EMATER 100 2402303 2402600 2402907 2403202 2403301 2403509 2403707 2404002 2404309 2404606 2404903 2405207 2405801 2405900 2406007 2406205 2406304 2406601 2406908 2407005 2407104 2407252 2407302 2407401 2407609 2407708 2407807 2408003 2408300 2408805 2409100 2409209 2409308 2409407 2409506 2409902 2410108 2410504 2410603 2410801 2411007 2411403 2411502 2411908 Caraúbas Ceará-Mirim Coronel João Pessoa Doutor Severiano Encanto Espírito Santo Felipe Guerra Frutuoso Gomes Governador Dix-Sept Rosado Ielmo Marinho Itaú Janduís João Câmara João Dias José da Penha Lagoa D'Anta Lagoa de Pedra Lagoa Salgada Lucrécia Luís Gomes Macaíba Major Sales Marcelino Vieira Martins Messias Targino Montanhas Monte Alegre Mossoró Nova Cruz Parazinho Passa e Fica Passagem Patu Pau dos Ferros Pedra Grande Pendências Poço Branco Rafael Fernandes Rafael Godeiro Riacho de Santana Rodolfo Fernandes Santana do Matos Santo Antônio São Francisco do Oeste 101 Bovinocultura de Corte 0153 Bovinocultura de Leite 0151 2412005 2412500 2413508 2413557 2413607 2413904 2414100 2414506 2414605 2414704 2414753 2414803 2414902 2401800 2403509 2404200 2407708 2407807 2408300 2409209 2409803 2411502 2412203 2414803 2412559 2413904 2408805 2401859 2409506 2410405 2412005 2407609 2400208 2402303 2404853 2404705 2400307 2400802 2403756 2406700 2409704 2411403 2412807 2401008 São Gonçalo do Amarante São Miguel Serrinha Serrinha dos Pintos Severiano Melo Taipu Tenente Ananias Umarizal Upanema Várzea Venha-Ver Vera Cruz Viçosa Brejinho Espírito Santo Goianinha Montanhas Monte Alegre Nova Cruz Passagem Pedro Velho Santo Antônio São José de Mipibu Vera Cruz São Miguel do Gostoso Taipu Parazinho Caiçara do Norte Pedra Grande Pureza São Gonçalo do Amarante Messias Targino Assu Carnaubais Itajá Ipanguaçu Afonso Bezerra Angicos Fernando Pedroza Lajes Pedro Avelino Santana do Matos São Rafael Apodi Banco do Nordeste (BNB), Banco do Brasil, EMATER Banco do Nordeste (BNB), Banco do Brasil, EMATER 102 2402303 2403707 2404903 2408409 2409308 2410603 2411007 2413607 2402006 2406106 2412401 2403004 2412104 2404804 2411809 2405603 2414308 2413409 2405702 2408508 2402402 2408904 2403400 2411429 2403103 2402709 2400109 2414159 2401651 2403806 2413003 2406502 2412609 2412708 2404606 2410900 2409332 2407104 2408102 2401701 2400406 2400505 2400901 2402907 Caraúbas Felipe Guerra Itaú Olho-D'Água do Borges Patu Rafael Godeiro Rodolfo Fernandes Severiano Melo Caicó Jucurutu São José do Seridó Cruzeta São João do Sabugi Ipueira São Fernando Jardim de Piranhas Timbaúba dos Batistas Serra Negra do Norte Jardim do Seridó Ouro Branco Carnaúba dos Dantas Parelhas Equador Santana do Seridó Currais Novos Cerro Corá Acari Tenente Laurentino Cruz Bodó Florânia São Vicente Lagoa Nova São Paulo do Potengi São Pedro Ielmo Marinho Riachuelo Santa Maria Macaíba Natal Bom Jesus Água Nova Alexandria Antônio Martins Coronel João Pessoa 103 Cadeia Produtiva do Petróleo, Gás e Energia do RN Cajucultura e Beneficiamento de Castanha de Caju 060 / 351 0133 / 103 2403202 2403301 2403905 2406007 2407302 2408607 2409407 2410207 2410504 2410702 2410801 2411908 2412500 2414100 2414506 2414753 2407807 2401800 2411502 2410306 2400703 2404507 2407104 2407203 2408003 2408102 2403251 2409902 2400208 2404309 2401008 2400208 2402303 2402600 2404903 2405009 2405801 2406502 2407104 2408003 2411007 2413359 2413359 2413607 Doutor Severiano Encanto Francisco Dantas José da Penha Marcelino Vieira Paraná Pau dos Ferros Portalegre Rafael Fernandes Riacho da Cruz Riacho de Santana São Francisco do Oeste São Miguel Tenente Ananias Umarizal Venha-Ver Monte Alegre Brejinho Santo Antônio Presidente Jucelino Alto do Rodrigues Guamaré Macaíba Macau Mossoró Natal Parnamirim Pendências Assu Governador Dix-Sept Rosado Apodi Assu Caraúbas Ceará-Mirim Itaú Jaçanã João Câmara Lagoa Nova Macaíba Mossoró Rodolfo Fernandes Serra do Mel Serra do Mel Severiano Melo SEBRAE/RN, IFRN, Banco do Nordeste (BNB) EMPARN, EMATER, FETARN, SEBRAE 104 Carcinicultura 0322 Confecções / Têxtil 132 Cotonicultura 0112 2401206 2402204 2403608 2404200 2408201 2412302 2401107 2407203 2402006 2403004 2404804 2405603 2406106 2411809 2412104 2412401 2413409 2414308 2400109 2402600 2403103 2407104 2408102 2403251 2400505 2400802 2401008 2401453 2402303 2403301 2403707 2403756 2404309 2405108 2405801 2406205 2406700 2408003 2409308 2409407 2411205 2412500 2412609 2413102 Arês Canguaretama Extremoz Goianinha Nísia Floresta São José do Campestre Areia Branca Macau Caicó Cruzeta Ipueira Jardim de Piranhas Jucurutu São Fernando São João do Sabugi São José do Seridó Serra Negra do Norte Timbaúba dos Batistas Acari Ceará-Mirim Currais Novos Macaíba Natal Parnamirim Alexandria Angicos Apodi Baraúna Caraúbas Encanto Felipe Guerra Fernando Pedroza Governador Dix-Sept Rosado Jandaíra João Câmara Lagoa D'Anta Lajes Mossoró Patu Pau dos Ferros Santa Cruz São Miguel São Paulo do Potengi Senador Elói de Souza EMPARN SEBRAE/RN, Banco do Nordeste (BNB) FIERN, EMATER, EMPARN, FETARN, FAPERN, IDEMA 105 Flores e Plantas Ornamentais da Grande Natal e Zona da Mata 4649 Fruticultura nas Regiões Oeste e Vale do Assu 0133 Piscicultura e Pesca nas Regiões Oeste,Central e Seridó. 0311 Turismo no Litoral 799 2413904 2414506 2402600 2408102 2403251 2412203 2400208 2400307 2400703 2401008 2401453 2402303 2404705 2408003 2409902 2413359 2400109 2400604 2401008 2402303 2402600 2403004 2403103 2403707 2405702 2406106 2406908 2408409 2408904 2409308 2412104 2412807 2414506 2401859 2402204 2402600 2403608 2407500 2408102 2408201 2408805 2403251 2409506 2410405 Taipu Umarizal Ceará-Mirim Natal Parnamirim São José de Mipibu Assu Afonso Bezerra Alto do Rodrigues Apodi Baraúna Carnaubais Ipanguaçu Mossoró Pendências Serra do Mel Acari Almino Afonso Apodi Caraúbas Ceará-Mirim Cruzeta Currais Novos Felipe Guerra Jardim do Seridó Jucurutu Lucrécia Olho-D'Água do Borges Parelhas Patu São João do Sabugi São Rafael Umarizal Caiçara do Norte Canguaretama Ceará-mirim Extremoz Maxaranguape Natal Nísia Floresta Parazinho Parnamirim Pedra Grande Pureza SEBRAE/RN SEBRAE/RN, EMATER, EMPARN SEBRAE/RN, Banco do Brasil SEBRAE/RN, Banco do Nordeste 106 Turismo Rural 799 2408953 2411601 2412559 2413201 2413300 2414209 2414407 2400109 2401008 2401107 2402006 2402402 2402709 2403004 2403103 2403806 2404408 2405702 2406502 2408003 2408904 2411056 Rio do Fogo São Bento do Norte São Miguel do Gostoso Senador Georgino Avelino Serra de São Bento Tibau do Sul Touros Acari Apodi Areia Branca Caicó Carnaúba dos Dantas Cerro Corá Cruzeta Currais Novos Florânia Grossos Jardim do Seridó Lagoa Nova Mossoró Parelhas Tibau SEBRAE/RN, EMATER * CNAE (Código) = Será utilizado o código a três dígitos para Extração, Indústria e Serviços e a quatro dígitos para Agricultura. ** Municípios que integram o APL – código IBGE. Planilha II: Lista de APLs identificados e não apoiados: APL APL da Bonelaria do Seridó Atividade Produtiva Principal (CNAE*) 132 Localização Geográfica** 2400109 2402006 2402402 2403004 2403103 2403400 2404804 2405603 2405702 Acari Caicó Carnaúba dos Dantas Cruzeta Currais Novos Equador Ipueira Jardim de Piranhas Jardim do Seridó Organização responsável pela identificação IEL/RN 107 APL da Panificação em Mossoró APL das Rochas Ornamentais APL do Cal de Mossoró 2408508 2408904 2411429 2411809 2412104 2412401 2413409 2414308 Ouro Branco Parelhas Santana do Seridó São Fernando São João do Sabugi São José do Seridó Serra Negra do Norte Timbaúba dos Batistas 472 2408003 Mossoró 089 - 239 APL do Oléo de Coco (Biodiesel) 1041 APL do Sal 0892 APL dos Sorvetes e Gelados do RN 463 IEL/RN Não Informado SEBRAE 2408003 Mossoró SEBRAE 2401701 2401800 2404606 2405108 2406155 2406205 2406304 2406601 2407807 2408300 2409100 2409209 2410306 2410900 2409332 2411502 2412609 2412708 2413102 2413508 2414704 2414803 2401107 2404408 2404507 2407203 2408102 2403251 2407104 2403608 Bom Jesus Brejinho Ielmo Marinho Jandaíra Jundiá Lagoa D'Anta Lagoa de Pedras Lagoa Salgada Monte Alegre Nova Cruz Passa e Fica Passagem Presidente Juscelino Riachuelo Santa Maria Santo Antônio São Paulo do Potengi São Pedro Senador Elói de Souza Serrinha Várzea Vera Cruz Areia Branca Grossos Guamaré Macau Natal Parnamirim Macaíba Extremoz EMPARN FAPERN IEL/RN 108 * CNAE (Código) = Será utilizado o código a três dígitos para Extração, Indústria e Serviços e a quatro dígitos para Agricultura. ** Municípios que integram o APL – código IBGE. Planilha III: Lista de APLs “não” identificados: APL Cachaça Pesca Artesanal Festas Populares Festas Religiosas Biodiesel dos Assentamentos Rurais Turismo de Negócios em Natal Turismo Religioso no Seridó Reciclagem de Lixo da Região Metropolitana de Natal Música da Região Metropolitana de Natal Atividade Localização Geográfica** (quando possível Produtiva delimitar) Principal (CNAE*) 111 0311 0116 - 799 2408102 Natal 2400109 Acari 2402006 Caicó 2402402 Carnaúba dos Dantas 2403004 Cruzeta 2403103 Currais Novos 2403400 Equador 2404804 Ipueira 2405603 Jardim de Piranhas 2405702 Jardim do Seridó 2408508 Ouro Branco 2408904 Parelhas 2411429 Santana do Seridó 2411809 São Fernando 2412104 São João do Sabugi 2412401 São José do Seridó 2413409 Serra Negra do Norte 2414308 2408102 2403251 2407104 2403608 2408102 2403251 Timbaúba dos Batistas Natal Parnamirim Macaíba Extremoz Natal Parnamirim 799 383 - - 109 2407104 2403608 Macaíba Extremoz * CNAE (Código) = Será utilizado o código a três dígitos para Extração, Indústria e Serviços e a quatro dígitos para Agricultura. ** Municípios que integram o APL – código IBGE.