A QUALIDADE DO ENSINO NAS ESCOLAS PÚBLICAS MUNICIPAIS
DE ANÁPOLIS: A ARQUITETURA DO ESPAÇO ESCOLAR1
Sandra Elaine Aires de Abreu2
A difusão da instrução primária entre as camadas populares no Brasil teve início no
século XIX. Desde então a preocupação com a qualidade deste nível de ensino vem perseguindo
os governos brasileiros. (ABREU, 2006)
O resultado das avaliações feitas pelo Ministério da Educação sobre a educação básica,
atualmente, vem demonstrando o baixo índice de rendimento dos alunos e, em especial, dos da
escola pública.
A realidade da educação em Goiás e em Anápolis não difere da do resto do país, ou seja,
desde o século XIX o governo goiano tem se preocupado com a qualidade do ensino ministrado
nas escolas públicas. Com a municipalização do ensino fundamental esta responsabilidade
incide, atualmente, também, nos governos municipais.
A baixa qualidade da educação nos anos iniciais do ensino parece ser uma “tradição
histórica” da sociedade brasileira. As pesquisas em história da educação no Brasil nos revelam
que a qualidade das escolas de primeiras letras sempre foi objeto de preocupação dos
governantes
Nestes termos, questionamos: qual a qualidade do ensino fundamental ministrado nas
escolas públicas municipais de Anápolis?
Para analisar a qualidade do ensino nas referidas escolas faz-se necessário uma analise da
organização destas instituições de ensino, em seus aspectos físico, administrativo e pedagógico.
Entretanto, delimitamos como objeto de estudo desta pesquisa, o aspecto físico. Assim, o
presente estudo tem como objetivo analisar a arquitetura do espaço escolar das escolas públicas
municipais de Anápolis. O nosso foco são as escolas que oferecem o ensino fundamental, que
tem como objetivo a formação básica do cidadão, mediante o desenvolvimento da capacidade de
1
Este estudo é uma parte da investigação desenvolvida pela Rede Goiana de Pesquisa do Ensino Fundamental. A
referida rede desenvolve o projeto de pesquisa denominado: ”A qualidade do ensino fundamental nas escolas
públicas municipais de Anápolis. A rede é composta pela UEG, UniEvangélica, Conselho Municipal de Anápolis
(CME) e Secretária Municipal de Educação, Ciência e Tecnologia (SEMECT). A pesquisa é desenvolvida por grupo
composto de professores da UEG, UniEvangélica, Conselheiros, membros da Secretaria de Educação e acadêmicas
do Curso de Pedagogia das duas IES. A pesquisa é financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de
Goiás (FAPEG).
2
Doutora em Educação pela Pontifícia Universitária de São Paulo (PUC-SP). Coordenadora da Rede Goiana de
Pesquisa do Ensino Fundamental. Professora do Curso de Pedagogia, da Universidade Estadual de Goiás e do
Centro Universitário de Anápolis.
aprender, proporcionando o pleno desenvolvimento da leitura, da escrita e do cálculo (Lei n. 3.
218, de 29 de dezembro de 2006).
O sistema municipal de ensino de Anápolis possui atualmente (2009) 63 escolas de
ensino fundamental e destas onze são conveniadas. Neste estudo foram excluídas 21 escolas. A
exclusão deu-se pelo fato de algumas escolas não terem fornecido toda documentação solicitada
para o desenvolvimento da pesquisa.
Para o desenvolvimento deste estudo utilizamos a pesquisa bibliográfica e a pesquisa e a
análise documental, para o estudo dos documentos das escolas, e análise da legislação
educacional. Os dados foram complementados com um formulário elaborado pelo grupo de
pesquisa e respondido pelas gestoras das escolas municipais.
A pesquisa revelou que as escolas públicas municipais de Anápolis carecem de muitas
melhorias, ampliações, reformas e construções em seus espaços escolares, para atender as
especificações legais do município, bem como para garantir a melhoria na qualidade do ensino.
A inexistência de determinados ambientes, como por exemplo, biblioteca, áreas cobertas
para o desenvolvimentos das atividades artísticas, esportivas, didático-pedagógicas e de lazer
demonstram que muito ainda precisa ser feito para que a educação municipal Anapolina possa
atender as exigências mínimas, quanto a arquitetura do espaço escolar.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABREU, Sandra Elaine Aires de. A instrução primária na província de Goiás no século XIX. São Paulo, 302p.
Tese. (Doutorado em Educação: história, política, sociedade). PUC-SP. 2006.
ESCOLANO, Agustín. Arquitetura como programa. Espaço-escolar e currículo. In: VIÑAO FRAGO, Antonio;
ESCOLANO, Agustín. Currículo, espaço e subjetividade: a arquitetura como programa. Tradução de Alfredo
Veiga Neto. 2.ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2001.
FRANCO, Maria Laura P. Barbosa. Qualidade de ensino: critérios e avaliação de seus indicadores. Disponível
em: <www.crmariocovas.sp.gov/pdf/ideias_22_p.081-087_c.pdf.>. Acesso em: 1 jul. 2008.
MONTOYA, Laurentino Heras. Comprender el espacio educativo: investigación etnográfica sobre um centro
escolar. Archidona: Ediciones Aljibe, 1997.
VIÑAO FRAGO, Antonio. Tiempos escolares, tiempos sociales: la distribución del tiempo y del trabajo en la
enseñanza primaria en España (1838-1936). Barcelona:Ariel. 1998.
________ . El espacio y el tiempo escolares como objeto histórico. WARDE, Mirian Jorge (org.).
Contemporaneidade & Educação, Rio de Janeiro: Instituto de Estudos da Cultura e Educação continuada, ano 5,
n.7,p.9-33, 1o sem. 2000.
________ . Espaços, usos e funções: a localização e disposição física da direção escolar na escola graduada. In:
BENCOSTTA, Marcus Levy Albino (Org.). História da educação: arquitetura e espaço escolar. São Paulo: Cortez,
2005.
Legislação educacional do município de Anápolis.
Projeto Político Pedagógico das escolas municipais de Anápolis
Plano de Desenvolvimentos das escolas municipais de Anápolis.
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