Edição número 1818 segunda-feira, 09 de maio de 2011
Fechamento: 08h40
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Clipping CUT é um trabalho diário de captação de notícias realizado pela equipe da
Secretaria Nacional de Comunicação da CUT. Críticas e sugestões com
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Secretária de Comunicação: Rosane Bertotti ([email protected])
Estadão
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De volta ao PT, Delúbio Soares é recebido com festa no interior
de Goiás
Ex-tesoureiro do PT participou neste sábado, 7, de seu primeiro compromisso político
após ter sido anistiado pelo Diretório Nacional do partido
Vannildo Mendes (Política)
Saudado em pé por companheiros petistas como líder popular, o ex-tesoureiro do PT
Delúbio Soares participou ontem de seu primeiro compromisso político, uma semana
após ter sido anistiado pelo Diretório Nacional do partido. Mais de 200 pessoas
compareceram à homenagem a Delúbio – um dos pivôs do escândalo do mensalão,
deflagrado em 2005 –, no Centro de Catequese da Paróquia Nossa Senhora Abadia, em
Buriti Alegre, a 150 quilômetros de Goiânia.
Ao chegar para o churrasco, pouco antes do meio-dia, Delúbio foi tratado como
celebridade. Usando expressões de estadista, fez discurso de candidato. Emocionado,
ele agradeceu à homenagem e pediu apoio à presidente Dilma Rousseff para erradicar
a miséria no Brasil.
"A política é construir uma sociedade nova, passo a passo, para alcançar dias melhores
para todos. É um processo que cria oportunidade para o País superar a miséria, como
fez o presidente Lula", afirmou Delúbio.
Sob longos aplausos, o ex-tesoureiro fez uma referência à ideia do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva de auxiliar os países pobres da África. "Combatemos a miséria no
Brasil e vamos ajudar outros a fazer o mesmo no mundo. Fizemos a nossa parte e
agora vamos ajudar os que não conseguiram", insistiu.
Tapinhas. A festança foi organizada pelo PT municipal com a ajuda de empresários e
do prefeito de Buriti Alegre, o petista João Alfredo Mello Neto. Calorosamente recebido
por 14 prefeitos da região, correligionários, amigos e parentes, Delúbio distribuiu
abraços, beijos, tapinhas nas costas, posou para fotos e até deu autógrafos.
"Delúbio tem uma aceitação muito grande, trouxe muitos benefícios para a cidade e
devemos muito a ele", disse o presidente da Câmara Municipal de Buriti Alegre,
Elcimar Juvêncio (PT). "Queremos vê-lo como o próximo prefeito da cidade."
Expulso do PT em 2005, no rastro do escândalo do mensalão, Delúbio ganhou o perdão
da cúpula do partido no último dia 29. Embora ainda não tenha revelado seu projeto
político, amigos dizem que ele pode ser candidato a prefeito de Buriti Alegre, sua
cidade natal, nas eleições de 2012. Adversários, no entanto, afirmam que, se esse
projeto vingar, Delúbio será barrado pela Lei da Ficha Limpa.
Faixas. Com cerca de 10 mil habitantes, a pequena Buriti Alegre amanheceu em festa,
com dezenas de faixas saudando a volta do filho mais ilustre. "Seu nome é sinônimo
de caráter", dizia uma delas, assinada pelo Diretório Municipal do PT. "Você é exemplo
para todos nós", afirmava outra, uma homenagem da família. "Seu lugar é com os
companheiros. Comemore, Delúbio! A luta continua."
Segundo Juvêncio, o almoço goiano custou R$ 2,5 mil. "Disseram que matamos bois,
mas não foi isso. Um frigorífico doou um quarto de boi, não a vaca inteira", disse o
presidente da Câmara Municipal de Buriti Alegre.
Padrinhos da volta de Delúbio, Lula e o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu foram
convidados para a homenagem, mas não compareceram. A comemoração foi, na
prática, um aquecimento para o grande ato público que será promovido pelo Diretório
do PT de Goiás, em Goiânia, no próximo dia 26, para mais uma saudação ao extesoureiro.
O presidente do PT de Buriti Alegre, Delmar Arantes, disse que Delúbio retornou ao
lugar de onde nunca deveria ter saído. "Foi uma injustiça muito grande do partido,
mas o erro acabou reparado", comentou.
"O retorno de Delúbio engrandece não só o PT de Goiás, mas todo o Brasil", emendou
Darci Accorsi, ex-prefeito de Goiânia e hoje secretário municipal de Assuntos
Legislativos.
Para Accorsi, o mensalão é "parte da história" e não prejudicará qualquer candidatura
do ex-tesoureiro. "Delúbio enfrentou tudo com coragem, determinação e lealdade. O
PT reconheceu isso e o chamou de volta. Trata-se do resgate de seu papel como
sindicalista e militante de grande valor."
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Manobra liquida dívidas de partidos com verba pública
PT chegou ao fim de 2010 com dívida de R$ 16 milhões, mas este ano embolsará R$
16,8 milhões do Fundo Partidário; tucanos podem até ter superávit
Daniel Bramatti (Política)
Os rombos que o ano eleitoral de 2010 deixou nas contas do PT e do PSDB serão
integralmente cobertos por recursos públicos em 2011, graças à manobra do
Congresso que, em janeiro, elevou em R$ 100 milhões os repasses da União para o
Fundo Partidário.
Depois de bancar parte da campanha presidencial de Dilma Rousseff, além de outros
candidatos a governos estaduais e ao Congresso, o PT chegou ao fim de 2010 com um
déficit de quase R$ 16 milhões - número divulgado semana passada pelo Tribunal
Superior Eleitoral (TSE). Mas receberá cerca de R$ 16,8 milhões extras neste ano
graças ao incremento do Fundo Partidário, aprovado por unanimidade pela Comissão
Mista de Orçamento do Congresso e nem sequer debatido pelo plenário.
No caso dos tucanos, a receita extra será exatamente igual ao déficit nas contas de
2010: R$ 11,4 milhões. Como o PSDB tem uma dívida pequena de eleições anteriores,
de cerca de R$ 500 mil, com essa ajuda poderá até encerrar o ano com superávit.
No total, o Orçamento da União destinará este ano R$ 265 milhões para o Fundo
Partidário, ao invés dos R$ 165 milhões previstos. Mas os líderes partidários acharam
pouco. Em uma articulação cuja paternidade nunca foi reivindicada, eles turbinaram o
Fundo Partidário em 56% em termos reais, o maior aumento anual desde 1995,
quando foi fixado em R$ 0,35 por eleitor.
"É um claro exemplo de legislação em causa própria", disse o cientista político Aldo
Fornazieri, diretor da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo. "Os
partidos fizeram um cálculo e elevaram o Fundo Partidário para cobri-las."
Se nos últimos 15 anos o Fundo Partidário tivesse sido corrigido apenas pela inflação,
além de acompanhar o aumento do eleitorado, estaria hoje em cerca de R$ 150
milhões, ou 57% abaixo do valor atual.
Recuo no Planalto. Depois de o Estado ter revelado a manobra para "estatizar"
dívidas da campanha de 2010, em janeiro passado, Dilma chegou a avaliar a
possibilidade de vetar a injeção de R$ 100 milhões no cofre dos partidos. Assessores
fizeram circular a versão de que ela teria ficado insatisfeita com a atitude dos
parlamentares, principalmente em um momento em que seria necessário anunciar
cortes para equilibrar as contas do governo.
Mas Dilma não enfrentou o lobby dos partidos. Em uma reunião com a presidente, em
fevereiro, os ministros Antonio Palocci (Casa Civil) e Luiz Sérgio (Relações
Institucionais), ambos do PT, disseram-lhe que o aumento do fundo havia sido fruto de
acordo entre legendas da base e da oposição. Os ministros temiam que o
descontentamento com um eventual veto se refletisse em votações de interesse do
governo no Congresso - principalmente a do salário mínimo.
Brecha. A estatização das dívidas da eleição evidencia a existência de um
financiamento público de campanhas disfarçado no País, segundo especialistas como
Carlos Melo, cientista político do Insper.
Em tese, o Fundo Partidário deveria subsidiar a manutenção dos partidos - aluguel de
sedes, pagamento de funcionários, aquisição de equipamentos etc. Mas não há
impedimentos legais para seu uso em campanhas.
Como os recursos públicos são, no caixa dos partidos, misturados a doações privadas e
a contribuições de filiados, é impossível calcular quanto do fundo é aplicado em
eleições.
Do total de R$ 212 milhões arrecadados pelo PT em 2010, 87% foram desembolsados
em "despesas com fins eleitorais".
Já o PSDB teve receita de R$ 139 milhões, sendo que 84% desse valor foi consumido
em gastos relacionados às eleições.
O Estado procurou os responsáveis pelas finanças dos dois partidos, João Vaccari Neto
(PT) e Márcio Fortes (PSDB), mas não obteve resposta aos pedidos de
esclarecimentos.
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PLR no Paraná já chega a R$ 15 mil
Volvo, Renault e Volks, que escolheram a Grande Curitiba para escapar do sindicalismo
brigão, hoje negociam com trabalhadores sob pressão
Marcelo Rehder (Economia)
No final dos anos 70 e 90, Volvo, Renault e Volkswagen escolheram a Grande Curitiba
para a construção de fábricas. Além de usufruir dos benefícios da guerra fiscal entre
Estados e municípios, o objetivo era escapar do sindicalismo brigão e da mão de obra
cara do ABC paulista.
Na semana passada, porém, a Volvo e a Renault tiveram de concordar em pagar aos
operários os maiores valores por Participação nos Lucros ou Resultados (PLR) do
Brasil, de R$ 15 mil e R$ 12 mil. Já a Volks enfrenta greve por não aceitar o valor
reivindicado pelos trabalhadores.
A mobilização dos metalúrgicos da região, hoje o segundo maior polo de produção de
veículos, surpreendeu as montadoras. Os representantes das empresas negociaram a
PLR com a espada na cabeça, sob a ameaça de paralisação da produção.
"Como os acionistas vão ganhar mais lucros com o crescimento do faturamento das
empresas, nada mais justo que os trabalhadores tenham contrapartida na mesma
proporção", afirma o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba,
Sérgio Butka.
Hoje, são os trabalhadores de regiões distantes do "combativo" ABC que paralisam
fábricas e conseguem reajustes salariais maiores que os colegas da base
historicamente mais mobilizada. Nos últimos cinco anos, enquanto os trabalhadores do
setor automotivo da Grande Curitiba acumularam aumentos de 33,9%, no ABC o
número não passou de 27%. Na Bahia, os ganhos atingiram 39,1% e no Rio Grande do
Sul, 34,8%. No Vale do Paraíba, os reajustes no período foram de 33,9%. No Rio de
Janeiro acumularam alta de 30,8% e em Minas Gerais, de 29,7%.
Salários. Apesar de a distância ter diminuído, os salários nas montadoras do ABC
permanecem muito elevados em relação às demais regiões. A remuneração média
mensal do montador em São Bernardo do Campo é de R$ 3.532,75, valor 71,5% maior
que a média de R$ 2.059,74 de São José dos Pinhais (PR). Na comparação com a
remuneração média em Curitiba (R$ 2.245,35), a diferença é de 57%.
Na negociação da PLR com a Volvo, chegou-se a um impasse na mesa de negociações.
Nesse caso, ganha mais quem chora menos, dizem os sindicalistas.
Depois de três dias de greve, em que a Volvo deixou de produzir mais de 350 veículos,
a empresa jogou a toalha, comprometendo-se a pagar R$ 15 mil por PLR a cada um
dos 3,2 mil operários. O valor é 63% maior ante o de 2010.
"O sentimento é de frustração, um gosto amargo", desabafou o diretor de Recursos
Humanos e Assuntos Corporativos da montadora, Carlos Morassutti.
Na Renault, nem foi preciso recorrer à greve. Bastou o sindicato acenar com a
possibilidade de paralisação da fábrica. Para não correr o risco de perder vendas, a
montadora não viu outra saída que não fosse atender à reivindicação dos
trabalhadores, que pediam PLR de R$ 12 mil.
No ABC, sindicalistas da CUT se esforçaram para não demonstrar desconforto diante
das conquistas obtidas pelo sindicato da arquirrival Força Sindical, no Paraná. "É
importante que acordos maiores sejam conquistados em outras regiões, onde os
salários são menores", diz Vânio Guedes, da Comissão de Fábrica da Scania, em São
Bernardo.
Em 2010, a PLR na Scania ficou em torno de R$ 11mil. "Este ano, a gente quer partir
de R$ 11 mil para mais", diz Guedes, sem dar detalhes sobre a negociação.
Na Volkswagen de São Bernardo foi acertado, na mesa de negociações, que o valor da
primeira parcela da PLR será de R$ 5,2 mil, e que a outra parcela será negociada no 2º
semestre. O acordo será submetido à aprovação dos funcionários da montadora.
Para a Volks, a negociação no ABC foi bem mais tranquila que no Paraná, onde a
montadora tem uma fábrica em de São José dos Pinhais.
Na quinta-feira, os operários da unidade paranaense entraram em greve por tempo
indeterminado, para forçar a empresa a elevar a proposta de PLR.
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Leilão de aeroportos só em maio de 2012
Estudo da Infraero, obtido com exclusividade pelo Estado, detalha o cronograma
apertado de obras que o governo tenta antecipar
Glauber Gonçalves (Economia)
Um estudo preparado pela Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária
(Infraero) e pela Secretaria de Aviação Civil (SAC) prevê que o leilão de concessão dos
aeroportos para a iniciativa privada só deverá ser realizado em maio de 2012, um
prazo muito curto para a execução das obras para a Copa do Mundo de 2014.
O Estado teve acesso ao trabalho de 173 páginas que deveria ter sido apresentado na
semana retrasada à presidente Dilma por autoridades da área de aviação. O encontro,
entretanto, foi adiado para que ela se tratasse da pneumonia.
Dividido em duas partes, o estudo detalha o cronograma de cada etapa das obras e
descreve ponto a ponto as obras que serão feitas nos aeroportos.
Além de apresentar o plano detalhado das reformas, o estudo esclarece algumas
dúvidas deixadas pelas declarações de ministros e autoridades da área de aviação. A
proposta apresentada a Dilma deixa claro que a prioridade do governo se concentra
em três aeroportos: Guarulhos, Campinas e Brasília. Os aeroportos de Galeão e
Confins ficaram de fora do projeto de concessão, embora constem na relação de obras
previstas até a Copa do Mundo.
O trabalho também mostra que, ao contrário do que esperavam especialistas da
iniciativa privada, as concessões serão limitadas a novos terminais de aeroportos.
Antigos terminais, pistas e pátios continuarão sob a gestão da Infraero.
Os dados do documento foram apresentados pela reportagem do Estado a
especialistas. Eles se disseram frustrados porque esperavam um plano de concessões
mais abrangente. E afirmaram que se o leilão sair só em maio de 2012, como prevê o
documento, não será possível finalizar todas as obras a tempo.
De acordo com fontes ligadas ao projeto, o governo programou o leilão para maio por
segurança, mas corre para antecipar o processo em seis meses. No entanto, mesmo
que a concessão saia no fim deste ano, as obras teriam que ser feitas a toque de caixa
para que tudo esteja pronto até 2014. "Teríamos os anos de 2012 e 2013 para fazer as
obras. Está no limite do possível, e essa é uma avaliação bastante otimista", afirma o
especialista em infraestrutura Richard Dubois, sócio da consultoria PwC.
Pela estimativa do governo, somente a fase de estudos duraria cerca de sete meses
(veja o cronograma na pág. B4), com conclusão prevista para janeiro do ano que vem.
Nesse período, seriam feitos estudos de demanda, modelagem financeira e seriam
definidos requisitos de desempenho, além da elaboração do edital. A avaliação de
especialistas é que o estudo de viabilidade - que dá os parâmetros do leilão - deve
atrasar o processo. Complexa, essa etapa demanda tempo.
Estudo. Segundo uma fonte do governo, a apresentação elaborada para a presidente
Dilma foi feita com base em um pré estudo do BNDES sobre reestruturação de
aeroportos, coordenado pelo atual ministro-chefe da SAC, Wagner Bittencourt, que na
época era diretor do banco.
Uma das cartas na manga do governo para acelerar a concessão é envolver a
Estruturadora Brasileira de Projetos (EBP) no processo. Resultado de parceria entre o
BNDES e oito bancos, a empresa foi criada em 2009 para elaborar empreendimentos
de infraestrutura de interesse público e privado.
A segunda etapa do processo de concessão inclui consulta pública, aprovação em
órgãos como o Tribunal de Contas da União (TCU) e publicação dos editais. Para essa
fase, o governo prevê quase seis meses.
Procurada, a SAC não quis se manifestar sobre o assunto. A Infraero afirmou, por meio
de sua assessoria de imprensa, que os dados sobre os aeroportos estão sendo revistos
para serem apresentados à presidente Dilma no fim do mês.
Folha de S.Paulo
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Jovem prioriza formação e adia entrada no mercado
Expansão da renda e competitividade seguram adolescentes na sala de aula
Cresce o número de jovens que só estudam; educação ainda precisa melhorar no país,
aponta especialista
Mariana Schreiber (Poder)
Os jovens de 15 a 17 anos estão estudando mais e trabalhando menos. A proporção
desses adolescentes ocupados ou buscando emprego caiu 27%, em oito anos, nas seis
regiões metropolitanas pesquisadas pelo IBGE.
Nem mesmo o forte aumento de salários e vagas em 2010, com a economia crescendo
7,5%, bastou para atraí-los para o mercado.
A faixa etária corresponde a 18,9% da população economicamente ativa em 2010, a
menor taxa média já apurada nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio, Belo
Horizonte, Recife, Salvador e Porto Alegre. Em 2003, quando o IBGE iniciou o
levantamento, eram 26%.
Para especialistas, a principal causa da mudança é a valorização da educação num
ambiente profissional cada vez mais competitivo. E a expansão da renda nos últimos
anos permite que os pais sustentem os filhos por mais tempo, adiando sua entrada no
mercado e possibilitando sua permanência na escola.
Políticas públicas como o Bolsa Família, que exige que os beneficiários estudem, e a
progressão continuada, que evita a repetência escolar, também estimulam crianças e
jovens a ficar por mais tempo na sala de aula.
SÓ ESTUDAM
Outra pesquisa do IBGE mostra que o percentual de jovens que estudam e não
trabalham subiu de 39% em 1992 para 65% em 2009.
"A melhora da renda familiar ajuda a explicar, mas a percepção da importância e dos
retornos da educação é mais relevante", diz o economista Jorge Arbache, da
Universidade de Brasília. "As famílias fazem mais esforço para manter a meninada nas
escolas porque entendem que vale a pena estudar mais."
Para o coordenador do Centro de Políticas Públicas do Insper (Instituto de Ensino e
Pesquisa), Naercio Menezes, falta mão de obra qualificada. Nesse cenário, é mais
interessante para o jovem sem experiência estudar mais e buscar um emprego melhor
no futuro.
"Mesmo com o mercado de trabalho aquecido, as pessoas estão preferindo permanecer
na escola", afirma. "Elas estão fazendo um cálculo de que vale mais a pena estudar do
que adquirir experiência profissional desde cedo", completa ele.
O governo lançou, no fim de abril, o Pronatec, programa de qualificação profissional
cuja meta é oferecer 8 milhões de vagas até 2014 em cursos técnicos.
Arbache elogia a iniciativa, mas lembra que a qualidade do ensino precisa melhorar em
relação aos competidores do país: "O jovem brasileiro está disputando emprego com o
jovem da Malásia. Lá na frente, isso é que acontece".
A transformação no perfil do mercado de trabalho brasileiro não se dá apenas entre os
mais jovens: em abril, levantamento feito pela Folha a partir de dados do IBGE
mostrou que o número de pessoas ocupadas acima de 50 anos subiu 56,1% de 2003
ao primeiro trimestre de 2011.
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Fenômeno reduz taxa de desemprego (Poder)
A saída dos jovens do mercado de trabalho para a escola contribui para reduzir a taxa
de desemprego do Brasil.
Apesar de o percentual de desocupados com idade entre 15 e 17 anos ter caído de
37% em março de 2002 para 25% em março deste ano, a taxa continua sendo a mais
alta de toda a população. A taxa de desemprego média do país hoje é 6,5%.
Quando os jovens deixam de buscar emprego, eles saem da estatística de
desocupação e reduzem a pressão sobre a taxa nacional.
O economista Naercio Menezes, do Insper, afirma que a troca do trabalho pelo estudo
é boa para eles, que vão ganhar salários maiores.
Ele destaca que os indicadores de ensino mostram desempenho melhor dos alunos que
se dedicam apenas aos estudos do que daqueles que também trabalham.
Loreny Alves, 17, sabe disso. Seu pai, Mauro, que parou de estudar aos dez anos para
trabalhar como pedreiro, é dono de uma marcenaria e banca sua qualificação.
A jovem estuda espanhol, faz curso técnico de design e está concluindo o Ensino Médio
numa escola particular. No tempo livre, estuda para o vestibular de arquitetura.
"Não tenho tempo para trabalhar. Quero fazer faculdade, estagiar e ter meu próprio
escritório", diz.
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Câmbio freia preços e cria dilema para BC
Arma para conter inflação, real forte reduz preço de produtos como TVs e DVDs, mas
prejudica exportações
Pães, massas e outros alimentos, automóveis, higiene e limpeza estão entre os setores
mais sensíveis ao dólar baixo
Pedro Soares (Poder)
Em abril a inflação estourou a meta do governo, mas a situação seria ainda pior se a
valorização do real em relação ao dólar não segurasse os preços de produtos -de
alimentos a eletroeletrônicos.
Entre os campeões da queda de preços, estão as TVs (-7,38% mais baratas) e as
máquinas fotográficas (-7,25%), entre outros eletrodomésticos e eletroeletrônicos.
Produtos de higiene pessoal e limpeza registraram alta de preços muito inferior aos
6,51% do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor): subiram 1,09% e 1,18%,
respectivamente.
Em geral, beneficiaram-se da queda do dólar produtos que usam insumos e
componentes importados, aqueles que sofrem concorrência direta de compras feitas no
exterior e itens suscetíveis às cotações internacionais.
A "mãozinha" que o câmbio está dando para conter o surto inflacionário levou o
governo a abandonar os esforços do início do ano para combater a valorização do real,
reivindicação de empresários preocupados com suas exportações.
Segundo Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Índices de Preços do IBGE, o dólar
teve impacto sobretudo em setores que sentem a competição de importados ou usam
peças ou matérias-primas feitas no exterior.
"Sempre que o dólar cai esses itens têm queda ou sobem menos do que a inflação",
diz. Alguns alimentos seguem a mesma tendência, como pães, massas -sob efeito das
cotações mais baixas de algumas commodities como o trigo- e azeite e bacalhau,
importados.
Até mesmo a indústria automobilística, que concentra no Brasil a maior parte da
montagem e produção de peças, registra queda nos preços de 0,47% no ano, graças à
competição dos importados. Os preços não subiram nem com o fim do IPI reduzido,
em 2010, nem com as medidas para conter o crédito ao setor neste ano.
Para o economista Luiz Roberto Cunha, da PUC-Rio, os bens duráveis têm sido uma
das poucas "âncoras" da inflação num cenário de consumo aquecido e alta de
alimentos e combustíveis.
Para o economista-chefe da CNC (Confederação Nacional do Comércio), Carlos Thadeu
de Freitas, dólar e preços baixos dão impulso ao varejo, sobretudo de
eletrodomésticos. Ele ressalta, porém, que o Banco Central se vê num dilema cambial:
com a alta da inflação e o impacto do dólar baixo nos preços, o BC perdeu margem
para combater a valorização do real. O problema é visto por muitos setores como
entrave às exportações e estímulo à desindustrialização.
Alguns setores já sentem o fenômeno. Segundo o IBGE, a fabricação nacional de
eletrodomésticos caiu 8,4% de janeiro a março. A indústria química também se mostra
sensível ao câmbio.
Segundo Fátima Giovanna Coviello, economista da Abiquim (Associação Brasileira da
Indústria Química), a perda de competitividade gerada pelo câmbio levou o setor de
higiene e limpeza a reduzir a produção, ameaçada pelos importados mais baratos.
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Ganhar R$ 0,01 a mais faz salário baixar até R$ 36,89
Por receber mais, assalariado muda de faixa e tem de pagar mais ao INSS
Prevista em lei, forma de cálculo não segue o mesmo princípio da progressividade
usado na tabela do IR
Marcos Cézari (Mercado)
Ganhe mais e receba menos no dia do pagamento. Não, não há erros no título da
reportagem e na frase acima.
Se você acha um absurdo, saiba que isso é possível no Brasil -no caso de uma parcela
de trabalhadores com registro em carteira- por conta do desconto da contribuição
mensal recolhida pela empresa ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).
Essa situação ocorre com uma parte dos trabalhadores assalariados que recebem, por
mês, entre R$ 1.106,91 e R$ 1.844,84.
O motivo para esse aparente absurdo é o desconto da contribuição previdenciária
mensal. Diferentemente da tabela do Imposto de Renda, que é progressiva, a da
Previdência tem as alíquotas fixas por faixa salarial.
Significa o seguinte: ao mudar de faixa de contribuição -basta ganhar R$ 0,01 a mais-,
o assalariado terá o desconto integral pela alíquota maior.
Isso faz com que ele tenha um salário líquido inferior ao daquele que ganha R$ 0,01 a
menos e que contribui por uma alíquota menor.
No quadro acima, à direita, estão as diferenças máximas provocadas por essa
sistemática de desconto. Essas são as maiores diferenças, conforme o ganho mensal,
porque foram usados, como exemplos, os salários que estão no limite de mudança de
uma faixa para a outra.
O trabalhador com salário de R$ 1.106,90 pagará 8% ao INSS, ou R$ 88,55,
resultando em salário líquido mensal de R$ 1.018,35. Já quem ganha R$ 1.106,91 (ou
seja, apenas R$ 0,01 a mais) paga 9%, ou R$ 99,62, valor que reduz o salário para R$
1.007,29. Resultado: por ganhar aquele R$ 0,01 a mais, ele recebe R$ 11,06 a menos
por mês.
A mesma disparidade ocorre com os trabalhadores registrados que ganham R$
1.844,83 e R$ 1.844,84.
No primeiro caso, a contribuição é de 9%; no segundo, de 11%. Resultado: o primeiro
terá desconto de R$ 166,03 para o INSS; o segundo, de R$ 202,93. Nesse exemplo, o
segundo trabalhador ganha apenas R$ 0,01 a mais, mas fica com R$ 36,89 a menos.
REGRA É LEGAL
Essa forma de desconto da contribuição não é ilegal, pois está prevista no artigo 20 da
Lei de Custeio da Previdência (lei nº 8.212/91).
O advogado Wladimir Novaes Martinez, especialista em legislação previdenciária, não
vê nada de errado nessa forma de desconto.
Para ele, embora possa ser injusto do ponto de vista financeiro agora, essa regra
poderá beneficiar o trabalhador no futuro.
É que os valores das contribuições pagas desde julho de 1994 entrarão no cálculo da
aposentadoria. Assim, quanto maior a contribuição hoje, maior tende a ser a
aposentadoria no futuro.
IR É PROGRESSIVO
Diferentemente da contribuição recolhida ao INSS, o Imposto de Renda não reduz o
salário do trabalhador que "pula" de uma faixa para outra apenas por ter um salário R$
0,01 maior.
É que a tabela do IR faz a tributação ser calculada de forma progressiva, ou seja, o
salário do trabalhador é "fatiado" em partes: uma (até R$ 1.566,61) é isenta; as
outras quatro pagam 7,5%, 15%, 22,5% ou 27,5%. As "parcelas a deduzir" da tabela
têm efeito neutralizador.
Exemplo: quem tem renda tributável (salário mensal bruto menos os descontos
permitidos por lei, com a contribuição ao INSS já mencionada, dependentes,
contribuição à previdência privada, plano de saúde, pensão alimentícia judicial etc.) de
R$ 3.911,63 paga 22,5%, ou seja, R$ 351,74 por mês.
Se a renda tributável desse mesmo trabalhador for R$ 100 maior, ou R$ 4.011,63, ele
pagará R$ 379,24, ou seja, apenas R$ 27,50 a mais.
O motivo é simples: apenas aqueles R$ 100 a mais foram tributados pela alíquota
máxima, de 27,5%.
Uma renda tributável de R$ 4.911,63 (R$ 1.000 a mais) pagará R$ 626,74 por mês, ou
seja, R$ 275 a mais.
Valor Econômico
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Brasileiro trabalha mais e, com hora extra, ganha mais
João Villaverde
O brasileiro está trabalhando mais neste começo de ano. E está recebendo mais por
isso. A carga de trabalho média dos trabalhadores, que chegou a ser de 39,5 horas por
semana no primeiro trimestre de 2008, passou a 40,3 horas semanais, em média,
entre janeiro e março deste ano - a maior em cinco anos. Esse esforço adicional, no
entanto, é construído em sua maior parte com a utilização da hora extra, ampliando o
rendimento total embolsado. Em fevereiro, dado mais recente, o rendimento médio
real (que conta o salário mais o pagamento das horas extras) foi de R$ 1,5 mil, acima
dos R$ 1,4 mil registrados no mesmo mês dos últimos dois anos - em fevereiro de
2006, o rendimento real foi de R$ 1,2 mil.
O aumento dos rendimentos, ainda que condicionado à maior carga de trabalho, fica
claro a partir do cálculo do pagamento por hora trabalhada. No primeiro trimestre do
ano, os trabalhadores receberam R$ 38,4 por hora - eram R$ 37,1 por hora, no
primeiro trimestre do ano passado, e R$ 31,7 por hora, nos primeiros três meses de
2006, sempre descontada a inflação.
A duração da carga semanal de trabalho varia nas regiões. Se o dado levantado no
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta uma carga média de 40,3
horas, pesquisas do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos
Socioeconômicos (Dieese) mostram que os trabalhadores em Recife (PE) cumpriram
média de 45 horas de trabalho por semana, em fevereiro, enquanto que em Belo
Horizonte (MG) e Salvador (BA) ela foi de 42 horas semanais. Em fevereiro, dado mais
recente do Dieese, a menor carga semanal média de trabalho foi cumprida pelos
brasilienses - 41 horas.
Enquanto em boa parte dos países europeus e nos Estados Unidos a média semanal de
trabalho varia em torno de 33 horas a 37 horas, no Brasil, a Constituição prevê uma
semana de trabalho de 44 horas. Aqueles que têm carteira assinada podem cumprir,
além disso, duas horas extras por dia. A utilização, por muitas empresas, do banco de
horas, no entanto, permite o cumprimento de jornadas ainda maiores, depois
compensadas por meio de folgas.
Para Claudio Dedecca, professor do Instituto de Economia da Unicamp, o "efeito salário
mínimo" é evidente na redução da jornada de trabalho dos brasileiros. Ainda que em
alta em 2011, a carga atual está longe das quase 50 horas semanais levantadas pelo
Dieese entre 1988 e 1989, quando a redução constitucional de 48 para 44 horas por
semana impulsionou a utilização de horas extras como forma de "compensar" a
jornada menor.
"Ao contratar com carteira assinada, pagando o salário mínimo ou mais, o empregador
tende a cumprir a lei", diz Dedecca, que foi um dos idealizadores da política de
valorização do salário mínimo, vigente desde 2007, que atrela o reajuste anual à
inflação do ano anterior somada da variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois
anos antes.
Segundo José Silvestre, coordenador de relações sindicais do Dieese, as conquistas de
diversos sindicatos, nos últimos anos, de redução da carga semanal foram aceleradas
pelo aquecimento econômico, mas esse, também, promoveu o efeito colateral de
ampliar as vagas em setores como comércio e serviços, onde a jornada tende a ser
maior.
"Há grande formalização no país, mas ainda há largo contingente na informalidade,
que não está submetido à legislação ou à convenção coletiva de trabalho, e também os
trabalhadores autônomos, que ganham conforme trabalham mais", afirma Silvestre.
Segundo o Dieese, a carga média do trabalhador na indústria, na região metropolitana
de São Paulo, no ano passado, foi de 42 horas por semana, enquanto no comércio foi
de 45 horas. Em Recife, onde a carga horária é a maior entre as seis regiões
pesquisadas, o operário industrial trabalhou 47 horas por semana, em 2010, enquanto
que no comércio foi de 50 horas semanais.
Segundo João Saboia, professor do Instituto de Economia da UFRJ e especialista em
mercado de trabalho, as jornadas mais longas são resultado de regiões em que as
relações trabalhistas são "mais atrasadas", e onde o trabalhador autônomo "rivaliza"
com o funcionário formal no total de ocupados. "Prestadores de serviços, como
motoboys, e comerciantes, como camelôs, tendem a esticar sua jornada, porque assim
atingem um público consumidor maior e, com isso, elevam seus rendimentos."
Já em países ricos, avalia Saboia, os ganhos de produtividade oriundos dos
investimentos em tecnologia e inovação permitem que o trabalhador produza o mesmo
cumprindo jornadas muito inferiores. Além disso, diz o especialista, "não só há o ganho
produzido por máquinas e equipamentos mais eficientes, mas também os empregos
exigem menos esforço físico continuado, e, portanto, carga horária menos abusiva".
Para Silvestre, do Dieese, as centrais sindicais deveriam aliar à bandeira da redução da
carga a 40 horas por semana o encarecimento da hora extra. "Se a hora extra tiver um
custo impeditivo ao empresário, os funcionários farão jornadas menores."
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Demanda aquecida exige jornada maior
Com a ambição de ganhar mais e, com isso, ampliar sua capacidade de consumo, o
metalúrgico paulista José Maria de Oliveira Lima está, desde o início do ano, fazendo
hora extra. "É um sentimento misto", diz Lima, "porque enquanto o dinheiro a mais
deixa a esposa feliz, ela reclama que eu acabo ficando mais tempo no serviço". O
metalúrgico, que completou 50 anos no fim de abril, afirma, no entanto, que está
trabalhando menos que a "turma mais nova". "Os mais jovens querem comprar moto,
televisão, roupa para impressionar, e acabam fazendo hora extra aos sábados,
domingos e feriados", diz.
Com 115 operários no chão de fábrica, a empresa onde Lima trabalha há 15 anos
opera de segunda a sexta-feira, em um turno só, com carga de trabalho de 44 horas
por semana - seguindo, portanto, o previsto na Constituição. Mas, com a demanda
aquecida, a metalúrgica oferece aos funcionários a possibilidade de trabalhar horas
extras - aos sábados, das 7h às 15h, aos domingos e feriados, das 7h ao meio-dia. A
hora extra, diz Lima, é paga em dinheiro, no mesmo dia em que é cumprida.
"Nos últimos três anos, a fábrica fechou contratos importantes com grandes empresas,
que exigem dos fornecedores um nível muito alto de qualidade. Isso aumentou os
salários e também o preço da hora extra", diz o operário. Além de ampliar a produção
por meio do aumento da jornada de seu pessoal, a fábrica, localizada na zona leste da
capital, contratou 13 operários desde janeiro.
Lima, que faz cabeças de parafusos, tem cumprido de duas a três horas extras por
semana, desde janeiro, o que elevou seus rendimentos a pouco mais de R$ 2,1 mil por
mês. "Mas alguns companheiros, com salários inclusive menores que o meu, estão
embolsando R$ 3 mil por mês", diz, "tudo construído com hora extra".
De acordo com pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos
Socioeconômicos (Dieese), é no setor industrial que a jornada de trabalho média tem
caído mais rapidamente nos últimos anos. Em São Paulo, por exemplo, a carga
semanal caiu de 43 horas, em 2008, para 42 horas semanais, no ano passado.
Segundo José Silvestre, coordenador de relações sindicais do Dieese, a indústria
"caminha para semanas de trabalho próximas de 40 horas". Os pouco mais de 105 mil
metalúrgicos no ABC paulista já trabalham, desde 2008, igual ou menos que 40 horas.
Quase 80% dos 450 mil operários representados pelo Sindicato dos Metalúrgicos de
São Paulo e Mogi das Cruzes, a que Lima é filiado desde 1996, já cumprem semana
inferior às 44 horas previstas na Constituição.
Para Claudio Dedecca, professor do Instituto de Economia da Unicamp e especialista
em mercado de trabalho, a reivindicação das centrais sindicais, que querem reduzir a
semana de trabalho a 40 horas, é "extremamente justa", mas só será atingida de
forma progressiva.
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Contratação
construções
de
fiscais
não
segue
ritmo
do
aumento
das
O crescimento no volume de financiamento de imóveis pela Caixa Econômica Federal
não foi acompanhado pelo aumento proporcional de funcionários responsáveis pela
fiscalização desses empreendimentos. Segundo dados divulgados pela Caixa, enquanto
os contratos assinados dobraram em dois anos, passando de 513 mil em 2008 - antes
do programa Minha Casa, Minha Vida - para 1,054 milhão em 2010, foram contratados
somente 486 empregados entre engenheiros, arquitetos, analistas e técnicos sociais,
para um quadro anterior de 2,6 mil funcionários - um crescimento de 18%.
A Caixa argumenta, porém, que trabalha com empresas credenciadas que aumentam
ou diminuem o número de serviços realizados em função da maior ou menor demanda.
Hoje, as 3,4 mil empresas credenciadas têm 4,3 mil empregados. Em 2009, eram
2.963 companhias, mas a Caixa não especifica o número de funcionários que eles
possuíam na época.
Dessa forma, a instituição diz que não há prejuízos à qualidade do trabalho.
Recentemente, porém, a Caixa observou um aumento das reclamações em relação à
qualidade de imóveis e, segundo diagnóstico feito pela instituição, os problemas
estavam relacionados a empreendimentos em que a Caixa financia apenas a sua
venda, e não a sua construção.
"Em alguns casos, empreendimentos camuflados de construções individuais
apresentaram problemas relacionados à falta de laje, de piso em áreas molhadas, de
calçada de proteção, de drenagem adequada", diz Luiz Alberto Sugahara. Questionado
se o problema não afetava os empreendimentos financiados pela Caixa antes do Minha
Casa, Minha Vida, o consultor diz que o problema começou a chamar a atenção agora
por causa do crescimento dos financiamentos, que incentivou o ingresso de novos
investidores.
As reclamações fizeram com que a Caixa aumentasse as exigências para a concessão
de financiamentos de imóveis cuja produção é feita com recursos próprios. Antes eles
não estavam sujeitos às mesmas condições que as construções financiadas pelo banco.
As regras passarão a valer em julho e incluem pavimentação, a existência de
responsável técnico, itens essenciais de qualidade e segurança.
O anúncio do aumento das regras provocou protestos dos empreendedores que estão
construindo casas em regiões sem asfalto, como na cidade paranaense de Sarandi,
onde 60% da área não possui asfalto e a prefeitura avalia que 80% dos 2 mil imóveis
do programa estão sendo tocados por construtores particulares. "A segurança e a
qualidade que a Caixa está exigindo são boas, mas vão aumentar o custo da
construção. Os terrenos em área com asfalto são poucos e mais caros", diz José Luiz
de Almeida, secretário de indústria de Sarandi.
Segundo o deputado André Vargas (PT-PR), o que estão pedindo não é que não haja
uma boa infraestrutura, mas que sejam apontadas soluções, como dar opções além do
pavimento. "Queremos que as exigências sejam razoáveis e que considerem a real
situação das cidades brasileiras", diz o deputado que é relator da medida provisória
que estabelece a segunda fase do Minha Casa, Minha Vida.
Entre os problemas encontrados em conjuntos do programa relacionados à estrutura
dos imóveis estão os observados em Águas Lindas (GO), próximo a Brasília, e em
Governador Valadares (MG), empreendimento construído em um terreno instável,
parte de um antigo lixão, e que hoje está com casas ameaçadas pela erosão. Neste
último caso, porém, não há financiamento da Caixa.
Irregularidades no tratamento da mão de obra também foram observados, como nas
cidades paulistas de Hortolândia e Americana. Nesta última, a Procuradoria Regional
do Trabalho (PRT) de Campinas encontrou no mês passado 44 trabalhadores em
situação degradante de trabalho em uma obra sob responsabilidade da construtora
MRV. A empresa diz que cumpriu o termo de ajustamento de conduta (TAC) assinado
com o Ministério do Trabalho, que consistia em pagamento de salários atrasados e
outros direitos dos trabalhadores.
Segundo Sugahara, a fiscalização da mão de obra é tarefa do Ministério do Trabalho.
"Não atuamos para verificar detalhes. Da nossa parte, exigimos que a construtora
comprove o recolhimento de impostos trabalhistas previstos no volume da obra
contratada." No caso de pessoas físicas, porém, não há essa exigência. "Espera-se que
o imóvel chegue à Caixa com essa garantia, já que é preciso comprovar o pagamento
dos impostos trabalhistas ao cartório quando é feita a averbação do imóvel", diz.
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Para governo, pior da inflação já passou e meta deverá ser
atingida em 2012
Claudia Safatle
A inflação convergirá para o centro da meta de 4,5% em 2012 se o nível da atividade
econômica permanecer ainda por um bom tempo, algo como nove a 12 meses,
crescendo abaixo do Produto Interno Bruto (PIB) potencial. Não há uma conta cravada
sobre o produto potencial, mas o consenso de mercado é que ele gira em torno de
4,5%.
A variação do IPCA em abril, de 0,77%, ficou aquém das expectativas e foi uma boa
surpresa. Na visão do governo, o pior da inflação já passou. A partir deste mês os
índices serão mais confortáveis. No acumulado de 12 meses, porém, o índice bateu no
teto em abril (6,51%), deve superar o teto nos próximos meses e voltar a cair a partir
de agosto/setembro.
Nos próximos meses, o quadro inflacionário será dúbio por razões estatísticas. O IPCA
mensal será bem menor, na casa dos 0,4% ou menos, mas se defrontará com as taxas
muito baixas do ano passado, quando a inflação foi zero em junho, 0,01% em julho e
0,04% em agosto. Isso levará o IPCA de 12 meses a superar o teto da meta por
alguns meses, tal como ocorreu em 2005.
Está nas contas do governo a possibilidade de um aumento da inflação no último
trimestre deste ano e no primeiro trimestre de 2012. Além de este ser um
comportamento padrão no ano, desta vez pode ocorrer uma pressão dos dissídios
coletivos concentrados em setembro, se a tendência for balizar as negociações pelo
reajuste do salário mínimo do próximo ano, em torno de 14%. Espera-se que essa
elevação seja temporária, movida por sazonalidades.
No segundo semestre de 2010, o crescimento da economia ficou por um rápido período
abaixo do potencial. O crescimento foi de 0,4% no terceiro trimestre, mas subiu para
0,7% no fim do ano. No primeiro trimestre deste ano, a taxa de crescimento do
produto aproximou-se mais de 1% e, segundo a expectativa de economistas do
governo, deve recuar a partir de agora.
Isso não significa que a política de aperto monetário pode ser afrouxada. Embora os
indicadores de preços, a acomodação dos preços das commodities internacionais e os
sinais de desaquecimento da demanda tenham deixado o governo mais confiante nos
últimos dias, "o Banco Central não vai tirar férias coletivas", comentou uma fonte.
O cenário internacional continua incerto e, na semana passada, ocorreu um fato
curioso. Após reunião do Banco Central Europeu que decidiu pela manutenção da taxa
de juros em 1,25% ao ano, o presidente da instituição, Jean-Claude Trichet, declarou
que o BCE está incorporando a situação da taxa de câmbio em suas análises. Fez isso
após numa iniciativa incomum, ler em voz alta as declarações recentes do presidente
do Federal Reserve Bank, Ben Bernanke.
A valorização de 9% do euro frente ao dólar estaria na raiz do adiamento da elevação
dos juros na Zona do Euro, depois de um aumento de 0,25 ponto percentual na
reunião do BCE em abril. Apreciação que decorre da montanha de dólares que o
governo americano está jogando no mundo, inundando a liquidez internacional e
depreciando sua moeda.
As palavras de Trichet chamaram a atenção de alguns economistas brasileiros, pois
coincidem exatamente com o que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, tem dito.
Conferem também com os argumentos do presidente do Banco Central, Alexandre
Tombini, de que a questão cambial hoje é inflacionária. Na medida que o imenso fluxo
de dólares entra no país, gera expansão do crédito e alimenta a demanda, ela acaba
neutralizando os efeitos das políticas monetária e fiscal.
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De olho em 2012, Marta foca em projetos para SP
Ex-prefeita de São Paulo e um dos nomes mais cotados do PT para concorrer
novamente ao cargo em 2012, a senadora Marta Suplicy apresentou dois projetos de
lei para beneficiar financeiramente a capital paulista. Alegando momento econômico
favorável, ela propõe, em um dos projetos, uma alteração no critério de distribuição do
Fundo de Participação dos Municípios-Capitais (FPM-Capitais) que quase dobraria a
atual cota de São Paulo (dos atuais 2,9% para 5,5%). A outra proposta apresentada
por Marta muda o índice de atualização monetária e reduz os juros do saldo devedor
da dívida do município com a União, considerada impagável por ela.
A "readequação" das condições financeiras da renegociação da dívida de São Paulo
com a União é uma reivindicação de Marta desde que foi prefeita (2004 a 2008). Na
época, segundo ela, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu ministro da
Fazenda, Antonio Palocci, diziam que a situação econômica do país não permitia,
porque o país havia acabado de sair da crise cambial.
Adversária do atual prefeito, Gilberto Kassab, que está deixando o DEM para lançar o
PSD, Marta diz que será sua "aliada" nesse caso. "Quando Kassab fala da
impossibilidade de pagar a dívida de São Paulo, sei que procede. Não dá para pagar. A
gente não tem que viver na ilha da fantasia", diz.
Ela afirma ter colocado seu nome "à disposição" do PT para disputar novamente a
prefeitura em 2012 "em vista do caos em que a cidade se encontra e do não
cumprimento das promessas de Kassab, feitas numa disputa contra minha
candidatura".
O projeto reduz de 9% para 6% os juros a serem calculados sobre o saldo devedor e
substitui o Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI) - calculado pela
Fundação Getulio Vargas e muito influenciado por preços externos - para a atualização
monetária pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Ampliado (IPCA), calculado
pelo IBGE e que teve aumento inferior ao do IGP-DI nos últimos anos. Em março de
2011, no acumulado de 12 meses, o IPCA ficou em 6,3% e o IGP-DI, em 11,1%.
As "condições severas" (IGP-DI mais juros de 9%), previstas na medida provisória que
estabeleceu os critérios do refinanciamento, pela União, da dívida pública mobiliária
dos municípios, em 2001, fazem com que a dívida de São Paulo cresça "de forma
explosiva", segundo Marta. É essa MP (2.185-35, de 24 de agosto de 2001), que o
projeto altera.
"Precisamos respeitar o contrato firmado com a União, mas não podemos deixar que
essa dívida exploda e chegue a R$ 300 bilhões em 2030", afirma, com base em
projeções.
O contrato da renegociação da dívida de São Paulo com o governo federal foi assinado
pelo então prefeito Celso Pitta. Exigia pagamentos de cerca de R$ 10 bilhões entre
2000 e 2004, o que era "impraticável", segundo Marta. Segundo ela, Pitta assinou um
acordo "muito nocivo" à cidade, porque estava num momento de "muita fragilidade".
Era "uma bomba de efeito retardado", diz. O saldo da dívida saltou de R$ 13 bilhões
em 2000 para R$ 45 bilhões de reais em 2011. "Nesse período, foram pagos R$ 14
bilhões entre juros e amortizações e ainda resta um saldo devedor de R$ 45 bilhões.
Parece contrato do antigo BNH", afirma. Somente em 2010, a economia do município
seria de R$ 3,5 bilhões, caso o novo índice e o juro menor fossem aplicados.
O outro projeto de lei apresentado pela ex-prefeita, que foi uma promessa de
campanha para o Senado, cria uma nova faixa de distribuição dos recursos do FPMCapitais. O atual critério, segundo Marta, prejudica as mais populosas. Pela regra
prevista na lei 5.172, de 1966, o FPM-Capitais é rateado a partir de um fator
populacional e outro inversamente proporcional à renda per capita do Estado. Ou seja,
as capitais mais populosas de Estados mais pobres recebem parcela maior.
"Quem administrou São Paulo sabe que é uma cidade muito rica, mas tem bolsões
gigantescos de pobreza e os problemas são infinitamente maiores que as de outras
capitais", diz. Segundo ela, existe uma espécie de discriminação em relação a São
Paulo, por ser uma capital rica e por isso ela acaba não sendo beneficiada com os
instrumentos de que a União dispõe, porque o resto do país resiste.
No caso do FPM-Capitais, o que Marta propõe é alterar apenas o critério populacional,
para corrigir o que ela considera uma "distorção", que prejudica "injustificadamente as
capitais de maior população". A legislação vigente prevê apenas três faixas: as capitais
que têm até 2% da população total dessas cidades, as que têm entre 2% e 5% desse
universo ou aquelas com mais de 5%.
Isso faz com que capitais na faixa dos 2 a 3 milhões de habitantes tenham o mesmo
fator de participação que cidades com 11 milhões de habitantes, como São Paulo.
Segundo Marta, o município de São Paulo recebeu apenas cerca de R$ 15 por
habitante de FPM-Capitais, enquanto a média das demais capitais é de R$ 247 por
habitante.
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Petistas do Norte e do Nordeste criticam paulistização do partido
Raquel Ulhôa
A retomada do comando nacional do PT pelo grupo paulista, com a eleição do
deputado estadual Rui Falcão para substituir o sergipano José Eduardo Dutra na
presidência da legenda, deu mais munição para reclamação de petistas das regiões
Norte e Nordeste, principalmente, com o que chamam de "paulistização" do partido e
do governo federal. As críticas não centram na figura do novo presidente mas na nova
correlação de forças do partido.
O senador Jorge Viana (PT-AC), um dos que manifestam a preocupação, considera
natural que o PT queira aproveitar um momento de crise do PSDB de São Paulo para
fortalecer seus quadros e tentar retomar o controle do maior colégio eleitoral do país.
Mas alerta que isso não pode significar "retrocesso" na atenção que o governo federal
e o PT deram a outras regiões.
"O governo Lula ajudou a olhar mais para o Norte e o Nordeste. O PT não pode
incorrer no mesmo erro do passado, em que tudo no partido era muito centrado no
Sul. Isso não pode significar um retorno ao que o PT já viveu: o desequilíbrio de forças
do partido, com prioridade para São Paulo", afirma.
Presidente da Subcomissão Permanente do Desenvolvimento do Nordeste (CDRDN), o
senador Wellington Dias (PT-PI) diz que Falcão está no comando do PT
"emergencialmente" e que o futuro presidente do partido deve ser da mesma região de
Dutra - o Nordeste. "No primeiro encontro nacional do partido, vamos discutir essa
questão. O presidente eleito pela maioria foi José Eduardo Dutra. Na época, o
entendimento era que precisaríamos ter outras regiões do Brasil encabeçando o
partido", afirma.
Na gestão de Dutra, que se afastou por questões de saúde, o grupo paulista do PT é
que mostrava insatisfação com o distanciamento do núcleo decisório do governo.
Ouvia-se que o sergipano agia mais como governo do que como PT. Os paulistas
queriam interlocução direta com Dilma Rousseff. Chegaram a se unir e elaborar um
documento no qual pediam audiência com a presidente. Mas o grupo recuou quando
Dutra reagiu contra a manobra para desautorizá-lo.
Agora, aproveitando a saída do sergipano da presidência do partido, numa articulação
atribuída principalmente ao ex-ministro José Dirceu, o grupo manobrou para voltar ao
comando do partido. Os paulistas passaram por cima até da vontade de Dilma e do expresidente Luiz Inácio Lula da Silva, que preferiam a eleição do senador Humberto
Costa (PE), líder da bancada no Senado.
Apresentaram argumentos para mostrar a dificuldade de sua eleição. Primeiro, o fato
de ser líder no Senado. Depois, a intenção de Costa disputar o governo do Estado, em
2014. Ficou claro haver uma espécie de veto ao nome do pernambucano, que reagiu.
Com maioria de votos, o grupo paulista impôs o nome de Falcão. A partir dessa
conversa, o grupo levou a Lula e Dilma a versão que Costa havia recusado. Tirando o
período em que o PT foi presidido por Olívio Dutra (RS) e, agora, por José Eduardo
Dutra (SE), que afastou-se para dedicar-se a tratamento de saúde, o controle do
partido sempre foi de São Paulo.
Petistas do Norte e do Nordeste queixam-se, ainda, da pouca representação da região
na composição do governo. Jorge Viana, ex-governador do Acre, diz acreditar que a
presidente vai mudar essa correlação de forças na primeira reforma ministerial
provavelmente a partir da saída dos candidatos nas eleições municipais de 2012.
"Há desequilíbrio de forças. Acreditamos que na primeira oportunidade de mexida do
governo, Dilma vai melhorar esse equilíbrio, recompondo e não piorando. Até porque a
gente deve deixar a crise no colo dos adversários", afirma.
Para Wellington Dias, também ex-governador (Piauí) e um dos líderes de um
movimento que busca unir a atuação de parlamentares do Nordeste para reforçar as
reivindicações da região, há insatisfação com a baixa representação de regiões menos
desenvolvidas na equipe de Dilma e receio de que isso se reflita em políticas de
governo.
"O presidente Lula buscou um tratamento diferenciado, mais favorável às regiões
menos desenvolvidas. O Nordeste é responsável por 10 dos 11 milhões de votos que
Dilma teve de vantagem. Então, na composição da equipe, nas áreas mais
estratégicas, havia expectativa de presença maior de pessoas dessa região. O
sentimento é que houve uma paulistização na composição, tanto no partido da
presidente quanto nos outros partidos", afirma.
O senador Walter Pinheiro (PT-BA) não compartilha das críticas contra a chamada
paulistização. Segundo ele, esses setores do partido teriam outras motivações. "Se
quisermos discutir a política do governo, vamos sentar com o governo. Não é tirando o
Falcão e colocando outro que vamos resolver", afirma. Para ele, reclamar contra
ocupação de espaço depois de a decisão estar tomada, não resolve nada.
A senadora Marta Suplicy (PT-SP) diz que a eleição de Falcão não se deve a nenhuma
prioridade partidária. "Foi uma conjuntura. Na política, o que é natural geralmente é o
certo. E ele [Falcão] era o vice", disse. Ela acha que Falcão tem perfil adequado para
conduzir o partido na eleição municipal, por ser "uma pessoa do diálogo, mas com
capacidade de endurecer, quando necessário".
O Globo
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O perigo de um presidente que 'retalia'
Editorial – 07/05/11
Não há registro, nos últimos tempos, de um depoimento tão sincero de alguma
autoridade do Executivo no Congresso quanto o prestado pelo ministro da Fazenda,
Guido Mantega, perante a Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, na terçafeira.
O ministro era mesmo a pessoa indicada do governo para tratar de um tema grave, a
intervenção do Palácio na troca do presidente de uma empresa privada, a Vale. Além
de, em função do cargo ter alguma relação com o tema, foi Mantega, conforme
revelação do jornal "O Estado de S. Paulo", quem, em março, comunicara ao Bradesco,
de maneira formal, o interesse do governo na saída de Roger Agnelli da mineradora,
ex-executivo do banco, maior sócio privado da empresa. Mantega, portanto, é um dos
atores de toda esta trama.
O ministro não escondeu que a irritação brasiliense começara quando o presidente Lula
cobrou, sem êxito, que a Vale executasse projetos siderúrgicos no Pará, à época
governado pelo PT. Para o Palácio, é como se a Vale ainda fosse estatal. E como já não
era, diante do excesso de capacidade instalada no setor siderúrgico no mundo, a
direção da mineradora não cumpriu o desejo presidencial na rapidez com que ele
desejava. Haveria ainda a questão da encomenda de navios, feita no exterior dentro
da lógica de uma empresa privada, em defesa dos acionistas.
O mau humor de Lula e séquito tornou-se mais denso com a demissão de mais de mil
empregados no estouro da crise mundial - outra demonstração de esquecimento da
nova condição da empresa. A mesma reação de líder sindical ocorreu com a Embraer.
Mas se estas ou qualquer empresa privada não reduzissem custos poderiam não
sobreviver. Não são estatais com acesso livre e descuidado ao dinheiro do contribuinte.
Em mais um rasgo de sinceridade, o ministro, ao defender a irritação de Lula, afirmou
que foi melhor ele ter manifestado "democraticamente" a contrariedade, pois poderia
"ter retaliado a Vale". Tocaram, então, as sirenes para quem se preocupa com o
estado de direito e a segurança jurídica no Brasil. A simples menção de que o Palácio
admite como hipótese usar instrumentos de Estado contra uma empresa deve colocar
em alerta instituições voltadas à defesa da Constituição, do equilíbrio entre poderes,
de toda a estrutura institucional, enfim, da República e do regime de democracia
representativa.
Tão grave quanto isso é que a cultura cesarista de verticalização do poder, observada
no grupo controlador do Executivo há oito anos, tem desdobramentos perigosos em
várias áreas. Na economia, ela se consubstancia num projeto mal disfarçado de
capitalismo de Estado à la Geisel, em que o BNDES facilita a vida de empresários
privados eleitos, aos quais ainda são colocados à disposição poderosos fundos de
pensão de empresas públicas, tratados como do Estado pelo ministro no depoimento.
Mantega tem razão: Previ, Petros, Funcex estão disfarçados de entidades de "direito
privado", quando, na vida real, são braços manejados por Brasília e, nos últimos anos,
também pelo financismo sindical construído no PT/CUT.
Pode-se imaginar o poder de quem estiver no controle do Estado quando este projeto
ideológico alcançar estágio avançado. O veto do Executivo irá muito além do cargo de
altos executivos de grandes empresas.
Agência Brasil
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Apenas 8% dos municípios fazem a coleta seletiva de lixo
Ana Lúcia Caldas
Brasília - Diariamente o Brasil produz 150 mil toneladas de lixo, das quais 40% são
despejadas em aterros a céu aberto. O destino adequado do lixo é um problema que
afeta a maioria das cidades - apenas 8% dos 5.565 dos municípios adotam programas
de coleta seletiva.
Os dados são de um estudo realizado pelo Compromisso Empresarial para a
Reciclagem (Cempre), associação sem fins lucrativos dedicada à promoção da
reciclagem e mantida por empresas privadas.
O Brasil tem hoje uma Política Nacional de Resíduos Sólidos instituída pela Lei Federal
12.305, de 2 de agosto de 2010, e regulamentada pelo Decreto Federal 7.404, de 23
de dezembro de 2010. Considerada uma vitória do Movimento Nacional dos Catadores
de Materiais Recicláveis, o projeto tramitou por 20 anos no Congresso Nacional.
“Nós entramos no circuito porque a primeira lei sequer citava os catadores”, explica
Severino Lima Junior, da coordenação nacional do movimento. Segundo ele, a lei é
uma das melhores da América Latina .”Hoje a gente tem dados mostrando que 90% do
material reciclado passou pela mão de um catador, seja ele de cooperativa ou de rua e
lixões.”
A coordenadora de Consumo Sustentável do Ministério do Meio Ambiente (MMA),
Fernanda Daltro, diz que a aprovação da lei foi o resultado de uma grande mobilização
de todos os setores envolvidos: a sociedade, o setor produtivo, o governo e os
catadores. “A demora da tramitação foi necessária para a adequação de todos os
interesses destes setores, do próprio mercado, para atender as exigências, e dos
governos, para entender a importância de uma política para os resíduos sólidos.”
A partir do segundo semestre de 2012 os brasileiros poderão ter regras fixas e
determinadas pelo governo federal para o descarte adequado de produtos como
eletroeletrônicos, remédios, embalagens, resíduos e embalagens de óleos lubrificantes
e lâmpadas fluorescentes de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista.
Pela lei, os governos municipais e estaduais têm dois anos de prazo para a elaboração
de um plano de resíduos sólidos.
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Em comunicado conjunto, Dilma e Chávez deverão formalizar
defesa pela reforma do Conselho de Segurança
Renata Giraldi
Brasília – A presidenta Dilma Rousseff e o presidente da Venezuela, Hugo Chávez,
deverão assinar um comunicado conjunto na próxima terça-feira (10), em Brasília. O
documento deverá conter o apelo para a reforma do Conselho de Segurança da
Organização das Nações Unidas (ONU) e o apoio venezuelano ao pleito brasileiro, que
é o de ocupar um assento permanente no órgão em nome da América Latina.
Nas reuniões preliminares de assessores de Chávez com autoridades brasileiras houve
sinalizações do apoio ao Brasil. O presidente da Venezuela será o terceiro chefe de
Estado que indicará apoio à reforma do conselho, como defende o Brasil.
Em março, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse ser favorável à
reforma e ao desejo do Brasil de ocupar um lugar permanente no conselho, mas evitou
ser explícito neste apoio. No mês passado, foi a vez de o presidente da China, Hu
Jintao, afirmar que é o momento de discutir mudanças no conselho.
No último dia 5, o presidente da Alemanha, Christian Wulff, afirmou que, assim como
os brasileiros, os alemães também querem rever a estrutura atual do Conselho de
Segurança das Nações Unidas. Para ele, é fundamental buscar um acordo regional para
obter avanços nestas negociações. Recentemente, Dilma disse que “não é capricho”
querer a reforma.
A atual estrutura do conselho segue o modelo que existia no mundo depois da 2ª
Guerra Mundial - ocupam vagas permanentes no órgão os Estados Unidos, a Rússia, a
China, a França e a Inglaterra.
Os assentos provisórios são ocupados pelo Brasil, Japão, México, Líbano, Gabão, pela
Turquia, Bósnia-Herzegovina, Nigéria, Áustria e Uganda. O período do mandato nos
assentos rotativos é de dois anos.
As autoridades brasileiras defendem ampliar o número de cadeiras no conselho de 15 –
cinco permanentes e dez provisórias – para 25, entre as quais o Brasil se coloca como
candidato a titular.
Carta Maior
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CUT e Fiesp querem fim do poder de pesquisa de 'mercado'; BC
nega
Com poder de influenciar decisões do Banco Central sobre taxa de juros, pesquisa
semanal com 'mercado' é alvo de críticas de trabalhadores e de empresários do setor
real da economia, que pedem mudanças. BC diz que levantamento é importante, não
muda e que qualquer um pode aderir. Em dez anos, entrevistados já acertaram 75%
das apostas sobre juros.
André Barrocal
BRASÍLIA – O Banco Central (BC) consulta toda semana de 90 a 100 instituições sobre
as expectativas delas para inflação, crescimento econômico e taxas de juros, entre
outros assuntos. É uma pesquisa que dá poder aos entrevistados. Suas respostas
influenciam decisões do BC como, por exemplo, juros. Por isso, trabalhadores e
empresários defendem mudanças no levantamento. Mas o BC discorda e diz que o
modelo atual é importante e segue padrão internacional.
O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique, afirma que
ninguém é mais “mercado” - em tese, o setor de cuja opinião o Banco Central está
atrás nas pesquisas semanais – do que a entidade sindical dele. “Eu tenho sete
milhões de trabalhadores na CUT, como é que eu não sou mercado?”, questiona Artur,
que gostaria de ter seu ponto de vista levado em conta pelo BC.
Além de pedir modificações no levantamento, conhecido como Focus, a CUT reivindica
também um novo modelo para o Conselho Monetário Nacional (CMN). Formado pelos
ministros da Fazenda e do Planejamento e pelo presidente do BC, o Conselho define,
por exemplo, a meta de inflação que o banco persegue. É uma reivindicação que vem
desde o governo Lula, sem sucesso.
O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf,
é outro que condena o formato e o poder da pesquisa. “Há muito tempo que o
mercado montou uma rede de proteção social que só defende o valor da moeda”,
afirma Skaf. “É preciso acabar com essa ditadura do Focus.”
Para os críticos da pesquisa, uma evidência do poder do “mercado” estaria no nível de
acerto – que os críticos acham "capitulação" – sobre as decisões do BC quanto a juros.
O levantamento tem o formato atual desde 2001. De lá para cá, o Comitê de Política
Monetária (Copom) do Banco Central já sentou 74 vezes para discutir se mexia ou não
no juro. A pesquisa acertou o resultado na mosca em 75% dos casos.
“Antes do Copom, há sempre uma ofensiva especulatória dessa pesquisa Focus”, diz a
senadora Gleisi Hofman (PT-PR), da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do
Senado.
Para o presidente do BC, Alexandre Tombini, no entanto, a pesquisa é importante,
segue padrão observado em outros países e não passará por “qualquer mudança”.
Segundo o BC, qualquer entidade pode participar da pesquisa, desde que mantenha,
de forma permanente, um departamento de análises econômicas.
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As 10 transnacionais secretas que controlam as matérias primas
Alfredo Jalife-Rahme - La Jornada
Antecedentes: Zheng Fengtian, professor da Escola de Economia Agrária da
Universidade Renmin, na China (Global Times, 13/4/11), fustiga "o monopólio dos
cereais que o Ocidente exerce" e a "manipulação deliberada dos preços pelos
especuladores internacionais" graças à desregulação de que gozam em Wall Street e
na City, assim como nos paraísos fiscais (nomeadamente a Suíça): "não podemos
depender apenas dos Estados Unidos (EUA) para resolver a crise alimentar global" nem
das "quatro (sic) gigantes (sic) transnacionais".
Não especifica quais, mas os leitores podem consultar os meus artigos sobre o "cartel
anglo-saxão da guerra alimentar" e o seu "meganegócio" (Radar Geopolítico;
Contralínea, 30/1/11). Fengtian adota a velha tese de Bajo la Lupa sobre a "guerra
alimentar" que trava Washington para submeter o mundo: "no passado (sic), os EUA
aproveitaram as vantagens do seu papel dominante no mercado global de alimentos
para adotá-los como arma (¡supersic!) política".
Atos: O mundo anglo-saxão cacareja vaziamente sobre a transparência e a prestação
de contas, enquanto oculta simultaneamente as suas "10 gigantes (sic) transnacionais
secretas (¡supersic!)" que "controlam a comercialização dos hidrocarbonetos e das
matérias primas", segundo The Daily Telegraph (15/4/11). Como se não bastassem as
depredadoras transnacionais (BP, Tepco, Schlumberger/Transocean, etc.) que
estabelecem suas cotações desapiedadamente na bolsa!
Para além dos tenebrosos grupos da plutocracia – como o grupo texano Carlyle (ligado
ao nepotismo dos Bush) e o inimputável Blackstone Group (controlado por Peter G.
Petersen e Stephen A. Schwarzman, cujas façanhas remontam ao macabro
recebimento dos seguros das Torres Gémeas do 11/9) – The Daily Telegraph revela a
identidade oculta das "principais 10 transacionadoras globais de petróleo e matérias
primas":
1. Vitol Group: sede em Genebra e Roterdan, com resultados de 195 mil milhões de
dólares na comercialização de hidrocarbonetos; a primeira petrolífera a exportar com
pontualidade da região controlada pelos rebeldes na Líbia.
2. Glencore Intl.: sede em Baar (Suíça), com resultados por 145 bilhões de dólares
em metais, minerais, produtos agrícolas e de energia; fundada pelo israelo-belgaespanhol Marc Rich; acusada pela CIA (¡supersic!) de subornar governantes; controla
34 por cento da mineira global suíço-britânica Xstrata; apostou na subida do trigo
durante a seca russa (The Financial Times, 24/4/11); o banqueiro Nat Rothschild
"recomendou" o seu polêmico novo director Simon Murray (The Daily Telegraph,
23/4/11); destaca a circularidade financeira do binômio Rotshchild-Rich.
3. Cargill: sede em Minneapolis, Minnesota, com resultados por 108 bilhões de
dólares em agronegócios, carnes, biocombustíveis, aço e sal; severamente criticada
pela desflorestação, contaminação de todo o gênero (incluindo a alimentar) e abusos
contra os direitos humanos.
4. Koch Industries: sede em Wichita, Kansas, com resultados por 100 bilhões de
dólares em refinação e transporte de petróleo, petroquímicos, papel, etc.; empresa
familiar (a segunda mais importante nos EUA depois da Cargill) manejada pelos irmãos
ultraconservadores David e Charles Koch, que financiam o Tea Party.
5. Trafigura: sede em Genebra, com resultados por 79,200 bilhões de dólares em
petróleo cru, comercialização de metais; depredadora tóxica em África; provém da
separação de várias empresas do israelo-belga-espanhol Marc Rich.
6. Gunvor Intl.: sede em Amsterdã e Genebra, com resultados por 65 bilhões de
dólares em petróleo, eletricidade e carvão.
7. Archer Daniels Midland Co.: sede em Decatur, Illinois, com resultados por 62
bilhões de dólares em milho, trigo, cacau; listada na Bolsa de Nova Iorque; atuação
escandalosa e processada por contaminação reiterada; beneficiou com os subsídios
agrícolas do governo dos EUA.
8. Noble Group: sede em Hong Kong, com resultados por 56 700 bilhões de dólares
em açúcar brasileiro e carvão australiano; sólidos laços com a HSBC e a polêmica
empresa contabilística Pricewaterhouse Coopers; cotada no Índice Strait Times
(Singapura).
9. Mercuria Energy Group: sede em Genebra, com resultados de 46 bilhões de
dólares em petróleo e gás.
10. Bunge: sede em White Plains, Nova Iorque, com resultados de 45,7 bilhões de
dólares em cereais, soja, açúcar, etanol e fertilizantes; multada nos EUA por emissões
contaminantes.
The Daily Telegraph adiciona surpreendentemente como "menção especial" a Phibro,
hoje subsidiária da Occidental Petroleum Corporation (Oxy): sede em Westport
(Connecticut), com 10 por cento dos resultados do banco Citigroup em 2007 em
petróleo, gás, metais e cereais, onde iniciou a sua "aprendizagem" o israelo-belgaespanhol Marc Rich.
Das 11 transnacionais piratas, cinco pertencem aos EUA, três à Suíça (notável paraíso
fiscal bancário), duas são suíço-holandesas e uma é de Hong Kong (ligada à GrãBretanha). Se as 11 fossem cotadas na bolsa colocar-se-iam da posição sete até à 156
na classificação da Fortune Global 500. Sem penetrar na genealogia dos seus testa-deferro e verdadeiros donos, destaca-se a nefasta sombra do israelo-belga-espanhol
Marc Rich em três empresas piratas: Glencore Intl., Trafigura e Phibro.
O israelo-belga-espanhol Marc Rich merece uma menção honrosa e com uma biografia
mafiosa revela quiçá uma das razões do hermetismo das "gigantes" transnacionais que
não estão cotadas nas bolsas e que movimentam nocivamente verdadeiras fortunas
sem o menor escrutínio governamental ou cidadão. Será mera causalidade que Rich
apareça em três das "secretas" 11 empresas "gigantes" que especulam na penumbra
com os preços dos alimentos, hidrocarbonetos e metais?
Marc Rich, perseguido por evasão fiscal nos EUA (logo perdoado, polemicamente, por
Clinton), foi denunciado como "espião da Mossad israelense" (Niles Latham, New York
Post, 5/2/01) e "lavador de dinheiro" das mafias (The Washington Times, 21/6/02).
O investigador William Engdahl expôs há 15 anos "a rede financeira secreta
(¡supersic!)" por trás dos banqueiros escravagistas Rothschild, o megaespeculador
"filantropo" George Soros e Marc Rich. Cada vez se afirma mais o papel determinante
de Israel na lavagem de dinheiro global (ver Bajo la Lupa, 20/4/11).
Conclusão: Como pode uma transnacional "gigante" passar sem ser detectada na
época da antiterrorista "segurança interna"? Será possível que no século 21 ainda
existam empresas "secretas" e/ou piratas, que se dão ao luxo de não se cotar nas
bolsas, mas que gozam de todas as vantagens do "livre mercado", incluindo operações
suspeitas em paraísos fiscais.
São "gigantes secretos" e/ou "clandestinos" tolerados pelo sistema anglo-saxão e seus
mafiosos paraísos fiscais? Pode manter-se "secreta" a atividade dessas transnacionais
"gigantes" que controlam os alimentos e a energia, usados como "armas de destruição
maciça" contra a maioria do gênero humano?
(*) Tradução de Paula Sequeiros para o Esquerda.net
Brasil de Fato
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Efeitos nefastos da mineração
Marcio Zonta
A Vila Sansão fica a 70 quilômetros da cidade paraense de Parauapebas, onde está
concentrada a exploração mineral do projeto de Carajás, liderado pela Vale. A vila é
constituída de 257 lotes e conta com uma escola com uma escola de 17 professores e
360 alunos, da educação infantil ao ensino fundamental.
A população da vila, que surgiu em 1984, é de 1200 pessoas, grande parte atraída nos
últimos tempos pela promessa de emprego na Vale e suas três terceirizadas, entre elas
a Odebrecht, que vieram para a implantação da infra-estrutura do projeto Salobo, que
explora cobre na região.
Situada no entorno da Floresta Nacional de Tapirapé, sob domínio de projetos da Vale,
os moradores passaram a conviver com a chegada de 7 mil homens abrigados em
grandes alojamentos construídos dentro da vila.
Antes a vila contava com quatro igrejas evangélicas, uma católica e quatro pequenas
casas comerciais com venda de gêneros alimentícios. Hoje, a vila passou a ter nove
bares e seis casas consideradas como locais de prostituição.
“Como consequencia, o índice de exploração sexual infantil aumentou drasticamente.
Já foram constatados três casos de estupros. São adolescentes que deixam a escola e
vão para prostituição, outras permanecem na escola e à noite caem na prostituição”,
revela o sociólogo Raimundo Gomes da Cruz Neto, do Movimento dos Atingidos pela
Mineração no Estado paraense.
Tâmara
Aos dezessete anos, com traços indígenas, e uma estatura de aproximadamente 1,70
m, Tâmara* é uma dessas adolescentes citadas por Neto. Cursa o primeiro ano do
ensino fundamental à tarde e à noite faz programa numa das casas de prostituição da
vila, muito frequentada por funcionários da Vale e de suas terceirizadas.
“Moro na vila aqui há três anos com meus pais e meus três irmãos, primeiro viemos de
uma cidadezinha pequena perto de Belém para Parauapebas, procurando emprego
para o meu pai, depois disseram que era aqui que teríamos emprego e aí viemos para
cá”, conta Tâmara.
O pai realmente arrumou um emprego, mas não na Vale, nem em suas terceirizadas.
Hoje ele retira vegetações daninhas em fazendas próximas à Vila Sansão.
Já Tâmara, quase todas as noites adentra uma casa, que foi adaptada para receber
homens das empresas instaladas na vila. Com um balcão à esquerda margeado de
bancos, reserva quatro quartos ao longo de um corredor que termina em um quintal
escuro ao fundo. A “casa” tem no mínimo seis adolescentes por noite para atender aos
clientes.
“Em dia de semana, venho aqui umas 20h e vou embora lá pela meia noite, às sextas
e sábados fico até mais tarde, umas 2h, 3h, pois tem mais homens”, diz Tâmara.
Uma senhora atende os clientes que pedem bebidas: cerveja, cachaça ou algumas
marcas de uísque nacional. Entre eles está Roberto*. “Frequento aqui faz tempo,
desde que cheguei, há um ano. Venho de Goiás para trabalhar numa empresa aqui.
Sabe como é, né? Só trabalhar, não dá”, afirma.
Roberto, que se negou a revelar o nome da empresa onde trabalha, revela que os
freqüentadores do local têm ciência de que a casa explora menores. “A gente sabe que
a maioria das meninas é „de menor‟, nossos chefes sabem, as empresas sabem, mas,
poxa, vir para cá no meio do nada morar com um monte de macho, sem nada para
fazer de noite, fica complicado”.
“Sem discernimento”
Em meio a casas de taipa, de onde saem crianças sujas e descalças, desponta
protegido por enormes portões um prédio com um belo alojamento de funcionários da
Vale, trazendo o contraste entre a pobreza da região e o poderio econômico da
mineradora.
Diferença esta que desperta a atenção de algumas adolescentes da cidade, com
esperança de terem uma vida melhor. “Elas veem essas camionetes das empresas
andando por aí, com homens com poder aquisitivo maior, e um alojamento como este
da Vale em meio a tanta pobreza, isso mexe com o imaginário das meninas, o que as
faz procurar os funcionários”, explica Neto.
Passa das 16h do sábado, 25 de março, e Cristina*, uma adolescente de 15 anos
maquia-se em frente a um minúsculo espelho, pendurado numa das paredes da casa
de taipa de três cômodos, que divide com a mãe, vendedora ambulante, e quatro
irmãos mais novos.
Escolhe atentamente a roupa que vai vestir, entra num dos cômodos da casa e depois
de vinte minutos reaparece pronta. Com seus longos cabelos amarrados, olha pela
última vez ao espelho, para antes das 18h sair de casa e ir até o portão do alojamento
da Vale ou para algum bar da cidade frequentado por funcionários.
“A gente fica no portão acenando para os homens de dentro do prédio da empresa,
muitos deles saem para conversar com a gente. Aí marcamos alguma coisa de passear
ou de ir a algum barzinho”.
Cristina revela que perdeu sua virgindade assim, aos 13 anos, com um funcionário da
Vale. “Foi bom. Todas as vezes em que saímos, ele me dava algum dinheiro”.
Ao escurecer, no portão do alojamento da Vale, aglomera-se meia dúzia de meninas
que prontamente são atendidas por alguns homens, indo até o portão conversar e
acariciar, num primeiro momento, as mãos das adolescentes através dos portões.
Para Nonato Masson, advogado do Centro da Vida e dos Direitos Humanos de
Açailândia (CDVDH) as “crianças e adolescentes não se prostituem, pois ainda não têm
discernimento para assumir isso como profissão, pois estão em formação psicológica e
social. Portanto, o que ocorre é que são exploradas sexualmente, mesmo”.
Surto
Dona Maria Oliveira teve 19 filhos, dentre eles, dez apenas sobreviveram diante das
dificuldades oriundas da pobreza vivida por ela e pelo marido na cidade de Bom Jesus
das Selvas, um município no interior do Maranhão que recebeu no inicio do ano
passado mais de 3 mil homens que trabalharão na duplicação da Estrada de Ferro de
Carajás, sob concessão da Vale.
Dos dez filhos que vingaram, três são homens e sete mulheres, três delas entre 14 e
16 anos. Segundo Meriam da Pastoral da Criança de Bom Jesus das Selvas, as três
meninas já frequentaram pontos de prostituição.
Algo que se tornou corriqueiro para muitas meninas da cidade, conforme relata Tatiane
Albuquerque, que coordena no Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos de
Bom Jesus das Selvas, um projeto cultural voltado para adolescentes em risco de
exploração sexual. “São meninas pobres que passaram a frequentar pontos de
prostituição, que aumentaram com a chegada das empresas”.
O conselho tutelar da cidade constatou que aumentou o número de adolescentes
grávidas dos 13 aos 16 anos, além das doenças sexualmente transmissíveis, desde o
inicio das obras de duplicação da via férrea na cidade.
Para Gildázio Leão, funcionário da Secretaria de Saúde de Bom Jesus das Selvas, com
a chegada das empresas sem políticas definidas para sanar ou minimizar os
problemas, corre-se o risco de se ter um surto de doenças contraídas sexualmente no
município.
“Se a gente tem um aumento da população com a chegada das empresas, pessoas que
chegam e que já podem ter o vírus, ou que mantiveram relações desprotegidas com
essas menores podemos ter uma aumento considerável de pessoas infectadas”,
esclarece.
Atualmente vinte e cinco pessoas foram diagnosticas com o HIV positivo, apenas 12
estão em tratamento no município, cinco com idade entre 13 e 20 anos, segundo
dados da Secretaria de Saúde de Bom Jesus das Selvas.
Para Leão, no entanto, esse número pode ser até duas vezes maior, já que não se tem
obrigatoriedade da identificação do soropositivo no Brasil.
Rebeca*, uma das filhas de dona Maria Oliveira, é uma das adolescentes com suspeita
de estar infectada com o vírus, mas tem medo de fazer o teste. Aos 14 anos,
frequenta assiduamente os pontos de prostituição da cidade por troca de bebida e
dinheiro. “O que antes era dificultoso para as meninas, ganhar dinheiro, de certo modo
tornou-se fácil, pois hoje quem freqüenta esses bares são homens assalariados”, diz
Albuquerque.
* Nomes fictícios
Infonet.com.br
(Sergipe)
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Servidores do Detran fazem paralisação na terça-feira
A categoria fará um ato de protesto na frente do Palácio dos Despachos e depois
ocorrerá uma assembleia com a Central Única dos Trabalhadores (CUT)
O Sindicato dos Servidores do Detran Sergipe (Sidetran) prometem uma segunda
paralisação dos servidores para a próxima terça-feira, 10, a partir das 7h. A categoria
fará um ato de protesto na frente do Palácio dos Despachos e depois ocorrerá uma
assembleia com a Central Única dos Trabalhadores (CUT), em horário a ser definido.
A principal reivindicação da categoria é a melhoria do salário dos trabalhadores. "Os
servidores merecem mais do que o Governo do Estado tem a oferecer. Tendo em vista
que o que é possível ser oferecido ao servidor é uma gratificação de R$ 143 (cento e
quarenta e três) ou 230 (duzentos e trinta reais), mas que segundo Bosco Costa
[presidente do órgão], vários estudos estão sendo realizados sob várias possibilidades,
e que, buscará recursos para que se chegue a pagar R$ 300,00 (trezentos reais), ao
trabalhador.
Aguardamos posicionamentos oficiais do Órgão para futuros encaminhamentos do
SINDETRAN e acreditamos que os mesmos, serão oportunamente apresentados no dia
09 de maio de 2011 pelo DETRAN/SE.
Finalizamos esta nota informando aos trabalhadores que qualquer benefício dado a
nossa categoria deverá ser estendida a todos os servidores da casa: Oficiais
administrativos da Sead, do Detran, assistentes e vistoriadores de trânsito. Este é o
objetivo de luda do Sidentran/SE", informou o sindicato em nota.
Redebomdia.com.br
(Rio Preto)
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Região segue rastro da farra de Rio Preto
Câmaras vão aumentar número de vereadores, que podem chegar a mais 47 nas
principais cidades, e criar despesa extra de R$ 8,4 milhões só com salários na próxima
legislatura
Vinícius Marques
Vereadores da região seguem o rastro de Rio Preto e se preparam para aumentar
número de cadeiras nas câmaras a partir da eleição do ano que vem. Rio Preto deu
pontapé inicial nas discussões para aumentar de 17 para 23 a quantidade de
vereadores. O efeito cascata pode criar 47 novas vagas nas dez principais cidades da
região.
O inchaço nas câmaras vai custar ao menos R$ 8,4 milhões aos cofres públicos apenas
com salários extra dos parlamentares na próxima legislatura, de 2013 a 2016. São R$
2,1 milhões por ano. No final, os contribuintes é que pagam a conta, já que as
câmaras recebem dinheiro das prefeituras, sustentadas todas pela arrecadação de
tributos.
Se os vereadores quiserem, a quantidade de vereadores pode permanecer igual, ou
até ser reduzida. A despesa vai subir ainda mais porque a maioria das câmaras vai
discutir também propostas de aumento de salários dos parlamentares, sem contar os
gostos com reformas em alguns prédios, compra de equipamentos e contratação de
mais assessores.
Enquanto Rio Preto, diante de manifestações contrárias ao inchaço ainda não bateu o
martelo sobre a quantidade de vereadores, Mirassol pretende definir o aumento nesta
segunda. A cidade tem atualmente 10 vereadores. A meta é aumentar a quantidade
para 15. O presidente da Câmara de Mirassol, Emilio Brandemarti (PSOL), afirmou que
a proposta está na pauta da sessão desta segunda. Grupo tenta adiar a votação até
que seja realizada audiência pública sobre a mudança. “O projeto deve ir a votação na
segunda. Pessoalmente sou contra o aumento, mas os vereadores que vão decidir”,
afirmou. Em Mirassol, a mudança pode fazer o Legislativo ir para outro prédio. O gasto
extra em Mirassol com mais cadeiras vai chegar a R$ 144 mil com salários por ano.
Catanduva é outra cidade que vai discutir o aumento de cadeiras na próxima semana.
A cidade, que tem 11 vereadores atualmente pode chegar a 17. “Não há consenso
sobre a quantidade. Vamos discutir o aumento e o impacto financeiro a partir da
próxima semana”, afirmou o presidente Daniel Palmeira (PDT). “Vou fazer o que a
Câmara decidir. Se passar o número máximo terei a difícil missão de construir anexo
ao prédio”, disse. Palmeira espera que a Câmara, que consome R$ 7,5 milhões por
ano, não aprove o limite máximo permitido por lei. O gasto extra com mais seis
vereadores chega a R$ 302 mil ao ano.
A Câmara de Fernandópolis chegou a apresentar projeto para ter 15 vereadores, mas
recuou. Atualmente a Casa tem dez parlamentares. “Estamos em dúvida. Há quem
queira 13 vereadores, outros pedem 11 e tem quem insista em 15”, diz a presidente
da Câmara, Creuza Nossa (PDT).
Barretos chegou a subir de 11 para 17 o número de vereadores em 2009, mas reduziu
por decisão da Justiça. Agora, pode voltar a ter 17 a partir de 2013.
Primeira
Votuporanga já aprovou aumento de vereadores, de 10 para 15 em dezembro. A lei
permite até 17. “Consultamos entidades e ninguém se manifestou, então o projeto foi
aprovado”, disse Mehde Meidão Kanso (PMDB), presidente da Casa.
Aumento pode chegar a 70 cadeiras
O inchaço nas câmaras da região pode chegar a 70 novas cadeiras. Cidades como
Potirendaba, que tem 9 vereadores, poderá ter 11. Em Olímpia, a briga é para subir
mais ainda. Vereadores querem confirmar mais de 50 mil moradores para garantir 15
cadeiras.
Em Bonifácio, Câmara vai reduzir vereadores
A Câmara de José Bonifácio vai reduzir a quantidade de parlamentares, segundo o
vereador José Maldonado (PPS). “Temos dez e vamos reduzir para nove”, afirmou. A
Constituição permite até 11 vereadores em Bonifácio.
Entidades vão ao Calçadão protestar contra vereadores
Entidades começaram a recolher neste sábado assinaturas contra aumento na
quantidade de vereadores de 17 para 23 em Rio Preto. O movimento, liderado pela
CUT e Sindicato dos Servidores, já tem a adesão de mil pessoas. Um protesto na
manhã deste sábado levou pessoas vestidas de palhaço ao Calçadão.
“Foram cerca de mil assinaturas no primeiro dia. Vamos continuar fazendo isso porque
a maioria da população é contra a Câmara com 23 vereadores. Os parlamentares não
representam o povo”, disse a presidente do sindicato, Celi Regina da Cruz.
Outro grupo formado por estudantes universitários também protestou contra o
aumento.
No mês passado, o presidente da Câmara, Oscarzinho Pimentel (PPS), decidiu, em
reunião a portas fechadas com 15 vereadores, colocar em votação proposta que
aumenta número de cadeiras para a quantidade máxima. Entidades que haviam sido
consultadas sobre o aumento antes, como Sociedade dos Engenheiros e Pastoral Fé e
Política, criticaram o aumento. Os vereadores sustentam que a alteração “aumenta a
representatividade” da população.
Na mesma reunião, os vereadores decidiram aumentar salários para a próxima
legislatura de R$ 4,8 mil para R$ 6,5 mil.
Ambos projetos têm de ser apresentados pela Mesa Diretora da Câmara. Com a
alegação de que Oscarzinho acumula muito gastos na Casa, quatro vereadores
renunciaram aos cargos na Mesa. Oscarzinho espera recompor o grupo na sessão de
terça-feira. A maioria dos vereadores que fechou acordo para ficar na Mesa defendem
a Câmara com 23 cadeiras.
Na semana passada, Oscarzinho disse ser favorável a 21 vereadores. São necessários
12 votos para mudar a Lei Orgânica do município para alterar a quantidade de
cadeiras.
Giro pelos blogs
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CUT e Fiesp se unem contra o tal de “mercado”
CUT e Fiesp querem fim do poder de pesquisa de „mercado‟; BC nega
Com poder de influenciar decisões do Banco Central sobre taxa de juros, pesquisa
semanal com „mercado‟ é alvo de críticas de trabalhadores e de empresários do setor
real da economia, que pedem mudanças. BC diz que levantamento é importante, não
muda e que qualquer um pode aderir. Em dez anos, entrevistados já acertaram 75%
das apostas sobre juros.
André Barrocal, na Carta Maior
BRASÍLIA – O Banco Central (BC) consulta toda semana de 90 a 100 instituições sobre
as expectativas delas para inflação, crescimento econômico e taxas de juros, entre
outros assuntos. É uma pesquisa que dá poder aos entrevistados. Suas respostas
influenciam decisões do BC como, por exemplo, taxas de juros. Por isso, trabalhadores
e empresários defendem mudanças no levantamento. Mas o BC discorda e diz que o
modelo atual é importante e segue padrão internacional.
O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique, afirma que
ninguém é mais “mercado” – em tese, o setor de cuja opinião o Banco Central está
atrás – do que a entidade sindical dele. “Eu tenho sete milhões de trabalhadores na
CUT, como é que eu não sou “mercado?”, questiona Artur, que gostaria de ter seu
ponto de vista levado em conta pelo BC.
Além de pedir modificações na pesquisa, conhecida como Focus, a CUT reivindica
também um novo modelo para o Conselho Monetário Nacional (CMN). Formado pelos
ministros da Fazenda e do Planejamento e pelo presidente do BC, o Conselho define,
por exemplo, a meta de inflação que o banco persegue. É uma reivindicação que vem
desde o governo Lula, sem sucesso.
O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf,
é outro que condena o formato e o poder da pesquisa. “Há muito tempo que o
mercado montou uma rede de proteção social que só defende o valor da moeda”,
afirma Skaf. “É preciso acabar com essa ditadura do Focus.”
Para os críticos da pesquisa, uma evidência do poder do “mercado” estaria no nivel de
acerto – que os críticos acham “capitulação” – sobre as decisões do BC quanto aos
juros. O levantamento tem o formato atual desde 2001. De lá para cá, o Comitê de
Política Monetária (Copom) do Banco Central já sentou 74 vezes para discutir se mexia
ou não no juro. A pesquisa acertou o resultado na mosca em 75% dos casos.
“Antes do Copom, há sempre uma ofensiva especulatória dessa pesquisa Focus”, diz a
senadora Gleisi Hofman (PT-PR), da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do
Senado.
Para o presidente do BC, Alexandre Tombini, no entanto, a pesquisa é importante,
segue padrão observado em outros países e não passará por “qualquer mudança”.
Segundo o BC, qualquer entidade pode participar da pesquisa, desde que mantenha,
de forma permanente, um departamento de análises econômicas.
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Banqueiros e donos da mídia do Equador não poderão atuar em
outros negócios
Presidente do Equador tem vitória apertada em referendo
DA BBC BRASIL, na Folha.com
O governo do presidente do Equador, Rafael Correa, venceu o referendo deste sábado,
segundo resultados preliminares, porém sem a ampla vantagem antecipada pelas
pesquisas de boca de urna.
O referendo abre caminho para a reestruturação do sistema de Justiça e para a
regulamentação da atividade dos meios de comunicação no país, entre outras
mudanças.
Segundo os resultados preliminares divulgados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE),
o apoio às 10 perguntas do referendo varia entre 44,9% e 50,7%, contrariando
pesquisas de boca-de-urna que apontavam uma vitória folgada do governo com pelo
menos 57% a favor do “Sim”.
A reforma do sistema judiciário – um dos pontos polêmicos do referendo venceu por
46,1% a 43,1%. O restante votou branco ou nulo.
De acordo com o CNE, a margem de erro dos resultados preliminares ou contagem
rápida dos votos é de 0,5%. Os resultados finais do referendo deverão ser divulgados
em duas semanas.
A oposição reconheceu a derrota.
JUSTIÇA E MÍDIA
A reestruturação da Justiça prevê a substituição temporária do atual conselho reitor do
organismo por uma comissão tripartite, com um representante indicado pelo
presidente, para reformar o sistema qualificado por Correa como “ineficiente” e
“corrupto”.
“Temos que fazer grandes mudanças em 18 meses”, afirmou Rafael Correa, em
referência ao tempo previsto para a atuação da comissão tripartite.
Outra controvertida proposta – que deve proibir proprietários de meios de
comunicação e banqueiros de ter ações em negócios que não estejam vinculados
diretamente com seus setores- também ficou com uma estreita vantagem de apenas
cinco pontos entre o “Sim” e o “Não”. De acordo com o CNE 47,3% dos eleitores
apoiam esta proibição e 42,3% disseram ser contrários à medida.
Na pergunta sobre a criação de um “conselho regulador” dos conteúdos difundidos
pelos meios de comunicação, a margem de apoio é ainda mais estreita, com 44,9% a
favor e 42,7% em contra.
A crise entre governo e meios de comunicação se arrasta desde a chegada de Correa à
Presidência, há quatro anos.
A maioria dos equatorianos também aprovou no referendo a proibição das touradas, à
presença de cassinos e bingos no país e à caracterização do “enriquecimento privado
não justificado” como crime.
OPOSIÇÃO
Opositores do referendo reconheceram a derrota, porém, ressaltaram que a margem
de vitória do “sim” ficou atrás das expectativas do próprio governo.
“Teremos que cumprir o mandato popular, mas os resultados em si não dão esta
goleada anunciada pelo governo”, afirmou Alberto Acosta, ex-ministro do atual
governo e um dos representantes da campanha pelo “não”.
Antes do anúncio dos resultados oficiais, Correa disse que durante a campanha do
referendo, seus “principais adversários” foram os meios de comunicação, banqueiros e
setores da Igreja Católica.
“Contra toda essa falta de ética, falta de escrúpulos, tivemos que enfrentar todos os
opositores juntos contra a revolução cidadã e vencemos todos juntos”, afirmou Correa
logo após o anúncio dos resultados de boca de urna.
Mas analistas dizem que o referendo também consolidou uma nova oposição, à
esquerda, do governo de Correa, que reúne movimentos sociais e intelectuais, que
participaram da campanha pelo “não”.
O presidente equatoriano disse que começará imediatamente a reestruturação do
sistema de Justiça. Ainda não está definido quem fará parte do Conselho que deverá
regulamentar as atividades dos meios de comunicação.
Advivo.com.br/blog/luisnassif
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A reação do
ThyssenKrupp
presidente
alemão
contra
as
demissões
na
Por Paulo Roberto Castelo Branco de Melo
Nassif,
Veja a noticia das 35 mil demissões na ThyssenKrupp, e as reações do Presidente
alemão, destacando-se que o Governo alemão não tem (acredito) nenhuma
participação na empresa.
Aqui no Brasil, foi um Deus nos acuda quando o Lula criticou a Vale pelas dez mil
demissões, e note-se que o nosso governo, indiretamente, detém mais de 65% das
ações da Vale.
E agora o que a mídia vai comentar?
Presidente alemão cancela visita ao Rio ao saber de demissão de 35 mil da
ThyssenKrupp
O Globo
RIO e FRANKFURT - O presidente alemão, Christian Wulff, cancelou na noite de sextafeira a visita à siderúrgica da ThyssenKrupp no Rio, prevista para ontem, depois de a
empresa ter anunciado uma reestruturação que eliminará 35 mil empregos. Segundo o
site da rede de TV Deutsche Welle, Wulff disse que o cancelamento se devia à "súbita
e ampla reestruturação na ThyssenKrupp e suas consequências imprevisíveis".
Fontes disseram ao site que o presidente alemão ficou aborrecido com o fato de não
ter sido informado dos planos da companhia de eliminar 20% de sua força de trabalho
global.
A ThyssenKrupp informou ao GLOBO que o Brasil não será afetado pelos cortes.
Dentro da reestruturação, anunciada na noite de quinta-feira pelo diretor-executivo da
empresa, Heinrich Hiesinger, a ThyssenKrupp vai vender algumas unidades, inclusive
uma no Brasil, e a separação de sua divisão de aço inoxidável. As vendas de ativos
devem atingir 10 bilhões. O anúncio das medidas fez com que as ações da empresa
saltassem 8% na Bolsa de Frankfurt na sexta-feira.
Segundo o comunicado da empresa, a unidade a ser vendida no país seria a
ThyssenKrupp Automotive Systems Industrial do Brasil Ltda., em São Bernardo do
Campo, que faz peças para automóveis. As medidas ainda têm de ser aprovadas pelo
Conselho de Supervisão, o que deve ocorrer no próximo dia 13.
Indústria de aço inoxidável vem enfrentando crise
Hiesinger, que assumiu o comando da ThyssenKrupp há quatro meses, quer reduzir a
dependência da empresa na produção de aço, devido aos avanços dos preços de
minério de ferro e carbono, concentrando-se mais em negócios de engenharia. A
empresa ainda contraiu pesadas dívidas com a construção da siderúrgica no Rio e de
outra unidade em Alabama, nos Estados Unidos.
A dívida financeira líquida da ThyssenKrupp aumentou 54% no quarto trimestre de
2010, para 5,81 bilhões, em parte por causa dos custos com a construção dessas
unidades, de acordo com a Bloomberg News. A nota da siderúrgica afirma que o
objetivo das medidas é "obter mais flexibilidade para crescer em atividades
estrategicamente mais promissoras".
Jeffrey Largey, analista da Nomura Holdings, afirmou em nota que a separação da
unidade de aço inoxidável da ThyssenKrupp deve acelerar o processo de consolidação
do setor na Europa. Especialistas estimam que as atividades não siderúrgicas da
ThyssenKrupp, que respondem por cerca de 70% do valor total do grupo, foram os
principais motores de crescimento da companhia no último trimestre.
O setor de aço inoxidável da Europa tem sofrido há tempos com excesso de capacidade
e volatilidade. A ThyssenKrupp e suas rivais chegaram a avaliar uma possível
consolidação no setor em 2009. A ArcelorMittal, maior siderúrgica do mundo, tornou
sua unidade de aço inoxidável, a Aperam, independente em janeiro.
No ano passado, os preços do aço inoxidável na Europa caíram 13%, segundo dados
da revista "Metal Bulletin" citados pela agência Bloomberg News. Ao mesmo tempo, os
preços do níquel, usado na fabricação do produto, avançaram 12% na Bolsa de
Mercadorias de Londres.
Blog do Emir Sader
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A direita, vítima do seu “sucesso”
A crise da direita brasileira pode ser remetida às derrotas que sofreu em três
sucessivas eleições para presidente e a perspectiva de que essas derrotas sigam
ocorrendo no futuro. No fundo dessas derrotas está o desencontro radical entre a
direita brasileira e o país realmente existente.
Mas um episódio contribuiu para aprofundar sua crise e sua derrota: o episódio em que
ela acreditou que tinha descoberto a chave para desconstruir a esquerda – a crise de
2005 – terminou gerando falsas avaliações na direita, e acabou fazendo com que ela
fosse a principal vítima da crise de 2005, das ilusões que se gerou sobre sua
onipotência e sobre a suposta fragilidade do governo Lula.
Avaliaram, com sua visão liberal, que o governo Lula havia assaltado o Estado, junto
com sindicatos e partidos de esquerda, que teriam gerado os casos de corrupção.
Acreditavam que tinham a maioria do país atrás deles, oscilavam entre o impeachment
– de que tinham medo, pelas mobilizações populares de apoio ao governo - e o
sangramento – para que, nas eleições de 2006, abatessem um governo exangue,
isolado, desmoralizado.
Pagaram caro por essa visão reducionista. Quando foram derrotados, na primeira
reunião da direção de um jornal estreitamente associado aos tucanos, seu editor
circulava, furioso, em torno da mesa, que golpeava incessantemente, gritando: “Onde
erramos? Onde erramos”.
Erraram em tudo, mas principalmente na onipotência que se injetaram na veia,
acreditando que tinham poder para derrubar a Lula e voltar, com os tucanos, ao
governo, como nos tempos gloriosos (para eles), do FHC. Foram as principais vitimas
da sua criação.
Acreditavam falar em nome de um sentimento nacional contra o Estado, por menos
impostos, por menos gastos em politicas sociais, contra o PT, a esquerda, os
sindicatos. Faziam a apologia do governo FHC, desprezavam a desigualdade social
como o principal problema brasileiro. Como monopolizavam a formação da opinião
pública, acreditavam na sua ilusão de que falavam em nome do país.
Depois confiaram na ilusão de que a popularidade do Lula – por seu “discurso
populista, não por suas politicas sociais – era intransferível e que um candidato com
fama de bom administrador, competente dirigente politico, como o Serra, seria
imbatível. Se deixaram embalar por suas próprias pesquisas – avalizadas por quem as
organizava, que jurava que não haveria transferência de votos e o Serra seria
imbatível – para se considerarem favoritos.
Não entenderam o país, não entenderam a vitória de Lula em 2002 e em 2006, não
entenderam a derrota do Serra para a Dilma e deles, com todo o monopólio dos meios
de comunicação, para a esquerda. Sempre é o povo que ainda não está
suficientemente esclarecido para entender sua mensagem.
Agora vive, como resultado de tudo isso, sua pior crise. Serra tentou aparecer como
continuador do Lula, depois como seu mais radical crítico de direita - revelando as
alternativas que tem, sempre deslocados em relação ao que pretendiam ser,
explorando vazios que sobram do amplo espaço coberto pelo bloco que está no
governo. Ou uma critica de esquerda – totalmente deslocada das suas bases sociais e
sua ideologia – ou de extrema direita – confundindo-se com o DEM.
Vivem, com justiça, uma crise final da aliança organizada por FHC em 1994. Que se
realizou e se esgotou na precária estabilidade monetária, que eles mesmos se
encarregaram de sabotar e entregar a Lula uma economia descontrolada, em profunda
crise recessiva.
Termina uma fase da historia da direita brasileira, que busca rumos que lhe permitam
encontrar uma outra cara.
Blogcidadania.com.br
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A república dos canalhas
Mais um degrau foi galgado na escalada de canalhice que começou no fim do ano
passado com aquela garota do interior de São Paulo que pregou o assassinato de
nordestinos pelo Twitter, passando pelo crime impune de racismo cometido pelo
deputado Jair Bolsonaro e que acaba de desembocar na apologia ao estupro pelo
integrante do programa CQC Rafinha Bastos.
O “humorista” do programa da TV Bandeirantes faz piadas com estupro, aborto,
doenças e deficiência física. Acaba de dizer que toda mulher que reclama de estupro é
“feia” e deveria “agradecer” a violência. Segundo os adeptos desse tipo de “humor”,
este não pode ser feito sem mau gosto, sem desumanidade e insensibilidade. A
“graça” estaria em pisotear os que já foram pisoteados pela vida.
Esse homem, em reportagem do jornal The New York Times, foi considerado a pessoa
mais influente do mundo no Twitter. Mas o que isso quer dizer? O que é ser influente
nessa rede social que cada vez mais vai abrigando toda sorte de horrores? Significa ser
“retuitado”, ou seja, as pessoas que lêem esse tipo de “pensamento” passam para
frente, em efeito multiplicador.
Bastos é influente no Twitter porque tem cerca de DOIS MILHÕES de seguidores na
rede social e eles não só compram as aberrações que diz, mas as difundem. Ele os
influencia, portanto. Ou seja: faz com que essas pessoas, sobretudo jovens, emulem
seu comportamento e suas idéias doentias. E o sucesso que vem fazendo só o estimula
a ir cada vez mais longe.
Parece bastante razoável, portanto, dizer que a sociedade brasileira – e, sobretudo,
nossos jovens – está moralmente doente. Uma geração em que há tantas pessoas
frias, cínicas, empedernidas é a que irá governar o Brasil do futuro. Uma geração
diferente de todas as que a terão precedido, capaz de rir das desgraças alheias e de
pregar atos criminosos como afogar ou estuprar pessoas.
Como sempre, os adeptos dessa “ideologia” virão dizer que seu ícone não disse o que
disse, ou buscarão desculpas para alguém que difunde (com inegável sucesso) um tipo
de comportamento que, entre as mentes mais fracas, acabará incentivando a que
passem da retórica à ação…
Como não é crime desejar, pregar, incentivar o desprezo pelos valores humanos mais
essenciais, e como as autoridades de todos os níveis e instâncias parecem não dar a
menor bola para o assunto, essa onda amorfa e repugnante só tende a crescer.
Caberia uma campanha publicitária de iniciativa do Estado exaltando valores
humanistas e condenando esse tipo de mentalidade. Contudo, devido à sua crescente
popularização a classe política demonstra claramente que não pretende se indispor
com contingentes tão amplos de cidadãos. Enquanto isso, a onda vai crescendo.
Está se formando uma geração de bestas-feras, insensíveis, truculentas, perversas,
que, um dia, terá poder sobre as vidas de todos os brasileiros. E não há autoridade
que faça a menor menção de se opor a esse horror por conta dos interesses
mesquinhos e da covardia da classe política. Espero não viver o suficiente para ver
esse Brasil que está sendo gestado.
Conversaafiada.com.br
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PiG tenta fabricar inflação
Ela
é
sempre a primeira a jogar etanol na fogueira
O Globo e a Folha (*) produzem manchetes piromaniacas para fabricar inflação:
Estourou a meta !
Instala-se o caos !
Chama o André e o Pérsio Árida !
Só o FHC será capaz de nos salvar !
O jogo do PiG (**) é triplo:
1) Fabricar inflação ao jogar com as expectativas.
Na esperança de ainda ter poder político para influenciar os que fazem preço;
2) Aumentar os juros e estancar o progresso;
3) Desestabilizar (e derrubar) este e todo Governo trabalhista: Vargas, Jango, Brizola,
Lula e a Presidenta.
Os preços subiram agora por causa do etanol e gasolina – e isso vai cair.
Subiram também por causa do “processo civilizatório” a que se referiu o Delfim,
quando previu que a inflação nao vai explodir.
“Processo civilizatório” é o povão com grana no bolso.
Mantega disse que o pior já passou.
Tombini, idem.
A newsletter do Bradesco analisou as contas publicas e concluiu que a Dilma cumpre o
que prometeu: conter os gastos de custeio.
O Nunca Dantes – que o PiG (**) não conseguiu derrubar – já disse que isso não passa
de terrorismo.
Não adianta.
A urubóloga foi desta vez – e sempre será – a primeira a jogar etanol na fogueira.
Mês que vem isso passa.
Com os novos números do IBGE.
Depois, a crise será outra, terminal: vai faltar bola para a Copa do Mundo !
Paulo Henrique Amorim
Blog.planalto.gov.br
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No Brasil, trabalhador ganha Central de Atendimento do MTE
pelo número 158
A partir deste mês, o novo canal de atendimento ao cidadão do Ministério do Trabalho
e Emprego (MTE) está operando em todo o país. Trata-se da Central de Atendimento
gratuita 158 que atende questões sobre legislação trabalhista, seguro-desemprego e
abono salarial, além de todos os programas sociais, ouvidoria e ações desenvolvidas
pelo MTE. Anteriormente, as informações eram acessadas por dois canais telefônicos
0800. O serviço está disponível de segunda a sábado, das 7h às 19h.
As informações mais procuradas pelos cidadãos através da Central são sobre segurodesemprego, com mais de 70% do total de ligações recebidas. Em segundo lugar
aparece o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que auxilia o
usuário no preenchimento de declarações, acertos, cancelamentos e outras ações
necessárias. Diariamente, em média 36 mil pessoas procuram o 158 e têm suas
perguntas respondidas pelo serviço eletrônico.
Para o ouvidor-geral, Leoclides Arruda, o novo serviço vai ajudar no contato do cidadão
com o MTE:
“O Canal 158 representa um grande avanço que vem facilitar o contato do cidadão
com o Ministério do Trabalho e Emprego. O que antes era feito por intermédio de um
canal de telefonia 0800, gratuito, porém de difícil memorização, hoje com a discagem
de apenas três números (158), é possível acessar, de qualquer parte do país, as
informações disponíveis no MTE. Temos a certeza de que a Central vai facilitar a vida
do cidadão. A cada dia maior numero de pessoas terão acesso aos nossos serviços”,
afirma o ouvidor-geral.
O Canal 158 é gerenciado pela Ouvidoria-Geral do MTE. No atendimento, a pergunta
do cidadão é respondida eletronicamente no ato do atendimento; e, eventualmente,
quando o assunto abordado não consta do banco de conhecimento, é aberta uma
ocorrência para avaliação e resposta pela área competente. Nesses casos o prazo para
retorno ao cidadão é de cinco dias.
Ouvidoria do MTE
É um canal direto de comunicação com a população, que permite ao cidadão fazer
reclamações, sugestões, críticas, elogios e denúncias referentes a procedimentos e
ações de agentes diretamente ligados ou subordinados ao MTE, bem como entidades
vinculadas. Acompanha as providências adotadas, cobra soluções e mantém o cidadão
informado acerca de suas manifestações.
As demandas chegam ao serviço de ouvidoria de acordo com o canal escolhido pelo
cidadão: Internet, carta, telefone (158) ou pessoalmente. Depois de receber e analisar
tais demandas, o operador responsável classifica e direciona a manifestação para a
área competente, requisitando esclarecimentos, e finaliza com a informação ao cidadão
da solução adotada ou justificativa pertinente.
Osamigosdopresidentelula.blogspot
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Bornhausen extirpa o DEM da política
A diáspora no DEM chegou ao presidente de honra do partido, Jorge Bornhausen.
Apontado por deputados e senadores da legenda como a eminência parda por trás da
criação do PSD, o ex-senador confirmou a saída da sigla ontem. O político, que estava
no partido desde 1985, quando ele ainda era PFL, influenciou ativamente a montagem
do PSD, levando ao partido cerca de 85% do diretório demista de Santa Catarina.
Como anunciou, ao mesmo tempo, a retirada da vida pública, Bornhausen diz que não
seguirá seus políticos de confiança no estado e ficará sem filiação partidária.
No início da semana, Bornhausen jantou com o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e
recomendou que o parlamentar mantivesse contatos com o prefeito de São Paulo,
Gilberto Kassab, um dos principais nomes do novo partido. Ontem, confirmou que não
faz parte mais dos quadros do DEM. "Vou me desfiliar, mas não tenho razão para
continuar participando de atividade partidária", disse.
O ex-senador por Santa Catarina esteve no centro da polêmica pela sucessão do antigo
presidente do DEM Rodrigo Maia, no início do ano. O cabo de força unia Bornhausen, o
ex-senador Marco Maciel e Kassab, de um lado; e os deputados ACM Neto (DEM-BA) e
Ronaldo Caiado (DEM-GO), além do próprio Maia e do senador Agripino Maia (DEMRN), de outro. Com o triunfo de Agripino, a parcela excluída iniciou o processo de
debandada rumo ao PSD. Somente de Santa Catarina, saíram do DEM para o PSD o
governador, Raimundo Colombo, 43 prefeitos, 44 vice-prefeitos, 406 vereadores, 7
deputados estaduais e três federais, incluindo o secretário estadual de
Desenvolvimento Social, Paulo Bornhausen, filho do ex-senador.
Amarras
Antigos companheiros de partido do ex-senador não o perdoam por comandar o
esvaziamento do DEM. Líder do partido na Câmara, ACM Neto (DEM-BA) aponta erros
de Bornhausen na condução do partido como os principais motivos da atual fragilidade
da legenda. "A mudança de PFL para DEM foi fruto da cabeça dele, só que o
Bornhausen não fez o esforço interno necessário para que o partido ganhasse a
musculatura necessária. Se lamentamos a saída dele, por outro lado ficaremos mais
livres para conceber um novo modelo de atuação sem as amarras desse passado
desenhado por Bornhausen."
Outro ex-senador derrotado na disputa interna demista, o pernambucano Marco Maciel
é o último do grupo de Bornhausen que ainda não anunciou o rumo que adotará daqui
para frente. Vários aliados no estado, no entanto, já rumaram para o PSD, entre eles o
ex-deputado federal André de Paula. Ao todo, o novo partido conta com 39 deputados
federais confirmados, dois senadores, dois governadores e seis vice-governadores. Até
o fim da semana que vem, a expectativa é de que esse número chegue próximo dos
50.
"Acreditamos na possibilidade de reunir 45 deputados federais já no fim da próxima
semana", antecipa o deputado federal Guilherme Campos (PSD-SP). O novo partido
também estabeleceu como meta a adesão de mais quatro senadores até a criação
formal no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), provavelmente em julho.
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A privataria está de olho no HC
O TUCANATO GOSTA de atravessar a rua para escorregar na casca de banana que está
na outra calçada. Há uma semana, soube-se que o governo do doutor Geraldo Alckmin
suspendeu o programa de reforço privado do ensino de idiomas para jovens da rede
pública de São Paulo. Dentro do binômio educação-saúde, o superintendente do
Hospital da Clínicas, Marcos Fumio Koyama, anunciou que pretende elevar de 3% para
12% a taxa de privatização dos atendimentos no maior centro médico do país.O
avanço da privataria sobre o HC se dará pela expansão da porta dos clientes de planos
de saúde. Todos os brasileiros têm direito aos serviços dos hospitais públicos.
Pretende-se ampliar uma pirueta pela qual um tipo de cliente receberá atendimento
diferenciado.
O plano, contado à repórter Laura Capriglione, colocaria o Hospital das Clínicas no
paradigma do Instituto do Coração. Lindo paradigma. Em 2006, por conta de
aventuras políticas e de maus administradores, o InCor quebrou e, com uma dívida de
R$ 250 milhões, foi à bolsa da Viúva. Em agosto passado, uma auditoria do SUS
constatou que a fila para alguns exames na sua portaria de baixo tinha de oito a 14
meses de espera (um ano para um ecocardiograma infantil). Na portaria de cima,
atendimento imediato. São muitos os truques. Um deles é simples: pelo SUS a patuleia
precisa cumprir uma série de etapas e consultas para chegar ao exame; pelo plano
privado, basta uma solicitação do médico.
A segunda porta dos hospitais públicos é um caso de apropriação privada do
patrimônio da Viúva, patrocinado por burocratas e operadoras que obstruem o
ressarcimento, pelos planos de saúde, do atendimento de seus clientes na rede do
SUS. No momento em que hospitais da Viúva e as operadoras criam um sistema
híbrido dentro do SUS, constrói-se a pior das situações, uma rede pública para
usufruto privado. A complementaridade das duas redes não passa pela criação de uma
porta preferencial. É o contrário: uma só porta, com um só tipo de atenção, e o
ressarcimento é tratado noutro andar, na seção de contabilidade.
Segundo os defensores das duas portas, os recursos captados junto às operadoras
melhorariam o atendimento da clientela do SUS. Nada impede que o serviço melhore
numa porta e continue deficiente na outra, ou que a instituição quebre, como ocorreu
com o InCor.
O doutor Koyama informa que atualmente os planos de saúde pagam pelo equivalente
a 3% dos atendimentos e contribuem com R$ 100 milhões anuais, ou "10,6% das
nossas receitas". Essa conta não fecha. O orçamento de 2009 do HC, publicado em seu
relatório anual, diz que a receita da instituição foi de R$ 1,4 bilhão. Admitindo-se que a
receita deste ano seja igual à de 2009, os 10,6% viram 6,9%. Se alguém tolerar um
desvio desse tamanho ao tirar a pressão de um paciente, coitado dele.
Na campanha eleitoral de 2006, quando o PT inventou que Alckmin pretendia privatizar
a Petrobras, ele teve que vestir um jaleco da empresa para desmentir a falsidade.
Agora, com o superintendente do HC anunciando que pretende quadruplicar o tamanho
da porta privatizada do HC, ele pode tirar as medidas para um novo jaleco.Artigo de
Elio Gaspari... Mais notícias para você, aqui www.osamigosdobrasil.com.br
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