D. ANTÓNIO FERREIRA GOMES (1906-1989)
A maior força social, porque maior realidade humana, ainda é o ideal
Bispo do Porto de Outubro de 1952 até 1982. Curso teológico concluído em
1925. Doutor em Filosofia pela Universidade Gregoriana de Roma. Bispo de
Portalegre a partir de 1949. Exilado por Salazar de 1959 a 1969.
Transforma-se um dos símbolos de resistência católica a um Estado Novo que
a mesma instituição ajudara a estabelecer, quando denuncia a falta de
autenticidade do regime, em carta de 1958, dirigida a Salazar.
Alinha no plano filosófico com a tendência democrata-cristã do pós-guerra,
não deixando de a procurar inserir na tradição consensualista portuguesa.
Considera que ao humanismo marxista a prolongar-se em divinismo, temos de
opor eficazmente o homanismo infinito do Homem-Deus, a realizar-se
indefinidamente no homem pessoal e no homem histórico. A maior força social,
porque maior realidade humana, ainda é o ideal
Proclama: em vez de uma sociedade assente sobre a posse de bens terrenos
com ius utendi et abutendi, podemos idear uma sociedade em que o uso pessoal
e familiar dos bens seja ius procurandi et dispensandi. Em vez de uma sociedade
assente sobre a propriedade como fonte de poder, não é difícil idear uma
sociedade que considere a propriedade como princípio e garantia de liberdade
pessoal. Em vez de uma sociedade assente sobre o ter, podemos idear uma
sociedade em que o homem se valore pelo ser.
•Endireitai as Veredas do Senhor! Alguns Documentos Pastorais do Bispo do Porto, desde
1952 até Janeiro de 1959, Porto, Livraria Figueirinhas, 1970.
•Ecumenismo e Direitos do Homem na Tradição Antiga Portuguesa, Porto, Edições Telos,
1974.
•Paz em Portugal pela Reconciliação dos Portugueses, Porto, Edições Telos, 1975.
•Rearmamento Moral e Desmilitarização, Porto, Edições Telos, 1976.
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D. ANTÓNIO FERREIRA GOMES (1906-1989) A maior