Produção de conhecimento e transformação:
o papel da extensão universitária
Prática extensionista com adolescentes em escolas públicas de
Betim: avaliando resultados
Ederlaine Gonçalves Mendes1
Luiz Carlos Castelo Branco Rena2
Nayara Barroso Ferreira3
Sandra Miramar Andrade Pinheiro4
Resumo
O presente trabalho buscou avaliar a atuação através do projeto de extensão “Fala
Sério: construindo estratégias de prevenção e promoção da saúde na escola
pública” e sua relevância para os adolescentes assistidos por meio da percepção
1
Discente do Curso de Psicologia da PUC Minas/Betim. [email protected]
2
Docente dos Cursos de Psicologia e Enfermagem da PUC Minas/Betim. [email protected]
3
Discente do Curso de Psicologia da PUC Minas/Betim. [email protected]
4
Docente dos Cursos de Psicologia e Enfermagem da PUC Minas/Betim.
[email protected]
que eles têm do mesmo. Tal avaliação foi baseada na análise dos questionários
aplicados ao final do segundo semestre de 2010 nos adolescentes assistidos pelo
projeto. Pretendeu-se verificar se o mesmo atende a demandas do público
envolvido; se a forma de abordagem é adequada para a faixa etária e se a estrutura
de desenvolvimento é apropriada. Avaliou-se ainda, o interesse, em participar, da
reflexão e também a freqüência com que o tema sexualidade é abordado em família.
A importância dos dados está relacionada à manutenção do projeto, bem como sua
metodologia.
Palavras-chave: Adolescência; saúde; sexualidade; afetividade; educação integral.
1. SOBRE O PROGRAMA ESCOLA DA GENTE
Segundo o Portal da Transparência (2011) “Escola da Gente” consiste em um
programa de educação integral baseado no conceito de “cidade educadora” e visa a
atender crianças e adolescentes em suas multidimensões.
O modelo está centrado na ideia de que as cidades exercem funções
pedagógicas, além das atividades econômicas e sociais. Em função disso, o
programa Escola da Gente busca envolver a sociedade na educação
integral de crianças e adolescentes de seis a quatorze anos. As atividades
do contraturno são realizadas em diferentes espaços da comunidade. Além
das escolas, elas são desenvolvidas em clubes, praças, sítios, salões
paroquiais, complexos esportivos, entre outros. As crianças e os
adolescentes ganham mais tempo de estudo, novos locais educativos e
oportunidades diversificadas para aprender (ESCOLA..., 2011).
Os alunos participam do programa por adesão e posteriormente se inserem na
escola por dez horas diárias, de 7h às 17h, incluindo as refeições que são
distribuídas três vezes ao dia. Além do ensino regular, recebem quatro horas de
atividades extraclasses, que incluem oficinas artísticas, culturais, esportivas e aulas
de informática. Nas atividades propostas, há ainda o acompanhamento pedagógico,
com ênfase nas disciplinas de Português e Matemática.
Segundo a Prefeitura de Betim, o programa tem como objetivo principal:
Fomentar a educação integral de crianças, adolescentes e jovens, com
ênfase em atividades sócio-educativas, e em consonância com o projeto
político-pedagógico desenvolvido pela escola, ampliando tempos e espaços,
elevando a qualidade da educação (OBJETIVOS..., 2011).
O programa Escola da Gente é um programa do governo de Betim e, dessa
forma, se torna responsabilidade de todas as secretarias municipais e não somente
da educação. “Cada parceira presta contribuição de acordo com sua atividade afim”
(ESCOLA..., 2011).
2. O PROJETO FALA SÉRIO
O Projeto “Fala Sério” tem como finalidade a prevenção de agravos e a
promoção da saúde afetiva sexual na adolescência. O objeto da intervenção é a
vivência afetivo-sexual e reprodutiva de adolescentes de ambos os sexos,
integrantes do terceiro e quarto ciclos da escola regular e que estejam inseridos no
Programa Escola da Gente, no âmbito da Rede Municipal de Ensino de Betim.
“Estes jovens em sua maioria são provenientes de famílias de baixa renda e uma
parcela significativa está submetida a contextos de extrema vulnerabilidade” (RENA,
2009).
O autor acrescenta que o projeto é oferecido no formato de oficinas para
grupos de até 25 adolescentes sob a coordenação de dois estudantes extensionistas
selecionados nos cursos de Psicologia e Enfermagem da PUC Minas - Betim.
As oficinas realizadas proporcionam aos adolescentes um espaço para discutir
questões provenientes dessa etapa da vida, além de oportunizar a expressão de
seus sentimentos, esclarecimento de dúvidas, reflexões e ressignificações.
Na prática, durante o ano de 2010 o Projeto de Extensão “Fala Sério:
construindo estratégias de prevenção e promoção da saúde na escola pública”
(RENA, 2009) teve seu início e desenvolvimento integrado a uma oficina do
programa de educação integral “Escola da Gente”. A equipe do projeto contou com
dois docentes5, um representando o curso de Psicologia e outro, o curso de
Enfermagem e dez discentes6, sendo cinco de cada curso envolvido. Foi
disponibilizada uma dupla de extensionistas para atender duas escolas, totalizando
cinco duplas de extensionistas para atender dez escolas.
Os temas abordados nas oficinas foram definidos por meio de demandas que
os adolescentes assistidos pelo projeto levantaram. Os temas mais recorrentes
referiam-se à reprodução, comportamento, doenças sexualmente transmissíveis,
métodos contraceptivos, higiene e relacionamentos.
As oficinas foram realizadas semanalmente de acordo com a disponibilidade de
horário de cada escola, em torno de uma hora em atividade com cada grupo, o que
exige do discente o estabelecimento de vínculo, preparo técnico e supervisão
permanente.
A formação dos discentes ocorreu por meio de encontros semanais para
supervisão docente, em que foram oferecidas orientações sobre o manejo das
oficinas, resolução de conflitos vivenciados pelos adolescentes e a forma adequada
de tratar os temas nos encontros. Discutiu-se ainda, assuntos essenciais que
viabilizaram o desenvolvimento do projeto, tais como conceito de adolescência,
funcionamento do aparelho reprodutor, bullying, entre outros. Nesse espaço,
relatam-se os acontecimentos da semana, apresentam-se as produções dos grupos,
discutem-se os planejamentos das duplas a serem viabilizados e ainda, são
narradas as angústias e sucessos, o esclarecimento de dúvidas, sugestões e
constante permuta de experiências.
5
6
Docentes: Luiz Carlos Castelo Branco Rena (Psicologia) e Sandra Miramar (Enfermagem)
Discentes de Psicologia: Ederlaine Gonçalves Mendes, Luciene Cravo Gonçalves, Nayara Barroso
Ferreira, Valéria Nogueira Pereira, Verônica K. Noiman dos Reis. Discentes de Enfermagem: Débora
Pinto Tudéia, Gislene Eunice Madrona, Laíz Cardoso Duarte, Lisiane Pinto Gomes, Marylin
Fernandes Figueiredo.
3. ADOLESCÊNCIA: UMA FASE DE TRANSFORMAÇÕES
Segundo Calligaris (2000), o início da adolescência é observado facilmente
por se tratar de mudanças fisiológicas típicas da puberdade. De acordo com o
autor, essa não é uma ideia consensual, pois outros autores acreditam que a
adolescência propriamente dita comece um ou dois anos após a puberdade,
tempo necessário para que o púbere consolide de alguma forma, uma identidade
adolescente após mudanças fisiológicas. Caracteriza assim, um período
necessário no qual o adolescente adapta-se ao seu corpo transformado. Outros
dirão que a adolescência se inicia antes da puberdade, pois “esta é antecipada
pela adoção precoce de comportamentos e estilos de adolescentes mais velhos.”
(CALLIGARIS, 2000, p.19). No entanto Calligaris (2000) ressalta que
independentemente de optar por uma ou outra definição de início da
adolescência, tem-se por detrás de ambas, como base, a puberdade. Acrescenta
ainda que:
Em nossa cultura, a passagem para a vida adulta é um verdadeiro enigma.
A adolescência não é só moratória mal justificada, contradizendo valores
cruciais como o ideal de autonomia. Para o adolescente, ela não é só uma
sofrida privação de reconhecimento e independência, misteriosamente
idealizada pelos adultos. É também um tempo de transição, cuja duração é
misteriosa (CALLIGARIS, 2000, p.18).
Azevedo (2002) define adolescência de forma semelhante à Calligaris (2000).
Segundo a autora, a adolescência se trata de:
Um período de mudanças fundamentais e irreversíveis. É quando dizemos
adeus à infância e não nos sentimos ainda, muito bem vindos ao mundo
adulto, nem muito confortáveis nesse novo papel que se desenha no
horizonte [...] o corpo parece fugir ao nosso controle. Não é mais o corpo
que conhecíamos (AZEVEDO, 2002, p.10).
Calligaris (2000) vai ao encontro das colocações de Azevedo (2002) ao relatar
que o adolescente está na fase em que “ele não é mais nada, nem criança
amada, nem adulto reconhecido” (CALLIGARIS, 2000, p. 25).
Assim, é possível considerar que a adolescência é uma fase de
transformações em que muitas vezes o adolescente se sente “perdido” nessa
transição de criança para adulto.
Azevedo (2002) relata também, que é um período de mudanças metabólicas,
bem como de grande agitação interna. “O humor que já não corresponde ao da
infância e as dúvidas que sempre vêm com as novas mudanças fazem com que
a insegurança aumente” (AZEVEDO, 2002, p.12). É um período em que se torna
necessário reacomodar e isso traz “desequilíbrio, medo, perplexidade, excitação.
Depois vem a calmaria, até a próxima crise” (AZEVEDO, 2002, p.12).
Azevedo (2002) propõe que a adolescência é também um período de
“aprendizagem de como lidar com os novos mecanismos, os novos fatos, as
novas emoções, as novas formas de relacionamento” (AZEVEDO, 2002, p.12).
Dessa forma, o projeto “Fala Sério”, proporciona aos adolescentes a
oportunidade de compartilhar suas dúvidas e sentimentos relacionados à
dimensão afetivo-sexual humana. Oferece espaço para acompanhá-los e auxiliálos nessa fase de transição, de forma afetiva e efetiva.
4. OFICINAS: UMA ESTRATÉGIA DE INTERVENÇÃO
Segundo Afonso (2002), a oficina consiste em:
Um trabalho estruturado com grupos, independentemente do número de
encontros, sendo focalizado em torno de uma questão central que o grupo
se propõe a elaborar, em um contexto social. A elaboração que se busca na
oficina não se restringe a uma reflexão racional, mas envolvem os sujeitos
de maneira integral, formas de pensar, sentir e agir (AFONSO, 2002, p.11).
A autora expõe que a oficina pode ser útil na área da saúde, educação e
ações comunitárias. A oficina deslancha um processo de elaboração da
experiência que envolve emoções e vivências, usa informações e reflexão, mas
se difere de um projeto apenas pedagógico, na medida em que “trabalha também
com os significados afetivos e as vivências relacionadas com o tema a ser
discutido.” (AFONSO, 2002, p.11). Difere-se também de um grupo de terapia,
pois possui foco e não busca a análise psíquica profunda dos integrantes.
Rena (2006) propõe que:
A prática das “oficinas” consiste precisamente na prática do ofício de pensar
e sentir sobre a vida em vista de pequenas e grandes transformações. Se,
para o marceneiro, a madeira é a matéria a ser transformada em objeto útil
pela força do seu desejo e das suas ferramentas, para o grupo “em Oficina”,
a matéria do seu trabalho é a história de cada um e a história de todos que
poderão ser reveladas e transformadas pela força dos argumentos e dos
sentimentos compartilhados (RENA, 2006, p.48).
Afonso (2002) e Rena (2006) concordam na compreensão de oficina. Para
ambos, as oficinas ofertam um espaço que envolve vivências e compartilhamento
de experiências. Para que haja esse envolvimento nas oficinas é importante ter
bem estabelecido o grupo. Rena (2006) expõe que o “sentimento de pertença a
um grupo é necessário ao enfrentamento do desafio que significa rever valores,
atitudes e normas da cultura, até então aceitos e introjetados” (RENA, 2006,
p.50). Na medida em que surge no sujeito o sentimento de pertença em relação
ao grupo, torna-se menos árduo o desafio de rever questões já introjetadas pela
via da cultura.
Na prática, o projeto Fala Sério atua reforçando os laços do grupo,
aproximando os integrantes por meio de diferentes atividades, como dinâmicas,
teatros, jogos, desafios, apresentação de vídeos, filmes, slides e rodas de
conversa. Buscou-se trabalhar com a demanda levantada pelos adolescentes,
considerando o conhecimento a priori, reelaborando e ressignificando os
conceitos e ideias, agregando-se mais conhecimentos. É um trabalho que
envolve o sujeito de maneira integral, levando em consideração suas vivências,
saberes, pensamentos, curiosidades e sentimentos, resultando assim em uma
constante permuta, na qual os extensionistas ensinam e aprendem.
5. A AVALIAÇÃO DA ATUAÇÃO DO PROJETO FALA SÉRIO EM 2010
Considerando a necessidade de analisar a efetividade do projeto e
necessidade de adequações, a equipe propôs a formulação de um questionário para
que os adolescentes assistidos pelo mesmo pudessem apontar a sua visão do
projeto. Com a formulação e aplicação do questionário, se tornou possível formular
um diagnóstico da atuação.
5.1 Aspectos metodológicos
O levantamento dos dados foi obtido por questionário composto por treze
questões fechadas para facilitar a análise estatística e a comparação entre as
respostas (GIL, 1999). O questionário foi aplicado pelas duplas de extensionistas
nas dez escolas atendidas, para avaliação foram envolvidos duzentos e quatorze
alunos, todos participantes do projeto Fala Sério, no ano de 2010. O critério para
responder ao questionário foi o comparecimento à oficina, no dia previsto, para
aplicação do mesmo.
As perguntas envolveram a avaliação da estrutura física, local de realização
das oficinas, tempo de participação, frequência dos encontros, a metodologia
utilizada pela equipe, a abordagem do tema no âmbito familiar e, por fim, como o
adolescente avalia o projeto em geral. Foi realizado um “tratamento estatístico”
(COOK, 1987) dos dados coletados para validar as informações e avaliar a
necessidade de modificações na metodologia do projeto.
5.2 Análise dos dados
Dentre os adolescentes que responderam aos questionários, aproximadamente
83% participam do programa Escola da Gente há mais de quatro meses. Esse dado
sugere maior confiabilidade nas respostas coletadas, uma vez que quatro meses é
um período considerado significativo no projeto para o entendimento da proposta
oferecida aos adolescentes. Dentre esses adolescentes, aproximadamente 51%
participaram das oficinas do projeto Fala Sério desde que o mesmo iniciou em sua
escola.
Na avaliação do local de realização das oficinas, 65% consideraram
apropriados e apontaram para que os encontros fossem realizados duas vezes por
semana, com duração de um horário por dia, o que significa o dobro de encontros.
Esse dado sugere que “os adolescentes têm necessidade de conversar, têm
necessidade de expressar seus sentimentos, suas preocupações, suas ilusões. Têm
necessidade de verbalizar suas experiências, contar suas coisas; comunicar-se”
(GUEMBE; GONI, 2005). Sabe-se que, por meio da escuta nas oficinas, alguns
adolescentes não encontram espaços para a abordagem de temas em família,
desde os mais simples do cotidiano a temas mais complexos e “espinhosos”, como
os inclusos na sexualidade.
Quanto à formação do grupo, 44% dos adolescentes acreditam que não deve
haver mudanças, deve permanecer a composição dos grupos por turmas já
formadas pela gestão de sua escola. Com relação à compreensibilidade dos temas,
62% dos respondentes assinalaram que sempre entendem o que as monitoras do
projeto Fala Sério dizem. Esse dado sugere que as monitoras utilizaram uma
linguagem clara para o público. Soma-se a isso, o fato de que 82% dos
adolescentes apontaram que a forma como os temas são trabalhados pelas
monitoras são interessantes e 76% alegam que os temas atendem à suas dúvidas.
A análise dos relatos aponta para esses aspectos:
[...] Gosto do Fala Sério, porque esclarece, ensina e alerta sobre muitas
coisas que já passamos ou que ainda iremos passar. O Fala Sério tem um
ensino divertido, o que é difícil de perguntar e aprender se torna fácil
(Adolescente, turma 9).
[...] É sempre bom sabermos sobre nosso corpo e as transformações na
qual passamos. Também é bom termos conhecimento sobre doenças, pois,
afinal, todos estamos sujeitos a elas, e é necessário estar bem informado
para poder se prevenir (Adolescente, turma 9).
[...] Quando as monitoras começam a falar e explicar fica fácil de entender o
que realmente dá sentido ao que fala sobre a “sexualidade” (Adolescente,
turma 9).
Com relação à frequência com que os temas sexualidade e afetividade são
tratados em casa, os relatos demonstraram que, 42% dos adolescentes assinalaram
que os temas relacionados à sexualidade e afetividade, às vezes são tratados em
casa, enquanto 35% assinalam que tais temas nunca são tratados em casa. Esse
dado aponta para a relevância do projeto Fala Sério, até mesmo por que não se tem
clareza se quando tais temas tratados em casa são ditos de forma clara e correta. A
prática no projeto revela que muitos adolescentes trazem de casa informações
distorcidas:
[...] minha mãe me disse que era pra eu tomar cuidado, porque quando a
gente beija o menino o espermatozóide atravessa a cueca, a calça e vai
parar dentro da menina (Adolescente; turma turquesa).
[...] meu pai fala que depilar a axila é coisa de mulher (Adolescente, turma
9).
Outros relatos apontam a dificuldade de se tratar o tema sexualidade e
afetividade na família:
[...] eu acho que é a hora de conversar o que você não conversa com seus
pais até mesmo para você se conscientizar para o futuro (Adolescente,
turma turquesa).
[...] por que o pai não responde perguntas sobre sexo? (Adolescente, turma
6).
Gráfico 1: Freqüência da abordagem do tema sexualidade e afetividade no âmbito familiar
Fonte: Elaborado pelos autores
Ao serem indagados sobre seu rendimento na oficina, 75% dos adolescentes
apontaram que seu aprendizado na oficina é bom e 65% assinalaram que sempre
gostam de participar da oficina do projeto Fala Sério.
A média alcançada pelo
projeto Fala Sério alcançou, na opinião dos adolescentes, em uma escala de 0 a 10,
9,43, o que reflete um resultado satisfatório do trabalho realizado durante o ano de
2010.
6. CONCLUSÃO
A avaliação das oficinas por meio dos questionários apontou que a estrutura em
que se desenvolvem as atividades do projeto atende a demandas e expectativas dos
participantes. O projeto Fala Sério possui uma forma adequada de abordagem dos
temas de interesse do público adolescente, abordagem esta, clara e que desperta
interesse em participar. Evidenciou-se que os espaços ocupados pelos adolescentes
em casa, para tratar de questões relacionadas à sexualidade, não é privilegiado,
bem como a distorção na abordagem feita pela família.
Assim, o projeto Fala Sério efetiva-se como importante estratégia metodológica
da
Universidade
que
compartilha
seu conhecimento
com
a
comunidade,
emponderando-a, na mesma proporção, fortalece a formação dos discentes e
docentes, construindo um novo jeito de ensinar, de aprender e de ser.
Abstract
The present study aims to evaluate the performance of the extension project "Speech
Seriously: building strategies for prevention and health promotion in public school"
and its relevance to young people assisted through the perception they have of it.
This evaluation will be based on analysis of questionnaires at the end of the second
half of 2010 adolescents assisted by the project with the intention to ensure that it
meets the demands of the public involved if the form of approach is appropriate for
their age, if the development framework is appropriate if there is interest in
participating in the discussion and also the frequency with which the subject sexuality
is addressed in the family. The importance of data is related to the maintenance of
the project and its methodology.
Keywords: Adolescence, health, sexuality, affectivity, integral education.
APÊNDICE A – Questionários aos adolescentes
QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO DO PROJETO FALA SÉRIO
Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino
A. ( ) Sempre entendo o que elas falam
Idade: ____
B. ( ) As vezes entendo o que elas falam
1.
A quanto tempo você participa do
C. ( ) Quase nunca entendo o que elas falam
programa Escola da Gente?
D. ( ) Outros____________________
A. ( ) Quatro meses ou mais
8.
A forma como os temas são
trabalhados:
B. ( ) De dois a três meses
C. ( ) De um a dois meses
A. ( ) Legal
D. ( ) Menos de um mês
B. ( ) Regular
2.
Quantos encontros do Fala Sério você
C. ( ) Ruim
já participou?
D. ( ) Outros____________________
A. ( ) Praticamente todos, desde que
começou
B. ( ) De um a cinco
C. ( ) De cinco a dez
9.
Os temas tratados nas oficinas:
A. ( ) Atenderam as minhas dúvidas
B. ( ) Atenderam parcialmente as minhas
dúvidas
D. ( ) Mais de dez
C. ( ) Não atenderam as minhas dúvidas
3.
Em relação ao local em que são
D. ( ) Outros____________________
realizados os encontros do Fala Sério:
10. O tema Sexualidade e Afetividade são
4.
tratados em sua casa:
A.
( ) É apropriado
B.
( ) Não é apropriado
A. ( ) Sempre
C.
( ) Outros____________________
B. ( ) As vezes
Em sua opinião os encontros do Fala
C. ( ) Nunca
Sério devem ser:
D. ( ) Outros____________________
A. ( ) Duas vezes por semana
B. ( ) Uma vez por semana
11. Como você considera seu aprendizado
dentro da oficina?
C. ( ) De quinze em quinze dias
A. ( ) Bom
D. ( ) Outros____________________
B. ( ) Regular
5.
C. ( ) Ruim
A duração da oficina deve ser:
A. ( ) 1 horário
D. ( ) Outros____________________
B. ( ) 2 horários
12. Em relação a sua participação:
C. ( ) Outros____________________
A. ( ) Sempre gosto de participar da oficina
6.
B. ( ) As vezes participo
A formação do grupo:
A. ( ) Continua como está, turmas prontas
C. ( ) Quase nunca participo
B. ( ) As monitoras deveriam selecionar
D. ( ) Outros____________________
C. ( ) Deveria participar quem quer
13. Dê uma nota de 0 a 10 para o Projeto
D. ( ) Outros____________________
7.
Quanto às monitoras, na maioria das
vezes:
Fala Sério _____
REFERÊNCIAS
AFONSO, Lúcia. Oficinas em dinâmica de grupo: um método de intervenção
psicossocial. Belo Horizonte: Edições do campo social, 2002.
AZEVEDO, Guila. Adolescência. 2.ed. São Paulo: Scipione, 2002.
BETIM. Prefeitura Municipal. Escola da gente: educação integral. Disponível em:
<http://www.betim.mg.gov.br/escoladagente/> Acesso em: 20 abr. 2011.
BRASIL. Ministério da Saúde. Epidemiologias e serviços de saúde. Revista do
Sistema Único de Saúde do Brasil, Brasília, v. 15, n. 1, jan/mar. 2006.
CALLIGARIS, Contardo. A adolescência. São Paulo: Publifolha, 2000.
COOK, Selltiz Wrightsman. Métodos de Pesquisa nas relações sociais medidas
na pesquisa social. 2. ed. São Paulo: EPU, 1987.
ESCOLA da Gente. Portal da transparência. Disponível em:
<http://www.betim.mg.gov.br/home/40260%3B65003%3B03%3B2802%3B41772.asp
> Acesso em: 13 jul. 2011.
GUEMBE, Pilar; GONI, Carlos. Não conta para os meus pais. Rio de Janeiro:
Relume Dumará, 2005.
GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. ed. São Paulo:
Atlas, 1999.
RENA, Luiz Carlos C. B. Projeto Fala Sério: construindo estratégias de prevenção e
promoção da saúde na escola pública. Betim: NEPPSO/PUC Minas Betim, 2009
(mimiog.)
RENA, Luiz Carlos C. B. Sexualidade e adolescência: as oficinas como prática
pedagógica. Belo Horizonte: Autêntica, 2001.
RENA, Luiz Carlos C. B. Sexualidade e adolescência: as oficinas como prática
pedagógica. 2.ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2006.
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