Copyright © 2007 by Li Mendi
Mendi, Li, 1985 –
Amor Militar, Minha Guerra 2/ Li Mendi. – Rio de Janeiro.
História de amor. 2. Ficção brasileira. I. Título
Todos os direitos reservados à autora.
Criação de capa: Rodrigo Ribeiro, Agência 2RD.
Site: limendi.com.br
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Facebook: Escritora Li Mendi
Twitter: @limendi
Autora
O primeiro livro que escrevi ano passado reunia algumas
entrevistas com amigas que, em sua maioria, namoravam cadetes e
oficiais recém formados. Recebi muitos e-mails e recados no orkut de
pessoas dos mais diversos lugares do país dizendo que tinha sido
muito interessante compartilhar a leitura daquelas experiências.
Então, decidi dar continuidade, criando um site para que
mulheres escrevessem e contassem suas experiências também. Aqui
no livro 2, você encontra essas narrações na íntegra, com quase
nenhuma interferência editorial. Dessa forma, você pode sentir bem
de perto como foram essas descrições.
Eu sou Jornalista, Publicitária, Escritora e Geminiana. Meu
grande prazer é escrever estórias. Elas começam na internet e
terminam na prateleira, na cabeceira e na tela dos tablets e celulares
de leitores de todo o Brasil.
Trabalho com Comunicação durante o dia e escrevo
diariamente, à noite, em meu site. A criação é conjunta com meus
leitores, pois cada opinião, comentário ou sugestões são levados em
consideração para elaboração das estórias.
Espero que esse livro continue ajudando a muitas outras
mulheres.
Entrevista 1:
"O que posso dizer é: olhe para dentro do seu próprio
relacionamento e reflita se vale a pena, acreditando nisso, vá em
frente, lute!"
Que bom que você está aqui com a gente. Lendo um pouquinho sobre
a vida dessas mulheres tão fortes e apaixonadas pelo amor. Como
assim? Há aquelas pessoas que amam por amar, sem fazer esforços,
sem lutar. E depois passam o resto da vida por se lamentar. Mas ao
contrário, há aquelas colocam paixão na sua conquista e vão em
frente firmes e fortes!
E agora vou apresentar para vocês uma delas. Na verdade é uma
mulher com um lindo rosto de menina. É a Fernanda, que tem 21
anos.
Li:_ Fernanda, é um prazer para mim falar contigo. Você que é uma
leitora tão carinhosa e sempre presente nos meus livros. (risos). Vai
ser muito bom conversar com você. Conta para as leitoras, que não te
conhecem, o que você faz?
_Estudo Normal Superior para ser professora e trabalho no Colégio
Dom Bosco com Educação infantil.
Li: _ Você deve gostar muito do que faz.
_Amo. Na verdade, comecei a fazer odontologia. Já pensando em
fazer odonto pediatria. No 2º ano, vi que não ia dar certo. Então, por
amar crianças e pretender casar com o meu militar, decidi estudar
para ser professora.
Li: _ Hum... Falando neleeee! (risos). Conta tudinho! Quando se
encontraram pela primeira vez?
_Bom nos conhecemos em um bar.Eu nunca tinha ido lá. E era uma
sexta feira, estava no 3º ano do segundo grau e no outro dia ia ser o
primeiro sábado do ano que não íamos ter simulado. Então, decidimos
sair para beber uma cerveja, comemorar né.. fomos totalmente
desarrumadas eu estava sem escova, de óculos (sempre saia de
lentes)! Ele e um amigo pediram para sentar na mesa, não ficamos
muito animadas. Mas deixamos. Então, o amigo dele estava meio
bêbado e já sentou chegando na minha amiga. Eu achei que ele não
estava interessado em mim e só tinha sentado para fazer companhia
mesmo. Até que o amigo dele falou que eles tinham que ir embora,
pois tinham que entrar na AMAN e ele falou que não ia entrar que ia
ficar ali. Assim, enquanto ele foi no carro pegar as coisas dele eu tive
quase um troço!
Li: _Ora, por quê?
_Afinal, eu nunca tinha ficado com um cadete (aqui na minha cidade
a fama deles é péssima), mas como o bar estava vazio e não tinha
ninguém. Acabei ficando com ele, achando que ninguém ia me ver
pagando aquele mico! (risos) Acabou que no outro dia ele me ligou e
nunca mais nos separamos. Dia 30 de maio fez 4 anos!
Li:_ Olha só! Quatro anos, Fernandinha?! E agora? Onde esse milico
está?
_Bom ele está servindo em bagé- RS 3ºRCMec. Ele fica no CPOR lá.
Li: _ Ah! Sim, entendi tudooo! (risos)
_Não! (risos) Explico! Centro de preparação de oficiais da Reserva.
Acho que é isso. Ele forma os tenentes temporários de cavalaria em
Bagé.
Li: _ E quanto tempo já ficou longe dele?
_Ficamos 2 meses e pouco no máximo e já achei uma eternidade!
Li: _ Nem me fale! Estamos de férias e não vi o meu ainda! Mas me
diga, o que você acha Ada carreira militar?
_Acho uma carreira bonita. Quem entra nela tem que amar muito,
pois é uma dedicação fora do comum. Devia ser mais valorizada,
afinal quem está ali realmente está de coração e não recebe pela
dedicação depositada.
Li: _ E se seu filho quisesse seguir o mesmo caminho um dia?
_Bom, lógico que tem aquela coisa de coração de Mãe né.. Acho uma
carreira bonita e boa de se seguir o problema é a distância. E sair de
casa cedo. Mas acho que o apoiaria sim. Por isso que quero uma filha
para me fazer companhia e que ela não se apaixone por um militar
igual a mim (risos) Brincadeira!
Li: _ Ah! Sim, a solução é ter filha! Vou ter uma também! (risos)
Fernandinha, qual foi o pior momento para você? O mais difícil?
_Olha o momento da primeira despedida quando no fim das férias eu
deixei ele em Bagé e vim embora. E vi aquele homem que era só
fortaleza chorando igual uma criança com uma cara de “Não me deixa
aqui sozinho”. Aquilo me quebrou. Não sabia como ia ser o futuro dali
para frente, quando íamos nos ver novamente. E outra dificuldade foi
quando percebi que ele se adaptou a cidade. Tipo se adaptou a uma
vida sem mim, para mim foi difícil. Mas sei que foi mais por neurose.
Li: _ O que é mais difícil em um relacionamento com um militar?
Acho que tudo é difícil. Mas o mais difícil é a falta de planejamento.
Sempre tem que planejar sua vida em função da dele. Por exemplo,
que cidade ele vai morar? Vai ter proposta de emprego. Lugar para eu
melhorar meus estudos? Essas coisas... E a vida toda vai ser assim, se
planejar em função da profissão dele, da transferência dele, para
mim essa é a parte mais difícil. Mas tudo se adapta a gente também e
eles também. Ninguém precisa se anular, mas acaba que a mulher vai
ter que entender que ela vai abdicar mais do que ele, mas já me
acostumei. Não me imaginaria em outra vida. Cada vida tem seus
problemas e esses são os meus.
Li: _ Isso é verdade, Fernanda! Pura verdade... Agora eu quero falar
sobre um tema. Será que você adivinha qual é? Já que você mora em
Resende?
_Hum...
Li: _Cadetinas? Todas as meninas que entrevistei, tocaram nesse
assunto. É ficção?
_Bom ficção não é, mas não é fora do comum. São Marias-batalhão
como em qualquer lugar. Onde existe um quartel, existe as Mariasbatalhão,
querendo
um
milico
para
se
encontrar...
O que posso dizer aqui de Resende é que, na verdade, a maioria das
mulheres têm um preconceito muito grande contra os cadetes (eu era
uma). Muitas já foram enroladas e meninas direitas de família.
Li: _ Isso é lamentável...
_O cara tem uma noiva na sua cidade natal e arruma uma namorada
aqui. Fica noivo, fica na casa da guria, namorando sério durante
quatro ano e muitas são largadas no baile da espada, na cara dura.
Li: _ Já ouvi falar disso.
_Uma vez falei para uma namorada desconfiada: “Existe cadetina
sim, mas até hoje nunca vi nenhuma cadetina com uma faca apontada
para um cadete, obrigando ele a ficar com ela. Então, o cadete que
fica, fica por que quer, trai porque não presta...e cada um sabe o
namorado que tem.
Acho que cada um tem seu papel, a cadetina escolheu ser vagabunda
e faz o papel dela direitinho. Agora se o cara escolheu ser seu
namorado, ele que faça o papel de namorado. A única coisa que posso
dizer é que é que existe muito mais mulheres vitimas de cadete aqui
em
Resende
do
que
mulheres
que
enrolam
eles.
Li: _ Por que eles fazem isso?
_O por quê são muitos. Acredito que a carne fraca é a pior das
desculpas! Quem trai é porque não gosta realmente. E se trai
namorando, vai trair depois de casado, porque acho que na vida
militar a distância da mulher vira e mexe vai ter. É um campo, uma
viagem e ai vai ter a carne fraca sempre?! Caráter é fundamental,
então a culpa não é da mulher que estava com ele.
Li: _ Fernandinha, e casamento?
_Ôh! Palavrinha complicada. Bom, decidimos que iríamos nos casar
quando eu me formasse. O que vai acontecer no final de 2008. Foi por
isso que eu fiquei aqui e ele foi sozinho. Mas muita coisa pode
acontecer até lá. Ainda não marcamos nada.
Li: _ Me diz uma
amadurecimento?
coisa.
Seu
namoro
te
ajudou
no
seu
_Nós nos amamos muito, mas tivemos uma criação bem diferente.
Aprendi a ser mais tolerante paciente. Ainda sou estourada, mas
aprendia a pensar mais antes de falar. Guardar mais para mim
algumas coisas que não vão acrescentar se forem ditas. Acho que foi
isso que amadureci. Aprendi a me doar mais. Eu era um pouco
egoísta. Aprendi a ser mais esperta também. Eu era imatura e acaba
me abrindo de mais para as pessoas e percebi que por mais que eu
não queira acreditar, existem pessoas que não querem o seu bem.
Aprendi a conviver com pessoas assim e saber que por amor podemos
enfrentar o mundo e que juntos nada nos destrói.
Li:
_
Então,
pessoas
já
andaram
te
desestimulando?
_Escutar besteira já escutei e muito, mas não de pessoas muito
próximas sabe? Já fiquei sabendo que falavam por trás que eu era
corna, que meu namorado estava comigo por interesse, que ele ia me
largar. Até que ele era muito bonito para mim. Eu sempre ignorei.
Acho que da parte dele existe mais pessoas próximas que
desestimulam. Ele nunca me deu motivos para desconfiar dele, então,
por que vou desconfiar?
Li: _ Claro! Eu acho que tem muita gente invejosa por aí. Uma vez
ouvi uma pessoa dizer que inveja não é querer ter o que a outra
pessoa tem. É não querer que a outra pessoa tenha. Fernanda, para
terminar, que incentivo você dá para alguém que está lendo sua
entrevista sobre não desistir diante das dificuldades?
_O que posso dizer é olhe para dentro do seu próprio relacionamento
e refleta se vale a pena, acreditando nisso, vá em frente, lute! Pois
quem escolhe esse tipo de relacionamento, deve saber que não
escolheu um namorado ou marido e sim um estilo de vida. Aproveite o
que ele lhe disponibiliza. Conhecer lugares novos, aprender com as
experiências. E amadureça com cada obstáculo. Pois sem eles a vida
não tem graça. E abrace seu coração, vá em frente, ignore os
pensamentos negativos e lute pelo que é seu!
Li: _ É isso aí! Ouviram o recado da Fernanda? Gostei disso Fernanda,
amar um militar é ter um estilo de vida!Linda, muito obrigada, de
coração. Para você o céu é o limite da felicidade que te desejo!
Bom, espero que vocês tenham aprendido um pouquinho com a
história desses 4 anos de amor da Fernanda, que teve todo o carinho
em disponibilizar o seu tempo para dividir conosco esse bate papo
muito gostoso.
Entrevista 2
"Era difícil para mim saber que meu grande amor iria embora."
Quando eu encontrei com Cyntia para conversarmos, já adivinhei o
que seu militar era pelo nick do seu msn, igual ao meu. Em contagem
regressiva para o tão sonhado dia da formatura. Claro, que ela me
corrigiu por eu estar um dia em atraso. Ora, um dia é muita coisa
nessa reta final.
Li: _ Então, Cyntia, conta isso para a gente?
_Bom, meu namorado está no 4º ano da Aman e sua arma é
Engenharia. Ficamos noivos domingo e vamos nos casar agora no fim
do ano. Estamos juntos há 6 anos e 2 meses.
Li:
_
Que
maravilha!
Mas
como
tudo
isso
começou?
_Ele sempre morou perto de mim, só que eu não o conhecia. Quando
um certo dia eu fui morar em frente da casa dele. Uma colega
gostava muito dele e vivia falando dele para mim. No ano novo de
2000 para 20001 ele veio me dar um feliz ano novo, mas eu nem
respondi. E a minha colega que morava aqui em Fortaleza vivia
falando dele para mim. Um dia fomos para uma festa e acabei ficando
com um amigão dele, que hoje somos padrinhos de casamento deles.
Muito tempo depois, estava conversando com um casal e ele havia
chegado do curso. Minha amiga começou uma brincadeira de dar um
beijo na testa e depois no nariz e assim foi indo só que quando foi
para
chegar
na
boca
eu
parei
e
fui
para
casa.
Um mês depois era aniversário dele e ele queria porque queria que eu
estivesse lá. Eu falei que tinha que trabalhar, mas acabei indo no
domingo. Ele ficou perto de mim o tempo todo me dando atenção,
enquanto uma menina fazia de tudo para tirá-lo de perto de mim. Mas
você já ouviu falar do João Teimoso? Era ele. Todos quiseram ir para
praia e ele ficou segurando minha mão.Eu estava triste neste dia,
porque havia acabado um relacionamento de 3 anos. Ele, que havia
vindo de carro com um amigo, voltou na Topic que os pais e os amigos
dele tinha alugado. Nós acabamos ficando e ele pegou o violão e
começou a tocar músicas para mim. Ficamos uma semana sem nos
vermos. Só que minha amiga queria ficar com o amigo dele.
Combinamos então de nos encontrar em uma praça. Ele falou que
tinha que estudar, mas quando olhei para o lado lá estava ele. Meu
coração foi a mil.Acabamos ficando e marcamos de sair outro dia para
o cinema, mas saimos para comer alguma coisa com um casal. No
caminho do Dragão do Mar (Um ponto lindo que tem aqui), ele chega
para mim e diz que tem uma coisa para me falar. Ai eu perguntei qual
era. Ele perguntou "quer namorar comigo?" Eu na hora o beijei e falei
"essa é minha resposta". E estamos até hoje.
Li: _ Que lindo!
_Ele ficou sempre do meu lado nos momentos difíceis da minha vida.
Como a morte do meu pai. Acabei ficando doente e ele sempre do
meu lado. Depois perdi meu tio, e ele ali comigo. É bom saber disso,
que acima de tudo, ele é meu amigo.
Li: _ Como é levar um relacionamento com a AMAN no meio?
_Para mim foi muito difícil. Quando ele me ligou de madrugada e
falou "Amor, passei para Espcex." Eu nem quis ouvir, meu irmão
atendeu o telefone e falou que eu estava dormindo. Mas ouvi, quando
meu irmão deu os parabéns.Eu comecei a chorar. Eu não queria
aguentar a distância. Era difícil para mim saber que meu grande amor
iria embora e poderia achar uma pessoa que amasse mais ele que eu,
fiquei louca. Mas achei forças para dar a ele. A primeira vez que ele
foi embora, eu me acabei de chorar. Meu mundo tinha acabado.
Pensei que não íamos ficar mais. Que não podia ser, meu amigo, meu
namorado fosse embora. Quando ele me ligada da Espcex dizendo não
aguento mais amor, eu como namorada e amiga dizia "Amor, você é
forte! Vamos passar por isso". Que amor forte mesmo, ele chorando e
eu me segurando para não chorar, para não deixar ele mais mal do
que estava. Quando ele desligava, eu me acabava de chorar. A "fase
Espcex" era uma que pensei que não iria acabar. Eu odiava aquilo
tudo. Mas tinha que dar sempre força a ele. Você acredita que até
hoje eu não me acostumo com essas idas e vindas?
Li: _ Oh! Se acredito!
_Eu choro sempre. Passo uma semana mal e depois volto ao normal.
Às vezes, tinha vontade de dizer, "amor, volta, não fica mais aí não,
fica comigo."
Li: _ Imagino que no fim desse período de AMAN, hoje faltam 134
dias, você se considera uma vitoriosa!
_Sim, muito! Aprendi muito com minhas amigas "Abandonadas", é
assim que chamamos o grupo. Elas me deram muita força. Porque
algumas amigas que eu pensava que tinha não eram amigas. Quando
eu ia a festas, elas ficavam me apresentando caras e falavam "Deixa
de ser besta! Você não sabe o que está fazendo lá". Eu ficava muito
mal. No primeiro ano de AMAN, conheci 2 namoradas que foi a Tallyta
e a Chris, que estava no mesmo vôo que eu indo para o Espadim. Amo
muito todas, elas estão ali com você.
Li: _ Vamos falar de bons momentos? Você lembra de algum bem
bonito?
_Claro! Teve uma vez que ele mandou uma loucura de amor para mim
na loja onde eu trabalhava. Agora você imagina, a loja lotada, em
liquidação. Ai, chega uma mulher e um homem com o Sax gritando
meu nome na loja. Quando eu vi, faltei morrer e ela começou a
cantar para mim uma música que marca nossa vida até hoje. Oceano
do Djvan. Eu também já fiz uma coisa por ele. Mandei um buquê de
flores para AMAN. Todos ficaram frescando com a cara dele. Ele
mesmo não acreditava que eu tinha feito isso apra ele,
principalmente lá! Ele me ligou dizendo que ia me matar.
Li: _ E agora? Preparada para largar tudo e ir com ele?
_Sim. Vou sentir falta da minha família, minhas amigas, da minha
cidade. Mas faço tudo para ser feliz com ele.
Li: _ Sim, suas amigas, elas foram muito importantes para você.
_O grupo é formado por mais de 20 meninas. Saimos sempre, vamos
para o forró. Somos muito unidas em tudo. Quando eles estão aqui
saimos todas para os mesmos lugares. Minha mãe no dia que me viu
noiva, a pressão dela foi de 22 por 10. Agora tenho que deixar ela por
"fora do casamento". Eu posso dizer que aprendi muito. Amar um
militar me ensinou a ser carinhosa, amiga, companheira.
Li: _ Qual foi o pior momento?
_Quando uma menina de lá que dizia ser nossa amiga, veio me falar
que outra amiga dela tinha visto ele com uma mulher. Eu quase
terminei com ele. Mas quando fui para lá, ela se escondeu de nós,
porque ele disse a ela que assim que eu chegasse ele queria que ela
me mostrasse a mulher que ele tinha ficado. Para mim faltou chão
nessa hora. Para mim foi difícil, mas meu coração falou mais forte e
confio nele.
Li: _E como sempre eu pergunto: O que você tem a dizer para as
meninas que estão passando e vão passar por toda essa luta?
_Fiquem do lado deles nos momentos felizes e tristes e dê a força que
ele precisa.
Li: _ Eu quero te dizer que sou muito grata por você ter me contado
algumas coisas tão difíceis. É duro relembrar momentos assim. Em
algumas horas você ficou tocada por trazer as memórias à tona. Isso
mexeu comigo também. Mas em várias momentos em que eu te ouvia,
eu pensava, nossa, eu não vivi aquilo tudo sozinha. E estamos juntas,
contando os dias. Quero te encontrar lá para a gente brindar juntas!
5 "Às vezes, vem a dificuldade da vida, mais ele olha pra mim com um
jeitinho tão especial e contorna tudo."
Tem histórias de amor que demoram a se desenrolar. Outras parecem
um susto e pluft! Acontecem de súbito. Foi assim com a minha
entrevistada Francisléa Izabel Correia da Cunha, que mora em Porto
Velho. Seu amor é cabo da Aeronáutica e eles estão juntos há 6
meses.
Li: _ Como se conheceram?
_Eu sai com umas amigas. Estávamos conversando, daí ele passou por
nós, voltou. Parecia cena de filme. Daí, comprou cervejas, disse que
estava tendo um churrasco em sua casa. E ficou conversando comigo.
Trocamos telefone. Mas eu não queria me envolver, porque ele era
casado. Mas depois ele se separou e agora estamos juntos e foi amor
súbito.
Li: _ Você tem medo de tudo acabar, rápido como começou?
_Às vezes, tenho medo de que não vamos ficar juntos, falei isso para
ele. Mas ele disse que me amava e que era comigo que queria ficar.
Eu tenho um filho de oito anos e ele uma filha de 2.
Li: _ O que está sendo um casamento para você o que está te
mudando como pessoa te ensinando?
_Nesse meu casamento estou aprendendo muito com ele, antes era
egoísta e fazia tudo errado. Nem muito ciúmes eu tenho, era muito
possessiva, queria tudo pra mim e agora não é assim. Ele me ouve e
gosta que eu dê opiniões. Pergunta o que estou sentindo quando
estou triste. O meu amor a cada dia se renova mais e mais estou
aprendendo com ele o que é o amor verdadeiro, quando olho pra ele
meu coração bate mais rápido. Nossos olhares são totalmente
diferentes, fico imaginando nós dois em lua de mel. Adoro ficar em
seus braços deitada e ele fazendo carinho em mim. Assistimos filmes
juntinhos. Parece que estou em um conto de fadas, as vezes me pego
parada pensando nele.
Li: _ Você imaginava que casamento seria assim?
_Às vezes, vem a dificuldade da vida, mais ele olha pra mim com um
jeitinho tão especial e contorna tudo. O amo demais apesar de que
nem tudo é pra sempre, mais levarei no coração um amor verdadeiro
de um militar. Não imaginava que o meu casamento seria assim.
Cheio de aprendizagem especiais! Achava que só ia ter brigas e
discórdias. Realmente amo de verdade. Porque dizer eu te amo é
fácil o difícil é vivê-lo no dia-a-dia.
Li: _ E ser
mãe?
Dizem que tudo muda com a
mulher.
É, realmente muda, nosso comportamento é totalmente diferente
porque não pensamos mais só em nós. Temos uma importante tarefa
que é de cuidar e proteger uma criança indefesa. Amo demais a filha
dele, cuido dela como se fosse minha filha mesmo. Ele também adora
o meu filho. Quero que a gente tenha um filho de nós dois.
Li: _ Mas é preciso esperar uma hora certa né? Para poder conciliar
trabalho, filhos... Me fale sobre seu trabalho.
_Faço educação física e trabalho com ginástica laboral nas empresas.
Gosto de levar informações as pessoas sobre os cuidados do corpo e
mente. Esse trabalho tem a finalidade de mostrar aos trabalhadores o
seu estresse no dia a dia.
Li: _ Eu espero que vocês fiquem mais meses, anos, décadas juntos. E
que esse amor se fortifique dia-a-dia. Um beijo, querida.
Entrevista 3:
"Somos verdadeiros um com o outro, sempre falamos o que
sentimos, e se não nos sentimos felizes, buscamos juntos
melhorar. "
A Jéssi é uma amiga querida. Só nos conhecemos pela Internet, mas
tenho um enorme carinho por essa menina. Ela mora no Paraná e
cursa Pedagogia.
Li: _ Jéssi, conta para a gente, seu milico faz o quê?
Ele é soldado do exercito brasileiro, está no ano obrigatório. Faz 6
meses que ele é militar. Conheci-o quando ele apenas sonhava com
isso, ele tinha terminado o ensino médio e estava esperando para
entrar no exercito. Eu tinha uma amiga que tinha ele adicionado no
orkut, me passou o orkut dele para que eu pudesse fuçar (eles tinham
um caso imaginário via internet) rs, com aquela nova ferramenta do
orkut, ele soube que visitei o orkut dele e começamos a conversar,
ele sabia que todo domingo eu ia ao shopping encontrar alguns
amigos, e um belo domingo ele apareceu lá, para me ver. Dai ficamos
durante 1 mês, ele me chamou para ir até a casa dele em um sábado,
como propósito que eu conhecesse a mãe dele (ele é muito ligado a
ela), e eu perguntei porque, e ele me disse que era porque ele sentia
que eu não estava segura com o que ele sentia por mim, achei lindo,
nessa sábado em que fui na casa dele, ele me pediu em namoro, e
domingo, dia 15 faz 1 ano que estamos namorando.
Li: _ Como é enfrentar a saudade.... os dias de serviço?
_Na maioria das semanas só nos vemos nos finais de semana, como ele
esta no ano obrigatório, acaba tirando serviço duas vezes por semana,
e eles só dão a escala 1 dia antes do dia do serviço, isso é muito ruim,
não da pra fazer plano nenhum, hoje mesmo estou um pouco triste
esperando ele chegar e talvez me dizer que no domingo, dia do nosso
aniversario
de
namoro,
ele
vai
ficar
de
serviço.
Li: _ E aí? Como vai ser a comemoração?
_Se isso acontecer, ou comemoraremos um dia antes ou um dia
depois,como na maioria das vezes né? O que acho mais difícil em um
relacionamento com um milico é a imprevisibilidade. Não podemos
planejar viagens, pois não sabemos quando vão estar de serviço, não
podemos combinar de sair com os amigos, pois ele pode ter q ficar no
quartel, acho que isso é a parte mais difícil.
Li: _ Por que você acha que a química entre vocês deu certo?
_Acho que somos verdadeiros um com o outro, sempre falamos o que
sentimos, e se não nos sentimos felizes, buscamos juntos melhorar.
Li: _ Lembra de algum momento difícil que passou?
_Quando ele estava no internato do quartel, no segundo dia, ele me
ligou me dizendo que tinha machucado o joelho, me senti inútil, pois
eu não podia fazer nada pra ajudar ele.
Li: _ É horrível essa sensação. Quando uma vez meu namorado ficou
internado com uma virose, eu fiquei louca. Porque eu não podia estar
lá, nem cuidar dele. A gente se sente muito impotente mesmo!
_Com ele aprendi a ver duas pessoas que se amam como uma só, o
que não é bom pra um, acaba não sendo bom pro outro. Ele me
mostrou como é bom pensar no futuro, mas sem deichar de curtir o
presente e que a confiança é a base fundamental de tudo
Li: _ Tem algum momento emocionante que lembre? Uma cena de
amor...?
No dia dos namorados, ele chegou muito triste, por que tinha ficado
até mais tarde no quartel, e ele não conseguia nem olhar pra minha
cara de vergonha por não ter comprado meu presente, ele tava tão
triste, e eu achei q era uma linda prova de amor, mesmo que o
presente não estivesse ali, e eu não me importava com isso, estava
muito feliz q ele tivesse ao meu lado. Presentes são simplesmente
rebaixados, quando estamos diante daquele lindo sorriso né?
Li: _ Claro! Agora vamos falar de um assunto polêmico. O que você
acha do que as pessoas falam? "Que militar não presta"?
_Minha mãe mesmo já falou isso (claro que ela estava brincando
comigo né) rsrs, mas é muito comum vermos classes generalizadas por
ai, é a mesma coisa que dizer que todo cabeleireiro é bicha para a
esposa dele, ela mais do que ninguém terá certeza que esse tipo de
generalização é completamente sem fundamento.
Li: _Adorei a comparação. Verdade! Cada uma sabe em quem possa
confiar. Jéssi, o que você tem a dizer as mulheres que vão ler sua
entrevista?
Lembro de uma frase que uma menina do blog escreveu em um texto,
agora vou pegar emprestada a frase, "o importante, é que quando
estão junto o amor reconforte, e seja mais forte que tido".
Entrevista 4:
"Era como se a vitória também fosse minha"
É muito instigante conversar com alguém que passou pelas mesmas
experiências que nós. E mais, que já atravessou fases da vida que
ainda iremos enfrentar. Eu particularmente me identifiquei muito
com a história da carioca Ana, que está no 4º período de farmácia.
Seu namorado se formou ano passado na Academia Militar Agulhas
Negras (Aman), hoje é pára-quedista e serve no Rio de Janeiro.
Contando assim parece que tudo foi muito rápido, mas na verdade,
são alguns anos de muita dedicação e de um amor capaz de suportar
duras provações. Isso ja vai fazer 8 anos. O casal está junto há 3 anos
e 10 meses e agora finalmente podem se ver todos os dias, já que eles
moram perto.
Li: _Ana, quando vocês se conheceram ele já estudava na Aman?
Ana: Quando nos conhecemos ele era meu vizinho e não estudava na
AMAN ainda... isso ja vai fazer 8 anos. Quando a gente começou a
namorar, o pessoal achou estranho porque realmente foi do nada.
Poxa, ele era o meu melhor amigo, sempre me tratou com respeito,
nunca rolou nada... só brincadeiras do tipo a gente vai casar, vai ter
filhos, mas realmente eram brincadeiras.
Li:_E o amor da Ana começou como uma linda amizade que se
transformou em um sólido namoro. É muito importante a gente
considerar a amizade como um pilar em um relacionamento, pois nos
momentos de dificuldade é esse sentimento de companheirismo que
sustenta o casal.
E olha o que eles passaram:
Ana: Se o seu namorado pensa em ser pára-quedista, se prepare pra
cuidar dele, porque é dramático. Eu tive que cancelar uma viagem
pra Brasília para poder cuidar dele. Como meu namorado mora com o
avô, perto do meu apartamento, eu passei uns dias lá, para poder
ajudá-lo nesta fase do curso em tudo que precisasse. Eu acordava às 4
horas da manhã ou 5, dependendo do dia, para fazer o café e arrumar
a bolsa térmica que ele levava pro curso com vitamina. Só que no
meu caso foi um pouco complicado, como eu tenho pressão baixa, às
vezes, eu acordava pra fazer as coisas dele um pouco tonta. Porém,
eu não podia deixar ele perceber isso, porque senão ele ia mais tenso
pra brigada do que o normal. Foi difícil. Muito difícil. Bom, mas aí eu
dava um beijo e ele ia embora. Eu voltava, então, a dormir. Nas
primeiras semanas, ele vinha para casa na hora do almoço, aí quando
ele chegava, o almoço já tinha que estar pronto, porque a fome era
fora do normal. À noite, eu o ajudava a fazer os alongamentos e
depois ele dormia.
Li:_Um amor assim, cheio de dedicação faz com que a vitória da
conclusão do curso tenha em parte uma mãozinha das namoradas e de
todos aqueles que apóiam o militar durante o período de formação.
Ana: Há uma comunidade, no orkut, chamada “Eu amo um pqd”. Uma
vez tinha um tópico em que as meninas se perguntavam se elas
sentiam-se responsáveis pelos seus militares saírem pqd. Eu
pessoalmente acredito que o ajudei muito. Realmente é como se eu
tivesse saído pqd junto com ele. Era como se a vitória também fosse
minha. Eu vibrei junto, porque lutei junto com ele, porque chorei
junto com ele!
Depois de passar pela Aman, ela deixa um conselho para quem está
dando apoio aos seus namorados e tentando superar a distância e as
dificuldades:
Ana: Tenham muita calma, confiança, mas não dêem uma de idiota.
Se dêem o valor que merecem e marquem em cima. Mas sem perder a
linha, claro, com muita classe. Senão, eles aprontam. (risos). E, sem
esquecer de falar, apóiem seus namorados em tudo, até nas suas
loucuras.
Li: _ Ana, muito obrigada pelo carinho que teve comigo, por ter me
destinado seu tempo e tanta atenção.
Entrevista 5:
"O importante é não se deixar abater. Deus te dá a força para
superar."
Quando conheci a Ariel* (nome fictício), e comecei a conversar por
email com ela, percebi o quanto era uma pessoa rica em sabedoria.
Sabia ver a vida por outro lado, de um modo tão singelo e racional,
sem deixar a emoção nunca de lado. E quando fiz esse livro a primeira
pessoa que me veio em mente para entrevistar era ela, claro. Mas eu
temia que por ser uma pessoa muito reservada, não aceitasse meu
convite. Quando aceitou, eu bati palmas. Imagina para uma jornalista
conseguir falar com alguém que ela quer muito entrevistar?! E assim
foi que consegui esse que para mim foi um “furo” de reportagem. Já
que não imaginava que ela concordaria! Por isso, não vou dizer mais
nada, com vocês, a história dessa maravilhosa pessoa:
Li: _Há quanto tempo vocês namoram?
_Bom, hoje faz exatamente... (olhando no calendário) 5 anos, 11
meses e 9 dias!
Li: _ Eu perdi as contas, acredita? Não sou boa de dias, ai eu esqueço.
Não contamos mais. Que displicência. É um ano e alguma coisa. Sei
que é mais de seis meses.
_Ow, que gracinha! Mas, não é importante contar, importante é
comemorar todos os dias. (rsss)
Li: _Sim, é. Mas eu não sei contar troco de bala!
_É só mais uma data... apesar de ser o dia em que a sua vida mudou
para sempre (e para melhor). (rsss)
_Quer que eu te conte como nos conhecemos?
Li: _ Claro! Manda aí... como!? (rsss)
_Ok, então, senta que lá vem história...
Era uma noite fria de agosto, há 5 anos e 9 dias atrás... (risos,
brincadeira). Eu era viciada em chat e ficava quase todo o momento
online conversando e conversando. Conversava com Deus e o mundo.
Então, eu usava o “Odigo”. É um programa parecido com o msn, só
que mais “fofinho” (cheio de cores e desenhos engraçados).
_Eu recebi três mensagens dele e não respondi na hora porque eu
estava offline. Só vim tempos depois, quando conectei e, então,
respondi, ele respondeu, eu respondi e... nos encontramos online por
um tempo curto, mas pedi o telefone dele (porque eu adoro conversar
falando, mais do que digitando) e liguei na terça-feira seguinte. Ele
não estava em casa, apenas o irmão.
_No sábado seguinte (04/08), na virada pro domingo, minha mãe
disse-me para ir dormir porque estava tarde e ela não gostava que eu
ficasse tanto tempo na frente do computador. Eu fingi que fui dormir
e consegui ligar o computador e entrei no odigo. Fiquei conversando
com muitas pessoas. À meia-noite (horário ruim para a Cinderela, mas
não para mim!), ele conectou e falou comigo. Eu fiquei super
empolgada porque queria falar com ele. Gostei do jeito divertido dele
e queria vê-lo de novo. Fomos conversando e, aos poucos, as pessoas
com as quais eu estava conversando saíram e eu fiquei à sós com ele.
E daí foi até quase 10hs da manhã conversando.
_A conversa foi muito divertida, ele falou da EsPCEx, AMAN e do
Exército. Explicou-me esses conceitos que não conhecia e nem sabia
que existia! E, sim, eu fui buscar conhecer isso tudo também na
internet. (risos) Então, resolvemos ir pro telefone. Ele me ligou no
celular (interurbano para celular!) e nos falamos durante 40 minutos!
(aiai) Eu cantei uma música para ele (“Love By Grace” da Lara
Fabian) e depois voltamos para internet.
_Ele me pediu em namoro e eu perguntei como faríamos, “você está
aí, eu aqui”. E ele disse para caminharmos aos poucos, nos
conhecendo e quando nos encontrássemos pessoalmente, se desse
certo, ótimo. Se não, ficaríamos com a amizade. Aceitei e ele saiu
porque nesse dia ele estava saindo de viagem para São Paulo (estudar
para EsPCEx). Chegou a me dizer que nunca havia conversado durante
tanto tempo com alguém (nem eu!). Trocamos endereço e recebi uma
carta dele (muito linda) no sábado seguinte. Então, ficamos trocando
cartas até que instalaram o telefone na casa dele em São Paulo.
Desde então, era carta e telefone. Depois ele voltou pro Rio e, então,
tínhamos computador, cartas e telefone. E foi assim até o dia em que
nos encontramos pessoalmente.
_Eu só havia visto uma foto dele que veio na segunda carta, ele viu
algumas minhas pela internet. Em novembro de 2002 eu me mudei de
volta pra minha cidade e ainda não nos conhecíamos pessoalmente.
Como precisávamos voltar para pegar o resto das coisas que ficaram,
pedi à minha mãe que passássemos pelo Rio para que eu pudesse
conhecê-lo. Ela me levou!
_Durante a viagem, eu não cabia em mim de tanta felicidade. Eu
sorria e queria chorar e queria gritar e queria ficar quieta e acreditar
em tudo que estava acontecendo. Sentamos perto de um casal e a
mamãe foi conversando com eles o tempo todo, tentando descontrair
e me fazer relaxar, mas eu só conseguia olhar pela janela esperando o
grande momento. Então, me concentrei e pensei em todas as coisas
que eu não deveria fazer e tentando me decidir como deveria me
apresentar a ele (beijando na bochecha, simples aperto de mão,
calma e educada ou poderia sorrir à vontade?). Cheguei à conclusão
de que deveria falar com calma e elegância, apresentando-me sem
fazer nada espalhafatoso, ser discreta.
_Chegamos. Descemos e eu corri pra pegar as malas. Eu estava
usando um vestido preto com um xale azul pq eu sabia q ele adoraria
me ver de vestido. Eu liguei pra ele enquanto egávamos as malas
porque ainda faltava uma. Expliquei que estávamos saindo e
desliguei. Fui ajeitar o cabelo no banheiro e nos dirigimos à saída.
_Ainda havia uma conferência de documentos que me deixou
desesperada e saí pelas portas como quem saí de uma sauna (que me
sufoca) e respirando aliviada, mas não menos elétrica! Saí levando o
carrinho com rapidez e quando vislumbrei o lugar praticamente vazio,
fiquei preocupada. Disseram-me que tinham muitas pessoas lá, mas
eu não consegui ver ninguém, apenas um policial que veio na minha
direção depois de eu haver gritado pelo meu amor duas vezes e dito
“Eu estou aqui, cadê você?”. O policial disse "Você é a...?" e antes
que ele pudesse terminar a frase, eu falei desesperada, "SOU!! CADÊ
ELE?!?!?!?".
_Daí o policial virou e disse “tem um senhor te procurando aqui...”, e
apontou na direção do tal do quiosque e eu fui andando rápido na
direção de lá e apareceu o pai dele e eu hesitei no passo pensando
“ei, não é ele...”. Eu diminuí o passo, mas continuei andando na
direção dele e o pai me olhou com aquele olhar de tipo “quem será
essa garota?” Por que eu sou a primeira namorada dele, a primeira
que ele leva para casa, apresenta à família (fiquei sabendo disso
tempos depois quando a irmã dele me contou).
_Bem, ele apareceu logo em seguida, caminhando com certa timidez,
com as mãos à frente do corpo, segurando uma na outra. Quando eu o
vi, sem brincadeira nenhuma, eu larguei o carrinho de malas andando
sozinho, dei um grito de felicidade e corri na direção dele parecendo
uma gueixa, porque o vestido é justo e na parte das pernas, não
permitia tanto movimento. Foi bem engraçado! E o medo de cair do
salto!? (rsss) Daí, ele se assustou com a reação e eu o abracei
eufórica! E fiquei ali. Ele ficou meio sem ação e, aos poucos, eu senti
as mãos dele me abraçando devagar. Daí, minha mãe quis tirar foto e
eu quis ficar abraçada mais um tempo com ele. Depois de um minuto,
mais ou menos, ele disse “vamos?” e eu voltei a mim mesma e,
finalmente, nos olhamos frente a frente. Envergonhada e extasiada
de felicidade! Finalmente abraçá-lo era um sonho se tornando
realidade (um sonho maior do que um fã que toca o braço do ídolo).
Nisso, mostrei a foto que levava na carteira, o chambinho
(coraçãozinho vermelho com bracinhos) que ele me deu e fomos pro
carro.
_Detalhe: minha mãe veio conversando com uma senhora que é
professora de português ou literatura no colégio da minha prima (na
época) e que, numa de suas aulas, ela falava sobre um texto cujo
título era “namoro pela internet”, ou algo parecido, e como ela havia
presenciado meu encontro com o meu namorado e sabia um pouco do
que a mamãe contou, ela contou minha história pros alunos e minha
prima disse “essa não é uma garota de olhos claros e cabelos longos,
branca...?” e a professora confirmou e ambas ficaram assustadas com
a coincidência! \o/
_Voltando...Eram muitas malas! Colocamos uma bem grande na
poltrona da frente. E na parte de trás, entrou minha mãe, eu, ele e o
pai. Ficamos os quatro sentados atrás, bem apertado. Eu
praticamente sentei no colo dele (pelo menos as pernas estavam
sobre as dele) e os rostos muito, muito, próximos. Ele me olhou de
um jeito diferente, sorriu e olhou pros meus lábios. Eu saquei que ele
queria me beijar, com certeza devo ter ficado super vermelha, eu não
consegui me conter e deitei a cabeça no ombro dele, abraçando-o
pelo pescoço, totalmente envergonhada por causa dos adultos que
estavam por perto.
_Chegamos à casa do pai dele e subimos as malas. Entramos no
quarto, ajeitamos tudo e todos foram sentar-se à mesa. Ficamos os
dois lá, parados. Olhávamos as malas e o ambiente. Eu esperava que
ele me tomasse em seus braços e me beijasse, finalmente. Mas, ele
sabia que era isso que eu queria e preferiu me deixar ansiosa. Então,
nos chamaram para almoçar, eu o olhei e disse *segurando minhas
mãos à frente do corpo, timidamente* “então, vamos...?” e ele disse
“sim”. E eu saí do quarto, indo pelo corredor e passando bem em
frente às portas que levavam uma ao banheiro e a outra, ao outro
quarto, pensando “bem, já que não quer então...” nesse exato
instante, meu pensamento foi cortado por uma mão que segurou-me
pela mão direita e me puxou para trás, fazendo-me girar o corpo e
parar, com exata destreza e precisão, junto ao corpo dele – uma de
suas mãos, firmes nas costas e a outra no ar, já indo em direção à
mim. Olhou-me por um milésimo de segundo, tempo suficiente para
eu o olhar também e, como saídos de um transe relâmpago, nos
beijamos com um desejo tão intenso que eu não acreditei que
desejaria beijar alguém assim tão urgentemente!!! \o/
Depois disso, fomos nos sentar à mesa e ele me pediu em namoro
oficialmente à minha mãe. E passamos dois dias e meio juntos.
Cheguei lá na sexta-feira, por volta das 13hs. E ele voltou para
EsPCEx no domingo à noite e eu fui embora de lá dois dias depois.
_Eu adoro a família dele inteira! Eu já os adotei como minha
também!!! Tratarem-me super super bem! \o/
Li: _ Uma cena de amor que ele fez para você que lembre?
_Ah, as cenas de amor são tantas que desde o primeiro dia do namoro
já teve. Uma que marcou bastante foi uma visita surpresa que ele me
fez. Ainda conectado, me passou o suposto código de produto para
que eu fosse buscar na loja. Eu fui lá logo depois de anotar em um
papel. Quando cheguei, o atendente disse que não era código de
produto algum, então, eu fui para um café que tem dentro da loja e
conectei no msn esperando-o conectar, pois ele me disse que, após
pegar a encomenda, eu deveria conectar nesse lugar para falar com
ele e dizer o que achei. Bem, alguns minutos depois de conectada e
nada de namorado ficar online (fiquei torcendo “sobe plaquinha,
sobe!!!”), eu já desconfiava de algo, mas esperei para ver. Então, eu
olhei para cima e vi a imagem dele refletida na placa do lugar. Ele
veio aproximando-se e me tocou as costas. Eu virei e o abracei
fortemente! Ele trouxe consigo uma rosa vermelha e grande, linda,
em um arranjo muito meigo! Foi a primeira vez que recebi flores! Foi
muito romântico!
_Em outros momentos, ele cantou para mim, levou-me à Penedo de
surpresa onde passamos momentos fantásticos e românticos em um
xale. Foi lindo demais. Temos muitos grandes momentos, e mais ainda
pequenos momentos, pequenos detalhes que ele faz de tempos em
tempos e vice-versa. Nossa vida não é um mar somente de rosas, mas
elas estão sempre ali, em 90% de todo o mar.
Li: _ Um momento triste?
_Ah... quando meu pai morreu. Eu ainda não o conhecia pessoalmente
e precisava muito dele para conversar. À noite, eu liguei para a casa
do pai dele e pedi para chamá-lo. Já passava da meia-noite, mas o pai
dele foi tão bom e o chamou sem maiores perguntas. Então, ele ficou
ali comigo me consolando e conversando. Foi um momento muito
triste para mim, mas o apoio dele me deu bastante força.
_E outros momentos tristes que sempre me dão um aperto no coração
de lembrar, são aqueles em que um de nós adoecia. Não estávamos
perto para cuidar um do outro. Esses eram momentos angustiantes e
sempre me faziam chorar de tristeza e orar muito para que ele
sarasse logo.
Li:
_
O
que
você
já
ouviu
de
desestimulo
dos
outros?
_Tudo o que se possa imaginar.
"- Você confia nele?"
"- E se ele te trair? "
"- Você acha que ele é fiel? "
_(Antes de conhecê-lo pessoalmente)
"– E se ele não for tudo aquilo que você espera? "
(Depois de conhecê-lo e dizer que ele é tudo e muito mais)
" – Ah, mas não se conhece alguém de verdade em tão pouco
tempo..."
_Quero dizer, já ouvi muitos comentários desse tipo e me cansei
deles. Hoje em dia, eu ouço, sorrio e digo educadamente: “não se
preocupe, estamos perfeitamente bem”. E se fazem alguma piada
sobre fidelidade, devolvo com uma resposta bem chocante para
quebrar o sentimento de liberdade que os outros têm em relação à
dar conselhos que são mais facas afiadas do que sorvete de flocos. As
facas te cortam e você sangra. O sorvete lhe é oferecido como um
gesto de solidariedade e cumplicidade. Quem lhe oferece uma faca,
lhe corta e vai embora. Quem lhe oferece um sorvete, fica para
saboreá-lo com você. Estou filosofando demais (eu gosto das minhas
filosofias, mas minhas comparações são meio infantis... acredito que
é mais fácil de entender assim - risos). O ponto é: aprenda a
diferenciar as facas dos sorvetes. Esquive-se das facas e recuse a
maioria dos sorvetes. Compartilhe com alguém em quem você confie.
Alguém que lhe oferece algo pode, muitas vezes, não estar sendo
sincero. Então, evitar é melhor do que remediar. É o que eu faço. Não
entro em detalhes em 90% das circunstâncias. Se dou conselhos, não
dou exemplos meus. Digo apenas a moral da história. É uma pena não
poder contar a história, mas a exposição de si mesmo é um risco que
não quero correr.
Li: _O que você acha da carreira militar?
_Não existe carreira militar porque você não está militar. Você é
militar. Militar não é função, não é profissão, é estilo de vida. Ele
falou sobre isso no começo do relacionamento e, após ele me falar
sobre o Exército, as Forças Armadas, suas atividades e etc, eu cheguei
à conclusão de que existem civis fardados e existem militares. A
diferença está na essência. O cidadão que entende a importância dos
militares, que segue os preceitos desse estilo de vida, este sim é
militar. O civil fardado não entende, não gosta, segue as regras por
obrigação, sem entender o porquê detrás de determinada ordem. Ele
não entende que um erro no mundo civil leva, no máximo, à uma
prisão prolongada; já um erro no mundo militar significa a morte, sua
e de outras pessoas – muitas, inocentes. Eu não entendia isso. Hoje,
sei perfeitamente o que significa.
_Minha visão sobre isso (e sobre toda a vida) abriu-se
escandalosamente depois que conheci o meu namorado. Vendo a sua
vida, ouvindo as histórias, conhecendo o serviço, as atribuições
pesadas, os campos, tudo o que ele passa lá dentro, passei a enxergar
de forma mais clara esse “mundo militar” que poucos civis têm o
interesse real e espontâneo de conhecer. A maioria é levada de uma
forma ou de outra à conhecer, vejam só todas nós que buscamos
informações porque eles fazem parte, se não, talvez nunca teríamos
nos preocupado com isso. Geralmente, parentes de militares são os
únicos que se interessam espontaneamente. Mas, eu creio que é um
assunto muito importante, tão importante quanto as matérias da
escola. Ainda vou escrever uma monografia falando da importância da
matéria “Educação Moral e Cívica”.
_A vida de um militar é difícil, cansativa, estressante e hoje em dia,
parece não trazer muito reconhecimento, principalmente, com
militares da aeronáutica sendo desmoralizados hierarquicamente pelo
nosso então presidente da república. É um absurdo. () Poderia falar
mais, porém, creio que respondi bem, não é? (risos)
Li: _O que você acha mais difícil em um relacionamento com milico?
_Creio que o desprendimento é o mais difícil. É aceitar cedê-lo
quando não queremos que ele saia de perto de nós.
_Todas as outras dificuldades que as pessoas mostrem serão comuns a
qualquer relacionamento. A grande diferença é essa: mulher de
militar sente na pele, no dia a dia, a preocupação da iminência de
perdê-lo ou de passar um tempo grande distante dele. Por isso, nós
valorizamos cada segundo juntos e amamos como Renato Russo dizia:
como se não houvesse amanhã. E ainda, não deixamos para amanhã o
que podemos fazer hoje, pois cada momento é precioso. O ontem fica
na memória, o futuro a Deus pertence e o presente é vivido
intensamente.
Li: _O que você faz para superar a distância?
_Não supero. Se não posso vencê-la, junto-me a ela. No sentido de
dar o devido valor à ausência e à presença. Por exemplo, em épocas
de campo ou viagens, eu uso meu tempo para ler mais sobre tudo o
que é interessante para ter muitas novidades legais para conversar
com ele quando voltar. Eu me concentro no que devo fazer e não
deixo que o martírio atinja meu coração, porque ele precisa estar
saudável quando meu amor chegar. O importante é não se deixar
abater. Deus te dá a força para superar. E, parece não funcionar, mas
funciona, não pense. Não se dê tempo para pensar em coisas tristes.
Eu procuro fazer muitas coisas diferentes para contar tudo para ele
em seu retorno, assim como ele terá coisas legais para me contar.
Atualmente, conversamos sobre os acontecimentos políticos no Brasil
e no mundo. Eu adoro conversar sobre isso com ele. Aprendo muito!
Li:
_
O
quanto
sua
carreira
é
importante
para
você?
_Eu não tenho carreira, eu tenho um propósito. Meu propósito
(objetivo de vida) é ser a mulher perfeita para ele. Não vou ser
perfeita, pois só Deus é perfeito. Mas, vou buscar sempre o meu
aperfeiçoamento para ser, a cada dia, melhor.
_Para que você possa entender meu ponto de vista: eu tenho a
principal característica que eu acho que toda mulher deve ter, eu
tenho interesses diversos. É o que se chama de versátil. Eu tenho
vários interesses, gosto de fazer várias coisas, então não tenho apego
por nada em específico. Eu sou, acima de tudo, seguidora de Cristo, e
Ele nos disse devemos servir. Então, é isso que eu quero. Pedia a
Deus, desde pequena, um príncipe encantado com quem eu vou me
casar e ser uma esposa perfeita para ele. Não que não tenha defeitos,
mas aquela que é o braço direito do marido. Consegue tomar decisões
sozinha, quando for preciso. E o marido confia nela totalmente, para
tudo. Confia na competência e sabedoria. É isso o que eu busco.
Quero agradar a Deus com a minha conduta, e agradar ao meu marido
em seguida. Eu creio nisso como você crê na sua própria existência. A
Palavra de Deus ensina bastante sobre um relacionamento entre
marido e mulher e eu busco seguir a vontade de Deus, pois ela tem
me trazido a paz e a felicidade que tantas pessoas buscam durante
toda a vida, e eu já tenho aos 23 anos de idade! (risos)
Li: _ Como é enfrentar a saudade... os dias de serviço?
_Doía muito no começo. Mas, com o tempo, aprendi a não dar valor
aos sentimentos ruins. O importante é não pensar no sofrimento, é se
concentrar na felicidade. Eu, particularmente, busco pensar nas
coisas boas que posso fazer para que Deus e ele se orgulhem de mim.
Quero o sorriso nos lábios dele enquanto me vê contando minhas
aventuras diárias, e não o olhar preocupado se eu disser que chorei
todos os dias por causa da sua ausência. Isso está dentro do princípio
da minha busca: não quero que ele se preocupe em sair de perto de
mim, já basta a ele a preocupação com a missão a cumprir. Ele sabe
que eu sofro, não preciso relembrá-lo a todo instante, muito menos
quando ele volta da missão, cansado e querendo o abrigo dos meus
braços para deitar, ouvir coisas bonitas e divertidas. Minhas
declarações de saudade geralmente são divertidas e bem humoradas,
porque buscamos um relacionamento alegre e relaxante, não
enfadonho e preocupante.
_Minha mãe sempre fala de um livro que se chama “Já não sofro
porque sofro”. Eu nunca o li, mas eu sou capaz de escrever sobre o
tema e, praticamente, capaz de saber o que o autor escreveu lá. Eu
vivo isso, eu aprendi.
Li: _Em alguma música que goste que o lembre?
_Discografia dos Engenheiros do Hawaii. Qualquer música que eu ouço
deles me faz lembrar dele, e nos momentos que eu estou muito
sensível, não consigo ouvir nenhuma música dos EngHaw que eu
começo a chorar porque cada uma me faz lembrar de algo que eu
aprendi ou de algo que ele me disse, enfim, cada uma tem uma
importância única na minha vida. (risos)
Li: _Por que a fórmula de vocês dois dá certo?
_Porque conversamos sobre tudo, e mais um pouco. Não escondemos
nada um do outro. Estamos envolvidos cem por cento nisso. Não creio
que exista uma fórmula, existe dedicação e amor. Amor acima de
tudo e dedicação constantemente para manter o amor saudável,
como uma planta que precisa ser regada, os sentimentos necessitam
de atenção. As pessoas precisam de atenção e dedicação. E ele é
extremamente dedicado a mim.
_Uma rápida declaração super importante: ele se dedica a mim
intensamente, apesar do serviço, da AMAN, da família, dos
problemas, da vida... ele está comigo totalmente. E mesmo que ele
não me ligue hoje, eu vou dormir sabendo que ele está comigo. Eu
sinto ele aqui, do meu lado. E não é algo que se constrói com palavras
apenas, se constrói com atitudes. E ele fez um ótimo trabalho nesta
obra que é o nosso amor.
Li: _ E o que você acha das futuras transferências?
_Não tenho problema com isso, ainda. Para mim, tudo ainda é uma
grande aventura que vou encarar de peito aberto e coração firme no
propósito. Sei que serão difíceis por causa do trabalho que dá, mas
não quero “perder o rebolado”, vou continuar “em cima do salto” e
“tirar tudo de letra”, até porque sei que ele estará comigo e Deus nos
ajudando. Tenho toda a força que preciso. (risos)
Li: _ É uma coisa fácil de lidar na sua cabeça?
_Não é fácil. Eu estou alerta às circunstâncias o tempo todo para não
deixar que nada deturpe a nossa vida. É difícil se você fica pensando
na parte ruim da história, então, é fácil para mim na maior parte do
tempo porque eu não focalizo no problema. Eu olho lá na frente: a
solução. E eu aprendi com ele a ser assim. Eu amadureci muito depois
que comecei a namorá-lo. Na verdade, depois de começar a conhecêlo mais. Ele me ajudou a me encontrar, me conhecer e,
principalmente, me deu liberdade e apoio para ser eu mesma. . Gosto
de dizer que meus pais me deram toda a teoria necessária para a vida
e o meu namorado me levou à prática, e no percurso, eu reciclei
conceitos, aprendi novas teorias e enfim, melhorei o ensino que vou
passar aos meus filhos.
_Sou a prova viva de que o plano de metas do JK (“crescer 50 anos em
5”) funciona (pelo menos com humanos). Bem, não cresci 50 anos - no
máximo uns 30 em maturidade – mas, foi durante um período de 5
anos (11 meses e 9 dias)!!!
Li: _ Ariel, eu só tenho a dizer que foi muito emocionante. Porque
nessa entrevista, nós fizemos olho no olho. E ouvir, não apenas ler
tudo isso foi a melhor troca do mundo. Ganhei uma amiga, com quem
quero conversar todo dia, quando abrir o msn! Veja que grande
maravilha a idéia deste livro?! Que oportuniza que mulheres que
morem tão longe como nós, possamos encher o coração da outra de
tantos ensinamentos?!! Toda felicidade do mundo para você que é
uma mulher iluminada e para seu amor! Muito iluminada mesmo! Não
falo isso por falar, falo lá do fundo da minha alma.
Entrevista 6:
"Sempre ouvia dizer que as dificuldades ou fortalecem ou acabam
com o amor."
Li:
_Onde
vocês
estão,
Natália,
nesse
mundo
de
Deus?!
_Bom, ele se formou em 2004, na AMAN. Nós já estamos há 4 anos e
meio juntos. Nos casamos e viemos para Porto Velho e eu deixei
minha família no Rio Grande do Sul. No início sempre é difícil, mas
depois a gente vai entendendo como é ser mulher de militar e
descobre que pode ser feliz nos contratempos. Agora eu sou
professora de inglês no CNA e comecei a faculdade de direito.
(trimmm...)
Li: _ Ai, desculpe (risos). Meu telefone. Alô... (...) Era meu
namorado, de São Paulo. (risos) Então, o amor, a distância... (risos)
_Sabe que eu sempre invejei as meninas do Rio, porque precisavam
viajar menos do que eu? Mas depois eu vi que a distância é igual para
todo mundo.
Li: _ É. Considerando que a minha casa fica 6h da dele. É perto.
(risos) Mas é como você disse, já que não estamos perto deles, a
distância acaba sendo a mesma para todas.
_E mesmo estando casada, em época de campos e viagens a distância
pesa. E o telefone é sempre o salva a saudade.
Li:
_Mas
como
se
conheceram
há
4
anos
e
meio
atrás?
_O pai dele também é militar, sargento. E morava na minha cidade.
Então, ele foi passar férias lá e saia junto com um amigo meu de
escola que tinha ido para AMAN também. Como é interior, não tem
muita coisa pra fazer. Era abril e já estava fazendo aquele frio
terrível lá no sul. Duas amigas e eu saímos para comprar vinho, a rua
estava escura. Percebemos que dois homens estavam nos seguindo e
começamos a fugir, claro. Daí, eu juro que escutei meu nome. Era um
amigo meu e ele. Daí, eles me convenceram a ir a uma festa que ia
ter na cidade no outro dia. Eu aceitei, desde que tivesse carona.Nós
ficamos e no outro dia ele voltou para Resende. Nos falamos por
telefone, internet até as férias de julho e foi aí que comecei a gostar
dele. Mesmo sem contato físico, já éramos namorados de longa data!
Li: _ Nossa, que impressionante!
_Era bom e meio louco. Passar a noite acordada no telefone com uma
pessoa que eu vi três noites. Porque acho que a distância faz com que
a gente conheça melhor a pessoa. Foram duas semanas de férias no
meio do ano. Aproveitamos como namorados normais, como se
convivêssemos todos os dias. Daí firmamos mesmo o relacionamento e
quando ele voltou começou a vida de namorada de cadete da AMAN.
Choro nas despedidas, horas no telefone com o redial para conseguir
linha, cartas pelo correio. Eu morava em Santa Maria,onde fazia
faculdade, e não tinha internet. Então email era mais difícil.
Trocávamos cartas, porque sempre dá para pegar o papel que a
pessoa pegou.
Li: _ Realmente do Sul para o Rio é muito distante. Como você
agüentava?
_No primeiro ano, depois do Espadim, eu achava quer era um
relacionamento diferente. Procurava não levar muito a sério. Todo o
domingo à noite o telefonema lá para Ala era sagrado e durante a
semana, mensagens no celular, emails rápidos. Quando eu menos
esperava, chegava uma carta no correio.Nos finais de semana eu
viajava para Cachoeira, onde minha família mora e sempre
encontrava minha amiga que também namorava um militar e estava
na mesma situação. Então, nos apoiávamos. Éramos muito criticadas,
falavam que éramos interesseiras, porque oficiais ganham mais,
besteiras do tipo. Que estávamos com a vida feita, concluir faculdade
seria só para dizer que estudávamos. Tinha até gente que achava que
estávamos inventando!
Li: _ Eu entendo que é difícil mesmo. Atravessar o país para vê-lo e
ainda ter gente que não acredita! Ninguém merece! (risos)
_Então, em 2004, eu fiz uma viagem de 24 horas uma vez por mês
para vê-lo. Porque era um dia para ir, outro para voltar, o que
significava dois dias a menos na faculdade. Eu saia na quinta-feira às
10h. Chegava em São Paulo na sexta às 6h,se desse sorte e pegava o
resendense das 7, para estar às 10h de sexta em Resende e esperar
ele sair ao meio dia. E na volta saia segunda de Resende pra chegar
terça, em Santa Maria. Então eu perdia muita aula e tinha que
estudar bastante pra não deixar as notas baixarem, ter jogo de
cintura com os professores no final pra eles me aliviarem nas faltas.
Sem falar no aperto financeiro. Cada moedinha era contada por nós
dois. Um vivia mandando dinheiro pro outro. E apesar disso tudo,
ainda havia amigas que mesmo depois de casada, pensam que eu
estou dando o golpe, que vou ficar milionária com um militar. Não sei
se é inveja, ou desconhecimento mesmo. Porque na minha cidade que
é pequena militar vive bem. Aliás, qualquer um que ganhe mil reais
vive bem. Mas em cidades maiores a gente sabe que é outra história.
O salário deles não é tudo isso que o povo imagina. No início, eu
explicava para elas, tentava fazê-las entender a profissão dele, a
distância, tentava falar como eu me sentia. Mas vi que com o tempo
eu só me irritava mais em ver que elas não podiam compreender. Sem
falar no “Duvido que esse namoro dure, que coisa mais estranha”.
Li: _ Eu acho que só nós que enfrentamos o mesmo podemos te
entender de verdade. Me conta, como foi a primeira transferência?
No 4º ano dele conversamos muito sobre isso. Ele não era muito bem
classificado na turma dele, e tinha medo de ir para um lugar que eu
não quisesse. Então, ele me deu um folheto com todas as cidades do
Brasil com quartel de infantaria. Eu pesquisei na internet faculdades
federais com o curso de letras. Porque na minha cabeça na época, se
eu estava em uma federal, tinha que ir para uma federal. Hoje eu não
ligo mais para isso. Então, combinamos que se fossemos para um lugar
de São Paulo para baixo, iríamos esperar eu me formar. Juntar
dinheiro e depois fazer o casamento. Mas no dia da escolha de
unidade, foi fechado tudo e quando foi a vez dele escolher, só tinha
norte e nordeste, daí ele olhou na minha lista e escolheu Porto Velho.
Por ter faculdade federal no meu curso e porque pensou que por ser
capital ia ser uma cidade boa. Mais ou menos grande e que talvez eu
gostasse. Mas lembro como se fosse hoje, ele ligando no dia da
escolha da unidade, eu toda ansiosa e ele dizendo “Vamos para Porto
Velho”. Eu achando que era brincadeira. Afinal, ele não estava bem
classificado, mas não era para tanto. Eu repetia, fala a verdade, pára
de me enganar. Ele dizia, é sério. No fim a gente acabou brigando.
Praticamente até a formatura tínhamos um problema em família.
Porque nesse último ano meu sogro tinha se transferido para Maceió e
ele tinha ido em todas as liberações de férias para minha casa. Então,
o pais dele não queria que a gente se casasse, achava besteira casar
logo depois que se formasse, porque precisava de tempo para respirar
e tal. Sem falar que estava chateado por ele não ter ido para casa
nem uma vez.
Então, no meio da confusão, de todo mundo querendo se meter na
nossa vida, na época do baile do aspirantado, demos uma fugida para
acertarmos os ponteiros. Decidimos que eu iria com ele, transferiria a
faculdade de letras e quando desse eu começaria direito. Ele sempre
me diz que o que gosta de mim é que eu não fico parada em casa. Eu
fazia de tudo. Tinha bolsa na faculdade, corrigia redação para
cursinhos, estudava inglês, não paro quieta. Ele diz que sempre teve
certeza de que não seria uma esposa estereotipada, que me
conformaria em ser dona de casa apenas. Eu perdi um ano com a
transferência, mas ano passado me formei em letras, colei grau em
fevereiro desse ano. E ao mesmo tempo minhas aulas na faculdade de
direito já estava começando.
Quando vim para aqui eu fiz amizade com esposas de militares que
eram felizes como donas de casa, uma delas tinha faculdade e tudo,
mas só procurou emprego quando apertou, por ela, estaria
cozinhando. Eu não penso que isso seja para mim. Porque não faz
parte da minha personalidade. Cuido do meu marido, do meu
cachorro, das roupas, de tudo, mas não paro minhas leituras, os
estudos de inglês e outras línguas que gosto de aprender. No primeiro
ano de casada, eu tinha só a faculdade, então, isso não ocupava todo
o meu tempo. Aprendi artesanato, ponto-cruz, decoupage e tudo que
se aprende é lucro pra gente, só o que a gente leva pra sempre é o
nosso aprendizado. Desde o ano passado moramos na vila militar, não
tenho muitas amizades porque não paro em casa, não sou de ficar
conversando em muro.
Li: _ E o que fazem aí para se divertirem?
_Saímos para barzinhos com outros casais, assistimos filme, mais em
casa do que no cinema, porque aqui os filmes chegam sempre
atrasadíssimos. O pessoal daqui vai pra uns balneários que eles
chamam de banho, são umas “prainhas de rio” com barzinhos e
esportes. Às vezes, vamos com eles, porque só assim para aliviar esse
calor. No início, eu odiava Porto Velho, porque eu estranhei o clima,
muito diferente do RS. A cultura das pessoas, o jeito de vagar de
levar a vida. Eu estranhei ficar longe da família. Eu já morei sozinha,
mas era a 2 h de viagem deles. Mas depois fui lidando melhor com
isso, fiz amizade com as pessoas da faculdade. E fui descobrindo pela
internet outras esposas, outras histórias.
Li: _ É muito importante essa troca. Ver pessoas passando pelas
mesmas experiências.
_Quando eu fui a Guajará Mirim, aqui no interior para ir a Bolívia,
ficamos na casa de um colega do meu marido, que a esposa era de
Resende. Eles começaram a nos mostrar a cidade e me dei conta que
porto velho, apesar de todos os defeitos que eu colocava era melhor
que Guajará e eu poderia estar naquela cidade naquela situação. Ela
comentou que estava feliz em morar lá. Porque poderia ser pior. Eles
poderiam estar no Forte Príncipe da Beira, que é mais no interior,
onde você mora literalmente dentro do quartel. Uma vez teve um
acidente lá com o barco que levava comida e só chegaram as garrafas
de coca-cola!
Li: _ Isso que você está falando sobre olhar para as experiências das
pessoas me fez lembrar agora de uma frase que a Fernanda disse uma
vez. A Fernanda, que foi entrevistada aqui para o livro. Ela dizia que
se ela não via o namorado fazia tempo, tinha meninas que não viam
há 2 meses, outras 4, outras, 7. E por aí vai, sempre tem alguém
agüentando algo muito pior. Uma dádiva que nós aprendemos, eu
então, aprendi demais isso, é não reclamar. Aprender a aceitar as
coisas e ter paciência. Isso não é conformação. É você tentar olhar as
coisas sem se debater contra elas.
_Claro. Eu aproveito tudo de bom que o lugar tem para oferecer.
Li: _ Economicamente, está dando para levar bem?
_ Na selva, eles ganham mais por estarem aqui. E depois que viemos
para vila as coisas melhoraram, nós somos de famílias simples e
passamos por problemas financeiros desde a infância e adolescência.
Então acostumamos a dizer que estamos mais ricos do que nunca
estivemos. Porque temos uma vida tranqüila para dois. Fazemos o que
gostamos e não nos privamos de nada. Às vezes aperta, às vezes,
folga. O bom é que o salário todo mês está na conta dele. Então, se
souber planejar direitinho dá para viver tranqüila. O meu salário
oscila, porque é hora/aula. Às vezes, fico sem emprego, então, só
vendo artesanato, mas por enquanto meu salário é um extra para
compramos coisas, juntar para as férias. Eu não reclamo demais da
vida. Eu vou lá e me viro.
Li: _ Vocês se casaram assim que ele se formou. É como o pai dele se
preocupava, se ele estaria preparado, maduro. Sinto que muitos
aspirantes tem um pouco de garotos.
_Foi muito difícil. Porque eu também acho que eles são imaturos.
Tem quer ter paciência. No início, eu me arrependi de não ter dado a
ele um tempo para amadurecer. Aquela coisa de “talvez tudo teria
sido diferente”. Eu tive que abraçar as responsabilidades práticas da
vida, pagar contas, mercado, eu tinha que dizer para ele de vez em
quando “alô? Isso é uma família, tu queria que eu casasse, agora
somos uma família”. Por isso odiei tudo no primeiro ano, foi
realmente muito difícil. Pensei em ir embora, largar tudo e voltar
para minha família várias vezes. Mas não conseguia, nem ele deixava.
Li: _ É incrível como quando a gente ama, aprende a tolerar tudo.
_Eu pensei que se um dia não gostasse de alguma coisa num homem
eu iria embora e pronto! Mas não é assim. Porque entre uma foto e
outra, tem a vida real. E é essa que a gente vive. Um das vantagens
de ser casada com um militar é que da pra ter uma idéia de como
seria a sua vida sem ele.Porque principalmente aqui na selva há
campos intermináveis, tem os 3 meses de guerra na selva que muitos
querem fazer. Tudo isso faz a gente perceber o quanto faz falta a
pessoa ali ao lado ou o quanto sentimos falta de um telefonema,
porque no meio do mato o celular não funciona direito.
Li: _ Eita, vou pensar duas vezes na próxima vez que for reclamar!
(risos)
_Podemos brigar, nos matar, mas estamos sempre juntos, como se
fosse algo biológico mesmo. Aí, com o tempo vamos acertando os
ponteiros, já não brigamos por qualquer bobagem. Aprendi a falar
com ele e resolver os problemas e insatisfações. Sempre ouvia dizer
que as dificuldades ou fortalecem ou acabam com o amor.
Li:
_
Sua
experiência
é
muito
rica
a
nos
ensinar.
Eu sempre pergunto quando conheço alguma esposa/noiva/namorada
se ela namorou durante a Aman. Porque quem namora durante a
aman, é mais forte pra encarar tudo o que vem depois. Sempre
quando eu estou triste com alguma coisa eu mexo nas cartas do
tempo de Aman, olho fotos, releio recados. E vejo que aquele amor
que construímos com tanta dificuldade não é algo em vão se lutamos
até aqui, se enfrentamos tanta coisa, amigos, família, distância, falta
de grana!
Li: _ Natália, eu quero te agradecer. Mas de coração mesmo. E te
dizer que o que mais me impressionou em todo nosso papo, foi o seu
namoro. Ali, distante 24 a 26 horas de viagem. Aquele amor de filme,
mas que só na vida real seria tão duro de sentir. E hoje te vendo
casada, feliz, posso dizer, eu acredito no amor, nessa força estranha,
louca, que nos impulsiona para frente. Que nos faz pensar que o
impossível é só uma questão de estratégias para tornar sim possível.
Foi muito legal mesmo! Parabéns por você não ter desistido e ter
colocado fé na sua vitória. Um beijo no seu coração.
Entrevista 7:
"Quando ele foi para o Haiti foi um caos (...) Nosso amor ficou
mais sólido, maduro e consciente."
Quando a gente começa uma entrevista, não tem certeza de nada. Ou
talvez tenha uma grande certeza: na próxima frase você pode se
surpreender com o que vai ouvir. É uma tarefa de acolhimento.
Receber as experiências de mãos abertas e coração também aberto.
Algumas delas podem ser extremamente enriquecedoras. E foi assim
minha conversa com a fisioterapeuta Silvia, de 27 anos, que é casada
com um terceiro sargento de cavalaria há 2 anos e 7 meses.
Li: _ Silvia, onde vocês moram?
_Atualmente estamos entre duas cidades, meu esposo serve em João
Pessoa e eu moro em Natal por causa do meu trabalho.
Li: _ E como vocês se vêem?
_Nas folgas, tanto nas minhas, quanto dele. Essa semana, por
exemplo, passarei de folga. Então, estou em João Pessoa (JP)
Li: _ Como fica a saudade?
_Geralmente isso é quinzenal. Trabalhamos muito isso quando ele foi
para o Haiti.
Li: _ Ele foi para o Haiti!?
_É. Então hoje isso é mais fácil. Nos falamos pelo msn e por telefone.
Li: _ Mas perai! Conta como foi quando ele estava no Haiti?
_Quando ele foi para o Haiti foi um caos!
começo foi horrível. Porque sempre fui muito
que chorava quando ele ia para os campos
começamos a namorar ele tinha me falado
"missão real", era o sonho dele.
(risos) Pelo menos no
apegada a ele. Do tipo
e tal. Mas desde que
sobre querer ir numa
Então, chegou um documento selecionando voluntários aqui no
regimento. Quando ele me falou, já senti que ele poderia ir e foi o
que aconteceu. Ele foi selecionado entre os voluntários. Isso
aconteceu em outubro/novembro de 2005. Ele embarcou em 23 de
maio de 2006. Nesse período eu só chorava, achava que iria morrer de
saudades, morrer de verdade.
Se num campo de uma semana eu chorava, imagine 6 meses? A
despedida foi terrível. Fui deixá-lo em Recife, chorei muito e voltei
pra casa arrasada, claro, não sabia de nada, como iria ser a
comunicação, se ele ia me ligar, se ia falar comigo no msn, nadinha.
Então, fiquei aguardando, só nos falamos dois dias depois. Passei
ainda um mês em João Pessoa sozinha, depois adoeci e fui pra casa da
minha família em Natal. Quando o vi pela primeira vez no msn chorei
horrores, feito criança!
Então fui pra natal, fiquei na casa dos meus pais. No começo minha
vida era computador, ficava em função disso 24 horas. Com o passar
dos dias comecei a refletir muito a ver que não podia continuar assim.
Porque só estava sofrendo. Daí, me matriculei na academia e comecei
uma dieta.Voltei a trabalhar, a fazer minhas coisas. Contratei um
personal, ia correr 3 vezes por semana com ele, depois a tarde
trabalhava, e nos falávamos à noite.
Li: _ Um personal?! Uau! E não rolou nem um ciúme? Ele no Haiti e
você aqui?
Olha, até deu no começo, mas sempre fui muito independente,
sempre tive amizades, ele me conheceu na faculdade ainda, sou
muito comunicativa e nunca deixei minhas amizades por ciúmes. Fiz
com que ele entendesse que seria bom pra mim. E mostrei pra ele
que eu tinha que pensar em mim também. Daí, no meio da missão eu
já estava totalmente adaptada à nova rotina. E foi assim que muita
coisa mudou, porque comecei a enxergar que não morreria de
saudades. Tive uma visão muito diferente das cosias.
Li: _ Você acha então que é fundamental a mulher ter uma vida
profissional nesse processo?
Muito fundamental. Além de ter uma vida profissional, ter
independência psicológica, entende? Não achar, como eu achava, que
a nossa vida se resume a deles.
Meu pai também é militar e na época da minha mãe todas eram donas
de casa. Hoje em dia a maioria procura trabalhar. Até porque o
salário dos maridos é pouco. Mas algumas ainda seguem em casa e
isso gera sim uma dependência.
Li: _Filhos? Pensa nisso?
_Às vezes, sim, pensamos em filhos, mas ainda não temos uma
estrutura. Filho é uma coisa, na minha opinião, que tem que ser bem
planejada. Então, acho que agora não, dá para esperar um pouco.
Li: _O relacionamento de vocês fica também como um “namoro”
(risos)? Já que estão distantes?
_Atualmente é assim, tanto eu quanto ele trabalhamos o dia inteiro,
eu em Natal, ele em JP, e à noite, depois que eu vou pra academia,
nos falamos no msn. Durante o dia sempre entramos em contato se
preciso. Nas folgas, nos vemos e um dos dois se desloca. Quando
venho pra cá, como hoje, não sinto vontade de voltar.
Li: _ O que esses anos com seu milico te ensinar com respeito a um
amor que envolve a carreira militar?
_Primeiro, que se a gente não tiver bom humor e muita paciência,
morre do coração ou do fígado. Que tudo pode mudar de uma hora
pra outra, porque no EB tudo é imprevisível. E que podemos nos
entender apenas conversando e sempre entrar em um acordo. Que a
vida a dois não é uma queda de braço e que os dois têm que ceder.
Que ficar sozinha muitas vezes pode ser bom para me conhecer
melhor para sentir saudades dele.
Li: _ O que pensa sobre um homem hoje seguir a carreira militar?
_Hum. Difícil essa pergunta. Mas acho que tem gosto pra tudo. Meu
marido ama o que faz. Mas hoje em dia existem carreiras que são
mais lucrativas e com a mesma estabilidade profissional. Então acho
que se você realmente ama a carreira militar, vá em frente. Acho a
carreira linda, mas muito sofrida, muito sacrificante e às vezes o
militar não tem o retorno esperado. Se um dia meu filho quisesse
seguir o mesmo a principio seria contra, mas se for o que realmente
ele quer, apoiaria sim. O importante é ser feliz. Acho que meu filho
poderia ser mais feliz em outras profissões, sem ter estabilidade, mas
não passar pelo que um milico passa.
Li: _ E as transferências?
_Acabamos de ser transferidos para Santa Maria, Rio Grande do Sul.
Vamos no final do ano. A transferência chegou quinta.
Li: _ Quais suas expectativas?
_Espero não sofrer de saudade do mar, arrumar emprego rápido e ser
feliz, afinal, vamos estar juntos.
Li: _ E seu emprego?
_Vou ter que largar e arrumar um novo lá. Isso é ruim. Porque
começar do zero não é fácil, mas ao mesmo tempo encaro como uma
nova chance.
Li: _ Acho que a missão do Haiti fortaleceu o amor de vocês.
_ Eles ficam muito tempo longe da família. A maioria volta mais
amável,mais apegado as mulheres. Nosso amor ficou mais sólido,
maduro, consciente.
Li: _ Que maravilha! Fico muito feliz por você e quero te agradecer
por ter aberto essas páginas da sua vida para dividir conosco no livro.
Foi um voto de confiança e eu só tive a ganhar em ouvir um pouco
sobre sua história.
Entrevista 8:
"Quem ama confia e admira, portanto eu o amo."
Bom, gente, a nossa conversa de hoje é com a querida Brenda de 25
anos. Ela mora no Rio de Janeiro e é assistente social. Ela conheceu
seu marido em dezembro de 2004 e casou com seu milico em 2005.
Li:_ Brenda, agora vocês tem uma filhinha. Muita felicidade né?
_Sim. Depois de dois meses de casada, eu estava grávida. Sou casada
com um marinheiro. Engravidei dia 8 de fevereiro e no dia 9 ele
embarcou. Voltou no dia 28. Como eu tinha muita dificuldade de
engravidar, eu não imaginava que estaria grávida. Iríamos começar
um tratamento quando ele voltasse. Quando chegou de viagem, eu
estava com muita dor na altura da cintura. Era uma dor tão intensa
que não conseguia me mover. Ele me levou ao hospital e expliquei
tudo ao médico, que me logo me levou para fazer uma tomografia. O
resultado era que eu tinha uma dor muscular, por causa de um
problema de coluna. Eu falei para o meu marido que eu não iria
tomar o remédio que o médico havia passado, pois eu estava grávida.
Ele disse que eu estava louca, porque tinha duas semanas que
tínhamos feito o exame e tinha dado negativo. Liguei para minha mãe
e ela veio com minha irmã até minha casa com um teste de gravidez
de farmácia. Que deu positivo!
Li: _ Seu marido ficou muito feliz!
_Sim! Meu marido nem conseguia falar de tanta felicidade. Ligou para
os pais em Fortaleza e foi logo dando a notícia. Todos morreram de
alegria com a surpresa. Foi a gravidez mais desejada, mas muito
triste, pois eu ficaria longe do meu marido durante toda a gestação.
Quando peguei o resultado do laboratório eram 17:30. E nesse
momento o navio dele estava deixando a Bahia de Guanabara. E
comecei a ir a ginecologista. Tomei contraste para fazer uma
tomografia. Ela me disse que minha filha seria uma aberração e que
teria que abortar.
Li:_ Que momento difícil mesmo! Minha mãe passou o mesmo. Ela
tomou um antibiótico sem saber que estava grávida. Três médicos
deram o mesmo diagnóstico: “Nascerá cego e surdo”. Minha mãe com
muita fé, começou a rezar e não quis abortar. Foram nove meses de
muita angústia em toda a família. E, quando, foi 6 h da tarde. Na
hora do Angelus, meu irmão nasceu, no dia 1 de novembro. Dia de
todos os santos. As enfermeiras levaram-no para longe. Pensamos que
tinha nascido morto. Mas não, era para colocá-lo na incubadora.
Nasceu perfeito, gordão, lorinho, enorme. Saudável. A coisa mais
linda! Uma benção do senhor! Hoje, ele tem 15 anos e é super
inteligente e bonito. Que milagre da vida! Mas lembro dos momentos
de angústia. Imagino o que você passou!
_Pois é. Nesse momento que eu mais precisava estava só. Uma
médica chegou a me encaminhar para um centro de aberrações
tetarogências que ficava localizado onde ele estava, em Santa
Catarina. Fiquei louca no trabalho, chorando muito. Pois precisava ir
até o hospital descobrir o grau de irradiação que eu havia sofrido para
dar continuidade aos tratamentos. Ele chegou de surpresa e minhas
amigas de trabalho explicaram tudo e ele correu até o hospital.
Assim, começou a nossa trajetória. Uma semana depois ele estava de
volta ao navio e dessa vez a viagem era longa. Pois ele iria agora ficar
mais 4 meses direto. Dessa vez só voltaria em agosto. Minha bebê
nasceria em outubro.
Li:_ Você deve ter se sentindo muito sozinha. Mesmo que essa
certamente não fosse a intenção e o desejo dele. Que devia estar
morrendo de saudade de você.
_ É. Eu teria que fazer todos os exames e tomar todas as decisões
sozinha. Foi aí que ficamos mais fortes e descobrimos que realmente
queria ficar juntos para sempre. Falávamos sempre que podíamos por
telefone, Internet. Um mês pagamos 2 mil reais de conta. Mas para
nós dois valeu a pena, pois era uma forma de estarmos juntos.
Mandávamos fotos pela Internet um do outro. Eu mandava da minha
barriga, da ultra.
Li:_ Eu fico me perguntando como seria a nossa vida sem Internet
para nós que amamos um milico.
_Era a forma dele estar acompanhando. Até o resultado do exame eu
enviei por email. Tirei fotos do enxoval e enviei. Estávamos distantes
de corpo, mas de alma estávamos muito perto. No dia 13 de outubro
minha filhinha nasceu graças a um milagre divino. O pulmãozinho dela
demorou a se formar e ela teve que ficar uns dias a mais no CTI. Mas
tudo
ocorreu
bem.
Li:_ Nossa, fico emocionada com sua luta, com sua garra. Por não
desistir do seu amor, por lutar ali, todo dia! Fantástico!
_Hoje, temos a coisa mais linda ao nosso lado e sei que ele me
amava, mesmo tendo que viajar. No começo foi complicado, pois a
escala era de 1 por 1. Em suma, quase não o ia. Mas agora está tudo
acertado. Ele está tirando 3 por 1. Depois disso, fiz uma tatoo:
“MINHA FILHA MINHA ALMA MEU MARIDO MINHA VIDA”
Li:_ Eu não perguntei, como se conheceram?
_Nos conhecemos no meu trabalho, em um chá de bebê que acontecia
lá. Só que eu não pude lhe dar muita atenção, pois enfim eu estava
trabalhando e eles se divertindo e havia muitas meninas dando em
cima dele. Ele, tirando o pai da bebê que iria nascer, era o único
homem (e modéstia parte) lindo demais. Eu na época estava noiva, só
começamos a nos relacionar a em Abril, passamos horas conversando,
daí veio o primeiro beijo e nunca mais nos separamos rsrsrsrs confesso
a vocês que o primeiro beijo foi roubado por mim, pois ele era muito
tímido, tive que tomar a iniciativa rsrsrsrs... E ele adorou a forma em
que foi abordado.
Li:_ Eu também sou decidida! Vou lá e smack! (risos). Mas, Brenda,
diz para a gente, o que aprendeu durante esse tempo que estão
juntos?
_Aprendi primeiramente a amar, pois eu tinha muito medo de gostar
de alguém. Fui noiva antes de conhecê-lo durante 6 anos e nunca o
amei, aprendi amar e confiar incondicionalmente, pois quando ele
viaja eu não sei o que esta fazendo, logo só me resta confiar, aprendi
que quem ama admira se orgulha da pessoa amada.
Ele me fez ser mãe e adorar esse ofício me fez ser mais paciente,ser
menos compulsiva a gastar menos a ser mais tolerante.
Ele me ensinou a ser forte.
Li:_ E ele? O que será que aprendeu?
_Aprendeu a confiar, a ser mais tolerante a ter um pouquinho mais de
fé ainda estamos em fase de conquista mais vou conseguir, pois ele é
era uma pessoa muito incrédula até que aconteceu o nosso primeiro
milagrezinho, a nossa bebezinha.
Li:_ O que seu amor, esse sentimento de “amor militar” modificou
sua vida?
Como eu já havia citado acima, amar confiando incondicionalmente,
pois à distância e cruel ela te fragiliza de várias formas você nunca
sabe se ele esta pensando em outra, se vai lhe trair logo pensa meu
Deus a as suas necessidades de homem ser humano será que ele vai
resistir às tentações, você se sente carente, porque também tem
necessidades de amar de se sentir desejada, não sabe se todos os
serviços que vem tirando e verdade daí se não confiar fica meio
pirada.
Li:_ Você tem apoio dos amigos?
_Tenho apoio das esposas dos outros milicos, pois se não apoiarmos
umas as outras piramos e são várias histórias que fica difícil lembrar
de uma nesse momento. Estou me lembrando de uma agora rsrsrs
ficava eu grávida no meu trabalho esperando ele entrar na net e uma
amiga nossa que o esposo também havido ido para o Haiti na época e
eu ficava consolando-a "claro que ele não esta lhe traindo está
trabalhando" e ela "será que ele não esta se divertindo" e eu "claro
que não" e logo em seguida eu falava um "será que o meu marido lá
na terra dele com tantas praias e com as ex-namoradas por perto não
esta curtindo e me traindo" e ela falava "claro que não ele é uma
ótima pessoa te ama muito", uma ficava defendendo o marido da
outra foi ótimo rsrsrsrs.
Li:_ Que maravilha poder contar com esse apoio! Eu também sinto
isso com minhas amigas. Às vezes, eu estou na internet meio
chateada por alguma coisa, afinal, namorar à distância pira, como
você diz, e sempre uma amiga vem me lembrar "ele te ama muito,
não faria nada, fica tranqüila". São os anjos do nosso caminho!
Você teve apoio da sua família e da dele?
_Mais da minha, pois me mudei literalmente para casa da minha mãe
a família dele mora bem longe de nós, mas mesmo de longe me
deram muito apoio.
Li:_Qual o tempo máximo que ficou sem vê-lo...?
-Fiquem 5 meses sem vê-lo direto. A saudade machuca dói pra
caramba, fiquei doente por dentro, com vontade e ir atrás dele todos
os dias, às vezes achava que ia pirar, chorava horas sem parar hoje
distante só os dias em que ele esta de serviço mais sei que quando for
cursar a cabo vai começar tudo de novo.
Li:_Você é muito ciumenta?
_Sou ciumenta, pois que ama tem ciúmes tenho ciúmes de amigas da
minha filha imagine do gato do meu marido muito mais, mais não ligo
para o que falam, pois o que os olhos não vêem o coração não sente,
mais a acho que já deixei bem claro nas respostas acima tudo que
acredito de confiança.
Li:_Você pensa o que sobre as transferências?
_Nunca foi transferido, mas penso muito sim e já coloquei na minha
cabeça que casei com ele sabendo de tudo que poderia acontecer e
vou aonde ele for e lá tento me encaixar profissionalmente sei que
sou capacitada e não vou ficar muito tempo sem emprego.
Li:_ A distância fortalece a união ou desgasta?
_A mim só fortaleceu podemos sentir o quanto amávamos um ao outro
e como queríamos ficar bem velhinhos juntos.
Li:_O que acha da carreira dele? Preferia que tivesse outra?
_Bom eu acho que se é o que ele gosta e o faz feliz eu gosto também,
pois quem ama apóia esta junto e eu quero estar sempre junto quero
que ele seja o que quer ser o que ama, pois só fazemos bem sos amos
bons profissionais fazendo aquilo que gostamos logo ele ama o que faz
e eu dou todo apoio.
Li:_ Uma frase que resuma o amor de vocês?
_Quem ama confia e admira, portanto eu o amo.
Li:_ Depois disso tudo, de toda essa lição de vida, só posso dizer que o
amor é o maior sentimento do mundo. Capaz de superar tudo. Se você
está aí distante do seu milico, pensando que não vão conseguir
ficarem juntos, que a saudade está mais forte do que pode agüentar.
Fique firme, olhe o belíssimo exemplo da Brenda. É possível sim
ultrapassar os obstáculos. Coragem, você é guerreira e a força está
dentro de você. Procure-a e descubra tudo que pode conseguir
superar!
Entrevista 9:
“Somos seres individuais, nascemos só, a maior prova de amor
que podemos dar é abrir mão dessa individualidade para ficarmos
juntos e unidos”.
A Verônica é uma pessoa muito querida que conheci através do Blog
Eu amo um Militar e não tinha como não entrevistá-la. Ela agora está
concluindo o curso de Letras, mora em Itaituba, no Pará e tem 30
anos. A Verônica está há 15 anos com seu milico, que é sargento do
Exército. Eles têm uma menina chamada Carolina.
Li:_ Verônica, vocês estão juntos já faz um tempinho. Como se
conheceram?
_Nós nos conhecemos na escola, estudávamos juntos, no ensino
fundamental, eu tinha 10 anos e ele tinha 12 anos, tocávamos na
banda marcial da escola e também morávamos no mesmo bairro.
Li:_ Muito tempo hein? E o que aprendeu desde então?
Tudo. Ele mudou toda a minha vida, ele me conhece desde a
adolescência, passei todo esse tempo com ele. Hoje sou uma pessoa
mais calma, amiga, mais centrada e com objetivos concretos. Aprendi
com ele o real valor do amor e cumplicidade, amizade, ele é o meu
melhor amigo, me incentiva, ajuda,auxilia,não vejo minha vida sem
ele hoje. Acredito que o importante de uma relação é isso, o respeito
e amizade, uma ajudando o outro, vivendo os problemas do outro,
auxiliando, vivendo as vitórias e felicidades juntos, como um só.
Li:_ E ele? O que será que aprendeu?
_ A conviver em família, a ser mais paciente. O resto só com ele.
(risos)
Li:_ O que seu amor, esse sentimento de “amor militar” modificou
sua vida?
A ter que encarar uma relação a dois de outra forma, saber conviver
com os imprevistos, entender o trabalho dele acima de tudo, viver
para ele, fortalecendo, e regando todos os dias nossa relação. Para
nós, mulheres de militar, temos que saber lidar com o imprevistos e
com a carreira deles,estar dispostas a abrir mão do nosso para viver o
dele, fazendo assim o de nós dois. Temos que compreender que para
eles também é difícil,tudo novo, quartel,amigos, um novo ambiente.
Casei para estar sempre juntos, não deixaria nunca o Ale sozinho
porque não me adaptei ao lugar, ou porque acho que a cidade não
oferece o que quero e estou acostumada, hoje moro em uma cidade
que nem transporte público tem, mas estou firme na batalha, até o
fim.
Li:_Você tem apoio das amigas?
_Sim. Quando começamos a namorar ele fazia Escola de aprendizes
de marinheiro, ficamos 6 meses longe, depois a ESA, mais um ano.
Tenho uma amiga, Márcia, que sempre estava ao meu lado, ouvindo
meu choro, saudades, me fortalecendo mesmo. Ela foi minha
madrinha de casamento.
Li:_ Falando nisso, qual o momento mais difícil que passou?
Foi quando ele sofreu um acidente no quartel e ficou 9 meses em
tratamento, passou por uma cirurgia no ombro, fisioterapia, foi um
momento difícil.
Li:_Você teve apoio da sua família e da dele?
_Da minha família sim, meu pai o tem como um filho. A família dele
já é mais complicado.
Li:_Qual o tempo máximo que ficou sem vê-lo...?
_Hoje estamos juntos. O maior tempo que ficamos separados foi na
ESA, e quando chegamos aqui em Itaituba ele ficou 30 dias em
missão.
A distância sempre é difícil, a saudade, a preocupação com eles. Hoje
lido melhor com isso, tenho uma filha de 7 anos que é minha
companhia sempre, meu amor, o melhor de nós dois está nesta
benção de Deus.
Li:_Você é muito ciumenta?
_Não muito. Tenho um ciúme normal. Não dou muito ouvido ao que
falam,sei o que tenho em casa. A pouco tempo aconteceu algo muito
chato aqui na vila, mandaram um e-mail com o nome de vários
militares,onde ali diziam que eles tinham amantes na cidade entre
outras coisas. Eu apenas disse que a confiança que ele me passava era
muito sólida, e sei que tenho em casa. Quando me casei, foi
consciente e com o homem que amava e amo até hoje, alguém que
sempre me respeitou. Antes de casarmos éramos amigos e essa
amizade não se desfez, pelo contrário, só fortaleceu. Nós dois temos
um pensamento sobre traição: Eu sei a dor que sentiria se soubesse
que fui traída, então porque fazer alguém que amo sentir essa dor?
Ele pensa da mesma forma. Porque fazer alguém que amo sofrer? Se
não dá mais certo, cada um para o seu lado.
Li:_Você pensa o que sobre as transferências?
Normal, faz parte da profissão dele. A primeira transferência foi
difícil,deixar
família,
amigos,
trabalho,
faculdade.
Hoje,
reestruturamos nossas vidas, estou cursando outra faculdade,
trabalhando bastante, na verdade já poderíamos ter ido embora, só
não o fizemos pois quero me formar aqui.
Li:_ Você o conheceu antes dele começar a carreira dele? Você o
apoiou?
Claro,apoio sempre. Nós nos apoiamos muito, somos cúmplices
mesmo, por isso essa relação já dá certo há 20 anos.
Li:_
A
distância
fortalece
a
união
ou
desgasta?
Depende de como se vê. Eu já passei muitas vezes longe dele, nossa
relação nunca desgastou.
Li:_O que acha da carreira dele? Preferia que tivesse outra?
Não, ele gosta de ser militar e eu aprendi a lidar com isso.
Li:_Uma frase que resuma o amor de vocês?
“Somos seres individuais, nascemos só, a maior prova de amor que
podemos dar é abrir mão dessa individualidade para ficarmos juntos e
unidos”.
Li:_Algum filme que você goste e que lembre vocês?
Foram dois filmes que assisti e gostei muito "Um amor para recordar"
e "Amor além da vida". Me marcaram pela história de amor, a luta
pela felicidade até o fim.
Li:_ Vê, que maravilha poder contar com sua entrevista mesmo. Esta
tarefa de contar a história das mulheres que amam um militar não é
fácil. Porque além do meu tempo que é supercurto, chego do trabalho
às 11 horas da noite e ainda faço faculdade, eu tenho que enfrentar o
silêncio de algumas pessoas que tem medo de falar o que sentem, o
que passam. Fico feliz quando existem mulheres como você, que nos
ensinam com sua experiência que às vezes, ao doar uma hora do
nosso tempo, podemos estar ajudando gente que nem conhecemos.
Veja só, você aí no Pará e eu aqui no Sudeste e vamos chegar até
pessoas do sul, do Centro-oeste. Bacana demais isso. Espero, então,
que Deus me dê forças e faça vir ao meu caminho mais entrevistadas
e que ao mesmo tempo te guie para o caminho da felicidade!
Entrevista 10:
“Você é a página mais linda que o destino escreveu na minha
vida.”
Eu conheci a Rachel, nossa querida Kel, no nosso Blog. Tive a
oportunidade de conversar com ela pessoalmente, nos encontrões das
namoradas. Posso dizer que ela é um doce de pessoa. Deixa, então,
eu apresentar para vocês. Ela é professora, estuda normal e namora
há 5 anos e 1 mês um cadete do exército.
Li:_ Kel, vamos começar pelo início desse amor?
_Bem, nos conhecemos através de uma amiga que tínhamos em
comum, eu tinha acabado de chegar de Brasília e ela queria muito
que eu o conhecesse. Daí fui, quando cheguei na casa dele tinha uma
turma de meninos, só isso me deixou sem graça, como se isso não
bastasse, ele me fez uma brincadeira que na hora tudo que eu mais
queria era me enfiar minha cabeça em um buraco bem grande,ele
simplesmente na frente de todo mundo e sem nem em conhecer,
perguntou se podia em beijar. Nossa deu vontade de matar ele, mais
ai passou, fomos embora e eu passei a odiar aquele menino né?
Coitada da minha amiga, passava o tempo todo me ouvindo falar mal
dele, até que ele começou a aparecer na minha rua, com desculpa de
acompanhar o namorado da minha amiga,ele começou a se chegar e a
minha raiva já passou a se transformar um pouco, mas eu mesma não
tinha percebido, e minha amiga falando que eu tava gostando dele e
tal, até que eu me rendi.
Depois que passou exatamente um mês que eu o conheci, ficamos
pela 1ª vez, daí o tempo foi passando e eu me envolvendo cada vez
mais com ele, até que ele me pediu em namoro, nossa vibrei né?E
claro aceitei, e graças a deus estamos bem até hoje!
Li:_ Como é namorar um militar?
Com ele aprendi o que era amar, e com isso ele foi mudando minha
vida e com certeza para melhor. Ele me ensinou a viver um mundo em
que eu mesma poderia fazer, do meu jeito e claro mais feliz, com isso
mudando meus hábitos e meus pensamentos.
Amar um militar é muito difícil, mesmo você não querendo, isso
acaba mexendo um pouco na sua vida, é como se você fosse Também
com ele uma militar, eu Por exemplo, sempre me envolvo, ainda mais
perto de campo essas coisas assim, não tem como separar a vida dele
de militar do nosso namoro, daí posso te dizer que desde que ele se
tornou milico, minha vida se modificou por completo. Com isso
aprendi que com a força do amor, tudo eu consigo superar, até os
momentos difíceis da vida.
Li:_ Você tem apoio dos amigos?
O meu apoio é e sempre foi das meninas que também namoram
militares assim como eu, no Orkut descobri uma comunidade na época
de ExPCEx que me foi de grande ajuda, pois la foi onde conheci
grandes amigas que me apóiam sempre em momentos de dificuldades.
Li:_ Vocês ficam distantes?
Nós já ficamos mais distantes do que hoje em dia, hoje ele fica aqui
no Rio mesmo e isso já é bem melhor.Com a distancia eu tento
equilibrar ocupando a cabeça, fazendo coisas para não deixar me
abater, prefiro assim.Acho que todas nós já tivemos momentos em
que achamos que não ia dar mais e que ali era o fim da linha, eu
como não sou diferente, também tive momentos bem difíceis.O meu
tempo máximo sem ele foi de quase 3 meses sem vê-lo.
Li:_ Kel, hoje ele está na AMAN. Mas uma hora vai se transferir. O que
você pensa sobre isso?
Acho que as transferências são boas para se pegar experiência para
ele, já para mim, complica um pouco, pois terei que mudar toda a
minha vida, na minha carreia eu acredito que não vá atrapalhar
tanto, pois é uma profissão flexível, na minha visão claro.Já as
amizades, infelizmente, teremos que conviver com a saudade, pra
variar nessa vida né?
Li:_ Me diz, o que pensa sobre a carreira militar?
Acho muito estressante, porém é o que quer, mas com certeza
preferia ter um namorado com um trabalho “normal”.
Li:_ Uma frase que resuma o amor de vocês?
“Você é a página mais linda que o destino escreveu na minha vida.”
Li:_ Kel, então, eu só tenho a desejar que essa página escrita da sua
vida se transforme em muitos livros que contem a mais linda história
de amor! Te desejo toda a felicidade do mundo!
Entrevista 11:
"Aprendi que sonhar é bom, mas realizar é muito melhor."
Eu confesso para vocês que me pergunto como seria ter passado pela
fase EsPCEx. Olha que difícil escrever essa sigla! Nunca tinha
reparado que intercala minúsculo e maiúscula. Mas para quem passa
por essa “fase” junto com seu namorado sabe direitinho cada
detalhe. E quem agora está neste momento é a Nat, que está fazendo
vestibular para Comunicação Social. Uma mineirinha de Juiz de Fora.
Ela já namora há 3 anos e 3 (maravilhosos, como ela mesmo diz)
meses.
Li:_ Nem precisa dizer que você vai fazer Comunicação, porque se
juntar nós duas vamos ficar aqui falando o dia todo. As pessoas de
Comunicação não conseguem contar um fato, elas narram um fato.
Então, que tal narrar para nós Tim Tim por Tim Tim como conheceu
seu amor?
_Estudávamos no Colégio Militar, porém eu nem fazia idéia da sua
existência até o dia 7 de setembro de 2002, em que nos conhecemos.
O colégio estava pronto para desfilar na principal avenida da cidade
quando o céu fechou e uma chuva muito forte caiu. Os alunos
procuraram se proteger sob as marquizes e pontos de ônibus dali.
Eu estava andando com uma amiga, quando ela parou para conversar
com uma menina que estava falando com ele naquele momento.
Fazia muito frio, então a tal amiga pediu para que ele esquentasse a
sua mão. Ele apertou a mão dela devagar até que “esquentasse”. Eu
estava tremendo de frio e ele se ofereceu para esquentar a minha
mão também. Daí ele apertou a minha mão, levemente, olhando nos
meus olhos. Como ele viu que eu estava ainda com frio, me abraçou e
encostou seu rosto junto ao meu.
A partir desse dia, ficamos amigos e passamos a nos cumprimentar e a
conversar no colégio.
Em 2003, começamos a nos conhecer mais, pois estudávamos na
mesma turma. Tínhamos amigos em comum e estávamos sempre
juntos. No final desse ano, eu fui a oradora da turma, pois estávamos
na 8ª série. No dia da solenidade, que ocorreu no teatro municipal, eu
estava uma pilha de nervos. Quando cheguei no local, ele veio me
abraçar e ficou apertando a minha mão, como no 7 de setembro, para
que eu aliviasse um pouco a tensão.
Ao subir no palco, ele sorriu para mim antes que eu começasse a ler o
alusivo. Após a formatura, ele veio me abraçar e dizer que eu estava
maravilhosa.
Não nos vimos durante as férias, até que um dia ele me ligou e disse
que
estava
se
mudando
para
o
meu
bairro.
Passamos a ser muito amigos naquele ano ( 2004), e não era raro nos
encontrar indo ou voltando do colégio.
Ele freqüentava a minha casa, conhecia meus pais, meus irmãos. Até
que um dia, a minha “super” mãe, me disse que ele parecia
interessado em mim. Eu neguei, pois pensava que a nossa relação era
apenas de amizade, porém, comecei a prestar mais “atenção” nele.
Um dia, no colégio, estávamos conversando num banco. Disse-lhe que
iria falar com uma amiga, quando ele puxou o meu braço e disse:- “
Não vai não, fica comigo?!”. Eu, apenas disse: “- Eu estou com você”,
mas ele insistiu “- Não está, fica comigo?!”. Como eu ainda não havia
“ caído na real”, apenas dei um beijo no seu rosto e saí.
Nesse mesmo dia, voltávamos juntos do colégio quando fomos nos
despedir e ele me surpreendeu, dando um beijo no canto da minha
boca. Após o ocorrido, fui embora me culpando, pois achei que o
gesto tinha partido de mim.
No outro dia, ele me ligou e conversamos normalmente até que a
minha “super” mãe, pediu para falar com ele. Eu, inocentemente,
passei o telefone para ela que disse que sabia o que ele sentia por
mim e que apoiava, sim, porem já era hora de ele tomar uma
iniciativa em relação a mim.
Eu fiquei tão nervosa que quando ela me passou o telefone, desliguei
na cara dele, sem falar nada. Tentei colocar as idéias no lugar e
tomei coragem de mandar uma mensagem, dizendo que
conversaríamos melhor depois.
No outro dia, ele me ligou e se declarou. Disse que gostava muito de
mim e que pretendia ter algo mais sério.
Quando foi de tarde, ele foi na minha casa e conversamos
pessoalmente. Eu disse que também gostava dele e ele perguntou se
eu queria ficar com ele pra sempre. Desde esse dia, 04-04-04, não nos
desgrudamos mais.
Li:_ Eu não disse que nós narramos? (risos) Nossa, quanta coisa a vida
e as experiências nos ensinam, não?
_Eu aprendi que mesmo com todas as dificuldades, devemos correr
atrás dos nossos objetivos. Aprendi que sonhar é bom, mas realizar é
muito melhor.
O meu namorado é um exemplo pra mim, pois superou muitos
obstáculos em busca da vontade de ser militar, sempre com muita
garra e vontade de vencer.
Li:_ Estava ontem conversando com uma grande amiga falando para
ela que ando aprendendo muita coisa. E uma delas é dividir meu
namorado com a família, por exemplo, tentar controlar o egoísmo.
Afinal, ele mora em outro estado. Então, não dá para partir ele ao
meio. E você?
_Esse amor militar me ensinou a ser mais forte, madura, sensata.
Aprendi a confiar mais em mim, a não ter medo de encarar a vida e a
planejar um futuro, não muito distante, cheio de amor e união.
Li:_ Eu estava falando agora pouco sobre minha amiga. E seus amigos?
Dão aquela força ou não?
É difícil as pessoas opinarem sobre algo que não viveram. Os meus
amigos me apóiam muito e me ajudam, sim. Porém ao conviver com
as minhas amigas virtuais, que passam pela mesma experiência que
eu, eu tenho mais segurança, me sinto mais serena e feliz.
É inevitável falar desse processo sem mencionar as pessoas que
conheci e que me ajudaram. Mesmo que virtualmente, foi nessas
pessoas onde eu encontrei o colo que precisei nos momentos mais
difíceis.
Li:_ Eles estão ao nosso lado nos momentos difíceis... Lembra de
algum?
Foi quando ele foi para Campinas na primeira vez. Por sermos muito
amigos e muito grudados (estudávamos no mesmo colégio e éramos
vizinhos), foi difícil não vê-lo todos os dias, e várias vezes ao dia,
como fazíamos.
Li: _ E as famílias? São a grande torcida?
Sim, pois a minha família adora ele e eu me sinto muito adorada pela
família dele também. Eles sempre apoiaram o nosso namoro desde o
inicio, e isso contribui muito para que eu crescesse mais como pessoa.
Li:_ Já ouvi falar muito da distância nessa fase. É grande?
Sim, bem distantes. Campinas fica há 9h de Juiz de Fora. Mas vejo ele
todo o mês, às vezes até duas vezes por mês ou a cada 40, 45 dias
quando não tem feriados.
Li:_ A distância fortalece a união ou desgasta?
Fortalece e muito! Os encontros ficam mais especiais, o carinho fica
melhor, é tudo muito bom, tirando a distância.
Li:_ Bate um ciuminho? Seu amor tão longe...
Eu sou ciumenta, mas não tenho motivos. É uma coisa minha mesmo,
porque acho o meu namorado o cara mais sensacional do mundo.
Eu não ligo para essas pessoas que falam demais sem saber nada. Eu é
que sei do meu namorado, do meu namoro. Eu confio muito no meu
namorado e amo muito ele, portanto, não há motivos para dar
ouvidos a coisas ou pessoas alheias.
Li:_ Sei que ainda está longe. Mas já pensa no futuro... Em vocês
sendo transferidos? Essa vida intinerante?
_Transferência é uma coisa natural, que acontece. A partir do
momento em que nos casarmos, eu serei sua esposa e terei de ir para
onde for com ele. Não posso reclamar, pois sabia desde antes do
inicio dessa carreira dele como era, uma vez que também sou filha de
militar.
Aliás, posso dizer que tenho dois amores militares: o do meu pai e o
do meu namorado, pois o meu pai está em missão na Colômbia por um
ano. Vejo- o de 3 em 3 meses, mas é difícil, dá saudade. Saudade em
dobro, né?
Li:_ Uma frase que lembra vocês?
_Preciso tanto aproveitar você. Olhar teus olhos, beijar tua boca.
Ouvir palavras de um futuro bom.
Li: _ Fico feliz de ver que nesse um ano você está superando as
dificuldades e aprendendo com tudo isso. Muita gente não consegue e
você ta aí, firme e forte.
_Ter um amor militar, não é fácil. Confesso que no início me sentia
meio perdida, desamparada. Ver as pessoas de mãos dadas nas ruas,
os gestos de carinho e saber que você não é como elas, que andam
juntos com seus amados é bem difícil.
Com um tempo, você aprende a lidar com a distância, com a saudade,
com as despedidas... É claro que você não fica imune às lágrimas que
caem toda vez que ele entra no ônibus e parte rumo ao seu sonho.
Mas aprende a suportá-las melhor e a entendê-las, porque não,
também.
Quando se está sozinha, é tudo mais complicado. Ninguém entende
um problema se não passar por ele. E como somos “raras”, o consolo
vem às vezes vazio, talvez até mais que a falta do nosso bem querer.
Nesse tempo todo, tive um apoio imenso da minha família e também
das amigas virtuais que fiz através da comunidade “Namoradas de
Preposos 2007”. Pode parecer meio vago conversar com pessoas sem
olhar nos olhos. Para mim, não é e nunca foi. Pois é bem melhor você
aprender ouvindo situações, histórias e pessoas diferentes, mas que
passam pelo mesmo que você tendo no peito muito amor e muita
confiança. Por falar em confiança, esta, é a base de tudo, tanto neles
como em você mesma.
E se ter um amor militar não é fácil, imagina dois? Sim, eu carrego
essa bagagem cheia de aprendizados comigo. Sinto muita falta do
meu pai também, que agora mora provisoriamente na Colômbia.
É bom porque divido experiências com a minha mãe também. Posso
afirmar que somos duas guerreiras, sim. Unidas, estamos aprendendo
a suportar a saudade, que bate forte no peito e que é prova de que o
amor verdadeiro não se acaba com a distância.
Li: _ Nat, conversar contigo foi muito bom! Você é um amor de
pessoa, sua disponibilidade de falar sobre você, sobre suas
experiências foi emocionante. Muito mesmo. Não tenho palavras para
te agradecer.
_Li, parabéns pelo trabalho! Você, através de suas obras
maravilhosas, contribuiu muito para o crescimento de muitas outras
meninas.
Obrigada por nos ajudar nesse momento tão difícil e por fazer parte
das nossas vidas, mesmo que indiretamente.
Entrevista: 12
"Esse relacionamento me mostrou o que é o amor de verdade"
Olha, se tem alguns cursos que são muito comuns entre as mulheres
com quem conversa são: letras, direito e... enfermagem! Ah,
psicologia também é comum. Mas enfermagem bate todas! Acho que
alguns milicos serão muito bem cuidados. (risos). E hoje, vou
conversar com a Rosimary Fernandes Moreira, de 18 anos, que estuda
Enfermagem. Ela é de Minas Gerais. Seu namorado está na Aman.
Li:_ Como vocês se conheceram?
_Nos conhecemos em 2002, ficamos no mesmo dia e ele começou a
gostar muito de mim. Na época, eu estava gostando de outro rapaz.
Namorei ainda dois anos e três meses com meu ex, mas me apaixonei
pelo meu atual namorado e acabamos ficando novamente, no dia 21
de julho de 2005. A partir daí, começamos a namorar. Eu o amo
muito!!!
Li:_
O
que
aprendeu
durante
esse
tempo
junto
com
ele?
_ Sabe, praticamente tudo!!! Hoje, sou outra garota e, o mais
importante, é que aprendi que nada, nem mesmo a distância, acaba
com um verdadeiro amor. Pelo contrário, só fortalece o que sentimos.
Aprendi a dar mais valor a mim mesma, esse relacionamento me
mostrou o que é o amor de verdade!
Li:_ E quanto a ele, você vê mudança?
_Sabe, eu acho que ele está mais feliz ao meu lado. Antes de
namorarmos, eu o achava um garoto tão triste. Como sou a primeira
namorada dele, sei que teve de mudar alguns conceitos sobre a vida,
logicamente para melhor. E ele sente menos solidão agora que
estamos juntos.
Li:_ Eu também sou a primeira namorada do meu namorado. A gente
cresce juntos, é sempre uma troca maravilhosa. Você tem apoio das
suas amigas?
_Não de todos, mas tem sempre aquela amiga do peito que nos dá
força. Sempre que ele volta para a AMAN, eu sofro muito, choro. Mas,
ouço sempre alguém me apoiando, me aconselhando a não ficar mal,
afinal, nos amamos e é isso que vale a pena focalizar.
Li:_ Vocês ficam distantes? Com você lida com essa distância?
_Sim, só nos vemos nos feriados. É muito triste ficar longe de quem se
ama, mas sei que tudo será recompensado no final. É isso que me dá
forças, além do grande amor que sentimos um pelo outro.
Li:_ Qual o tempo máximo que ficou sem vê-lo? E o que fazia para
superar a distância?
_O máximo foram dois meses e meio. E eu saia com as amigas,
dançava e me distraía muito. E, apesar de tudo, na hora de dormir
era inevitável não sentir saudade e não pensar nele.
Li: _Como foi esse primeiro ano dele na AMAN? Por que o começo é
difícil, certo?
Para mim, houve grandes mudanças porque sai de casa pra estudar
fora e passo o tempo todo sozinha. Isso e muito ruim. O momento de
distração é na faculdade, com os amigos. O começo é muito difícil
mesmo. Eu o via todos os dias, antes da EsPCEx. Ele estudava em
Viçosa, mas entrou de greve, então, passou o maior tempão aqui
comigo. Apesar de não vê-lo tanto naquela época, me fazia muito
bem tê-lo por perto e agora está mais difícil, pois estou morando
sozinha, vejo as amigas só no fim de semana e estudo bastante.
Então, me sinto mais sozinha agora do que antes.
Li: _ Quando ele se formar, você já terá concluído enfermagem?
Como será?
Sim, vamos nos formar na mesma época. Mas, acredito que esperarei
ele saber seu destino, se adaptar e, então, eu irei.
Li: _ Entendo. Por que você pensa assim?
_Eu o amo muito. Mas, sei que só Deus sabe o destino de cada um e o
que mais quero nessa vida é poder tê-lo ao meu lado pra sempre!
Li: _ E como ficará sua carreira, com as transferências de dois em dois
anos?
_É, sei que talvez terei de abrir mão. Se for assim, fazer o quê? Eu
quero é ficar com ele! Mas, tentarei concursos e tal. Para poder
desfrutar da minha profissão que gosto muito. Escolhi enfermagem
um pouco por isso, é uma área boa de emprego. A questão das
transferências, que seja do jeito que Deus quiser, mas sei que
seremos
muito
felizes.
Li: _ Olha, foi muito legal conversar contigo. Espero que você possa
passar rapidinho pelo segundo e terceiro ano com ele para logo
chegar no quarto ano,viu?!
Bom, para você que vem aqui todos os dias e acompanha nossos batepapos, eu te deixo um forte abraço.
Já recebi e-mails e scraps de pessoas pedindo desculpas por terem
pensando que eu estava de brincadeira, ou querendo fazer alguma
maldade com elas, quando as convidei para uma entrevista. Espero
que aos poucos eu possa provar que meu trabalho aqui é sério e com
boas intenções.
Apesar de ser duro ter que várias vezes ouvir grosserias. Mas faz parte
do caminho, que nem sempre é fácil, é tortuoso, íngreme, cheio de
pedras, mas quando chegamos lá em cima e vemos que vencemos é
muito gratificante.
Entrevista:
13 “A impossibilidade só existe quando é possível desistir”.
A Fernanda tem 21 anos e está comigo na contagem regressiva rumo
ao... Hexa? Nãooo. Rs, não é Copa do Mundo, rs. É o aspirantado
mesmo! Ela tem 21 anos, é Funcionária Pública e estuda
Português/Inglês lá em Curitiba. Gente, a Fê é noiva e conhece o seu
milico há sabe quanto tempo? Chuta aí?! 7 anos. Oh! Amor lindo esse,
hen?!
Li: _ Eu vou parar de enrolar e deixar ela contar como tudo começou.
_Nos conhecemos quando eu ainda era criança. Ele já era
adolescente, mas nunca conversamos. Nos cumprimentávamos, mas
nada de um contato mais direto. Depois ficamos anos sem nos ver e
quando ele entrou na Prep a mãe dele fez com que nos
encontrássemos. Ele era muito desengonçado quando adolescente,
então ela quis que eu tivesse uma outra impressão dele. Assim
começamos a namorar.
Li:_ E o que estar com ele fez da sua vida diferente, Fernanda?
_Bom, ele me modificou completamente. Eu sempre fui uma pessoa
que não ligava para os sentimentos das outras, nunca tinha namorado,
pois não gostava de ninguém no meu pé. Quase no fim da Prep
terminamos o nosso namoro; éramos muito infantis e eu não
agüentava mais namorar a distância. Passamos um ano separados e no
início do avançado voltamos. Ele fez com que eu mudasse todos os
meu planos. Eu estudei toda minha vida escolar em escola militar e
meu sonho era ser PM. Mas isso seria impossível, pois teria que deixar
a corporação quando nos casássemos. Fiz com que meus sonhos
pudessem seguir a mesma direção dos dele. Estou fazendo o curso da
minha vida e sempre pude contar com o apoio dele. Ele me ensinou a
ser mais paciente, a lutar com todas as minhas forças pelos meus
ideais, a ser mais amável. Mas ainda acho que a maior virtude dele é
a paciência. Essa foi a maior lição que ele me passou. A ser paciente
com o tempo, com a distancia, com as pessoas Que não entendem o
que é namorar dessa forma, etc.
Li: _ Amar um militar requer muita paciência.
_A cada dia aprendo a ser mais paciente, a relevar situações que
antes me deixavam furiosa, como ligar e não ter um retorno. A
entender que ele tem prioridades, como a prova do dia seguinte, que
nessa semana ela vai virar a noite estudando e não vai poder falar
com você. Esse amor vem me ensinando o quanto é difícil você Ter
uma dia cheio pegar um carro e viajar 800km só para passar 1 dia com
alguém e esse alguém vai Ter que passar o dia trabalhando. Tive que
aprender a conter minhas emoções, a ser o porto seguro de um
homem que após um acidente num campo se transforma num simples
guri que necessita de um colo. Só que esse colo é dado a distância. E
esse guri, mesmo acidentado vem ao seu encontro, só para você dar
um pouco de esperança para ele. Modificou minha rotina: Volto da
faculdade, super cansada depois de um dia estressante de trabalho, e
tenho que esperar até meia noite para falar com ela pela internet.
Aprendi a sorrir quando a minha vontade é chorar. Aprendi a me
calara quando minha vontade é gritar. Aprendi a parar e respirar e
pensar que isso tudo é passageiro, que logo ele estará ao meu lado,
sem precisar se preocupar se já é hora de ir embora. Se eu for
enumerar tudo o que esse “Amor Militar” transformou em mim e na
minha vida, vou me estender muito.
Li:_ Você tem apoio das amigos?
Amigas...Essas são minha fortaleza quando estou a ponto de largar
tudo...Amigas que fiz atraves desse namoro. Gurias que passam pela
mesma situação que eu, mas que sempre tem uma palavra e um
ombro amigo para estender, mesmo que seja virtualmente. Só tenho
a agradecer a cada uma dessas guerreiras brasileiras.
Li: _ Falando nisso, qual o momento mais difícil que passou?
Dificuldades sempre aparecem. Mas passamos dois momentos muito
difíceis. O primeiro foi quando ele estava no avançado. Ele estava
dando uma instrução de granada para cadetes do básico, quando foi
chamado para fazer uma avaliação, pois estava com problemas no
ombro. Então o cadete que assumiu a missão(e que por coincidência
era do seu quarto) tirou o pino sem querer. Então um Afim viu e
bateu na sua mão para a granada explodir longe. Mas mesmo assim
ela explodiu e esse guri veio a falecer. Sofria ele lá e eu aqui, pois ele
me ligava a todo momento dizendo que ia embora, que ia largar tudo.
Ele estava a ponto de enlouquecer. Eu chorava dia e noite, com medo
de algo acontecer a ele e por ele estar sofrendo assim. Mas depois de
uns meses ele foi voltando ao normal. E o outro momento foi ano
passado quando ele estava na Siesp (o temido campo) e teve uma
fratura no pé esquerdo. Se não fosse Deus colocar sua mão naquele
pé, ele teria que trancar para fazer uma cirurgia. Sofríamos a cada
dia com que expectativa se ele passaria na avaliação ou teia mesmo
que trancar. O processo de recuperação foi muito longo e dolorido,
mas graças a Deus ele se recuperou, não 100% mas o suficiente para
terminar a AMAN. Mesmo tudo isso acontecendo, crescemos muito e
nos unimos mais.
Li: _ E agora a distância?
Agora nos vemos dois finais de semana por mês. Mas já passamos
muito tempo sem nos ver. Ficamos quase dois meses longe. E já fiquei
mal, não ao ponto de ficar doente, mas ao ponto de me desligar do
mundo e não me comunicar mais.
Li: _ Você pensa o que sobre as transferências?
_Na distância com os amigos. Caso, já se transferiu, conte como foi, o
que passou, a fase de adaptação... Nós vamos nos casar no final do
ano e para tomarmos essa decisão conversamos muito. Como citei á
pouco, tive que abrir mão do meu sonho de ser PM mas do sonho de
se militar. Assim que eu me formar vou fazer o concurso para
professora das Forças Armadas e tenho apoio total do meu noivo. E
mesmo não entrando nesse “mundo”, vou exercer minha profissão
aonde eu vá. O que mais está me fazendo sofrer é Ter que deixar
minha irmazinha de 5 anos. Ela é praticamente minha filha, mas cada
um tem que seguir seu caminho. Vou levá-la em meu coração aonde
eu for.
Li: _ A distância fortalece a união ou desgasta?
_Você tem que ter maturidade suficiente para que a distância não
venha a acabar com seu relacionamento. Tenho um dizer que sempre
penso quando estou triste: “Tudo o que é mais sofrido, é mais
gratificante”. Vale a pena namorar assim se você ama.
Li: _O que acha da carreira dele? Preferia que tivesse outra?
_ Bom, sou suspeita para falar, mas acho uma carreira linda. Sou
super patriota e esse mundo militar sempre me encantou. Mas ele
tem outros objetivos, como passar num concurso que ganhe mais. Se
ele passar e quiser sair da corporação, vou estar ao lado dele pro que
der e vier.
Li: _ Uma frase que resuma o amor de vocês?
“A impossibilidade só existe quando é possível desistir”.
Esta frase esta escrita num muro dentro do quartel de artilharia da
minha cidade. Como trabalho perto, passo todos os dias e fico
meditando nela.
Li: _ Uma música tema que lembre vocês?
Amor Perfeito: Roberto Carlos. Essa música marcou o inicio do nosso
namoro, e quem cantava na época eram outros cantores que não sei o
nome e por coincidência, o babado novo regravou agora que voltamos
a namorar. Estamos namorando de volta há quase 3 anos.
Li: _ E que recado quer deixar para as meninas?
_Bom, o recado que deixa a quem ler a minha entrevista, é que tire
tudo de bom que você puder desta relação. Cada vez que você pensar
em desistir seja por causa da distância ou porquê a carreira dele
exige mais atenção do que ele dá para você, pense que antes de ser
um militar ele é um homem que aguarda ansiosamente um beijo seu,
um carinho, uma palavra de incentivo, enfim, ele aguarda para
recuperar em você todas as forças que necessita. Forças que neste
caso seria o amor incondicional que Deus nos deu para dar. Beijos!
Li:_ Beijos para você também, Fernanda! Eu adorei ler e quero te dar
aquele abraço daqui há hummm 120... e alguns dias... rs.
Entrevista 14:
"Só não acho legal você parar sua vida em função da carreira dele.
Sempre haverá algo que se possa fazer! "
Olha que bom, fiz um bate-papo com uma mulher que viveu um amor
militar, aprendeu algumas lições e vivênciou algumas situações que
partilhou com a gente. Vamos ouvir:
Li: _ Você já namorou um militar? Como foi?
Mariângela:
Já sim! Foi um relacionamento de montanha-russa! Cheio de altos e
baixos, por causa dos horários dele... Era complicado conciliar o
trabalho dele com o meu e mais a minha faculdade. Tínhamos que
fazer milagres para nos vermos! Até meus trabalhos da faculdade ele
acabava ajudando a fazer para podermos ficar juntos por um tempo!
Tínhamos nossas brigas, mas penso que todo casal tem brigas e depois
se reconciliam, e essas reconciliações eram sempre uma delicia!
Atualmente somos grandes amigos!!! Ele mora em outra cidade no
interior do estado!
Li: _ O que você aprendeu com esse relacionamento?
Mariângela:
Aprendi que é preciso ceder! Eu sou ruinzinha nisso, mas aprendi a
duras penas que para ganhar de um lado é preciso perder de outro!
Aprendi o vocabulário dele... coisa muito importante se você não
quiser ficar comendo sapo durante a conversa. Mas acho que o
principal aprendizado é SER INDEPENDENTE! E isso poucas mulheres
aprendem! Não fique esperando o seu namorado/noivo/marido para
resolver um dado problema! Encare e resolva! Eu percebo que muitas
mulheres se acomodam e esperam que eles resolvam tudo, desde a
marca de um creme de leite até a educação das crianças! Não pode!
Ah! Aprendi a freqüentar a igreja!!!!! Sim, meu lindo fazia questão de
ir a igreja todos os domingos!!! E ele sempre tinha um jeitinho fofo de
me convencer a ir com ele... foi um ano dividindo meu tempo entre o
centro espírita que eu freqüento e a igreja evangélica que ele
freqüentava aqui na cidade.
Li: _ Você tem alguém na família militar? Convive com algum? O que
acha do dia a dia da carreira?
Mariângela:
Sim, tive um irmão militar! Ele servia na arma de cavalaria. Por conta
disso, acabei conhecendo muitos militares! Eu era uma irmã
extremamente cuidadosa com o fardamento do meu irmão. Nos finais
de semana o meu irmão sempre trazia os amigos para dormirem aqui
em casa. Acabei virando maninha de todos! Quando eles chegavam do
campo era um problema e um prazer ao mesmo tempo... Era legal têlos todos em casa, mas quando eu via aqueles pés cheios de
“pereba”, as fardas imundas que nem se enxergava mais o verde-oliva
e sim muito barro, dava um desespero...rs!
O dia a dia da carreira militar era o que mais me aborrecia! Por conta
dos horários horríveis (e acho que todas vão concordar comigo), não
dava para planejar nada! E isso me deixava furiosa...rsrsrs!!! Eu
sempre gostei muito de viajar, e o quartel estragou muitas das minhas
viagens, pois como não gostava de deixar meu irmão sozinho acabava
não indo! Meu irmão e eu sempre andamos juntos para todos os lados!
No campo afetivo, a tortura do dia a dia é ainda pior... A correria
com as missões, serviços e... Algumas punições, atrapalhava todos os
meus planos... Não era fácil ser irmã e namorada de militar!
Felizmente eu os via ao mesmo tempo, pois eram amigos e
trabalhavam no mesmo quartel e no mesmo esquadrão!
Li: _ Você conhece esposas de militar por aí?
Mariângela:
Eita... vamos para um campo delicado...hauhauhauha!!!!!! Conheço
algumas esposas sim!!!!!! Mulheres maravilhosas!!!!!!!! Não vou citar
nomes aqui, mas quando elas lerem a entrevista, saberão que é delas
que estou falando, são vizinhas umas das outras!! Mas duas são amigas
do coração que é a *FERNANDA* E A *ESTELA* (pseudonomes), pessoas
que eu amo demais!! Amigas de toda hora e que sempre me amparam
nos meus momentos de estresse!!!!! Essas duas e as vizinhas são
pessoas que eu considero muito!!! Pessoas adoráveis!!!! Mulheres
guerreiras que cuidam de sua família com muita garra e não
esqueceram de cuidar de suas vidas!! Tem seus trabalhos e garantem
sua própria grana!!! Só posso dizer que são um exemplo a ser seguido!
Mas... como toda regra tem sua exceção, existem aquelas que não
tem boca pra nada! Tudo é o marido que decide, até a escola onde os
filhos vão estudar! Lamentável! Acabam virando motivo de chacotas!
Acho chato... pois deveriam ser motivo de orgulho! Não é fácil
acompanhar um militar! Mas é o preço que se paga quando se anula
para agradar o outro.
Li: _ O que você acha da carreira da mulher? Vale a pena largar tudo
por eles?
Mariângela:
Acho importante a carreira da mulher... mas tenho consciência de
que seguir um marido cuja carreira dependa de transferências, acaba
dificultando a vida de nós, mulheres! Não acho interessante abrir mão
de sua carreira, afinal, existem os serviços autônomos para isso! Para
facilitar o seu ingresso no mercado de trabalho do local, você pode
ser professora, vendedora autônoma, aproveite a cidade para fazer
um curso de alguma coisa, se aperfeiçoe!
Só não acho legal você parar sua vida em função da carreira dele.
Sempre haverá algo que se possa fazer! Digo isso porque minha mãe
teve essa vida. Com 20 anos de idade ela se casou e foi embora para o
interior do Maranhão e ela aproveitou os seis anos que ficou por lá
para fazer cursos de artesanatos, e até hoje, quase 20 anos depois,
ela ainda os vende aqui no centro – oeste por um bom preço. Agora
que a cultura nordestina está sendo mais divulgada por aqui!
Minha mãe foi professora, política... e atualmente está concluindo o
curso de Pedagogia que ela sempre sonhou, mas que nunca conseguiu
devido a carreira do meu pai, porque sempre moramos em cidades do
interior mesmo... aquelas cidadezinhas minúsculas que num primeiro
momento você olha e pensa: “meu Deus, o que eu vim fazer nesse fim
de mundo ?” mas depois se da conta de que haverá algo que te fará
voltar sempre, mesmo passando-se muitos anos!
Li: _ Que histórias você já viu por aí? Sobre as Maria cuturno? O que
pensa sobre elas?
Mariângela:
Eu sei que vou arder no mármore do inferno depois dessa questão,
porque vão me mandar pra lá depois que eu responder...rsrs!! Mas
vamos lá! Antes eu morria de raiva das Marias Cuturnos, mas numa
festa que fui com um amigo militar, eu conheci uma moça, a *Nayara*
(pseudonome) que está namorando o *Beto* (pseudonome) há 4
anos... ai ela me disse que morre de pena dele porque ele tenta
terminar com a outra e não consegue e por isso ela ainda aceita ser a
outra para os outros mas sabe que é a oficial no coração dele!!! Me
deu nojo do cara... como pode enganar uma pessoa durante 4 anos só
para mostrar para os amigos que ele é o cara ?!
Hoje não tenho mais raiva, porque se elas dão em cima eles podem
dizer não! Mas se eles precisam trair para se sentirem mais homens,
precisam de acompanhamento psicológico, porque isso não é normal!
Li: _ Os militares que se transferem para aí são fiéis na sua maioria?
Tem muitas festinhas?
Mariângela:
Bom... lá vou eu arder no mármore do inferno outra vez....rsrsrs!!! Há
militares que são fiéis sim... veneram suas namoradas/noivas, mas
tem outros que da nojo!!! Se acham nas festinhas exibindo as garotas
que leva consigo como se elas fossem um troféu de masculinidade!
Bom, se há festas, sim há muitas!!! Eu particularmente só vou quando
meu irmão vai junto... porque ai sei que é festa decente! O meu
irmão é muito enjoado e não me deixa ir sozinha de jeito nenhum!!!
Rola pagodinho, funk, dance... e depois das 11 da noite todo mundo
pra piscina!!! Muito legal!!!
Só na festa citada acima eu fui escondida do meu irmão...rssrs!!! e
acabei discutindo feio com meu amigo porque um colega dele levou
duas garotas de programa... bati o pé, fiz o maior piseiro pra ele me
levar pra casa... disse que me recusava a dividir o mesmo ambiente
com gentinha desse tipo!!! Eu sou muito chata com isso!!! Não é
preconceito, mas é constrangedor sabe ?!
Li: _ Você acha que a traição tem a ver com o quê? Porque eu já ouvi
falarem “ah, militar não presta”, tem a ver com a carreira ou com a
índole?
Mariângela:
_Não são todos os militares que são imprestáveis... apenas boa parte
deles...rsrs!!!
Brincadeiras a parte, vamos falar sério... eu acho que não é o quartel
que vai transformar o cara num tranqueira não!!! O ser humano tem
sua própria essência... e Parmênides diz que O SER É, O NÃO SER NÃO
É! Ou seja, não mudamos nossa essência!!! Se o cara for educado e de
princípios, ele não vai precisar se transformar numa tranqueira para
provar aos outros que é macho!!!!
Por que a traição ???? Bom, muitos amigos dizem que precisam suprir
a carência física! Mas que o coração deles é da namorada e será com
essa namorada que ele um dia irá se casar!
Mas eu acredito que se existe amor de verdade, não se sente carência
física!!! Nós não agüentamos tantos dias sozinhas ????!!!!! Eles podem
seguir o nosso exemplo!!!!
Li: _ Mariângela, obrigada por essa conversa e por sua disponibilidade
de tempo comigo! Você faz mil coisas! Rs.
Mariângela: _ Querida Li, obrigada pela oportunidade de participar do
seu livro! Foi um prazer responder suas perguntas!
Entrevista 15:
"Eu morria com ele, eu sofria com ele e chorava por ele. Mas sorria
pra ele, brigava com ele e torcia por ele!"
Ok, responde rápido para mim a primeira coisa que pensou quando viu
a nossa entrevistada de hoje?
“Ela é tão novinha!” Certo? (risos).
Algumas podem ter tido o segundo pensamento: “O que eu tenho a
aprender com ela?”. Eu já ouvi isso de uma mulher, que me disse que
não lia o Blog “Eu amo um militar”, porque já tinha passado daquela
fase (subentenda-se: “fase adolescente”, segundo ela). Não gosto da
maneira como algumas mulheres enxergam a sua experiência, ou os
seus anos de casadas com militares, como se fosse uma escada de
patentes alcançadas:_ “Ah! Eu sou mais moderna que fulana...”
Não é raro encontrar algumas que têm um comportamento
extremamente infantil e possuem uma imaturidade de irritar muitas
adolescentes “bem vividas”. Engraçado, olha que ironia do destino,
na maioria são elas que arrebitam o nariz para as mais novas.
Há gente nesse meio que acha que só será reconhecidas pelo tempo
que estão com seus milicos e pela quantidade de medalhinhas no
peito dele.
Posso ser bem sincera, já que o livro é meu e o microfone está agora
comigo: “Esse tipinho é MEDÍOCRE!”.
Ainda bem que aqui estão belíssimos exemplos de mulheres fortes,
apaixonadas e muito mente aberta! Isso é um máximo. Você aí que
entrou para ver se tinha entrevista nova, posso te falar uma coisa
hoje? Você é um máximo! Já te disseram isso? Você é brilhante! Te
digo por que: você veio aqui para ter a humildade de ouvir outras
pessoas contarem as histórias delas. Sejam essas vidas parecidas ou
não com a sua, não importa, você topou ver pontos de vistas
diferentes!
Vamos a entrevista de hoje, então. Porque eu vou falar com uma
garota maravilhosa, uma guerreira! Quando você chegar no fim da
entrevista vai entender o que digo! Chama-se Ester Chaves de Souza.
Ela terá 19 aninhos até dia 1º de setembro. Agora ela está estudando
Design Gráfico e trabalhando como secretária, em Salvador, na Bahia.
A Ester está namorando seu marinheiro há 1 ano e 11 meses. Agora
ele está em Brasília.
Li: _ Menina, que saudade deve estar agora hen? Mas quando esse
amor começou?
Ele era o melhor amigo do cara que eu tava ficando na época, eu era
nova na cidade e foi esse meu ficante que me apresentou a ele,
depois disso só éramos conhecidos e ficamos 4 meses sem nos falar
até que descobrimos que éramos conselheiros do mesmo clube.
Depois de um domingo de reconhecimento e reapresentação, viramos
amigos, e 15 dias depois ele terminou com a namorada dele, 10 dias
depois começamos a sair, ficamos e 1 semana depois ele me pediu em
namoro.
Li:_ Parece que estava escrito nas estrelas que vocês iriam ficar
juntos. E me diga, como foi o início de namoro?
_Quando o conheci, estava saindo de um período muito difícil da
minha vida e tinha desistido de tudo, vivendo por viver, e no inicio do
nosso relacionamento eu virava pra ele e falava que não gostava dele,
que ele ia se machucar e que eu estava com ele só porque não tinha
nada melhor pra fazer. Eu não sei porque, mas ele ouvia, mas
continuava comigo, dizia que eu ia mudar, que ele ia me ensinar a
amá-lo, e foi isso que ele fez, eu era insensível, egoísta até, e ele
retrucava com tanta paciência e amor que um dia eu virei pra ele e
disse: - “Rapaz, eu acho que te amo, não sei por que, nem como
aconteceu, mas você conseguiu, você me ensinou a te amar, só não
pode me machucar agora tá bom?” – Ele disse: - “Pode deixar que eu
vou te fazer muito feliz!”- E foi isso, acho que a coisa mais
importante que ele me ensinou foi a amar de novo, hoje sou mais
carinhosa, atenta, menos egoísta, mais sociável (antes eu falava que
odiava pessoas!), a tentar ser mais delicada e compreensiva com as
pessoas, ele me ensinou muita coisa!
Li:_ Estou vendo que você mudou mesmo, pelo que está me contando.
Mas e ele?
Sinceramente, não sei essa resposta, uma coisa que ele sempre me
fala é que eu o ensino sempre a ser menos metódico, a desfrutar mais
do momento, ele era muito santo quando o conheci, muito perfeito,
ele diz que eu o ajudo a ser mais “errado” e ele me ajuda a ser mais
“certa”.
Somos como o símbolo japonês acho, o bem com uma gota do mal e o
mal com uma gota do bem! (eu sou o lado mal e ele o bem, deu pra
entender, né?)
Li: _ O que o “amor militar” tem te mostrado?
Tem me ensinado bastante, ele entrou na “academia” agente tinha 5
meses de namoro, e eu tive que passar os outros 2 meses sem vê-lo, e
eu consegui encarar de uma forma que não imaginava que encararia,
o amor militar tem me mostrado que eu sou mais forte do que eu
imaginava, e o que o verdadeiro amor significa, o compromisso, o
zelo, tudo.
Hoje em dia dou mais valor a nossa relação, aos pequenos detalhes
que no dia a dia passavam em branco e hoje são como diamantes
verdadeiros, pra mim, lindos e raros, estamos a 6 meses sem nos ver
e isso faz com que cada sinal de vida dele pra mim, tenha um valor
inestimável.
Li:_Você tem apoio dos amigos?
_Na verdade, alem de vocês meninas que mesmo não sabendo são
como melhores amigas. Mas além de vocês, tenho 2, uma amiga que
se mudou pra SP depois que eu vim para BA, nós nos falamos de vez
em quando, mas sempre me dando apoio e acredita no meu
relacionamento, e um amigo que ficou lá no DF, mas ninguém
acredita na gente.
Posso contar um segredo?
Pareço meio louca falando isso, mas até hoje, todos os problemas que
passei no meu namoro, todos, sem exceção, eu corro pra vocês, leio
os textos novos, os antigos, entro nas outras edições, tiro forças do
amor de todas vocês pelos seus milicos e respiro fundo e sigo em
frente. Uma vez, cheguei chorando uma vez em uma lan house porque
estava sem internet em casa num fim de semana e comecei a ler os
textos entre uma lágrima e outra, até que comecei a sorrir, e o dono
da lan olhava pra mim com plena convicção que eu era louca, foi
cômico, mas foi verdade!
Li: _ Fico até sem saber o que dizer. Às vezes, a Lucy e eu
preparamos textos e recebemos poucos comentários, mas a gente
olha para o contador e percebe que não estamos falando para as
paredes. Que se alguém volta é porque está gostando. Foram muitos
momentos difíceis?
O momento que estamos passando, na verdade, foi a decisão mais
difícil que já tomei na minha vida. Eu tinha destruído a minha vida lá
também, e mesmo estando com ele não conseguiria recomeçar de
novo lá, não conseguiria passar por tudo de novo. Então decidi sair de
lá, eu tinha ganhado uma casa aqui na BA, minha terra, mas estava
morando lá com meu pai, eu estava no 3º semestre da faculdade de
veterinária.
Eu disse a ele que queria sair de casa, e na hora ele me pediu em
casamento, falou com meu pai, arranjou móveis, no dia seguinte
chegou com classificados pra ver uma casa, mas eu disse que não, que
não dava, pedi desculpa, perguntei se ele me esperava, que precisava
recriar minha vida e que não dava pra ser ali.
No inicio ele me odiou, claro, mas depois ele entendeu. Fiz as malas e
vim para Salvador. A coisa mais dolorosa foi deixar ele ali, naquele
aeroporto me pedindo pra ficar. Ele agora está há mais ou menos 4
meses tentando tirar as férias dele, mas está muito difícil, por ele ser
de Brasília, o grupamento é direcionado a cerimônias e segurança
política, resumindo, ele talvez seja liberado depois do 7 de setembro,
isso se o presidente não tiver nenhuma necessidade de “desfilar” pelo
congresso a fora e o grupamento seja escalado para a escolta dele.
Li: _ Você teve apoio da sua família e da dele?
Não, as duas queriam mais que tudo que agente ficasse longe.
A família dele dizia que eu tinha “estragado” a vida dele.
E a minha madrasta dizia a mesma coisa, na verdade dia, é, mais um,
você conseguiu de novo.
O meu pai dizia para eu ficar e esquecer ele que as coisas voltariam
ao normal, mas se eu achasse que não voltariam que era pra eu vir
que seria melhor.
Tirando a minha irmã de 8 anos, todos odiavam agente ser um casal.
Há, a minha mãe não acredita na gente, mas ela não liga muito, ela
diz que não pode fazer nada por mim.
Li:_ Vocês ficam muito tempo sem se ver e além da saudade tem que
agüentar isso... Mas o que tenta fazer para ocupar o tempo?
Sim; Eu tento me ocupar, ler muito, conhecer coisas novas, estudar,
arrumar a minha casa pra quando ele chegar, não sei, tento não
entrar em depressão pra não me ‘matar’ e nem voltar correndo e
jogar tudo pra cima de novo.
Logo no início, quando eu vim para Salvador, ele veio aqui passar 4
dias e foi um desastre total, agente estava em pânico e não sei por
que brigávamos a toda hora, só conseguimos conversar depois que ele
voltou pra Brasília e eu liguei pra ele, mas não adiantou muito,
agente brigava toda vez que nos falávamos, eu vi que nosso namoro
estava acabando, eu estava em crise, eu gritava com todo mundo, eu
ria sozinha, chorava em público, não dormia, comia tanto que
engordei 2 quilos e em 2 semanas, até que juntei minhas economias
pra qualquer emergência e comprei uma passagem pra lá, passei o
carnaval lá, e resolvemos tudo, foi perfeito, contei a historia no blog.
Vai fazer 6 meses esse mês.
Li:_Você é muito ciumenta?
Por incrível que parece, não e não. Não sou ciumenta, só quando ele
abusa da minha passividade e desfila por aí de camuflado ou coisa
parecida.
E não, não to nem aí pro que os outros falam, vamos fazer 2 anos
juntos contrariando tudo que já falaram da gente e pra gente, eu
confio nele e ele em mim, foi a única promessa feita antes de eu me
mudar.
Li: _ O que acha de ser transferida um dia com ele? Largar tudo aí?
Não, ele nunca foi transferido, ainda não. Eu estou acostumada com
tudo isso, eu cresci numa família pastoral, pra quem não sabe o que
é, uma família pastoral é uma família onde algum membro é pastor
(religioso), e é mandado para vários lugares para exercer funções
variadas dentro da igreja por todo o mundo, meu pai é pastor, se
formou quando eu tinha 2 anos, eu nasci em um internato com ele e
minha mãe na faculdade, depois de lá, tudo que eu fiz foi me mudar
de casa, cidade, estado, pra mim é super normal, no fundo eu ate
gosto.
Mas como o meu caso é todo ao contrário, ele que nunca se mudou e
está bem receoso com isso, mesmo assim esta esperando completar os
3 anos pra ser transferido pra Ssa.
Li: _ Ah! Você o conheceu antes dele começar a carreira dele, como
foi esse processo para sua cabeça?
No início eu não queria que ele fizesse o concurso, mas na hora eu
torci pra que acontecesse o que ele queria, e não o que eu queria,
afinal, era a vida dele, a decisão era dele, e se ele estivesse feliz eu
também estaria.
Depois ele entrou pra quarentena e me ligava de vez em quando na
hora do café da manhã as 5:30 am escondido do celular ou então de
madrugada em pânico com o lugar, que queria voltar, que era suicídio
ficar ali, eu sabia que ele falava isso porque estava com medo, é
normal, eu também estaria, e sabia se eu falasse pra ele sair, ele
bateria o sino e sairia, mas se arrependeria depois, então dava o
maior apoio, ate ameaçava se fosse preciso, depois da quarentena ele
ficou ainda mais 4 meses lá.
Eu lembro que eu acordava de madrugada chorando com medo de
acontecer algo com ele lá. Foi nessa época que conheci a mãe dele,
ela me ligava chorando às vezes, pedia pra pedir pra ele voltar
porque ele me ouviria, que eles estavam torturando o filho dela, eu
quase morria ao dizer pra ela que eu também queria que ele voltasse,
mas não ia pedir porque o melhor pra ele era lá.
Um dia pegaram o celular dele, eu quase morri porque não conseguia
falar com ele, ele me ligou de madrugado do orelhão a cobrar e disse
que me amava e pra era pra eu ligar pra mãe dele e dizer que a
amava também e pra dizer que ele estava bem.
Foi duro!
Eu morria com ele, eu sofria com ele e chorava por ele. Mas sorria pra
ele, brigava com ele e torcia por ele!
No dia da formatura dele, eu tinha uma prova na faculdade 2 horas
antes, eu falei pra ele e ele disse que me perdoava se eu não fosse.
Mas eu não me perdoaria, então eu me arrumei toda e fui pra
faculdade, fiz a prova em 20 minutos e saí desesperada, peguei uma
carona com meu sogro e cheguei a tempo de vê-lo, foi a coisa mais
gratificante vê-lo se formar, ele disse a mim que se não fosse eu ele
teria desistido, e me agradeceu. Ficar ao lado dele quando ele
precisava foi tudo pra mim, cuidar dele quando ele voltava das provas
físicas todo quebrado, arrumas as malas dele todo fim de semana,
passar noites em claro e acordar todos os dias às 5 da manhã para
orar
pelo
dia
dele,
foi
difícil,
mas
maravilhoso.
Li: _ A distância fortalece a união ou desgasta?
No meu caso acho que fortaleceu!
Li: _ O que acha da carreira dele? Preferia que tivesse outra?
Eu gosto, na verdade eu diria que até tenho um pouco de inveja dele,
porque é o tipo de carreira que eu queria muito seguir, mas como
alguém tem que ceder e também porque as oportunidades femininas
não se igualam as masculinas nessa área, prefiro ficar muito orgulhosa
dele. Ele está ótimo onde está, ele gosta, eu gosto. Me orgulho dele!
Li: _ Uma frase que resuma o amor de vocês?
Os opostos se atraem, e no nosso caso, se completam inteiramente e
de uma forma assustadora.
Li: _ Uma música tema que lembre vocês.
Olha, como eu deixei obvio na frase, agente é muito diferente, então
nunca entramos num consenso de uma musica perfeita, mas ouvi uma
musica perfeita que é agente do inicio ao fim, “Condição Humana”,
do Linox, nem sei se ele conhece essa música. Mas tem outra que ele
gosta e me mandou assim que eu me mudei, “Eu Sei”, de Papas na
Língua, a primeira e única que eu fiz questão de aprender a tocar no
violão.
Li: _ Algum filme que você goste e que lembre vocês?
”Soldados Anônimos”, foi o último filme que vimos juntos antes de eu
vir pra Ssa. (Nada romântico, eu sei, mas me faz lembrar dele
sentado no sofá lá da casa do meu pai na semana anterior a minha
viagem!)
Li: _ Eu vi esse filme, é duro de ver o lado deles... pensando sobre
nós aqui fora... É um filme complexo, porque a crítica odiou, disse
que não tinha nenhum lado político. Mas eu entendi que o filme era
um big brother da vida dos soldados. E só se propunha a isso. É muito
significativo para nós, e para o resto dos críticos foi um lixo. Eu
gostei! Mas Ester, conta mais... Alguma história que lembre?
Li, eu falo pra caramba, e gosto de escrever também, mas eu acho
que já falei demais, mesmo pra um livro.
Vou contar dois episódios meio loucos que ocorreram depois que ele
virou milico. Eu acho que já contei no blog essa primeira história, mas
se não vou te contar agora.
Uma vez logo quando ele pro CIAB (centro de instrução e
adestramento de Brasília), no segundo mês, foi permitida a visita nos
fins de semana, e eu ia todos eles com os pais dele.
Lá pelo 4º fim de semana, eu não lembro a causa, mas os pais dele
me disseram que não poderiam ir naquele fim de semana. Eu não
tinha ido ao anterior porque precisei viajar com meus pais, mas tinha
prometido a ele que iria ao próximo, fiquei muito triste, mas me
conformei, estava muito frio em Brasília e eu ainda tinha duas provas
de concursos naquele domingo.
Isso foi no sábado.
Fui para o Plano piloto muito triste no domingo, estava fazendo muito
frio, fiz a primeira prova pela manhã, ate que não sei por que me
bateu uma coisa, desisti de fazer a outra prova e fui vê-lo.
Peguei um ônibus para Santa Mª, a cidade mais próxima do CIAB, desci
no ultimo ponto possível, mas ainda tinha uns 7 km de pista até a
outra pista que dava para a entrada e mais 4 km a dentro, mas não
tinha táxi, e eu não tinha dinheiro, então fui andando, estava
chovendo, eu estava ate arrumadinha, com uma jaqueta jeans que
não me protegia em nada do frio nem da chuva.
Eu ia andado pelo acostamento e passava uns carros que me
molhavam mais ainda, tirando aqueles que passavam devagar me
olhando como se eu fosse uma louca perdida.
Cheguei na portaria, um soldado correu com um guarda chuva e
perguntou o que eu queria, eu disse que tinha ido para a hora da
visita, ele que faltavam 30 minutos para acabar e que como estava
chovendo, só quem estava no quiosque era quem estava com a
família, mas se eu quisesse ele poderia chamar meu namorado, eu
disse que sim.
Quando ele chegou e me viu toda molhada, sozinha no canto do
quiosque, correu, me abraçou, me deu uma bronca, que eu era louca,
mas agradeceu.
Ficamos abraçados mais 15 minutos e ele teve que entrar, ele
arranjou uma carona pra mim até Santa Mª pra mim, e eu voltei pra
casa como se tivesse nascido de novo.
Logo quando eu cheguei em Ssa. Eu ficava muito sozinha, eu tinha
largado a faculdade, estava em outra cidade, não conhecia ninguém,
e quem eu conhecia estava trabalhado ou estudando, então eu
passava muito tempo sem fazer nada em casa, e como todas nós
sabemos desocupação e saudade formão uma dupla deprimente, e foi
mais ou menos isso que aconteceu, eu comecei a ficar deprimida.
Lá pela 4ª semana sozinha eu já estava ficando louca e decidi sair,
mesmo que fosse sozinha, eu ia pro supermercado e ficava só olhado
as prateleiras, as pessoas lendo rótulos, ia pro shopping escrever
cartas pra ninguém ou só para ver gente mesmo.
Eu já não dormia, nem comia, nem nada, fica sempre sentada
escrevendo, eu escrevia sobre tudo e nada, era como se eu tivesse
escrevendo uma carta, só que ela não tinha fim e nem destino, falava
sobre o que tinha visto na TV, sobre o tempo chuvoso, a lua, os
cachorros da rua que não paravam, fala muita besteira.
Um dia acordei tarde, lá pelas 4 horas da tarde (nesse período eu
trocava o dia pela noite, ficava acordada ate o amanhecer e só
dormia depois das 7 da manhã), com muita saudade do meu amor, me
arrumei e saí, (andar sempre me fez bem.), andei uns 10 km,
devagar, pensando na vida, ate que lembrei que mais uns 5 km de
cima do viaduto dava pra ver dentro do GPTBA, e foi isso que eu fiz, o
sol estava se pondo, estava ficando escuro mas eu não estava nem aí,
tudo que eu queria era ficar mais perto dele, mesmo que fosse só
pela sensação de presença, e foi isso que fiz, sentei no corrimão do
viaduto e fiquei lá, olhando pra dentro do GPT como se tivesse vendo
ele mesmo trabalhando.
Fiquei sentada lá por mais ou menos 1 hora, ate que ficou frio e eu
me
lembrei
de
onde
estava
e
voltei
pra
casa.
Minha mãe me chamou de louca, doente, mas acho que não, estava
louca nem doente, só com muita saudade.
E ate hoje, quando bate muita saudade eu pego um ônibus que passa
por lá e fico olhando e sonhando em um dia vê-lo realmente lá.
Li: _ E que deixasse um recado de esperança, de fé e de força para
aquelas que vão ler sua entrevista.
Bem, pra todas nós as mulheres que amam um militar, força, toda a
força do mundo, força, paciência e uma coisa que meu pai me dizia
dês de criancinha e que hoje eu vejo do que ele estava falando.
Meninas, o diálogo, muito diálogo, a base de um relacionamento,
quaisquer que seja o gênero dele, é um bom dialogo. Gritem,
briguem, estressem-se, chorem, se arrependam do que disseram,
peçam desculpas, e se perdoem, mas dialoguem, compartilhem tudo,
por pior que seja. Isso vai ajudar bastante a se entenderem.
Acreditem se agente não falar, eles não vão adivinhar o que esta
acontecendo nem o que queremos, e isso serve pra eles também!
Sorte e amor para todas!
Eu queria agradecer a força e a oportunidade dessa entrevista.
Obrigada!
Entrevista 16:
"Essa guerra é nossa...e por essa guerra vale a pena lutar."
A Carol, ops, desculpem é a força do hábito. A Ana Carolina Silva é
uma querida participante dos meus livros, blog, sempre ali pronta
para ajudar. O difícil mesmo é arrumar um tempinho na agenda dessa
veterinária de 23 anos. Mas também, quando se consegue uma
entrevista exclusiva só se pode chegar a um grande furo! Vamos ler,
então, esse bate-papo com a Carol, que já namora há 6 anos seu
milico, que hoje é Primeiro Tenente de Cavalaria do Exército.
Li: _ Você o conheceu igual a mim: no finalzinho do segundo ano para
o terceiro. Que bom que fomos descontadas aí de alguns aninhos de
distância, não? (risos) Mas em compensação... Sempre aparecem
dificuldades...
_ Bem, tudo começou mesmo numa aposta entre amigas, que tinham
uma verdadeira paixão platônica por um amigo dele. No Colégio
Militar do Rio de Janeiro tinha uma semana cultural e nessa semana a
hora do recreio era maior e havia declamações de poesias, teatros,
exposições...enfim tudo ligado a cultura.
Ele escrevia e elas apaixonadas ficaram me perturbando para ver se
eu pegava o telefone dele. Numa aposta eu perdi e eu tive que ir
pedir o tal telefone. Só que o menino tinha mudado para Brasília
recentemente, e nós não sabíamos, e eu tive que ir pedir para uns
amigos dele. Eram todos do terceiro ano e no CM o terceiro ano era
visto como “rei” do colégio. Eu estava ainda na oitava série e mesmo
assim fui. Um dos meninos me disse para ir pegar o tal telefone com
um outro amigo dele, na parte de equitação do esquadrão( no Cm tem
uma pista de saltos, baias, onde os alunos de cavalaria montam).
Eu fui né...Então chegando lá eu fui procurar o tal menino, e logo um
menino veio se aproximando perguntando o que eu queria....eu falei
que estava procurando um determinado aluno para pegar o tal
telefone...ele ia me dando quando perguntou para que eu queria, já
que eu não o conhecia!Eu fiquei roxa, vermelha, sei lá que cor...mas
na hora inventei uma desculpa e ele acabou me dando...Ele se formou
saiu do CM, três anos se passaram e eu o vi poucas vezes depois
disso...nos 6 de maio( aniversário do cm). Bem, eu me formei e no dia
do meu baile de formatura eu fui decidida a ficar com um amigo meu,
que mexia ainda comigo....estava feliz por estar quase ficando com o
tal menino e eis que um amigo meu me puxou pelo salão para me
apresentar um amigo dele....eu fui meio contrariada mas
fui...chegando lá dei de cara com ele!
Quase tive um troço...e o pior que ele lembrou da tal situação do
telefone. A gente conversou e acabou ficando...no fim da festa fui
embora com meu pai, e ele tentou perseguir o carro para pedir o meu
telefone de novo, pois ele não tinha anotado direito. Eu não sabia
quem era e nem dei atenção. No segundo dia depois da festa liga uma
amiga minha me perguntando se podia passar meu telefone, porque
ele tinha ligado para um amigo dele, que tinha passado o telefone
dela, para ele poder pegar meu telefone (tá, foi meio zoneado!), eu
disse que tudo bem, e então ele me ligou e ficou de passar no meu
cursinho...desde então estamos juntos!
Li: _ São quase seis anos já, Carol. Muita coisa aprendeu nesse tempo,
imagino...
Ihh...acho que foram várias situações sabe...eu tinha namorado antes
com um menino que passou para uma escola militar também...me
decepcionei muito com ele, sai muito magoada e com medo de me
envolver de novo daquela forma com alguém que eu não tivesse
contato sempre....fiz até promessa para não namorar mais milico
nenhum. Bem, acontece que eu comecei a gostar do meu namorado
de forma séria e com medo de dar no que deu no namoro anterior
comecei a criar várias barreiras....tomei um susto quando ele disse
que daquele jeito não dava..ele estava muito chateado comigo, eu
então resolvi mudar de atitude seriamente...ou ia perdê-lo.
Outra vez foi quando nosso namoro passou por problemas, ele não
estava muito ligando para mim e eu fiquei muito desapontada,
comecei a ver o que não queria, pensei que ele tinha outra garota,
sei-lá...mas não sei porquê não conseguia me abrir, acabei meio que
o traindo pela net...passei a conversar com outras pessoa, para
puramente ganhar atenção...eu sou uma pessoa que gosta de
paparicos, de atenção e de dar muito carinho...essa época foi a pior
coisa da minha vida, porque ele descobriu, ficou muito chateado,
quase terminados tudo mesmo...também descobri de certas
mensagens que ele recebia e enviava no blog e assim fiquei sem o
chão.
Não agüentei e explodi, chorei, reclamei, pedi perdão e ele também
e assim voltamos a boa. Fora tudo isso ainda tinha minha mãe contra
esse namoro.
Eu era muito imatura e ele foi me ajudando a crescer a ver que não
podemos sempre esconder as coisas do mundo...que se temos
problema que se estamos chateados é melhor falar, botar para fora, e
que devemos sempre ser verdadeiros, é a melhor forma de viver, por
mais que magoe, é melhor a verdade ser dita pela nossa boca do que
descoberta ou então ser dita por bocas alheias. Além disso, aprendi a
ter medidas, nem sempre que ele está diferente o problema é
comigo, nem sempre que ele está chateado e não quer muito papo ou
muita atenção eu devo ficar chateada...aprendi a medir um pouco
tudo que eu faço. Acho que resumindo tudo ele me ajudou a encarar
um relacionamento de frente, de uma forma mais madura!
Li: _ Ele também deve ter aprendido muita coisa.
Acho que ele aprendeu a ver que dar carinho, sabe, pode ser algo
muito bom, que alivia,que ajuda. Ele viu que eu fiquei chateada com
ele não pela falta de carinho, mas pela falta de compreensão da
parte dele de não querer me entender, de ver que eu era assim. Eu
não mudei muito meu jeito. Eu sou meiga, carinhosa, fui criada
assim, sou assim e eu gosto demais disso. E ele compreendeu. Além
disso ele superou a as brigas com a minha mãe...viu que não
adiantava abrigar, botar barreiras, porque ele ia ficar cada vez mais
contra. Aprendeu a ter mais paciência, pois minha mãe pôs muitas
barreiras no meu relacionamento, além disso teve que ter muita
compreensão, pois minha faculdade exigia muito e ele viu que não
era só ele que tinha problemas na Aman.
Li: _ O que amar um militar te ensinou?
Acho que há falta de profundidade em algumas relações. Eu vejo
como as pessoas podem ser fúteis. No meu caso acho que a gente
aprende a dar valor a pequenas coisas, coisas que você pode ter agora
e ficar dias sem ter. Aprendi que vale a pena lutar por uns poucos
minutos junto de quem você ama. E que isso deve ser levado para a
vida. Lute por aquilo que você gosta, corra atrás, sempre. Aprendi
também que as pessoas as vezes são muitos mesquinhas, e não
enxergam que para se amar não é preciso estar junto 24 horas por dia
, e por você ter um relação diferente te apontam, te rotulam e
mexem com sentimentos seus, pois ficam nos “achismos” da vida...e
não te deixam em paz. Aprendi com isso a não dar ouvidos a quem eu
não confio, e pensar com dó de que essas pessoas se acham certas, e
donas da verdade. Esse tipo de amor não é platônico como muitos
pensam, não vive se suspiros, vive de momentos, e da lembrança
desses bons momentos. Relacionamentos assim não dão espaço para
brigas “idiotas”, de brigas tolas, pois o pouco tempo que se tem é
precioso, e muito bem aproveitado, não que não se tenha problemas,
mas eles são resolvidos de outra forma!De uma forma, muitas vezes
mais madura e você aprende com isso a pesar na balança pelo que
vale ou não a pena brigar!
Li: _ Você tem apoio dos amigos?
Ahh...dos amigos mais próximos tenho sim. Graças a Deus. Estudei
numa faculdade por cinco anos e as amigas que eu fiz, já no meio par
ao fim da faculdade me apoiavam, pois pelo menos duas delas tinha
namorado a distância também, já que não dava para ir a semana para
o Rio, ficávamos lá, longe deles, pois eles trabalhavam estudavam e
só o víamos nos fins de semana, então elas entendiam meu lado, pois
o viviam. Minha amigas de colégio também de deram apoio diziam
que eu era meio louca de viver um namoro doido, que depende de
outros “poréns” para poder acontecer...mas nunca me julgaram de
fato, sempre me deram apoio quando eu precisei. Mas quando meu
namoro foi para as favelas por conta do roubo das armas aqui no Rio
eu fiquei meio perdida, mas tive que continuar na ralação da
faculdade, pois tínhamos trabalho e provas pela frente. Eu
acompanhava o que dava na TV e nos jornais, que eu comprava todos
os dias.
Um dia eu estava parada na banca, meio desesperada, pois tinha uma
foto da favela onde ele estava e um monte de militares em
trincheiras. E a matéria dizia q tinha acontecido tiros na noite
passada. Eu sei lá com que cara estava, porque ela me viu e parou na
banca e me perguntou se eu estava bem, eu desabei naquele
momento e contei que meu namorado estava ali, e que já tinha ido a
outras favelas bem piores, que eu estava desesperada sem notícias,
sem noção de quando isso ia acabar, com medo, e com vontade de
tirar ele de lá, mas que ao mesmo tempo eu tinha que ser forte,
porque a mão dela mora no sul e estava mais desesperada ainda, e
que eu não podia ficar passando notícia ruim para ela, que ela tinha
que acreditar que o filho dela estava em algum lugar um pouquinho
mais seguro e não na rua, no meio do fogo cruzado. E que ele ainda
tinha uma madrinha, um pouco já idosa e que também não podia ficar
sabendo em que favela ele estava, ou seja, eu recebia poucas notícias
dele e não podia compartilhar com ninguém!Ela me abraçou e disse
que Deus não ia permitir que nada de mau acontecesse a ele, que
tudo ia ficar bem, que ele ia sair dessa. Foi o abraço que mais me deu
forças até hoje. Ai, comecei a desabafar com ela e quando ele saiu
dessa confusão ela foi a primeira a saber. Acho que sem saber ela me
fez um bem muito grande aquele dia que me abraçou!
Li: _ Qual o momento mais difícil que lembra?
Acho que esses da favela e o dia que quase terminamos sério por uma
série de problemas..fiquei dias chorando. Também teve a época que
fiquei brigada com a minha mãe por ela simplesmente não aceitar
minha relação, achar que ela não ia dar em nada e que eu estava
sendo idiota e iludida. Não foi bem um momento, mas sim uma fase.
Minha mãe simplesmente não entendia que eu pudesse amar um cara
que ficasse a semana inteira longe, e levasse isso a sério, ela não
entendeu quando passe a mudar um pouco minha vida em função
desse namoro. Ela simplesmente não aceitou o que o meu namorado
estava fazendo comigo, e simplesmente passou a se opor contra tudo
que eu fazia. Não podia sair à noite, não podia viajar com ele, e ela
não me deixou nem ir a ao baile da espora. Era um horror, eu não
entendia o porquê disso tudo. Passei por isso a mentir, e me sentia
mal por isso, mas passou a ser preciso omitir certas coisas...chegou
ao cúmulo dela me obrigar a viajar forçada para não deixar eu passar
o carnaval com meu namorado!
Tivemos brigas sérias, e ela passou a me proibir de ligar para o celular
dele. E me ameaçou de tirar da faculdade (eu estudei longe, e
precisava passar a semana fora, e ela ameaçou parar de pagar a
aluguel de onde eu ficava). Enfim, eu me senti sem chão, pois não
tinha o apoio de uma pessoa importante e isso é muito difícil. Passei
por várias situações e problemas que não contava para ela.
Desabafava com a minha irmã, que era a única que entendia meu
lado. Tinha vontade de sumir no mundo e sinceramente desejei que o
meu amor fosse par ao sul para poder ir com ele. Ele não foi, ficou no
rio, e o inferno astral continuou por anos, até uma briga que tivemos
numa viagem forçada....eu dei meio que um basta e fiz uma greve de
palavras....passava sextas feiras na minha faculdade, só voltava
sábado, e mesmo assim saia com meu namorado. Passei a não falar
mais com ela, eu sei que foi uma situação péssima, mas o que dava
para fazer?! Foi complicado, e depois de muito tempo foi que isso
melhorou e hoje ela já aceita, mas ai é tarde né...meu namorado tem
o pé atrás com ela totalmente e eu não confio mais na minha própria
mãe para contar meus problemas mais sérios.
Li: _ Bom, você não teve apoio da sua mãe, e a da família dele?
Bem, da minha mãe não... Ela só começou a aceitar o namoro a pouco
tempo. Eu conversava com a minha irmã, com meu pai...já a família
dele gostou muito de mim e eu deles...então mesmo morando longe
eu sempre tento manter algum contato com a mãe dele e com a irmã.
Li: _ Você já ficou muito tempo sem vê-lo?
Nunca fiquei muito tempo sem vê-lo...sempre teve o celular também
par ajudar, pois depois de um tempo desisti de tentar falar com ele
no telefone da ala. Preferia gastar mais um pouco e ligar para ele,
com isso passei a ligar do telefone fixo de uma vizinha minha, quando
estava a semana passando na minha faculdade para o celular
dele..era rapidinho, mas melhor do que ir para rua e tentar falar com
aquele maldito orelhão!
Li: _ Você é muito ciumenta?
Ciumenta todas somos...se alguém disser que não é ou é muito
desapegada ou então não gosta realmente. Ciúme par Amim é um
pouco o valor que você dá a pessoa. Não estou falando daquele ciúme
doentio não, mas daquelas pontadinhas que dá quando você vê aquela
ex namorada dele deixando recado no orkut, por mais inocente que
seja, ou quando você pega ele olhando para alguma mulher bonita.
Confiar em alguém que está longe é relativo...esses meninos
aprendem a dar valor a quem dá valor a eles, claro não são todos,
mas muitos não traem porque está no valor deles, na personalidade e
porque essas pessoas que eles trairiam são pessoas que eles vêem que
são meio que alicerces para eles. Muitos podem dizer que a carne é
fraca, que eles uma hora ou outra vão trair....acho que isso só ocorre
ou quando o relacionamento já está desgastado, ou quando a pessoa é
assim mesmo sabe. E para trair não é preciso estar longe, conheço
gente que praticamente morava juntos na minha faculdade e que
muita gente sabia que o menino não prestava, bastava a namorada ir
para o rio, ou não poder fazer alguma coisa, que ele arranjava
desculpas e saia, e traia a menina, ou seja, para trair não precisa
distância não...
Li: _ Você ainda não foi transferida com ele para nenhum lugar. O que
pensa sobre as mudanças?
Na distância com os amigos. Caso, já se transferiu, conte como foi, o
que passou, a fase de adaptação...Bem, faz parte né. Ele escolheu a
carreira e eu escolhi ele, já sabendo disso tudo. Emprego público
resolve um pouco a questão, mas não tem para todo mundo, então o
jeito é ir se adaptando. Nunca passei por isso, então não tenho idéia
como vai ser, vou sentir isso no fim desse ano, que ele vai para
Resende e ai vou ver como ficam as coisas...Deus queira que eu me
torne oficial também do exercito e possa seguir a carreira junto com
ele...ia ser maravilhoso.
Li:
_
Uma
frase
que
resuma
o
amor
de
você?
Acho que não tenho uma frase pronta, mas sim um poema que ele me
mandou num momento muito delicado. Ele se chama esposa de um
soldado.
Li: _ Não posso dizer que toda essa luta seja fácil. Mas cada uma de
nós descobrirá forças para superar as dificuldades que aparecerem.
Não acha?
Namorar um militar pode exigir muito, mas outras pessoas podem
passar por situações tão difíceis quanto a nossa. Mulheres que são
casadas com médicos, que tem que largar tudo para atender um
chamado, ou que são casadas com professores, que vivem nessa
situação deplorável que o governo mantém além de deles terem que
se sacrificar horas para fazer aulas, corrigir provas. Tudo depende do
ponto de vista que você olha a vida. Não adiantada ficar se
lamuriando se você namora um cadete que só vai para casa uma vez
por mês. É assim, ponto. Viva a sua vida, e quando ele estiver junto a
ti aproveite. Ta, é difícil...mas lembre-se, você escolheu. Nem
sempre vamos ter a vida normal, de conto de fadas...nossos
“príncipes” chegam cansados, aborrecidos, machucados e muitas
vezes sem muito tempo para nós, afinal, quem nunca teve um dia ao
lado do seu milico que ele simplesmente apagou no seu colo?!
O que eu posso dizer, depois de viver pelo menos um pouquinho ao
lado de um milico é que a vida é feita de momentos e que no coração
devem ser guardados apenas os bons...para que se irritar quando não
é preciso?! Para que se desesperar quando a situação não exigi?!A vida
de cadete acaba um dia, mas eles continuam sendo milicos...eles vão
alçar vôo e é preciso estar preparada para cursos, missões,
serviços...e responsabilidades um pouco mais sérias de quando ele era
cadete....ele agora vai estar na realidade!
Por pior que a Aman possa parecer, pelo menos sabemos que eles
estão seguros lá dentro, que nada de mal vai acontecer, que eles
estão protegidos, mas quando eles saem, não importa aonde irão
servir, mas a realidade muda...eles não são mais meninos, eles não
estão protegidos por muros altos....eles são os responsáveis por
defenderem a nossa pátria..e por pior que isso possa suar, sim, eles
são preparados para a guerra...que Deus nunca permita que eles
cheguem a tal ponto...mas quem namora um militar tem que ter em
mente que eles são preparados para situações extremas...
Quem namora um militar tem que ter em mente que eles não são
príncipes encantados, que eles tem defeitos, que eles são humanos, e
alguns defeitos são muito chatos, mas que é sim possível conviver
com isso....que quando ele sair da Aman não vai ser um mar de
rosas...não vai. A realidade muitas vezes choca algumas meninas que
acham que acabou a aman acabou aquele sofrimento, aquela
tensão....não....mas apesar de tudo é muito bom se sentir protegida
em braços fortes...se sentir abraçada com pequenos gestos de amor,
é ótimo quando podemos sentir orgulho deles defendendo o Brasil, é
ótimo poder ver que eles podem ser aqueles homens sérios no
quartel, mas que se desmancham com um simples carinho ou um
simples colo...é ótimo ver que apesar de tudo, aquele menino que nós
conhecemos vai estar sempre dentro deles, que por isso que estamos
com eles...pois só eles fazem nossas pernas ainda tremerem quando
nos beijam, que só eles nos dão aquele frio na barriga quando fazem
aquele carinho especial, que só eles mexem conosco...e por conta
disso não mudaríamos nada, nada mesmo...essa guerra é nossa....e
por essa guerra vale a pena lutar.
Li: _ Sim vale. Tudo vale a pena quando a alma por quem lutamos não
é pequena! Tomara que Fernando Pessoa não se revire no túmulo por
causa dessa básica adaptação. (risos) Carol, linda, força ta? Coragem
sempre e acima de tudo felicidade, porque você merece!
Bom, meninas, gostaram dessa conversa? Bom demais, né? Sabem o
poema que a Carol citou? Vou ler para vocês. Muita gente já conhece,
mas a cada vez que se lê, parece que sentimos de novo o peso das
palavras:
Esposa de soldado:
Será que você tem idéia
Sobre as chamas de luta e de epopéia
Que mantemos acesas em nossos lares?
Será que vocês sabem com justeza
Em que vivem as esposas militares?
A nossa vida é um misto emocionante
De cigana, guerreira, bandeirante
Sempre longe dos entes mais queridos
Companheiras das lutas dos maridos
A seguí-los por ásperos caminhos
Achando rosas onde houver espinhos
A nossa vida é feita de saudades
De renúncias, de sustos e de esperas
Pertencemos a todas as cidades
Conhecemos verões e primaveras
Dos rincões desta terra, os mais distantes
Nesta vida de errante menestrel
Nós vivemos em todos os quadrantes
Sendo sempre as figuras mais vibrantes
Onde houver a corneta de um quartel
Os nossos corações não tem raízes
E nossa alma não possui fronteiras
Trazemos no sotaque os mil matizes
De toda a nossa terra brasileira
Nos sentimos tranqüilas e felizes
Apesar do destino vagabundo
De vivermos um pouco em cada estado
Pois não há nada, nada neste mundo
Melhor que ser esposa de um soldado
(Neyde Cabral)
Entrevista 17:
"Quando o amor toca o coração, traz um sentimento maior que a
paixão, basta um olhar um toque e nada mais pra me fazer feliz,
como só você me faz".
Nunca pensei que conheceria tantas entrevistadas do Amazonas,
fiquei agora com muita vontade de conhecer o Estado. Mas psiiiu, vou
falar baixinho, é para não dar idéia, senão meu namorado já vai ficar
pensando em selva logo. Para que pressa, né? (risos). Então, gente,
hoje o meu bate papo é com a Alice E. Kopp de Paiva, de 22 anos,
que é casada com um sargento do EB. Eles estão juntos já há 5 anos.
Li: _ Oi, Alice! Tudo bom, contigo? Me diz, como vocês se
conheceram?
Foi muito engraçado, foi no BLAH da Tim , através de mensagens pelo
celular. Eu estava em casa sem saber o que fazer, então, peguei meu
celular e fiz uma busca avançada de pessoas que morassem na minha
cidade e, por acaso, lá estava o seu nome, então, acabei lhe enviando
uma mensagem.
No dia, ele estava no quartel triste, e olhou para o céu e falou com
Deus para mandar uma namorada, uma pessoa especial, pois estava se
sentindo muito sozinho, longe da família, em uma cidade
desconhecida. Ele foi para o alojamento e estava ao lado do seu
armário, quando então vibrou o seu celular. Era uma mensagem
minha, e seguidamente ele me respondeu. No mesmo dia fomos nos
encontrar para nos conhecer melhor, me lembro como se fosse hoje,
era o dia 21 de agosto. Nós saímos juntos. E no dia 23 de agosto era o
seu aniversário. Foi tudo muito rápido, pois no dia 23, às 00:30 h, ele
me pediu em namoro e eu aceitei. Foi muito bom, maravilhoso. Ele
disse que eu fui o melhor presente que ele já havia ganho.
Li: _ Que história mais fantástica! Dessas de livros, de filme, ou
novela. Não parece real. Quando você falou fiquei arrepiada! Então,
Alice o que aprendeu durante esse tempo que estão juntos?
Eu aprendi muitas coisas, não tem como eu falar todas, mas irei citar
uma de suas lições que foi de não desistir dos nossos sonhos e
objetivos, por mais que venha as dificuldades, pessoas querendo nos
desanimar, atrapalhar, prejudicar ou coisa parecida, não devemos
estacionar, por mais que caímos uma vez, devemos nos levantar e
continuar a caminhada, mas desistir jamais, tristeza, desânimo,
nunca! Essas palavras não existe em seu vocabulário.
Porque na vida nada alcançamos de mão beijada, sempre temos que
lutar e ir atrás do que sonhamos, dificuldades para conseguir sempre
vão haver, se fosse fácil conseguir tudo o que quiséssemos, que graça
teria nisso você não acha? Quando as coisas que tanto desejamos são
difíceis, maior é o gosto da vitória a ser saboreada.
Li: _ E o reverso? Em que acha que ele modificou estando e
convivendo contigo?
Ele aprendeu comigo a ser uma pessoa mais calma, acreditar mais em
Deus e a lutar para que a cada dia de nossas vidas sejamos mais
felizes juntos.
Li: _O que seu amor, esse sentimento de "amor militar" modificou sua
vida?
A minha vida mudou totalmente quando o conheci, aprendi a ser
compreensiva, a ceder quando preciso a ter calma, paciência, e o
principal saber esperar a hora certa de cada coisa, A cada dia eu
aprendo mais e mais com esse amor militar.
Li: _ Acho muito bonito isso que falou, sobre não desistir, mesmo
quando há pedras no caminho. Lembra de alguma dessas pedras?
Olha são muitos momentos difíceis. Depois que casamos e viemos para
o Amazonas. Logo de cara, quando meu esposo foi transferido
mandamos o nosso carro por uma transportadora bem conceituada,
que nos deu total segurança, dizendo que podíamos mandar as nossas
coisas dentro do carro que não iria acontecer nada, ou seja roubar.
Como éramos recém casados, não tínhamos nada, a única coisa que
tínhamos era uma Televisão que fazia um ano que havia ganhado
dele, Aparelho de Som, DVD, minha Prancha, Secador de cabelo, uma
Depiladora que fazia um mês que havia ganhado dele também e ainda
não tinha usado, uns 4 pares de calçados novos que meu esposo havia
comprado antes de vir para cá...
Então, quando fomos buscar o nosso carro, meu esposo abriu o portamalas e viu que não havia nada dentro do carro, haviam feito uma
limpa e ninguém se responsabilizou, pagamos 1.500,00 pelo
transporte e as coisas que nos roubaram passavam desse valor.
A empresa que contratamos era de São Paulo, mas quando fomos
atrás para nos indenizarem, disseram que não tinha nada haver com
isso, que era problema da transportadora de Porto Velho, e assim foi,
na cidade não havia um advogado e a cidade mais perto que podíamos
ir era a de Porto velho, mas como as estradas estão horrorosa só
cratera demoraríamos umas 4 horas 4 horas e meia de viagem se você
tiver sorte de não estourar pneus, então, largamos mão e pedimos
forças para Deus nos ajudar a continuar a nossa caminhada, pois
sabemos que o que foi roubado de nós o Senhor nos restitui.
Li: _ Imagino a sensação que sentiram. Porque é horrível quando nos
enganam e tomam aquilo que lutamos tanto para conseguir. Mas Deus
vai dá para vocês em triplo tudinho! Então, vocês são casados já...
Mas ficam distantes?
Sim, sempre que tem uma missão ou campo, algo parecido, ficamos
distantes um do outro. Não vou ser cínica em dizer que já estou
acostumada ou que é normal, a distância a saudade me incômoda e
muito, claro, eu nunca fiquei doente, pelo contrário, esse momento
eu pego para refletir para ver em que posso melhorar ainda mais o
nosso casamento, para continuarmos a ter uma vida tão maravilhosa e
abençoada por Deus que temos e o que fazer para deixá-lo ainda mais
e mais feliz, amar é deixar de pensar em nós e pensar na pessoa que
amamos, que está em nosso lado e fazê-la feliz a cada dia.
Li: _Você é muito ciumenta? Liga para o que as pessoas falam sobre a
dificuldade de se confiar em alguém que está longe?
Tenho um pouco de ciúmes sim, mas não doentio, pelo contrário
quando amamos sentimos sim um certo ciúme é normal , amo
loucamente
o
meu
querido
e
amado
esposo.
Não, pelo contrario tenho pena dessas pessoas que tem esse
pensamento, pois elas falam isso por que já tiveram alguma decepção
amorosa, alguma experiência muito ruim que ela já deve ter tido em
sua vida pessoal.
Li: _ O que você pensa o que sobre as transferências?
No meu ponto de vista não vale muito a pena ser transferido. Eu e
meu esposo tiramos esta conclusão que não há dinheiro no mundo que
pague o convívio com a família, amigos, essa comunhão tão bonita
que Deus nos deu, pois você fica tão longe e infelizmente o relógio
não pára, ele continua. Então, quando você volta para rever sua
família, você percebe o tempo que você perdeu por estar longe de
quem você ama.
E também os móveis: você nunca pode ter móveis bons, pois a cada
transferência eles estragam, e às vezes o preço que você paga para
um caminhão de mudanças, não vale os móveis que você tem em casa
de tão detonados que eles ficam, pois se você ver, só sobrou a
carcaça, já foi se acabando devido tantas transferências.
Infelizmente tive que trancar minha faculdade de Pedagogia e isso
para mim foi muito ruim, pois tranquei no segundo ano e em 2008 iria
me formar. E agora tenho que começar tudo de novo, pois achamos
que não era cabível eu transferir minha faculdade para o estado do
Amazonas, devido a situação.
Li: _ A distância fortalece a união ou desgasta?
Para nós a distância dos familiares esta fazendo com que a nossa
união a cada dia esta se fortalecendo mais e mais, pois estamos
sozinhos, e quando sentimos saudades da família nos consolamos um
com o outro em seus braços.
Li: _O que acha da carreira dele? Preferia que tivesse outra?
Não, pelo contrario, eu acho linda a profissão dele, mas se chegar a
uma certa altura do campeonato que ele decidir ter uma outra
profissão, eu apoiarei sempre, não importa se é ou não militar.
Li: _Uma frase que resuma o amor de vocês?
"Quando o amor toca o coração, traz um sentimento maior que a
paixão, basta um olhar um toque e nada mais pra me fazer feliz,
como só você me faz".
Li: _ Eu só tenho a dizer que gostei muito da maneira tão concreta e
objetiva que conseguiu nos passar sua experiência. Isso é ótimo para
nós novatas. Tenho certeza que todo mundo aqui ficou com medo de
passar pelo mesmo que passou com seu carro, por exemplo. E que
palavras finais você tem para deixar?
Gostaria de dizer para quem ama um militar, para não ficar
discutindo por coisas banais, que não são de tanta importância assim,
para que tenha o máximo de compreensão possível e calma, pois
quando eu namorava, confesso que passei muitos momentos difíceis,
muitas vezes precisei me calar, ignorar certas situações e até mesmo
fazer de conta que nada esta acontecendo, pois era um período de
adaptação.
Não é fácil, mas também não é impossível, pois se paramos para dar
importância, dependendo da situação, ficaríamos o tempo todo
brigando. E uma outra coisa: não cobre datas comemorativas, ou
coisas parecida, pois nos mulheres somos muito detalhistas, enquanto
eles não são assim devido o corre-corre do trabalho que eles tem, mas
desejo a todas as mulheres que amam um militar que o senhor possa
derramar chuvas de benções e dê muito amor para com cada uma,
assim como o senhor tem derramado sobre minha vida e a de meu
amado querido esposo, a cada dia que passa.
Beijos com carinho Alice Kopp de Paiva!
Li: _ Amém! Beijos, Alice!
Entrevista 18:
"Aprendi a não valorizar muito algumas datas comemorativas e sim
valorizar o tempo que temos juntos."
Oi para você que abriu o nosso livro hoje a fim de ler mais uma
entrevista e aprender um pouquinho com a vida de outras meninas e
mulheres que, como você, amam um militar e sabem que sempre há
imprevistos em nosso caminho, mas eles nunca nos fazem desistir do
nosso amor!
Agora, vou ter o prazer e a honra de conversar com a queridíssima
Luciana, mas conhecida por Luma. Ela tem 24 anos e é estagiária de
Saúde Coletiva ( Posto de saúde), estuda Enfermagem e Obstetrícia e
mora no Rio de Janeiro. A Luma namora há 6 anos 10 meses um 1º
tenente do EB. Agora eles estão longe um do outro. Enquanto nossa
Luma está aqui no RJ, ele serve em São Luiz Gonzaga no interior do
Rio grande do Sul.
Li: _ Temos tantas coisas para falar que estou perdida aqui no script.
(risos). Mas vamos iniciar pelo começo dos dois:
Éramos muito novinhos tínhamos apenas 15 anos de idade... eu o
achava orelhudo, narigudo e ele me achava uma patricinha, sempre
tivemos amigos em comum, minhas melhores amigas estudavam com
ele num colégio aqui perto... e ele freqüentava as festas. Mas a
aproximação foi pela Internet, onde através do icq começamos a nos
falar sempre. Até que realmente conhecemos mesmo um e o outro.
Li: _ Já que você era tão novinha assim, tiveram a oportunidade de
amadurecer junto com ele.
Ele me ensinou a ter paciência, a acreditar no imprevisível, sem
contar que com ele aprendi o que o amor é em sua plenitude. Nunca
acreditei em conto de fadas, e não acredito, porque todos nós
possuímos defeitos. Aprendi a tolerar os defeitos e a exaltar as
qualidades. Aprendi que distância alguma separa qualquer que seja o
sentimento verdadeiro.
Na verdade ele me modifica todos os dias, é impressionante depois de
tantos anos como ele ainda faz meu coração bater, quando estou
prestes a encontrá-lo, ou quando eu menos espero, chega um torpedo
falando do nosso amor. É engraçado como uma pessoa pode fazer
feliz seu dia com apenas um “te amo” rápido ele tem essa
capacidade. Aprendo tanto, tanto, ele me modificou com certeza pra
ser um ser humano melhor, mais compreensivo, mas adaptativo.
Li: _ Você também deve ter colaborado no crescimento dele...
Eu acredito que modifiquei a maneira dele achar que a primeira
impressão é a que fica. Sempre fui muito filhinha de papai,
patricinha, estudei nos melhores colégios e ando com roupa de
marca, ele tinha uma impressão fútil de mim, ele mesmo já assumiu
isso algumas vezes, mas nunca fui uma pessoa fútil, só gosto de andar
bem vestida, e meus pais me dão o que tem de melhor. Sou a pessoa
mais sensível do mundo e a mais boba também, com isso ele percebeu
o que havia de melhor em mim através da convivência. Acho que ele
mudou muito a visão de futuro que ele tinha também... hoje ele
pensa mais em nós do que nele e confesso que amo isso nele, por que
faz com que eu acredite num sonho que estar com ele como esposa e
mãe de seus filhos.
Li: _ Entre as muitas coisas que vocês cresceram juntos está o “amor
militar” (eu ainda vou patentear esse termo – risos- isso pega!). O que
esse amor te fez mudar, te ensinou?
Difícil essa pergunta por que o amor militar é complicado, tão
complicado que pensei em desistir algumas vezes, não é fácil não
poder estar com quem se ama no seu aniversário, no dia dos
namorados ou quando simplesmente você precisa de um colo extra. É
pirante você armar um feriado daqueles e escutar do outro lado da
linha que o coronel não liberou, ou que está de serviço. Já passei
horas chorando porque tinha programado um baita niver de namoro,
quando ele ainda era cadete e ele simplesmente ficou punido por
causa do corte de cabelo. Então, até pra não sofrer aprendi a não
valorizar muito algumas datas comemorativas e sim valorizar o tempo
que temos juntos. Modificou uma coisa que mais eu priorizava na vida
que era comemorar as coisas em suas devidas datas nem antes e nem
depois delas. Mas foi bom por que assim esse amor me ensinou a
valorizar o tempo.
Li: _ Eu também já tive vontade de eu mesma raspar aquele cabelo –
risos-, só para não correr o risco de vê-lo punido. Isso é pirante
mesmo. De tirar qualquer uma do sério. Enquanto as meninas da
faculdade perdem um fim de semana, porque o namorado está
doente, ou vai viajar, coisas assim, nós somos porque ele não cortou o
cabelo, ou não está com a farda alinhada... Mesmo assim acho que o
apoio dos amigos nessas horas para dar um up é vital. Apesar de ter a
galera que grita “deixa, deixa”... ali na torcida do contra. Você tem
apoio dos amigos?
Dos meus amigos sim, mas escuto muita piada... Isso não é namoro é
derrota e muitas outras coisas que já me machucaram muito. Mas o
que mais me machucou foi quando meu relacionamento foi tema
numa roda de “amigos” da faculdade, nunca me senti tão exposta
quanto naquele dia. Parecia que eu precisava da aprovação da
sociedade pra levar meu namoro adiante. Pior foi escutar que eu vivia
num conto de fadas vindo com um voz de deboche. Meu
relacionamento é maravilhoso e como muitos podem não acreditar
vivemos em sua plenitude o amor. Suportamos tantas coisas juntos
que impossível seria um casal ter tanta certeza de um amor como nós
dois temos. Mas as pessoas agridem sim.... e muito.... mas to
calejada... ou não hehe... às vezes, ainda me irrito com umas coisas
mas meu ouvido aprendeu a não absorver esses tipos de comentários.
Uma vez li no blog “nosso amor não é pra ser entendido e nem
admirado, nosso amor é só nosso” achei lindo e levo essa frase comigo
sempre.
Li: _ Adoro saber que frases perdidas no meio dos textos do blog
acabam tocando as pessoas. E quando são minhas então sinto aquele
peso de “vê se escreve uma coisa boa da próxima vez, hen?”. -Risos-.
Realmente, não tem como os outros entenderem. E também para
quê, né? Luma, qual o momento mais difícil que passou?
O momento mais difícil se você me perguntasse uns meses atrás foi a
ida dele pra prep e me adaptar ao um namoro a distancia. Mas hoje o
momento mais difícil foi a escolha de unidade dele ano passado,
lembro até a data dia 31 de outubro.
A colocação dele não era boa, mas sempre havia uma esperança de
não ficarmos tão longe um do outro já que tínhamos decidido que eu
ficaria no Rio pra terminar a minha faculdade. Foi o pior dia da minha
vida e tenho certeza que pra ele também. Quando ele me ligou e eu
mal conseguia escutar sua voz de tanto que chorava... e só
balbuciava.
O destino era Rio Grande do Sul numa cidade que ficava há 1680km
daqui do Rio, não havia nem aeroporto na cidade...apenas em Porto
Alegre que ficava há 5 horas de lá... me bateu um desespero enorme,
eu tentei agüentar firme e o apóia lo até que quando eu falei que
estaria sempre que desse lá, nas minhas férias e chorando ele disse:
- Mas e o resto dos dias? _Não me agüentei e comecei a chorar, essa
nova adaptação não foi fácil, ficamos julho juntos depois de 6 meses
separados, é uma loucura isso tudo mas vale a pena...
Agora que ele vai a 1° tenente as coisas já estão melhorando e a
previsão é setembro ou outubro um dos dois já é certo. O incrível que
os momentos difíceis são os mais fortalecedores.
Li: _ Você teve apoio da sua família e da dele?
Apoio total . Meu pai é militar então da minha parte eles entendem
bastante. Meu pai chegou a ficar 6 meses também sem ver a minha
mãe, eles entendem quando é serviço, punição e não fica
desconfiando de nada por que já viveram nesse mundo. Só que eles
sempre mostraram que o melhor seria eu terminar meus estudos e
viver aminha vida não em função dele, mas isso é inevitável , larguei
meu sonho pela pediatria e estou fazendo curso pra Residência em
saúde publica, tudo por que o emprego é relativamente mais fácil em
qualquer cidade, seja ela pequena ou não. A minha sogra e uma fofa
e me chama de filha, faz planos pra nós dois... sem contar que nossas
famílias possuem uma convivência agradabilíssima já se uniram numa
só rs*
Li: _ Os cem dias chegam 5ª feira agora, as escolhas das unidades se
aproximam e o nervosismo pelo que passou também vem para nós
esse ano. Já prevemos um pouco de distância... Como é a sua agora?
Ficamos distantes a maior parte do tempo, lidar com ela não é fácil...
a briga que podia ser logo esclarecida fica insuportável pelo telefone,
não se pode nem ao menos ter uma conversa olho no olho. A distancia
coloca o que pode ser insignificante tomar uma proporção maior pelo
simples fato de estar longe, é muito jogo de cintura...o maior tempo
foi agora 6 longos meses...
Li: _ Ele tão longe e você aqui. Bate um ciuminho?
Nunca fui ciumenta ao extremo mas confesso que ultimamente tenho
me surpreendido bastante, por que se confiar a distancia é
complicado também... aliás a gente confia desconfiando... Já liguei
muito pros outros, hoje já não ligo tanto... a dificuldade é minha
então é minha... já perdi a paciência te explicar as pessoas...rs*
Li: _ De uma maneira ou de outra, uma hora você vai se transferir
com ele. E aí, o que passa na sua cabeça sobre isso?
Cara, simplesmente eu acho legal, pelo fato de conhecer novas
culturas e tal, mas não é bom quando você tem a necessidade de
firmar sua carreira, é difícil uma empresa apostar em você, sabendo
que dali uns anos você pode não estar mais lá, não investem na sua
capacidade como profissional, restando a você a se valorizar e
investir sozinha com cursos, e especializações...
Distância dos amigos, eu posso falar que infelizmente a vida separa
sempre mesmo quando se estão pertos... Aliás cada um tem sua
família e suas responsabilidades como trabalho, filho, acho difícil
mesmo. Sou muito apegada a minha família, fiquei 20 dias no sul e
quase morri de saudades, na última semana chorei quando minha mãe
disse que a casa tava vazia demais pro gosto dela...
Como mencionei, meu pai é militar e lembro como se fosse hoje que
nos estávamos morando em São Pedro e amava o lugar, os meus
amigos, a minha escola e ele chegou com a noticia de uma
transferência... choreii demais... pra mim era a morte... meu irmão
não se adaptou de início a nova cidade tanto que o psicólogo pediu
que comprássemos um cachorro para ele. É começar uma nova rotina,
novas amizades, novo ambiente isso demanda energia e muita
paciência, falo isso por que hoje com mais idade é mais fácil mas a
preocupação é meus filhos porque lembro o quanto foi difícil me
adaptar a nova cidade quando saímos de São Pedro e acreditem que
meus amigos de lá tenho contanto até hoje e me arrisco a dizer que
são os mais verdadeiros do mundo.
Li: _ Vocês se conheceram novinhos, ele nem era militar ainda,
então.
Quando nós começamos a namorar, ele já esboçava essa vontade
enorme de ser oficial e não era oficial nem da marinha e nem da
aeronáutica, tinha que ser do Exercito e pronto rs*... no início, eu não
levei a serio achava que era coisa da idade afinal tínhamos 16 anos e
eu mesmo naquela época nem sabia o que eu queria da minha vida,
mas quando ele fez a prova e não passou vi qual era a real dimensão
desse sonho dele... fiquei preocupada por que pra mim meu namoro
terminaria no momento em que ele passasse pra Escola preparatória,
e esse foi meu pensamento até quando, no ano seguinte, ele passou...
Sempre o apoiei em tudo e não seria nisso em que eu me colocaria na
frente... mas assusta... e muito... não devemos colocar empecilhos
nos sonhos dos outros em razão de orgulho próprio e medo da perda.
No inicio eu achei que meu namoro ia atolar no barro mas pelo
contrario amadurecemos tanto... terminamos ainda com ele na
prep... mas depois reatamos e aprendemos a conduzir nosso namoro
na distancia
Li: _ A distância fortalece a união ou desgasta?
Depende da forma como você conduz o seu relacionamento, mas com
amor os obstáculos impostos pela distancia fortalece... só desgasta
mesmo se houver um excesso de ciúmes e privações que infelizmente
nenhum namoro principalmente a distancia vai a frente.
Li: _ Preferia que tivesse outra carreira?
Eu sinceramente preferia que ele tivesse uma outra carreira, ao
contrário de muitas meninas, eu odeio bailes, jantares e essa coisa
toda de patente... mas me apaixonei por um menino com esse sonho
e abracei como meu também... Sem contar que eu sempre vivi nesse
meio e queria fugir dele, mas não deu rs*
Li: _ Uma frase que resuma o amor de vocês?
“Quando o sonho de um afasta o outro... e mesmo assim continuam a
sonhar juntos... é por que com amor o sonho de um também se
tornou o sonho do outro”
Li: _ Por que você escolheu ficar e ele ir na 1ª transferência?
Foi difícil tomar essa decisão, difícil demais, afinal quando ele
resolveu seguir essa carreira sempre prometi que iria com ele, mas
tinha apenas 17 anos quando fiz essa promessa, e não tinha noção de
nada apenas do amor que sentia por ele.
Mas com o tempo vi uma necessidade também de correr atrás do meu
sonhos e da minha profissão. Quando ele se formou ano passado
estava com 23 anos e indo pro 7° Período de Enfermagem não valia a
pena largar tudo que meus pais investiram em mim e ir. Sim por que
nessas horas você pensa cara e eu? O que eu vou fazer da minha vida?
Vale a pena abrir mão?
Vi todas as minhas prioridades e confesso que mudei algumas, como
mudei a meu sonho de especialização em função da carreira dele,
mas pensei que com um diploma na mão correria atrás de um futuro
melhor pra mim, pros meus filhos, pra nossa casa e pra ele também.
Ele aceitou numa boa e me apóia em tudo tudo tudo... até pagar
curso de instrumentação cirúrgica ele já quis fazer pra mim, disse que
investe em mim por que também é investimento pra ele... mas é
difícil você deixar o amor da sua vida ir sem você... passa varias
neuroses como ele conhecer gente nova, amor novo... adaptar levar a
vida sem você, mas com amadurecimento você pensa o que é do
homem o bicho não come... e final de 2009 está aí... nossa união...
Li: _ Você ouviu que tipo de críticas sobre sua decisão?
Ouvi sim, principalmente por parte da família dele, não minha sogra e
minha cunhada que são lindas comigo e entenderam bem meu ponto
de vista, mas a família dele em geral... disse que da minha parte não
havia amor suficiente capaz de mudar. Mas eu pergunto será que
amar é isso? Não, não é. Amar é entender as limitações do outro e ele
entendeu a minha.
Li: _ Essas críticas duras te abalaram?
Muito, mas no que eu mesma esperava. Fiquei com medo dele
absorver todas aquelas idéias malucas em que as pessoas comentavam
a respeito de mim, do meu amor e que nosso relacionamento não iria
pra frente. Infelizmente as palavras têm um poder enorme. Mas
graças a deus não pelo contrário ele ignorou isso tudo!
Li: _ Como pesou a opinião da sua família?
Minha família nesse assunto opinou demais e mais do que eu queria,
mas foi pro meu bem meus pais sempre foram muito preocupados
com isso, deu largar meus estudos e não mais conseguir terminar. Meu
pai quando viu que o relacionamento tava ficando serio me fez fazer
uma promessa que casaria apenas quando concluísse minha faculdade
e minha mãe também fez o mesmo.
Minha mãe principalmente por que ela largou tudo em função do meu
pai e nunca mais conseguiu concluir sua faculdade de psicologia , por
que veio os filhos, a responsabilidade de criá-los e quando se deu
conta o tempo se foi, hoje ela tem uma frustração que o amor do meu
pai não cobre e olha que ele é super apaixonado por ela rs* e por isso
ele também carrega essa culpa... uma vez minha mãe me disse você
sabe o que é assinar um cheque e dar satisfação pro orçamento da
casa, não por maldade de ninguém é por que o dinheiro vem de um
lado só. Imagina a frustração... não quero isso pra mim... e meu pai
não faz por maldade entendemos alias tem q se fazer o orçamento
neh...
Li: _ Você acha que as outras meninas devem fazer o mesmo?
Sim pelo exemplo que eu tenho amor nenhum cobre uma frustração
de não ter uma profissão a seguir impossível ter uma realização
pessoal somente com amor.
Li: _ Imagino a saudade...
É brabo, ainda mais quando os horários não batem... passo o dia na
faculdade e estagio e a noite quando eu tenho tempo de falar com ele
, ele está na faculdade. Falamos nos nossos intervalos super rápido..
e os torpedos ajudam também. falamos bem mesmo somente nos
finais de semana e conversamos por msgs offline rs*... e testemunho
no orkut ... uma coisa... mas nada destrói o que sentimos... não
entendo esses artistas com imcompatibilidade de agendas... eles
tinham que namorar um militar com todos os afazeres diários mas a
faculdade e serviços puxados... eles iam ver o que é teste de
sobrevivência... eles nunca amaram de verdade. Bom ficamos 6 meses
sem nos ver e agora as coisas estão melhorando e passará pra todos os
feriados grandes... eles quando são aspirantes é horrível, quando vão
a tenente as coisas melhoram...
Li: _ Eu me identifico muito com a história da Luma, porque eu
tomaria as mesmas decisões em seu lugar. Não atiraria pedra em
ninguém que me dissesse que a sua felicidade é largar tudo para o
alto ir com ele. Muitas meninas, em sua imaturidade (e isso não tem a
ver com idade, ou degrau na carreira profissional, mas com cabeça
mesmo), apontam o dedo para chamar as outras de “egoístas”, de
“fracas”, já cansei de ver tal tipo de reação no blog, quando textos
sobre o assunto pintavam. Mas é sempre importante lembrar que
mudamos o curso das nossas vidas segunda a nossa história. Há
pessoas que só trabalham, não têm perspectivas de faculdade, como
podem se comparar a alguém que está no 7º período, praticamente
bancada pelos pais? É diferente. E mesmo as que largam tudo, até a
faculdade, têm uma outra visão de futuro, nem errada, nem certa.
O que quero dizer é que não existe um manual a seguir. Existem sim,
princípios de sinceridade, honestidade e transparência vitais, que
independe de onde o casal esteja. Uma hora eles vão ficar juntos.
Não apresse as coisas, veja o seu tempo, se você consegue ser
independente. Pense bem, pois não é uma decisão que se possa
chegar por impulso. Até os sonhos podem esperar para acontecerem
na hora certa.
Luma, simplesmente ótima sua entrevista! Você sabe que eu te adoro
muito e te tenho no coração! Pode deixar que o meu parto você quem
vai estar lá ta? (risos)
Ah! Como conheci a Luma? Nós estudávamos no mesmo colégio, mas
não nos falávamos. Só a tinha de vista, foi através do blog que eu
olhei e falei: “Peraí, eu estudei com ela!”. O “amor militar” nos fez
nos conhecer. Que maravilha, não?
Um
beijo
para
todas
e
aguardo
mais
entrevistas!
Outro abraço super especial para Alice aqui da entrevista de baixo e
para o seu marido, que gostou da idéia do livro e deu muita força.
Assim como o marido de outras entrevistadas gostaram muito e
elogiaram. Muito bacana esse reconhecimento! Tudo pode ser dito, de
maneira a não prejudicar ninguém. Pense nisso! E participe também!
Termino com uma frase de Karl Marx:
"Os homens fazem a sua própria história, mas não a fazem como
querem, não a fazem sob circunstâncias de sua escolha e sim sob
aquelas com que se defrontam diretamente, legadas e transmitidas
pelo passado."
Entrevista 19:
"Somos felizes de uma forma diferente"
Hoje meu papo vai ser com a Luana, que mora na terra do concurso,
como ela mesma diz, Brasília. Ela está namorando um cabo da
aeronáutica que está servindo em Brasília.
Li: _ Lu, querida, fico feliz que tenha chegado até nós através do
blog.
_ Eu quero primeiramente agradecer muito o apoio que tenho de
vocês, Li e Lucy, tem dias que parece que vou pirar *rs* no sentido
literal da palavra, mas lembro de tudo que é comentado no blog e
repenso mil vezes o que iria fazer... vocês estão me ajudando muito!
Li: _ Fico muito feliz em saber que nossas palavras sejam de conforto.
Vamos começar a entrevista? Já sabe o que vou perguntar, não é?
Como o conheceu? (risos)
Era um feriado e estava sozinha em casa, sempre costumei entrar no
bate-papo para passar o tempo e naquele dia não foi diferente, entrei
conversei com algumas pessoas só que o mais engraçado é que não
lembro de como começamos a conversar na sala de bate papo , mas
lembro que rápido já estávamos no MSN , a conversa estava muito
legal, eu falei que eu não queria estar aqui e ele também falou
também não queria estar aqui em Brasília naquele momento, depois
de um tempo minha mãe chegou na minha casa e ele insistindo para
conversarmos e então falei que minha mãe tinha chegado e que
quando ela fosse embora poderia lhe dá atenção .
Um dia conversando ele me falou que naquele dia pensou que seria
mais uma desculpa de alguém que se conhecesse na Internet e que eu
não voltaria para continuarmos, mas eu achei uma conversa tão
agradável e a cada assunto que falávamos, eu pensava comigo, puxa
que pessoal legal, faz tempo que eu não me sinto tão bem com
alguém!
E então minha mãe foi embora e voltei, ali ele me disse que ficaria
até as 21hs que teria que fazer um trabalho para um amigo, mas que
voltaria, perguntou se eu ficaria no MSN eu respondi que sim e então
ele pediu : - Me espera então? e eu falei lógico, só que não demorou
nem 10 minutos ele já tinha voltado até me assustei e brinquei com
ele dizendo: -Já sei o que você falou para o seu amigo! " Poxa eu
conheci uma garota bem legal que está me esperando no MSN , faz
esse serviço por mim ?" ele me disse que foi isso mesmo que ele falou.
Naquela noite fomos dormir quase 2 horas da manhã, passei até o
número do meu celular (coisa que dificilmente faço!) ele me ligou e
amei a voz dele, foi uma afinidade que eu nunca tinha visto antes!!
Continuamos a conversar ,mas já era super tarde e ele me falou que
tinha que acordar às 5 horas e que tinha que pelo menos dormir
aquelas 3 horas!!!!
No dia seguinte não consegui esquecê-lo , fui fazer uma caminhada
com minha irmã e só sei que o assunto foi ele, à tarde eu e essa
minha irmã saímos para o shopping e volta e meia eu tocava no nome
dele, realmente ele mexeu muito comigo, quando cheguei em casa
tinha uma ligação dele, nem acreditei! Fui logo atrás do número que
ele me passou e ligar para conversarmos mais e a partir desse dia
nunca ficamos sem nos falar, salvo os dias que está viajando ou
fazendo curso em outro estado.
Li: _ Se os bate papos falassem todos os amores que começam ali...
Shiii dariam livros inteiros. É a era dos encontros que começam pela
Internet. Então, o que vem sendo esse namoro para você?
Eu acho unanimamente todas falaram que aprenderam a ter mais
paciência, calma e comigo não foi diferente, pensa que foi rápido
nosso encontro, foi nada demoramos quase 1 mês para realmente ele
saber como eu era e eu saber como era o dono daquela voz.
Sempre que marcávamos o nosso encontro, tudo dava errado, mas
uma coisa me dizia que não era para desistir , que ali tinha uma
pessoa legal!
Ele me ensina todos os dias a ter muita esperança, esperar pelo
inesperado, maturidade para enfrentar todos os percalços de se
namorar um militar, seja ele com muito tempo servindo como é o
meu caso ou se tem pouco tempo de serviço militar.
A ser compreensiva coisa que eu nunca fui *rsrs* , a ter sempre uma
palavra de conforto para a pessoa que você ama quando ela acha que
não vai conseguir!
Me sinto muito melhor hoje para enfrentar qualquer problema que
aparecer na minha vida!
Eu acho que mostrei para ele que a vida tem que ser mais leve, que
ele tinha que rir até mesmo dos problemas , ele sempre me fala que
todos no trabalho dele comentam que ele está rindo mais, está mais
leve, não levando tudo a ferro e fogo.
Que amor tem que ser companheiro, divertido, eu olho nós dois e
penso " Nós nos completamos porque eu dou essa alegria na vida dele
e ele me dá a seriedade e experiência de vida." Me sinto a menininha
dele, que sempre mostra o lado bom das coisas mesmo quando tudo
está dando errado * rs* e sempre acabo arrancando um sorriso ou uma
brincadeira, isso para mim é felicidade maior , ser motivo de
felicidade para meu amor!
Li: _ Que bom ouvir coisas bonitas, saber que dificuldades existem,
mas a felicidade também. Não podemos falar só de problemas. Um
dos problemas é a distância, não?
Olha para te ser sincera minha ficha só caiu a 79 dias atrás ,esse é o
tempo que estamos sem nos ver, eu realmente percebi o quanto tudo
me faz falta e o quanto o meu amor por ele é paciente,
compreensivo, forte, sábio e que reafirmou minha vontade de
ficarmos juntos e realizarmos tudo que sonhamos para nós 3!
Acho que compreensão é a coisa que esse "amor militar" tem me
ensinado todos os dias, porque no caso da maioria os namorados
moram em outro estado o meu não, ele mora a menos de 30 min da
minha casa, não existe a separação geográfica e mesmo assim
estamos esse tempo todo separados!!!
E todos os dias acordo e peço "Meu Deus que seja hoje o dia que vou
vê-lo" e chega o fim do dia e nada de ligação me falando que vem me
ver, mas não perco minha vontade de ficar com ele! tem dia que
surto e quero desistir , mas depois penso em tudo que já passamos
até aqui e desisto de desistir!!!!!! *rsrs*
Li: _ E a torcida por vocês é grande?
Olha é difícil se ter o apoio de alguém que não vive e não viveu o que
passamos com os nossos militares, mas tenho uma amiga que nunca
me fez desistir dele, até a convidei para ser madrinha do nosso
casamento! Ela sempre me diz para ter paciência que tudo vai se
acalmar e quanto tiver me sentindo muito sozinha ou perdida que
olhe o problema de fora, não fique analisando a situação por conta de
uma coisa, por exemplo o fato dele falar que ia te ligar e não ligar,
que às vezes queremos acabar com tudo por conta de uma coisinha
que ele não fez! amo essa minha amiga, ela sempre me fez pensar
com a razão ,mesmo com os olhos vermelhos de tanto chorar de
saudade....
Mas sabemos que tem mais gente para atrapalhar do que para ajudar
, já ouvi cada coisa até agora acho que só ouvi as básicas" Ele com
certeza te trai" " Você acha que ele tá esse tempo todinho sozinho???"
e aquelas que te incentivam a traí-lo!!! viajei com minha família
agora em julho pra minha cidade e todas as minhas irmãs me
apresentavam pessoas para eu ficar e eu dizia que nunca ficaria com
ninguém porque eu estava realmente gostava do meu namorado, acho
que cansaram e pararam!!!!
Eu tenho uma irmã que me pergunta como eu aguento tudo isso e
sempre que tinha oportunidade me falava uma indireta com relação a
fidelidade dele, eu sempre dizia que ela não podia falar nada de uma
pessoa que ele não conhecia e que nada que passamos me levava a
acreditar nisso!!!
Esse está sendo o momento mais difícil que passamos até agora, ele
não sabe como será o dia dele, se vai sair cedo ou muito tarde e como
estou agora licenciada pelo INSS fico na expectativa do nosso
encontro, tentando viver minha vida da melhor forma possível,
ocupando meu dia com coisas que gosto de fazer, comecei a fazer
caminhada, emagreci, estou estudando , cuido da minha filha, levo
para escola faço tudo dentro de casa.
Lógico que tem dia que se eu pudesse arrancava ele do serviço
,choro, peço pra me dar força e acabar com o sofrimento mas depois
eu penso " Como pude pensar uma coisa dessa?! é por ele que meu
coração bate forte, que minhas pernas ficam bambas*rs* e com ele
que eu quero ficar bem velhinha fazendo compania e cuidando"
Esses dias estão sendo os mais difíceis, mas um grande amor implica
vários sacrifícios e muitas recompensas!
Até agora não conheço a família dele, ele me levaria para conhecê-los
em junho e eu levaria ele para conhecer a minha, mas ele não
conseguiu tirar suas férias, mas sempre mando beijos e abraços para a
sua mãe , pai , irmão, tenho muita vontade de conhecê-los !
ele me diz que vou me dar muito bem com a mãe dele ,pois somos
assim bem parecidas, engraçadas, divertidas e que o pai dele é mais
sério, vamos ver se essa viagem sai até o fim do ano, quem sabe no
Natal!!!
Li: _ Você é ciumenta?
Olha eu não sou muito ciumenta, sou bem tranqüila, falo para ele que
tenho ciúmes de coisas concretas não de coisas que fico imaginando
que podem acontecer, nunca liguei para alguém dizendo que ando
desconfiando dele ou coisa assim. Ele também é bem tranqüilo até
gostaria que fosse um pouquinho mais ciumento. Acho que somos
assim porque passamos muita segurança um para o outro e não tem
espaço para esse sentimento de desconfiança e também eu penso
assim, se eu ficar o tempo imaginando o que ele faz ou deixa de fazer
eu piro, então procuro analisar todas as nossas conversas, tudo que
ele faz por mim e chego a conclusão que é tudo verdade e que
ninguém mentiria tanto tempo assim uma hora a mentira eu
descobriria, eu sou daquelas caladinhas ,mas que captam as coisas o
ar, na voz, nos gestos!
Li: _ Já pensa nas transferências?
Eu vou amar quando formos transferidos! Cidade nova, gente nova,
culturas novas vai ser tudo muito bom, eu só fico preocupado com
minha filha que vai ser ter que ser adaptar a novas pessoas , escola
nova, amiguinhos novos, ele até me falou que até o fim do ano
pediria transferência para São Paulo para a escola de formação de
Sargento, fez todos os planos para nossa vida lá, no começo estranhei
um pouco, mas agora já amadureci a idéia e estou esperando
acontecer tudo!!!
Olha a distância tem sido boa para mim, repensei tudo e me fiz a
pergunta " É isso mesmo que você quer Luana? e a reposta foi SIM!
SIM!SIM!, mas também fico muito receosa o que está se passando na
cabeça dele e perguntei se havia mudado algo entre a gente depois
de todo esse tempo separados e ele me respondeu que não que o
amor dele tinha era aumentado, fiquei bem mais calma e tirei várias
minhoquinhas da cabeça *rsrs* ele está bem mais acostumado a
distâncias assim eu não, então as neuras são mais da minha cabeça ,
estou muito ansiosa por nosso encontro, acho que vou chorar, beijálo, abraçá-lo, sentir seu cheiro nem sei o que vou fazer primeiro!!!
Li: _ O que acha dele ser militar?
Olha, eu acho linda a carreira dele, meu pai foi militar só que dá
Marinha e sempre vivi nesse mundo de milicos, nós sempre
conversamos sobre o trabalho dele que tenho muito orgulho de dizer
onde ele trabalha , o que faz, as pessoas percebem o brilho nos meus
olhos quando falo que ele é militar, sempre falo para ele que eu o
apóio em qualquer coisa que ele resolver e sempre mostro o que eu
acho que seria melhor para ele, agora mesmo ele queria muito pedir
transferência do setor que ele trabalha pois está bem difícil a
convivência, falei que era uma pena porque ele adoro o que faz, mas
se era melhor naquele momento, o apóio se ficar se sair....
Uma vez escrevi uma frase num e-mail que mandei numa noite que
estávamos muito tempo sem comunicação nenhuma e ele entrou no
Gmail
e
conversamos
por
quase
1
hora
.
"sempre me dando minhas mãos nos momentos difíceis, meu abraço
de conforto depois de um dia cansativo, meu olhar de compreensão
diante de uma situação inesperada, meu beijos de desejo nas
madrugadas."
Nela acho que ali está toda a compreensão do amor, o conforto, o
companherismo, o desejo.
Li: _ Lu, quantas coisas teve a nos dizer, viu? O tempo de namoro não
importa, mas a intensidade das emoções. Me recordo que quando
tinha 3 meses de namoro (e 1 mês e pouco “de blog”), uma menina
me disse: “Há, você namora só há 3 meses? Então, você não sabe
nada sobre o que é amar um militar, não pode ter certeza nenhuma
que é ele.” Achei tão grosseiro da parte dela me dizer isso. Afinal, eu
estava tão feliz... E veja como é a vida, estou aqui firme e forme
depois de 2 anos e simmm Sinto a mesma coisa daqueles 3 meses.
Certezas não dependem de tempo, mas de atos, de sentimentos...
Lu: _Eu sei que tenho pouco tempo de namoro que talvez não tenha
passado nem um terço das separações, da saudade que muitas
passaram aqui, mas sei que nosso amor é forte e vai superar cada
obstáculo que tivermos e quem ama um militar é feliz sim, não vive
só chorando ou se lamentando como muitos pensam! Somos felizes de
uma forma diferente , de um jeito mais sublime, sem aqueles
joguinhos amorosos, temos que ser verdadeiros, pois não temos
tempo para perder com besteiras e que se começou o namoro
sabendo que ele é um militar e quer ficar com ele, lute, chore, faça
de tudo para ver seu amor e se prepare para fortes emoções!!!
Beijos gente e muito obrigada por me ajudarem com meu "amor
militar"!!!
Entrevista 20
"Acordei e notei que não era sonho e sim a realidade"
Hoje, vamos falar com a Priscilla, que tem 27 anos. Gente, ela estuda
Pedagogia e é lá do Rio Grande do Norte, mora em Natal. Ela está
casada e tem dois filhos. O seu milico é tenente do EB e já está com
ele há 7 anos.
Li: _ Oi, Priscilla. Você me contou que o conheceu quando ainda era
cadete. Ele se formou há cinco anos. Bom, então, diz agora para
todas nós, como foi isso?
Priscilla: _ Um grupo de 10 amigos passou na Expcex, todos moravam
no mesmo bairro em Teresina-PI, entre eles estava o namorado da
minha melhor amiga, sempre via ele visitando ela no colégio, mas
nunca me importei, pois eu estava em um relacionamento
serio.(Minha primeira filha, veio desse relacionamento, meu primeiro
namorado, que durou somente 5 anos, 4 de namoro e 1 de casada.)
Após essa difícil separação comecei a sair com minha amiga, mas não
queria me envolver em relacionamentos sérios, no período de férias,
feriados o namorado dela sempre vinha e os amigo dele também,
saiam aquela turma, todos cadetes da AMAN, eu não gostava muito
deles, achava que eles só queriam ser, “se achavam”, mas nesse
contexto conheci o Carlos um cadete e começamos sempre a ficar,
mas tinha um amigo dele que dava sempre em cima de mim, mas eu
não dava muita bola pois achava ele baixinho e convencido.
Após um ano ficando com o Carlos contei a ele minha vida, separação
e tudo mais, quando ele soube disse a mim que não queria se envolver
comigo, pois minha história era muito complicada, enfim entendi,
mas fiquei muito triste, pois já gostava um pouco dele. Não saia mais
com a turma, só saia com minha amiga o namorado e o amigo
baixinho que dava em cima de mim. Com o tempo fui vendo como ele
era uma pessoa especial, me entendia e sempre me ajudava, nos
falávamos pela Internet, telefone, uma linda amizade, adorava ele.
Já estava tão acostumado a ter ele ali ao meu lado, que um dia fui a
uma festa, um forró, sem combinar com ele e ao chegar lá ele estava
com uma namorada, fiquei com muito ciúme, pois tinha ele como
meu e vi que não dei valor à pessoa maravilhosa que sempre me
ajudava. Decide vou tomá-lo dela para mim! Sabia que ele gostava de
mim, pois ele sempre deixou bem claro isso. Resolvi fazer ciúme à
namorada dele mostrando a ela que bastava eu chamá-lo que ele
vinha me atender. Toda hora eu chamava ele de Dandan (sendo que
nunca eu o chamei assim, só nesse dia) foi até engraçado, hoje
lembro disso sorrindo.Mas enfim, fiz ele deixá-la e ir embora comigo.
Passamos a noite conversando sobre tudo, minha vida, sobre a dele,
sonhos planos, aí o dia amanheceu e não havia rolado nem um beijo.
Ele se despediu e me disse que retornaria a AMAN naquele dia e pediu
para eu esperar por ele. Esperei, nos falávamos quase todos os dias
pelo telefone, não saia mais com minhas amigas, ficava em casa
falando com ele e assim foram se passando os meses julho já estava
se aproximando ele me disse que ia para a Micarina (carnaval fora de
época do Piauí) no NanaBanana então não perdi tempo comprei meu
abada e fui. Ele chegou e do aeroporto mesmo foi direto para a
avenida me encontrar, estávamos um a procura do outro no meio de
uma multidão de pessoas e bem na hora da musica “Fecho os olhos
para não ver passar o tempo sinto falta de você...” nos encontramos e
nem paramos para nos cumprimentar, trocamos nosso primeiro beijo,
foi mágico, a partir daí estamos juntos e inseparáveis. Minha sogra no
inicio não gostava muito de mim, pois eu era separada já tinha uma
filha e coisa e tal, mas hoje ela me engole. kkkkkkkkkk.
Para terem uma noção, quando foi à formatura do Daniel, os pais aqui
de Teresina fretaram um ônibus de turismo para irmos todos juntos,
os pais e as namoradas e irmãs, todas as famílias; quatro dias de
viagem de ida, minha sogra sentava ao meu lado e passou a viagem
inteirinha sem falar comigo só meu sogro que sempre me tratou bem,
nunca tive o que me queixar dele. Fiz muitas amizades nessa viagem,
muitas das minhas amigas, atuais esposas de militares, eu conheci
nesse ônibus. Em Resendi não foi muito diferente minha sogra me
ignorando e competindo comigo a atenção do filho (ele uma pessoa
tão maravilhosa que me pergunto até hoje como é que ele cresceu ao
lado dela sem alterar a sua essência) Mas venci ganhei essa batalha,
hoje ela mudou de tática, se faz minha amiga para ter o filho por
perto, pois uma vez ele falou que quem não me aceitasse não
aceitaria ele.
Logo após a formatura nos casamos e após 5 anos de casados tivemos
nossa segunda filha, pois ele sempre tratou a minha primeira filha
como se fosse pai dela e nunca disse a ninguém que isso não é
verdade. Essa é a nossa história.
Li: _ Puxa, sabe quando a gente fica sem palavras? Agora! Que
história e tanto! Aposto que as meninas sentiram o mesmo que eu.
Ok, mas não vamos parar. Continue... Nos conte tudo que aprendeu
nesse tempo.
Priscilla: _Aprendi que devo ouvir mais e falar menos, pois no meio
militar é muito difícil, lidamos com pessoas de todas as regiões, todas
as culturas, e geralmente todas estão longe de seus familiares, nesse
contexto sempre há muita intriga e muita fofoca, já passei por poucas
e boas. Mas hoje amadureci aprendi a ser falso sorrir mesmo quando a
vontade é matar. Antes só falava com quem tinha afinidade, se algo
acontecesse deixava de falar com a pessoa fingia que nunca tinha
nem conhecido sempre fui boa em ignorar, hoje não é mais assim falo
como se nada tivesse acontecido.
Em todo esse meu processo de mudança ele esteve ao meu lado me
ajudando me ensinando, pois tudo que me afeta, o afeta também,
ainda mais no meio militar, onde os maridos usam do seu poder para
descontar as desavenças das mulheres.
Li: _ Eu também aprendi pra caramba a modificar hábitos e vendo que
eu estava me esforçando para mudar, ele também acaba acolhendo
com carinho meus toques. Interessante esse crescimento mútuo. Não
basta só exigir que o outro mude se nós também não pararmos para
avaliar nosso comportamento. O amor militar nos ensina muita coisa
também.
Priscilla: _O que esse amor me modificou foi no sentido de dar mais
valor a pessoa que está ao meu lado à família e aos verdadeiros
amigos.
A resposta da segunda responde um pouco essa pergunta, mas quero
ressaltar que no meio militar você também encontra pessoas
maravilhosas que nos fazem sofrer muito em ter que deixá-las nas
transferências.
Li: _ Você tem muitos amigos que te apóiam?
Priscilla: _Meu primeiro aniversário depois de casada, longe da minha
família, da minha terra. O Daniel teve que sair em missão para BH(o
exército teve de substituir a PM )e me deixar sozinha. Pensei que
fosse ser horrível meu dia, inicio de inverno, clima de montanha e
solidão, mas me esqueci de um grande detalhe, não estava sozinha
tinha amigas que também estavam sem os maridos, a esposa do
comandante sabendo que era meu aniversário organizou uma festa
surpresa para mim, estava deitada pedindo a Deus que o dia passasse
logo, quando de repente a minha campainha tocou, era ela
acompanhada de todas as esposas de militares, com bolo, vela, balões
e tudo mais. Foi muito legal, foi um aniversário especial que apesar
da ausência do meu amor deu tudo certo.
Li: Falando nisso, qual o momento mais difícil que passou?
Priscilla: O mais difícil foram os últimos meses de gravidez da minha
segunda filha, sem ele ao meu lado. Pois ele estava destacado e
cotado para ir ao Haiti, ainda bem que não deu certo. Minha gravidez
teve algumas complicações mais terminou tudo bem.
Li: _ Deus sabe o que faz! Você teve apoio da sua família e da dele?
Priscilla: Minha família faz o possível e o impossível para nos ajudar e
como falei na primeira pergunta meu início com minha sogra não foi
fácil, hoje estamos nos dando bem (ela mudou de tática) ela faz tudo
para me agradar, pois assim tem o filho volta e meia por perto.
Li: _ Se todas as sogras percebessem que essa é a melhor tática,
muitos relacionamentos seriam bem mais felizes! Sorte a sua!Já não
basta tudo que você tem que passar, não é mesmo? A distância, por
exemplo.
Priscilla:_ Fico muito mal distante dele, mas hoje até que lido
melhor, pois já estou mais acostumada, já passei natal, virada de
ano, aniversario, tanta coisa sozinha que já me acostumei mais.
Fora o período que ele era cadete, o máximo que fiquei sem ele ao
meu lado foi 2 meses, período que esteve em missão, o resto sempre
ele deu um jeito para me ver nem que fosse só um fim de semana.
Teve um tempo que ele teve que fazer um curso no RJ, morávamos
em Itajubá-MG e apesar da distância, todo fim de semana ele voltava
para casa (4 horas de viagem) Vinha toda sexta à noite e voltava
domingo 2 da manhã para estar na ESIE segunda 7 da manhã.
Li: _Você é muito ciumenta?
Priscilla: Sou doente de ciúme, logo todo lugar tem uma Maria
batalhão, mas hoje já lido um pouco melhor com isso. Não devemos
dar ouvidos ao que falam, pois muitas vezes é inveja. Feche seus
olhos e ouvidos, confie no seu amor e em seu coração.
Li: Fale um pouquinho sobre as transferências:
Não
é
fácil
mais
com
amor
agente
supera
tudo.
O mais difícil da transferência é deixar os amigos que fez na cidade e
pensar “Será que agente ainda vai se ver?” Aí é começar do zero,
novos amigos, nova cultura, casa nova, pessoas diferentes, saudade,
medo dos móveis não chegarem, e por aí vai mais como disse acima,
com
amor
e
união
agente
supera
tudo.
Sejam mais vocês e seus maridos (sua família) assim conseguiram
enfrentar tudo.
Li: O que pensa sobre a carreira dele?
Priscilla:Essa pergunta não sei responder, pois muitas vezes me
pergunto por que ele é militar, mas em outras situações, vejo que se
ele não fosse seria diferente, o militar é especial, ele tem índole,
honra, coração, coisa que muitos homens não sabem nem o que
significa.
Li: Uma frase que resuma o amor de vocês?
Priscilla: Um dia ousei sonhar um amor, e nos seus braços senti paz,
na imensidão do seu prazer me realizei, e então acordei e notei que
não era sonho e sim a realidade.
Li: _ E para terminar, o seu recado para as leitoras do livro:
Priscilla: _O meu recado é que amem, vivam, sejam mais vocês, seu
amor, sua família, o resto é resto, então, não faz muita diferença.
Não dêem ouvidos às fofocas, sempre deixe a conversa entrar por um
ouvido e sair pelo outro.
Entrevista 21
"Para namorar um milico tem que ser uma super mulher e
tolerância não pode faltar no pacote"
A Geisa tem 20 anos, faz faculdade de Serviço Social e mora no Rio de
Janeiro. Carioca como eu. Bom, está namorando há 5 anos e 4 meses
um milico, que agora está no 1º ano da Aman.
Li: Geisa, que saúde o namoro de vocês, hen?! Cinco anos e 4 meses?!
É muito amor! Hoje, faz 2 anos que conheci o meu querido
companheiro. Bom, vou me espelhar em você e um dia chego lá. Mas
vamos voltar no tempo...
Geisa: _É uma longa história, mas vou tentar resumir...
Quando eu tinha uns nove anos, nós éramos da mesma igreja, só que
eu não o conhecia, mas ele disse que lembra de mim naquela época.
Meu pai é militar da Marinha e foi transferido para o Maranhão, daí
fomos para lá e retornarmos uns cinco anos depois. Meus pais vieram
na frente para ver casa, escola, etc. e eu e minhas duas irmãs
ficamos morando na casa da minha avó em Tocantins.
Quando chegamos aqui no Rio, meus pais foram nos pegar no
aeroporto, mas eles não estavam sozinhos, tinha um pessoal com
eles, e acreditem, o meu amor estava lá também. Ele fala que foi
achando que ia conhecer umas meninas bonitinhas e tal, só que ele
disse que tinha se decepcionado porque nós (eu e minhas irmãs
éramos muito metidas). Tempos depois nos reencontramos na igreja e
começamos a nos falar, mas nada muito sério. Ele começou a ligar pra
mim, só que eu pedia para as minhas irmãs dizerem que não estava,
porque até então não gostava dele.
Mas as coisas foram mudando, e num show que fui com minhas amigas
lá estava ele. No final do show ele foi me acompanhando até a casa
da minha amiga, e disse que ficou pensando muito em mim durante o
show e tal, quando chegamos na casa da minha amiga acabamos
ficando, mas eu não estava muito interessada. Depois fiquei sabendo
que no dia que ficamos ele já estava como outra garota, fiquei com
muita raiva dele.
Tempos depois fomos em um passeio, e lá estava ele mais uma vez,
era 24 de janeiro de 2002. Minhas amigas me obrigaram a conversar
com ele e resolver toda a história, ele tinha marcado para ficar com
uma garota, mas nem deu bola pra ela, preferiu ficar conversando
comigo na beira da piscina, foi lindo! No dia seguinte, ficamos e
resolvemos tudo, estávamos muito felizes. Ficamos uns dois meses
namorando escondido até eu contar para os meus pais e ele ir lá em
casa falar com eles. Começamos a namorar no dia 29 de março de
2002, e desde então estamos juntinhos e muito felizes, graças a Deus!
Li: _Muita história para contar, imagino. Também muitas lições
aprendidas...
Geisa: _ Eu aprendi muitas lições como meu amor durante esses anos
de namoro e continuo aprendendo, mesmo não estando sempre
pertinho dele. Eu amadureci muito com ele e ele comigo. Eu aprendi
a aceitá-lo e amá-lo do jeitinho que ele é, aprendi a valorizar tudo
que ele faz por mim, até as coisas mais singelas, aprendi a
demonstrar todo o meu amor por ele, aprendi a confiar nele e no que
ele me diz (antes ele dizia que me amava e eu não acreditava.), ele
me ajudou muito na época do ensino médio, quando eu tinha que
estudar e ele me ensinava aquelas matérias horríveis (matemática,
física, etc.), aprendi a ser mais responsável, aprendi a dar força para
o meu amor nas coisas que ele almejava alcançar, aprendi também a
ser amiga do meu amor nos momentos alegres e nos tristes também,
aprendi a zoar e brincar mais com as pessoas (sempre fui muito
tímida.), aprendi a superar a imensa saudade que sentia e sinto do
meu amor, aprendi com ele que ao invés de chorar nas despedidas é
muito melhor sorrir ao despedir-se de quem você ama. Estas foram
algumas coisinhas que aprendi com o meu lindo ao longo desses anos.
Li:_ E o reverso? Em que acha que ele modificou estando e convivendo
contigo?
Geisa: _Ele também amadureceu muito durante esse tempo. Ele ficou
mais responsável, aprendeu a demonstrar mais o amor que sente,
aprendeu a confiar mais em mim e a contar os seus problemas, antes
ele explodia fácil, ma hoje ele está muito mais tranqüilo, ele se
controla mais antes de criar caso com alguma coisa.
Li: _ O que seu amor, esse sentimento de “amor militar” modificou
sua vida? O que essa relação vem te ensinando?
Geisa: _Namorar um militar tem me ensinado a ser mais calma e
paciente com ele, pois sabemos que eles passam muito “sanhaço” lá
dentro e nós como namoradas temos que saber entender e respeitar
esses momentos. Aprendi a valorizar cada minuto que estou com o
meu amor, já que não o vejo sempre, isso foi muito bom, porque
quando estamos juntos só pensamos em matar a saudade, e aí quase
não discutimos mais. Aprendi a lidar com a dolorosa barreira chamada
saudade, porque nunca tinha ficado dois, três meses longe do meu
lindo, e foi muito difícil me acostumar a essa rotina de despedidas e
finais de semana sem vê-lo, mas não me arrependo um minuto sequer
de ter enfrentado isso tudo, porque a recompensa é muito maior, é
uma ligação inesperada só pra dizer TE AMO, é um recadinho do orkut
ou mensagem no celular, ou então é a alegria de vê-lo chegar em casa
cansado e deitar no meu colo com aquela carinha de anjo... gente,
isso não tem preço né????
Li: _ Você tem apoio dos amigos?
Geisa: _ Graças a Deus todos os meus amigos apóiam o nosso namoro
e dão muita força. Eu lembro que eu estava meio chateada porque o
meu amor estava estranho comigo, meio seco, sabe?! Cheguei na
faculdade muito triste e questionando toda essa situação, e minha
amiga começou a me lembrar um monte de coisas que ela havia me
falado assim que o meu namorado passou para a EsPCEx. Ela me disse
que eu tinha que ser forte porque ele iria passar por momentos
difíceis lá dentro e que ele iria precisar muito de mim, do meu apoio,
e que quando eu precisasse de uma amiga para conversar que poderia
contar com ela para todos os momentos. Ela também disse para eu
não duvidar do amor dele por coisas tão pequenas, e que quando eu
tiver chateada com ele por algum motivo, era para eu descontar nelas
(nas minhas amigas!) porque eu tinha que entender que lá dentro a
pressão é muito grande e ele poderia me tratar de um jeito não
porque estivesse chateado comigo, mas sim por algo lá de dentro.
Nossa, depois que ela me disse isso, percebi que tenho amigas
maravilhosas e que sei que me apóiam e torcem por mim e pela
minha felicidade!
Li: _ Falando nisso, qual o momento mais difícil que passou?
Geisa: _ O momento mais difícil pra mim foi quando fui na entrada
oficial dele na EsPCEx. Nossa, foi horrível saber que ele não ia voltar
comigo para o Rio e que aquela era a primeira das muitas despedidas
que teríamos. Estava muito feliz por ele, afinal ele tinha batalhado
muito para chegar até lá, mas por dentro meu coração estava em
pedaçinhos em saber que iríamos ficar longe um do outro. As lágrimas
foram inevitáveis, mas nada daquilo, nem a dor do meu coração iria
me fazer desistir desse amor que alegra a minha vida. Este foi sem
dúvida o momento mais difícil que enfrentei.
Li:_ Você teve apoio da sua família e da dele?
Geisa:_ As nossas famílias dão o maior apoio graças a Deus. Nunca
tivemos problemas quanto a isso, até porque meus pais também
namoraram vários anos à distância, porque meu pai é militar e eles
moravam em Recife, aí meu pai veio servir no Rio. Só depois de uns
anos, meus pais se casaram e vieram morar no Rio, ou seja, eles
sabem o que eu e meu amor estamos passando e por isso, apóiam o
nosso namoro. Os meus sogros também são uns fofos, sempre viajava
com eles quando o meu amor estava em Campinas, e como eles
moram em Resende, agora fica mais fácil quando eu vou pra lá.
Li:_ Eu estava reparando uma coisa, só quem passou pela fase EsPCEx
sabe escrever essa sigla direito! É dado constatado. Rs. Pelo menos
acredito que não esteja errado rs, afinal, já viram que eu pulei essa
parte. Bom, mas falando sério agora, você deve vê-lo mais nesse
período
de
Aman.
Geisa: _Agora nós nos vemos mais sim, porque ele está na AMAN e eu
moro no Rio, mas quando ele estava na EsPCEx nós nos víamos
pouquíssimo, só quando tinha alguma cerimônia lá e nas férias e
feriados prolongados. Lidar com a distância nunca é tarefa fácil, mas
acho que agora meu coração está mais preparado, sabe?! Sei que ele
está lá dentro por nós também e sei que isso tudo servirá para
fortalecer o nosso amor. No início, quando ele foi para Campinas, eu
chorava direto, não conseguia me concentrar na faculdade, foi uma
barra!! Mas agora estou mais tranqüila quanto a isso, até porque
estamos mais pertinho agora, aí quando bater uma saudade eu posso
pegar um ônibus e ir vê-lo. Quando ele estava na EsPCEx, a gente
deve ter se visto umas 5 ou 6 vezes no ano, então acho que o tempo
máximo que ficamos sem nos ver foi uns 4 (longos) meses!
Li: _ Você é muito ciumenta?
Geisa:_ Eu sou ciumenta, como qualquer outra pessoa que ama, mas
eu confio muito no meu amor. Ele nunca me deu motivos para
desconfiar dele. Às vezes entrava no orkut dele para mandar um scrap
e via um recado de alguma garota, quando entrava no orkut dela, não
via nenhum recado que me entristecesse. Graças a Deus, o meu amor
é super respeitador, até os colegas dele da companhia e do pelotão
dizem que ele é um “bom samaritano”. As pessoas mais íntimas da
gente, nunca falaram mal ou colocaram em dúvida o futuro do nosso
relacionamento, mas eu não ligo para o que as outras pessoas acham
do meu namoro, até porque quem tem que cuidar do meu namoro é
apenas eu e meu namorado, e se forem falar mal, é melhor que não
falem nada!
Li:_ Antes mesmo das transferências começarem, você já sabe o que
elas significam não é?
Geisa:_ Como meu pai é militar também, eu sei bem o que significa
essa palavra “transferência”! Eu já estou acostumada com essa vida
de cigano, então para mim, não seria muito difícil me adaptar não. O
único problema é ter que ficar longe da família, mas depois que a
gente casa, a família passa a ser o marido e os filhos (se tiver!). Ainda
estou fazendo faculdade, mas assim que terminar vou tentar concurso
público FEDERAL insanamente! Porque sendo um emprego federal
você pode transferir pra qualquer lugar do Brasil. Mas não teria
problema algum trabalhar em outra coisa, diferente da minha área, o
importante pra mim é não ficar parada!
Li: _ Você o conheceu antes da EsPCEx (escrevi certo? Rs), ele sempre
quis isso?
Geisa:_ Desde o começo do nosso namoro ele me falava que queria
fazer concurso para a EsPCEx e ele sempre perguntava se eu queria
continuar o namoro mesmo sabendo que poderíamos ficar separados,
e eu sempre dizia que sim. Ele tentou passar 3 vezes, e na terceira
ele passou. Fiquei muito feliz com a conquista dele, afinal ele foi
determinado e estudou muito para conseguir passar, mas por dentro
meu coração doía só em pensar que poderíamos ficar separados. Tive
algumas crises de ciúme do Exército no início, afinal estavam tirando
o meu namorado de mim! pensava eu. Mas vi que estava errada e que
tinha que apoiar o meu namorado e não o colocar pra baixo, afinal
era o sonho dele que estava se realizando! Pedi ao meu amor muita
calma comigo, porque até eu me adaptar com essas situação eu ainda
teria algumas “crises” como aquela. Mas agora já estou bem melhor,
as “crises” passaram e tento apóia-lo de todas as maneiras, tento
aprender sempre um pouquinho da realidade que ele vive lá dentro,
procuro aprender o difícil “dialeto” que eles usam lá dentro, enfim,
agora posso dizer com convicção que sou super feliz tendo um
namorado militar, porque a minha alegria está onde a do meu amor
está, e se ele está feliz eu também estou!
Li:_ A distância fortalece a união ou desgasta?
Geisa: _ No meu caso, a distância fortaleceu (e muito!) o nosso
namoro. Antes brigávamos muito, porque, como nos víamos sempre,
acabávamos não valorizando tanto os momentos que estávamos
juntos. Agora, como estamos longe um do outro, valorizamos cada
minutinho que estamos juntos, não perdemos tempo com briguinhas
bobas ou discussões, e isso sem dúvida, fortalece o nosso amor!
Li: Uma música tema que lembre vocês.
“...Em cada solidão vencida eu desejava
O reencontro com teu corpo abrigo
Ah! Minha adorada
Viajei tantos espaços
Pra você caber assim no meu abraço...
Te amo !
Há tanto tempo que eu deixei você
Fui chorando de saudade
Mesmo longe não me conformei
Pode crer
Eu viajei contra a vontade...”
(Roupa Nova)
“Como é difícil ter que ir e te deixar...
Te abraçar e resistir, dar adeus, me depedir...
É impossível te deixar e não sofrer, sorrir pra não chorar
Pois em todo o meu caminho o teu amor vai me guiar...
É com você que eu vou sempre estar dentro do meu coração,
Nada vai nos separar baby, não há distância pra o amor...
E se a saudade apertar, procure no céu a estrela que mais brilhar
Ela será meu olhar...”
(Sandy e Jr.)
Li: _ Eu sempre ouvia Sandy e Jr, sim, eu gostava tá, para quem fez
careta rs. Mas agora eles estão nesse chove não molha. Rs. Mas,
Geisa, o que você tem a dizer para as meninas que estão lendo o livro
agora?
Geisa: _ Meninas, como este livro serve como um elo que nos une,
mesmo estando longe uma das outras, temos algo em comum:
amamos um militar! Então aqui fica o meu carinho para todas vocês e
uma dica que tenho aprendido durante esse tempo em que namoro
um militar. Sejam tolerantes, ser tolerante não é sinônimo de
fragilidade ou fraqueza, tenho aprendido que a tolerância muitas
vezes é sinônimo de sabedoria. Tolerância é não agir por impulso, é
não criar caso por algo bobo, é não tirar conclusões precipitadas, é
entender o seu amor quando ele estiver cansado e não tiver dado pra
ligar, é amar e aceitar o seu amor como ele é e não como você
gostaria que fosse, enfim... Meninas para namorar um milico tem que
ser uma super mulher, e tolerância não pode faltar no pacote!!!!
Li: _ Linda, amei sua participação, você me passa uma coisa muito
boa, vibrante, alegre e feliz. Às vezes, conversando com algumas
mulheres sentimos apenas a dor, as frustrações. E você consegue
transmitir uma energia. Não se explicar. Olha, a gente tem que ser
vizinha um dia hen? Acho que vai precisar de uma “bairro-vila” para
colocar todas vocês que gosto tanto bem ali no muro ao lado. Rs.
Festinhas e churrascos é que não iam faltar!
Entrevista 22:
"A distância é difícil, mas é o que torna o nosso amor mais forte"
Olha só que está aqui com a gente hoje, a Renata Vasconcellos. Deixa
eu apresentá-la para vocês, meus leitores. Bom, a Renata tem 23
anos e mora em Santa Maria, lá no RS. Ela namora há 3 anos um
milico, que atualmente está na AMAN.
Li: Como começou sua história de amor?
A minha família e a dele já eram conhecidas há bastante tempo, mas
como ele já tinha ido embora da minha cidade nunca havia conhecido
ele, só ouvia falar, era bem amiga da irmã dele e a mãe dele me
ajudou bastante em um concurso que participei.
Uma vez fui deixar um scrap no orkut da irmã dele e abaixo do meu
havia um scrap dele, não resisti e fui “fuçar” o orkut dele, me
apaixonei, então adicionei ele no orkut e no MSN para nos
conversarmos, pois ele já não morava mais na minha cidade, então
começamos a conversar e o interesse de ambos só foi crescendo e não
víamos a hora dele vir de Resende para gente poder se conhecer
pessoalmente.
Porém, marcamos de nos conhecermos algumas vezes, mas no final
nunca dava certo, sempre surgia um imprevisto, ele marcava o nosso
encontro em lugares que eu não costumava freqüentar, os horários
não batiam nem os momentos, tudo pareci conspirar contra, e quando
agente se dava de conta já estava na hora dele voltar para Resende e
agente não tinha se conhecido, então começávamos novamente as
conversas no MSN e os planos para nos conhecermos, nisso se passou
cerca de 2 anos e meio.
Até que finalmente ele veio passar as férias aqui na nossa cidade e
marcamos no dia 30 de dezembro de 2006 nosso encontro, era
naquele dia ou nunca, marcamos em uma boate, eu fui com umas
amigas e ele foi sozinho, só para me conhecer. Então eu estava na fila
da boate para entrar, quando olho para atrás e vejo ele, bem atrás de
mim, meu coração pulo, senti que algo muito especial iria acontecer,
mas só nos cumprimentamos formalmente.
Entramos na boate e poucos minutos depois esqueci de minhas amigas
e só queria ficar conversando com ele, eu estava totalmente
encantada com ele, afinal agente tinha se conhecido, tínhamos tantas
coisas em comum, tantas histórias para contar, tantas risadas para
dar, tudo parecia mágico, mas por outro lado, tinha receio, pois ele é
muito discreto e não transparecia se também estava encantado por
mim como eu por ele.
Dançamos juntos por algum tempo, e rolou um certo clima, então ele
tentou me beijar, mas eu tava tão nervosa que virei o rosto por
reação, e ele ficou pensando que eu não queria nada com ele, só
amizade.
Continuamos dançando, até que resolvemos ir embora, ele ofereceu
uma carona para mim e uma amiga, então sugeri que fossemos ao MC
Donald’s (na minha cidade todo mundo sai da boate e vai lá fazer
lanche) pois não queria terminar a noite com ele pensando que eu
não queria nada com ele, porque eu queria sim.
Nós parecíamos namorados, saímos da boate de mãos dadas,
chegamos para lanchar abraçados, e eu totalmente confusa, pois nem
um
beijo
tinha
acontecido
ainda.
Até que, estávamos abraçados na fila para fazer o pedido do lanche,
nos rostos estavam próximos e quanto percebi, naturalmente nossas
bocas se tocaram e o mais maravilhoso e imprevisível beijo
aconteceu.
Começamos a namorar no mesmo dia, e pretendemos ficar juntos por
toda vida !!!
Li: O que esses 3 anos te trouxeram de lição de vida?
Aprendi que o amor não tem barreiras, ultrapassa todas as distâncias,
todos os limites, ele sempre teve medo sobre nosso namoro, por
causa da distância entre nós, eu achava isso bobagem, mas com o
passar do tempo, as lágrimas foram caindo, o peito ficando apertado
e a saudade rondava minha vida por tempo integral, nenhuma amiga
compreendia a minha agonia de ficar longe dele, quanto ele me dizia
a data em que viria em contava os dias para ver ele, quando ele
chegava era o melhor momento para mim, nos dias que ele estava
aqui, parecia um sonho, mas sempre que ele tinha que voltar para
Resende, minha saudade recomeçava, e os dias passavam vazios e
sem sentido.
Até que encontre garotas que passavam pela mesma situação que eu,
e uma foi dando força para outra, então eu comecei a segurar a
barra, pois não queria que ele soubesse o quanto estava sendo difícil
para mim lidar com essa distancia, afinal ele sofre muito mais do que
eu, pois está longe de mim, da família, dos amigos, em um lugar onde
é tudo ou nada, se ele soubesse do tamanho da minha saudade seria
muito pior para ele.
Ele me fez querer ser uma pessoa melhor, mais forte, comecei a lutar
muito mais pelas coisas que queria, assim como ele.
Li: E ele? O que aprendeu?
Bom, sou a primeira (e serei a única) namorada dele, ele sempre
gostou de festas, baladas, bebedeiras, jurou que não iria namorar
enquanto estivesse na AMAN (por causa da distancia), não se envolvia
com ninguém porque ele queria curtir a vida sozinho e com os amigos.
Eu ensinei a ele que a vida com alguém ao seu lado é muito melhor,
os problemas podem ser resolvidos a dois, as festas podem ser feitas a
dois, que dividir é ao mesmo tempo somar e que principalmente uma
vida com amor, supera qualquer outra coisa, problema ou mal.
Li: Olha, eu também sou a primeira! E quero ser a única, rs. Vou
tentar. Rs. Bom, o que seu amor, esse sentimento de “amor militar”
modificou sua vida? O que essa relação vem te ensinando?
Tem me ensinado que o amor que eu sinto por ele está acima de
muitas coisas, pois estou pronta para encarar essa distância, estou
certa do nosso sentimento, pois já tive as maiores e mais lindas
provas da pureza e solidez do nosso amor, e é ele que me dá forças
para vencer qualquer adversidade.
Li: Você tem apoio dos amigos? Lembra de alguma cena, história de
apoio de alguém em algum momento difícil?
Sim, umas vezes liguei para AMAN para falar com ele, era numa sextafeira de noite e quem atendeu, disse que ele havia saído, sendo que
ele tinha me dito que não iria sair, sou muito cuimenta e com a
distancia isso é mais difícil de controlar, então liguei para o celular
dele e estava desligado, fiquei louca, pois tinha certeza que ele tinha
mentido para mim e isso eu não admito, seria uma decepção muito
grande, deixei passar alguns minutos e liguei novamente para AMAN,
outra pessoa atendeu e disse a mesma coisa que ele havia saído, não
agüentava, o celular ainda por cima desligado.
Até que entrei no MSN para ver se alguns dos colegas deles estava
conectado, para mim perguntar pelo meu namorado, mas não havia
nenhum deles, porém havia uma garota que namorava um dos
cadetes, ela me deu o telefone dela e eu liguei pra ela na mesma
hora.
Tivemos uma conversa ótima, ela me tranqüilizou, me disse que os
telefones na AMAN são longe dos dormitórios e a maioria que atende a
ligação no final de semana, ainda mais de noite (e era tarde já)
prefere dizer que a pessoa não esta, porque a maioria dos cadetes do
4º ano, vão para casa no final de semana. Foi uma conversa ótima,
pois fazia pouco tempo que eu namorava ele e realmente não sabia
como funcionavam os telefonemas por lá, nunca tinha ligado assim de
surpresa, sempre avisa ele e normalmente era ele mesmo quem
atendia.
Fiquei muito aliviada com nossa conversa, realmente ela foi uma
amiga, pois devia ser umas 3:00 da madrugada quando desligamos o
telefone.
Li: Falando nisso, qual o momento mais difícil que passou?
Sem dúvida foi os 64 dias que ficamos longe, logo depois do carnaval,
e este momento de agora que ele veio desfilar 7 de setembro e só vou
ver ele quando eu for para a formatura dele dia 24 de novembro, mais
de 70 dias longe, procuro nem pensar nisso.
Li: Você teve apoio da sua família e da dele?
Tenho total apoio da minha família, principalmente da minha, a
família dele também nos apóia bastante, pois ambas famílias são bem
“conservadoras” e sabem que o nosso namoro é muito sério, por isso
nós apóiam muito, o que nós ajuda muitíssimo a superar a distância.
Li: Com você lida com essa distância?
Vivemos na distância, nosso maior aliado é o MSN, pois nem
telefonemas podemos dar muito porque as ligações são muito caras,
então nós falamos por telefone somente uma vez na semana e quando
ele está no campo que fico a semana inteira sem saber noticias dele
fico muito mal.
Já tive depressão, por causa disso engordei 8 kg. Mas ele não sabe
disso, achei melhor não contar, no momento estou fazendo
tratamento para superar isso, meu caso não é dos piores, mas como
ano passado por problemas na faculdade e no trabalho passei por uma
depressão, meu médico achou melhor voltar ao tratamento.
Li: Você é muito ciumenta?
Eu era muito mais ciumenta no inicio do namoro, mas como o passar
do tempo ele foi me dando provas de que eu não preciso ter ciúmes
porque ele me ama, e eu sou a pessoa que ele quer ao lado dele.
Então, comecei a confiar nele, as vezes tenho algumas crises de
ciúmes e faço umas “investigações”, mas sempre acabo tendo mais
certeza que posso confiar no nosso sentimento.
Li: Você pensa o que sobre as transferências?
Penso muito, pois existem boas possibilidades dele se formar e vir
para nossa cidade, estou depositando todas minhas esperanças nessa
possibilidade, mas se algo der errado e ele não vim para nossa cidade
não sei o que pode acontecer, sofro com isso, pois esse 1 ano que
agente namorou e ele lá na AMAN já foram muito difíceis, não sei
mais da onde vou tirar forças para suportar mais tempo longe dele.
Sou muito dependente dele, quero ele todos os dias comigo, a
distancia é muito difícil, o ideal é ele vim para cá, pois daqui 2 anos
eu me formo e então se ele for transferido depois de 2 anos, vou com
ele e todos os nossos planos aconteceram como previmos.
_Ah! Se você o conheceu antes dele começar a carreira dele, como foi
esse processo para sua cabeça? Você apoiou? Gostou...
Li:
A
distância
fortalece
a
união
ou
desgasta?
No meu caso sem dúvida fortalece, pois só quando sentimos saudades
de alguém é que percebemos o quanto esta pessoa é essencial em
nossa vida.
Li: O que acha da carreira dele? Preferia que tivesse outra?
Adoro a carreira dele, minha família por parte de pai quase todos são
militares, inclusive o meu pai, além disso meu sogro também é
militar. Acho uma carreira linda, e nunca pensei em outra profissão
para ele.
Li: Uma frase que resuma o amor de vocês?
“Nosso amor é forte, jóia rara de se ver, nosso amor vale mais do que
ouro é um tesouro que só nós dois temos”
Li: Algum filme que você goste e que lembre vocês?
É engraçado, mas o nosso filme é “Sherek”, 1, 2 e 3. Porque
assistimos todos juntos, abraçadinhos. E também porque meu amor é
meio “ogro” igual ao sherek, meio durão para o amor e para o
romantismo, e eu sou meio fiona, meiga, romântica e ensinei ao meu
namorado a beleza de amar, como a fiona fez com o sherek.
É bobo, mas é um momento nosso e muito especial.
Li: Qual recadinho deixa para as mulheres que vem aqui buscar força?
Minha vida toda eu sonhei encontrar alguém como o meu namorado, o
príncipe encantado que toda adolescente sonha, mas com o passar do
tempo fui conhecendo somente homens errados, que me magoaram,
me decepcionaram e me tornaram uma pessoa fria e sem acreditar
mais
na
existência
do
meu
príncipe
encantado.
Até, que Deus pôs o meu namorado em minha vida, uma pessoa como
eu, do mesmo estilo, com os mesmo gostos, parece mesmo que somos
alma gêmeas.
A distância é difícil, mas é o que torna o nosso amor mais forte.
Meu namorado se mostrou um companheiro maravilhoso, para todas
as horas, me incentiva e me apóia em tudo.
Nunca brigamos, nem nós desentendemos, sabemos as limitações e
princípios de cada um, nos respeitamos muito, gostamos de conversar
um com o outro, ficar juntinhos, sei que se eu olhar fundo nos olhos
deles vou me ver dentro deles.
Nós momentos difíceis penso nele, quando acontece alguma coisa
muito boa é para ele que eu quero correr e contar primeiro, quando
estamos juntos nos divertimos, trocamos palavras carinhosas e nos
amamos muito.
É sem explicação, é mágico, para aqueles que acreditam em amor a
primeira vista, este foi nosso caso, para quem acredita em alma
gêmea, esse é nosso caso.
Sei que estamos apenas iniciando nossa história, mas eu e ele temos
certeza que a nossa história vai muito além do que nos mortais
conhecem.
Muitoooo obrigada! Pelo carinho da sua participação!!!!Beijusss!!!
Li: Ohhhh! Que linda você! Não preciso dizer mais nada. Assino
embaixo! E te deixo uma beijoca! Muuuuito obrigada por participar do
livro.
Entrevista 23:
"Nosso amor é forte, intenso"
Vamos abrir hoje algumas páginas da vida da Simone de 23 anos que
estuda psicopedagogia e mora no Rio Grande do Sul. Ela namora há 1
ano e 3 meses um aluno da Escola Preparatória de Cadetes do
Exército.
Li: Olá, Simone. Soube que sua história começou muito parecida com
a nossa entrevista anterior, a Renatinha. Mas, conte-nos! Como foi?
Conheci meu amor através da Internet, pelo orkut do tio dele que
trabalha comigo. Num belo dia fui deixar um recado para tio quando
vi a foto dele e me apaixonei. Adicionei, mas não deixei recado. No
outro dia, ele havia me adicionado e me deixado recado, daquele dia
em diante começamos a nos falar, a nos telefonar. Ele era muito
preocupado comigo, sempre me ligava e ficávamos horas no celular,
ele até roubava o celular da irmã pra me ligar, mas, até então, não
tínhamos nada sério, com o tempo fomos ficando e acabamos nos
apaixonando, foi quando eu vi que não dava mais pra ficar sem ele e
resolvi dizer o que sentia e que deveríamos assumir o que estava
acontecendo.
A partir daí começamos a namorar e contamos pras nossas famílias.
Foi um tempo maravilhoso, inesquecível... ele sempre foi perfeito!
Li: _O que ele mudou na sua vida?
Eu costumo dizer que ele me transformou, me modificou
profundamente, porque quando eu o conheci eu tinha muito medo de
apegar a ele por ele ser mais novo do que eu, de querer brincar com
meus sentimentos, até porque eu vinha de um relacionamento
fracassado e tudo que eu mais queria era não gostar de ninguém , não
queria me magoar mais. Mas ele sempre foi muito carinhoso,
atencioso, calmo, sincero, cuidadoso comigo, foi inevitável não me
apaixonar por ele.
Li:_ O que é o “amor militar” para você?
Venho aprendendo muito com esse amor militar, cada dia eu
aprendendo um pouquinho, no inicio foi difícil pra caramba, eu
chorava horrores, odiava o Exército, porque eu não queria ficar longe
do meu amor, não conseguia entender o porque de tudo isso, de ter
que ficarmos longe, mas ele sempre muito paciente me explicava que
era o grande sonho da vida dele, que ele estava fazendo por nós para
nos casarmos e termos uma vida mais tranquila.Com o tempo venho
entendendo mais, mas às vezes bate uma crise de choro, de saudade,
vontade de estar perto dele.
Li: _Você tem apoio dos amigos?
Amigos de verdade eu tenho poucos, posso dizer que apoio sempre
tive da família dele, e da minha. Muitas pessoas me diziam que ele ia
me trair, que capaz que deveria esperar por alguém assim, que era
para
aproveitar
a
vida,
que
não
estava
vivendo.
Mas a família dele, principalmente a minha sogra sempre me deu
apoio, sempre esteve do meu lado, ouvindo as minhas lamúrias. E
sempre me incentivou a estar firme e forte e nunca me disse olha não
vai dar certo, pelo contrario, sempre me colocou confiante.
Li: _Qual o momento mais difícil que passou?
O momento mais difícil foi quando ele me disse que havia passado na
prova e que estava indo pra Prep. Eu chorava todo dia, qualquer coisa
me lembrava da saudade que eia sentir longe dele e me desatava
numa choradeira só. Quando chegou o dia de levá-lo até o onibus pra
sua partida, eu estava com olhos inchados de tanto chorar, meu
coração parecia que estava todo em pedaços, uma tristeza muito
grande bateu no peito, eu me sentia vazia. Foi a pior das despedidas,
mas até hoje eu choro quando vou levá-lo no aeroporto.
Li:_ E a distância enorme?
Como eu moro em Porto Alegre, fica mais difícil dele vir mais seguido.
Nos vemos nos feriados e nas férias. É muito difícil ficar longe de
quem se ama, o que eu faço pra amenizar essa tristeza, é riscar
quantos dias falta no calendário, nos finais de semana fico sempre na
casa
dele,
me
sinto
mais
próxima
dele.
Agora nesse período foi o tempo máximo que ficamos longe, 2 meses
e vão ser 15 dias, hoje faltam exatamente 6 dias para sua chegada, to
muito ansiosa, pois fazendo 2 meses que não o vejo, estou morta de
saudade.
Li: _ Você é muito ciumenta?
Nossa sou muito ciumenta, aliás sou ciumenta com tudo sabe. Me
apeguei demais nele, meu amor é meu porto seguro, minha pedra
preciosa. E se vejo que tem mulher se vazando pra ele eu chego em
cima não dou mole não. Eu sou desconfiada, sabe as vezes me bate
uma crise de ciúmes mas nada que uma palavravinha dele dizendo
que me ama, que está tudo bem não resolva. Meu ciúme é sem
fundamento porque ele nunca me deu motivos pra desconfiar dele,
ele é um namorado perfeito, respeitador, sincero e muito fiel.
Li: _ Você pensa o que sobre as transferências?
Transferências, esse assunto já me deu muita dor de cabeça.
Não sei do que vai ser daqui para o futuro, já fiz milhões de planos,
então o que penso sobre as transferências??? Espero que ele consiga
vir pra cá pro sul, até porque ele quer cavalaria, assim termino minha
faculdade. Penso muito na saudade da minha família que vou sentir,
mas quando nos casarmos terei de seguir com ele afinal ele será
minha família.
Li: _ Como foi a escolha dele querer ser militar?
Quando eu o conheci ele estava no processo de estudo pras provas, eu
não entendia muito bem o que era isso, e no fundo não pensava que
ele passaria justamente no ano que eu havia conhecido, até porque
ele não estudava muito, tinha amigos dele que faziam cursinho, nem
viviam mais só em função de estudar, até brigavam com ele porque
ele me dava muita atenção e não estudava. E hoje ele foi o único que
passou e está lá, e os amigos que tanto estudaram e colocavam o
nosso
namoro
como
empecilho,
não
passaram.
De fato eu não o apoiei como devia, acho até que foi egoísmo da
minha parte, mas eu não queria ficar longe do meu amor. Agora que
estou vivendo essa fase nova tento muito entendê-lo e apoiá-lo, ainda
não é fácil, muitas vezes me da muitas crises e eu choro e fico braba
com a situação, mas logo me acalmo.
Li:
_
A
distância
fortalece
a
união
ou
desgasta?
No meu caso só fortalece, nosso amor é forte, intenso, a distancia
ajuda a sentir aquela saudade, aquela vontade de dar tudo só pra
estar
um
minuto
do
lado
da
pessoa
amada.
Agora faltam 6 dias pra eu ir ao seu encontro e posso dizer que não há
melhor sensação do que vê-lo saindo do portão de desembarque para
os meus braços. È uma sensação maravilhosa!!
Li:_ O que acha da carreira dele? Preferia que tivesse outra?
No inicio muito eu quis que ele continuasse na faculdade e se
formasse engenheiro, mas hoje se me perguntassem se eu queria que
ele voltasse diria que não! Ele nasceu pra ser militar.
Li:
_
Uma
frase
que
resuma
o
Eu te amo pra sempre ao infinito não esquece!
amor
de
vocês?
Li: _Algum filme que você goste e que lembre vocês?
Um filme que eu gosto muito e por incrível chorei e olha que é
comédia, foi Click.
Um filme bem gostoso de olhar, vi junto dele.. é uma história linda de
um homem casado que consegue um controle remoto e que tem o
poder que passar pra frente as coisas chatas e simples de uma vida,
quando ele se da conta está velho e sozinho pois ele transformou toda
sua vida rápido demais e ele tenta fazer com que seus filhos não se
tornem
que
nem
ele.
Vale
muito
a
pena
ver.
Li: _Obrigada por essa conversa, Simone!
Entrevista 24:
“O amor é alimentado por incessante conquista!”
Hoje vou conversar com uma estudante de economia lá de Juiz de
Fora, Minas Gerais. A Débora C. Valentim tem 19 anos e namora há 9
meses um aluno da EsPCEx
Li: _Oi, Débora. Como se conheceram, menina? Pode contar tudo e
não esconder nada, hen? (risos)
Eu me mudei pra Juiz de Fora há 2 anos e 8 meses e fiz bastante
amizade no meu bairro, ainda mais que meu colégio ficava aqui
também. Mas só fui conhecer meu amor quase no final de 2006; ele
também morava no meu bairro. Tínhamos alguns amigos em comum e
por mais que ele freqüentasse a minha rua (principal), não nos
conhecíamos. Certa vez, eu estava na praça que tem em frente a
minha casa e um amigo veio conversar comigo.
Ele estava acompanhado e foi ali, a primeira vez que olhei para o
amor da minha vida! Nem conversamos muito tempo, os dois estavam
apenas de passagem, mas a partir daí, começamos a nos
cumprimentar na rua. Eram raras as vezes que nos esbarrávamos, mas
confesso que comecei a vê-lo de um jeito diferente. Não sabia nada
sobre ele, nem que ele morava tão perto da minha casa! Um dia,
vindo da casa de uma amiga, encontrei-o junto com meu amigo __ o
mesmo da pracinha __ e só os cumprimentei, quando fui surpreendida
com meu amigo correndo atrás de mim. Ele disse que o amigo dele
queria me conhecer e como todo bom amigo, disse mil e uma
qualidades dele, pra ficar mais fácil de eu aceitar a conversa! (hoje
sei que ele não estava mentindo!) (risos). Eu disse que também
gostaria de conhecê-lo melhor, então o nosso amigo em comum disse
que ele me procuraria.
Na época eu estava no 3º ano do ensino médio de manhã e fazia
cursinho pré-vestibular à noite. Numa dessas noites, chegando em
casa, nosso amigo veio falar comigo pois já havia se passado algumas
semanas e “ninguém” havia me procurado. Cheguei a pensar que não
era aquilo que seu amigo realmente queria e não me manifestei, mas
ele disse que o mesmo estava estudando muito para prestar concurso
para a EsPCEx, por isso não havia me procurado; então pediu meu
telefone para ficar mais fácil a comunicação entre nós. Mas de nada
adiantou, pois não recebi nenhum telefonema e por mais que tivesse
interesse em conversar com ele, não fiquei muito ligada nisso porque
pensava que, se ele quisesse, teria me ligado!
Passou-se um tempinho, ele foi aprovado no concurso e para minha
surpresa, nos esbarramos na praça mais uma vez, e para variar, ele
estava com nosso amigo. Eu estava sozinha e resolvi sentar no banco
em que os dois estavam, foi a 1ª vez que falamos mais que um simples
OI. Mas ali não ficamos muito tempo. Ele foi embora quando seus pais
passaram de carro. Fiquei só com nosso amigo, que voltou a tocar no
assunto de nos encontrarmos. Foi quando descobri que éramos
praticamente vizinhos. Já estávamos no final de novembro, quase nas
férias. Na 2ª vez que conversamos, todos nós juntos também na
praça, fui eu quem foi embora primeiro. Assim que cheguei no quarto
meu celular tocou! Era ele! Perguntou o porquê de eu ter subido pra
casa tão rápido e disse que no decorrer da semana me ligaria (isso foi
num domingo). Aí sim fiquei mais empolgada, pois depois desta 1ª
ligação, também me mandou uma mensagem linda!
A nova ligação só veio na sexta-feira, mas parecia que já nos
conhecíamos há anos, pois ficamos horas no telefone! Ríamos muito e
contávamos histórias como se fossemos grandes amigos. Achei-o
muito engraçado, divertido e tinha amado conversar com ele. Durante
o telefonema mesmo, ele me chamou para sair no sábado a noite,
mas eu já tinha um compromisso nesse dia. Era dezembro e minha
família iria num churrasco de confraternização entre as famílias dos
militares do quartel em que meu pai trabalhava. A festa duraria o dia
todo e era numa cidade vizinha, talvez eu não chegasse a tempo para
o encontro. Com isso, fiquei de ligar assim que chegasse em casa.
Durante o churrasco fiquei pensando na resposta que daria a ele.
Cheguei em casa às 21h e 30 minutos e no domingo de manhã
começaria a primeira fase do vestibular que eu prestaria, por isso
ainda estava em dúvida se iria no encontro. Ao pegar o celular e ligar
pra ele, decidi que o encontraria. Me arrumei o mais rápido que pude,
para não sair muito tarde de casa. Quando foi 22h e 30 minutos eu
estava pronta e então liguei avisando-o. Combinamos de nos
encontrar pertinho de nossas casas para irmos juntos à algum lugar.
Na minha casa ninguém entendeu o motivo de eu sair àquela hora, do
nada, em véspera de vestibular.
Nos encontramos no lugar marcado e, sem saber pra onde ir, fomos
parar numa praça que fica no centro da cidade. Chegando lá, a gente
conversava enquanto dava uma volta, mas o engraçado é que só eu
falava! Ele apenas comentava os assuntos (risos). Quando paramos
num lugar, ele finalmente tomou a atitude e nós ficamos. Foi
perfeito! Achei muito lindo, no 1º dia, ele me chamar de AMOR e
assim que chegou em casa, me ligou e mandou mensagem! Foi o
suficiente pra me fazer ficar apaixonada! Desde esse dia (16 de
dezembro) não nos desgrudamos mais! Depois de 12 dias, ele me
pediu em namoro. Foi tudo muito intenso entre a gente e novo
também, tanto pra mim quanto pra ele. O amor da minha vida estava
tão próximo de mim e eu desconhecia.
Li: _Como é isso de namorar à distância?
Minha vida mudou bastante, pois nunca havia namorado à distância.
Sempre achei esse tipo de relação muito complicada e difícil de
conduzir. Mesmo sabendo das dificuldades, tudo se torna mais fácil
quando se tem amor e quando ambos lutam pra dar certo. Quando ele
partiu, faltavam alguns dias para completarmos 1 mês ainda,
estávamos no início do nosso relacionamento. A partir daí, uma nova
fase começaria em nossas vidas. Uma luta contra a dor que a saudade
traz, contra a distância, contra esses sentimentos que às vezes nos
deixam muito confusas.
É um mundo onde apenas eles, os militares, e as pessoas que os
acompanham de perto, conhecem. Um mundo que estou conhecendo
através da pessoa que me faz muito feliz e que tem me ensinado
muita coisa. Ele me ajuda a superar tudo que temos que enfrentar, é
muito cabeça e tem sabido levar sua carreira sem deixar faltar nada
no nosso amor. Sinto que amadureci bastante e a cada dia aprendo
uma nova lição com ele. Ser mais humana, ter jogo de cintura pra
lidar com certas situações e não reclamar da vida, pois foi Deus quem
nos concedeu tudo que temos. Não lamentar o que passou e sim,
tentar melhorar a cada dia. Me espelho muito nele, é um exemplo de
pessoa, de superação, de garra para mim.
Li: _ E o que ele acha disso?
Ele sempre diz que o nosso relacionamento é super diferente dos
outros que ele já teve. Não é comparação, pois cada pessoa é
diferente da outra, mas o sentimento é outro! Segundo ele, o carinho,
a atenção, a preocupação foram despertados nele através na nossa
relação. Hoje ele da muito mais importância a certos detalhes,
importantíssimos para nós mulheres, que antes não eram percebidos
por ele.
Li:_ O que é namorar um milico?
Como comentei acima, essa relação tem contribuído para o meu
amadurecimento, estou aprendendo a controlar meu emocional, pois
são muitas emoções que se confundem em pouco tempo! A saudade, a
tristeza, a alegria, a dor, a empolgação, a carência, às vezes se
misturam e você fica uma pilha de nervos, o que é muito comum.
Você passa a dar mais valor a cada minuto com seu namorado, seja na
internet ou no telefone; e quando ele está aqui, a gente só pensa em
ficar junto e nem tem tempo pra pensar em brigas!
Nunca imaginei que passaria por isso, e que passaria tão bem! Estou
muito feliz por tudo que vem acontecendo comigo e com meu amor.
Sempre quero fazer parte de cada conquista ou passo que ele dá em
sua carreira, ajudando-o no que for preciso e me sinto realizada em
poder contribuir para um sucesso que antes era apenas um sonho!
Hoje percebo que não sou apenas uma mulher apaixonada. Namorar
um milico exige muito mais que isso. É realmente um estilo de vida.
Um estilo que dita as regras e a gente deve se adaptar. Exige
sacrifício, fé, perseverança, paciência, compreensão, dedicação e
muito amor! Amor verdadeiro, amor forte, amor que constrói, amor
que supera!
Li: _ Alguma fase difícil?
Sem dúvida acostumar com a distancia não é nada fácil. E se for no
inicio da relação, pior ainda. Desde que ele foi pra Campinas até seu
primeiro retorno a JF, foram 26 dias separados. Sendo que no dia que
ele chegou, eu ainda estava viajando. Ainda era férias e eu tinha ido
com minha família pro Nordeste. Cheguei num dia e ele viajou no
outro. Não ficamos quase tempo nenhum, juntos. Depois disso foram
mais 45 dias sem nos vermos! Essa foi a pior fase! Eu sentia muito a
sua falta e o choro era quase inevitável.
Li: _ Como ambas as famílias lidam com isso? Apóiam?
Minha família sempre me apoiou nesta relação. Minha mãe mesma diz
que nunca me viu tão feliz e isso é muito bom! Meu pai sempre diz
que sua felicidade é me ver feliz; creio que esteja radiante então,
porque eu estou a ponto de explodir (risos)! Disse uma vez que era
meu dever, amar e fazer o meu amor muito feliz e me sentir feliz! E
também apóia muito o meu amor, pois sabe o que é viver as emoções
de ser militar. A família dele tornou-se a minha segunda família.
Graças a Deus fui muito bem recebida por todos e lá me sinto a
vontade. Tenho um sogro muito engraçado e divertido (risos), uma
sogra que mais parece uma mãe pra mim (cuida de mim quando estou
sozinha) e uma cunhada que é mais que isso, é minha amiga!
Li: _ Quanto tempo ficaram já longe?
Na maioria das vezes estamos separados e o período mais longo que
ficamos sem nos encontrar, foi de 45 dias. Campinas fica à 9 horas
daqui por isso ele vem apenas nos feriados. Conversamos pela
internet nos finais de semana e às vezes durante a semana, pelo
celular ou telefone. O início sempre é mais difícil, mas já me habituei
a esta situação. Sempre que posso organizo meus horários de acordo
com os dele, pra gente ter mais tempo “juntos”. Nunca fiquei doente
por causa disso __ apesar de ter emagrecido 5Kg desde que ele foi pra
lá __, mas fico muito mal quando a gente passa a semana toda sem se
falar. Por exemplo, numa vez em que ele esqueceu o carregador do
celular aqui em JF. Nossa! Foi horrível! Eu sentia que estávamos
quase incomunicáveis, pois eram raras as vezes que nos
encontrávamos na internet e ficaríamos um bom tempinho sem nos
vermos.
Li: _ Você é ciumenta?
Sou um pouco ciumenta sim, mas tento controlar meu ciúme. No
início eu até ligava para o que as pessoas falavam, era muito
insegura. Aos poucos fui adquirindo confiança no meu amor, isso é
fundamental. Um relacionamento sem confiança, é imaturo e
desestruturado. Passamos a maior parte do tempo separados, e ter
que confiar em palavras escritas na internet ou em mensagens de
celular é um processo difícil. O coração que ama te pede para
acreditar e o pensamento humano te traz a dúvida. Mas como eu disse
isso é uma fase, e que foi superada por nós. Foi preciso conviver com
isso para que o amor se fortalecesse. Às vezes é bom ficar um tanto
insegura e receber um carinho depois (risos). Mulheres adoram se
sentir protegidas pelos homens das suas vidas, e comigo não é
diferente.
Li: _ E as transferências? Já pensa nelas?
As transferências são me amedrontam. Quero sempre estar do lado
dele, aonde ele for! Podem parecer meras palavras bonitas, mas
quando estamos dispostos a lutar pelo nosso amor, as barreiras são
apenas barreiras. Com fé em Deus conseguimos ultrapassar. Mesmo
mudando sempre, quero seguir minha carreira. Por não ser uma área
restrita, tenho muitas opções, o que não me impede de acompanhá-
lo. Mas tanto eu quanto ele, sentiríamos muita falta da família e dos
amigos. Isso também é um aprendizado e questão de hábito.
Li: _ A distância fortalece a união ou desgasta?
Acho que qualquer pessoa preferiria estar sempre com seu amor, do
que vê-lo só nos feriados. Como minha relação com ele começou um
mês antes dele ir pra Campinas, tivemos que aprender a lidar com
isso, quase que no susto mesmo. No nosso caso a distância não
contribuiu para o desgaste da união, mas claro que as vezes a gente
se sente muito “longe” da pessoa. Ao contrário do que muitos
pensavam, nosso amor cresce a cada dia que passa, o sentimento é
muito mais forte sempre. Chego a pensar que pelo fato de não nos
vermos sempre, e a saudade apertar, não temos tempo para brigas ou
discussões por coisas sem importância.
Li: _ O que acha da carreira dele? Preferia que tivesse outra?
Conheço um pouco desse meio, pois meu pai é militar também, então
sempre me vi bem envolvida nisso. Seja nas cerimônias ou nos hinos
militares que ele me ensinava quando ainda era pequena (risos).
Estou feliz pela sua escolha e muito orgulhosa também, pois para se
estar lá dentro é preciso muita força! E o amor, o respeito que eles
levam no peito pela pátria, pela profissão, é motivo de orgulho sim, e
reconhecimento. É muito bom ver sua vibração até com os piores
momentos que tem que passar. Ele sabe que é preciso lutar para se
vencer!
Li: _ Uma frase que resuma o amor de vocês?
“O amor é alimentado por incessante conquista!”
Li: _ Uma música tema que lembre vocês.
Ele uma vez me disse ter escutado uma música que contava a nossa
história, que era exatamente o que ele pensava e sentia. É a música
“É diferente”, Sorriso Maroto.
Li: _ O que gostaria de dizer para terminar?
Para as mulheres que acompanham as entrevistas, deixo um pouco do
que aprendi. Acima de tudo devemos ser fortes! Saber enfrentar
nossa principal inimiga, que é a ausência dos nossos amores, é uma
virtude. Eles precisam muito do nosso apoio e compreensão. Nos
sentimos as vezes, sozinhas? Eles passam dias e mais dias longe de
casa! Precisamos ouvir um EU TE AMO? Eles precisam ter certeza do
nosso amor a cada instante! Sentimos falta de carinho? Eles precisam
se sentir acariciados, protegidos pelo calor do nosso amor, cada vez
que se recolherem naquelas camas, num lugar nenhum pouco
aconchegante!
O amor é alimentado pela conquista diária e recíproca. Não é o fato
de eles estarem longe que vai impedir um amor de crescer e se
fortalecer. Por isso lutem contra as coisas que tentarem atrapalhar
esse amor; não permitam que sentimentos ruins ou palavras confusas
interrompam uma vida a dois! Porque sem lutas, não há vitória!
Li: _ Menina, que linda sua experiência de vida e você tem um
coração bastante sábio! Um beijo e um abração!
Entrevista 25:
"O pior que não dar certo é não ter tentando"
Olá, meninas! Como vai a correria do fim do ano? Vamos esquecer um
pouquinho tudo isso e ler mais uma entrevista. Hoje, vamos conversar
com a Rita Pinto Lanfermann que é Diretora Financeira da Câmara de
Vereadores e mora no Rio Grande do Sul. Ela tem 2 filhos já adultos e
conhece seu amor militar há dois anos.
Parece que essa entrevista começará como muitas outras, mas olha só
a história desta nossa companheira e vejam como nossos sentimentos
são universais. Seu milico é sargento do Exercito Português GNR e
agora está na cidade de Montluçon, na França. Ele é instrutor de
guerra.
Li: _ Rita, a Internet é o lugar mais moderno de se conhecer alguém
não é mesmo? Tenho inúmeras entrevistas contando histórias de amor
assim. Então, conte a sua.
_ Era um dia chuvoso e bem depressivo, entrei em um chat, na net.
Chamou-me atenção seu nick, (Gato Felino). Começamos a conversar
e ficamos assim por muito tempo. Falamos sobre tudo: serviço,
amizade, suas missões de alto risco, assim foram meses, ate
descobrirmos que falávamos todo dia, que estávamos apaixonados um
pelo outro, que mesmo ele tendo seus alunos de guerra, indo para
Iraque, Irã, não conseguia sair sem me deixar um email, hoje estamos
bem, falamos todos os dias pelo msn e celular, é incrível toda nossa
história, muitas coincidências, falamos a mesma coisa juntos,
adoramos o mesmo filme (escrito nas estrelas), que ele teima em
dizer que é nossa história, temos o mesmo livro como preferido, ele
diz que é simbiose, almas gêmeas.
Tivemos uma discussão ate hoje, ele perdeu 2 kilos e voltou a fumar ,
pretendemos nos ver em maio de 08, talvez tomar uma decisão.
Li: _O que vem aprendendo com esta “história escrita nas estrelas”?
_Aprendi que quem ama de verdade liberta, o verdadeiro amor é
incondicional, mudou tudo em mim, me fez me valorizar mais como
pessoa, como mulher, ensinou-me a dar mais valor a vida, contadome o que via nesses paises, a tristeza, o horror e o medo.
Li: _ E o reverso?
_Nossa, é outra pessoa, não é mais amargo com a vida, compreende
melhor seus alunos, até se apelidou de sargento do coração mole.
Li: _ O que seu amor, esse sentimento de “amor militar” modificou
sua vida?
_Mudou que amo um homem que luta por sua terra, sua gente, não é
egoísta, essa relação vem me ensinando a valorizar mais as pessoas a
ver que não se pode julgar os outros sem ouvir as duas partes.
Li: _ Você tem apoio dos amigos?
_Sim, poucos, mas tenho, nos momentos de medo, de duvida se
voltaria vivo, sempre tive meu amigo me dando aquele apoio.
Li: _ Qual o momento mais difícil que passou?
_A duvida dele em relação a se apegar em alguém e não poder lhe
proporcionar segurança, estabilidade.
Li: _ Você teve apoio da sua família e da dele?
_Da minha sim, da dele, não.
Li: _ Com você lida com essa distância?
_Estou aprendendo a saber curtir uma saudade, a volta é sempre
melhor, sim uma depressão grave, mas ele me ajudou a sair dela,
ficamos 30 dias distantes, pareceram meses.
Li: _ Você é muito ciumenta?
_No começo era, hoje, valorizo muito mais meus sentimentos e
minhas opiniões.
Li: _ Você pensa o que sobre as transferências?
_Penso, sei que em 2009 termina sua missão na França, não sabemos
ainda seu futuro, mas estamos aprendendo juntos a curtir o presente.
_Ah! Se você o conheceu antes dele começar a carreira dele, como foi
esse processo para sua cabeça? Você apoiou? Gostou.... conheci ele já
militar
Li: _ A distância fortalece a união ou desgasta?
_Fortalece muito.
Li: _ O que acha da carreira dele?
_Amo meu militar com suas ausências e tudo
Li: _ Uma frase que resuma o amor de vocês?
_Está escrito nas estrelas.
Li: _ Uma música tema que lembre vocês.
_Imagine.
Li: _ Algum filme que você goste e que lembre vocês?
_Escrito nas estrelas
Li: _ E o recadinho final para as meninas?
Gente tudo vale a pena, é só saber acreditar, amar, aproveitar o que
está acontecendo, o pior que não dar certo é não ter tentando!
Beijos!
Li: _ Rita, beijos para você também e obrigada por nossa entrevista!
Fico super feliz de saber que nos encontrou e agora nossa grande
família cresceu.
Entrevista 26
"Me apaixonei muitas vezes pela mesma pessoa"
São seis anos e não são seis dias! É por isso que hoje vou conversar
com a Geise, uma estudante de enfermagem lá de Minas. Essa
simpatia namora um sargento do Exército e vai ter uma gostosa
conversa com a gente:
Li: _ Como se conheceram?
Eu fui a um baile conhecido da minha cidade e quando estava
descendo pro baile tinha uma turma de meninos e ele estava no meio.
Eles comentaram sobre mim e o meu irmão também estava nessa
rodinha. Começaram a chamar o meu irmão de cunhado e ele foi o
único que ficou calado. Ao chegar ao baile, após algumas horas
dançando sozinha, ele me perguntou: “_Você é irmã do fulano
respondi toda sem graça que sim.”
Ele me perguntou se podia me conhecer até ai tudo bem, depois me
perguntou se podia me dar um beijo ai eu estava toda sem graça e
lembrando das palavras do meu irmão: “Se você ficar com algum
amigo meu você vai vê, pode fazer qualquer coisa mas amigo meu
não”, ai virei pra ele e pedi que voltasse depois, mas antes de sair,
ele me deu um beijão, fiquei sem fôlego. Fui ao céu e voltei rsrs,ai já
disse a ele agora você não vai mais embora ficar aqui e ele ficou.
Toda vez que meu irmão passava, eu abaixava, até que uma hora
assustei e ele já não estava ao meu lado e quando inclinei minha
cabeça ele estava falando com meu irmão: “to ficando com sua
irmã.” E ouvi meu irmão respondendo “você é meu amigo não tem
problema.” Nossa foi um alívio.
Depois de três meses, estávamos namorando firmes, mas foi uma
batalha, meu pai no começo não aceitou, mas depois que minha mãe
conversou com ele, cedeu.
Namoramos um tempo até ele passar na ESA e ir embora pra cidade
que está servindo agora dia 24/03/08 faremos 6 anos de namoro.
Somos noivos a 1 ano e fim do ano a gente deve selar esse amor, nos
casando.
Li: _ O que 6 anos de namoro te fez crescer como pessoa e também
no seu relacionamento?
Aprendi que amor a distancia é difícil, mas o pior é amar e deixar que
a distância separe esse amor. Confiança é o alicerce de toda uma
relação, o tempo é o senhor da razão, mas o amor é a chave de tudo.
Depois de tanto tempo ao me olhar no espelho me vejo uma pessoa
totalmente diferente daquela de 2002, agora deixei de ser uma
menina pra ser uma mulher, estou realizando os meus sonhos e com
uma pessoa maravilhosa que me ama.
E tudo que passei até hoje pra mim foi uma fonte de ensino e agora
sei os erros que devo evitar,e sei que vou ser feliz.
Li: E o reverso? Em que acha que ele modificou estando e convivendo
contigo?
Ele não mudou assim tanto, continua decidido, atencioso,
preocupado.Mas também cresceu, não é mais um menino agora é um
homem,com muita opinião e muito sincero.
Li: _O que seu amor, esse sentimento de “amor militar” modificou
sua vida? O que essa relação vem te ensinando?
Meus sentimentos agora estão mais claros, aprendi a lidar com a
saudade, com a distância e comecei a ver que sou muito importante
pra ele e que cada volta sua a nossa cidade é como um novo
reencontro cheio de amor, é tudo de bom.
Li: _Você tem apoio dos amigos?
Nessas horas amigos são complicados, pois eles sempre acham loucura
esperar por uma pessoa que nunca irei saber se vai voltar. Teve a uns
tempo atrás que por alguns problemas acabamos por terminar,e foi o
maior tempo que passamos terminados,um mês,e quando começamos
a conversar sobre voltar sobre nunca mais nos separarmos tive muito
apoio de amigas minhas para que eu fizesse o que eu acharia que eu
estaria feliz e assim nos voltamos.
6)Falando nisso, qual o momento mais difícil que passou?
Foi na escolha de pra onde ele iria, ele teve o curso todo estudando
muito pra poder voltar para nossa cidade. No ano dele ficou muito
bem classificado, mas não abriu vaga pra nossa cidade realmente ter
que ver ele ir para mais longe do que já era Três Corações foi muito
difícil.
Li:_ Fale nos sobre a distância...
Não nunca me senti distante dele, a distancia é ruim, mas nos
falamos todo dia pelo msn. Já fiquei um mês sem vê-lo e a distância
daqui onde ele está é de umas 8 horas, já cheguei achar que nós não
daríamos certo por causa da distância, mas ele não deixou eu desistir
demonstrando pra mim todo seu amor.Pra mim a distância de quem
se ama fortalece a relação, mas pra quem não tem esse amor com
certeza se desgasta.
Li: _ O que acha da carreira dele? Preferia que tivesse outra?
Acho que o exercito é uma carreira muito bonita apesar de não ser
bem remunerada, mas se ele optasse por um novo emprego eu o
apoiaria.
Li: _ Uma frase que resuma o amor de vocês?
Devo confessar-te que durante nossa relação me apaixonei muitas
vezes. Sempre da mesma pessoa.
Li: _ Algum filme
Amor sem fronteiras
que
você
Li: _ O que falaria para as meninas?
goste
e
que
lembre
vocês?
Minha mensagem é que não desanime perante os obstáculos use eles
pra que ajudem você a separar. Que sejam felizes e ame. E gostaria
de deixar para o meu amor um recado: Que durante os 6 anos que
estivemos juntos cada momento foi especial cada um do se jeito e
que esse nosso próximo passo que iremos tomar será um sonho
realizado pra mim e sei que pra ele também...te amo muito.
Li: _ Meninas, um grande beijo. Linda, obrigada por sua entrevista.
Toooda felicidade do mundo. Quem quiser, escreva para nós e mande
sua história!
Entrevista 27
“Aprendi a me doar mais”
"Aprendi a me doar mais numa relação, a respeitar mais. Mas,
principalmente, com ele aprendi o que é o amor de verdade. "
Conheci a Luciene através da Internet. É incrível como não importa a
distância, nós que amamos um militar acabamos nos esbarrando no
mundo virtual. Mas, veja quantas coincidências: somos as duas
cariocas, com 23 anos, namoradas de aspirantes, conhecemos nossos
amores depois do Espadim (e, infelizmente, não fomos a ele) e
gostamos de psicologia. Uau, quase irmãs!rs. Bom, mas a Lu não só
gosta de “psico” como estuda psicologia! Essa menina linda que você
vê namora há 1 ano e 6 meses um milico do Exército. Parece pouco?
Que nada! Veja só que história tão linda de amor na entrevista de
hoje!
Li: Oi, Luciene, que legal você se dispor a contar um pouquinho de
como tudo começou. Fico superfeliz. Vamos lá?
Bem, nos conhecemos de uma maneira no mínimo engraçada...
Cheguei do trabalho num sábado (07/10/06) e estava tendo um
churrasco aqui em casa. Meu padrasto é daqueles animados que tudo
é motivo de festa. Sem contar que ele faz amigos numa facilidade...
Então, num sábado à tarde cheguei em casa e tava rolando um
churrasco em que eu não conhecia 90 % das pessoas. E lá estava ele
(meu amor). Quando cheguei nem reparei nele, na verdade quem
reparou nele foi uma amiga que tinha chegado junto comigo. Mas
falei um oi geral quando cheguei e entrei direto em casa.
Quando saí pra levar minha amiga na porta, ela me apontou ele. Essa
foi a primeira vez que o vi. Depois que a levei sentei com o pessoal
pra me enturmar e acabei sentando ao lado dele, mas foi sem
intenção mesmo. Papo vai papo vem percebi o quanto ele era
inteligente e me interessei por ele. Mas, além disso, o celular dele
não parava de tocar e toda hora ele saia pra atender. Pensei: Nossa
como esse rapaz é concorrido!!! E óbvio isso me intrigou.
Pensei: o que esse sujeito tem de bom pra tantas pessoas estarem
procurando por ele? Mas aí foi anoitecendo e o pessoal amigo dele
estava querendo sair à noite pra dançar e eu como já não saia há um
tempinho estava doida pra ir, mas também estava meio sem graça.
Afinal, tinha conhecido aquelas pessoas naquele dia, apesar de
morarem todas no mesmo condomínio que o meu.
Enfim, fui! Estando lá, vários amigos dele chegaram em mim, mas eu
tinha gostado dele e não ia ficar com nenhum deles. Até que no meio
da noite ele chegou em mim e eu aceitei ficar com ele. Só que olha só
o que aconteceu: eu bebi. Pouco, mas bebi e como não tinha comido
nada o dia inteirinho acabei ficando meio "no brilho" logo logo. E ele
percebeu isso muito antes de mim e me chamou pra tomar uma cocacola. Mesmo achando que não precisava eu fui.
Depois disso, comecei a me sentir mal, muito enjoada e fui pro
banheiro, pois estava passando mal. Enfim... Uma hora no banheiro
colocando todos os meus bofes pra fora e pensando como pôde
acontecer aquilo. Já que nunca tinha passado por nenhuma situação
parecida antes, muito menos com pessoas que eu não tinha a menor
intimidade. Quase morri de tanta vergonha!!! Depois desse tempo
todo saí do banheiro e lá estava ele: na porta me esperando
preocupado. Ficamos juntos o resto da noite e depois viemos pra
casa. Cada um pra sua! Quando retomei meu "juízo" no dia seguinte
pensei: Esse garoto nunca mais mais me procurar. Depois do vexame
de ontem... Mas pra minha surpresa no meio da semana ele me
adiciona no orkut: "Olá! desculpa mas naum resisti e tive q te add no
meu orkut. Num falei q sou chato... rsrsrs Um super beijo e uma
ótima semana pra vc."
Imaginem minha cara quando li esse recado. PASMA!!! Esse recado foi
exatamente no dia 09/10/06. De lá pra cá ficamos algumas vezes e
logo depois começamos a namorar... E desde então não nos
desgrudamos mais!
Li: _ Woooonnnnn! Parece seriado de TV daqueles que a gente fica na
torcida! So cute!!! Mas, sabemos que nem tudo são flores, o que
aprendeu durante esse tempo que estão junto com ele?
Aprendi a me doar mais numa relação, a respeitar mais. Mas,
principalmente, com ele aprendi o que é o amor de verdade.
Li: _ E o reverso? Em que acha que ele modificou estando e
convivendo contigo?
Acho que ele também aprendeu a respeitar mais a pessoa com que se
relaciona. Porque o relacionamento anterior dele era meio
conturbado. E as coisas que aconteceram entre eles fez com que ele
desacreditasse um pouco no amor e nas mulheres. E quando ele me
conheceu viu que poderia confiar em alguém de novo. Só que dessa
vez de verdade. Pelo menos é o que ele diz. Ah... ele diz também que
depois que começamos a namorar começou a planejar mais a vida.
Não é lindo???
Li: _ Lindo ao cubo!!! Você tem apoio dos amigos?
A pessoa que mais me apóia é minha prima Aline. Que também vive
um amor militar e sabe muito bem como é. O namorado dela é da
AMAN (3° ano). Acho que por isso ela me entende mais. Porque
minhas amigas mesmo sabendo que gosto muito dele pensam que
estou perdendo tempo com ele por causa dessa distância. Elas não
criticam diretamente, mas sei que acham isso.
Li: _ Falando nisso, qual o momento mais difícil que passou?
Pra mim foi quando saiu a relação de cidades da transferência que
tive certeza absoluta que não daria pra ele ficar no Rio e nem tão
perto. E nesse meio tempo ele estava sem poder vir pra casa porque
estava punido. Ou seja, não podíamos nem conversar direito sobre o
assunto. E eu não gosto muito desses conversas pelo telefone. Eu
precisava olhar nos olhos dele pra saber como aquilo estava sendo pra
ele também.
Li: _ Você teve apoio da sua família e da dele?
Da minha família sim. Sempre. Já da família dele... A gente se dá
bem e tudo, mas eles não gostam muito de mim não. Sei que acham
que não sou a mulher certa pra ele, mas pra mim o que importa é o
que ele pensa. E se ele me ama e nós nos damos bem, isso é
suficiente pra mim.
Li: _ Há muitas meninas que já entrevistei que passaram pelo mesmo.
Continue sempre assim, lutando pelo amor de vocês dois! Ele foi para
o Sul. Como é essa distância agora, pós Aman?
É muito difícil pra nós agüentar a saudade. Nunca pensei que fosse ser
tão difícil. É uma coisa inexplicável. Só quem passa que sabe. No dia
que ele foi embora pro Sul caí de febre, chorei o mês inteiro... Depois
a gente acaba se acostumando. Mas aí quando ele veio me ver, depois
de quase 3 meses, foi lindo! Pena que foi só uma semana, mas foi
perfeito! Aí, quando ele foi embora, caí de febre de novo. Agora
ficamos sempre acompanhando as promoções das passagens aéreas
pra podermos nos ver.
Li: _ Você é muito ciumenta?
Sou ciumenta sim. Mas ele me passa muita segurança. Até agora sei
que posso confiar nele. E não ligo para o que as pessoas falam sobre
isso não. Sinceramente. Porque as pessoas falam, mas não conhecem
nossa relação tão bem quanto a gente. Por isso que não me preocupo.
Li: _ E as transferências?
Sei que pra ser esposa dele tenho que fazer muitas concessões, mas
estou disposta a fazer se for preciso. Espero ter o apoio dele pra isso.
Mas também não é por causa disso que quero deixar minha vida
profissional de lado. Se de repente estiver num lugar sem muitas
chances de trabalho pretendo estudar pra não ficar parada. Ele pensa
em fazer o curso de para-quedista, e isso traz uma estabilidade maior
aqui no Rio. E talvez a gente consiga conciliar a nossa carreira.
Li: _ Seria ótimo que viesse! O meu agora está no curso. Me diz uma
coisa: a distância fortalece a união ou desgasta?
Pra mim fortalece. Mesmo com a distância estamos sempre falando
um com o outro. Sempre sabemos o que está acontecendo na vida um
do outro. É claro que as vezes é muito difícil porque a gente quer um
colo, um abraço, um olhar e infelizmente não dá. Mas por outro lado,
acho que a relação fica mais amorosa, intensa, você faz mais planos,
sonha mais. E isso é muito gostoso.
Li: _ O que acha da profissão dele?
Sou muito orgulhosa dele. Nunca tive preferência pelos militares. Mas
a convivência com ele me fez admirar muito o trabalho dele. Sem
contar que adoro ver ele fardado. Fica lindo.
Li: _ Você falou isso e me veio uma reflexão a cabeça. Somos tão
criticadas por achá-los bonitos de farda, como se fosse quase um
crime de corrupção da integridade feminista e blá blá. Mas, sente a
loucura: se uma amiga nossa adora e acha lindérrimo o namorado de
terno tudo bem, ninguém diz nada, até apóia com um “eu também
acho super legal um homem de terno”. Se as mulheres também
admiram as fardas e falam “poxa, ficam tão bonitinhos
engomadinhos” continua na normalidade (afinal, virou até fetiche
para algumas!). Mas, se nós, que já namoramos há anos, temos nossas
vida profissional resolvida, somos mulheres independentes e
modernas ousamos comentar “ele fica tão lindo de farda”... Ai vem
chuva de granizo: “Alá, só ta com ele pela farda”, “que absurdo, você
só pensa nisso”. O que já ouvi de baboseiras do gênero. É de revirar
os olhos. Aff.
Li: _Alguma canção que é a cara de vocês dois?
A gente sempre lembra um do outro quando toca Kiss me (do filme
Segundas intenções).
Li: _ Que lindo, eu sou louca por essa música. Vamos ouvir um pouco
e terminar esta entrevista com essa bela trilha sonora? Lu, muito dez
o nosso papo! Tudo de bom para seu futuro e nos esbarraremos por aí
em alguma “vila” deste Brasilzão.
Entrevista 28:
"Não deixe que críticas e pessoas invejosas, nada nem ninguém
atrapalhem sua felicidade."
Oi, pessoal. Quanto tempo! Mas, volto hoje com a Hellen de 18
aninhos. Ela é artista Plástica e mora em Patos, MG. Há 4 anos e
meio vive um lindo amor com o soldado do EB. Agora eles já estão
noivos e é essa história que vamos descobrir mais a fundo.
Li: Hellen, querida, quatro anos é um tempinho já. Como se
conheceram?
Vou contar agora sobre o nosso amor como tudo começou...
Tudo começou em 2004, quando estávamos cursando a oitava serie e
éramos da mesma sala de aula. No inicio eu nem o notei, se quer
sabia que era da minha sala, ate que um dia durante a aula de artes,
a professora elogiou meu desenho perante a turma, naquele momento
ele se aproximou e começou a brincar comigo: _Que casar
comigo?Você é desenhista eu sou goleiro vai dar certinho!
Eu era muito tímida e apenas sorri. A parti daquele momento as
brincadeiras eram constantes. Mas nem levava a serio, porque ele não
gostava de mim e eu era apaixonada a anos por um ex-vizinho.Mas o
tempo foi passando é essa brincadeira acabou virando realidade, ele
se apaixonou por mim.Saímos juntos mas nada acontecia.Mas nada o
fazia desistir de me conquistar.Até que finalmente ele conseguiu, e
dia 09/06/04 marcamos de assistir filme com os amigos, eu me
atrasei um pouco , quando eu cheguei ele andava de um lado para
outro,muito ansioso parecia que ia se casar.Eu me lembro como se
fosse hoje, ele me abraçou e assistimos o filme calados, porém nem o
nome do filme eu sabia, meu rosto queimava de vergonha, minhas
mãos gelavam e eu não consegui se quer me mexer.Faltava apenas
dez minutos para as dezoito horas estava quase na hora dele ir
embora e nada ele já ate tinha perdido as esperanças de me beijar,
ate que chegou em uma parte do filme que apareceram dois homens,
e eles pareciam que iam se beijar, foi quando ele virou para mim e
falou: _Se eles se beijarem você me beija? Eu disse: _Não.
_Mas
é
impossível.
E
novamente
respondi
não.
_E
se
eles
não
se
beijarem
você
me
beija?
Eu olhei balancei a cabeça no sentido de não é permaneci olhando
para ele. Foi ai que aconteceu o meu primeiro beijo. E no mesmo
momento já me pediu para namorar. Daí para frente foram muitos
momentos bons e ruins pelos quais passamos,continuamos da mesma
sala ate o terceiro, compartilhamos momentos maravilhosos mas
também dificuldades.Foram tanta pedreira que agente enfrentou,
foram tantos becos que agente passou,foi tanto mato que agente
lenhou, e as curvas que agente derrapou.E mesmo assim o amor esta
grudado. Hoje estamos passando por mais um obstáculo a distância eu
sou de Patos de Minas e ele esta em Brasília, estamos longe mas se
Deus quiser e ele vai querer vamos superar mais esse e todos os
desafios que estão pela frente.Eu aconselho que todos que amam
nunca desistir desse amor e que lutem com todas as forças para estar
com quem ama, não deixe que críticas e pessoas invejosas, nada nem
ninguém atrapalhem sua felicidade.
Hoje eu sei o nome do filme que assistimos quando tudo começou é
“Encontro Marcado” e assim foi o nosso amor um encontro marcado
pelos anjos do destino. Sei também que brigas e ciúmes, ventos,
temporais o nosso amor supera isso e muito mas é absoluto nosso
sentimento.E eu só tenho a agradecer a Deus por esses 4 anos e 4
meses mais maravilhosos da minha vida.
Li: Essa brincadeira ficou séria mesmo e o que mudou?
Aprendemos muita coisa nesses quatro anos que estamos juntos. Após
passarmos por varias experiências, boas e ruins, descobrimos o quanto
nos amamos e o quanto esse amor é forte. Por ele modifiquei as
minhas atitudes e aprendi a aproveitar mais cada momento da minha
vida. Ele me ensinou o sentido e o valor de um verdadeiro amor. Ele
amadureceu bastante, parou de ser tão nervoso, mudou suas as
atitudes, ficou mais responsável, aprendeu a dar valor na pessoa que
ama e principalmente a demonstrar o seu amor. Descobriu o que
realmente quer e deseja para ele e o quanto nosso amor e importante
para ele.
Li: Depois, ele virou milico. Ihhhh aí?
Apesar ter pouco tempo que comecei a ter essa experiência de estar
amando um militar. A minha vida modificou completamente,
principalmente porque todo dia ele ia à minha casa ou eu na dele,
durante quatro anos fomos da mesma sala, então nos víamos de
manhã, à tarde e a noite. A maioria do meu tempo era com ele, e isso
de hora para outra acabou. E muito ruim você ter a pessoa que você
ama sempre ali com você e de repente já ter que a se adaptar a
situação de ver apenas de vez enquanto. Mais essa situação tem me
ensinado que devemos aproveitar cada minuto cada segundo com a
pessoa que amamos e a valorizá-la, e procurar se fortalecer com esses
obstáculos que a vidas nos propõem.
Li: Tem bons ombros amigos? Eles apóiam?
Sim. Os verdadeiros amigos realmente apóiam e estão sempre ali para
ajudar. Eu possuo duas amigas que são os meus anjos em todas as
horas e que me ajudam a seguir em frente, me dão força para ir à
busca do melhor para mim e me amparam nos momentos de tristeza e
nunca me deixam cair. Ultimamente estava me sentindo fraca e
pensei ate em desistir e terminar, mais meus anjos sabem que não é
isso que eu realmente quero que isso é apenas fraqueza, então não
me deixam desistir. Torcem por minha felicidade e me incentivam
para nunca desistir do meu amor e para que eu tenha paciência e
espere, porque tem certeza, que ele me ama. E me lembrando que
sempre estará aqui me dando força até que ele volte.
Li: Falando nisso, qual o momento mais difícil que passou? Ficar
meses sem vê-lo.
Com certeza ficar meses sem vê-lo vai muito difícil para mim. Eu sou
de Minas ele está em Brasília, a distância é terrível. Cada vez que nos
vemos e temos que nos despedir a dor parece ser maior é muito ruim
você tem a pessoa ali, pode vê-la tocá-la e com um flesh ela
desaparecer, restando apenas lembranças. A saudade fica ainda
maior, e tem dias que realmente é difícil conte-la e chego a ficar
doente, a vida parece não ter mais sentido longe de quem se ama,
mais são apenas fraquezas temporárias, mais depois me levanto e
ganho ainda mais forças para lutar por esse amor. O maior tempo que
ficamos longe foi um pouco mais de dois meses, porem um dia para
mim já aqui vale um ano, e infelizmente a tendência agora é que essa
distancia só vai aumentar.
Porque antes de ingressar na carreira militar nos víamos todos os dias
de manhã, à tarde, à noite. Depois que ele passou a ser militar,
passamos a nos ver de meses em meses ou ia para Brasília ou ele
vinha para Minas, mas aqui ele podia ficar de 3 há 5 dias dependendo,
não mais que isso então as vezes é melhor eu ir porque podíamos ficar
um pouco mais tempo juntos. Mas há meses que não da para mim ir e
nem ele vir ai ficamos mais de dois meses sem nos ver. Para quem se
via todo dia passar a ser uma tortura. Mas outra coisa que eu também
acho muito difícil é quando ele vai para alguma missão e fica mais de
dez dias sem poder nem ligar ai é muito difícil porque além de não
poder vê-lo não posso se quer ouvir sua voz.
Li: Você teve apoio da sua família e da dele?
Sim. A família dele me adora e me aconselha a esperar por ele, o
mesmo a minha, que fala que eu tenho muita sorte por ter
encontrado alguém que se preocupa e me ama tanto com ele, e que
eu tenho que dar muito valor e ter paciência e esperar por ele.
Li: Você é muito ciumenta? Liga para o que as pessoas falam sobre a
dificuldade de se confiar em alguém que está longe?
Eu não diria ciumenta, mas sou zelosa cuido do que é meu. Mas não
ligo para o que as pessoas falam sei o que eu quero e isso basta, e
claro que às vezes fico um pouco pensativa sobre o que será que ele
está fazendo?Será que ele falou a verdade?Mas logo passa e percebo
que quem o conhece realmente sou eu é o importante é o que eu
acho não o que as pessoas ficam azucrinando gente para atrapalhar
tem um monte, inclusive falsas amigas das quais finge ser amigas só
para atrapalhar o seu namoro, por isso deve se ter muito cuidado com
quem esta do seu lado e sabe tudo sobre vocês, quem menos se
espera pode ser quem vai te surpreender com atitudes invejosas, falo
isso de experiência própria quase perdi o meu amor por causa de
alguém que considerava uma irmã mas que na verdade não passava de
minha inimiga e queria tudo que tenho, por isso acho que não se deve
acreditar no que as pessoas falam e sim no que o seu coração sente. A
melhor
opção
para
mim
é
confiar
no
nosso
amor.
Li: Você o conheceu antes ainda na escola, como contou. Aí, ele vira
milico...
Quando eu o conheci ele ainda não era milico, mas sempre deixou
bem claro a sua paixão pelo exército e que pretendia se alistar. Eu
não gostava muito dessa idéia, mas com o tempo fui me acostumando
e acabei aprendendo a gostar, mas como começamos há namorar
alguns anos antes dele ingressar no exercito, apesar de saber que ele
ia, eu pensava assim: Há ainda ta longe pra que pensar nisso vai
demorar, eu sabia que um dia ele ia mas preferia fingir que não,
porém o tempo passou mais rápido que eu pensava e hoje me vejo
passando por essa situação, o que parecia esta tão distante agora é
uma terrível realidade. Eu a apoio e gosto da profissão que ele
escolheu, porém o preço que eu tenho que pagar ficando longe dele é
muito caro, às vezes fico confusa porque eu o quero aqui comigo, mas
também não acho justo que ele abra mão de seu sonho por minha
causa. Então a única solução é paciência.
Li: A distância fortalece a união ou desgasta?
Ambas. Por um lado ela desgasta no sentido do sofrimento que gera
os pensamentos ficam a mil, é tudo muito confuso. Porém fortalece
ainda mas a relação, pois nos faz ter certeza do que queremos,
aprendemos aproveitar cada momento, enfim damos mas valor e
demonstramos mas o amor que sentimos.
Li: O que acha da carreira dele?
Gosto. Apesar de que para isso seja necessário o meu sacrifício de
ficar longe dele.
Li: Uma frase que resuma o amor de vocês?
È verdadeiro e absoluto nosso sentimento.
Li: Uma música tema que lembre vocês.
Campeão de Bilheteria.
Li: Algum filme que você goste e que lembre vocês?
Encontro Marcado. Quando o vimos pela primeira vez foi dia 09/06/04
quando começamos a namorar e ficou marcado para sempre, o dia
mais especial das nossas vidas.
Li: O que quer deixar de mensagem para as meninas?
Nunca desista do que você realmente quer, não deixe que nada
atrapalhe sua felicidade, pois barreiras sempre vão ter cabe a você
superá-las. E quando se ama fale a pena esperar, modificar certas
atitudes. Porque no final tudo se completa de algum jeito e acaba
dando certo, e às vezes somos mais felizes do que imaginaríamos que
um dia poderíamos ser.
Li: Hellen, que foto linda a de vocês, hen. Tem que comentar antes
que a gente acabe a entrevista. Muitoooo obrigada pelo bate-papo!
Muito obrigada você por me dar oportunidade de estar podendo falar
sobre mim e minha historia espero que você goste e desculpa se acaso
tiver cometido alguma gafe. Beijos e parabéns pelo primeiro livro
está maravilhoso!!!!
Entrevista 29:
"A distância e o tempo amedrontam, e muitas vezes dá vontade de
desistir de tudo, mas o amor é muito mais forte, e sempre existirá
uma guerreira dentro de você, sabia usá-la."
No fim do ano passado fui as Olimpíadas entre os cadetes das 3
Forças, no Colégio Naval, aqui no Rio de Janeiro. Um lugar lindo, de
frente para o mar. Depois de fazer essa entrevista que vou publicar
pra vocês, lembrei-me daquela belíssima vista e daquela academia.
Mas, enfim, vamos ao que interessa. Hoje, vou contar a história de
amor da Bruna que mora no Rio de Janeiro, noiva há 1 ano do Taysan,
que
é
um
marinheiro.
Li: _ Bruninha, já vi que você é detalhista como eu e conta tudo nos
mínimos detalhes. Então, vou ficar caladinha e passar a palavra pra
você.
Bruna: _ Bom...Nos conhecemos de uma forma nem tão comum. Eu
namorava um rapaz da escola. Não era nenhum namoro de cinema,
afinal,
eu
namorava
por
‘pena’
praticamente.
Numa tarde de sábado, eu estava em minha casa, como sempre no
vício chamado internet, quando a mãe do meu noivo (que até então
eu nem sabia quem era) veio a minha casa para falar com minha mãe,
já que as duas eram amigas e trabalhavam no mesmo lugar. Foi a
primeira vez em que ela me viu, e já foi logo dizendo:
- Como você é linda! Eu tenho um filho, você precisa conhecê-lo, você
é a nora que pedi a Deus.
Então fui logo deixando claro que
Não
obrigada,
eu
já
E
ela,
parecia
uma
- Mas namoros acabam do dia pra noite.
eu tinha
tenho
vidente,
namorado:
namorado!
disse:
A conversa parou por ali, mas não tive como evitar, fiquei com
aquelas palavras na cabeça. De certa forma ela me causou grande
curiosidade. Eu precisava saber ao menos como era o rosto do tal
rapaz, mas deixei passar, e depois de algumas horas esqueci da
curiosidade.
Uma semana depois, meu namoro acabou. Me senti livre pra
encontrar novas amizades, então resolvi procurar o Orkut do rapaz,
mas com boas intenções, é claro, eu precisa era de uma nova amizade
naquele momento. Fiquei dias procurando, e não achava o Orkut.
Numa noite, resolvi ir a casa de uma amiga pra buscá-la pra irmos a
um show, eu precisava me distrair. Chegando lá, vi sem querer o
Orkut dele na página dela, adicionei na mesma hora. Não botei fé de
que ele seria uma amizade, muito menos um relacionamento, até
porque eu queria distância de namoro.
Entrei no meu MSN, ele entrou, veio falar comigo. Caramba, nunca vi
um cara querer te namorar sem nunca ter te visto pessoalmente. Ele
me elogiava como se me conhecesse a no mínimo 20 anos. Mas a
princípio não dei a menor bola pra ele, até porque aparentemente ele
era um solteirão galinha. Resolvi marcar de conhecê-lo pessoalmente,
já que fiquei sabendo que iríamos na mesma festa. Minha mãe e a
mãe dele botaram maior fé que depois daquela noite eu já chegaria
em casa de namorado novo, que no caso, seria ELE! Cheguei na festa,
e vi um rapazinho muito baixo, todo playboy, passando na minha
frente. Puxei-o pelo braço e já fui me apresentando:
- Sou a Bruna, a menina do MSN!
Ele ficou surpreso ao me ver, não teve muita reação, mas combinou
de me ver quando estivéssemos já lá dentro da festa. Mal sabia ele
que eu jamais ficaria com ele, muito menos naquela noite, pois já
tinha ‘coisa’ marcada. Fiquei sumida por horas, e só apareci quando
estava na hora de ir embora, ai foi a vez dele me puxar pelo braço e
dizer: - Aonde você vai, te procurei a festa toda?
Eu já tava de partida pra casa, consegui fugir do beijo que ele queria
me dar, senti alívio.
Um mês se passou, voltei a namorar meu ex-namorado, isso é burrice,
veja só, já fui muito burra! O rapaz que até então queria me namorar
sem ao menos me conhecer, ficou muito zangado ao saber que eu
tinha voltado para aquele Mané. E vejam só, ele arranjou uma
namoradinha só pra não sair por baixo. Mas isso tudo não durou muito
tempo. Namorei meu ex por 3 meses, e resolvi terminar sem dó nem
piedade. Me livrei de um peso nas costas. Finalmente resolvi
conversar com o Taysan, o tal, e contar que eu havia terminado de
vez, porque pra mim, apesar de tudo ele era um amigo, que me
conhecia bem. Dessa vez, quem estava namorando era ele, mas eu
sabia que ele me queria. Entrei no MSN e ele estava online, e já fui
logo falando:
- Lembra quando você disse que poderia me fazer muito feliz? Pois é,
agora eu disso, mas infelizmente você já está fazendo outra pessoa
feliz!
Na mesma hora vi os olhos dele brilhando pela webcam, e os meus
sem encheram de esperança. Por isso eu digo, nunca pise num cara
que promete te fazer feliz, porque depois você vê que realmente ele
poderia te fazer a mulher mais feliz do mundo!
Combinamos de todos irmos pra casa de praia dos meus pais, a família
dele e a minha. Passamos um fim de semana lá, e ele deixou a
namorada em casa. No fim do domingo ele me deu um beijo, durou 2
segundos, mas foi o melhor beijo da minha vida. Depois te um tempo
ele terminou com a menina. Na virada do ano, exatamente a meia a
noite, ele me pediu em namoro. Eu já sabia que o sonho dele era ser
militar da Marinha, e eu sempre apoiei isso, pois esse também era
meu sonho (e ainda é, estou lutando pra torná-lo real). Sempre dei
muita força a ele, e graças a Deus ele passou. Completamos um ano
de namoro na virada do ano 2007 pra 2008, e novamente quando deu
meia noite, ele me pediu em casamento, e fez uma declaração em
público, pra família e amigos, que iria casar comigo. Hoje estamos
noivos, ele está há 1 ano em Florianópolis cursando na EAMSC, e daqui
a 40 dias será a formatura dele, e eu já estou preparando a mala, pra
finalmente encontrá-lo e voltar pro meu porto seguro, que é o abraço
dele.
Li: - E sua sogra foi a culpido, então, quem primeiro soltou a
flechinha, te deixando com a pulga atrás da orelha. Que lindooo...
Mas, Bruna, e aí, como é namorar, agora noivar, um milico?
Bruna: _ Com essa distância (que não é nada fácil), com esse longo
tempo que estamos passando longe, eu aprendi o quanto ele é
essencial em minha vida, e vi que sou guerreira e mais forte do que
pensava, e que o nosso amor não tem barreiras nem limites. Com o
‘amor militar’ eu aprendi a ter mais paciência, a controlar meus
sentimentos, a dar valor a quem amamos. Muitos duvidaram que eu e
ele agüentaríamos a distância e todas as dificuldades que vem junto
dela, muitos criticaram, zombaram, e torceram pra que desse errado,
mas quando a gente quer, a gente consegue, e provamos que nosso
amor é maior que tudo. As nossas famílias sempre nos apoiaram, se
não fossem eles não estaríamos aqui. Um dos momentos mais difíceis
foi a primeira despedida, quando o vi partindo num ônibus, e eu nem
mesmo sabia quando o veria novamente.
Li: _ Quanto tempo ficam longe?
_Estamos distantes faz 10 meses, o previsto é 1 ano. São 20 horas de
viagem pra vê-lo, e até hoje não fui lá, nesse 1 ano ele veio duas
vezes me ver. Agora tudo depende das notas dele, e pra onde ele será
mandado, mas já combinamos que irei com ele pra onde for preciso.
Sou ciumenta, mas ele é mais do que eu. Eu aprendi que se eu ficasse
neurótica, eu iria ficar louca e doente, por isso tento não cobrar
muito dele, confio nele, e se ele fizer algo de errado cedo ou tarde
vou descobrir. Eu sempre procurei saber das coisas, é claro, sempre
olhei Orkut, sites de festas, site de fotos, sempre é bom dar uma
vigiada. Ele ainda não foi transferido, só saberemos em dezembro.
Mas faremos o possível pra eu possa ir junto, afinal, vou fazer
faculdade pra entrar também pra Marinha do Brasil. A distância
fortaleceu nosso relacionamento pois vimos que o amor é maior do
que qualquer barreira.
Li: _O que acha da carreira dele?
_Eu adoro a carreira dele, apoio, e assim com é um sonho dele,
também é meu. Ele às vezes fala em mudar de profissão, mas eu
sempre converso e peço que ele continuar na carreira militar.
Li: _ Eu ia perguntar sobre uma frase de vocês, mas conta pra gente
que história é essa da Tatoo?
Bruna: Quando ele foi pra Marinha, ele tatuou no pé dele a frase
“Bruninha Amor Eterno”, e eu tatuarei em breve nas minhas costas
“Taysan Amor Eterno.
Li: _ Uma música de vocês?
Bruna: _ Grupo Disfarce – Amor de Veneza (Uma semana antes dele ir
pra Marinha, passamos uns dias em Búzios, e quando estávamos
caminhando na rua das pedras a noite, ele cantou no meu ouvido essa
música, e disse que enquanto ele tivesse longe, essa seria a nossa
música!)
Li: _ Um filme?
Bruna: _ Anápolis (Que fala sobre a vida na Marinha)
Li: _ Bruna, foi muito bom e divertido ouvir essa história tão linda. O
que mais diria pra as meninas que estão lendo o livro?
Bruna: _ Nosso amor é capaz de vencer tudo, e a distância foi a nossa
grande prova, hoje sei que posso suportar tudo pra estar ao lado dele!
A distância e o tempo amedrontam, e muitas vezes dá vontade de
desistir de tudo, mas o amor é muito mais forte, e sempre existirá
uma guerreira dentro de você, sabia usá-la. Nunca desista antes de
vencer a batalha, pois ser mulher de militar é uma batalha diária.
Entrevista 30
"Um amor verdadeiro, portanto, ETERNO, que merece todas as
homenagens!"
Oi, gente. As entrevistas aqui estão cada vez mais constantes, hen?
Então, hoje vou conversar com a Carol. Tem 19 aninhos e é
estudante e secretária. Agora está se preparando para o vestibular
e mora em Sampa. Nossa querida entrevistada já é noiva há 11
meses. Mas, namorou 3 anos e meio. Um tempão, não é? Então,
seu amor é cabo de exército e serve em SP. Vamos conhecer essa
história?
Li: _ Eu sempre pergunto como os casais se conheceram para
começar. Mas, dessa vez gostei muito desse início. Conta pra gente,
Carol.
Carol: _ Nos conhecemos em um baile funk na quadra dos Gaviões da
Fiel (torcida organizada do nosso Corinthians).
Li: _ Que legal! Eu adoro dançar Funk também. Ouço todo tipo de
música. São não curto tanto pagode. Mas, não tem como não ser do
RJ e não dançar Funk. Já fui aí em Sampa em um bairro cheio de
barzinhos. Não lembro o nome. Mas, foi ótimo. A propósito, conheci o
meu amor também numa noite muito dançante. Ops, desculpe,
continua, eu tagarelo demais. RS.
Carol: _ Ele me xavecou a noite toda, mas eu estava disposta a não
ceder. No meio da madrugada, ele disse que não agüentava mais e me
beijou a força. Eu tentei resistir, mas quem disse que eu consegui?
Depois daquele dia ficamos quase 1 mês sem nos ver, quando nos
encontramos novamente ficamos direto, até oficializarmos o namoro
2 meses depois.
Li:_ Nossa, tenho que interromper. RS. Eu também ganhei esse beijo
roubado, quero não quero, quero rsrs. Mas, então, o que aprendeu
durante esse tempo que estão junto?
Carol: _Bom, eu nunca tinha amado de verdade, não sabia o prazer
que é ter alguém ao seu lado que te ama, que te quer bem, que quer
te proteger e você sentir o mesmo pela pessoa. Eu sempre fui
responsável e feliz, mas amar é inexplicável. E ele tendo me ensinado
isso, ele me ensinou a viver a vida da melhor maneira possível.
Ele nunca tinha namorado e eu pude ensinar e aprender tudo com
ele. Foi pra mim que ele disse pela 1ª vez “-Te amo!” e eu me sinto
lisonjeada.
Ele bebia socialmente, saía muito de balada, não tinha um emprego
fixo, era galinha e hoje em dia é outra pessoa, sabe dar valor nas
coisas que realmente importam. Tornou-se caseiro, responsável, dá
mais valor a família e amigos de verdade. É um verdadeiro Homem.
Li: _ E o que tem diferente amar um milico?
Aprendi que o amor supera tudo! Não importa a distância, as brigas
por motivos fúteis, os problemas financeiros e tudo mais, porque
quando os corpos se encontram tudo se encaixa e a vida nos mostra
que
não
passou
de
uma
fase
difícil!
Li: _ Seus amigos te dão uma força?
Carol: _ Com certeza! Lembro uma vez que ele foi pro campo de
treinamento para o curso de Cabo, passou 15 dias lá e como sempre
nos vimos todos os dias, passar 15 dias longe foi uma eternidade. Eu
estava triste e chorando de saudade, uma amiga que perdeu seu
namorado em um acidente de carro, ficou sabendo o que estava
acontecendo, veio até a minha casa, entrou, me abraçou e não disse
nada. Ela apenas me mostrou que quando ele voltasse e me abraçasse
tudo ia voltar a ser como era antes.
Li: _Esse foi o momento mais difícil que passou?
Carol: _ Sim, nunca havíamos ficado longe por tantos dias.
Li: _ Você teve apoio da sua família e da dele?
Carol: _ Absolutamente! Minha família e a dele nos apóiam muito!
Sempre recebo conselhos dos meus pais e sogros, eles querem muito
que eu espere por ele, onde quer que ele vá.
Li: _ Como é lidar com a distância?
Carol: _Quase não ficamos distantes. Eu fico muito triste e deprimida,
nada nos meus dias dá certo quando estou com saudades dele. À noite
quando deito a cabeça no travesseiro o que sinto mais saudade é do
beijo e do abraço dele. É mortal! Posso sentir o cheiro dele no meu
travesseiro.
Há um tempo ele me disse que talvez vá pro Haiti em missão de paz,
fiquei uma semana doente, sofrendo por antecipação, mas agora vejo
que se for pra ser, será! Não adianta sofrer antes de acontecer. O
tempo máximo que ficamos longe foram 15 dias!
Li: _ Eu entendo que as missões fora nos causem aflição, porque no
fundo sempre teremos que contar com o imponderável. Mas, pense
que no fim tudo correrá para o bem dos dois em todos os quesitos. É
uma maneira de não ficar triste e ter forças. Mas, me conta uma
coisa, você é muito ciumenta?
Carol: _ Eu sou bem ciumenta sim! Eu confio muito nele, até porque
ele nunca me deu motivos para desconfiança e temos um diálogo bem
legal na nossa relação, apenas não confio nas outras pessoas. Mas se
caso precisarmos ficar longe, eu tenho certeza que posso confiar
nele, assim como ele em mim.
Li: _ Se ele fosse transferido, você iria? É uma profissão instável e
estável ao mesmo tempo, não?
Carol: _ Penso que agora pode ser instável, mas colhemos o que
plantamos, mais tarde teremos estabilidade. Pois querendo ou não é
uma profissão muito estável. Se caso ele fosse transferido para outro
estado, eu iria junto pra onde ele fosse.
Li: _ Você o apoiou na decisão de ser militar?
Eu o incentivei. Ele não trabalhava registrado e eu imaginei que fosse
uma grande oportunidade de crescimento profissional. No começo ele
achou a idéia maluca, mas logo pegou paixão pela profissão e hoje me
agradece por tê-lo incentivado e apoiado. Eu gosto muito da carreira
dele. Não preferia que fosse outra, até porque como disse
anteriormente é uma carreira muito estável e segura de que se você
se esforçar, terá seu esforço reconhecido. Tenho muito orgulho do
meu Militar.
Li: _ A distância, no seu caso, fortalece ou desgasta?
Carol: _ Como não passamos muito tempo longe, fortalece, pois um
pouco de saudade e vontade louca de ficar junto não faz mal a
ninguém né?
Li: _ Uma frase que resuma o amor de vocês?
Carol: “Quando Deus une duas almas e lhes dá uma missão, nada nem
ninguém muda o destino, por isso, amo-te além do infinito e por toda
a eternidade hei de amá-lo(a)!”
Li:
_
Algum
filme
que
você
goste
e
que
lembre
vocês?
Carol: _ Bom, nós vamos sempre ao cinema e estamos sempre vendo
um filminho novo em casa, por isso, é bem difícil escolher apenas um.
O que eu mais gosto é Titanic. Apesar de antigo, tem um amor lindo,
que supera barreiras e vive eternamente, nem que seja na memória
de quem o viveu. E o amor verdadeiro é assim, nunca morre!
Li: _ Qual seu recadinho final?
Entrevista 31
“A distância faz ao amor aquilo que o vento faz ao fogo: apaga o
pequeno, inflama o grande.”
Eu penso que já contei aqui de tudo. Mas, não adianta, cada história
é única. Essa é ainda mais singular. Vou falar da Luciana Fraga de
Melo, que é gerente administrativa no Rio Grande do Sul. Ela mora
em Cachoerinha e tem um filho. Já namora há 4 meses um sargento
do Exército que serve em Goiânia. Vocês devem estar querendo saber
logo o quê de conto de fadas tem essa entrevista. Mas, deixo a
Luciana contar.
Lu: _ Eu estava trabalhando, quando recebi uma solicitação para
adicionar no msn, aceitei para ver quem era, mas não conversei. À
noite, eu estava no msn, conversando com meu irmão. Estava triste,
então, meu milico me chamou. Eu não havia gostado muito, e não ia
responder aquele “oi” porque vi a foto dele com a farda. Não gostava
de militares. Meu irmão viu na mensagem pessoal a música que ele
estava escutando e disse: “ fala com ele, olha a música que ele está
escutando, ele deve ser legal.”
Resolvi responder aquele “oi”... e sinceramente, foi uma noite
incrível, entramos madrugada a dentro conversando. No outro dia,
ficamos o dia todo no msn, sentimos uma química muito grande,
descobrimos que combinamos em muitas coisas.
Perguntei a ele como tinha encontrado meu MSN e disse que no orkut,
mas não tenho meu msn espalhado pelo orkut, procurei em todas as
comunidades que pude, e não achei meu msn, acho q foi coisa do
destino mesmo.
Então, depois de um tempo de conversa ele me pediu em namoro,
pelo msn mesmo. E nos combinamos de nos encontrarmos no meu
aniversário, ou seja, tive que esperar quase dois meses para conhecer
meu namorado pessoalmente!
No meu aniversário, no dia 10 de janeiro, ele veio me conhecer, fui
esperá-lo no aeroporto, cheguei lá uma hora antes, estava muito
ansiosa para ver o meu namorado pela primeira vez, já eram 12:10
quando o avião dele pousou no aeroporto. Senti aquele frio na
barriga, então desci para o desembarque e fiquei ali, esperando ele,
quando eu o vi, parecia cena de cinema, eu estava atrás de muitas
pessoas, bem distante da saída do portão de desembarque e eu o vi
me procurando, e quando os nossos olhos se cruzaram, foi amor a
primeira vista! Fomos caminhando um ao encontro do outro, e quando
ficamos frente a frente, eu dei o abracei e nos beijamos, foi um beijo
de cinema!
Li: Nossa, tudo bem diferente do comum. O que mais ele tem de
especial?
Lu: Ele é um homem muito culto, já me deu aulas de história,
geografia e de vida, rsrsrs, nesse pouco tempo em que estamos
juntos, ele me fez ser uma mulher mais feliz, cuidadosa comigo e
está me fazendo voltar a ser aquela mulher dedicada e esforçada aos
estudos, coisa que por alguns motivos do passado eu acabei
esquecendo!
Li: _ Da mesma maneira, você também deve ser muito especial na
vida dele...
Lu: Sinceramente, pelo o que ele diz, acho que eu modifiquei muito a
sua maneira de ver a vida, pois como ele mesmo disse, antes de me
conhecer ele não pensava em namorar, casar e todas as mulheres nas
quais ele se envolvia, o relacionamento não durava, e toda vez que
uma mulher falava que tinha filho, ele fugia! Por isso que eu digo que
foi coisa do destino mesmo, não sei o porque, nem ele sabe explicar
direito, eu tenho um filho com outra pessoa e ele não fugiu, comigo
ele não fez o mesmo que com as outras...
Li: Esse amor mudou a sua vida, não?
Lu: Nossa, estou apaixonada e fascinada por isso! Nunca imaginei que
fosse algo tão especial, nunca me senti tão linda, amada, delicada,
guerreira e forte ao mesmo tempo!
Li: A história de vocês é diferente. Como as pessoas ao seu redor
reagem?
Lu: Meus amigos não crêem muito no meu relacionamento, as pessoas
têm preconceito por termos um relacionamento à distância e por
termos nos conhecido pela internet. Mas tenho total apoio da minha
família, e estava com medo da família dele não me aceitar, pois sou
de muito longe e tenho um filho pequeno de dois anos e seis meses,
mas agora esse medo já passou e fui convidada para ser madrinha de
casamento da irmã dele! Minha mãe me deu total apoio, sabe como é
mãe, ela bota o olho e diz de cara se a pessoa presta ou não... eu
estava com medo, mas ela gostou dele. E todos estão colaborando
com o nosso namoro e com os preparativos para o casamento que será
daqui a 11 meses.
Li: Qual o momento mais difícil por que passou?
Lu: Foi quando eu o vi partindo pela primeira vez. Chorei muito, mas
fiquei feliz a ouvir um “eu te amo”, mas estava tão triste que nem
consegui responder que amava ele! Na noite anterior a partida dele
foi pior, pois estávamos assistindo a um filme, deitados na minha
cama, e o vi cuidando meu filho, como se fosse o dele, achei lindo
aquilo, e logo lembrei que aquela seria a última noite com ele, e que
só o veria um mês depois, então eu o abracei e beijei, comecei a
fazer carinho em seu rosto e desandei a chorar, logo, ele também
começou a chorar, já sentindo saudades sem ao menos ter partido!
Foi difícil deixa-lo ir, mas nada é como nós queremos, e essa distância
só serve para fortalecer o nosso amor!
Li: Como é lidar com a distância?
Lu: Bom, como o relacionamento é recente, posso dizer que ficamos
um dois meses sem nos conhecermos pessoalmente, e um mês
distantes um do outro, nós matamos essa saudade através do msn e
telefone. Nos falamos todos os dias, e quando ele está de serviço no
quartel um liga para o outro, ou ficamos trocando mensagens pelo
celular!
Li: Você é muito ciumenta?
Lu: Eu sempre fui possessiva, mas o engraçado é que eu não consigo
ser como antes, depois que conheci meu sargento, nunca mais soube
o que é ter ciúmes. É incrível, mas nunca me senti tão confiante!
Claro, que rola aquele ciuminho básico em só pensar que tem aquelas
mulheres que são loucas por homens fardados se atirando e eu
estando longe dele. Mas estou bem ciente de que se o homem ama
uma mulher, ele não vai fazer algo que possa magoá-la, e que se o
homem quiser trair, ele vai fazer isso de qualquer forma,
independentemente
de
estar
perto
ou
longe
de
vc!
Li: Já pensou nas transferências, sair do Sul...
Lu: Bom, nunca passei por isso, mas vou sair daqui do sul para morar
com ele em GO, mas vou com ele aonde for, não me importo com
transferências, eu só quero estar do lado do meu amor para amá-lo e
apóia-lo. Irei fazer um curso que irá me beneficiar em qualquer lugar,
futuramente, pretendo voltar para a faculdade, mas trabalho no que
for preciso para ajudá-lo, afinal não acho certo deixar todas as
despesas para uma pessoa. A não ser que tenhamos um filho pequeno,
que eu não consiga um emprego ou que não precise!
Li: A distância fortalece a união ou desgasta?
Lu: Na minha opinião, a distância não desgasta, pelo contrário, ela é
apenas um obstáculo a mais que um casal precisa enfrentar. E quando
é amor, a distância só fará a união ficar mais forte, e se não for
amor,
ela
pode
acabar
com
o
relacionamento!
Li: O que acha da carreira dele?
Lu: Eu não gostava de militares, mas vendo por outro ponto de vista,
eu amo a carreira dele, e não gostaria que ele tivesse outra!
Li: Uma frase que resuma o amor de vocês?
Lu: “A distância faz ao amor aquilo que o vento faz ao fogo: apaga o
pequeno, inflama o grande.”
Li: Uma música tema que lembre vocês.
Lu: Fairy Tale – Shaman
Li: Algum filme que você goste e que lembre vocês?
Lu: Cidade dos anjos.
Li: Lu, amei conversar contigo. Deixa um recadinho final para as
meninas.
Lu: Bom, como eu sou uma novata nesse “mundo militar’ rsrsrs, só
posso dizer que não desistam! Deixem os preconceitos das pessoas de
lado, esqueçam, não dêem ouvidos aquelas pessoas que não são tão
próximas, não dêem ouvidos aqueles “agouros” de que “não vai dar
certo”. As pessoas não vão viver a tua vida, elas tem a vida delas,
talvez se estivessem no seu (nosso) lugar, fariam o mesmo que você!
A vida é tua, escolha o teu caminho baseado no que você está
sentindo, pare, dê um tempo para pensar, fique trancada por algum
tempo no seu quarto, no silêncio e ouça o que o seu coração diz. A
distância não é tão ruim, ela só vai fortalecer o sentimento
verdadeiro! Não desista dos seus sonhos, viva, não tenha medo de
errar, pois se não tentar, nunca saberá se é o caminho certo ou não!
A vida é muito curta para ficarmos com medo de viver!Desejo sorte e
felicidade para todas.
Entrevista 32:
"Eu sei que tem hora que bate aquela insegurança e vontade de
jogar tudo pro alto ... mas vocês têm que perceber que isso
estará sendo recompensado mais pra frente."
Hoje é dia de bater papo com a Ana Beatriz. Ela tem 16 aninhos e
está no 2º ano do colégio técnico em administração. Seu namorado é
cabo do Marinha. EEEh, finalmente alguém da Marinha falando aqui.
RS. Faz tempo que só temos meninas de namorados do Exército.
Bom... os dois estão juntos há 1 ano e 1 mês. Nossa entrevistada fala
lá de Batatais no interior de SP. Aninha, como se conheceram?
Ana: Diria que é um pouco complicado e ao mesmo tempo muito
óbvio!
Minha irmã é muito amiga da irmã dele e eu também até tinha certa
amizade com ela, mas nada de absurdo. Nós (eu, minha irmã e a irmã
dele) fazíamos parte de um grupo de jovens que ajuda a comunidade,
ROTARACT, e a partir de novembro de 2007 ele começou a participar
desse grupo também, a convite da irmã dele. Até então não tínhamos
nada a ver, ele nunca fez meu tipo, nunca nem passou pela minha
cabeça namorar ele.
Até que um dia a irmã dele começou a me falar dele, que achava que
dávamos certo, que eu poderia tentar, mas eu não conseguia me
acostumar com a idéia. Ela não satisfeita em tentar fazer eu me
acostumar com essa idéia passou a me chamar de 'cuh' (derivado de
cunhada, RS!). Eu sempre levei na brincadeira sabe, e nunca nem me
interessou saber o que ele achava sobre isso!
Em um belo dia, ou melhor, madrugada, eles estavam vindo da
formatura dele, a irmã dele diz a ele que EU estava interessada nele,
acha que pode? Não sei de onde ela tirou que daríamos certo. Mas isso
não importa, o que importa é que ele disse que se interessava por
mim sim, e que ficaria comigo. Isso fez com que meu interesse por
ele começasse a fluir.
Como disse no começo, ele começou participar do grupo de jovens,
daí no fim de dezembro/2007 fizemos o nosso amigo secreto e por
uma incrível coincidência (ou destino) eu sai com ele. Ahhh! Quando
vi não acreditei, parecia mentira. Dai eu pensei: "Bom agora é uma
boa pra eu poder ir me aproximando", já que o interesse já estava
rolando. O amigo secreto era de R$10,00 +/-, eu sei que presente não
quer dizer nada, mas acontece que foi a única maneira que achei pra
ele perceber que meu tratamento por ele era diferente. Fui ao
Boticário e comprei um desodorante (que por sinal saiu bem fora do
valor estimado, RS).
Chega o dia do amigo secreto, fazia dias que eu estava ensaiando o
que ia falar, mas chegou na hora parece que sumiu tudo da minha
cabeça, daí fui enrolando e disse que a pessoa que eu havia saído
tinha se tornado especial pra mim, porque antes nem nos falávamos
direito, mas agora que tínhamos tido a oportunidade de nos conhecer
melhor eu vi que ele era gente boa, e que poderia sair uma boa
amizade disso (até mais que amizade, RS!). Daí acho que ele já
percebeu que era ele o meu 'amigo' secreto, foi engraçado, todo
mundo começou zuar a gente, dai nos abraçamos, ele abriu o
presente,
parece
ter
ficado
muito
feliz
e
surpreso.
A minha turma tinha resolvido que naquele ano alugaríamos uma
chácara para passarmos o Réveillon, como ele já fazia parte da nossa
turma, é claro que também foi convidado. Ele tinha dito que iria sim,
parecia até ter ficado empolgado, pois nunca havia saído com a
gente, mas não sei por que motivo ele resolveu passar com a sua
família em uma cidade próxima da minha. Quando fiquei sabendo
confesso que fiquei um pouco chateada porque eu tinha certeza que
era la que a gente ia acabar ficando, mas depois entendi, era um
direito dele.
Pois bem , ele foi e eu fiquei aqui, daí na semana do Réveillon
resolvemos fazer um churrasco la na casa dele como se fosse uma
pré-festa.Como de costume todos já estavam arranjados e eu acabei
ficando
sozinha,
dai
pra
não
ficar
de
vela
fui pro computador usar a internet.Quando eu entro no meu MSN,
quem estava on??Aiii ele mesmo, eu nem acreditei, nessa hora minhas
pernas bambearam, as mãos começaram a ficar frias e meu coração
acelerava.
Não me lembro muito bem, mas me parece que eu quem puxei
assunto, nossa ele me surpreendeu muito sabe, conversamos a noite
inteira parecia que nos conhecíamos a anos, ele foi tão, tão... (me
faltam palavras) o jeito que me tratava sabe tão carinhoso. Enfim, se
tinha alguma duvida que ficaríamos elas tinham acabado nessa hora.
Conversa vai conversa vem, ele me disse que estava arrependido de
não ter ficado aqui comigo, mas que era pra eu esperá-lo voltar, e
que com certeza a gente ficaria, e eu realmente estava disposta a
isso.
Passou o Réveillon e ele voltou pra nossa cidade, eu não fazia outra
coisa a não ser pensar no momento de ve-lo, abraçá-lo e beijá-lo.
Pra variar mais um pouco a minha turma resolve fazer outro churrasco
de ressaca do Réveillon, só que dessa vez aqui na minha casa, quando
fiquei sabendo me animei porque era certeza que ele viria. E foi isso
mesmo que aconteceu, foi em um sábado (05/01/2008). Nossa eu
tava muito ansiosa, chegava o domingo, mas não chegava esse
sábado, parecia mentira.
Pois bem, após dias de espera o sábado chegou, e eu não sabia o que
fazer de tanta ansiedade, cheguei até a comentar com minha mãe
que ele viria. Tomei banho, me arrumei, e sentei no sofá esperando o
"pessoal"
chegar.
O
relógio
parecia
estar
parado, a hora não passava. De repente o pessoal começou chegar e
eu ia ficando cada vez mais nervosa, mas tentava não demonstrar, se
não estaria perdida.
Comecei conversar com alguns meninos que estavam la, pra ver se o
tempo passava. Daí ouvi uma voz, no que eu olho pra cozinha era ele
que tinha chegado. Ai o que eu senti nessa hora não tem como
explicar. Ele tava lindo, com o cabelo molhado, uma blusa bege, de
bermuda e tênis. (Ah, eu me lembro como se fosse hoje!)
Por mais que estava esperando-o, quando o vi fiquei meio sem graça
sem saber o que fazer, e ele também, pois a sala estava cheia de
gente inclusive meus pais. Cumprimentamo-nos, ele veio me deu um
beijo no rosto nos falamos um pouco e fomos la pra fora onde estava
acontecendo o churrasco. Conversamos mais, dançamos, fizemos tudo
que dois amigos fariam. Até que foi ficando tarde, daí o cunhado dele
veio falar comigo, perguntar se ia rolar alguma coisa, e que ele
parecia estar muito empolgado, daí eu disse que da minha parte sim,
mas que a gente ainda teria que conversar. (não sei o que, RS!)
Nessa hora todo mundo que estava no churrasco sumiu, olhei em
minha volta não tinha mais ninguém, estávamos só eu e ele. Ai gente
foi perfeito parecia cena de cinema, ele olhou pra mim, eu olhei pra
ele, ai ACONTECEU, foi o melhor beijo da minha vida, aconteceu tudo
como eu imaginava, ele foi tudo! Me fez sentir muito bem. Ficamos
ali na área da minha casa durante muito tempo, nos beijamos,
parecia que estava no céu. Daí o pessoal voltou pra área onde
estávamos nos zuaram um pouco e churrasco voltou a rolar...
Passou-se um tempo, o pessoal começou ir embora, dai fui me
despedir de alguns que estavam la na sala, falei tchau pras meninas e
os meninos, no que fui virar pra ir la pra fora de novo me deparo com
ele atrás de mim, me tascou um beijo na frente de todo mundo (que
vergonha!) dai assim que paramos de beijar ele virou pra mim e
disse:A gente continua né ? Nooossa, nessa hora meu mundo caiu, eu
nem sabia o que eu falava, jamais esperava ouvir aquilo dele, mas é
claaaaaro que minha resposta foi SIM! Foi um dos melhores momentos
da minha vida. Eu jamais poderia imaginar que aquela história ia se
resultar nisso, estamos juntos até hoje, um ano e um mês.
Li: _ Tão bom quando nossas expectativas são correspondidas, né?
Esse namoro parece algo muito esperado por você. Aposto que todos
os dias aprende o quão bom é tê-lo em sua vida.
Ana: Ah com certeza, ele sempre tem me ensinado muito, talvez pelo
fato de ser mais velho que eu. Ele me mostrou um lado que ainda não
conhecia sabe. Com ele eu aprendi o que é amar de verdade, e COMO
amar de verdade. Todo dia, a todo instante, cada segundo com ele é
um verdadeiro aprendizado.
Li:_ E para ele?
Ana: Acho que ele modificou bastante o modo de pensar. Tanto em
casa com a família, como no namoro também, antes ele era mais
impaciente, se irritava com mais facilidade. Hoje poderia dizer que
ele é a calma em pessoa, RS.
Li: _ Como é namorar um milico?
Ana: Nossa não tenho palavras para definir a mudança no meu
comportamento. Aprendi a dar mais valor quando estivermos juntos,
por mais que seja pouco tempo se torna muito PRECIOSO cada
segundo. E agora to conseguindo também controlar meu ciúme, já
imaginou? Eu querendo especulá-lo à km de distância? Eu ia acabar
enlouquecendo, essa foi a melhor alternativa. Aprendi que por maior
que seja uma distância, quando existe amor, ele supera tudo, mesmo
quando esta é absurda. Sempre CONFIEI muito nele, de olhos
fechados, mas com essa distância a confiança redobra senão não há
amor que agüente! É o que eu costumo dizer: Tem seus PRÓS e
CONTRAS.
Li: _ E as amigas, te dão força?
Ana: Tenho uma em especial, que me ajuda MUITO, teve um dia em
que eu estava muito mal, mal mesmo, daí comecei conversar com ela
pelo MSN, ela ainda estava no trabalho que é um pouco longe de
minha casa, percebendo minha tristeza ela saiu do serviço veio até
minha casa a PÉ e me levou pra dar uma volta e espairecer,
poderíamos até não ter saído, mas só o fato dela ter se preocupado
comigo, foi muito bom. Mas são raros os que me entendem e/ou me
apóiam. Eu não peço a aceitação de ninguém porque a partir do
momento que eu e ele concordamos os outros não importam, mas
sempre tem aqueles que te colocam pra baixo. Não houve só uma
história que me ajudasse alguns dias atrás eu estava meio “deprê”, só
pensava nele, chorava e chorava, daí fui pra internet ver se achava
alguma comunidade, alguém que estava passando pelo mesmo que eu
para que pudessem me ouvir desabafar, foi onde achei a comunidade
“Meu namorado foi pra EAMSC” la existem vários tópicos que as
meninas dizem o que estão passando e contam as histórias, me
identifiquei muito com isso, e ter achado essa comunidade me ajudou
MUITO
Li: _ Nem tudo são flores, né?
Ana: Ah, com toda certeza foi a partida dele, me doeu muito o ver
entrando naquele ônibus, saber que ele estava indo embora sem data
prevista para voltar, foi horrível.
Li: _ Como é a família dele?
Ana: Nossa, eles me dão muito apoio. Nossas famílias já se conheciam
antes de começarmos namorar, acho até que foi isso que tem me
ajudado bastante. Meus pais e até os pais dele me incentivam a
esperá-lo, dizem que por mais que agora doa, mais pra frente valerá
e muito a pena.
Li: Vocês ficam perto?
Ana: Então, até o meio do ano passado nos víamos só de final de
semana, porque ele fazia um cursinho preparatório para vestibular a
noite e como trabalhava o dia inteiro acabava não dando tempo, mas
logo que recebeu a noticia de que era certo que iria para a Marinha
ele parou o cursinho e foi onde começamos a nos ver com muita
freqüência. A partir daí nos víamos sempre, manhã, tarde, noite, ele
chegava até a dormir aqui em casa. Mas o duro está sendo agora, me
acostumar com ele tão longe, tão distante, parece que sinto um vazio
dentro de mim. Nos primeiros dias passei muito mal sim, não comia
(emagreci, 2 kg), não saía nem na calçada, não conseguia me adaptar
com o fato de não o ter presente aqui do meu lado todos os dias, só
sabia chorar chorar e chorar.Com o passar dos dias eu percebi que
isso não ia me levar a nada e muito menos trazê-lo de volta pra mim.
Agora tento encarar essa distancia como uma necessidade. Quando
ele parte não penso que está indo embora e sim que quando ele
voltar a SAUDADE será absurda e aproveitaremos todo o tempo que
estivemos longe. Ele embarcou dia 08/01/2009 para Santa Catarina,
tínhamos combinado que ele voltaria só agora no carnaval
20/02/2009. Mas quem disse que eu agüentei? Aproveitei que a mãe
dele já iria visitá-lo e acabei embarcando junto. Por enquanto essa
tem sido a maior e mais dolorosa distância, cerca de dezenove, vinte
dias. Mas estou ciente de que essa está sendo “fichinha” perto das
outras que virão, tenho de me acostumar, sei que ser namorada de
marinheiro não é uma tarefa fácil, RS.
Li: _ Não é nadinha fácil. Mas, a gente aprende bastante a lidar com a
situação. O pior é não saber do que acontece ao longe. Você é
ciumenta?
Ana: Como disse, eu era MUITO ciumenta, nada de possessivo, mas
gosto de cuidar do que é meu. Mas agora com essa distância fica
difícil, já imaginou se toda vez que ele sair eu pedir relatório
completo? Onde foi? Com quem foi? Que horas saiu? Que horas
chegou? Não haverá namoro que agüente, é claro que continuo tendo
ciúmes, como todo mundo, mas nada de absurdo. Em uma situação
como essa a CONFIANÇA sempre prevalece, eu confio muito nele e sei
que jamais faria algo para me magoar.
Olha se eu fosse ligar para TUDO que as pessoas dizem eu estaria
perdida, porque da mesma maneira que existem aqueles que te
apóiam, também existem aqueles que fazem o favor de te colocar
para baixo, sempre tem aquela “amiga” invejosa que sempre quis o
que é seu. Pra essas pessoas eu não dou à mínima, porque sei que
elas só querem nossa infelicidade, tenho o apoio da minha família, da
família dele também, e o principal: eu e ele estamos dispostos a
suportar essa distância, então pra que ligar para os comentários
“malvados” RS!
Li: _ Você ainda é bem novinha, mas já tem que enfrentar essas
situações que nos contou. E já parou para pensar nas transferências?
Ana: Assim, a partir do momento que você mantém uma relação com
um milico, você tem de estar ciente que a sua vida jamais será a
mesma, se ele quis seguir essa carreira e você o apoiou, pode estar
certa de que transferências se tornarão normais na sua vida.
Ele ainda não foi transferido nenhuma vez, mas estou certa de que
quando ele for irei acompanhá-lo (se for possível), é a nossa vida.
Costumo até usar uma frase que vi no Orkut da Bruninha, sua
entrevistada: “Se amar um Marinheiro, terei amado o mundo inteiro”
(Clarice Lispector)
Li: _ Você sabia que ele queria virar milico, como foi esse processo?
Ana: Quando nós começamos namorar eu já sabia dessa idéia dele de
prestar a prova, mas confesso que nunca levei a sério, achei que ele
não fosse aprofundar esse pensamento. Quando fui cair na real já era
fato, e eu teria que me acostumar. Claro que fiquei chateada em
saber que teríamos de encarar essa tal distância, mas ao mesmo
tempo fiquei ORGULHOSA em saber que ele havia conseguido, sabia
que a partir daquele momento só poderia/deveria apoiá-lo, pois era o
futuro dele que estava em jogo. Jamais passou por minha cabeça
pedir para que ele desistisse, era uma decisão dele e como disse, o
que estava em jogo era o futuro dele e quem sabe um dia o NOSSO,
não caberia a mim dizer à ele o que deveria fazer. Foi difícil, mas
ADOREI a idéia de que um dia serei Mulher de um Marinheiro, depois
que se passa o sofrimento se torna muito bom.
No começo foi estranho, não imaginava como seria no futuro, mas
agora se encaixa perfeitamente. Não o imagino fazendo outra coisa
que não seja nessa área. O meu sonho é vê-lo de farda, deve ser
LINDO.
Li: A distância fortalece a união ou desgasta?
Ana: Olha no nosso caso, pelo menos por enquanto, só tem
fortalecido sabe. Aprendi a confiar mais nele e a ser menos ciumenta,
com essa distancia você aprende a dar mais valor no que tem!
Li: Uma frase que resuma o amor de vocês?
Ana: “ A distância entre nós não pode separar, o que sinto por você
não vai passar”
Li: _ Uma música tema que lembre vocês.
Ana: Equalize – Pitty. Parece que foi encaixada no nosso namoro
Li: _ Algum filme que você goste e que lembre vocês?
Ana: Ai existem VÁRIOS, assistimos filmes todos os finais de semana,
mas um que se encaixa perfeitamente entre nós dois: A FAMÍLIA DA
NOIVA.
Li: _ Que divertido! Esse filme é muito legal. Então, Aninha, qual o
recadinho
final
que
quer
deixar
para
as
meninas?
Ana: Olha, às vezes eu me surpreendo muito comigo, jamais pensei
que um dia passaria por isso, mas as vezes a vida nos prega peça para
que possamos observar e dar mais valor aos que nos rodeiam.Tudo
aconteceu muito rápido, nos conhecemos, ficamos, começamos
namorar, e ele foi embora. Foi onde notei o valor dos pequenos
instantes que passávamos juntos, cada minutinho ao lado dele, que
hoje fazem MUITA falta, foi onde percebi o quão importante ele é na
minha vida. Eu tenho certeza de que jamais terá outra fase em que
eu aprenda tanto quanto agora, pode ser que ele nem perceba, mas
tem me ajudado muito. Cada gesto dele, cada modo de agir, tem me
servido de exemplo. O nosso namoro além de nos fazer bem tem nos
feito crescer, tanto eu com ele como ele comigo! Hoje eu já não
consigo imaginar minha vida sem ele, te amo muito meu amor.
Eu sei que também estou só no começo dessa fase, mas já deu pra
perceber que não será nada fácil. A única coisa que peço é que NÃO
desistam, porque apesar das distâncias serem absurdas, o que
prevalece é o AMOR, quando esse existe nada mais importa. Eu sei
que tem hora que bate aquela insegurança e vontade de jogar tudo
pro alto, terminar o namoro e tudo mais, por mais que essa não seja
sua verdadeira vontade (confesso que já pensei nisso), mas vocês têm
que perceber que isso estará sendo recompensado mais pra frente, e
outra coisa, se quase TODAS as outras conseguiram, porque justo você
não conseguirá?
Eu jamais pensei que iria passar pelo o que estou passando e muito
menos poderia imaginar que iria levar dessa maneira, ta sendo muito
difícil sim, mas tenho que ter a ciência de que é para o bem dele e
quem sabe um dia para o NOSSO.
Nesse momento só tenho uma certeza: Eu o amo demais e não há
nada que faça com que isso mude.
Entrevista 33:
Amor recíproco
Oi, Tayná. Fico muito feliz que queira dividir sua história com a
gente. Deixa eu te apresentar melhor para o pessoal. Gente, ela tem
19 anos e já é técnica em informática e estuda pedagogia na UERJ.
Hei, você é aqui do RJ. Agora, a Tayná tem 1 ano e 1 mês de namoro.
Mas, me explicou que de amizade já são 5 anos! Seu amor é um
marinheiro. Ela disse que tinha um texto que escreveu sobre seu
relacionamento. Então, vamos deixá-la ler:
Tayná: _ Você acredita em destino? Entende as coincidências e as
voltas que a vida dá? Eu venho tentando entender tudo isso, mas
quanto mais eu tento, menos eu entendo.
Quem sabe se aquele menino que está sentado agora do seu lado no
ônibus, enquanto você olha para fora da janela, vá se tornar o grande
amor da sua vida? Não há como saber. Ele pode simplesmente se
levantar agora e você nunca mais o ver, mas você pode puxar algum
assunto bobo com ele, mesmo que seja apenas para o tempo de
viagem passar mais rápido, sem nenhum interesse. Depois você desce
do ônibus e percebe que ele podia ter se tornado um amigo, se você
tivesse se lembrado de, ao menos, perguntar o nome dele e pegar
algum contato, mas isso não aconteceu e você se esquece dele, foi só
mais um companheiro de viagem... ou não.
Eu acho que é nesse ponto da história que entra o destino (ou a
grande coincidência), com tanta gente estudando na sua escola e na
dele também, com tantos espaços tendo exposições de trabalhos,
vocês vão parar no mesmo lugar, no mesmo dia, mas já não se
lembram um do outro.
"Mais uma chance para vocês", diz o destino. E dessa vez vocês trocam
contatos e tudo mais (aah, ele te deu um desenho e você assinou um
crachá dele, assim como mais umas vinte pessoas ou mais).
Com o tempo ele se torna "mais um" dos seus contatos de internet e
alguém com quem você conversa quando vai visitar a escola dele,
nada mais. Mais eis que ele começa a ter mais assuntos com você e
vai se tornando seu amigo e, de repente, se lembra do dia do ônibus,
você acaba lembrando também e pensa "cara, como não o reconheci
antes?".
A partir daí passam a ser cada vez mais amigos e ele vai se tornando
parte indispensável na sua vida... indispensável demais, até... Ihhh!
Você se apaixonou por ele!
Droga! Mas ele vai embora pra outro estado daqui alguns meses! Você
entra em desespero, fica com medo de falar pra ele o que sente. "E se
nossa amizade ficar abalada?", "E se ele não gostar de mim?", "Ele vai
embora e não vai nem se lembrar de mim lá!", "Tem tantas garotas
bonitas lá...", "Acho que ele gosta da minha amiga!", a cada minuto
que se passa mil questionamentos e dúvidas na sua cabeça.
Você tenta fugir desse sentimento, mas ele é maior que você, não dá
mais pra esconder... Mas falta pouco mais de um mês! O que você
faz? Falar para ele só ia piorar as coisas, ele já tem tantas coisas para
se preocupar por conta da viagem... Você conta tudo, ou quase, pro
melhor amigo dele, que também é um dos seus melhores.
Chega a festa de despedida dele (CARAMBA, ELE VAI EMBORA DAQUI A
DOOOOOIS DIAS! ), você sente que ele também alimenta algum
sentimento por você, mas agora é tarde demais...
Você o leva para ir pegar o ônibus que o levará embora, é chegado o
dia da partida. Ele finalmente te diz que te ama, mas será que é só
como amigo? Ou é da forma que você espera que seja? (Ai Deus, por
que justo quando ele está indo? Não podia ser antes?)
Ele vai embora... E tudo que você consegue fazer nas semanas
seguintes é chorar. Todo mundo já percebeu que é por causa dele,
todo mundo já notou que você está apaixonada, então você resolve
escrever pra ele e contar TUDO o que sente.
E quando ele te responde qual é a surpresa? É recíproco! Mas vocês
estão tão distantes que essa notícia só te deixa ainda mais apreensiva
e desesperada...
Você só quer poder estar com ele, abraçá-lo e dizer, ao vivo, tudo
aquilo que escreveu na carta, mas tem a certeza de que não poderá
vê-lo nem tão cedo.
Mas, apenas algumas semanas depois de ir, ele vem pra casa, passar
uns dias... É carnaval e vocês vão pra casa de algum amigo, talvez
aquele pra quem você contou o que sentia. E, ao lado daquele menino
do ônibus, você passa os melhores momentos da sua vida e percebe
que ao lado dele qualquer lugar, qualquer dia, é perfeito. Com ele
você se sente segura, feliz, completa.
Mas o tempo dele acaba e ele precisa voltar pra lá, mas volta com a
promessa de que você irá esperá-lo e você fica com a promessa de
que ele logo voltará.
Esse texto que divido com vocês escrevi em março/2008, quando só
havia 2 meses que ele tinha ido para Santa Catarina, para a Escola de
Aprendizes de Marinheiro. Hoje, quase um ano depois, ele já está de
volta.
Li: _ Distância é f... ops! RS. É difícil, né?
Ta: Passar por essa experiência de distância foi realmente muito
difícil. Cresci muito com isso, amadureci uns 5 anos em apenas 1. Eu
era uma pessoa descrente do amor, achava que não fosse um
sentimento possível. Não acreditava que pudéssemos amar acima de
toda e qualquer situação, mas aprendi que isso é possível. Conheci o
que podemos verdadeiramente chamar de amar.
Li: _ Sexta agora fui a um encontro de namoradas aqui no RJ amigas.
Tão divertido, tiramos fotos. Elas me ajudaram muito. E seus amigos,
dão força?
Ta: _ Sim! Meus amigos, especialmente dois deles, sempre estiveram
comigo, me deram força. Tinham as meninas também, um grupo de
garotas que se juntaram em uma comunidade, todas com namorados
na mesma escola, nos ajudávamos muito, afinal, todas estávamos no
mesmo barco. Um dos meus amigos, que agora está na mesma escola
onde meu namorado estava ano passado, foi meu porto seguro o ano
todo, sem ele eu não sei como teria passado por tudo isso. Teve um
episódio, na despedida do recesso do meio do ano em que fomo, eu e
esse meu amigo, levar meu militar até o ponto de partida de onde os
ônibus sairiam para levá-los de volta à escola. Esse, para mim foi a
pior das despedidas, o ver entrando no ônibus, olhando-o na janela,
com a certeza de que só o veria novamente quatro meses depois. De
cortar o coração. Mas fui forte, não chorei enquanto o ônibus não
saiu. Mas foi só eles saírem que eu desabei, meu amigo ali, comigo.
Nunca vou esquecer desse momento.
Li: _ Seus pais apóiam?
Ta: _Minha mãe nos achava loucos, mas sempre me ajudou quando eu
estava pra baixo, triste. A minha sogra também, sempre procurou
saber dos dois, como estávamos e nos apoiou bastante.
Li: _ Ah, sim, não tem que não nos ache um pouco loucas. Vocês se
vêem sempre?
Ta: _ Já passamos dez meses nos vendo em espaço de tempo bem
longos. Nas primeiras semanas tudo que eu fazia era chorar, fiquei
com o rosto vermelho e inchado durante muito tempo e olha que
nessa época ainda nem tínhamos começado a namorar. Não comia,
não saía, só chorava. Quando conseguia parar um pouco, ninguém
podia tocar no nome dele que começava tudo de novo. Quatro longos
meses.
Li: _ E vocês se conhecem há muito tempo. Mesmo assim, rola um
ciuminho?
Ta: Quando amamos sempre temos um pouco de ciúmes, não é?
Então! Mas assim, eu nunca liguei muito para o que diziam não, até
porque eu o conheço há muito tempo, confio muito nele. E ele
também nunca me deu nenhum motivo para desconfiar.
Li: _ Que bom que,
pelo que nos conta,
você o apóia.
Eu sempre o apoiei, apesar da dor e das saudades. Acho a Marinha
encantadora, eu mesma pretendo prestar concurso para a mesma
quando terminar minha faculdade. É uma carreira linda e honrosa.
Como eu sempre disse pra ele: Nem o tempo, nem a distância são
capazes de nos separar.
Li: _ Uma música:
Ta: _Vida Cigana, do Raça Negra. Ele cantou essa música pra mim um
dia antes de viajar pra Floripa. Quem não conhece, vale a pena dar
uma olhada na letra.
Ta: _ Li, o que posso dizer para as meninas é que vocês que estão
passando por um momento de dificuldade e distância agora, força,
muita força. Saibam que mais rápido que vocês pensam tudo isso vai
acabar e logo vocês estarão novamente ao lado de seus milicos.
Eu passei por tudo isso e sei o quanto é difícil, muitos são os que
desistem no caminho, mas acreditem em vocês, no amor que um tem
pelo outro e tudo dará certo.
Acreditem, esse é um momento que fará o relacionamento de vocês
se fortalecer e os unirá ainda mais. Então, saibam ver o lado bom
disso tudo!
Li: _ Lindas, Lindas suas palavras. Só tenho a te desejar toda a
felicidade do mundo e sabedoria para enfrentar tudo que não pude.
Entrevista 34:
"Não há nada melhor do que amar você. É como poder sonhar e
nunca acordar."
Oi, queridas leitoras. Gosto desse livro pela sensação de que ele é
infinito, contínuo, como um rio que flui. Sempre haverá um casal
por aí se apaixonando e nos mandando sua história. A de hoje é da
Jéssica, que está no primeiro período de administração, tem 17
anos e mora no Rio. Agora, a Jéssi está noiva de um soldado páraquedista que está se preparando para ser cabo. Eles se conhecem
há 1 ano e 7 meses.
Li: _ Oi Jéssi. Somos duas “Maria Rosa”. Para quem não sabe, Maria
Rosa faz parte de uma canção dos PQD. Como você, também sei o que
é amar um “menino” que gosta de voar. O que é louco porque eu
tenho pavor de altura. Viva as diferenças.
Jéssi: Eu acho uma carreira muito perigosa, tenho medo sei lá de algo
acontecer com ele. Eu acho carreira de maluco, rsrs eu não teria
coragem de saltar de um avião de pára-quedas. Não digo que eu
preferia que ele estivesse em outra carreira, só queria que tivesse
mais tempo livre. Ele sempre me diz uma frase que eu acho muito
engraçada. “Pará-quedista não gosta de avião tanto é, que sempre
que entra em um, tem que saltar dele.” Rsrsrs
Li: _ Boa! rs. Então, como conheceu seu amor pqd?
Jéssi: _ Bom, eu já o conhecia de vista, pois ele mora perto da minha
casa e freqüenta a mesma pracinha que eu, mas nunca tínhamos
conversado. Começamos a nos conhecer melhor pelo MSN e Orkut, ai
conversa vai, conversa vem no MSN, ele me convida para ir nessa
pracinha só para conversarmos pessoalmente, e pronto, amor a
primeira vista. Eu estava com medo de sofrer novamente, pois meus
ex só me fizeram sofrer, mas ele me disse que era diferente de todos
e é mesmo. Ele me provou tanto isso que vamos até nos casar agora
em julho. O primeiro beijo foi igual de novela: quando eu estava indo
embora, ele pegou no meu braço e me beijou. Nossa, ai que eu me
apaixonei mesmo srssrs, daí começamos a namorar e com 9 meses de
namoro noivamos, foi tudo lindo ele se ajoelhou e pediu e eu é claro
aceitei na hora né. Amo muito meu noivo ele é o melhor presente que
Deus me deu.
Li: _ Deve ter parecido coisa de novela. Fiquei imaginando. O amor
nos fazer dar mais valor a cada dia.
Jéssi: _ O amor me ensinou a dar mais valor as coisas que estão do
meu lado, com ele eu amadureci. Na época que eu o conheci, eu era
muito bobinha, com ele eu aprendi a amar, a respeitar e a criar
responsabilidade, hoje eu sou mas mulher de corpo e alma, aprendi a
ver maldade nas coisas.
Li: _ São tantas as coisas que enfrentamos, que lutamos, que temos
que provar que crescemos. Isso do lado deles também.
Jéssi: _ Ele é um homem mais maduro sabe? Quando o conheci, ele
era muito moleque até nas atitudes dele. Ensinei a dar valor as coisas
que ele tem, a amar mais o próximo e ser menos ignorante. Ensinei o
que é amar de verdade, que existe sim mulher fiel que dá valor a
homens porque antes ele não acreditava nisso.
Amar um militar me ensinou a confiar mais nele e não acreditar nas
coisas que os outros falam, que a distância e a saudade não matam
um amor verdadeiro e sim fortalecem ele e o faz crescer.
Lembro na primeira semana que fiquei longe dele, minha amiga me
ajudou muito. Pois eu só sabia chorar, tudo fazia lembrar dele. Eu
não sabia se ele estava bem. Isso que me piorava.
Eu não tinha vontade de fazer nada, não dormia direito, não comia
direito, só chorava. Hoje tive que me acostumar com as ausências, às
vezes.
Quando ele chegou machucado do quartel uma vez porque tinha
sofrido um acidente no salto, nossa foi muito difícil vê-lo ali todo
machucado.
Nas datas especiais que está longe também não é mole. Teve um
aniversario meu que ele estava de serviço e cantou parabéns pra mim
pelo celular, foi muito difícil pra mim eu só sabia chorar num dia que
era somente pra eu sorrir.
Li: _ Mas, é um pouco de lágrimas de felicidades por saber que
alguém longe está querendo fazer uma homenagem. Já passei muito
por isso também. No período da Academia, raras eram as vezes que
conseguia estar com ele em uma data especial. O normal era não
estar. Então, a gente tinha que usar a criatividade por telefone,
cartas, computador... As famílias acabam vendo isso e querendo que
terminemos. Acham que não vale a pena. Mas, hoje, agora ao meu
lado, digo, valeu cada telefonema no orelhão de baixo de um pé
d’água.
Jéssica: _ A minha mãe é a que mais apóia, ela fica contra mim e a
favor dele, mesmo quando estou certa, trata ele com um filho. Por
parte da minha família todos amam ele, agora a família dele não dá
palpite em nada, eles não dizem nem que sim, nem que não, mas as
vezes sinto que eles não gostam de mim.
A distância entre nós é muito difícil, estávamos acostumados a nos
ver todos os dias. Depois que ele entrou pro quartel, tudo mudou. Foi
muito difícil no começo, mas agora acabei que tive que me
acostumar. Já fiquei doente por causa da ausência dele. Já fiquei 2
semanas sem vê-lo, nem falar no celular podia.
Li: _ Rola ciúme?
Jéssi: _ Pergunta complicada essa em rsrs, Bom já fui bem mais
ciumenta, mas ainda me considero muito ciumenta. Quem ama sente
ciúme né. Às vezes sim, tem meninas que não podem ver uma farda.
Não respeitam os namorados dos outros e isso que me mata. Eu falo
pra ele: “eu confio em você, não, nelas”.
Mas, eu sempre o apoio em tudo, e ele o mesmo comigo. Quando me
disse que queria servir o quartel, falei “tudo bem eu te apoio em
tudo”, mas eu nem sabia como era essa vida de mulher de militar.
Mas, confesso que quando tudo começou, ai que eu fui ver como era
e, às vezes, me arrependia de tudo, mas é o sonho dele é o que ele
gosta de fazer. Eu como noiva dele só tenho que apoiar. Eu sofria
muito junto com ele quando chegava machucado quando ia ficar
longe. Ele pegava serviço praticamente todos os dias, agora que
diminui bastante. Mais sempre o apoiei em tudo.
Se o amor é verdadeiro a distância fortalece, mas, se não é, desgasta.
Li: _ O que pode dizer pra resumir o amor que vivenciam?
Jéssi: _ Deus uniu as nossas vidas de uma vez e não há nada melhor do
que amar você. Eu nunca vou te perder, foi Deus quem me deu você.
É como poder sonhar e nunca acordar.
Li: _ Uma música tema que lembre vocês.
Jéssi: _ Há são tantas, mas vou citar duas que são Renato russo- hoje
a noite não tem luar, Simony- Resumo da felicidade. (Ele canta essa
musica todas as vezes que esta longe de mim por telefone e ela
conforta meu coraçãozinho.) A letra é essa:
Eu agradeço a Deus por existir você por fazer nascer o amor eu não
sei de mim o que seria sem a sua voz porque há entre nós você que é
meu sonho de amor e verdade você é o resumo da felicidade você que
dá asas a minha loucura e me faz viajar em candura eu só quero amar
você que é meu sonho de amor e verdade você é o resumo da
felicidade você que dá asas a minha loucura e me faz viajar em
candura eu só quero amar você a nossa vida nunca vai ser singular
sempre vou chamar você quando precisar de um ombro amigo vamos
conversar quero abraçar você que é meu sonho de amor e verdade
você é o resumo da felicidade você que dá asas a minha loucura e me
faz
viajar
em
candura
eu
só
quero
amar
você.
Li: _ Que singelo. O que queria poder dizer para as meninas que nos
lêem?
Bom Li, quero dizer a todas as meninas que nunca desistam do amor,
que namorar um militar não é fácil, no começo tudo é difícil, mas
logo vem a recompensa, que os milicos precisam de nós, meu noivo
sempre diz pra mim como é bom saber que sempre que eu voltar do
quartel você vai esta aqui de braços abertos me esperando.
Ele me diz amor eu posso demorar o tempo que for, mas eu sempre
vou voltar e volto pra você, que sempre que eu chegar machucado,
precisando de um colo carinhoso e quentinho precisando que alguém
pra conversar você vai estar aqui pra me dá um colo e cuidando de
mim, então meninas levem isso como exemplo como se fosse seus
milicos
falando.
Sei que às vezes dá vontade de desistir de tudo por mil motivos, mas
o amor verdadeiro supera tudo, a saudade só faz aumentar o amor
que sentimos e que não importa quantas pedras forem jogadas no
nosso caminho, nos temos que guardar todas elas para que um dia
possamos construir nosso castelo. Meninas forças e saiba que mesmo
quando ele estiver longe não importa o tempo que for demorar ele vai
voltar e vocês terão que esta de braços abertos para recebê-los. Há
queria dizer que amo muito meu noivo e que Ele é tudo na minha
vida.
Entrevista 35:
Quem fala com a gente é a Maria, estudante de Direito, 21 anos de
MG.
Você me disse que namora há 7 meses seu milico. Deixa eu contar
para as meninas: -gente, ele é aspirante da Marinha e está
cursando a Escola Naval, aqui no Rio de Janeiro.
Li:
_
Como
o
mar
da
vida
trouxe
ele
pra
você?
Puro acaso nos conhecermos. Uma amiga minha vinha a duas semanas
me falando sobre uns rapazes do Rio de Janeiro que ela conhecia e
que eram meio isolados da galera lá e tal porque eram militares e não
tinham tempo pra nada, que era uma vida de muito estudo e tal’s (
rs) e falando que queria que eu os adicionasse no MSN e que quando
eu fosse ao Rio de Janeiro era pra eu tentar entrar em contato com
eles para que pudéssemos nos conhecer. Eu sempre escapulia,
despistava dizia que iria adicioná-los ao MSN e saia sem, sequer,
pegar o MSN deles com a minha amiga (porque, na verdade, eu tinha
terminado um namoro conturbado há pouco mais de 10 meses,
justamente com um cara que embora não fosse, na época, ainda
militar já tinha o militarismo na veia e era extremamente estúpido,
grosso e insensível a tudo e a todos). Eu não queria era nem saber de
amizade com militar (porque o comportamento daquele ser com
quem mantive um relacionamento por meses, me fazia relacionar
militarismo à grosseria, má educação, insensibilidade). No dia 11 de
Setembro (Sexta-Feira), porém, eu estava na faculdade e entrei no
MSN, acabei comentando com minha amiga que eu estaria no Rio no
dia seguinte e que iria pra Copacabana, quando teclei o enter e enviei
a conversa me toquei que eu não devia ter escrito aquilo, e
realmente não devia (é o que eu pensava) na hora ela se lembrou dos
meninos
que
eu
nunca
adicionava
no
MSN...
Naquele dia não teve jeito, a minha amiga disse que estava
percebendo que eu me esquivava de adicionar os meninos e que um
deles estava on line e que eu tinha que adicioná-lo... Naquele dia eu
não tive outra saída, adicionei o rapaz (só o que estava on line, é
claro, mesmo assim porque eu imaginava que ele ia esperar eu
adicioná-lo e caso isso não ocorresse ele contaria a ela). O adicionei.
O tal rapaz demorou tanto a aceitar o meu convite, eu estava até
aliviada (rs), pensava comigo mesma, isso é Deus quem está me
livrando de aproximação com um milico.
Cheguei até a falar com ela que eu tinha mandado o convite mais que
ele não tinha me aceitado (e realmente eu já tinha enviado o
convite), disse a ela que precisava ir embora pra sala de aula, mas ela
pediu um tempinho e falou com ele isso e em resposta ele disse que
não tinha chegado o convite e tal’s... Bom, só sei que de repente olho
lá e o convite tinha sido aceito e o cara tava on. Eu precisava dar um
oi (rápido e seco) e ir pra sala, primeiro por que eu estava perdendo
aula, segundo por que eu não tava nem um pouco afim de teclar com
aquele milico, que eu até então não conhecia e nem estava fim de
conhecer (rs). Foi o que fiz, dei um oi, disse “bem vindo ao meu MSN”
e preciso ir pra sala de aula, em resposta ao meu oi seco e ao “bem
vindo ao meu MSN” cínico, recebi um oi tão caloroso e um obrigado
tão sincero que tive vergonha de mim mesma, até esqueci que tinha
dito que precisava ir pra sala e fiquei conversando com o moço uns 10
minutinhos ainda, pelo que ele me passou o link do Orkut eu abri,
enviei o convite, olhei uma foto que era capa de algum álbum (nem
cheguei a abrir o álbum) e de cara já pensei que com aquele cabelo
baixinho, aquelas duas entradas no cabelo (totalmente marra de
militar) ele não era muito diferente do cara com quem eu me
relacionei, pensava eu que aquele certamente era mais um ser
egoísta que trocou sentimentos como amor, sensibilidade, carinho por
um sentimento que cultivaria pelo resto de sua vida chamado
militarismo.
Tinha que me despedir, não queria mesmo conversar com ele que
apesar de sua simpatia não inspirava em mim a amizade tal qual um
civil. Despedi-me dizendo à ele que no dia seguinte eu estaria no Rio
de Janeiro, mais precisamente em Copacabana, participaria de um
evento lá e tal’s, ele se interessou perguntou onde seria eu informei a
ele direitinho horário e local, disse que caso pudesse era pra ele
aparecer por lá e tal’s (imaginando que ele não iria porque ele mesmo
tinha me dito que estava na correria com estudos, semana de prova e
etc... aliás, foi só por isso que convidei, assim eu sairia como a “Miss
Simpatia” que convidou-o e ele como o ingrato que não aceitou [rs]).
No outro dia chego à Copacabana, quando sento e olho pro banco de
frente a mim, quem estava lá?! O cara de fato, o tal milico tinha ido.
Olhei pra ele por uns segundos e ele também estava me olhando, em
seguida baixei a cabeça pra pensar (e pensava mais ou menos assim:
pra que você foi convidar ele?! o cara agora está te olhando com cara
de quem diz: oi amiga!).
Não tinha jeito, quando terminasse a reunião ele iria me procurar pra
conversar, se apresentar pessoalmente e eu não poderia evitar isso, ia
ter que conhecê-lo, ser simpática e tudo mais... Bom e assim foi, ao
término da reunião eu estava do lado de fora do estabelecimento e
quando vi ele vindo no corredor tive a idéia de ser “Miss Simpatia” de
novo e antes mesmo que ele falasse qualquer coisa, quando o vi vindo
na minha direção já abri um largo sorriso o chamei pelo nome e me
apresentei pessoalmente, o pior é que ele estava acompanhado de
dois amigos (e eram os outros amigos milicos que minha amiga queria
que eu adicionasse no MSN e eu não tinha adicionado) e eu tive que
ser “Miss Simpatia” ao cubo.
Na verdade um dos amigos não parava quieto (vou chamá-lo de “R”;
este era bem comunicativo, estavam presentes no evento muitos
amigos dele) e o outro que ficou o tempo todo ao nosso lado de boca
fechada ( vou chamá-lo de “N”; era muito tímido, às vezes dava um
sorriso, nada além disso). Já ele não, o “T” (que é o milico que eu
adicionei no MSN e convidei pro evento), também era tímido, mas
estava empolgado, conversava bem, sabia ser simpático e apesar da
timidez quando o assunto acabava ele sabia fazer surgir outro.
Naquele momento eu me dei conta de que ele poderia ser um bom
amigo (apesar de ser militar), ao menos até ali ele não parecia nada
com o meu ex, apesar do militarismo aparente (digo, a paixão pelas
forças armadas) era um cara legal.
Fomos pra uma recepção em Praia Vermelha (na Urca), eu o convidei
pra ir e ele foi, juntamente com o “N” pra lá... Conversamos melhor
lá (e eu estava mesmo gostando de conversar com ele), brincamos,
nos divertimos, rimos bastante... teve um momento que marcou (rs),
eu o chamei para tirar os sapatos e irmos molhar os pés na água do
mar, ele nunca tinha feito isso, nunca tinha molhado os pés no mar à
noite (era tímido demais pra isso), ai virou uma questão de honra
para mim convencê-lo à fazer aquilo, ele bem que tentou se esquivar,
mas eu fui persistente e o convenci.
Foi maravilhoso aquilo nós dois caminhando à beira mar com a onda
molhando nossos pés (detalhe: em certo momento a onda veio
gigantesca e saiu arrastando o tênis dele que tava na areia e adivinha
quem foi que correu atrás da onda e recuperou o tênis? Euzinha: de
“Miss Simpatia” à “Super Girl” *to morrendo de rir aqui, lembrando a
cena*... Depois dessa minha atitude heróica e de muitos risos ,
ficamos lá na areia da praia conversando, mas em determinado
momento o amigo dele o “N” chamou-o, eles precisavam ir (iam pegar
metrô até a Escola Naval e a estação do metrô fechava às 23hrs).
Eu conversei com eles disse que eles podiam ficar ali na Urca por
aquela noite, hospedados no mesmo local em que eu e meus
companheiros de viagem, o “T” se interessou, o “N” disse que não
poderia por que estava de serviço no dia seguinte às 6 da manhã, mas
apoiou o “T” a ficar e ele realmente ficou. No outro dia (domingo, dia
14/04) o dia seria de passeio total e assim fizemos, logo pela manhã
todos saímos à passeio, fomos pra Copacabana, chagando lá cada um
caçou sua turma e quando dei por mim, só estávamos eu e o “T” ali,
de frente pro mar, conversando a horas, eu estava hipnotizada com
tudo que ele dizia, era muita coisa e era tudo muito interessante,
falava da sua vida, do seu passado, do presente e do futuro que
vislumbra, falava de seus anseios amorosos e profissionais, de suas
duvidas, do fato de ser muito só, ter poucos amigos, enfim... ele me
contou tudo sobre ele... eu também falei sobre mim, mas eu estava
mesmo era mais interessada em ouvi-lo do que em falar de mim. Eu
sabia que algo estava acontecendo em mim, que alguma coisa ali
tinha feito algo em mim mudar, só não sabia (ou não queria aceitar)
quem/ o que era.
Aquele domingo foi maravilhoso, não sai do lado dele um minuto... o
assunto fluía naturalmente, eu estava atenta a tudo que ele dizia e
ele também demonstrava atenção a tudo que era dito por mim, foi
incrível.
Como tudo o que é bom dura pouco, chegou a hora de me despedir
daquele milico (tão diferente do conceito formado que eu tinha sobre
militar) e retornar à minha cidade.
Era estranho reconhecer, mas eu estava triste porque eu estava vindo
embora e ele estava ficando por lá. Estendi minhas mãos para
cumprimentá-lo e ele assim o fez também. Olhamos-nos e naquele
momento, não consegui resistir e o pedi permissão para um abraço,
ele sorriu e disse que tinha pensado em me pedir o mesmo mais a
timidez o havia impedido, sorrimos e nos abraçamos, após isso entrei
na van e vim embora.
No caminho aquele sorriso tímido, aquela fala mansa, aquele sotaque
½ paulista ½ carioca, aquele rostinho de Nenê não saia da minha
cabeça (e confesso que eu contava até as faixas amarelas no centro
da estrada pra parar de pensar nele, até mesmo porque eu não queria
permitir que rapaz algum despertasse interesse em mim, muito menos
um milico).
Cheguei em casa acabada da viagem, estava cansada (e continuava a
pensar nele). Fui dormir e adivinhem?! Sonhei com ele!!!
Acordei, lembrei que o celular estava sem bateria e coloquei-o pra
carregar, quando ligo adivinhem novamente?! Mensagem dele.
Quando comecei a ler faltou pouco gritar de alegria (afinal ele tinha
lembrado de mim e mandado uma mensagem, que na verdade de tão
grande, mais parecia um testamento, o melhor que já li [rs]).
Naquele dia eu devo ter lido aquela mensagem mil vezes, eu estava
tão feliz que não me concentrei, passei a aula toda lendo e relendo a
mensagem no celular (meu professor de direito empresarial ameaçou
tomar o celular pra eu prestar atenção à aula por ele ministrada [rs]).
A partir daquele dia, começamos a manter contato por MSN e não
tinha mais o que se fazer eu estava mesmo sentindo algo por ele e ele
por mim, em uma de nossas conversas eu ainda cheguei a dizer: olha,
não sei bem o que está acontecendo mais você mexeu comigo, foi
“algo” a primeira vista (eu não queria usar a palavra amor, sempre
guardei essa palavra e a frase eu te amo debaixo de 7 chaves).
Ele sorriu e disse que eu estava tirando as palavras da boca dele. Que
realmente foi “algo” a primeira vista. Falamos-nos durante pouco
mais de um mês apenas por MSN, nos conhecemos melhor (os gostos,
estilo de vida, enfim essas coisinhas básicas para se iniciar, ou não,
um namoro) e no dia 25 de Outubro ele estava aqui na minha cidade.
Passeamos, rolou o primeiro beijo e de lá pra cá já se foram 6 meses
de muita alegria e amor. O pedido de namoro oficial foi no dia 31 de
Dezembro, a poucos minutos da virada, quando ele pediu o meu pai
minha mão em namoro.
Li: _ Calma aí. Pára tudo. Deixa eu me recobrar as forças.
Caramba, fui arrebatada para as cenas. Gente, você conseguiu
descrever direitinho. Pera, pera que eu vou me lembrar da
próxima pergunta. ÃÃÃnhhh. Ah! Sim: “O que aprendeu nesse
tempo de namoro?”
Durante esses 6 meses de namoro temos aprendido muito um com o
outro. Dentre tantas aprendizagens uma se destaca. Ao lado do meu
amor, aprendi que a distancia que separa nossos beijos, nossos
abraços é a mesma que aproxima nosso sentimento e faz com que o
amor que há entre nós cresça mais e mais. A distância pode separar
dois corpos, mas nunca dois corações que se amam.
Um segundo ponto a ser lembrado é o fato de que, com ele descobri
que o conceito formado que tinha de militar como um homem
insensível, grosso, mau educado, turrão e etc. não é necessariamente
empregado a todos os milicos. O fato de ser militar não deve ser
interligado ao fato de o cara ter uma personalidade áspera e turra.
Li: _ E, ele?
O ciclo de amizade dele aumentou, aqueles que eu dizia serem meus
amigos, agora são NOSSOS AMIGOS.
Li: _ O quer amar te ensina?
Me ensinando que amor não é aquilo que a gente idealiza quando é
ainda menininha, o príncipe encantado não é aquele cara louro, olhos
azuis, montado num cavalo branco... que uma história de amor vai
além do “... e viveram felizes para sempre...”. Esse sentimento de
“amor militar” modificou tudo em mim, amadureci muito. Troquei o
mundo dos sonhos pelo mundo dos fatos e (o melhor de tudo) descobri
que a realidade, embora muitas das vezes difícil é de sabor mais
apreciável que a envolvente ficção.
Li: _ As pessoas a sua volta te dão força?
Tenho um amigo (que sinto mais a vontade em chamar de irmão) que
me apóia muito. Ele é aquele amigo que você escolheu pra dividir
tudo, as tristezas, as alegrias, enfim... é com o apoio dele que conto
sempre... Quando a saudade está sufocando, o coração ta
pequenininho no peito de saudade é ele que houve minhas lamúrias,
me apoia e me incentiva. Aliás quero manifestar meu eterno
agradecimento à este meu amigo RAFAEL.
Li: _ Falando nisso, qual o momento mais difícil que passou?
A saudade por quase 2 meses sem o ver. Tinha horas que a vontade
era de chorar, chorar, gritar... Literalmente, eu senti o quanto a
saudade dói. A gente sempre fala isso, e eu descobri que dói mesmo,
que essa frase (saudade dói) é mais real do que imaginamos quando
vulgarmente a falamos.
Li:_ Você teve apoio da sua família e da dele?
Minha família é uma benção, minhas irmãs, meus pais todos me apóia
muito. Sabem do amor que sentimos um pelo outro e torcem por nós,
por nosso bem, enfim, por nossa felicidade. A família dele da mesma
forma, dão-nos total apoio.
Li: _ Ele aqui no Rio e você em Minas. Como administra isso?
A distância é um fator constante. Eu moro em Minas Gerais (Juiz de
Fora), ele no Rio de Janeiro. É difícil vivermos longe de quem
amamos. Bate uma tristeza saber que não estou ao alcance dos seus
beijos, do seu abraço, da sua voz, do seu perfume... O maior tempo
que ficamos sem nos ver foi 1mês e 22 dias... A vontade que tinha era
de dormir até o dia em que ele voltasse. Não tinha fome, não tinha
animo pra estudar, pra sair, pra me arrumar, pra nada... a única coisa
que
queria
era
chorar,
chorar,
chorar
e
chorar.
Li: _ Bate um ciuminho?
Não. Tenho ciúmes, na verdade prefiro tratar como cuidado esse
sentimento na proporção em que o sinto. Confio muito nele e sei que
a recíproca é verdadeira. Não me importo com o que dizem os outros
sobre dificuldades de confiança em namoros à distancia... As pessoas
são diferentes, as situações são diferentes, ou seja, não há uma
exigência de que havendo o namoro à distancia haja, também, a
desconfiança.
Li: _ A distância fortalece a união ou desgasta? (Sempre pergunto
isso e cada vez ouço uma resposta diferente e coerente, por isso
que não desisto em perguntar).
Sem sombras de dúvidas fortalece. O que sei é que se o amor que há
entre nós não fosse ao tremendo quanto é não suportaria a saudade...
mais a mesma distancia que nos entristeceu, e ainda entristece, por
tantas vezes, fortaleceu, e fortalecerá, nosso amor, até o dia em que
pudermos viver juntinhos para sempre!
Li: _ Pareceu quando nos contou que estava evitando a todo custo
conhecê-lo. E agora, o que acha da carreira do seu amor? Afinal,
ela
interfere
e
muito
no
seu
relacionamento.
Por ser o que ele ama, acho a carreira militar PERFEITA. Quero que
ela seja feliz, no que faz e faça com amor. Não posso ser egoísta ao
ponto de dizer que preferia que ele tivesse outra carreira. Ele é um
militar por vocação. Ama o que faz e faz por que gosta.
Li: _ Uma frase que resuma o amor de
“Hoje te amo mais que ontem e bem menos que amanhã”
vocês?
Li:
_
Uma
música
With you (Cris Brown)
vocês.
tema
que
lembre
Li: _ Para fechar e já te digo que amei a entrevista, qual seu
recadinho?
Às amigas do Blog, apenas digo que não há barreira que o amor não
consiga
transpor.
O
amor
é
paciente,
é
benigno,
Tudo
sofre,
tudo
crê,
tudo
espera,
tudo
suporta!
Que Deus as abençoe em seus relacionamentos, lhes dê luz e
sabedoria. Lembrem-se sempre: “A mulher sábia edifica tua casa”.
Li: _ Verdade! Beijos pra você!
Entrevista 36:
Nosso namoro parece filme americano.
Dessa vez, quem vai sentar aqui e contar tudo é a Tita, que mora
no Rio e namora um marinheiro. Tita, como se encontraram?
Tita:
Costumo dizer que o inicio do nosso namoro é o típico namoro de
filme americano.
Quando terminei o primeiro grau meus pais resolveram me matricular
em uma colégio particular , em meu primeiro dia de aula estava com
algumas amigas e elas me mostraram um grupo de rapazes no outro
lado da quadra da escola , eles cursavam o terceiro ano , naquele
meio havia um rapaz moreno muito sorridente , foi só nele que
reparei.
Comentei com minha amigas que ele era bonito e tals e ainda disse a
elas que nem tinha chances. Porém não me fixei muito no rapaz por
estar em relacionamento já desgastado, mais ainda me seguia no fixo
de não me atrair, porém ele sim me atraiu , mexeu comigo de algum
modo.
Meu amigo de escola vendo o fim do meu antigo relacionamento me
disse que tinha uma amigo que parecia muito com ele , tínhamos tudo
haver como dizia ele.
Certo dia meu amigo no MSN me pergunta se eu queria conhecer o tal
garoto, porém eu com curiosidade comecei a fazer perguntas de como
era
o
tal
menino
de
quem
ele
tanto
falava.
Quando meu amigo começou a descrevê-lo para minha surpresa o tal
amigo do meu amigo era o meu amor , o menino do sorriso mais lindo
que eu já tinha visto. Nesse meio tempo meu amigo deu meu MSN
para ele.
Lembro-me de que quando apareceu em meu computador o alerta de
nova amizade ele minha mão começou a suar , fiquei muito nervosa.
Porém boba nem nada logo me certifiquei de ir conversar com ele,
começamos a falar do que gostávamos e não gostávamos, nos
identificamos muito. Ele todo saidinho ficava dando em cima de mim,
porém ele era o menino mais famoso do meu colégio e logo surgiram
boatos e fofoquinhas de pessoas falando que ele era isso e aquilo.
No inicio confesso que fiquei com medo de engatar em um
relacionamento , mais como amigo ele era tão fofo. Cada dia mais eu
esperava pelo primeiro beijo. Até que ele em um fim de semana
perguntou
se
podia
ir
na
minha
casa
me
vê.
Quando chegou na minha casa , apresentei ele aos meu pais e logo
depois fomos dar uma volta , lembro como se fosse hoje quando ele
perguntou se eu queria um presente e quando eu disse que sim , ele
me pegou em seus braços me beijando no meio da rua. Todo mundo
olhando , RS. Quando estávamos voltando do passeio ele perguntou se
podia vir todos os dias na minha casa e se eu queria ficar com ele , eu
disse que sim . Ele pediu aos meu pais e estamos namorando até hoje!
São 2 anos e 6 meses de muita felicidade!
Li:
_Muito
tempo.
Deu
pra
aprender
bastante
coisa?
Tita:
Aprendi primeiramente que o amor não precisa de contato físico pra
ser alimentado, alimentamos o amor com palavras , gestos, e acima
de tudo fazendo tudo verdadeiro e da melhor forma.
Modifiquei principalmente meu preconceito com o namoro a
distância. Porque hoje vivo com o meu amor a melhor fase do nosso
relacionamento mesmo ele estando a milhares de quilômetros de
distância e quando o amor é verdadeiro supera até o impossível.
Li: _Como diz aquela música que amo: “Você, que modificou a minha
vida...”
Tita:
Ele modificou principalmente, a maneira de ver como é o amor,
aprendeu que o amor existe e que mesmo com a distância quando
amamos somos um só. Dando sempre força nas horas difíceis. Hoje,
aprendi a dar valor principalmente aos nossos momentos juntos, que
em um relacionamento temos que saber dividir, ultrapassar,
aconselhar, esperar , acima de tudo ajudar e que o amor se constrói
com um companheirismo.
Li: _Você tem apoio dos amigos?
Tita:
Sabe não possuo muitas amigas , mais lembro-me que quando tudo
começo minha “ melhor amiga” que hoje não a vejo mais assim me
crucificou com todas as forças possíveis. A primeira coisa que ela me
disse foi assim – vai dar certo ? Lembro-me também de um querido
professo que sempre que me vê pergunta o tamanho que meu chifre
cresceu.
Mais da mesma forma que muitas pessoas me deixaram pra baixo
houve pessoas que me levantaram. Meus pais foram os melhores que
alguém poderia ter, sempre me apoiando, afagando minha lágrimas.
Lembro -me da segunda despedida que tivemos depois de um carnaval
maravilhoso ele teve que ir embora para completar o curso quando
ele foi entrar no ônibus e largou minha mão eu desabei e a primeira
coisa que senti em mim foram as mãos de minha cunhada e minha
sogra afagando minhas costas, minha cunhada me abraçava e dizia –
eu to aqui! Aquilo foi o que mais me deu força.
Eu participo de uma comunidade que reúne as namoradas de
Marinheiros ditas “BOYZINHAS” lá encontro muita ajuda.
Li: _Qual o momento mais difícil que passou?
Tita:
No meio deste ano de 2010, fui a Santa Catarina na primeira
formatura dele. Passamos 5 dias incríveis , mais no dia que eu viria
embora ele estava de serviço, e de tanto perturbar o sargento o
liberou para ele ir me deixar no aeroporto, mais isso era umas cinco e
pouca da tarde e eu vôo era previsto pras oito e vinte da noite.
Chegamos ao aeroporto e ele teria que me deixar lá sozinha para
voltar ao quartel. Eu queria dizer a ele o quanto eu fui feliz naqueles
dias e o quanto não queria vir embora , não consegui as lágrimas me
calaram. Nisso ele teve que dizer adeus, foi para o ponto de ônibus ,
fiquei uns 10 minutos olhando o aeroporto e chorando muito. Até que
não consegui e voltei fui correndo atrás dele no ponto de ônibus
quando cheguei lá ele não acreditou , eu correndo com a mala
pesada, mais lá vinha o ônibus dele , ele tinha que partir. Me deixar
ali, ele me deu um beijo na testa e disse para que eu o esperasse que
ia passar logo e ele estaria comigo de novo. Fui o vôo todo chorando
dali a 3 dias era meu aniversário, e depois disso faltaria só um mês
para vê-lo de novo. No dia de meu aniversário ele me liga para me
dar os parabéns e me diz que infelizmente tinham mudado a data do
recesso e que ficariam mais uma semana na escola e talvez o recesso
fosse mudado de novo. Essa semana foi a pior semana pra mim!
Li: _Você teve apoio da sua família e da dele?
Tita:
Todos graças a deus me apóiam , minha mãe e sogra são minhas
pilastras, se não fossem elas não sei o que seria de mim , hoje devido
ao trabalho ando meio ausente da casa da minha sogra , mais quando
vou na casa dela , ela faz de tudo pra me deixar alegre. Minha família
é e foram os melhores em todos os momentos difíceis.
Li: _ Com você lida com essa distância?
Tita:
No começo lidar com a distância foi muito complicado , a insegurança
todos os momentos , saudade que maltratou muito. Já fiquei muito
deprimida por causa disso, no começo não podíamos nos falar todos os
dias por incompatibilidade de operadoras de celular 4 minutos era
quase dez reais então complicava muito e eu ficava muito mal com
isso, tive febre.
O Maximo que fiquei foram 2 meses , mais agora serão 4 meses longe
, isso que ta me matando. :S
Li: _ Você é muito ciumenta?
Tita:
Não, acho que ele tem que ter uma vida social , assim como eu tenho
a minha aqui, claro sempre me respeitando. Não ligo nem um pouco,
para mim o que importa é o que eu penso e os motivos porque penso
isso , claro que se me der motivos vou desconfiar, mais se não porque
atrapalhar os momentos bons com ciúme não é verdade ?
Li: _ Você pensa o que sobre as transferências?
Tita:
Penso que se ele for se transferir e querer que eu vá com ele eu vou ,
se comecei aqui posso recomeçar em outros lugares.Em relação da
carreira dele , sempre o apoiei e se ele falar em desistir eu piro
(risos) .Mais se ele quiser desistir por ele mesmo , coloco com ele
tudo na mesa , sendo o melhor para ele eu o apoiarei.
Li:_ A distância fortalece a união ou desgasta?
Ah, no meu caso só fortalece. Ele mudou muito com a distância, pra
melhor claro ,ficou muito mais carinhoso , compreensivo. Sabe o que
quer, luta por aquilo e principalmente deixou o orgulho de lado.
Li: _ O que acha da carreira dele? Preferia que tivesse outra?
Tita:
_
Acho que ele é bom e feliz no que faz, não o vejo como mais nada ,
foi com isso que ele sempre sonhou. E a cada dia mais me apaixono
pelo sonho dele. Até aprendi a gostar da marinha . (risos)
Li:_ Uma frase que resuma o amor de vocês?
Tita:
Deus me escolheu pra te amar, um amor tão mágico que nem eu
consigo entender. é mais forte que tudo.
Li:_ Uma música tema que lembre vocês.
Tita:
Apesar de ser um gosto meio adolescente a musica Give Love a try (
dê uma chance ao amor ) dos Jonas Brothers é a nossa musica ,
porque o que faço todos os dias é isso dá uma chance ao amor!
Li:
Algum
filme
que
Tita:
Muito Bem acompanhada.
você
goste
e
que
lembre
vocês?
Li: Qual recadinho você deixa pra gente?
Tita:
Amar a distância realmente não é nada fácil, mas quando queremos
uma coisa e sabemos que é verdadeira devemos agarrar o mais forte o
possível. A distância pode ser um veneno a amores fracos, mais se
você for forte, perseverante, vai saber como mover sua vida.
Lembre-se as dificuldades sempre irão surgir, as pessoas que
tentaram mudar sua cabeça , os telefonemas sempre serão poucos , e
momentos juntos também . Mais o que importa não é a quantidade de
tempo
juntos
mais
sim
a
qualidade.
Jamais briguem quando se reencontrarem , faça o Maximo para esse
tempo juntos sejam maravilhosos , pois Será eles que você irá
recordar na espera de um novo reencontro.Quando estiverem juntos ,
demonstre o quanto o amar e principalmente o quanto é feliz de estar
com eles. Assim vocês só serão mais felizes a cada dia!
Muita Boa sorte na vida de Mulher de militar , desejo sinceramente a
maior FELICIDADE de todo o mundo !
40: Deixe que seu coração decida
Olha a Li aqui again, trazendo hoje pro papo a gauchinha Stephanie,
lá de POA. Conta pra gente, como foi desde que conheceu o seu
namorado, cadete da Aman:
Stephanie:
Eu estava no meu antigo serviço, quando eu entrei escondidinha do
chefe no orkut, naquela época, eu ainda deixava as visualizações de
perfil ativas, e vi um nome de rapaz que eu não conhecia.Eu entrei no
perfil dele e logo fui olhar as fotos, vi que usava um uniforme que
parecia ser militar, tão linda, e eu, como sou louca pelas forças
armadas, desde pequenininhas querendo ser oficial, vi aquele
uniforme diferente e não reconheci. Logo lhe deixei um recado
dizendo que meu nome era Stephanie e que eu também queria ser
militar, e perguntei do era aquela farda misteriosa azul clara com
branco e se eu conhecia ele.
No dia seguinte ele respondeu rindo, oi eu não sou militar não, mas
quero ser, aquele era o uniforme do meu colégio que é da brigada
militar, e eu achei que você fosse uma colega minha.No dia seguinte,
morrendo de vergonha sobre a gafe do uniforme dele me chamei de
idiota por recado. Eu comentei que eu trabalhava perto da minha
casa e que então eu voltava todo dia apé por uma rua, que por
coincidência do destino era a rua em que ele morava, mas nunca que
eu tinha visto, comentei o horário em que eu passava ali todos os
dias, e desde então ele descia exatamente no horário em que eu
passava para levar o cachorrinho dele pra passear, passou-se alguns
dias e ele ficava me esperando na esquina com o cachorrinho,
acompanhava-me ate um certo ponto. Então começamos a conversar
e decidimos trocar msn, conversamos por aproximadamente duas
semanas por msn, nessas duas semanas a gente trocou os telefones e
nos mandávamos mensagens, ficamos bem amigos em apenas duas
semanas.E eu já estava gostando dele.Decidi convida-lo para tomar
um chimarrão, isso que eu nem sabia que ele não gostava.Nos
conhecemos pessoalmente no dia 18/02/2008, jogamos vôlei e
conversamos.
Até que tomei coragem e falei que eu iria no banco no dia seguinte e
se ele queria ir comigo, ele topou na hora (uma observação: eu tinha
um amigo em comum no orkut dele, e perguntei se ele era uma
pessoa boa pra esse meu amigo, e ele me deu sinal positivo), ele me
deu um beijo no rosto e pegamos o ônibus.
Chegando no banco eu irritada com a porta giratória, que sempre me
travava por causa da minha bolsa, fiz algo que nem eu acreditei
depois, eu disse, amigo fica com a minha bolsa aqui fora enquanto eu
resolvo lá dentro? Ele disse sim, entrei no banco e só daí que me caiu
a ficha, meu Deus! Minha vida esta naquela bolsa, e deixei com ele lá
fora, quem eu conheço pessoalmente há um dia, o meu salário
inteirinho, meus cartões, identidade, cpf, chave de casa, sem falar da
minha bolsa caríssima que me custou 280,00 reais, a única coisa que
eu pedia para Deus naquele momento, era que eu não tivesse me
enganado tanto com ele, eu olhava para fora algumas vezes pra ver se
ele ainda continuava lá, então agora era esperar pra ver o que
ocorria.
Sai do banco e lá estava ele quietinho, me esperando com minha
bolsa na mão.Fiquei mega feliz, foi quando ele perguntou se eu
queria tomar um sorvete e eu disse que sim porque amava sorvete,
fomos no shopping, conversamos e tomamos sorvete.Fomos embora e
voltamos a nossa rotina, ele me esperava todos os dias na esquina
com o cachorrinho, muito fofo.
Chegou um dia em que ele me convidou para ir ao cinema, mas eu
disse q eu não tinha mais dinheiro, que meu salário já tinha ido
todinho embora, mas ele falou eu convidei eu pago, fiquei meio
receosa, mas aceitei.Agora o difícil seria explicar pros meus pais
como que eu iria sair com um rapaz que pessoalmente só vi algumas
vezes? Bom contei toda a verdade pra minha mãe, disse que eu estava
gostando muito dele, mas que eu não pretendia ficar com ele nessa
nossa saída.Então ela deixou, para o meu pai contamos que eu fui ao
cinema com uma amiga que eles conheciam desde pequena.
Fomos, assistimos ao filme que eu nunca esqueço, vestida para
casar.Foi perfeito, tomamos um sorvete e fomos passear em uma
praça muito linda, sentamos em um banco embaixo de uma arvore,
foi quando ele me disse que estava gostando muito de mim, que me
achava linda, a melhor pessoa do mundo e pediu para ficar comigo.Eu
disse que não, falei tudo o que tava sentindo, que estava gostando
demais dele, gostando mesmo, que eu tava muito apaixonada, só que
eu achava que aquele não era o momento, porque eu gosto das coisas
naturais, tipo de filme, não um apenas você quer ficar comigo. Vi no
rosto dele que ele ficou envergonhado pelo não que eu dei, mas vi
também uma felicidade nos olhos quando lhe falei de tudo o que
sentia por ele.
Isso foi em um sábado, na segunda-feira ele me mandou uma
mensagem dizendo que estava no portão do meu colégio me
esperando
porque
queria
me
dizer
algo.
Eu desci da aula mais cedo eu fui correndo para esse portão (que
estava fechado), era ele do lado de fora e eu no de dentro. Ele me
falou muitas coisas lindas, tudo o que estava sentindo e me pediu em
namoro, eu fiquei muito feliz, e perguntei você tem certeza??A gente
nem ficou, daí ele disse que isso era apenas um detalhe, mas que
queria muito me namorar e que não importava se ainda não tinha me
beijado pois ele tinha certeza de que seria perfeito.Ficamos assim
estávamos namorando sem se quer dar um selinho. No fim desta
mesma tarde estava ele lá, mais uma vez me esperando na esquina
com o cachorrinho, eu já envergonhada, pois agora ele era meu
namorado, como eu agiria? Bom eu dei um beijo no rosto dele, fomos
caminhando até a altura em que ele me acompanhava e nas
despedida me tascou um beijão, amigas, foi perfeito.
Desde então, do dia 10/06/2008 estamos namorando firme e forte
superando tudo e essa bendita distancia.
Li: Oi, alô? Eu? Calma, deixa eu acordar? Estava vendo a novela toda.
Meu Deus, adoro boas descrições?!!! E como foi tudo depois?
Stephanie:
Aprendi que a distancia é apenas uma fase a ser completada, que o
amor supera tudo quando se é verdadeiro, o amor me deixou mais
madura, mas confiante em mim mesma, me ensinou o que é amar e
ser amada.
Li: E ele?
Acho que ele ficou mais decidido nas opiniões, amadureceu, aprendeu
a diferenciar exército da vida pessoal, levou algum tempo mas
aprendeu.
Li: Momento mais difícil?
Com certeza quando ele foi para a Espcex, ele não estava na lista da
primeira convocação, apensávamos que ele não iria mais, só que
acharam ele na segunda chamada e em 48h ele tinha que estar se
apresentado, foi horrível, nos víamos todos os dias, para agora
passarmos meses e meses distantes. Ficamos quase 90 dias direto sem
nos vermos, foi horrível, fiquei mal, chorava todos os dias, e pensava
muito se iria dar certo.
Li: _Você é muito ciumenta?
Stephanie:
Sou ciumenta, mas sei me controlar, e não ligo nenhum pouco para o
que dizem não, eu confio e isso que me importa.
Li: _ Você pensa o que sobre as transferências? Sobre as implicações
em sua carreira...?
Stephanie:
_Ah! Se você o conheceu antes dele começar a carreira dele, como foi
esse processo para sua cabeça? Você apoiou? Gostou....
Acho um meio interessante de conhecer novos lugares, mas ficar
longe da família é o pior, não gostaria de ir pra fronteira nunca,
conheci ele antes da carreira sim, apoiei totalmente, era o sonho
dele, assim como tenho os meus, sei que ele também me apoiara
Li: _E a distância?
Stephanie:
Fortalece e muito, pois a cada reencontro é como se fosse o primeiro.
Li: _O que acha da carreira dele?
Stephanie:
Acho uma carreira bela.
Li: -Frase?
Stephanie:
Nos amamos além do amar.
Li: -Música?
Stephanie:
Pra sempre minha vida, do Grupo tradição.
Li: _Um filme?
Stephanie:
Algum filme que você goste e que lembre vocês? Sete vidas.
Li: Últimas palavras?
Nunca deixem que alguém diga a vocês o caminho a escolher, o
coração
é
quem
deve
decidir,
para
seres
feliz.
A saudade um dia acaba, os sonhos, os momentos prazerosos chegam
e você desfrutara lindamente tudo isso. Meu amor esta quase indo
para o segundo ano de aman e já o sinto como se estivesse acabando.
Força a todas vocês.
Entrevista 37:
Eu espero por você o tempo que for para ficarmos juntos mais uma
vez.
Camilinha, você tá aqui hoje pra contar sua história e pensamentos,
rs, bem como me falou. Meu começo foi parecido com o seu,
resistindo
e
cedendo.
Ops,
vou
deixar
você
contar:
Em julho/09 eu misteriosamente comecei a malhar (sempre fui super
sedentária), depois de uma longa semana de academia eu chego para
malhar e o dono da academia (pai dele) vem logo na minha direção
dizendo:
- Oi nega, você já conheceu meu filho??
Eu super desatenta: - E você tem filho?
- Tenho sim, o mais velho mora no RJ é cadete da AMAN e ta aqui de
férias.
(Eu penso deve ser um gato, mas com certeza vai me dar muito
trabalho. Fui para o meu sofrimento. rsrsrs)
Daqui a pouco o pai dele me chama de novo e eu achando que era pra
ir pra alguma maquina, que nada, era pra apresentar ele! Meu Deus e
como ele estava lindo e eu horrorosa, sem brinco, cara limpa, roupa
de academia. Foi uma sensação totalmente diferente, ele me olhou
bem nos olhos e sorriu, eu sorri, constrangida, de volta não sabia o
que fazer com aqueles olhos atentos parados sobre mim. Graças a
Deus ele já estava de saída, vários amigos e "amigas" esperando por
ele, eu resignada volto para o meu doce suplicio, pensando nele é
claro. Acontece que eu sabia que não podia ficar perto dele havia me
interessado demais e ele não era o tipo de homem que eu queria pra
mim, por vários motivos: 1 ser militar, aqui no nordeste militar tem
fama de ser mulherengo, machista e grosseiro; 2 ele é lindo e cheio
de meninas correndo atrás; 3 não queria nada serio com ninguém, e
eu não entro em relacionamentos que eu não tenho perspectiva. Me
conhecendo bem sabia que a melhor opção era me manter longe.
No dia seguinte ele vai malhar no meu horário, e eu não vou!
No 3° dia eu vou malhar quando chego ele já estava de saída, mas
vem falar comigo, saber onde moro, se vou embora sozinha, se tenho
namorado... Na época eu ficava com um carinha, já fazia um tempo,
mas não era nada serio. Depois de uma pausa para pensar - enquanto
fico vermeeeelha, entre sorrisos - eu respondo que não.
No 4º dia (sexta feira) vou malhar mais tarde, com medo de encontrálo e cair na tentação. Dá certo, quando chego ele já tem saído, mas o
pai dele vem falar comigo, pedir o numero do meu celular pra ele, eu
muito desconfiada achando que era o pai querendo dar uma de cupido
respondo assim:
- Ah num dá certo não.. Esse negócio de militar que mora fora, vem
pra cá de férias só quer c... as meninas e ir embora e comigo isso num
dá certo não.
Ele teve uma crise de riso e foi pegar um papel pra anotar, eu fujo
pela tangente e vou embora.
Na segunda quando chego na academia o pai dele já vem me
informando que ele já havia ido embora, e pede para eu adiciona-los
no orkut e msn! Assim eu faço e começamos a conversar pelo msn,
nos conhecer melhor e descobrir muitas afinidades. Apesar do
encantamento dos dois sabíamos que um relacionamento entre nós
necessitaria de muito esforço de ambas as partes, portanto
combinamos que seriamos só amigos, ele não queria nada serio, e eu
ainda estava enrolada. Bem pelo menos foi isso que ele me deixou
acreditando, o fato é que dessa forma ele conseguiu me manter de
guarda baixa para conhecê-lo melhor, continuamos a conversar e cada
dia mais víamos afinidades. Fizemos vários planos para nossos
programas como amigos, cinema, barzinho, praia...
Em outubro ele vem passar o feriado do dia 12 aqui, e eu quase viajo
pro Rio Grande do Norte com uma amiga, ele quase morre,
posteriormente eu vim, a saber, que o maior motivo da viagem era
eu.
Bem ele chegava na sexta e deveríamos ir a praia no sábado, porém
mais uma vez eu fujo dele e vou com uma amiga. Ele me liga no fim
da tarde e pergunta se pode vir na minha casa à noite, eu digo que
sim, afinal não poderia fugir dele pra sempre. Ele vem, conversamos
e depois de muita resistência e de um cheiro no pescoço que causou
arrepio pelos próximos 35 anos eu acabo ficando com ele, mas ainda
não me dou por vencida, afinal ele não mora aqui, relacionamento
difícil, e bla bla bla bla... eu não podia perder o foco.
No dia seguinte marcamos uma praia que depois de muita resistência
eu vou, ficamos mais uma vez, ele me deixa em casa pra eu me
arrumar para um cinema. Lá vamos nós, o celular dele não parava de
tocar, e eu cá com meus pensamentos "realmente não daria certo,
solicitado demais esse rapaz" tudo conversado e combinado: NAO
PODEMOS NOS APAIXONAR! era o q ficávamos repetindo... Eu falo pra
ele que o nosso cérebro não registra o "Não", que primeiro ele
identifica a outra parte da mensagem e só depois que ele registra a
negação, portanto o que ele estava entendendo era "PODEMOS NOS
APAIXONAR", rimos juntos, andamos de mãos dadas, tudo estava tão
maravilhoso.... fomos "Namoradinhos de um dia", depois do cinema
fomos pra casa dele, conversamos muito sobre sentimento, carreira,
sonhos e ele me encantava muito mais a cada minuto. A cena
perfeita, nós dois em uma varanda, deitados numa rede, ele tocando
musicas lindas num violão e o meu coração que ele roubou naquele
dia. Mas o sonho acabava logo, e ele me deixa em casa as 4 da
manha, o vôo era as 6 de volta para a bendita AMAN.
E resistente eu ainda tentava me convencer que não podia me
apaixonar, mas já era tarde meu coração foi com ele as 06 da manha
de 12/10/09.
Na mesma semana termino de vez o que já não existia com meu então
ficante, e passo a esperar pela volta dele, sem promessas e sem
cobranças. No dia 01 de dezembro ele chega e no dia 03 me entrega o
Espadin pra eu poder desembainhar (você deve conhecer a lenda), na
ponta do Espadin tinha um papel grudado com uma frase "quer
namorar comigo gatinha?" depois de um sim entre muitos sorrisos e
lagrimas estamos oficialmente namorando!
Li: A lenda! Hahhaha. Meu deus, quanto tempo. Parece que to me
vendo agora sentada na casa do meu namorado e ele me mostra o
espadim (uma minuatura que tinha na estante.). Ai o irmão fala da
lenda. Eu pergunto: que lenda? Ele olha pra cara dele e os dois riem.
Ok, eu vou ficar aqui bancando a idiota, penso. Mas, ele muito
envergonhado conta o que é. Eu adoro, né? Já imaginou a vida de uma
escritora sem esses detalhes de livro na vida? Mara!!! Mas, continua:
Antes de namorar com ele eu sempre fui muito teimosa e costumava
ter nas minhas mãos o “domínio da relação”, nunca me envolvia o
suficiente para sofrer e portanto para ser feliz. Ele me ensinou que
não existem regras para se gostar de alguém, não é a cor, a idade, a
distancia que vão deixar ou não a gente se apaixonar, que isso
acontece independente do que a gente acha que é o certo. Que numa
relação ninguém tem que amar mais, e que os dois têm que confiar
muito em si e no outro. Me ensinou também que para a relação dar
certo um tem que apoiar o outro, e que nas brigas um tem que ficar
com a cabeça fria, mesmo que seja ele a estar certo, e que quando se
percebe que errou é mais que um dever pedir desculpas.
Li: E os amigos?
No feriado de corpus christi fui para Resende, foram dias
maravilhosos, mas cada vez a despedida e mais difícil. Na volta entrei
no ônibus chorando muito, aqueles choros que te fazem soluçar, uma
moça super simpática perguntou se eu precisava de alguma coisa, me
ofereceu chocolate e foi conversando a viagem inteira comigo,
contando que ela também namorava a distancia e que aos poucos eu
me acostumaria com as despedidas, ela foi um anjo pra mim nesse
dia.
Li: Você teve apoio da sua família e da dele?
Graças a Deus as duas famílias apóiam o relacionamento, os pais dele
são maravilhosos e sempre que tem um feriado tentam trazer ele pra
Fortaleza, isso nos ajuda muito.
Li: Vocês ficam distantes?
Ele tem a incrível capacidade se fazer presente mesmo na ausência,
mesmo sendo difícil, nos falamos todos os dias, alguns dias mais de
uma vez, apesar de morarmos tão longe um do outro ele é a pessoa
que mais conhece a minha vida e que é mais presente.
Normalmente lido bem, mas tem dias que tudo é mais difícil e dá
aquela vontade sufocante de chorar, mas eu sei que tenho que ser
forte e que isso vai passar.
No final das férias, a primeira que passamos juntos fique doente sim
tive febre quando ele foi embora e o maior tempo que ficamos ser nos
ver foi do final das férias até o feriado de Tiradentes em 21 de abril,
ou seja, 2 meses e oito dias.
Li: Você é muito ciumenta?
Antes dele eu nunca havia sido ciumenta, com ele eu sou, mas não
muito. Como ele sempre diz na medida certa para ele se sentir
amado. Quanto ao que as outras pessoas pensam, eu não ligo, elas
não chegam nem a me falar, sabem que tenho personalidade forte e
tenho minhas convicções, além do fato que ele me deixa segura, sei
que posso confiar nele e isso faz toda a diferença.
Li: Você pensa o que sobre as transferências?
Eu penso que será legal conhecer muitos lugares, acredito que quando
pensar em ter filhos e que teremos que espaçar mais as
transferências. Eu estou fazendo faculdade de administração e penso
em tentar entrar para a ESAEX, assim nossos problemas ficam
resolvidos.
Li: A distância fortalece a união ou desgasta?
No nosso caso ela fortalece muito, aprendemos muito com ela a nos
respeitar, a medir as palavras e pensar no outro. Todos os dias pomos
a prova nossos sentimentos e passamos pelas dificuldades mais
unidos.
Li: O que acha da carreira dele?
Eu adoro, acho lindo a determinação e a força de vontade dele. Seria
egoísmo meu querer algo diferente, sei que ele ama o que faz. Tenho
muito orgulho do que ele faz e de quem ele é, e acredito que a
formação militar só veio reforçar os valores que ele já possuía.
Li: Uma frase que resuma o amor de vocês?
“Eu espero por você o tempo que for para ficarmos juntos mais uma
vez.”
Li:
Uma
música
tema
que
lembre
vocês.
Nossa tem tantas, mas uma que meche muito com o os dois é Mais
uma vez do Jota Quest
Li: Algum filme que você goste e que lembre vocês?
O filme não lembra exatamente nós dois, mas foi o primeiro que
assistimos juntos e acho que ele sempre será parte da nossa historia.
A verdade nua e crua, nos divertimos muito com esse filme.
Li: Deixo você terminar com um último recadinho:
Ter um amor militar requer muita dedicação da parte dos dois, mas
traz tanta coisa boa. Só namorando um militar você vai ter um
homem de verdade que dá valor a família, a casa, aos amigos, aos
momentos que está com você, a coisas simples que você mesma não
valoriza, como ter seu quarto, sua privacidade. É manter-se
apaixonada por muito mais tempo. É sofrer em cada despedida, mas
os reencontros são tão intensos que recompensam qualquer coisa,
qualquer distancia. É preciso ser realmente uma guerreira e vencer as
batalhas que a distancia, o ciúme, e a insegurança te impõem. Mas,
se você conseguir, verá como é maravilhoso ter alguém ao seu lado
que valoriza sua luta, que conhece todos os seus defeitos e te ama
como você é.
Entrevista 38:
Volta, como nos meus sonhos. Alçaremos uma ponte... ao encurtar
a distancia, mataremos a saudade!
Oi, Meninas. Hoje vim falar da estória da Mª da Conceição que
escreveu pra nos contar sobre seu amor militar. Ela é de Teresina, Pi
e é noiva de um sargento do EB. Esse amor já dura 9 anos e tem como
fruto uma princesinha de 5 meses.
Li:
_
Como
se
conheceram?
Através de amigos em comum, que passaram 6 meses tentando fazer
a gente ficar junto...
Li: _ O que aprendeu durante esse tempo que estão junto com ele?
Aprendi a ser mais tolerante, a aceitar o outro do jeito que é e que
independente de qualquer coisa, o amor tudo supera. Nesses 9 anos
já passamos por vário momentos ruins e bons, sempre juntos.
Li: _ E o reverso?
Aprendeu a ser mais responsável, a valorizar a família e as pessoas
que realmente querem o bem dele.
Li: _ O que seu amor, esse sentimento de “amor militar” modificou
sua vida?
A superar limites e distâncias, apoiá-lo acima de tudo, e ser forte,
mostrar-se forte, mesmo estando frágil por dentro.
Li: _ Falando nisso, qual o momento mais difícil que passou?
1º descobrir que estava grávida e passar a gravidez distante dele, e
depois a morte do pai dele pouco antes de começar o curso, tive que
dar força pra ele e me orgulhei pelo esforço que ele fez pra ter a
carreira que sempre quis.
Li: _ Você teve apoio da sua família e da dele?
Sempre, das 2, afinal, temos uma pequena que precisa de todos...
Li: _ Vocês ficam distantes?
Desde o começo de 2010 nos vemos pouco. Mas nos falamos todos os
dias (a não ser quando está no campo). Fiquei mal quando estava com
6 meses de gestação, fui vê-lo em Fortaleza, e tive que voltar e
deixá-lo lá sozinho, depois quando a Mª Luisa (nossa bebê) nasceu e
ele teve que ir super triste...O máximo que passamos sem nos ver
foram 4 longos meses.
Li: _ Você é muito ciumenta?
Já fui MUITO ciumenta, mas depois de um tempo a gente amadurece
e aprende a confiar, a acreditar na relação e no sentimento do outro.
Não ligo e nem escuto o que as pessoas falam, sou feliz e isso me
basta...
Li: _ Você pensa o que sobre as transferências? Sobre as
implicações em sua carreira...?
A minha única preocupação com as transferências é ir pra um lugar
que seja bom pra nossa filha e que seja um lugar que eu possa
continuar estudando. Quero voltar a trabalhar, mas só quando minha
filha estiver um pouco maior. Conheci-o com 17 anos, acompanhei o
início desse sonho que começou quando ele serviu com 18 anos, desde
então, esse é o sonho dele. Então, tive que apoiar... e me preparar
para as mudanças não só na vida dele, mas também na minha. Ele
passou no concurso no último ano que poderia fazer, depois de quase
desistir, mas não o fez por ter sempre meu apoio e até ajuda pra
estudar...
Li: _ A distância fortalece a união ou desgasta?
Com certeza fortalece, se for verdadeira... A gente fica mais feliz por
estar junto, conversa mais sobre tudo e dá valor a cada detalhe do
outro.
...e há quem diga que a distância atrapalha e que por causa dela
o amor não existe, mais é por causa da distância que os beijos
começam a ser sonhados e os abraços tão desejados. Os encontros
tornam-se desejos. O coração passa a ser um só. A solidão pode
até bater em sua porta, uma ou duas vezes. Mas a certeza de ter
um ao outro, acaba com QUALQUER solidão. Os planos começam a
ser feitos com a certeza de que serão cumpridos...
Li: _ O que acha da carreira dele? Preferia que tivesse outra?
Não o imagino fazendo outra coisa... Acho lindo o amor que ele tem
pelo que faz, queria eu achar algo pra me apaixonar assim...
Li: _ O momento mais emocionante e memorável com ele? Contenos os detalhes.
Sem dúvida o nascimento da nossa filha... ela nasceu antes do
previsto, então ele não estava junto, tive que mandar um documento
da maternidade pro quartel pra ele poder ser liberado, mas só saiu no
fim do dia seguinte,chegou somente de manhã, indo direto pra
maternidade, foi emocionante ver a cara de emoção dele quando viu
a filha pela primeira vez, vendo se estava tudo bem comigo e com
ela.
Li: _ Uma frase que resuma o amor de vocês?
“Deus mudou o teu caminho até juntares com o meu e guardou a tua
vida separando-a para mim. Para onde fores, irei; onde tu repousares,
repousarei. Teu Deus será o meu Deus. Teu caminho o meu será.”
Li: _ Uma música tema que lembre vocês.
São várias... rsrsrs mas nesse momento, esta:
Te tenho com a certeza
De que você pode ir
Te amo com a certeza
De que irá voltar
Pra gente ser feliz
Você surgiu e juntos
Conseguimos ir mais longe
Você dividiu comigo a sua história
E me ajudou a construir a minha
Hoje mais do que nunca somos dois
A nossa liberdade é o que nos prende
Viva todo o seu mundo
Sinta toda liberdade
E quando a hora chegar, volta...
Que nosso amor está acima das coisas desse mundo
Vai dizer que o tempo
Não parou naquele momento
Eu espero por você
O tempo que for
Pra ficarmos juntos
Mais uma vez..."
Mais Uma Vez (Jota Quest)
Li: _ Algum filme que você goste e que lembre vocês?
O Diário de uma Paixão e Um Amor pra Recordar...
Li: _ Deixe um recado de esperança, de fé e de força para aquelas
que vão ler sua entrevista.
Que toda a espera, a saudade e cada lágrima derramada, possa me
transformar numa pessoa melhor, mais tolerável, mais amiga, mais
amante. Que cada partida seja esquecida, tão logo você retorne pros
meus braços, pro meu coração. Meu corpo sente falta do seu, meu
coração chama por você, pede forças e deseja que você esteja bem,
que volte pra acalmá-lo e que tão cedo não precise ver você partir
novamente.
Entrevista 38:
"O verdadeiro amor tudo espera, tudo suporta. Basta acreditar e
confiar sempre".
Oi, Meninas. Quem vai falar pra gente sua estória é a Grazi, que
trabalha na administração de um Hotel, em Goiás e estuda direito.
Ela namora um soldado do EB e vai contar como tudo aconteceu bem
ali abaixo do nariz, e vão ver como o mundo é pequeno, do tamanho
da cabeça de um alfinete!
Li: _Oi, Grazi. Como você e seu amor se conheceram?
Eu tenho uma amiga que por coincidência é namorada de militar
também. (Ela não está sendo muito feliz porque sua família diz
preferi-la sozinha que com um militar.) Ela tem duas irmãs, uma delas
não era muito chegada a mim, mas a outra falava da vida dela, etc.
Eu estava a ponto de terminar um relacionamento de 1 ano e meio,
que estava a se desgastar com vários problemas. Foi quando a irmã
dessa minha amiga começou a contar que estava namorando
novamente, falava muito bem do namorado, que era boa pessoa,
legal, bonito e tal.
Me pareceu que eles estavam se dando bem, no entanto, uma semana
após ela ter falado do tal relacionamento maravilhoso, me contou que
ainda gostava do ex namorado, e que havia terminado com aquele
então misterioso rapaz que eu nem cheguei a conhecer.
Eu malhava em uma academia perto de casa, fazia um bom tempo,
mas não tinha muitas amizades, não sei se por falta de interesse da
minha parte, se por receio, ou qualquer outra coisa, afinal, eu tinha
um namorado ciumento demais.Terminei o namoro no último dia do
ano, poucas horas antes da festa da virada, dia 31/12/2010.
Passei a festa da virada com familiares, cheguei em casa muito triste,
fiz uma oração pedindo a Deus que colocasse uma pessoa boa em
minha vida, que me fizesse realmente feliz, acho que é só esse o
desejo de qualquer pessoa.
No outro dia levantei cedo, determinada a entrar no meu orkut e tirar
qualquer vestígio que apontasse que meu ex tivesse existido em
minha vida. Assim o fiz. Sempre que entramos no orkut, aparece o
perfil de várias pessoas com a seguinte pergunta: Fulano pode ser seu
conhecido, deseja adicioná-lo como amigo? Então entrei lá e adicionei
um monte de pessoas que nunca vi na vida, afinal, se eu queria mudar
minha vida, teria que conhecer novas pessoas, ter novos amigos,
quem sabe uma nova vida.
Um pouco mais tarde, mais ou menos no horário do almoço entrei
novamente no orkut e lá estavam várias pessoas que me aceitaram
como amigos, o que me deu uma sensação de que eu não estava tão
sozinha quanto pensava, e lá naquela página de scraps, que eu
sempre apagava, tinha um único Feliz Ano Novo de um rapaz que eu
tinha adicionado, me desejando felicidades no ano que estava
iniciando.
Logo entrei no perfil para ver mais sobre ele, e lá tinha o seu MSN,
pensei, acho que ele não ia se chatear se eu o adicionasse para
agradecer o único Feliz ano novo que recebi. Não pensei muito,
adicionei. Logo conversou comigo, agradeci o feliz ano novo e ele
gostou de falar comigo.
No meio da conversa, descobrimos que ele era meu vizinho, que
morava na rua de baixo, rimos muito, afinal, nunca o tinha visto, e,
para piorar, ele malhava no mesmo lugar que eu, mas nunca reparei
nele lá, nem ele em mim.
Logo ele olhou os amigos em comum e perguntou se eu conhecia a tal
irmã da minha amiga a qual me referi no início, respondi que sim,
conhecia. E foi assim que descobrimos que ele era nada mais que o ex
da tal menina, aquele rapaz misterioso de quem tanto ouvi falar, mas
que até então não tive a oportunidade de conhecer.
O mundo realmente é pequeno. Ele perguntou se podíamos nos
encontrar, pensei bem e aceitei. Quando chegamos ao local marcado,
dei um abraço nele. Eera muito mais que eu esperava, confesso que
me deu vontade de ficar lá abraçada com ele, porque estava tão
cheiroso - até hoje lembro do cheiro dele.
Nós conversamos muito sobre várias coisas, perdemos a hora, quando
vimos o relógio já marcava 1 e meia da manhã, ele suspirou, olhou em
meus olhos como alguém que está indeciso sobre o que faz, e disse
que tem que ir embora, pois já era tarde.
Nos despedimos, ele me abraçou novamente, e aquele mesmo cheiro
tomou conta de mim. Fui embora com uma sensação estranha, que
queria ficar mais um pouco perto daquele anjo. No outro dia ele me
liga pedindo pra se encontrar comigo novamente, eu aceito o pedido.
Nos encontramos em uma praça meio afastada do centro da cidade,
bem sossegada. Quando chegamos lá caminhamos em direção a um
banco para nos sentarmos, mas antes que eu pensasse em qual
daqueles banquinhos eu sentaria, ele me tomou pelas mãos meus
rosto e me beijou. Tive vontade de eternizar aquele momento.
Desde este dia nos encontramos várias vezes, e foi inevitável,
estávamos apaixonados. Mas quando a felicidade é demais, a gente
desconfia. Eu já tinha programado uma viagem a Fortaleza com minha
mãe e minha irmã, quando fui me despedir dele, ele me disse que iria
servir o Exército em uma cidade a 100 km de onde moramos, e que
me amava muito, que não queria ter se apaixonado porque teria que
ir pra lá, mas que não conseguiu cumprir com o que tinha preparado
mentalmente para quando fosse pra lá, estar sozinho, livre,
desimpedido, jamais apaixonado.
Choramos juntos porque eu ficaria quase 30 dias sem vê-lo. Mas ele
disse que quando voltasse da viagem, queria muito me encontrar, que
ia sentir saudades.
Desde então vivemos de idas e vindas, e todas as vezes que ele vai
para aquele quartel, parece que vai parte de mim junto. No início
sofri muito, as primeiras semanas foram horríveis, perdi peso, dei
febre, não dormia nem me alimentava direito. Mas com o passar dos
dias fui me acostumando, pensando sempre nas vezes que ele me
ligava e falava: Te Amo Muito minha princesa...Meu amor já pertence
a você, espere que eu volto, meu Amor, sinto tanto sua falta.
Eu tinha certeza que o amor era recíproco, pois ele estava sofrendo
tanto quanto eu. Quando ele foi pra lá tinha certeza que queria seguir
a carreira militar, afinal, todos os Testes Físicos Militares que ele fez
foram excelentes. Agora, meses depois, ele está indeciso se quer ou
não seguir essa vida, mas eu sei que no fundo ele ama o exército,
tanto quanto me ama, e não o desencorajo de seguir em frente.
Sempre digo a ele: Seja qual for sua escolha, estarei sempre ao seu
lado. Apesar das diferenças, que ele é 7 anos mais novo, eu o amo
muito. Com ele aprendi muitas coisas que em anos de relacionamento
não
chegou
nem
perto
de
eu
aprender.
Companheirismo acima de tudo, confiança e fidelidade. Ele me
completa.
Li: _O que aprendeu durante esse tempo que está junto com ele?
Me ensinou que o verdadeiro amor sobrevive a tardes de chuva
sozinha, a noites de frio sem o abraço acolhedor dele ao meu lado, e
que apenas um "Eu Te Amo" pelo telefone é capaz de me fazer
esperá-lo por toda vida se for necessário. Antes um amor verdadeiro
distante que um falso amor constante.
Li: _E o reverso? Em que acha que ele modificou estando e
convivendo contigo?
Ele me fala várias vezes, como eu mudei a vida dele. Ele nunca foi de
acreditar em amor, em se apaixonar, ficar de conversinha com
ninguém pra lá e pra cá no celular. Ele diz que mudei ele por
completo, que a melhor coisa que tem é saber que lá fora, mesmo
que meio distante, tem alguém esperando por ele, que o ama de
verdade, o que dá forças e coragem para seguir sua missão.
Li: _O que seu amor, esse sentimento de “amor militar” modificou
sua vida?
Eu era muito presa a conceitos de que amor a distancia não dava
certo, que nunca daria certo, mas nunca me imaginei em uma
situação semelhante a esta. Pude me conhecer mais, organizar mais
minha vida, descobri coisas sobre mim que eu podia melhorar, fiquei
mais amorosa e compreensiva com todos a minha volta, não sei se por
ter que arrancar forças para esperar por ele ou por ter passado a
dedicar um pouco mais de tempo a mim mesma, mas mudou muito
minha vida para melhor. A parte ruim é só a saudade, mas os
reencontros nos fazem parecer crianças, é compensativo.
Li: _Você tem apoio dos amigos? Lembra de alguma cena, história
de apoio de alguém em algum momento difícil?
Sim. Graças a Deus tenho duas amigas que como eu estão vivendo um
Amor Militar, e sabem tanto quanto eu o que dói uma saudade. É com
elas que eu compartilho minhas tristezas, receios e elas me
encorajam e me dão forças, assim como dou a elas.
Li: _Falando nisso, qual o momento mais difícil que passou?
Ele me ligou uma tarde em que tinha ficado de serviço no outro dia
cedinho, então nem tinha como ele vir, e estava muito triste e com
uma voz de choro ao telefone, queria poder consolá-lo fazer alguma
coisa, mas nada podia. Peguei meu carro abasteci no cartão da minha
mãe, (porque não estava podendo gastar naquele mÊs), e fui ao
encontro dele na outra cidade, foram duas horas na estrada que
estava muito ruim, até eu chegar aos braços do meu amado. Mas
quando eu o abracei, ele disse que me amava muito, que não ia
agüentar de saudades se não me visse, e sentiu naquele dia que eu
faria qualquer coisa para poder estar sempre ao lado dele.
Li: _Você teve apoio da sua família e da dele?
Sim. Da família dele, a mãe dele sempre que pode me liga, falando
das coisas que conversou com ele, e que também sente muita falta
dele perto de nós.
Li: _Vocês ficam distantes? Com você lida com essa distância? Você
já ficou muito mal, ou doente por causa disso? Qual o tempo
máximo que ficou sem vê-lo...?
A distância não é muita, mas o suficiente para afastá-lo de estar
sempre perto de mim. Ficamos mais separados que juntos. Tem dias
que é difícil, bate aquela carência de um abraço dele, um carinho
que só ele faz, mas eu me mantenho e lembro das coisas que ele me
fala, leio cartas que ele escreveu pra mim, depoimentos. Nunca fiquei
tanto tempo sem vê-lo, mas ele está para ser mandado para uma
missão no Rio de Janeiro, a qual terei que ficar 90 dias sem vê - lo.
Não sei como vou enfrentar essas situações, mas tenho muito medo
de as coisas pesarem lá e acontecer algo com ele, sem ele, não sei
que rumo eu tomaria, não me imagino sem ele mais.
Li: _Você é muito ciumenta? Liga para o que as pessoas falam
sobre a dificuldade de se confiar em alguém que está longe?
Não ligo para o que as pessoas falam. As vezes bate uma insegurança,
mas sempre ele me liga e diz o quanto me ama, e que mesmo quando
ele não puder se comunicar, pra eu não esquecer que ele me ama
muito, que sou o amor da vida dele.
Li: _Você pensa o que sobre as transferências? Sobre as
implicações em sua carreira...?
Já conversamos sobre ele seguir carreira. Se for seguir, e tiver que ir
para longe, mas já prometi pra ele que seja lá onde for, estarei
sempre com ele.
Li: _ A distância fortalece a união ou desgasta?
Fortalece,
mas
causa
sofrimento
e
isso
as
vezes
desgasta.
Li: _O que acha da carreira dele? Preferia que tivesse outra?
Sinceramente. Tenho orgulho dele pela escolha que ele fez, já que
quando ele foi se inscrever ele foi voluntariamente. Se ele escolher
ter outra carreira, já é uma coisa que só cabe a ele. As vezes me
divido em querer que ele tivesse outra vida, quando bate a saudade,
mas por outro lado, tenho orgulho dele servir ao nosso país, ter
coragem de estar onde está que é muito sacrificante, deixar a
família, namorada, tudo para trás, para seguir esse propósito.
Li: _O momento mais emocionante e memorável com ele? Contenos os detalhes.
Quando ele se formou soldado, eu fui a formatura dele. Fiquei muito
orgulhosa de vê-lo a frente do pelotão cantando alto, todo sério,
fardado, foi a primeira vez que eu o vi de farda. Acho que naquele dia
eu me apaixonei novamente.
Li: _Uma frase que resuma o amor de vocês?
Essa frase ele sempre me fala no telefone: "Separados pela distância,
unidos pelo Amor".
Li: _Uma música tema que lembre vocês.
Sexto Sentido - João Bosco e Vinícius
Li: _Algum filme que você goste e que lembre vocês?
Ex Man - Assistimos no cinema, mas ele passou boa parte do filme me
fazendo um carinho e me olhando nos olhos, e falando no meu ouvido
o quanto estava feliz ao meu lado e que me ama muito.
Li: _Deixe um recado de esperança, de fé e de força para aquelas
que vão ler sua entrevista.
"O verdadeiro amor tudo espera, tudo suporta. Basta acreditar e
confiar sempre".
Li Mendi é carioca, mora no Rio de Janeiro e é casada com um tenente do
Exército Brasileiro. O casal namorou à distância por 2 anos e hoje celebram
uma união muito feliz. Quando ele viaja em suas arriscadas missões, ela se
dedica aos livros para esquecer o medo e a angústia de uma possível perda.
Suas estórias de amor já ganharam as graças dos internautas que
acompanham o enredo diário publicado em seu blog. Seu primeiro romance
publicado pela Editora Outras Letras em 2011 teve milhares de downloads e
acessos. Hoje, a turma dos fãs a acompanham e trocam idéias com a autora
no Facebook.
Todos os livros da Autora, você encontra em limendi.com.br
Livro O amor está no quarto ao lado
Jeniffer é uma jovem estudante que perde o pai em um
acidente de serviço militar. Antes de morrer, este lhe
confia aos cuidados do capitão Ruan. O amor que nasce
entre os dois é arrebatador e mexe com os corações. Os
dois mal percebem que não precisam ir tão longe para
serem felizes. Porque o amor pode estar bem ali, no
quarto ao lado.
Livro Fonte do Amor
Cris é jornalista e cobre a vida das celebridades. Seu
lema é correr atrás dos fatos, por isso, não desperdiça a
chance de entrevistar o famoso ator de cinema Igor
Frinzy quando o encontra em uma lanchonete na beira
da estrada. Para não espantar o ator, Cris decide não lhe
contar sua profissão. Ela só não imaginava que acabaria
misturando amor e trabalho. Agora, seu editor está
cobrando a tão prometida matéria sobre o galã e Cris
não sabe mais como enrolar os dois. Seu chefe quer a
redação e Igor, seu coração. Os fãs de Ruan e Jeni de O amor está no quarto
ao lado, podem acompanhar o filho do casal Igor, neste livro cheio de
romance.
Livro Atrás da linha do Amor
Eduarda morou desde que nascera com seu pai, um
militar alegre, sábio e aventureiro. Viveu por todos os
pontos do país atrás da trilha das missões do homem
que admirava como um herói. Mas, agora, seu pai deseja
que Duda faça faculdade como todas as garotas de sua
idade e tenha um endereço fixo. A mãe da menina,
então, reaparece à cena e propõe ajudá-la. Eduarda não
gostou nada da idéia, mas foi praticamente levada a
força para seu novo destino, que se cruzará com o de
Maurício, o único rapaz por quem jamais poderia se apaixonar.
Livro Aurora
Aurora mora em uma pequena cidade no ano de 3010 e
guarda um segredo sobre sua natureza, não pode
receber partes biônicas em seu corpo, nem modificá-lo
pra retardar sua morte. Como os antigos humanos, é
frágil e precisa se cuidar pra passar desapercebida entre
os superhumanos que estudam em sua escola. Só que a
tarefa fica mais difícil quando Douglas aparece na
pequena cidade e chama a atenção das supermeninas,
perfeitamente preservadas pela avançada tecnologia
cosmética da qual Aurora não pode tomar mão. Um
livro que vai te emocionar com a força do amor que dura apenas uma curta e
breve vida.
Livro Aurora 2
No segundo livro da série, Doug volta com tudo, mas
precisa manter seu disfarce, se quiser proteger Aurora
e ensiná-la toda a arte de ser uma Alfa. Seu filho ganha
as graças de Aurora e começa a demonstrar os dons
desde pequeno, provando que as intervenções dos
mutantes pode ser passada geneticamente. Será que
Aurora vai se apaixonar finalmente por Deni, o novo
personagem da saga? Ou Doug vai ser seu eterno
amor?
Livro Beijo de Chocolate
Depois de um acidente de carro, Felipe acaba em uma
cadeira de rodas e passa a acreditar que sua vida tinha
terminado por causa da limitação de suas pernas. É,
nesse momento, que sua história se choca com a de
Andressa, uma fisioterapeuta linda, engraçada e
inteligente
que
Felipe
tenta
reencontrar
incessantemente. Na procura por Andressa, ele
também quer redescobrir aquele jovem alegre e feliz
que era e voltar a andar. O enredo é uma trama composta por muitos
personagens que influem diretamente no curso da vida dos demais,
formando uma teia de emoções, mistério, fantasia e amor. Beijo de chocolate
é um livro para tocar na epiderme da alma.
Livro Cada Casa um Caso
Ricardo tem sua mulher em coma por causa de um
acidente. Enquanto ela dormia, Daniela, sua cunhada,
decide ajudá-lo a enfrentar esta difícil fase de sua vida
e acaba se apaixonando pelo marido de sua irmã Alice.
Mas, o despertar de sua esposa, promove uma
reviravolta na vida desses três.
Livro Um coração em guerra
Caio e Bela formam um casal que enfrenta o amor à
distância. Os dois amigos de longa data descobrem que
é possível viver um romance de verdade mesmo que
longe um do outro e lidando com problemas tão
diferentes. Cada um cresce e ganha suas próprias
conquistas. Mas, será que esse amor vai encontrar um
ponto em comum no caminho outra vez?
Livro Amor de Alto Risco
Jéssi, uma rica fazendeira, coloca a mochila nas costas e
chega ao Rio de Janeiro para dividir um apartamento e
começar a faculdade. É aí que a sua estória se cruza com
a de Paulo, um estudante de direito que não terá
paciência com a caipirinha que acaba de chegar ao seu
apartamento com todas aquelas malas rosas. A garota
vira alvo de ex-clientes insatisfeitos de seu pai e coloca
Paulo em várias enrascadas perigosas. A solução
encontrada pelo seu pai é colocar um batalhão de seguranças ao seu redor.
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Amor Militar, Minha Guerra 2 (Baixe aqui)