Maranduba, 15 de Julho de 2010
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Disponível na Internet no site www.jornalmaranduba.com.br
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Destaque:
Ano I - Edição 11
Vereadores suplentes assumirão cargo em agosto, após recesso
Policial participa de comitiva de Segurança Comunitária no Japão
Notícias:
Esporte Clube Beira Rio retoma as atividades
Produto tóxico faz pescadores desistirem da fábrica de gelo
Pescadores da Maranduba realizam melhorias
Vereador Rogério Frediani recebe deputado Fernando Capez
Turismo:
Lagoinha antiga: sangue, café e aguardente
Base da origem das primeiras comunidades da região sul
Gente da Nossa História:
Agostinho Alves da Silva: o homem caprichoso
Cultura:
Bisneto de escravos guarda relíquia de atividade pesqueira
Comportamento:
É possível amar duas pessoas ao mesmo tempo?
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Jornal MARANDUBA News
Editorial
Cartas à Redação
Existe uma grande diferença
entre teimosia e insistência.
Acredito no potencial que a
região apresenta que, mesmo
sem a estrutura que desejamos
e que merecemos, anda por
pernas próprias. Vamos insistir
em trabalhar nas coisas que realmente acreditamos. Acredito
no potencial da região, na luta
de seu povo e no merecimento
das benfeitorias que precisamos. Cada dia nos profissionalizamos mais e quem não é
visto não é lembrado.
Foi-se o tempo de deixar a
chave debaixo do tapete. Agora temos que atender as novas
tendências, trabalhar nossos
potenciais, buscar visibilidade. O jornal Maranduba News
traz a tona todas as situações:
aqueles que teimam e aqueles
que insistem.
O informativo serve de elo
entre as pessoas que pensam
na mesma linha. O diferencial
que queremos esta dentro de
nós. Se deixarmos destruir o
que nos une, vai ganhar o que
nos separa. Como não somos
teimosos, podemos ainda estar
na frente. Aos teimosos resta
a consolação do “não dá certo”. Se sobrar arroz no almoço, posso fazer um bolinho de
arroz para a janta, e não jogar
tudo fora como fazem. Para
isto apareça, mostre sua cara e
quando alguém lembrar de um
serviço, vai lembrar que quem
estava lá, que anunciou.
Emilio Campi
Parabéns
Vocês estão de parabéns pelas excelentes reportagens. Histórias e estórias contadas com muita verdade! Obrigado pelo carinho e atenção do Maranduba News.
João Batista P. Neto
via e-mail
Poesia: Viagem
Quem me dera poder ser conduzido pelo vento
E sentir o ar me levando para novas paisagens
Sob estrelas então poder dormir ao relento
Com a imaginação me levando para inusitadas viagens
Pairar de uma onda sobre a branca espuma
Sendo por ela despejado em desconhecidas areias
Sentindo no silêncio o rumor de coisa nenhuma
Ouvindo apenas o som do sangue que me corre nas veias
Pegar uma carona nas asas de uma fragata
E com ela subir em uma corrente ascendente
Pensando em como a natureza foi comigo ingrata
Não me permitindo voar, embora sendo um ser inteligente
Mergulhar na mais profunda quietude do mar
E ver pequenos seres vivendo em eterna escuridão
Como eu, eles não voam, e também não podem enxergar
Então concluo que a natureza está com a mais plena razão
Como broca giratória, gostaria de alcançar o âmago da terra
E então estar ao lado do lugar onde nasce um vulcão
Mas aqui minha hipotética viagem se encerra
Abandono os meus sonhos e volto para a frieza do chão
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Responsabilidade Editorial:
Emilio Campi
Colaboradores:
Adelina Campi, Ezequiel dos Santos, Uesles Rodrigues,
Camilo de Lellis Santos, Denis Ronaldo e Fernando Pedreira
Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores
e não refletem a opinião da direção deste informativo
Manoel Del Valle Neto
Lagoinha, Ubatuba, SP
15 Julho 2010
15 Julho 2010
Jornal MARANDUBA News
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Vereadores suplentes assumirão cargo em agosto, após recesso
Os três vereadores suplentes que substituirão os vereadores afastados pela justiça na
Câmara de Ubatuba assumirão
seus cargos na primeira sessão
de agosto, após o recesso parlamentar de julho. A informação foi dada ontem pelo presidente da Câmara, vereador
Ricardo Cortes (DEM), logo
após receber a liminar judicial
que determinou o afastamento
dos vereadores Romerson de
Oliveira (Mico), Claudinei Bastos Xavier e Silvinho Brandão.
Os três vereadores foram
afastados de seus cargos por
decisão da justiça em processo
movido pelo Ministério Público.
Eles foram acusados de improbidade administrativa por terem participação irregular na
eleição do Conselho Tutelar do
município, quando ajudaram
no transporte de eleitores.
A decisão também penaliza
duas conselheiras – Iramaia
Antunes de Oliveira e Rute Ribeiro de Campos – afastadas
ontem de suas funções.
Segundo o presidente da
Câmara, o vereador Silvinho
Brandão já estava afastado
há cerca de duas semanas
por motivos particulares e seu
suplente, Heraldo Carlos Te-
nório Todão (PPS), conhecido
por Xibil, já tinha tomado posse. Os outros dois vereadores
afastados serão substituídos
pelos suplentes José Antônio
Macário de Faria (DEM), major
da Polícia Militar aposentado; e
pelo policial civil, também aposentado, Agnelo Cinel (PSC).
“Convoquei para sexta-feira
de manhã uma reunião com
todos os vereadores para informá-los”, disse Ricardo Cortes, que ontem cedo teve uma
reunião com o prefeito Eduardo César sobre o assunto.
Segundo ele, os advogados da
Câmara e dos vereadores afastados irão acompanhar o caso.
A primeira medida será
entrar com um Agravo de
Instrumento que, caso seja
indeferida pelo juiz, ainda permite recursos em 2ª Instância.
“Mesmo com a possibilidade
de recursos, no entanto, serei
obrigado a dar posse aos suplentes pois a decisão do juiz
foi pelo afastamento imediato
dos três vereadores acusados”, afirmou Cortes.
No âmbito do Conselho Tutelar, a decisão afasta dois dos
cinco conselheiros que assumiram em março último.
Caberá ao Conselho Muni-
cipal de Defesa da Criança e
do Adolescente (CMDCA) convocar e dar posse aos suplentes Viviane Brandão da Silva,
que é ex-conselheira reeleita;
e Ezequias Bento da Silva,
em primeiro mandato. “Estou
tentando convocar o conselho
para uma reunião amanhã a
tarde (hoje) para decidirmos
sobre a convocação dos dois
suplentes e marcarmos a posse o mais rápido possível para
que os outros conselheiros
não fiquem sobrecarregados”,
disse ontem a presidente do
CMDCA, Ana Carla de Almeida,
psicóloga e assessora técnica
da Fundação da Criança e do
Adolescente (Fundac).
Para ela, a decisão judicial
não foi surpresa. “Nós já esperávamos por este desfecho,
pois as denúncias, com fotos
gravadas em CDs, foram entregues à comissão eleitoral no
Esporte Clube Beira Rio retoma as atividades
EZEQUIEL DOS SANTOS
Integrantes do Esporte Clube
Beira Rio começaram no último
dia 10 a limpeza e manutenção
do campo do Esporte Beira Rio
no bairro do Ingá. O Clube, no
passado, já proporcionou grandes alegrias à população. Segundo um dos fundadores do
clube José Correia de Oliveira,
a idéia é arrumar o campo que
estará à disposição da comunidade. A região embora tenha
várias praias ainda é carente de
espaços abertos para o entretenimento, principalmente de
praças e o campo de futebol reflete a falta de lugares abertos
aonde os pais possam vir com
os filhos e se divertir.
O campo que é novo encontra-se em bom estado de conservação e foi utilizado várias
vezes para pequenos campeonatos. Os mais otimistas esperam que a cooperação dos amigos e colaboradores do Beira
Rio possa resultar num espaço
mais utilizável. Em conversa
com antigos colaboradores,
muitos se lembram do primeiro
campo que era de chão batido
e que esperam agora com campo gramado e em boas condições de uso exista maior movimento de pessoas e atletas e
vários outros campeonatos. Na
verdade todos têm saudades
dos domingos à beira do campo
e a família Beira Rio não espera a hora de se encontrar para
torcer e prestigiar os eventos.
mesmo dia da eleição, na presença do promotor público”,
disse. Ana ressalta o aspecto
positivo da decisão, “no sentido de dar transparência e credibilidade ao processo eleitoral
do Conselho Tutelar. Agora esperamos que os suplentes assumam e desempenhem suas
funções com a mesma responsabilidade e dedicação dos demais conselheiros”, afirmou.
(Fonte: Imprensa Livre)
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Jornal MARANDUBA News
Produto tóxico faz pescadores desistirem da fábrica de gelo na Maranduba
EZEQUIEL DOS SANTOS
Em nota oficial, a Associação
de Pescadores da Maranduba,
esclarece que a razão da negativa na instalação da fábrica de
gelo na barra do Rio Maranduba
foi por conta de estudos realizados por um engenheiro e técnicos da CETESB apontando os
altos riscos no uso da amônia,
que é altamente tóxico e explosivo. O manejo destes produtos
tem de seguir normas semelhantes aos utilizados na Usina
Nuclear em Angra dos Reis.
A fábrica de gelo foi disponibilizado pelo Ministério da
Pesca em parceria com a prefeitura de Ubatuba. “Ficamos
preocupados quando soubemos do alto risco a comunidade que a fábrica poderia causar, trata-se na realidade de
uma bomba relógio”, comenta
Mateus Quintino, Presidente da
associação na Maranduba. Por
conta da desistência dos pescadores da Maranduba, o prefeito municipal decidiu instalar
a fábrica próxima ao mercado
de peixe, no centro da cidade.
Pescadores se reuniram para
discutir o assunto, por conta
do perigo e o levantamento
do custo beneficio decidiram
contrário a decisão do prefeito.
“O custo beneficio não atende
a real necessidade, existem
outras necessidades menos
perigosa e mais atrativa para
o setor, o perigo de um vazamento é um fato, teremos de
ter ainda pessoal altamente
especializado para manipular o equipamento”, esclarece
Maurici da Silva, presidente
da Colônia Z-10, reiterando
sua preocupação sobre o número de moradores da cidade
que possivelmente poderia ser
atingida caso aconteça o vazamento do produto. Maurici diz
que na questão do gelo existem três fabricas próximo do
mercado de peixes e uma no
Massaguaçu em Caraguatatuba
que pode atender os pescadores da Maranduba.
Barra do Rio Maranduba: pescadores preocupados com a segurança rejeitam fabrica de gêlo no local
A prefeitura se manifestou
indignada com a questão e esclarece que a fabrica vai facilitar significativamente a vida
destas pessoas, que o preço
do gelo cairia cerca de 40%.
Maurici entrou com uma de-
núncia no Ministério Público
contra a instalação da fábrica
de gelo, encaminhando ainda
cópia de levantamento técnico que aponta o auto grau de
periculosidade do manejo do
produto tóxico e explosivo. Na
Maranduba a associação briga
pela iluminação da área dos
pescadores, com o licenciamento para desassoriar a barra
do rio e outras melhorias, que
não sendo tóxicas ou explosivas são sempre bem vindas.
Segurança Comunitária
Pescadores da Maranduba realizam melhorias
A comunidade trabalhando
unida em um sistema de cooperação mútua, com uma participação ativa e integrada aos
organismos policiais é uma
das formas mais eficazes de
prevenção.
Verifique se em seu bairro
não existem veículos abandonados, ruas mal iluminadas,
ruas bloqueadas, mal sinalizadas, prédios e terrenos abandonados, locais de vandalismo
e consumo de drogas, etc.
Oriente as crianças sobre os
problemas e locais perigosos do
bairro. Procure verificar se em
seu bairro existem opções de
lazer e desenvolvimento profissional e cultural para as crianças.
Procure promover este desenvolvimento junto à sua comunidade, como programas voluntariados, atividades educativas
após a escola, teatros e peças à
creches e orfanatos, etc.
Trabalhe de forma integrada
com as autoridades policiais e
públicas. A solução dos problemas do seu bairro depende
da sua participação ativa.
Incentive discussões sobre a
influência de jogos, brincadeiras e cenas de violência sobre
No último dia 07, pescadores e associados da Associação dos Pescadores e Maricultores da Barra da Maranduba
e Região Sul de Ubatuba-ASPEMUB realizaram a colocação
das vigas que sustentam o
piso do trapiche na barra do
rio Maranduba. Fruto da parceria entre a Administração
Regional Sul e a Associação
dos Pescadores, a obra é um
sonho antigo dos pescadores
e usuários atendendo toda a
região.
O trapiche possibilitará a
realização com segurança do
embarque e desembarque de
pescados, gelo, pessoal, atividades de turismo, além de
demarcar território para uso
próprio e exclusivo desses trabalhadores. No local a associação realizou obra de canalização de água, regularização
de energia elétrica e iluminação da ponta do trapiche.
A comunidade aguarda a
implantação da iluminação de
todo o local como prometido
pela prefeitura. “A obra é extremamente necessária tendo em vista a distancia que
estamos do trapiche mais pró-
os comportamentos de jovens
e crianças. Procure criar programas de assistência a famílias que estejam em dificuldades em seu bairro.
Aprenda ajudar pessoas que
tenham sido vítima de violência.
Denuncie crimes e atos de
vandalismo. Ligue:
181 - Disque Denuncia
190 - Polícia Militar
197 - Polícia Civil
Isso envolve:
Os vizinhos se conhecendo
e trabalhando juntos na busca
de soluções para problemas
em seu bairro;
A colaboração mutua faz
com que um olhe pelo outro;
Lembre-se, as forças policiais não podem estar em
todos os lugares para saber
se alguma coisa esta errada,
mais com você elas podem;
Se alguma coisa suspeita
acontecer ligue imediatamente para a Polícia.
Policia Militar do Estado
de São Paulo
CPI/1 - 20 BPM/I - 3 Cia PM
Base Comunitária de
Segurança da Maranduba
Fone: 3849-8339
ximo”, comenta Mauricio
Silva, vice-presidente da
sociação. Os interessados
buscar regularização das
da
Asem
ati-
vidades podem procurar a associação que está instalada na
estrada da Caçandoca, 557,
na barra do Rio Maranduba.
15 Julho 2010
Jornal MARANDUBA News
Hip Hop é no PEF do Áurea
GLÁUCIA CAVALCANTE
A cultura hip hop é formada
pelos seguintes elementos: O
rap, o graffiti e o break.
Rap - rhythm and poetry, ou
seja, ritmo e poesia, que é a
expressão musical-verbal da
cultura;
Graffiti - que representa a arte
plástica, expressa por desenhos coloridos feitos por graffiteiros, nas ruas das cidades
espalhadas pelo mundo;
Break dance - que representa
a dança.
Os três elementos juntos compõe a cultura hip hop.
Que muitos dizem que é a
“CNN da periferia”, ou seja,
que o hip hop seria a única
forma da periferia, dos guetos expressarem suas dificuldades, suas necessidades de
todas classes excluídas.
O termo hip hop, alguns dizem
que foi criado em meados de
1968 por Afrika Bambaataa.
Ele teria se inspirado em dois
movimentos cíclicos, ou seja,
um deles estava na forma pela
qual se transmitia a cultura dos
guetos americanos, a outra estava justamente na forma de
dançar popular na época, que
era saltar (hop) movimentando os quadris (hip).
Baseados por estes elementos
os jovens estudantes Daniel e
Armando da escola Estadual
Áurea Moreira Rachou, do bairro Sertão da Quina - Ubatuba,
S.P, demonstram voluntariamente suas habilidades aos
finais de semana na Oficina de
HIP HOP do Programa Escola da Família. São muitos os
apreciadores da cultura Hip
Hop, que buscam interagir e
trocar experiências.
O Programa Escola da Família convida toda a comunidade para prestigiar o evento
de comemoração aos 7 anos
do Programa Escola da Família, estarão presentes as 5
UES de Ubatuba: E.E.Áurea,
E.E José Celestino, E.E Idalina, E.E Sueli e a E.E Deolindo
- desenvolvendo ações dos 4
eixos norteadores do programa - cultura, esporte, saúde
e qualificação para o trabalho,
no dia 29 de agosto de 2010
na praça de eventos do município de Ubatuba das 10:00 as
15:00 horas onde você poderá
conhecer um pouco mais da
cultura hip hop.
Cheques ou documentos roubados? Proteja-se
ACIU
A Associação Comercial de
Ubatuba (ACIU) e o Serviço
Central de Proteção ao Crédito
(SCPC) alertam: quem perde
os documentos ou é roubado
deve registrar o fato no órgão,
além de fazer o boletim de
ocorrência na polícia.
A maioria das pessoas registra apenas o boletim na polícia
e desconhece que somente
esse procedimento não evita
que fraudadores utilizem os do-
cumentos para fazer compras.
O banco de dados do SCPC
da Associação Comercial de
Ubatuba (ACIU) é integrado
com outras associações comerciais e detém a maior quantidade de informações comerciais
da América Latina.
São cerca de 150 milhões
de informações variadas sobre
empresas e pessoas físicas.
Portanto, se um documento for
roubado no estado de São Paulo, a informação fica disponível
em todos os estados do país.
Em Ubatuba, para registrar
gratuitamente o roubo ou extravio de documentos basta ligar para o número 0800
111522.
A Aciu ressalta que se os documentos forem encontrados é
imprescindível ligar novamente
para o SCPC e comunicar para
que seja retirado o alerta.
Lembre-se: Registrar perda
de documentos no SCPC evita
surpresas desagradáveis.
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Vereador Rogério Frediani
recebe deputado Fernando
Capez em visita a Ubatuba
Vereador Rogério Frediani recepciona o deputado Fernando Capez
Na manhã do último dia 1º,
o Deputado Fernando Capez
realizou visita à cidade de
Ubatuba para tomar um café
da manhã com o Vereador Rogério Frediani e Pastores das
Igrejas Evangélicas Assembleia de Deus, O Brasil para
Cristo, Bola de Neve, Nova
Aliança, Centro Evangelístico
Internacional,
Comunidade
Pentecostal, Batista Renovada
e representantes da cidade de
Caraguatatuba. Após a bênção proferida pelo Pastor Hélio Mariano, o Deputado Capez
conversou sobre os problemas
enfrentados, pelo Município,
na questão da segurança pública.
Segundo Capez, é necessário que haja investimentos na
política social para que a população seja beneficiada com
melhorias na educação, segurança, saúde, entre outras
necessidades. Em referência
aos problemas enfrentados
pelos moradores de Ubatuba e
região, na área da segurança
pública, Capez ressaltou que
o papel da igreja para impedir
que pessoas fragilizadas por
diversos problemas do nosso
dia a dia entrem no mundo do
crime é de extrema importância para contribuir com o Estado no combate à violência. “Há
muitas igrejas que trabalham
na recuperação de dependentes de álcool e drogas. Essa
iniciativa, realizada por alguns
representantes dessas igrejas,
tem um destaque social muito
grande para o bem comum de
todos”, afirmou Capez.
Nesse mesmo dia, por solicitação do Vereador Rogério
Frediani e indicação realizada por Capez à Secretaria da
Saúde do Estado de São Paulo, a população de Ubatuba foi
beneficiada com a entrega de
uma ambulância. “Tenho recebido diversos pleitos do Vereador Frediani para contribuir
com a cidade. Quero continuar trabalhando para alcançar a
concretização de mais e mais
demandas para o bem dos
moradores do Município”, disse o Deputado.
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Jornal MARANDUBA News
Moradores reclamam da sinalização de estrada
EZEQUIEL DOS SANTOS
A estrada que liga o bairro
da Maranduba ao Sertão da
Quina vem preocupando moradores, usuários e turistas
daquele trecho. Desde que
foi asfaltada vários acidentes
aconteceram, uns por imperícia e imprudência e outros
por puro acidente. Condutores
que utilizam o acesso periodicamente se acham competentes para dirigir acima do limite
de velocidade e da margem de
segurança indicado pelos policiais.
Embora pareça falta de responsabilidade de alguns condutores, moradores respeitosos não merecem pagar pelos
erros dos outros, comentam
os usuários ouvidos pelo
Maranduba News. A reclamação é por conta de uma melhor sinalização, que poderia
ter evitado alguns acidentes.
Em 2009 o vereador Rogério Frediani encaminhou solicitação de implantação de um
guard-rail na lateral do rio do
morro do Foge a prefeitura e
ao DER, no último dia 13 encaminhou a Prefeitura oficio
de solicitação de implantação
de um dispositivo de sinalização no entroncamento entre
a Estrada Municipal e a Rua
Sargento Rubens Leite, aquela
que é opção de saída e entrada para aqueles que não querem passar pelo centrinho da
Maranduba.
Usuários pedem sinalização em entroncamento perigoso
Naquele trecho, segundo o
documento do vereador, houve um acidente fatal no período da Copa do Mundo. Anterior
a este houve um acidente de
moto que também aconteceu
uma morte. Na época a estrada foi questionada pela Associação de Moradores e Amigos
do Sertão da Quina, já que a
medida inicial apresentada à
associação tinha um metro a
mais nas laterais, o que não
foi cumprido e a associação
brigou ainda para que fosse
implantada guia e sarjeta.
Na ocasião o vereador
Frediani também buscou informações sobre o tamanho da
CONVOCAÇÃO
A Associação dos Remanescentes da Comunidade de
Quilombo Caçandoquinha, Raposa, Saco das Bananas e Frade, convida a todos para eleição da nova diretoria da Associação que
será realizado no próximo dia 01 de agosto, as 14 horas na sede da
Associação na Praia da Caçandoca, entrada próximo a antiga escola
na praia.
Mário Gabriel do Prado - Presidente
Praia da Caçandoquinha, s/nº - Ubatuba -SP
[email protected]
lateral, não obteve respostas.
Ninguém reclamou da melhoria que foi a cobertura de asfalto na estrada e sim da falta do
cumprimento real da proposta
que a nós foi apresentada, comenta José Luciano, presidente da Amasq. A falta destes
dispositivos também causou
acidentes, felizmente houve
apenas prejuízos materiais.
O sentimento da população
é de tristeza, já que a morosidade poderá ocasionar mais
um acidente fatal. Agora é só
esperar e aguardar que alguma autoridade tome a iniciativa que possa resguardar a
vida de todos.
15 Julho 2010
Trecho da Estrada municipal do
Sertão da Quina recebe melhorias
Na altura do numero 900
da estrada Municipal Antonio
Cruz de Amorim, que liga a
Maranduba ao Sertão da Quina, a Administração Regional
Sul realizou melhorias em seu
trecho. No local das obras havia uma depressão decorrente
do escoamento de águas pluviais, que havia sido realizado
dentro do projeto de asfaltamento da estrada.
A depressão em questão não
atendia o escoamento, deixando do lado oposto ao rio poças
dáguas que atrapalhavam o
trânsito. Muitos usuários que a
utilizavam a pé ou de bicicleta
eram atingidos pela lama que
acumulava no local.
Segundo Moralino Valim Co-
elho, administrador da Regional Sul, a obra esta atendendo
a uma solicitação antiga e no
lugar da depressão foi colocado uma manilha com maior
vazão de água para o rio, com
isto aproveitou para realizar
no local uma lombada, já que
no trecho existem saídas de
veículos e está próximo a uma
curva.
15 Julho 2010
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Jornal MARANDUBA News
Policial Militar do Litoral Norte participa de
comitiva de Segurança Comunitária no Japão
EZEQUIEL DOS SANTOS
Entre os últimos dias 13 a 26
de junho, como único representante do Vale do Paraíba
e Litoral Norte, o Sargento da
Polícia Militar de São Paulo André Luiz dos Santos, Comandante da Base Comunitária de
Segurança de Maranduba, em
Ubatuba, esteve na comitiva
de policiais que participou de
um intercambio sobre segurança comunitária na terra do
sol nascente.
André foi indicado pelo Comandante do Batalhão do
Litoral Norte sediado em
Caraguatatuba, Tenente Coronel Ewandro Rogério Góes.
Oficialmente trata-se do Curso
de Cooperação Técnica Brasil-Japão dentro da filosofia de
Policiamento Comunitário (sistema Koban-policiamento instalado em área urbana e Chuzaisho-policiamento instalado
em área rural) desenvolvidos
atualmente no Estado de São
Paulo conforme orientações
do Cel PM Álvaro Batista Camilo, Comandante Geral da
Policia Militar.
A comitiva foi composta por
dez representantes: Coronel
PM Marco Antonio - Chefe de
Comunicação Social da PM,
Capitão PM Enio - Comandante de Companhia em São Jose
do Rio Preto, Capitão PM Mello
– Comandante de Companhia
de Sorocaba, Capitão PM Jamil
– Forca Tática da capital, 1º
Tenente PM Octacílio da escola de oficiais da PM, 1º Tenente PM Flávia do 12º Batalhão
de São Paulo, Sub- tenente
PM Almeida – Comandante de
Base Comunitária de Segurança em São Paulo, 1º Sargento
PM Renata – Comandante de
base comunitária de Ribeirão
Foto oficial da comitiva com o comandante da polícia de Hamamatsu
Sargento André (esq) ao lado de um Policial Comunitário em frente ao Koban
Preto, 1º Sargento PM Alves
– Comandante de Grupamento em Pirapora de Bom Jesus
e o 2º Sargento PM André
– Comandante da Base Comunitária de Segurança da
Maranduba.
O curso foi patrocinado pela
Policia Militar do Estado de
São Paulo, com cooperação
da JICA (Agencia Japonesa
de Cooperação Internacional).
Os policiais participaram de
palestras e visitas aos Koban
(Base Comunitária de Segurança) e Chuzaisho (Base Comunitária de Segurança Distrital), realizaram ainda visitas a
moradores que teceram opiniões sobre como a população
vê o serviço naquela área.
O sistema Koban baseia seu
funcionamento na integração
e relacionamento entre polícia e comunidade. Trata-se do
vínculo de confiança aliado a
técnicas e aprimoramentos
para que a comunidade se
aproxime das causas e problemas enfrentados por todos,
com isto os dois lados contribuem significativamente na
segurança publica.
O trabalho da população é
fundamental para o sucesso do
trabalho policial, lá o que mais
favorece o serviço da policia é
a permanência do policial naquela comunidade, que com a
confiança estabelecida existe
um melhor atendimento a população. Segundo o sargento
André, a polícia japonesa valoriza a experiência dos que já se
aposentaram. Existem grupos
de voluntários que atuam nas
atividades de prevenção com a
orientação dos policiais.
Além da delegação de policiais de São Paulo, esteve
participando do curso policiais
militares de outros estados,
como Acre, Alagoas, Goiás,
Rio de Janeiro, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Pará,
Espírito Santo, Bahia e Distrito
Federal, os quais participaram
do intercambio patrocinados
pela Senasp (Secretaria Nacional de Segurança Pública).
Destaque para a comitiva de
São Paulo que saiu na JP TV
da Globo Internacional.
André informa ainda que
no Japão, existem 47 quartéis provinciais, 1201 estações
policiais, 6216 Koban e 6926
Chuzaicho. O grande objetivo do curso foi adquirir novas
técnicas de atuação no policiamento comunitário e adequá-los as nossas leis, cultura e
costumes, com o intuito de
estreitar o vínculo de confiança entre comunidade e polícia,
para assim trabalharem juntos
nas atividades de prevenção
de crimes e acidentes e contribuir na manutenção e preservação da ordem pública.
Sargento André entrega lembrança aos policiais do Koban, no Japão
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Jornal MARANDUBA News
15 Julho 2010
Lagoinha antiga: sangue, café e aguardente
EZEQUIEL DOS SANTOS
Como se fosse um roteiro
de filme ou documentário, as
visitas aos patrimônios abandonados do litoral norte são
cheios de mistérios, dúvidas e
surpresas. Quem visita estes
locais tem plena certeza do
valor dos objetos, sons, sabores e construções instalados
nos rincões e praias de nossa
região. A praia da Lagoinha
esconde muitas histórias do
desenvolvimento do país em
cima do sangue alheio. O lugar abrigou a primeira fabrica
de vidros da América Latina e
um solar: a do velho engenho
do Barão João Alves Silva Porto, de um proprietário que não
tem seu nome citado, depois o
Capitão Romualdo.
Em 1818, dez anos depois
da vinda da família real as
terras brasileiras, a Vila de
Ubatuba recebia mais imigrantes fugindo das guerras.
As grandes áreas adquiridas
por estes estrangeiros logo
se transformaram em grandes
cultivos de café, chamados na
época de ouro verde ou ouro
negro.
Ubatuba foi um dos primeiros
a cultivar o café no Estado de
São Paulo. Sua origem ainda é
discutível, mas existe referen-
cia no livro de Lita Chastan “Caiçaras e Franceses” de um
João Alves que teria vindo de
Nantes - França, chegando
aqui em 1828, teve como ocupação inicial ser agregado de
Lecoq e Recher. Nos anos de
1829/30 não consta mais seu
nome nos maços da população.
A fazenda foi um exemplo
de fazenda colonial próspera,
na época a de maior esplendor econômico da cidade que
aproveitava o bom porto de
escoamento de produção Valeparaibana e Ubatubana de
aguardente, açúcar mascavo,
milho. A propriedade se firmava como um dos pólos exportadores de café, que também
cultivava açúcar e aguardente. Ela ensinava também as
novas técnicas para a fabricação de açúcar e produção de
carvão.
O engenho e o solar foram
construídos a mando do engenheiro francês João Agostinho
Stevené, que foi proprietário
da Fazenda Brejahimirinduba
(Maranduba). O engenho ajudava na valorização dos produtos que eram embarcados
para a Europa. Como havia a
demora e um valor muito alto
para embarcar e engarrafar
aguardente, o barão resolveu
Da antiga roda de moinho, sobrou apenas a foto: a roda sumiu!
Foto de 1952 mostra os 4 pilares do que teria sido a primeira fábrica de vidro da America
buscar um especialista para
montar uma fábrica de vidros,
a princípio garrafas.
A Fazenda era dividida em
duas atividades: produção-beneficiamento e fábrica.
Apurados informações sobre
o funcionamento da fábrica,
muitas pistas apontam que ela
não foi concluída, outras informam que ela foi construída,
mas nunca funcionou. Outras
dizem que funcionou apenas
para testes, as garrafas haviam ficado em poder do barão em sua cota particular.
Existem vestígios da extração de areia para o fabrico do
vidro no bairro da Maranduba.
Um dos lugares já foi até um
lago piscoso. Hoje, atendendo
a especulação imobiliária foi
aterrado e tem ruas e casas
sobre o seu antigo leito, entre os fundos do Abel Sat até
a Rua 16 e 17 na Maranduba.
Também existem vestígios de
um “monturo”, um monte de
sobras de vidros, em frente ao
Camping Clube do Brasil, no
sopé da montanha.
Tudo leva a crer que a referida fazenda era dividida
em três subsedes: a frente
era chamada de Bom Retiro,
os fundos que fazem divisa
com a Fazenda Corcovado era
chamada de Bom Descanso e
o outro lado e ao fundo que
fazia divisa com a Fazenda
Brejamirinduba era chamada
de Fazenda Poço dos Bagres.
No Sertão da Quina, no Sitio
Santa Cruz, existem marcas
da antiga fazenda, como os de
uma roda d’água, um terreiro
de café e um local onde foi enterrado um “benzedeiro”.
O Barão fez fortuna primeiro com o tráfico negreiro e
depois com o cultivo das terras. No local desembarcavam
negros e voltavam carregados
com café, que eram plantados
em toda a encosta. Uma pequena estrada de terra ligava por entre a mata virgem
a Bom Retiro a Fazenda Poço
dos Bagres, antigo trecho
compreendido hoje os bairros
do Ingá e Sertão da Quina. O
trecho compreendia na subida
íngreme de um morro, tentou-se então cavar um túnel para
transpor este obstáculo, como
o tinha muito Granito Verde
Ubatuba, desistiram. Muitos
pés de café podem ser ainda
encontrados na mata e em
propriedades rurais ao sopé
de nossas montanhas.
Imponente parede do solar contruído por um engenheiro francês
15 Julho 2010
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Jornal MARANDUBA News
Base da origem das primeiras comunidades da região sul
A sede, o solar era rodeados
por arvores frutíferas, como jabuticabeiras que denunciam ter
um pomar a seu entorno, pode-se observar pés de flores de
vários aromas, talvez para fazer
alguma “água de cheiro” para o
banho da sinhá. O barão era
um homem rude, desumano
com seus escravos. Segundo
a lenda, um deles na tentativa
de se livrar dos chicotes, inocentemente untou o corpo com
óleo e rolou na areia branca da
praia, cobrindo o corpo todinho
de sílica branca e pura. De encontro ao seu feitor disse com
todas as letras que livrasse seu
pai dos castigos, pois a partir
daquele momento era um homem branco e merecia mandar
em si próprio.
O infeliz, dentro de sua ingenuidade, não sabia o que lhe esperava, o barão mandou-o para
o “couro”, apanhou tanto que
morreu dos sangramentos decorridos pela surra. A natureza
se manifestou ao ver tanto sofrimento, ela fez florescer lírios
do brejo com suas flores branquinhas como as areias da praia
que havia untado o corpo do escravo, até hoje se vêem lindos
em cheirosos lírios no lugar.
Entrar no couro era uma expressão comum nas fazendas
de café e cana. No caso da
Lagoinha, o negro era amarrado de bruços numa roda ligado
ao eixo do engenho, impulsionada pela água desviada por
um túnel do rio Lagoinha. Em
outra roda eram amarrados
tiras de couros que, em movimento, batiam nas costas do
escravo até matá-lo. Os que
fugiam do sofrimento, eram
capturados por “capitães do
mato” no Morro do Foge (Sertão da Quina). Este nome foi
por conta das armadilhas preparadas para capturar os fujões. No local, onde passa hoje
o rio Maranduba, existe uma
garganta entre duas montanhas onde eram cavados poços
profundos, onde sua boca eram
cobertos de folhas, camuflando
a armadilha. Muitos caiam e
sumiam dentro das armadilhas,
por isso Morro do Foge.
Na fazenda era proibido o romance entre brancos e negros,
qualquer envolvimento era
imediatamente interrompido e
o castigo, nada mais do que a
morte. Com a falta da aproximação amorosa entre brancos
e negros, o local não teve nenhum remanescente para contar história.
Com a Lei de Euzébio de
Queiroz em 1850, cai drasticamente o número de escravos
na fazenda. Anos depois a viúva do barão vendeu a fazenda
e o novo proprietário tratava
rudemente o restante dos escravos. Só quando a fazenda foi
adquirida pelo Capitão Romualdo os negros tiveram tratamento digno, este chegou a convidar varias vezes seus escravos
a sentarem a sua mesa para
compartilhar uma refeição.
A produção era compartilhada, uma espécie de meieiro,
até cemitério ele havia construído aos negros. Com a construção da ferrovia do planalto ao
litoral sul de São Paulo muitos
proprietários abandonaram sua
posses deixando aos moradores antigos. Muitos familiares
destes detinham posses centenárias de pequenas propriedades, chamados de pequenos
fogos, que se transformaram
nos moradores tradicionais
(agricultores e pescadores)
que conhecemos.
A atividade de tráfico e trabalhos forçados em Ubatuba
só acabou em 1888. Por volta
de 1857, depois da Lei Euzébio
de Queiroz, começou a surgir as pequenas propriedades
vindas da Fazenda Bom Retiro, esta data coincide com o
surgimento de uma vila mais
ao sul, a Vila de Santo Antonio
de Caraguatatuba. Lagoinha
então tem a mesma idade de
Caraguatatuba.
Os fogos da época compreendiam o que hoje conhecemos
de Praia do Perez, Bonete, Fortaleza, Ingá, Sertão da Quina,
Tabatinga e Lagoinha e viviam
exclusivamente da roça, do artesanato, da pesca, da criação
e da caça. Vale lembrar que no
mesmo período, também vieram pra cá trabalhadores da
fazenda dos Ingleses, que junto
com os que aqui estavam fundaram estes lugares. Houve a
intenção de construir uma igreja
e a escola dos padres da Ordem
dos Laterenenses em frente as
ruínas da fabrica de vidros.
Alguns nomes foram citados
por antigos moradores como
Benedito Felipe (Bidico), Antonio Mesquita (Antonio Pão),
João Prado, o casal Jacinto e
Bernardino, Porfírio, João Sou-
za e um senhor negro de nome
Rodolfo, que morava ao lado
da barra da Lagoinha. Claro
que depois desta publicação,
leitores nos informarão de outros atores desta história.
As ruínas foram confeccionadas com areia do rio e sua
junção foi feito através da mistura de óleo de baleia e conchas moídas, que produziam a
cal, as pedras eram retiradas
dos rios e montanhas da antiga fazenda. O responsável
pela construção das ruínas foi
o senhor João Santana Nunes,
conhecido na época como João
Pedreiro, ele seguramente
deve ser tetravô de algum leitor com mais de 75 anos.
Moradores que nos deram
os nomes nos lembram de episódios de saques e roubos em
terras das antigas fazendas.
Corsários aportavam na baia
da Maranduba e buscavam
ouro, prata e libras esterlinas
enterradas próximas as fazendas, para isto saqueavam tudo,
agrediam e estupravam as mu-
lheres, matavam os homens,
ateavam fogo as casas e depois
faziam festa para lado de Santo
Antonio (Caraguatatuba).
Muito embora pareça mentira, existem publicações de
piratas saqueadores em nosso
litoral como o pirata Thomaz de
Cavendish. Mas não só do mar
vinham os saqueadores, durante anos o terreno foi mutilado
e cavado centenas de vezes na
busca de algum valor.
Dizem que muito ouro foi
retirado do local, também
das proximidades da barra da
Maranduba. Existem comentários que tiraram muito ouro do
lado esquerdo do solar, retirado debaixo de uma laje retangular de pedra que tinha cerca
de 800 quilos e media 1metro e
meio por dois metros, debaixo
de meio metro de terra. O local
ainda sobreviveu de bananais e
do fabrico de carvão, a prova
são os fornos em meio a cipós
e plantas tropicais em todo o
entorno da montanha.
Colaboração de Michael Swoboda
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Jornal MARANDUBA News
15 Julho 2010
Praia da Lagoinha: calma, relaxante e bela
EZEQUIEL DOS SANTOS
Considerado um lugar abrigado com 3 km de extensão,
a Praia da Lagoinha junto com
as praias do Sapê e Maranduba
formam a maior faixa contínua
de praia do município, totalizando 7 Km.
De areia compactada e as
águas calmas (daí provavelmente o nome lagoinha: lagoa de águas calmas e rasas)
propícias às atividades náuticas, passeios, caminhadas,
banhos, lazer e contemplação.
O visitante pode entrar na
água e caminhar mar adentro,
com isto perceberá que custa
encobrir a cintura, por isto é
muito apreciada por famílias.
Suas águas por vezes azuis
por vezes verdes se juntam
em seu canto esquerdo a foz
do rio Lagoinha, próximo a
costeira. O rio nasce bem antes da cachoeira Véu de Noiva, rio este indicado para as
crianças e adultos que querem
evitar maiores agitações.
Depois do rio existe uma trilha que leva a praia do Perez,
Bonete, Grande do Bonete,
Cedro. Na trilha é possível
aproveitar as delicias do litoral
nos quiosques a beira mar que
existem no percurso. Lá podemos ver o que foi a mais importante fabrica de artes em
bronze, ver ainda as fazendas
de mexilhões e maravilhas da
fauna e flora.
Existem também saídas
para outras praias através de
serviços de táxi-boats.
Além da praia outra atração
são as ruínas que foram construídas ainda no Brasil Império e trata-se de um solar e da
primeira fábrica de vidros da
América Latina.
O rio que dá o nome do lugar no passado já foi de grande proporção, nele se faziam
travessias de canoas, princi-
Alguns trechos da praia da Lagoinha ainda guardam a vegetação nativa: o jundú
palmente em tempos de mar
revolto, onde os pescadores,
primeiros moradores guardavam seu meio de transporte
em seus remansos. A praia foi
palco de grandes pescarias,
redes de tainhas que de tanto era distribuída a famílias da
região.
Suas areias guardavam pequenos seres como o “sapinhoá” (parente do vongole)
iguaria muito utilizado na cozinha caiçara.
Considerada um lugar mais
relaxante do que interessante,
a praia atrai mais grupos familiares, tanto de moradores,
quanto de visitantes, existe
um espaço exclusivo para a
pratica de esportes com tênis,
voleibol, futebol entre outros.
A praia ainda é pouco explorada para o windsurfe e
dela pode-se alcançar as ilhas
do Pontal, do Mar Virado e
do Tameirão. Do outro lado
avistamos ainda o castelo dos
Arautos, as praias do Pulso e
Caçandoca.
No seu entorno existe uma
boa infra-estrutura hoteleira,
restaurantes, camping, chalés, casa de aluguel, imobiliárias, escolas, lojas, postos
de combustível, farmácias e
bancas, já que fica próxima a
Maranduba.
A Praia que é bastante agradável para quem aprecia um
banho de sol e uma boa da leitura aos sons do mar beijando a areia.Existem placas de
sinalização sobre a limpeza, os
perigos, preservação da beleza e ordem publica no local, já
que o espaço é administrado
por uma associação de moradores. Curtir um banho de
mar é na maioria a desculpa
para relaxar o corpo e mente.
Existem carrinhos que ofe-
recem quitutes e bebidas para
todos os gostos e sabores,
o único quiosque da praia é
muito freqüentado, todos possuem clientes cativos.
Nas costas da praia, em direção a montanha é possível
ver o pico mais alto do litoral
paulista, o Pico do Corcovado, que impera imponente
em paredão de granito verde
Ubatuba, guardando mistérios
e belezas da historia indígena,
quilombola e de caiçaras que
formaram primeiro processo
civilizatório nacional neste rico
e belo pedaço de chão.
A história e a beleza ainda
resistem ao tempo e ao homem de hoje, que viu no homem do passado as belezas
e simplicidade que o fizeram
mudar de hábitos e de moradia.
Pensando na acessibilidade
e na responsabilidade social, a
Praia da Lagoinha é uma das
poucas que pode ser utilizadas por deficientes, principalmente por cadeirantes, já que
a areia é bem compactada e
existe lugar de embarque e
desembarque de pessoal, pescados e mercadorias que também pode ser utilizado para
estas pessoas, mas antes a
administração do lugar deve
ser consultada.
Por ter águas calmas e tranqüilas a maior parte do tempo, é possível ainda praticar o
mergulho livre e snorkel, principalmente no lado da costeira, local muito apreciado para
quem quer conhecer e observar a vida marinha.
Nas pedras muitos pescadores de final de semana se
aventuram na tentativa de
pegar algum peixe, basta lembrar de não deixar nenhuma
sujeira no local.
Este pedaço paradisíaco não
combina com lixo de nenhuma
espécie ou categoria, quanto
mais gente se a utiliza, mais o
lugar esta aberto a impactos e
belos lugares merecem serem
cuidados como nossa casa,
para isto cuide para as gerações futuras possam usufruir
dessas delicias da natureza.
Seu charme ainda atrai animais de pequeno porte e aves
silvestres, isto é um bom sinal
do respeito que o homem tem
com o lugar, pois ao lado do
rio ainda existe um trecho de
mata atlântica bem preservada, que um dia suas madeiras
foram utilizadas nos fornos da
fazenda.
Belo é sentir na Lagoinha
o som da natureza e ver de
perto o por e o nascer do sol
rompendo o dia que embora
pareçam iguais nos mostram
surpresas diferentes, basta
apreciar um pequeno detalhe
a cada dia.
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Jornal MARANDUBA News
Classificados
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É possível amar duas pessoas ao mesmo tempo?
Manual do poliamor = relacionar-se amorosa e sexualmente com mais de uma pessoa
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O maior inimigo do poliamor não é o sexo com outra(s)
pessoa(s) e sim a quebra da confiança. O sexo é uma força positiva se aplicada com honestidade,
responsabilidade e verdade.
Não é preciso atender a todas
as necessidades do parceiro.
Deve-se apenas ajudá-los. Se
sua esposa ama música clássica e você não gosta, um outro
parceiro pode ser uma companhia melhor que você.
O amor é um recurso infinito.
Ninguém duvida de que você possa amar mais de um filho. Isso
também se aplica aos amigos.
Nós não nascemos com o
ciúmes, podemos evitar, superar e lidar muito bem com este
sentimento. Os poliamoristas
criaram um novo termo oposto
a ele: “compersion” (algo como
“comprazer” em português).
Trata-se do contentamento
que sentimos ao sabermos que
uma pessoa querida é amada
por mais alguém.
O amor deve ser incondicional, sem seguir proposições
como “eu te amo somente se
você não amar outra pessoa” ou
“desista de todos os outros”. A
relação monogâmica não dá garantias de que não irá se amar
mais alguém ao longo da vida.
Os poliamoristas acreditam
em investimentos emocionais
de longo prazo em seus relacionamentos. Vale lembrar, que
como na monogamia, o objetivo nem sempre é alcançado no
poliamor.
Segundo suas crenças, eles
representam os verdadeiros valores familiares. Têm a coragem
de viver um estilo de vida muito
diferente que, embora condenado por parte da sociedade,
é satisfatório e recompensador.
De acordo com o psicanalista
Flávio Gikovate, se o casal acha
que é importante cada um ter
outros parceiros, tudo bem,
desde que seja uma decisão do
casal. Mas esta não é uma tendência, ou uma coisa que possa
vir a acontecer normalmente
segundo o psicanalista.
A monogamia pode ser cultural também, mas passa a ser
um desejo coletivo quando todo
mundo valoriza e espera que
seu casamento seja “fiel”, diz a
antropóloga Mirian Goldenberg,
autora do livro “Infiel”.
“Se procurar bem você
acaba encontrando. Não
a explicação (duvidosa)
da vida, mas a poesia
(inexplicável) da vida.”
(Carlos Drummond de Andrade)
Estudos realizados por David
Barash, zoólogo e um dos autores do livro “O Mito da Monogamia”, o fato é que as pessoas
amam, sim, mais de um indivíduo ao mesmo tempo. Mais de
85% das sociedades humanas
são polígamas (o homem tem
mais de uma parceira), por
exemplo, e muitos homens claramente são capazes de estabelecer relações amorosas com
mais de uma mulher.
Algo parecido acontece entre
as sociedades poliândricas (a
mulher tem mais de um parceiro), elas freqüentemente mantem boas e amorosas relações
com cada homem. Até mesmo
nas sociedades em que a bigamia é ilegal é muito comum os
adultos manterem múltiplas e
razoavelmente bem-sucedidas
relações, afirma o zoólogo.
Gente! Agora, vamos pensar
juntos?
O que é que você está procurando? O que espera encontrar?
Você está buscando um sentimento ou uma pessoa?
Busca um sentimento e um relacionamento equilibrado e feliz?
Vocês sabem que isto não
existe na realidade.
A socioedade em que vivemos pede e implora apenas e
tão somente AMOR e COMPAIXÃO. E nós o que fazemos?
Nós exercitamos o poder de
complicar o ato de amar.
Que tal pensar simples, fazer
simples e amar simples?
Lilian Nakhle - Psicopedagoga/ Psicoterapeuta/ Neuropedagoga - www.liliannakhle.com
Atendimento Clínico:
[email protected]
Página 12
Gente da nossa história:
EZEQUIEL DOS SANTOS
“Centina, vô dá um pulinho
na praia pegá uns peixe pra
nóis jantá.” Era assim que seu
Agostinho por vezes ao chegar em casa, depois do serviço, dizia a esposa “pra móde”
pegar uma mistura pro jantar.
Da época em que o homem
honesto era exemplo a ser
seguido, seu Agostinho foi
exemplo de pai, marido, companheiro, amigo, homem de
bem. Como era natural a troca
de mercadorias entre o litoral
e o planalto, muitas pessoas
subiam e outras desciam a
serra, alguns se instalaram em
definitivo, como foi o caso de
seu Agostinho.
Natural de Natividade da Serra, ele nasceu no dia 29 de setembro de 1915 e de lá para cá
fez história. Tinha três paixões
em sua vida, a primeira ele
gostava tanto que casou com
ela, foi dona Vicentina Alves da
Silva, a outra eram os filhos e
por último a Folia de Reis.
Seu Agostinho quando veio
para o litoral trabalhou em
várias fazendas, a mais lembrada foi a do Casqueiro (Porto Novo) em Caraguatatuba,
onde se casou com Vicentina.
Desta união tiveram doze filhos: Pedro, Margarida, Nair,
Waldomiro, Orlando, Inês,
Odete, Elza, João, Maria, Carlos e Angélica.
Homem de hábito simples
costumava plantar de tudo,
também tinha lá suas criações
como galinha caipira e porcos.
Em sua casa na Lagoinha tinha um mangueirão de dar inveja. Homem que trabalhava
nas fazendas realizando todo
tipo de atividade, capinava,
roçava, cortava, amontoava.
Em 1946 ele veio morar em
definitivo na Lagoinha (próximo a capela de São Maximiano), sua casa era de pau-a-pique, que mais tarde ganhou
um reboco (coisa chique para
a época), as janelas de tramela escondiam as crianças
que dormiam em esteiras no
chão. O quintal sempre rodeado de plantações como jabuticabas, banana, goiabeiras,
mandioca, batata. As frutas
só podiam ser apanhadas se
estivessem de “vez”, antes
Jornal MARANDUBA News
15 Julho 2010
Agostinho Alves da Silva: o homem caprichoso
do tempo de “jeito maneira”.
Aos sábados ia para a Fazenda
Bom Descanso onde cultivava
bananas, milho, verduras.
Na lua certa, saía com os
amigos para caçar. Ele tinha
licença de caça e fazia questão de pagar a licença todos
os anos. Também gostava de
pescar de linhada, era da época em que se arregaçava as
pernas da calça até o joelho,
depois emendavam as linhas,
lançavam o anzol na água,
as iscas eram
tiradas pelos filhos, os mais
velhos, retirando “sapinhoás”
nas areias da
praia,
depois
abrindo
com
canivete
para
servir ao anzol.
Como o mar da
região era repleto de peixes,
sempre traziam
para casa alguns
pampos
pescados no perau. No retorno
para casa, havia sempre um
bule de café no
fogão a lenha,
sempre fresco e
quentinho (marca registrada da
hospitalidade do
casal).
Seu Agostinho
trabalhou por muito tempo no
antigo DER como cantoneiro,
na época cada um cuidava de
um trecho de três quilômetros. No departamento, ele
colaborou com muitas famílias
conseguindo caminhões para
mudanças e transportes, com
enchentes e catástrofes naturais, no resgate de motoristas
na estrada, com material para
construção de escola e igreja.
Por ser o único morador do
trecho, todos que ali passavam tinham um grande amigo
e companheiro para todas as
necessidades, abrigando gente
humilde, padres e autoridades.
Abrigava também pescadores
que em tempos de marés ruins,
se viam obrigados a parar na
praia e correr para próximo daquele café quentinho.
Bastava um carro quebrar,
lá estava Agostinho socorrendo e se o caso fosse grave,
ganhava até janta e pouso. Do
tamanho de sua fé, seu Agostinho abrigou por muitos anos
religiosos como Frei Vitório
Fantini, Fernando Mazon (hoje
Bispo), Frei Angélico, Frei Pio,
que realizam visitas a este trecho de litoral. A primeira capela era dentro de sua casa em
um espaço de três metros por
quatro. Foi deste espaço que
sua humilde casa ficou conhecida como a igreja de Seu
Agostinho.
Quando era época de Folia
de Reis, ele fazia um caminho
de flores tropicais, nas laterais
com todo o capricho colocava
ramalhetes de samambaias,
dentro flores de todas as cores
e aromas, as crianças adoravam.
Os homens da folia já sabiam que tinham de passar em
duas casas, independente da
ordem: a de seu Agostinho e a
de seu Benedito Euzébio. Não
faltavam eram comes e bebes
aos acompanhantes da Folia
de Reis. Seu compadre vivia
como irmão. Estamos falando
de Afonso Gonzaga, que agora
devem estar rindo das estripulias que faziam por aqui.
Quando ele ia trabalhar, levava seu corpo, mas sua alma
ficava em casa, com “pensão”
nos filhos e na esposa. Os filhos, espoletas como eram,
faziam a festa quando voltava
do trabalho, quando sobrava
almoço da marmita, ele dividia
com os filhos que gostavam
de comer junto com o pai. Os
tempos sempre foram difíceis
nesta casa, no sentido financeiro, ao que se sabe nunca
faltou carinho, amor, compreensão da parte
dos pais.
Seu Agostinho,
como
homem
bom e caprichoso, ao se aproximar do natal
fazia os próprios
brinquedos. Ele
buscava algum
tronco de caixeta
e começa a entalhar com seu
canivete até que
conseguia fazer
um caminhãozinho para dar de
presente de natal aos filhos, a
todos os filhos.
Os dias que antecediam o natal,
todos
ficavam
ansiosos e até
iam dormir mais
cedo,
quando
adormeciam, ele
colocava na cabeceira da cama de cada um
e fazia questão de dizer que
tinha sido obra do papai Noel.
Seu Agostinho, sobre a orientação de sua amiga Maria Balio
ajudou a erguer a primeira escola, que foi na fazenda Bom
Descanso, ela durou menos de
um ano, depois ajudou a erguer
uma na Lagoinha, esta durou
três dias, como era um salão
aberto o vento forte derrubou
a estrutura. Os alunos começaram a freqüentar a escola
da Rita Carlota na Maranduba.
Quando um dos filhos não ia
para escola, no outro dia podia
contar que Maria Balio aparecia
em sua casa para ver o que havia acontecido com seu aluno,
dependendo da situação até os
adultos levavam um sabão da
professora.
Não só de trabalho vivia Seu
Agostinho, ele também levava
a todos a Aparecida do Norte.
Todos acordavam as três da
madrugada e as quatro saiam
no caminhão pau-de-arara de
Afonso Simão. Maria Balio é
quem animava o passeio, ela
cantava, rezava, puxava conversa. As 11 hs. chegavam a
Paraibuna, lá em frente ao cemitério almoçavam e por volta
das 18 horas chegavam a Aparecida, o passeio geralmente
durava dois ou três dias, as
crianças adoravam. Tudo isto
era preparado um ano antes,
ele vinha guardando suas economias para alegrar sua primeira e segunda paixão.
De braços fortes e coração
mole, seu Agostinho era daqueles que tirava a camisa
para vestir quem quer que
fosse. Aos finais de semana sua casa vivia repleta de
gente, tinha porco, frango
caipira, feijão gordo, café no
bule, família reunida. Ele fazia tudo para todo mundo.
Mesmo quando “ralhava” com
alguém:” Mais será possível!”
ou” Ah! Para com isto!”. Era
apenas para corrigir um erro,
para que o bem pudesse seguir seu caminho.
Seu Agostinho confidenciava
aos filhos e aos amigos que
não tinha medo de morrer,
mas tinha medo de se esquecido.
Perguntado aos amigos e
pessoas ainda vivas que o conheceram, muitos, em principio fizeram um longo silencio
e com os olhos marejados de
lágrimas diziam as seguintes
palavras: Bom homem!
Pois é seu Agostinho, o senhor se foi no dia 15 de maio
de 1990 e não vai ser esquecido de jeito maneira, seu esforço culminou em uma linda
homenagem, onde verão seu
nome todos os dias.
Hoje seu nome esta estampado na escola que ajudou a
construir. Com o orgulho dos
amigos, filhos e familiares, o
senhor é patrono da Escola
Municipal da Lagoinha, que
se chama agora Escola Municipal Agostinho Alves da Silva em sua honra, memória e
seu mérito.
15 Julho 2010
Jornal MARANDUBA News
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Bisneto de escravos guarda relíquia de atividade pesqueira da região
EZEQUIEL DOS SANTOS
Ainda do período em que as
canoas eram quase o único meio
de transporte de carga e pessoal, ainda da época em que o artesão que confeccionava canoa
era considerado um mestre, não
um bandido pelas leis ambientais, o senhor Benedicto Antunes
de Sá, 68 curtia as marés e os
ventos, bem como as atividades
de pesca dos adultos. Nascido
na Cassandoca (com dois “s”),
ele viveu e se criou num lugar
chamado São Lourenço, conhecido atualmente como Saco do
Morcego, onde ainda existem
pilares e outros vestígios do
patrimônio da antiga fazenda.
Benedicto guarda por 54 anos
um conjunto de pescaria que
possui um anzol, um arpão e uma
fisga, só que não é um conjunto
comum. As peças têm cerca de
150 anos e foram forjados num
aço específico, até o arame é diferente. As peças foram de seu
bisavô Sinfronio Antunes de Sá,
um dos escravos que deu início
ao quilombo da região, que deu
a seu tio Thiago Barra Seca que
passou a seu Benedicto quando
este tinha 12 anos. Seu avô, tanto materno, quanto paterno tinha
como primeiro nome o Antonio,
um é Madalena e outro Barra
Seca de Oliveira, já seu pai foi
Luiz Antonio de Sá, todos sempre
cuidaram do local que tinham o
café, a cana, a pesca como base
da atividade de subsistência.
O tio que deu as peças faleceu aos 70 anos e até agora as
peças estão bem guardados na
casa de seu Benedicto. “O arpão era mais usado para pegar
Salambiguara (peixe parecido a
Guaivira), também algumas tartarugas, a fisga era para pegar
Carapeva, Robalo na barra da
Lagoa, às vezes em cima de canoa, o anzol era para pegar Garoupa, Cação. Eu também pedi a
meu tio a corda do arpão, mas
ele disse que a corda ia ficar em
sua casa, mas todos os apetrechos me deu”, explica seu Benedicto. Segundo ele o peixe chegava a correr toda a extensão
da corda, o pescador ficava só
com o chicote na mão. Diz ainda
que nunca usou as peças.
Benedicto é um daqueles
caiçaras que quase ninguém dá
bola, parece um homem comum
em meio aos outros, mas quem
o conhece sabe que ele também
tem história para contar, o carinho que as pessoas têm por
ele o denúncia como homem de
bem, sua história começa por
sua árvore genealógica, a dos
primeiros homens e mulheres
que deram início ao quilombo
Caçandoca (com “ç”).
Em sua época, os peixes eram
em maior quantidade, já que
os homens conciliavam mais
suas atividades com o respeito
aos ciclos naturais, não havia
barulho na água e nem barcos
com redes enormes que varrem
o fundo mar. Benedicto lembra
de uma ocasião que seu pai saiu
para pescar com o Gregório no
Saco das Bananas, no Largo,
quando os dois sentiram um
tranco, era uma “Tintureira”
(espécie de cação), ao chegar à
praia, por orientação de um pescador mais experiente, viraram
a canoa e embaixo da canoa
havia dois dentes cravados na
madeira, todos se assustaram.
Existem na região outras histórias ocorridas com esta espécie de cação, uma das mais violentas espécies de nosso litoral.
“Meu avô foi um dos maiores
pescadores da Lagoa”, comenta
orgulhoso seu Benedicto. Lembra ainda de outra passagem
de seu avô, ele percebeu uma
“Tintureira” chiando embaixo
de sua canoa, o avô continuou
remando bem devagar até sair
do campo de ataque do peixe.
Vale lembrar que esta espécie
Benedicto mostra apetrechos herdados de seus antepassados
pode atacar o pescador, mesmo
em cima de sua canoa, comenta
o pescador. Benedicto não sabe
se outros pescadores têm peças
como estas, mas fala que o valor sentimental é muito maior do
que o valor histórico e material.
Seu Benedicto veio para o Sertão da Quina em 1987, a dificuldade para os filhos estudarem, a
falta de energia elétrica e posto
de saúde foram uns dos fatores
para a mudança de lugar. Atualmente vive no entorno de sua
família e guarda com muito carinho as peças que foram de seus
antepassados, ele ainda desmistifica gratuitamente o tempo
para turistas, veranistas e até
mesmo moradores que querem
saber um pouco mais deste lindo litoral.
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Porquê não trocar o marido pelo amante?
Foi provado, após acompanhamento de vários casos,
que toda mulher precisa de
dois homens: um em casa e
outro fora de casa. Para entender, é muito simples:
A Solteira é Crédito
A Casada é Débito
A Viúva é Ativo Imobilizado
A Cunhada é Provisão para devedores duvidosos
A Bonita é Lançamento
A feia é Estorno
A feia e Rica é Compensação
A Bonita e Rica é Lucro
A Ex-namorada é Saldo de Exercícios Anteriores
A Namorada é Resultado de Exercício Futuro
A Noiva é Reserva Legal
A Esposa é Capital Integralizado
A Vizinha é Ação de outras companhias
A Amante é Empresa coligada
As Que Fazem Operações Plásticas são Benfeitorias
As Gestantes são Obras em Andamento
As Que Dão Bola são Incentivos Recebidos
As Que Não São Viúvas, Casadas e Solteiras são Contas a Classificar
As Que Muito Namoram e Não se Casam são Saldo à Disposição
da Assembléia
As Que são Surpreendidas em Flagrante são Passivo a Descoberto
A sogra pode ser classificada como... PREJUÍZO ACUMULADO!!!
O marido fala dos problemas, das contas a pagar, das
dificuldades do dia.
O outro fala da saudade
que sentiu de você durante a sua ausência.
O marido compra uma roupa nova para ir a um compromisso de trabalho.
O outro tira essa mesma
roupa só pra você.
O marido dorme com aquela
camiseta velha e de cueca as
vezes até de meia.
O outro dorme completamente nu, abraçadinho
a você.
O marido telefona pra casa
e fica perguntando o que tem
que comprar no supermercado, padaria e etc.
O outro telefona só pra dizer que comprou um champagne que você vai adorar.
O marido reclama do chefe,
do trabalho, do cansaço de
acordar cedo.
O outro reclama a sua
ausência e os dias que fica
sem te ver.
Ah... esqueci o imprescindível... o outro nunca vai tomar
cerveja com os amigos numa
sexta-feira!! - Ele estará com
você enquanto o corno está
enchendo a cara com um
monte de macho do lado.
Bem, você vai me perguntar:
Por que não trocar o marido
pelo amante?
Pelo simples fato de que o
amante se for viver com você,
Noções básicas de contabilidade
Para quem não entende nada de contabilidade, apresento uma
explicação simples de como funciona a contabilidade:
O marido cuida da parte financeira, paga as contas dos
filhos, da esposa e da casa.
O outro cuida de você.
O marido reclama das coisas que tem que consertar em
casa.
O outro te recebe no
apartamento onde tudo
funciona perfeitamente.
15 Julho 2010
Jornal MARANDUBA News
Meu nome é MULHER!
passará para o papel de marido e logo, logo, você precisará arrumar outro.
Oração das mulheres
resolvidas!
Que o mar vire cerveja e os
homens tira gosto, que a fonte nunca seque e que a nossa
sogra nunca se chame Esperança, porque Esperança é a
última que morre.
Que os nossos homens nunca morram viúvos, e que nosso filhos tenham pais ricos e
mães gostosas!
Que Deus abençoe os homens bonitos... e os feios se
tiver tempo.
Deus... Eu vos peço sabedoria para entender um homem,
amor para perdoá-lo e paciência pelos seus atos, porque
Deus, se eu pedir força, eu
bato nele até matá-lo.
Um brinde...
Aos que temos, aos que tivemos e aos que teremos.
Um brinde também aos
namorados que nos conquis-
taram, aos trouxas que nos
perderam e aos sortudos que
ainda vão nos conhecer!
Que sempre sobre, que nunca nos falte, e que a gente dê
conta de todos!
Amém.
Só as mulheres para
entenderem o significado
destas palavras!
Estamos em uma época em
que:
“Homem dando sopa, é apenas um homem distribuindo
alimento aos pobres”
“Pior do que nunca achar o
homem certo é viver pra sempre com o homem errado”
“Mais vale um cara feio com
você do que dois lindos se beijando”
“Se todo homem é igual,
porque a gente escolhe tanto???”
“Príncipe encantado que
nada... Bom mesmo é lobo-mau!! Que te ouve melhor...
Que te vê melhor... E ainda te
come!!!
Eu era a Eva
Criada para a felicidade de Adão
Mais tarde fui Maria
Dando à luz aquele
Que traria a salvação
Mas isso não bastaria
Para eu encontrar perdão.
Passei a ser Amélia
A mulher de verdade
Para a sociedade
Não tinha a menor vaidade
Mas sonhava com a igualdade.
Muito tempo depois decidi:
Não dá mais!
Quero minha dignidade
Tenho meus ideais!
Hoje não sou só esposa ou filha
Sou pai, mãe, arrimo de família
Sou caminhoneira, taxista,
Piloto de avião, policial feminina,
Operária em construção ..
Ao mundo peço licença
Para atuar onde quiser
Meu sobrenome é COMPETÊNCIA
E meu nome é MULHER !!!
(O Autor é Desconhecido, mas um verdadeiro sábio)
15 Julho 2010
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Jornal MARANDUBA News
Túnel do Tempo
Coluna da
Por Adelina Campi
Amigos para Sempre...
Houve uma vez dois amigos.
Eles eram inseparáveis, eram
uma só alma. Por alguma razão seus caminhos tomaram
dois rumos distintos e se separaram.
E isto iniciou assim:
Eu nunca voltei a saber do
meu amigo até o dia de ontem, depois de 10 anos, que
caminhando pela rua me encontrei com a mãe dele. A
cumprimentei e perguntei por
meu amigo. Nesse momento
seus olhos se encheram de lágrimas e me olhou nos olhos
dizendo: morreu ontem... Não
soube o que dizer, ela seguia
me olhando e perguntei como
ele tinha morrido.
Ela me convidou a ir a sua
casa, ao chegar ali me chamou
para sentar na velha sala onde
passei grande parte de minha
vida, sempre brincávamos ali
meu amigo e eu. Me sentei
e ela começou a contar-me
a triste história. Faz 2 anos
diagnosticaram uma rara enfermidade, e sua cura dependia de receber todo mês uma
transfusão de sangue durante
3 meses, mas....Recorda que
seu sangue era muito raro?,
Sim, eu sei, igual ao meu...
Estivemos buscando doadores e por fim encontramos a
um senhor mendigo.
Teu amigo, como deves te
lembrar, era muito cabeça
dura, não quis receber o sangue do mendigo. Ele dizia que
de da única pessoa que receberia sangue seria de ti, mas
não quis que te procurássemos, ele dizia todas as noites:
não o procurem, tenho certeza que amanhã ele virá... Assim passaram os meses, e todas as noites se sentava nessa
mesma cadeira onde estás tu
sentado e orava para que te
lembrastes dele e viesse na
manhã seguinte. Assim acabou sua vida e na última noite
de sua vida, estava muito mal,
e sorrindo me disse: mãe, eu
sei que logo meu amigo virá,
pergunta pra ele porque demorou tanto e entrega a ele
esse bilhete que está na minha gaveta.
A senhora se levantou, regressou e me entregou o bilhete que dezia:
Meu amigo, sabia que viria,
tardaste um pouco mas não
importa, o importante é que
vieste. Agora estou te esperando em outro lugar espero
que demores a chegar aqui,
mas enquanto isso quero dizer que no céu tem um amigo
cuidando de ti meu querido
melhor amigo. Ah, por certo,
te recordas porquê nós nos
distanciamos? Sim, foi porque
não quis te emprestar minha
bola nova, rsrs, que tempos...
eramos insuportáveis, bom
pois quero dizer que te dou
ela de presente e espero que
goste muito. Amo você: teu
amigo para sempre
“Não deixes que teu orgulho
possa mais que teu coração...
A amizade é como o mar, se
vê o princípio mas não o final”
1954
Pescador sentado a beira do Cruzeiro da Maranduba observando o lagamar
1967
1951
Procissão seguia até o Morro do São Cruzeiro (Emaús) no Morro da Quina
1967
1955
Nesta foto no Sertão da Ingá, todos esconderam o estilingue
1966
Pixé não faltava na mesa dos antigos
Antonio Pereira esbanjava seu charme
Av. Copacabana, 820, praia da Lagoinha. Cadê os vizinhos?
1958
Turista da época com a mistura do jantar. Ao fundo a ponte do Hotel Picaré
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Lagoinha antiga: sangue, café e aguardente Base da origem das