3. A mão direita 3.1. A produção do som É com a mão direita que produzimos o som. A qualidade do som depende de ambas as mãos, porém é com a mão direita que selecionamos o volume e o timbre do som que vai sair do nosso instrumento. Existem 6 ingredientes que vão resultar no timbre: 1. 2. 3. 4. 5. 6. Comprimento das unhas e polimento; Tipo de toque: com apoio, ou sem apoio; Posição da mão e o ângulo de ataque dos dedos na corda; Como a ponta do dedo e a unha tocam a corda; A pressão do dedo contra a corda; A retirada do dedo depois de tocar a corda. Cada um desses ingredientes influencia todos os outros. Cada um geralmente determina o que vem depois. Para agora escolha o toque com apoio para determinar a posição da mão e o ângulo do dedo na corda. Isso vai determinar como seu dedo se aproxima da corda e a partir deste ponto você deve perceber e ajustar o quanto usará de força e como vai acomodar seus dedos nas cordas. Lembre-se que a força que for aplicada para tocar também vai determinar o modo de como o dedo vai voltar, isto é, como ele vai deixar a corda soando e como ele estará pronto para o próximo toque. O comprimento da unha e o polimento vai moldar toda a postura adotada nos outros aspectos, seguindo estas dicas estará no caminho para que seu som saia limpo e com um timbre bonito. 3.2. Unhas – comprimento e polimento Se a unha está muito grande, a velocidade e a facilidade com que o dedo passa sobre a corda é consideravelmente diminuída. Se a unha não estiver bem lixada, imperfeições da unha vão criar uma resistência ao tocar, isto dificultará o toque, além de produzir um som sujo. A razão que se usam as unhas para tocar é para auxiliar no controle e na segurança com que tocamos as cordas, para ganharmos mais volume e melhorar o timbre. Por isso é importante que tenhamos cuidado com estes aspectos, pois vai ser mais fácil tocar e soar bem. As seguintes ilustrações demonstram tipos diferentes de unhas e como moldá-las. Também veremos o comprimento adequado para as unhas. 7 3.3 O comprimento da unha Para calcular o comprimento da sua unha, coloque seu dedo contra uma superfície reta. Veja nas figuras: 3.4 Tipos de unha Os exemplos a seguir representam os quatro tipos básicos de formatos de unhas. Enquanto o tipo curvado (A) é o ideal, os outros três tipos são os mais comuns. A seguir estão alguns formatos de unha recomendados e outros que não devem ser utilizados. 8 Existem várias razões para utilizar ou não certo tipo de formato de unha. Estes dois exemplos, (#1 e #2) não devem ser utilizados principalmente por que causam muita resistência ao tocar a corda, eles “enroscam” na corda. Nestes outros dois já não temos o problema de resistência, pois estes formatos permitem que se use o máximo contato de unha possível. O exemplo #3 é mais indicado para os dedos indicador e médio, enquanto o #4 é mais indicado para o dedo anular. A seguir alguns formatos mais indicados para cada tipo de unha: 9 3.5 O polegar A forma da unha do polegar deve seguir o mesmo princípio que as demais, contando que no polegar podemos optar por um tamanha de unha maior que as demais. A ilustração ao lado mostra uma boa forma, onde o canto em que toca as cordas está mais curto que o outro. A maneira que tocamos o polegar proporciona vários timbres, dependendo da posição e do quanto usamos a unha e a polpa do dedo. 3.6 Como lixar e polir a unha Deve-se somente lixar as unhas da mão direita, e não cortá-las com um cortador. Lixe sempre por baixo da unha. Você pode usar tanto uma lixa especial para polimento, ou ir em alguma loja onde vendam lixas em cartelas, geralmente em lojas de tintas, são as mesmas usadas para lixar móveis. Geralmente as lixas 600 até 2000 são lixas bem finas, que vão tirar as imperfeições e possibilitar um toque mais limpo e fácil. Você deve experimentar várias maneiras de lixar as unhas, aqui estão alguns exemplos, mas como cada pessoa tem suas particularidades é necessário que cada uma encontre o formato que mais lhe agrada e que funcione melhor. 10 4. Postura da mão direita Para obter um som cheio e forte, nos devemos ter uma atenção especial com o ângulo que as pontas dos dedos atingem as cordas. Perceba que, inicialmente, somente a carne do dedo está em contato com as cordas, a unha somente entra em contato quando fazemos uma pressão contra as cordas. A ilustração a seguir mostra isto de uma visão interna: Quando um dedo se move em linha reta de volta para a palma da mão a partir deste ângulo, ele se desloca sobre uma parte consideravelmente grande da superfície da corda, reforçando o tom e o volume. Entretanto esse ângulo não é adequado para tocar as cordas 4, 5, e 6, pois como estas cordas são mais ásperas, se deixarmos a unha deslizar sobre elas surgirá um ruído, como se estivéssemos raspando a corda, então para estas cordas superiores temos que deixar o ângulo um pouco mais reto. 4.1 Tipos de toques a) Toque com apoio O toque com apoio é feito quando tocamos a corda e “apoiamos” o dedo na corda superior a que foi tocada. Isto faz com que a corda vibre mais horizontalmente em relação ao tampo, dessa maneira temos mais ressonância dentro do violão, resultando em um som de timbre mais cheio, em relação ao toque sem apoio. 4.2 Posição Podemos dividir o dedo em 3 articulações: superior, média e inferior. Para o toque com apoio movemos o dedo a partir da articulação superior, deixando as outras articulações firmes. Veja na figura como posicionar o dedo. 11 4.3 O movimento Toque com apoio Vamos dividir esse movimento em 3 partes. a) Preparar b) Pressionar c) Soltar a) Preparar – é o simples movimento de encostar o dedo na corda que vai ser tocada, observando o ângulo correto. Como na ilustração anterior. b) Pressionar – a pressão que colocamos na corda desloca a corda para cima. A distância que movemos uma corda para cima vai determinar o quanto ela vai se mover para baixo depois que a soltarmos, gerando assim o movimento que vai fazer a corda soar e o volume que ela vai gerar. Vá estudando as poucos e vendo o quanto é necessário e o quanto seu instrumento suporta de força sem a corda “estourar”, isto é, sem que ela vibre além do seu limite, fazendo sons indesejados. c) Soltar - a velocidade com que soltamos a corda é o que determina o som. Também devemos prestar atenção que este movimento não deve ser muito grande, somente o suficiente para deixar a corda soar, pois quanto mais perto estiver da corda, mais rápido será para tocá-la novamente. 12 Toque sem apoio O toque sem apoio segue o mesmo posicionamento do toque com apoio, a diferença está que neste tipo de toque não apoiamos o dedo na corda superior. Poderíamos dizer que o toque com apoio é o mesmo que um toque sem apoio interrompido pela corda em que apoiamos o dedo. No toque sem apoio continuamos usando a articulação superior do dedo para fazer o movimento, porém preste atenção que o pulso deve estar um pouco mais levantado, e o movimento do dedo deve ser em direção a palma da mão. Toques do polegar O polegar também tem esses dois toques básicos, com e sem apoio. Porém em direção oposta aos outros dedos. No toque com apoio, o polegar passa pela corda até encostar na corda inferior, e no toque sem apoio a direção é para baixo, sem apoiar em nenhuma corda. É bom salientar que existem outras maneiras de tocar com o polegar, isto depende do timbre que desejamos obter. Com o polegar é possível produzir vários timbres, por exemplo: só com a unha, só com a polpa, ou com a unha e a polpa ao mesmo tempo, entre outros efeitos. O toque do polegar deve partir da articulação superior, da mesma maneira que os demais dedos. 13