Fernando Manuel Duarte Garrido PROGRAMA FPC 2010-2013 Columbofilia e sociedade 1. UMA VISÃO DE SERVIÇO E UTILIDADE PÚBLICA E UMA ALTERNATIVA DESPORTIVA. Mais e melhor columbofilia significará: • Dignificar a Columbofilia, mostrando o que fazemos e como fazemos; o • • Suster os abandonos; o Dignificando a estrutura columbófila, nomeadamente respondendo a todas as solicitações; o Defender o pombo-correio no transporte e nas soltas; o Criar um RDN mais justo e de acordo com a vontade da maioria do praticantes. Aumentar a informação e os contactos com esta prática desportiva; o • Estar presente em grandes eventos nacionais com um pombal modelo, vídeos sobre a actividade columbófila e informação em papel. Estudar junto das autoridades a legislação sobre pombais; o • Levar a que algumas soltas sejam integradas em eventos das Câmaras Municipais, mostrando o que fazemos. Já existe em vários países da EU legislação sobre pombais. Estudar a sua adaptação à realidade portuguesa e apresentá-la às autoridades competentes. Equacionar a actualização da lei da defesa do Pombo-correio. o Apesar de defender os princípios da defesa do pombo-correio, deve ser adaptada à realidade actual. Esta adaptação deve ser estudada para que se possa efectuar a médio prazo, estudando o momento politicamente oportuno. 2. DIVULGAÇÃO DA COLUMBOFILIA Tentar, juntamente com as associações integrar as soltas de pombos-correio em actividades das Câmaras Municipais ou outras instituições, mostrando as soltas e o modo como o fazemos deixando uma imagem positiva deste desporto. Pretende-se assim, transformar as soltas de pombos-correio num acontecimento público, pleno de espectacularidade, que rompa o círculo fechado dos seus praticantes. • Programar calendários com as associações, de modo a efectuar soltas estratégicas, mostrando a grandiosidade destes eventos; o • Efectuar e divulgar reportagens sobre as soltas e feitos dos nossos pombos; o • Viver uma columbofilia virada para dentro fez-nos chegar aonde estamos. Urge pois, com alguns sacrifícios inerentes, projectar-nos para o exterior. Se a manutenção e/ou evolução da columbofilia, assim o exige que o sacrifício, de alguns calendários, seja de todos. Chega de lamentações. Só dando a conhecer o que fazemos, gerando curiosidade se pode fazer a aproximação: Ninguém pode amar aquilo que não conhece. Programar junto com as associações a participação em feiras de reconhecida relevância. o Não se pode perder a oportunidade de estar presente em grandes eventos para efectuar a divulgação do nosso desporto. As associações e os clubes com o apoio da FPC, têm um papel fundamental na divulgação desta modalidade. A divulgação é um dever de todo o columbófilo e não unicamente da FPC. 3. ESTRUTURA COLUMBÓFILA E ACTIVIDADE DESPORTIVA Entende-se que cada distrito é uma realidade diferente, pelo que as tentativas de uniformização de procedimentos, campeonatos nacionais e outros têm criado clivagens e desentendimentos entre as associações e columbófilos levando a um desacreditar na estrutura. Deste modo, pretende-se estudar um novo RDN que proteja simultaneamente os interesses de cada associação e dos columbófilos, não descorando a uniformização dos campeonatos nacionais. Neste âmbito, propõe-se, nomeadamente a: • Valorizar o estatuto e promover uma formação de qualidade dos agentes desportivos, quer ao nível das competências técnicas quer das competências de gestão das próprias organizações desportivas; o • A FPC em colaboração com as Associações deve providenciar uma formação adequada aos agentes desportivos. O dizer-se que ninguém vai à formação, que ninguém está interessado não pode servir de base justificativa ao não fazer. Formar e certificar quer coordenadores quer delegados de solta; o Numa sociedade em que os inquéritos surgem como cogumelos e a responsabilização é exigida a cada “esquina”, é, no mínimo, elementar a formação e certificação dos elementos responsáveis pelas soltas de pomboscorreio, peças fundamentais da columbofilia. • Estudar a forma de adicionar ao actual seguro um seguro de responsabilidade civil, para hipotéticos danos que o pombo possa causar. o • Programar a colocação de GPRS nas galeras que efectuarem provas para os Campeonatos Distritais/Nacionais. o • Elabora-se o recenseamento normal em Outubro e posteriormente o recenseamento dos “chipes” que foram aplicados aos pombos recenseados. Deste modo gera-se uma base de dados ficando os “chipes” com proprietário. Incentivar e apoiar a criação de gabinetes veterinários ligados às Associações Distritais de forma a garantir a cobertura sanitária em todo o país. o • Portugal foi o primeiro país do mundo a ser-lhe oferecido esta nova anilha oficial. As dúvidas e a pressão de determinados “lobbys” levaram ao arrastamento desta situação. É perfeitamente exequível sem trazer problemas financeiros aos representantes das diversas máquinas electrónicas, gerando satisfação e uma diminuição no preço final para o columbófilo. Estudar o problema do furto dos “Chipes”, nomeadamente numa primeira fase elaborar um programa informático para efectuar o recenseamento destes. o • Com a tecnologia actual e a que se aguarda a curto prazo é perfeitamente possível esta situação. Com estes equipamentos credibiliza-se o transporte e as soltas. Implementar, a partir de 2012/13, a anilha oficial com chip. Propondo-se que numa primeira fase apenas serão fabricadas 40% com Chip, para que se aumente 20% ao ano dando, deste modo, possibilidade para as empresas e columbófilos se adaptarem ao novo sistema. o • Muitas das “guerras” sobre locais de solta surgem por se duvidar. E só tem dúvidas quem não conhece ou não lhe é dado acesso à informação. Muitas das vezes é a palavra do delegado ou coordenador de solta, um talão de gasolina ou almoço que prova que se esteve no local de solta. Este processo credibiliza, dá veracidade e defende quer os columbófilos quer os homens envolvidos nas soltas Desenvolver, mecanismos que possam a médio prazo permitir a visualização das soltas em directo. o • É ainda inédito uma situação destas, sendo, no entanto, previsível um pedido de indemnização por acidente em que intervenha um ou mais pombos-correio. Temos que nos antecipar aos possíveis problemas. Aquando do problema da gripe das aves viu-se o quanto o conhecimento cientifico foi benéfico na defesa do interesse dos columbófilos. Tendo no mínimo um veterinário por associação, podem-se ter acções concertadas quer na defesa do interesse dos columbófilos quer na saúde dos nossos pombos. É fundamental transmitir ao país que estamos a todo o momento atentos e a colaborar com os serviços de saúde pública. Incrementar as provas internacionais, organizadas pela FPC. o A FPC deve fomentar eventos internacionais, organizados por si ou com o seu apoio, de grande fundo estabelecendo um outro campeonato columbófilo dedicado às grandes distâncias e à selecção natural deste tipo de pombo. • Efectuar a clássica de Barcelona por raios e estudar a possibilidade de a efectuar no final de Maio. o • Estabelecer um regulamento nacional de columbódromos e criar um circuito, de onde será retirada a Selecção Nacional, para representar Portugal nos campeonatos e “derbys”. o • • o Só trabalhando em conjunto antecipando-nos às possíveis situações poderá ser reconhecido o nosso trabalho. o Assistiu-se e continuamos a assistir ao aparecimento de columbódromos sem qualquer legislação aplicável sobre técnicas, dimensões, higiene e segurança; Definir os objectivos do “derby” de Mira, criando simultaneamente uma contabilidade em separado. Existem situações meteorológicas, nomeadamente o calor e chuva com vento contra que têm provocado acidentes. Se temos conhecimento há que legislar para evitar que se repitam, defendendo simultaneamente o pombo-correio o columbófilo e os responsáveis pelas soltas, transmitindo assim uma imagem positiva à sociedade civil. Estudar a autorização a estranhos à estrutura de organizarem e dirigirem provas com pombos correio, desde que supervisionadas pela Associação da área, aprovadas pela FPC e efectuadas por coordenadores e delegados certificados. o • Definir objectivos é fundamental para estabelecer o caminho. “Mira” serve para nos projectar mundialmente? Serve para nos apoiar financeiramente? Serve para introduzir pombos de qualidade em Portugal? etc.. O objectivo deve definido e tornado público. Estudar e implementar a regulamentação das condições para efectuar soltas de pombos correio, de uma forma objectiva. o • As selecções nacionais foram seleccionadas por outras razões que não as da competência desportiva em “derbys”. Este tipo de pombo desenvolve qualidades mais cedo que o normal pelo que estas linhas devem ser as que representam Portugal e não outras. Regulamentar, juntamente com as autoridades competentes, os pombais dos “derbys”. o • Esta prova poderá ser integrada na alínea anterior. Deve-se estudar a melhor altura para este tipo de eventos. O grande desenvolvimento económico passou e passa pelo investimento privado. É óbvio que a entrada de privados na columbofilia pode trazer desenvolvimento, satisfação e mais valias. Há, no entanto, que regulamentar e coordenar esta nova situação para que a actual estrutura se adapte. Regulamentar, juntamente com as autoridades competentes, o transporte de Pombos correio. o Até aos animais que vão para abate a EU exige qualidade no transporte. Se esta não se adapta à columbofilia, não é razão para nos agarrar-mos a este chavão e nada fazer. Os nossos pombos são pombos-correio de corrida. Urge, pois, que se defendam legislando, criando assim condições para defender o pombo-correio e o columbófilo. • Programar com as associações e juntamente com os laboratórios, ou seus representantes legais, a entrega e quantidades de vacinas necessárias aos columbófilos; o • Propor para que provas inicialmente calendarizadas e alteradas por condições meteorológicas adversas, não sejam reduzidas mais de 10% da sua quilometragem, de modo a não falsear a preparação dos atletas; o • Muito se tem falado e pouco se tem aplicado aos equipamentos electrónicos. A homologação efectuada vinculou a FPC e os fabricantes ao que foi aprovado. Por isso em termos legais não é previsível a curto prazo a uniformização por todos preconizada. Pode-se, no entanto, pegar no trabalho apresentado nas últimas jornadas e aplicar o que, em termos legais, se possa aplicar. Em virtude de algumas marcas electrónicas só lerem os “chipes” que estão atribuídos aos pombos do proprietário, levar, numa primeira fase, a que columbófilos próximos possuam os dois recenseamentos e respectivos “chipes” atribuídos nas suas máquinas, para estarem em pé de igualdade com as máquinas manuais em caso de avaria. o • O recurso à fiscalização sempre foi uma arma de qualquer estado de direito. Não se pretende, primariamente, com estas equipas punir eventuais infractores mais sim gerar medidas persuasivas para evitar desvios às condutas e princípios pela qual se regemos. Aplicar a legislação de constatadores electrónicos, com base nas II jornadas de Columbofilia; o • Existem situações meteorológicas complicadas que, por vezes, nos levam a alterar o local de solta e até a diminuir a quilometragem. Como é do senso comum dos columbófilos, preparar um pombo para uma prova de 700Km é diferente da preparação para uma de 550km. Como tal há que balizar estas reduções para não desvirtualizar a preparação do atleta. Estudar juntamente com as associações a criação e formação de equipas, pelo menos uma em cada associação, para efectuarem fiscalizações aleatórias, aos encestamentos, transporte e às soltas, entre outras. o • Temos vindo a verificar que em determinados anos temos dificuldade em obter vacinas de qualidade certificadas em tempo oportuno. Transmitido aos laboratórios uma previsão por distrito das necessidades poder-se-á colmatar os problemas referidos. O proprietário de uma máquina constatadora electrónica está em desvantagem perante as máquinas manuais em caso de avaria. Se dois vizinhos possuírem os recenseamentos introduzidos e respectivas “chipes” poderá a qualquer tempo um columbófilo constatar os seus pombos, independentemente da marca do equipamento. Equacionar junto das associações a elaboração de campeonatos inter-regionais de Fundo e/ou Grande Fundo. o Nesta conjectura económica e por outro lado para diminuir despesas poderão e deverão as associações organizarem-se para transporte mutuo diminuindo custo, aumentando a rentabilidade trabalhando em conjunto. O tempo do separatismo e do individualismo não tem cabimento num desporto como o nosso. • Alterar o conceito de Standard à sua definição original. o Julgar a aptidão do pombo para ser um bom atleta, para obter as melhores performances desportivas, valorizando as suas propriedades físicas e outras ligadas ao voo, em detrimento de outras que pouco têm a ver com esta finalidade. 5. PRINCÍPIOS DE ACTUAÇÃO No Plano Nacional • Reforçar a política de cooperação e diálogo institucional com todas as Associações e restantes grupos com assento no congresso; • Efectuar reuniões periódicas, e em separado, com todos os grupos com assento no congresso de modo a ir ao encontro de uma vontade Nacional; • Manter e aprofundar a participação da Federação na Confederação do desporto de Portugal e no Comité Olímpico de Portugal; • Manter contactos permanentes com a tutela, nomeadamente Secretaria de Estado da Juventude e Desporto, Instituto Nacional do desporto e Direcção Geral de Veterinária. No Plano Internacional Portugal atingiu grande prestígio na organização de eventos, nomeadamente na organização das últimas olimpíadas e nos campeonatos de Mira. Chegou a hora de projectar mundialmente o columbófilo e Pombo-correio que cultivamos. Propõe-se desencadear as seguintes acções: • Manter um diálogo privilegiado e de intercâmbio com a Real Federação Columbófila Espanhola. • Manter e aprofundar contactos com a Comunidade Europeia, sobretudo através dos deputados portugueses, nomeadamente em assuntos relativos às questões do bemestar e sanidade animal. • Desenvolver acções com os columbófilos portugueses a concursar no estrangeiro, de modo a projectar o pombo-correio oriundo de Portugal. Análise Final: O projecto que se apresenta irá, muito provavelmente, parecer, a uns, difícil de executar e, a outros, pouco inovador. Aos primeiros direi que a determinação, brio e espírito de missão que se coloca nesta candidatura é garantia de cumprimento do compromisso de honra que agora se assume com todos os columbófilos. Aos segundos, àqueles que possam considerar pouco inovador, direi que o respeito e consideração que os columbófilos me merecem, impede-me de fazer promessas que não tenha a certeza de conseguir cumprir. Na certeza absoluta que todo o trabalho a desempenhar será pautado pelos valores da transparência, lealdade e responsabilidade, recusando tudo o que seja ou possa assemelhar- se a clientelismos preferenciais e cumplicidades duvidosas, não aceitando qualquer tipo de arrogância ou subserviência nas relações entre FPC e Associações ou outras entidades. Quero lutar por uma FPC unida e solidária com todas as Associações, Clubes e Columbófilos e onde todos se sintam iguais em direitos e deveres. No plano das relações externas, com todas as Entidades e Pessoas, dentro e fora da Columbofilia, eu e a minha equipa manteremos uma posição de isenção e independência, tendo no entanto uma atitude de cooperação franca, leal e aberta e a todas exigindo reciprocidade. Perante todas defenderei, sem radicalismos mas de forma intransigente, aquilo que considero serem os legítimos direitos e interesses da FPC, das Associações, dos Clubes e dos Columbófilos. Pretendo com esta candidatura ir ao encontro das vossas expectativas, que são também as minhas e da minha equipa, e, porque estou confiante no Vosso apoio e na minha determinação, e porque acredito nas potencialidades de um dialogo franco e construtivo que sempre manterei com todas Associações, Columbófilos e seus representantes, estou certo que juntos conseguiremos efectuar alterações justas e capazes de gerar satisfação aos columbófilos e à columbofilia nacional. Por uma columbofilia inovadora, mais justa, dirigida por columbófilos e direccionada para os columbófilos, transparente, musculada e dialogante, na defesa intransigente do “pombo-correio de corrida”.