Maranduba, 1º de Junho de 2010
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Disponível na Internet no site www.jornalmaranduba.com.br
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Ano I - Edição 08
Destaque:
Escolas da região plantam mudas no Dia da Mata Atlântica
Obra da Sabesp não prejudicará acesso à cachoeira pg 03
Notícias:
Arte marcial em destaque no PEF do Áurea
Gengibre de Ubatuba expõe na maior feira do Brasil pg 04
Universitários aprovam roteiro de Turismo Rural na Região
Artesã da Cassandoca expõe no sul do país pg 05
Dica de Turismo:
Praias da Tabatinga e das Galhetas: cenários atrativos
Passado e futuro convivem em harmonia na divisa pg 09
Gente da Nossa História:
Antonio Amorim: o homem da memória fotográfica
Curiosidade:
Versões sobre a origem do Dia dos Namorados
pg 11
Cultura:
A primeira impressão dos índios Tupinambás
Comportamento:
A História do “NEOQUETA
pg 15
pg 13
pg 10
pg 08
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Jornal MARANDUBA News
1º Junho 2010
Cartas à Redação
Editorial
A região sul de Ubatuba tem
como seu principal pólo turístico
e comercial a Maranduba. Todo
esse potencial é desperdiçado
pela falta de união da comunidade local que ao invés de se unir,
fica a mercê de esperar o próximo
feriado e a próxima temporada.
Com uma participação mais efetiva, a Maranduba poderia ter movimento o ano todo, saindo dessa
sazonalidade que sufoca a grande
maioria dos empresários locais.
Quantos participam das associações ou núcleos de interesse afins
para o bem comum? A justificativa é que não se unem porque a
ação também vai beneficiar aqueles que não participam. Com esse
pensamento egoísta o potencial
da região se esvai por completo.
Um exemplo é a Festa da
Tainha da Maranduba, realizada
entre 2003 a 2008. A união das
associações de bairros, comunidade, empresários e poder público transformou a Maranduba
num excelente roteiro turístico e
gastronômico.
O que aconteceu com a festa?
A falta de comprometimento,
união e desinteresse político mataram a festa.
Várias associações estão se organizando, se reativando para o
bem da região. Devemos apoiar
e participar desses movimentos.
Temos que evitar que aquele
sentimento de egoísmo fale mais
alto. Se melhorar, vai melhorar
para todos.
A Copa 2010 vem aí. As Eleições
vem depois. A temporada ainda
está longe. Vamos ficar de braços
cruzados esperando “mais uma
temporada” ou arregaçar as mangas e fazer algo pela nossa região?
Emilio Campi
CICLOVIA
Moro em São Paulo, mas freqüento a Praia de Maranduba
mensalmente, onde permaneço entre 12 a 15 dias no mês.
Um fato que me incomoda
muito, não só como pessoa,
mas como usuário, é o estado
em que se encontra a ciclovia
que margeia a rodovia. Sem
qualquer manutenção dos órgãos públicos temos muitos
trechos praticamente intransitáveis, onde o mato, a terra e
os galhos tomaram conta desse
espaço tão útil e seguro para
os ciclistas.
Devido a essa situação a
maioria dos usuários acabam
trafegando pelo asfalto, aumentando o risco de acidentes.
Para solução é necessário um
grande mutirão recompondo o
seu leito original e consertando
trechos destruídos, restabelecendo esse bem a todos, principalmente à população local.
Edson Fernandes
São Paulo, SP
Obrigado Dona Tiana Luiza
Quero parabenizar o Jornal
Maranduba porque ele é tudo
de bom e aproveitar para contar um fato que aconteceu em
favor de meu neto e justamente
por intermédio de uma senhora
a qual vocês publicaram na edição numero 06.
Num mutirão da saúde levei
meu neto ao médico, o médico o viu e disse tudo bem! No
mesmo dia, percebi algo estra-
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Responsabilidade Editorial:
Emilio Campi
Colaboradores:
Adelina Campi, Ezequiel dos Santos, Uesles Rodrigues,
Camilo de Lellis Santos, Denis Ronaldo e Fernando Pedreira
Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores
e não refletem a opinião da direção deste informativo
nho com ele, meu neto não é
de dormir à tarde, naquele dia
dormiu muito. Ao levar no médico novamente foi diagnosticado virose. A febre continuava. A
mãe temerosa levou a Ubatuba
e a Caraguá, nada mudou. No
desespero levou para São Sebastião, lá ficou 15 dias internado. Na sexta feira, o tio dele
veio buscar o pai, porque ele
estava muito ruim, desesperada
comecei a pedir com fé a Nossa
Senhora, a minha mãe e a Dona
Tiana Luiza que por favor, não o
deixasse morrer, pois tinha perdido minha mãe recentemente.
De joelhos pedi que elas intercedessem junto a Deus Pai
que me enviassem o neto bom.
No sábado trouxeram meu filho
pra casa, estávamos sem esperança, já que os médicos nada
sabiam e podiam fazer. Meu
filho sentia muitas dores, estava magrinho, não comia e seu
olhar era de socorro. Desesperada, deitei com ele na cama
e o abracei, chorando pedi a
Dona Tiana que nos ajudasse:
“Dona Tiana, a senhora que salvou tantas crianças com seu conhecimento, sua fé, me de uma
luz para eu ajudar meu neto!”.
Neste momento, ele convalescido, tirou devagarzinho minha
camisa, puxou meu peito para
fora e começou a mamar. Perguntei a ele se queria leite, ele
disse sim. Foi aí que lembrei, no
dia do mutirão havia uma mulher dando de mamar ao filho e
meu neto viu. Ele estava, como
diria dona Tiana, “Aguado”.
Procurei pessoas do bairro mais
experientes e pedi ajuda. Estas
pessoas me ensinaram vários
remédios caseiros, outros fizeram e trouxeram a minha casa.
Quero novamente parabenizar o jornal pela matéria sobre
Dona Tiana, ela me deu de volta
meu bem mais precioso, a vida
de meu neto, agradecer ainda
a pessoas maravilhosas como
a Dorinha do Nilo, Maria do
Pedrinho e o Sr. José Zacarias
Fidencio. Hoje ele continua lindo, tá na escola, brinca na rua,
pelo quintal. Acreditei muito
que Dona Tiana estivesse comigo naquela hora, deu resultado.
Muitos não acreditam, mas eu
acreditei, tive fé, muita fé.
Avó Maria das Neves Silva
Araribá
REUNIÃO
Estamos curiosos por maiores
detalhes, sobre a Reunião realizada em 11/05, com a presença
de quatro Secretários da Administração Municipal.
Quais foram as lideranças
comunitárias que participaram
desta reunião? Qual foi o critério
dos convites para participação?
Quais foram as prioridades
definidas?
Qual o Cronograma para a
realização destas Obras e Serviços? (Gostaríamos de acompanhar).
Esperamos também que não
sejam reivindicações como limpeza, capina, Coleta do Lixo,
conservação de ruas, pois estes
não precisam de reunião, é uma
obrigação que necessita de ser
feita e não de publicidade, basta fazer e bem feito que tudo
mundo vê.
Fernando Pedreira
Maranduba
REUNIÃO (Resposta PMU)
A reunião realizada no dia 11
de maio foi agendada por representantes da própria comunidade e empresários do ramo hoteleiro. Os secretários municipais
presentes à reunião foram convidados a participar para que
pudesse haver uma conversa
entre a administração e a população da região sul, com o
foco voltado, prioritariamente
para o Turismo e realização de
eventos na região. Quanto às
prioridades definidas durante a
reunião, – pavimentação, iluminação, limpeza e saneamento
- as mesmas foram eleitas pela
comunidade, em votação.
Foi acertado que haverá uma
nova reunião, quando serão
aprofundados os assuntos de
maior interesse, com a Prefeitura de Ubatuba já dando um
retorno quanto ao que pode
ou não ser realizado, de acordo
com as possibilidades orçamentárias e de cronograma.
Prefeitura de Ubatuba
Assessoria de Comunicação
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Jornal MARANDUBA News
Escolas da região plantam mudas no Dia da Mata Atlântica
Em comemoração ao Dia
da Mata Atlântica, as escolas municipais Virgina Lefreve
(Maranduba) e Sebastiana Luiza de Oliveira Prado (Araribá)
realizaram o plantio de árvores
nativas em suas dependências.
A Secretaria Municipal do
Meio Ambiente (SEMA) forneceu cerca de 12 mudas de ipês
amarelos que foram plantadas
na escola do Araribá.
Na Maranduba foram plantadas 3 mudas de ipê amarelo
doadas pela Flora Toninhas, de
Cristiano Budreckas, que teve
como intermediário Luiz Inácio.
Segundo a diretora Ana Paula
Ferreira “Precisamos melhorar
o aspecto físico do bairro que
apresenta um serio comprometimento com a sustentabilidade, por essa razão precisamos
desenvolver ações de incentivo
a preservação ambiental e conservação dos recursos naturais”.
Foram plantadas mudas de ipê amarelo nas escolas Sebastiana Luiza de Oliveira Prado (Araribá) e Virgínia Lefreve (Maranduba)
O administrador da regional
sul, Moralino Valim Coelho, participou das solenidades ajudando
os alunos no plantio das mudas.
Mata Atlântica
Quando os portugueses chegaram aqui, em 1500, encontraram uma extensa floresta
que cobria todo o litoral do país.
Essa área verde era rica em muitas espécies animais e vegetais,
com destaque para o pau-brasil.
A devastação teve início com
a exploração do pau-brasil pouco depois do descobrimento.
Hoje a maioria da área litorâ-
nea que era coberta pela Mata
Atlântica é ocupada por grandes
cidades, pastos e plantações.
Porém, ainda restam pedaços
da floresta na Serra do Mar e
na Serra da Mantiqueira, localizadas no sudeste do Brasil.
Apesar de estar bastante re-
duzida, a Mata Atlântica ainda
é um ecossistema muito importante para o país. Ela abriga
muitos exemplares exclusivos
de nossa fauna e flora. Por isso,
existem muitas pessoas empenhadas em preservar o pouco
que restou da floresta.
Obra da Sabesp não prejudicará acesso à cachoeiras
A ampliação do sistema público de abastecimento para
a região de Maranduba, Sapé,
Lagoinha e Sertões, no município de Ubatuba, com o objetivo
de regularizar o abastecimento
e melhorar o processo de tratamento da água, não interferirá
ou prejudicará as características
naturais do rio, em particular,
as quedas d’água de jusante.
A informação foi fornecida
pelo vereador Rogério Frediani
(PSDB) que recebeu o Ofício nº
27/2010 da Sabesp que informa através de seu superintendente da Unidade de Negócio
Litoral Norte, José Bosco Fernandes de Castro, sobre obras
de implantação do abastecimento de água para os bairros
de Maranduba e Sertão da Quina no município de Ubatuba.
Segundo o ofício, as obras
relativas ao empreendimen-
to denominado Sistema de
Abastecimento de Água de
Maranduba encontram-se divididas em duas etapas, a saber.
A 1º etapa que compreende a
execução de 1. 758m de adutora
de água tratada e interligações,
já encontra-se concluída desde
novembro/2009;
A 2º etapa que compreende
a execução de adutora de água
tratada, reservatórios, estação
elevatória de água tratada, a
execução da captação, barragem, adutora de água bruta e
estação tratamento de água de
150 I/s, está prevista para ser
executada no período de 2012
a 2014;
O empreendimento terá
um custo de R$ 18,3 milhões
e irá beneficiar aproximadamente 57.000 habitantes das
regiões de Maranduba, Sapé,
Lagoinha e Sertões.
A captação e a barragem serão executadas no Rio-Marimbondo na cota 50m a jusante
da confluência com o Rio
Quebra-Pé e não interferirá ou
prejudicará as características
naturais do rio, em particular,
as quedas d’água de jusante.
Ás áreas essenciais para a
execução das obras serão objetos de regularização, através
de Decreto de Utilidade Pública
e ação judicial, caso haja necessidade.
Cabe informar ainda que o
acesso do público à Cachoeira
da Renata e outras áreas de
recreação à jusante da barragem não será prejudicado,
pois a área a ser preservada
como manancial de abastecimento de água será àquela
imediatamente a montante
da barragem, no ponto de
captação.
Foto: Emilio Campi
“0 acesso do público à Cachoeira da Renata e outras áreas de recreação à jusante da barragem não será prejudicado”
José Bosco Fernandes de Castro
Superintendente da Unidade de Negócio Litoral Norte
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Jornal MARANDUBA News
Artes marciais em destaque no PEF do Áurea Gengibre de Ubatuba expõe
GLAUCIA CAVALCANTE
Nos dias 15 e 16 de maio,
atletas do Kung-Fu e representantes da associação Longteh
participaram da última seletiva
para o campeonato paulista
2010 na cidade de Barueri conquistando o título de melhor
equipe. O destaque foi para
os atletas da Maranduba, que
juntos somaram 14 medalhas.
O atleta Paulo Ricardo (Pajé)
venceu todas as suas lutas por
nocaute, sem falar no professor Valdir (Xiaulong) que conquistou cinco medalhas.
O atleta Mathews, mesmo
diante de tanta gente experiente na sua categoria, pulou
do vigésimo quinto lugar e ficou em terceiro, conquistando
assim sua classificação.
A atleta Lara Lucas, já classificada, participou como base
para o estadual e acabou com
duas medalhas de ouro e duas
de pratas. A atleta Anashely
também conseguiu sua tão
sonhada classificação. Nosso
atleta Carlinhos do Sanshou
também se classificou em terceiro. Agora estamos de malas prontas rumo ao paulistão.
Vamos com a equipe Xiaulong
em busca de uma vaga no
Brasileirão.
Para maiores esclarecimentos entre em contado com a
nossa equipe na Rua do Eixo,
segunda travessa, nº07. Tel.:
(12) 3849-5611 ou 9769-3538
com a Taty ou Professor Valdir
([email protected])
Profº Valdir é voluntário no
Programa Escola da Família
desde 2004 desenvolvendo
arte marcial aos finais de semana das 9:00 ás 13:00.
Agradecimentos:
Ubaclin,
Casa de Carnes Camar e Drogaria Renascer Maranduba.
“Tarde da Saúde” movimenta Posto de Saúde
EZEQUIEL DOS SANTOS
No ultimo dia 19, a equipe da
saúde da família da Unidade de
Saúde Izabel Félix dos Santos,
promoveu uma tarde diferente
com palestras, oficinas e atividades físicas. O evento contou
com cerca de 100 pessoas e foi
chamado de “Tarde da Saúde”.
Importante foram as presenças
da escritora Silmara Retti, autora
do livro “Flash, você sabe o que
eu tenho?”; da nutricionista da
Secretaria Municipal da Saúde,
Dra. Cláudia Rafaelli e dos educadores físicos Cristiano Ely e
Carla do Prado. Participaram ainda a Dra. Sheila da Silveira Barbosa, Superintendente de Atenção Básica e o Sr. Jorge Otávio,
membro do Núcleo de Educação
Permanente, ambos da Secretaria Municipal de Saúde.
Os participantes tiveram informações sobre alimentação
saudável, orientação sobre DST/
AIDS e atividades físicas. A comunidade e os pacientes ficaram
satisfeitos com o evento e aguardam mais outras atividades, que
fazem à diferença na busca de
uma melhor qualidade de vida e
saúde no dia-a-dia de todos.
na maior feira do Brasil
EZEQUIEL DOS SANTOS
Aconteceu no Salão da Bienal
em São Paulo, entre os dias 20
e 23/05, a Bio Brazil Fair – Natural Tech 2010, o maior evento
profissional do mundo orgânico
do país.
Com um reconhecimento internacional, o evento foi realizado durante a Semana Nacional do Alimento Orgânico, onde
ofereceu amplo espaço para
oportunidades de negócios à
uma demanda que vem crescendo consideravelmente, além
de palestras e orientações sobre
o tema.
A Secretaria Municipal Agricultura, Pesca e Abastecimento,
Valéria Cress Gelli, participou do
evento em busca de novos contatos e tecnologias. O evento
que foi patrocinado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia,
teve número recorde de visitantes, um sucesso de público e
negócios. Da região, participou
o Gengibre de Ubatuba, do Sí-
tio Recanto da Paz do Araribá,
onde apresentou os produtos
e os subprodutos derivados do
gengibre.
O sitio Recanto da Paz é o percussor das atividades em gengibre no município e por décadas
foi à vitrine na exportação de
seu produto e aproveita os eventos e feiras na baixa temporada.
Este ano ainda recebeu alunos
de Turismo ao qual buscavam
informações sobre o Turismo
Rural na região. Anie Kamiyama,
proprietária do Sitio Recanto da
Paz, lembra que os produtos de
Ubatuba ajudam a divulgar o
município buscando mais informações sobre a cidade.
Sucesso também foi a participação do Sitio no Art Vale-Feira
Internacional e Nacional de Cultura e Artesanato, realizado na
cidade de São José dos Campos-SP, evento que reuniu 18 países e teve como tema a mostra
de vários produtos exóticos dos
países participantes da feira.
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Universitários aprovam roteiro Artesã da Caçandoca expõe no sul do país
de Turismo Rural na Região
EZEQUIEL DOS SANTOS
EZEQUIEL DOS SANTOS
Alunos
de
Engenharia
Ambiental e Elétrica da Universidade São Francisco, de Campinas-SP, trazidos pela Educadora
Ambiental, Professora Cândida
Maria Baptista, participaram
do 1° roteiro oficial de Turismo
Rural da Região da Maranduba
nos dias 22 e 23/05. As atividades foram parte do aprendizado do Curso de Técnico em
Turismo Rural que aconteceram
em duas localidades. Com uma
caminhada dentro da mata até
o mirante do Araribá, foram
apresentadas as fases de transição de floresta, passando por
caxetal até o mangue. Também
foram mostradas as variantes
de consorciamento entre história, cultura, tradições e uso e
manejo das roças.
O plantio direto, sistema
agroflorestal, sistema rotacionado, o descanso da terra e
os períodos de colheitas e uso
da matéria prima através dos
calendários naturais e religiosos, o modo de vida de seus
moradores também foram os
pontos chave dos assuntos.
O almoço foi um típico frango
com mandioca, acompanhado
de salada e suco de maracujá,
colhidos na propriedade. Interessante ainda foi a atenção
dos alunos dada as explicações
dos guias, que tiveram o maior
prazer em atendê-los.
A tarde estiveram no Sertão da Quina, onde puderam
entender parte da orientação
espacial e geográfica de que
alguns moradores detém e
algumas formas de se localizar na mata. Viram ainda um
espécime raro de árvore, que
aos moradores tem muito valor financeiro, religioso e afetivo, a Quina Vermelha. Um
bom banho de água fria não
desanimou a turma que se encantaram com a Cachoeira da
Capelinha.
No domingo, de caiaque partiram da Praia da Maranduba e
foram até a Ilha do Tamerão,
onde receberam informações
do geólogo Nilson Bernardi. Na
Praia da Caçandoca, experimentaram o peixe com banana
verde, prato típico da região.
O turismo rural é a ferramenta mais eficaz na geração de
renda, emprego, manutenção
da cultura e preservação do
meio ambiente.
O Turismo Rural foi apresentado aos moradores pelo
Sindicato dos Trabalhadores
e Trabalhadoras de Ubatuba
para este propósito e que através de um convênio ente a Federação dos Trabalhadores do
Estado de São Paulo, através
de um instrutor do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural
trouxe maior qualificação aos
moradores de nossa região.
Depois dom sucesso da participação de produtores da região na Feira Internacional de
São José dos campos, a região
se faz representar na VII Feira
Nacional da Agricultura Familiar e Reforma Agrária –“Brasil
Rural Contemporâneo”, que
aconteceu a beira do Rio Guaíba, no cais do Porto na cidade de Porto Alegre, entre os
dias 13 a 16 deste mês. Passaram pelo evento 160 mil visitantes e as vendas nos 350
estandes passaram de R$ 11
milhões. Ubatuba apresentou
peças em fibra de bananeira,
taboa, junco, concha, cipó e
fibra de coco. A artesã Neide
Antunes de Sá, 53, foi a única representante quilombola
do estado de São Paulo e ficou impressionada com a variedade de técnicas e trabalhos apresentados na feira e
com o grau de organização do
evento. “Os índios do Amazonas apresentaram cada peça,
cada trabalho, eram entalhes
dos animais da floresta, coisa
mais linda! É nessa época que
o movimento em nossa cidade
diminui, por isso, devemos nos
organizar para buscar alternativas” comenta a artesã. Neide
recebeu propostas de vários
locais do Brasil e do exterior,
uma delas da Itália, outro foi
a de ministrar cursos sobre as
técnicas de utilização da fibra
de bananeira aos quilombos
do Rio Grande do Sul. Para a
artesã foi uma oportunidade
rica e muito produtiva. Na feira
Integração de comunidades quilombolas na exposição em Porto Alegre
foram vendidos 80% de seus
produtos, o que para Neide foi
um bom negócio em se tratando de baixa temporada. Todo o
esforço é parte de um trabalho
entre a Cati - Ubatuba, o Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras de Ubatuba-STTR
e a Associação Pólo Produtiva,
também de Ubatuba. Para o
engenheiro da Cati de Ubatuba,
Dr. Antonio Marchiori, “trata-se de uma oportunidade para
conhecer experiências de sucesso da agricultura familiar de
todo o Brasil”, comenta. A Cati,
no ano passado, viabilizou a
participação de Quilombolas e
indígenas de Ubatuba na feira
regional de Economia Solidária
em Campinas. Para ele o intercâmbio com outras vivencias é
importante para o crescimento e formação de lideranças.
As metodologias de venda e
conhecimento de clientes é
parte do aprendizado do Cur-
so Técnico de Turismo Rural,
que é um convênio entre o
STTR de Ubatuba com a Federação dos Trabalhadores de
São Paulo-Fetaesp e a federação com o Serviço Nacional de
Aprendizado Rural-SENAR. A
vantagem, segundo Neide, foi
a quase ausência de burocracia para participar do evento,
bastou se inscrever, preparar
as pecas e esperar. As peças
foram levadas de caminhão até
o evento e o artesão de avião,
tudo custeado pelo governo federal. O Sindicato, junto com
seus parceiros, pretende fazer
um levantamento dos artesãos
na região a fim de estudar a
possibilidade de participar em
outras feiras, o que será muito
importante para a geração de
emprego e renda e a manutenção do oficio de artesão, que
além de bonito é importante
ferramenta da mostra da cultura local e regional.
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Vamos falar sobre turismo VII
FERNANDO PEDREIRA
Hoje não vamos falar sobre
os projetos que elaboramos, ou
seja, o PDTR.
Temos um assunto atual e que
se este editor me permitir vou
lançar algumas perguntas à Administração Municipal de forma
pública, para que também possam responder da mesma forma.
Isto em virtude de uma
Reunião entre a Comunidade de meios de hospedagem
e várias secretarias municipais
acontecida aqui.
Seis anos de Prefeitura mais
oito de Vereança não bastaram
para conhecer as necessidades
da nossa região? São necessárias reuniões? Reuniões para
determinar estratégia para diminuir a sazonalidade? E o Plano
Municipal de Turismo?
Lanço as perguntas por que
estamos cansados de reuniões,
desde 1994 que usamos destas
para tentarmos melhorias para
nossa região e todas se tornaram infrutíferas. A estratégia
deles (governo) é esvaziar todo
movimento que se organiza, dão
atenção, mas nada fazem, sem
avançar nas propostas o grupo
acaba se dispersando.
Até quando não teremos calçadas para caminhar?
Até quando não vamos ter
ruas para trafegar, porque o
que temos aqui não pode ser
chamado de rua?
Até quando não teremos espaços para que nossos pequenos
possam brincar de velocípede?
Até quando não teremos uma
ciclovia, principal meio de transporte desta região?
Até quando nos dirigiremos ao
Posto de Saúde na incerteza de
se ter um médico?
Até quando veremos projetos
de captação de água e desaparecerem os de captação e tratamento de esgotos. Onde iremos
lançar nossos resíduos? Merece
uma matéria só para isso que
falaremos na próxima.
Até quando veremos a Contur
captar recursos neste local e não
destinar um centavo pelo menos
para limpar os resíduos deixados pelas mal cheirosas lixeiras
que tem sua retirada feita mal e
porcamente pela Sanepav.
Até quando teremos que andar no escuro?
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Jornal MARANDUBA News
Até quando os turistas de excursões que aqui se hospedam
por três ou mais dias, muito
melhores que aqueles dos navios que às vezes nem sequer
desembarcam têm que “amassar barro” caminhar no leito
carroçável da rodovia enquanto
lá estendem tapete vermelho.
Até quando teremos que fazer eventos sem um local digno? Mesmo porque se for feita
a Rotatória necessária na entrada construída para o Sertão
da Quina, ficaremos sem um
quarto da praça que, diga-se de
passagem, é suja mal cuidada e
virou albergue. E a segurança a
quem pedimos? Polícia Rodoviária? Polícia Militar? Guarda Municipal?
Até quando veremos nossos impostos serem usados
para obras ou entregue em
contrapartidas para melhorias
sempre no Centro da Cidade,
como Píer Flutuante, Centro de
Convenções, Teatro ou Centro do Professorado e diversas
Reurbanizações?
Até quando veremos os eventos todos dirigidos ao Centro e
os pronunciamentos de Presidente de Associação agradecer
o fomento do comércio na Avenida Iperoig e quando reclamamos da retirada das placas do
corredor turístico só ficamos
sabendo de uma ida ao DER
de Taubaté através daquele
jornalzinho que só serve para
sujar as mãos e a mente das
pessoas que o acessam. Resultado? Nenhum.
O que estão esperando para
apresentar um projeto que possa beneficiar a todos para resolvermos o problema do estrangulamento da rodovia?
Sabemos que é uma ferida que
sangra e que todos têm medo
de falar, mas usando das ferramentas que dispomos através
das leis do Ministério das Cidades como Direito de Preempção,
Outorga Onerosa do Direito de
Construir e Operações Urbanas
Consorciadas, nesta última em
seu artigo 32 Parágrafo 1º diz:
“Considera-se operação urbana consorciada o conjunto de
intervenções e medidas coordenadas pelo poder público municipal, com a participação dos
proprietários, moradores, usuá-
rios permanentes e investidores
privados, com o objetivo de alcançar em uma área transformações urbanísticas estruturais,
melhorias sociais e a valorização
ambiental”.
Poderíamos aí incluir o Governo do Estado, e o Governo
Federal com um projeto bem
elaborado com justificativas
plausíveis e resultados esperados convincentes como o aumento do fluxo de turistas que
em consequência aumenta a
oportunidade de negócios, emprego e renda aumentando também a arrecadação Municipal,
Estadual e Federal.
Vamos esperar o DER passar
um trator por sobre as propriedades e dizer a todos os prejudicados que procurem seus direitos?
Ver nascer uma rodovia de
alta velocidade e acabar com
todo o corredor turístico desse lugar como fizeram entre
Caraguá e São Sebastião?
Ver nossa comunidade a mercê de atropelamentos?
Temos hoje muitas áreas
onde podem ser feitos investimentos da iniciativa privada em
parceria com a pública usando
das leis acima e beneficiando a
todos.
Arrepia-me ver na pauta da
Câmara Municipal vereador pedindo informações sobre possível reurbanização do centro da
Maranduba. O que será que nos
reserva?
Chegamos a cogitar um concurso para um projeto urbanístico da nossa região e já tínhamos até alguns estudantes e
professores de arquitetura interessados em apresentar suas
propostas. Hoje são arquitetos
conceituados que aqui trabalham filhos da nossa terra. Só
queriam o bem de todos.
Nunca fomos governados demonstro isso não é uma opinião
é uma constatação.
E até quando vamos esperar?
Até quando a oligarquia existente no centro da nossa Cidade
influenciará os nossos mandatários deixando as outras regiões
ao “Deus Dará”?
Até quando os Vereadores virão aqui apenas para conquistar
votos?
ATÉ QUANDO?
Lixo no Sertão do Ingá
O acumulo de lixo as margens da estrada do Sertão do
Ingá continua a incomodar os
moradores do local. Segundo o
administrador da regional sul,
Moralino Valim Coelho, as pessoas que jogam lixo no local
foram advertidas para que ali
somente fosse depositado material de poda, porem continuam
sendo encontrados resíduos de
material orgânico, plástico, garrafas pet, latas e outros materiais nocivos ao meio ambiente.
Moralino afirmou que as
pessoas que forem flagradas
no local jogando material que
não seja resultado de poda
poderão ser multadas e responderão processo por isso.
Caso a recomendação não
seja cumprida, Moralino revelou que entrará com recurso junto a assessoria jurídica
para que o local seja fechado
com cerca, impedindo o despejo de qualquer natureza as
margens da estrada.
Parceria viabiliza calçamento de rua
A Administração Regional Sul
realizou na última semana o
rebaixamento da Rua Sargento
Assad Feres para que os moradores, com recursos próprios,
pudessem efetuar o calçamento
com bloquetes. Esta é mais uma
parceria onde o poder público e
a iniciativa privada podem realizar juntas melhorias na região.
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Jornal MARANDUBA News
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Delegação de Ubatuba
YES WE CAN
FERNANDO PEDREIRA
no Salão de Turismo 2010 Participamos
da Excursão
Com a assinatura de “talentos, arte, cultura, temperos e
conhecimento”, o Ministério do Turismo atinge a maturidade na 5ª edição da feira
Delegação de Ubatuba no 5º Salão Nacional de Turismo em SP
A cidade de Ubatuba se fez
representar uma vez mais naquele que já é considerado o
evento mais significativo do
turismo nacional. Contando
com a união de esforços entre Sebrae, Prefeitura Municipal e Associação Comercial
de Ubatuba (ACIU), mais de
40 pessoas integrantes do
Projeto Circuito Turístico Litoral Norte foram convidadas a
participar da feira. Empresários, artesãos e funcionários
de empresas prestadoras de
serviços turísticos puderam
aproveitar da 5ª edição do
Salão Nacional de Turismo
que está sendo realizado dos
dias 26 à 30 de maio no Pavilhão do Anhembi em São
Paulo.
Segundo os participantes
“é um evento de proporções
nunca vistas”.
As primeiras edições da feira foram realizadas no pavi-
lhão do “Expo Center Norte”,
mas com o crescimento do
evento, o local foi alterado
para o Pavilhão do Anhembi,
o maior do Brasil.
O presidente da Associação Comercial, Alfredo Correa Filho, comemorou os resultados positivos do Salão:
“Esta iniciativa do SEBRAE,
em conjunto com a ACIU e
a Prefeitura de Ubatuba, foi
emblemática. Todos os participantes da delegação de
Ubatuba ficaram realmente
muito bem impressionados
com a viagem, o que ampliou
os horizontes e renovou a esperança de todos. Além disso, fizemos contatos que nos
serão muito valiosos em um
futuro próximo. E isto é só o
começo do extenso trabalho
que a ACIU, em conjunto com
seus associados e parceiros,
irá conduzir nos próximos
meses”, avaliou Correa.
patrocinada pelo Sebrae de
Ubatuba ao 5ª Salão de Turismo – Roteiros do Brasil desta
vez no Anhembi – São Paulo.
Estavam presentes os Senhores Luiz Felipe, Secretário
de Turismo; Alfredinho, jovem
empresário e Presidente da Associação Comercial de Ubatuba
e Pedro Paulo, Presidente do
Conselho Municipal de Turismo.
Estes sensibilizaram os participantes para a importância da
Feira e do Turismo em nossa
Cidade, além de procurarem
parcerias para o nosso turismo,
o que nos deixa pouco a vontade para externar nosso, diríamos, desapontamento naquela
que é a maior feira de Turismo
do Brasil.
Porém precisamos dividir
com os leitores essa frustração,
esse sentimento de incapacidade, esse sentimento de culpa,
esse sentimento de inferioridade, não consigo carregar sozinho esse fardo.
Inicialmente fomos levados
pela simpática monitora do Sebrae a visitar o Stand onde estavam os roteiros de nosso Estado,
e lamentavelmente nós, o Circuito Litoral Norte, estava ausente.
E o pior, agora na notícia
divulgada pela Associação Comercial que deve estar estampada nos jornais conhecidos,
aparece a Foto do Stand do
Sebrae com a Legenda STAND
LITORAL NORTE.
Assim a gente que recomeçava a acreditar, percebe o porquê não estamos lá.
Lá estavam os boxes dos seguintes Roteiros:
CIRCUITO TURÍSTICO DA
MANTIQUEIRA
CIRCUITO TURISTICO COSTA
DA MATA ATLANTICA
CIRCUITO TURISTICO RELIGIOSO
ROTEIROS TURISTICOS DA
REGIÃO SUL DA CIDADE DE
SÃO PAULO
CIRCUITO TURISTICO DAS
ÁGUAS PAULISTA
CIRCUITO TURÍSTICO DO
VALE HISTÓRICO
CIRCUITO TURISTICO CAMINHOS DO CENTRO OESTE
PAULISTA
E Circuito Litoral Norte não
estava, a alegação dos monitores do Sebrae é que faltava
formatar o Roteiro.
Os que estavam presentes
contavam com rico material inclusive um DVD, fantástico.
Segundo alguns integrantes
do nosso grupo, havia sim um
stand do Litoral Norte, porém
muitos também não o encontraram. A julgar pela história
da foto, acho que na verdade
ninguém viu esse “tal stand”.
Vi notícia no Jornal Imprensa
Livre que Ilhabela está presente, porém também não vimos.
Em contrapartida vimos Paraty, Angra e Búzios.
Participamos de várias feiras
anteriores a essa e também algumas promovidas por outros
órgãos como a Adventury Sport
Fair, e Jornadas do Turismo
Paulista e sempre lá estava o
Circuito ou a Vertente Oceânica
Norte, na maioria delas estava
sim ausente a nossa Ubatuba, e
lutamos muito para que isso não
acontecesse, como Conselheiro
Regional e Vice Presidente do
Conselho Municipal de Turismo,
infelizmente por esse e outros
motivos deixamos de participar.
Consultamos então o Guia
Roteiros do Brasil 2010 e dentre os 94 motivos para viajar
pelo Brasil encontramos nossa
Cidade, juntamente com as outras três, no Roteiro da “Cidade de São Paulo”, apenas uma
menção diríamos honrosa.
No Guia de Pacotes Turísticos
2010 da BRAZTOA Associação
Brasileira de Agências de Viagens nenhuma das quatro.
Por que me pergunto, resultado da falta de entrosamento
político? Resultado de políticas
públicas equivocadas? Ou falta
de interesse no desenvolvimento Sócio Econômico da nossa
Cidade, pois as outras contam
com outros meios de sobrevivência. Alguns poderiam dizer
que estamos parados, Nós diríamos que cavalgamos para
trás muitos anos.
Ao ver tantos investimentos
nessa área presumimos que
existem resultados e retorno
certo, ao vermos as Cidades
como Paraty, Angra e Búzios
pensamos YES WE CAN, mas é
preciso lembrar também de que
QUEM SABE FAZ A HORA, e divido com todos essa responsabilidade que me tira o sono.
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1º Junho 2010
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Praias da Tabatinga e das Galhetas: cenários atrativos e diferentes
Texto: Ezequiel dos Santos - Fotos: Emilio Campi
EZEQUIEL DOS SANTOS
Amada por moradores tradicionais e visitantes, o bairro
da Tabatinga e a praia das
Galhetas se formaram através das atividades de pesca,
do cultivo de bananas, mandiocas, madeiras e canas que
abasteciam as fazendas da
região, tanto da Tabatinga,
quanto da Lagoa e por vezes
a da Caçandoca. Suas ruínas
são a provas deste épico período. No cruzamento das estradas das Galhetas e da Ponta Aguda existem, dos dois
lados, vestígios do que seria
um armazém ainda do século
XIV, é possível ver as pilastras
que tinham uma particularidade, eram rebocadas, novidades para a época, existem ainda o que sobrou de um duto
e uma caixa para captação de
água. Infelizmente quando
começou o “boom” da construção, muitas destas ruínas
foram destruídas ou suas bases estão sobre casas, que a
utilizaram como plataforma.
Os primeiros moradores de
que se têm notícias são os
“Barra Seca”. Estudos apontam que eles vieram provavelmente da região da Vila de
Santo Antonio (Fazenda dos
Ingleses) pela trilha que ladeava as praias. Junto a eles
vieram outros moradores. Alguns pararam no Sertão da
Maranduba, Praia Grande do
Bonete e Corcovado.
Em 1967, pescadores da
Tabatinga e redondezas colaboraram com as autoridades
no resgate de pessoas que sofreram com a Catástrofe da
época. Muitos lembram que a
tarde se transformou em noite e uma nuvem negra havia
passado pela Tabatinga rumo
a Caraguatatuba. Sabendo do
que poderia acontecer, se prepararam e na ida a Caraguá,
Praia da Tabatinga e Galhetas, a sua frente a Ilha do Tamanduá e ao fundo a ponta norte de Ilhabela
já no Massaguaçu viam corpos
misturados a galhos e paus e
restos de casas boiando no mar.
A cena chocou os pescadores,
mas graças a eles e de outros
heróis tudo foi restabelecido.
Tudo documentado no DVD
Caraguá – Da Catástrofe ao Progresso (Litoral Virtual – 2009).
Por não haver estradas, os
caminhos a beira mar e os
que adentram os sertões eram
constantemente utilizados, alguns destes hoje viraram ruas
ou avenidas. Uns acham que
a Tabatinga é dois bairros ou
um bairro divido em dois, não
importa. O que sabemos é que
por muito tempo os dois lados
(o de Ubatuba, quanto o de
Caraguatatuba) formavam um
único território e que o rio não
fazia distinção geográfica ou
política, ao contrario, era o rio
e a praia quem mantinha os
laços familiares unidos, já que
toda atividade exercida passava pelos dois. O rio no passado já se chamou Rio Paraguai,
hoje Tabatinga.
Os moradores
viviam da
subsistência,
tirando da terra
e do mar seus
alimentos.
A colonização do lugar foi
acelerada pelo aterro do mangue e dos caxetais ainda no
período da construção da rodovia federal. Antes não passava de um lugar muito pacato,
com meia dúzias de pequenas
casas de pau-a-pique. Os moradores viviam da subsistência, tirando da terra e do mar
seus alimentos. A colonização
trata-se do Projeto Turis, que
começou no governo Castelo
Branco. Negociações de projetos que pretendia povoar
o litoral paulista construindo
uma rodovia que fosse de
Santos ao Rio de Janeiro com
núcleos de habitantes como
os bulevares franceses. Só
não perceberam o numero de
moradores nativos no local, o
que causou conflitos, disputas
de terras e perda de parte da
cultura caiçara.
Dos projetos originais, alguns
prosperaram, muitos sofreram
mudanças, e um deles foi o
do condomínio de alto padrão
que se encontra a beira mar
na Praia da Tabatinga. De ca-
racterísticas totalmente diferentes, a praia da Tabatinga
e das Galhetas formam um
único complexo, a primeira
para acomodar os ranchos de
pesca, os quiosques, as conversas a beira mar, a pesca
de arrasto, as festividades, as
descidas e subidas de barcos e
lanchas, os banhos de água e
sol. A outra como serve como
abrigo, pesca de vara, descanso, relax, banhos calmos,
contemplação, observação e
até um cochilo. Serviu como
embarque e desembarque de
mercadorias e escravos. Hoje
as Galhetas, primeira praia de
Ubatuba e a Tabatinga, primeira de Caraguatatuba, são
as divisas geográficas e políticas dos dois municípios. Os
acessos são geralmente por
estradas. (continua...)
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Passado e futuro convivem em harmonia na divisa do município
As Galhetas, uma pequena
praia de areias finas e brancas
misturam-se às monazíticas,
porém, a praia, que por vezes
some com a maré alta, é composta em toda sua extensão
por pequenas rochas e conchas. Nela podemos observar
ainda resquícios do cais que no
passado comercializada os produtos da região. Os locais podem ser alcançados por barcos.
A área é densamente ocupada nas praias e na beira
da estrada, e vai se tornando
mais rústica e selvagem no
rumo da serra do Mar. O local
localizado na divisa dos municípios de Ubatuba (21 km.)
e Caraguatatuba (18 km) é
muito apreciado por turistas,
veranistas e moradores. Do
lado do rio, a praia é ideal para
crianças e para quem não sabe
nadar, ou está começando. De
boa balneabilidade e águas
rasas, normalmente calmas
é mais freqüentada por famílias, casais, grupos de amigos,
amantes de esportes náuticos
e até mesmo por observadores de lanchas e fotógrafos.
Do lado do condomínio, a
praia tem a areia mais grossa e sua baía fica mais movimentada com intenso tráfego
de lanchas, jet-skis, caiaques,
esqui-aquáticos,
windsurfes
e parasails. Em períodos de
férias e temporada é comum
o tráfego de helicópteros na
região, são os meios de transportes mais utilizados pelos
proprietários do condomínio.
A metade da praia está cercada de seguranças e coqueiros
que adornam o condomínio
Costa Verde. Muitos dizem que
o nome origina-se das areias
brancas, origem esta contestada por documentos antigos
que descrevem Tabatinga
como “Barro branco”, vinda da
língua Tupi. Difícil mesmo é dar
O Rio Tabatinga é a divisa entre Ubatuba e Caraguatatuba. A Praia das Galhetas fica no final da estrada.
uma nota para estas belezas,
mas está entre as mais belas
do litoral paulista. A sua frente é possível avistar Ilhabela,
e mais próxima, a Ilha do
Tamanduá, que por vezes é
possível observar algum pescador artesanal movimentar-se com seus apetrechos de
trabalho em sua canoa.
Cercada pela mata atlântica e
rodeadas por empreendimentos náuticos e de turismo, as
duas praias oferecem experiências únicas e privilegiadas. Um
leque de opções para todos os
gostos. Existem ainda opções
de atividades de Ecoturismo no
entorno das duas praias, tanto em área de mata quanto de
mergulho.
Os serviços da localidade são
mais que satisfatórios. Existe uma boa rede de hotéis e
pousadas, mercados, marinas,
mecânicas, aluguéis, quiosques, tudo para agradar do
mais luxuoso cliente aos mais
simples.
O pescador,
sentado à beira
mar, observa as
nuvens, o mar e
recorda seus
áureos tempos.
Olhando para o lado das
Galhetas é possível observar uma costeira formada
por uma única rocha e ornamentada por um grande número de caraguatás, planta
que deu origem ao nome de
Caraguatatuba. É possível ob-
servar ainda vários pássaros.
Na Tabatinga ainda é possível
avistar os ubás (flechas, canas
silvestres que deram origem
ao nome de Ubatuba). Quem
vem do mar percebe que as
duas parias se unem de mãos
dadas e a noite parecem namorar.
Tabatinga e Galhetas são na
atualidade os maiores empregadores da região. Toda esta
estrutura oferece uma gama
de emprego e renda, principalmente no ramo náutico.
As duas praias servem como
um grande caldeirão com suas
misturas: de um lado um ritmo frenético do vai-e-vem
realizado pelo homem com
seus tratores, lanchas, carros e a pressa de fazer tudo
ao mesmo tempo. De outro
lado o silencio e observação
da fauna e da flora em meio
às mudanças realizadas pelo
homem. O pescador sentado à
beira mar observando as nuvens, o mar e recordando seus
áureos tempos. Por vezes os
dois se cruzam e se misturam
sem perceber, dando exemplo
de boa convivência e respeito
entre as partes. Isto é, de um
lado o pescador tranqüilo que
vai sair de canoa e espera o
tempo natural para realizar
a sua tarefa; de outro lado o
homem urbano que espera no
tempo do relógio para realizar
a sua atividade de lazer.
Isto sim é um espetáculo que
não combina com sujeira, lixo
e destruição da fauna e flora.
Parece que com esta mistura
as duas praias dizem a todos:
“Sejam bem vindos. É um prazer recebê-los!”.
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Jornal MARANDUBA News
1º Junho 2010
Antonio Cruz de Amorim: o homem da memória fotográfica
EZEQUIEL DOS SANTOS
- Seu Antonio será que a
gente pode conversar?
- Entrais filho, sentais aí, vô
desligá a televisão... Do que
a gente vai falar? Era assim
que seu Antonio começava os
assuntos. Foi um dos homens
mais atualizados da sua geração. Seus amigos dizem que
na falta de coisas para ler, lia
até bula de remédios.
Homem de presença, tanto pela estatura quanto pela
memória fotográfica de tudo
ele “assuntava”. Política, gastronomia, geografia, história,
futebol, atualidades... Tudo
podia ser discutido de forma
serena, calma e produtiva.
De voz calma, lia de tudo, e
tudo discutia. Gostava de estar
informado. Suas observações
eram sempre atualizadas. Tinha opinião sobre vários temas. Dono de uma caligrafia
invejável, só comparada a de
seu amigo Benedito Gil do
Araribá.
Em seus últimos dias ficava
na varanda de casa observando o vai e vem de moradores e crianças que iam para
a escola. Quem passava não
tinha a menor idéia de quem
foi este homem. Por vezes
parecia que as lembranças do
passado o deixavam imóvel na
sua poltrona. Que será que ele
recordava?
Antonio Cruz de Amorim
nasceu no antigo sertão da Fazenda Maranduba, no terceiro
dia de maio de 1919. Uma
criança branca e forte, filho
caçula de oito irmãos, fruto do
matrimônio de Joaquim Antonio de Amorim e Francisca Eufrosina de Jesus, proprietários
dos Sitio das Piabas, no bairro
do Araribá, as margens do rio
de mesmo nome.
Como todas as famílias da
região, viviam da agricultura,
da pesca, da caça e da coleta
de frutos e ervas da mata. O
sitio possuía uma grande produção de cana, que abastecia
a alambique tocada a água.
Possuía animais de criação,
mandioca, batata doce, café,
laranja, banana e milho em
quantidade. Grande parte era
para o sustento da família,
de seus empregados e para a
venda nas cidades de Ubatuba
e Caraguatatuba.
Seu pai possuía a maior
rede de tainhas e de fundo da região. Não era
raro a captura de 800
a 1000 tainhas com a
rede. Mesmo quem
não tinha dinheiro
levava tainhas para
casa. Até os “rosários” de cabeças de
tainhas eram aproveitados. Mulheres
eram contratadas
ou se faziam de
meeiros para a seca
de tainhas, eram
pilhas enormes de
peixes. Havia fartura e não tinha
“ridiqueza” (mesquinhez).
Antonio tudo aprendia
e acompanhava. Tinha
uma facilidade de absorver
o que acontecia em seu
entorno. Ainda jovem,
casou-se com Virgilina Izaias de Amorim
e deste matrimônio
nasceram onze filhos: Adelson, Maria
Aparecida, Jacira, Bernadete, Ivanil, Marlene,
Antonio, Maria de Fátima e
Rizete, ainda vivos e os falecidos: Expedito e Vicente.
Com o intuito de buscar
melhorias a sua família, mudou se para o Monte Cabrão e
Itapema, na região de Santos.
Lá não se adaptou, mas Antonio teve maior contato com
os homens do mar, conheceu
outras estruturas e coisas que
não havia chegado a Ubatuba.
Antonio foi o único a navegar para Santos nos barcos que faziam o transporte
motorizado de mercadorias e
pessoal. Eram os barcos: Astúrias, Valencia (Cia. Inglesa), São Paulo e Ubatubinha.
Eram viagens de quatro dias.
O trajeto era: Maranduba-São
Sebastião–Maresias-Bertioga-Santos. Levavam 400 dúzias
de bananas e 200 pessoas por
vez. Os passageiros dormiam
no barco ou em ilhas. O mesmo trajeto a pé demorava seis
dias. Na vinda enfrentou dificuldades, mas venceu.
Foi por curto período Ins-
petor de Quarteirão da região. Antonio era primo do Sr.
Manoel Bernardo de Amorim,
prefeito de Ubatuba até 1922,
dono da Fazenda da Ressaca
até 1932. Muitos ainda viram as acaloradas conversas
com Washington de Oliveira,
”Seu Filhinho” (ex-prefeito,
ex-presidente da Câmara,
farmacêutico e escritor), com
quem mantinha laços estreitos, principalmente por conta
das discussões políticas, locais, regionais e nacional.
Portador de uma fé verdadeira dedicou parte de sua
vida ao Lar Vicentino e ao
Congregado Mariano, onde
escreveu as primeiras atas
existentes no bairro. Foi
colunista e consultor do Jornal
Maranduba (1993/1996) escrevendo sobre história, cultura e a formação genealógica
da população da região. Trabalhou para o Sr. Joaquim da
Silva Magalhães por 10 anos.
Morou em área da Imobiliária Jequitibá.
Homem tranqüilo,
amigo de todos,
bom pai, bom filho, bom avô,
bom companheiro e bom amigo.
Sua partida deixou muita gente
triste.
Sua
clareza
de
pensamento
e
informação era sua
marca registrada.
Seus
ensinamentos
transcenderam os valores
dos ensinamentos
da época.
Seu
etnoconhecimento tinha um valor inestimável.
Sua vida não foi só trabalho, havia muitos momentos de descontração.
Antonio ainda participava de festas, com
os amigos roubavam
patos na sexta-feira da
paixão e convidavam o
dono do pato para comer,
depois eles pagavam o pato.
Gostava de piadas, participava
de mutirões, tirava sarro dos
amigos.
Em meados de 1940, com a
vinda de muitos religiosos, ele
e João Rosa receberam a mensagem do Padre Alemão João
Bail, que teriam de buscar na
Praia da Maranduba uma encomenda. Lá viram uma caixa
aberta nas laterais descer da
canoa de voga que vinha de
São Sebastião. Como havia
muitos homens, fizeram uma
espécie de “andor” e levaram
a caixa pela trilha da praia até
a casa de João Rosa. Havia
um envelope e a única pessoa que sabia ler era Antonio
Amorim. Tinha um desenho de
como colocar a peça no chão.
Só que o papel do desenho
não mostrava os lados, cima
ou baixo, ou ainda as laterais.
Bom! Preparam o local e instalaram a peça. Na carta dizia
como utilizar a peça instalada.
Alguns se arriscaram, porém,
reclamaram muito. Outros desaprovaram totalmente. Antonio então escreveu ao padre
para que viesse logo e explicasse a todos que “troço” era
aquele, que machucava quem
usava e que na realidade não
tinha serventia para nada. O
padre chegou e ao ver a peça
instalada riu muito. A peça era
a primeira bacia de privada da
região e o desenho não informava que lado era para cima,
então quem sentava na bacia
reclamava, já que ela estava
colocada de cabeça para baixo. Sorte que Antonio resolveu escrever ao padre, senão
o que ia ser da bacia? Depois
de reinstalada, agora corretamente, todos se puseram a rir
e por muito tempo virou motivo de risos e piadas.
Antonio tinha alguns amigos
catarinenses: Tadeu, Atílio,
Toninho, Agostinho e Pascoal.
Certa vez compravam uma novilha do Zé Antunes e fizeram,
depois de muito trabalho, um
cercado todo caprichado para
tirar leite. Perceberam que
depois da ordenha, a vaca
seguia em direção ao morro
e entreva na mata. Lá viram
duas crianças, que com uma
penca de bananas, conseguiam tirar leite da vaca sem
problemas, o que oito homens
suavam para realizar com sucesso. Um olhou para a cara
do outro e começaram a rir,
do tipo: Que vergonha! Muitas outras situações engraçadas vivenciou.
Antonio considerava muito
os seus amigos. Nos últimos
tempos de vida falava muito
de Manoel Hilário do Prado,
do Sertão do Ingá. Antonio
Amorim, como carinhosamente era chamado, nos deixou
no primeiro dia de julho de
2006.
Em sua homenagem, a estrada que leva moradores
e amigos do Sertão até a
Maranduba, começando próximo ao Morro do Foge, leva
o seu nome. Nome este sinônimo de tanta coisa, mas que
pode ser resumido em algumas palavras: amor, carinho e
dedicação, Assim é o protagonista desta real história. Muito
obrigado Tio Antonio.
1º Junho 2010
Jornal MARANDUBA News
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A Samambaia e o Bambu Dia dos Namorados
Certo dia decidi dar-me por vencido.
Renunciei ao meu trabalho, às minhas relações, e à minha fé.
Resolvi desistir até da minha vida.
Dirigi-me ao bosque para ter uma última conversa com Deus.
Deus, eu disse: Poderias dar-me uma boa razão para eu não
entregar os pontos?
Sua resposta me surpreendeu:
Olha em redor Estás vendo a samambaia e o bambu?
Sim, estou vendo, respondi.
Pois bem. Quando eu semeei as samambaias e o bambu, cuidei
deles muito bem. Não lhes deixei faltar luz e água.
A samambaia cresceu rapidamente.
Seu verde brilhante cobria o solo.
Porém, da semente do bambu nada saía.
Apesar disso, eu não desisti do bambu.
No segundo ano, a samambaia cresceu ainda mais brilhante e viçosa.
E, novamente, da semente do bambu, nada apareceu.
Mas, eu não desisti do bambu.
No terceiro ano, no quarto, a mesma coisa.
Mas, eu não desisti.
Mas… no quinto ano, um pequeno broto saiu da terra.
Aparentemente, em comparação com a samambaia, era muito
pequeno, até insignificante.
Seis meses depois, o bambu cresceu mais de 50 metros de altura. Ele ficara cinco anos afundando raizes. Aquelas raízes o
tornaram forte e lhe deram o necessário para sobreviver. A nenhuma de minhas criaturas eu faria um desafio que elas não
pudessem superar
E olhando bem no meu íntimo, disse:
Sabes que durante todo esse tempo em que vens lutando, na
verdade estavas criando raízes?
Eu jamais desistiria do bambu.
Nunca desistiria de ti.
Não te compares com outros.
O bambu foi criado com uma finalidade diferente da samambaia,
mas ambos eram necessários para fazer do bosque um lugar
bonito.
Teu tempo vai chegar, disse-me Deus.
Crescerás muito!
Quanto tenho de crescer? perguntei.
Tão alto como o bambu? foi a resposta.
E eu deduzi: Tão alto quanto puder!
Espero que estas palavras possam ajudar-te a entender que
Deus nunca desistirá de ti.
Nunca te arrependas de um dia de tua vida.
Os bons dias te dão felicidade.
Os maus te dão experiência.
Ambos são essenciais para a vida.
A felicidade te faz doce.
Os problemas te mantêm forte.
As penas te mantêm humano.
As quedas te mantêm humilde.
O bom êxito te mantém brilhante.
Mas, só Deus te mantém caminhando...
Existem diferentes versões sobre a origem do dia dos namorados
É bem provável que a festa
dos namorados tenha sua origem em um festejo romano:
a Lupercália. Em Roma, lobos
vagavam próximos às casas
e um dos deuses do povo romano, Lupercus, era invocado
para manter os lobos distantes. Por essa razão, era oferecido um festival em honra a
Lupercus, no dia 15 de fevereiro. Nesse festival, era costume
colocar os nomes das meninas
romanas escritos em pedaços
de papel, que eram colocados
em frascos. Cada rapaz escolhia o seu papel e a menina
escolhida deveria ser sua namorada naquele ano todo.
O dia da festa se transformou no dia dos namorados, nos EUA e na Europa, o
Valentine’s Day, 14 de fevereiro, em homenagem ao Padre Valentine. Em 270 a.C., o
bispo romano Valentino desafiou o imperador Claudius II
que proibia que se realizasse
o matrimônio e continuou a
promover casamentos. Para
Claudius, um novo marido significava um soldado a menos.
Preso, enquanto esperava sua
execução, o bispo Valentine
se apaixonou pela filha cega
de seu carcereiro, Asterius. E,
com um milagre, recuperou
sua visão. Para se despedir,
Valentine escreveu uma carta
de amor para ela. Foi assim
que surgiu a expressão em
inglês “From your Valentine”.
Mesmo tido como santo pelo
suposto milagre, ele foi executado em 14 de fevereiro.
O feriado romântico ou o dia
dos namorados judaico: desde
tempos bíblicos, o 15º dia do
mês hebreu de Av tem sido
celebrado como o Feriado do
Amor e do Afeto. Em Israel,
tornou-se o feriado das flores,
porque neste dia é costume
dar flores de presente a quem
se ama. Previamente, era permitido às pessoas só se casar
com pessoas da sua própria
tribo. De certo modo, era um
pouco semelhante ao velho
sistema de castas na Índia. O
15 de Av se tornou o Feriado
de Amor, um feriado judeu reconhecido durante os dias do
Segundo Templo. Em tempos
bíblicos, o Feriado do Amor
era celebrado com tochas e
fogueiras.
Hoje em dia, em Israel, é
costume enviar flores a quem
se ama ou para os parentes
mais íntimos. A significação e
a importância do feriado aumentaram em anos recentes.
Canções românticas são tocadas no rádio e festas ‘Feriado
do Amor’ são celebrados à noite, em todo o país. (Jane Bichmacher de Glasman, autora do
livro “À Luz da Menorá”).
No Brasil, a gênese da data
é menos romântica. Alguns
a atribuem a uma promoção
pioneira da loja Clipper, realizada em São Paulo em 1948.
Outros dizem que o Dia dos
Namorados foi introduzido no
Brasil, em 1950, pelo publicitário João Dória, que criou um
slogan de apelo comercial que
dizia “não é só com beijos que
se prova o amor”. A intenção
de Dória era criar o equivalente brasileiro ao Valentine’s
Day - o Dia dos Namorados realizado nos Estados Unidos. É
provável que o dia 12 de junho
tenha sido a data escolhida
porque representa uma época
em que o comércio de presentes não fica tão intenso. A
idéia funcionou tão bem para
os comerciantes, que desde
aquela época, o Brasil inteiro
comemora anualmente a data.
Outra versão reverencia a véspera do dia de Santo Antônio,
o santo casamenteiro.
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1º Junho 2010
Jornal MARANDUBA News
Em 1956 juiz manda devolver a fazenda Poço dos Bagres O Ministério da Educação
Jornal da época apresenta sentença favorável a família Prado
EZEQUIEL DOS SANTOS
A fazenda Poço dos Bagres
compreendia um considerável
tanto de terras. Deste tanto,
a família doou 300 braças (do
poço Bagre ao rio das Piabas)
a Santa (Nossa senhora das
Graças) por volta de 1916.
Num processo de Ação de
Anulação de Escrituras Respectiva Transcrição contra
Cornélio Schmitd, o Cônego
Primo Maria Vieira e Mabel
Hime Masset, seus sucessores,
descobriu-se muitas coisas.
Na sentença, foram colhidas
provas testemunhais, documentais, periciais e vistorias
sobre a forma em que houve
a compra da fazenda. Descobriram que em maio de 1905,
os irmãos Roberto Antonio do
Prado e Antonio Honorato do
Prado eram titulares da fazenda, documentos devidamente
matriculados e registrados no
Registro Geral de Imóveis de
Ubatuba, conforme anexo do
referido processo, comprados
em 15 de janeiro de 1891.
No dia 5 de setembro de
1911 falece Roberto Antonio
do Prado, deixando como único herdeiro Antonio Rosa de
Oliveira, que se casou com Benedita Maria do Prado, deste
matrimônio nasceu: Benedito
Antonio do Prado, Pedro Antonio do Prado e Jose Antonio
do Prado, que na ocasião do
falecimento do avo (Roberto
Antonio do Prado) e do pai
(Antonio Rosa de Oliveira),
eram menores e não conheciam toda a fazenda. Em 25
de julho de 1925, a mãe (Benedita Maria do Prado) vendeu a Cornélio Schmitd e ao
Cônego Primo Maria Vieira
institui Exame Nacional de
Ingresso na Carreira Docente
ALESSANDRA REIS
para promoverem a venda de
terras. Para isto, criaram uma
Companhia Imobiliária pra arruamento e venda de lotes.
Em face ao acontecimento, as
autoridades desconfiaram, já
que nos autos constava a assinatura da mãe nos contratos
de compra e venda.
Descobriu-se então de que
Benedita era analfabeta e não
conhecia sequer um papel de
pão, verificaram também a
pressão exercida por capangas, na subida, próximo a uns
pés de mexirica, hoje Rua da
Laje, sobre miras de espingardas que forçaram a viúva a
vender a propriedade.
Os meninos viviam exclusivamente da agricultura, da
caça e da pesca. Em face as
provas colhidas, o juiz mandou devolver as terras, livres e
desembaraçadas de quaisquer
responsabilidades pessoais ou
reais, condenando ainda os
réus a pagarem indenização
aos meninos e as custas do
processo de CR$ 100.000,00.
Esta foi à sentença determinada pelo Dr. Alpheu Guedes
Nogueira, Juiz de Direito da
Comarca de Ubatuba em 25
de novembro de 1955. Tudo
publicado no Jornal Tribuna
Caiçara, de 1 de janeiro de
1956, Ano V, página 7, número
225. Edição esta que não circulou no litoral norte, só na região de Santos. Estranhamente, poucos anos depois, alguns
livros do Cartório sofreram danos que causariam a perda dos
documentos das terras de moradores, tanto da região sul,
quanto da região norte. O livro,
como falam, não pegou fogo,
ele foi colocado em um lugar
úmido e foi alvo de gotejamento de chuva, o que causou um
dano irreparável a história, a
cultura e principalmente a dignidade e ao patrimônio desta
população.
Após o episódio o juiz foi
transferido e a demanda para
devolver as terras sofreu grande pressão e os herdeiros não
tiveram acesso à justiça.
O Ministério da Educação
vem adotando há algum
tempo, desde 1996 com a
nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
Lei nº 9.394/96 medidas
que avaliam e mensuram o
desenvolvimento educacional das redes de ensino de
todo o país utilizando como
ferramenta provas periódicas
e determinadas por grau de
conhecimento onde serão
avaliados as habilidades e
competências dos alunos do
ensino Fundamental, Médio
e Superior. Tais medidas servem como balizadores importantes e norteadores de uma
reforma educacional, além
de democratizar o acesso as
Universidades Federais.
Esses avaliadores da educação são conhecidos como
Prova Brasil e o Sistema
Nacional de Avaliação de
Educação Básica, aplicado
periodicamente na educação
básica. Enem - exame nacional do ensino médio e não
poderíamos deixar de fora a
avaliação do ensino superior
que é mensurado através do
Enade - exame nacional de
estudantes.
Na ultima segunda-feira
24 de maio o Ministério
Educação instituiu o Exame
Nacional de Ingresso na Carreira Docente, onde o alvo a
ser avaliado é o professor e
os seus conhecimentos, habilidades e competências. A
proposta é que cada Município e Estado utilize os resultados como provável forma
de ingresso nas redes Municipais e Estaduais de Educação, além de subsidiar políticas publicas de capacitação
continuada desses profissionais, diagnosticando possíveis lacunas na formação
dos professores.
O ministério pretende realizar a primeira prova em
2011. Na primeira edição,
poderão participar educadores dos primeiros anos
do ensino fundamental (1º
ao 5º ano) e da educação
infantil. Fica facultativo a
cada Secretaria Municipal a
adesão junto a Inep (Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) na utilização
dos resultados e a forma de
contratação de seus profissionais.
Segundo
a
noticia
publicada no G1 O exame
será realizado anualmente,
com aplicação descentralizada das provas. A participação dos professores será
voluntária, mediante inscrição. Assim, como no Enem,
o docente terá um boletim
de resultados após fazer a
prova.
Está sendo realizada uma
consulta publica entre os
dias 19 de maio a 06 de julho no site http://www.inep.
gov.br onde os profissionais
da educação, após realizar
um cadastro, poderão opinar
colaborativamente nos processos de seleção e aprimoramento do Exame Nacional
de Ingresso na Carreira Docente.
Faça a sua parte, visite o
site e dê sua opinião sobre
essa avaliação, antes de criticarmos uma ação precisamos construir uma idéia e
essa é a sua oportunidade!
Alessandra Reis
Insight Digital
1º Junho 2010
Jornal MARANDUBA News
Página 13
Tupinambás: a primeira impressão dos índios do litoral paulista
Sabemos que o Brasil não
foi “descoberto”. Segundo os
sambaquis encontrados em
nosso litoral, por aqui já viviam homens no ano 75 da
era cristã. Foi por conta da
ganância e da ignorância dos
colonizadores que nossa descendência indígena acabou.
Não existiu em nenhum processo de colonização um povo
que não fosse dizimado pelo
colonizador como foram com
os nossos silvícolas. Até hoje
é assim.
Em 1553, o beato José de
Anchieta nos dá uma visão
mais detalhada do que eram
os índios que aqui habitavam.
O que parece estranho para
nós agora, na época também
era estranho para os colonizadores e os índios. Foi sem
dúvida um choque a tentativa
de implantação uma cultura
nova, uma cultura invasora,
assim como é a do meio ambiente elitizado.
Os Tupinambás tinham língua de tronco Tupi e assim
Anchieta os descreve: “Diante
dele, estava o Tupinambá silvícola. Feliz, na sombra de seu
labirinto – a flora, nos elos de
seu cativeiro – a fauna. Canibal da era neolítica, em pleno
delírio cromático, em um país
de fogo e de sangue. O índio
trazia o sexo apenas velado
pela tanga, penas amarelas,
grinaldas ao cocoruto, manilhas de outras, policromadas,
nos pulso e tornozelos, ramos
de búzios ao pescoço, tambetas de osso, de âmbar ou de
quarto na beiçola, pingentes
nas orelhas, adornos de barro cosido na face esburacada. Abaixo dos joelhos, como
franjas, pendiam os taparucás
vermelhantes e por todo o
corpo depilado, sinuosamente, ondeavam lavores negros
ou rubros, feitos à tinta de
Não existiu em nenhum processo
de colonização um povo que não fosse
dizimado pelo colonizador como foram
com os nossos silvícolas.
Até hoje é assim.
genipapo ou de urucum. Outras vezes, sob a plumagem
dos cocares, prendia às nacas de uma roda de penas
cinzentas, longas penas de
ema. Vagava por brechas, aldeias e rios, ä mão esquerda,
o arco derrubador de feras, ä
direita, o maracá, evocador de
mortos, sepultados nas iga-
çavas com seus instrumentos
de trabalho. Os mais belicosos
exibiam a tangapena dos sacrifícios, pendentes na nuca,
ou infindáveis colares de 3000
dentes-os dentes dos inimigos
devorados, onças ou homens.
Impulsivo e rancoroso vivia
o selvagem para nadar como
os peixes no abismo, giram
como os pássaros sobre rochas e boqueirões, lutar como
jaguares no deserto. Nômade, corre; homem-marinho
flutua; homem-felino retalha.
São livres todos os apetites,
comuns todas as coisas no regime da tribo. O canibal tem
a pele rija do tapir, a dissimulação do tatu, rastejante no
subsolo, ou da cobra verde,
enroscada na folhas, o grito de araponga e o salto do
bugio. Instintivamente respira
a distancia o cheiro da caça,
do fogo e do mel. E sua fome
não espera, o seu ódio não
perdoa.” (SOARES, 158 apud
VIEIRA, 1929:33-34)
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1º Junho 2010
Jornal MARANDUBA News
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com grades (portas e janelas)
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1º Junho 2010
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Jornal MARANDUBA News
História do “NEOQUETA”
Túnel do Tempo
Registro de fatos do século passado em nossa região
ADELINA CAMPI
Os meus avós já estavam casados há mais de 50 anos e continuavam a jogar um jogo que haviam iniciado quando começaram a namorar. A regra do jogo era: que um tinha que escrever
a palavra “NEOQETA” em qualquer lugar inesperado, para o
outro encontrar, e assim que a encontrasse, deveria escrevê-la
noutro lugar, e assim sucessivamente.
Eles ficavam felizes deixando “NEOQETA” por toda a casa, e
assim que um a encontrava, era a sua vez de a esconder noutro
local, para o outro encontrar.
Eles escreviam “NEOQETA” com os dedos no açúcar, dentro
do açucareiro, ou no pote de farinha, para que o próximo que
fosse cozinhar a encontrasse. “NEOQETA” era escrita no vapor
deixado no espelho, depois de um banho quente, onde a palavra
iria reaparecer depois do próximo banho. Uma vez, a minha avó
até desenrolou um rolo de papel higiênico para deixar “NEOQETA” escrito na última folha e enrolou tudo de novo. Não havia
limites de onde “NEOQETA” pudesse surgir.
Pedacinhos de papel com “NEOQETA” no pára-brisa do carro,
bilhetes eram enfiados dentro dos sapatos e deixados debaixo da
almofada. “NEOQETA” era escrita com os dedos na poeira sobre
as prateleiras e nas cinzas da lareira. Esta misteriosa palavra fazia tanta parte da casa dos meus avós como a mobília...
Levou bastante tempo para eu entender completamente este
jogo e gostar dele. O Amor dos meus avós era profundo e nunca
duvidei dele, porém “NEOQETA” era mais que um jogo de diversão, era um modo de vida! O relacionamento deles era baseado
na devoção e numa afeição apaixonada, daquelas que nem todos têm a sorte de experimentar. Eles ficavam de mãos dadas
sempre que podiam, roubavam beijos um do outro e conseguiam terminar a frase incompleta do outro. Porém uma nuvem
escura surgiu na vida dos meus avós. O meu avô adoeceu... E,
como sempre, a minha avó esteve com ele a cada momento. Rezava no quarto pedindo a Deus para zelar pelo seu companheiro. Mas, aconteceu o que todos temíamos: o meu avô partiu... a
palavra “NEOQETA” foi gravada na sua campa!
1950
1956
Momento de lazer na barra do Rio Maranduba
1963
Primeira linha de ônibus Caraguá-Ubatuba no Picaré
2003
Garotas alunas da Assistência Litoral Anchieta - ALA
2002
Após 40 anos... como os vestidos encurtaram!
2002
Infância Missionária em encenação na Caçandoca
Inauguração da Escola Tiana Luiza, no Araribá
Aposto que a esta altura estarás a questionar-te: O que significa “NEOQETA”? Essa linda palavra quer dizer... “NEOQETA”
– Nunca Esqueças O Quanto Eu Te Amo!
(Compilado da Internet)
1960
Família Cabral em romaria a
Aparecida do Norte: água de
cheiro, roupa nova e ansiedade para foto
1954
Em tempos de vacas gordas, o gado curtia
o sol na praia da Lagoinha sem ser incomodado. O duro era esperar sair a porção de
capim gordura à dorê
1994
Em tempos de vacas magras,
ficavam ilhadas na ponte do
Araribá após a queda das
duas cabeceiras
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Praias da Tabatinga e das Galhetas: cenários atrativos pg 08