A ERVA-MATE A erva-mate, antigamente denominada de congonha, é uma árvore nativa de nossas florestas. ERVA-MATE Sua utilização como bebida foi descoberta pelos índios paranaenses. Os jesuítas das reduções do Guairá chamaram-na de “erva-do-diabo”, porque os índios atribuíam-lhe poder de descontrole das emoções, em função disso, seu consumo foi proibido pelos jesuítas. CURITIBA E PARANAGUÁ Já no século XVIII, Curitiba e Paranaguá, receberam do rei de Portugal autorização especial para comercializarem madeira, cal de ostras, telhas, tijolos, produtos agrícolas, erva-mate com a região platina. Esta abertura, no entanto, não foi aproveitada. ERVA-MATE PLANTAÇÃO DE ERVA-MATE A ERVA-MATE NO INÍCIO DO SÉCULO XIX: O quadro vai se alterar no início do século XIX, graças ao interesse da Argentina na ervamate paranaense. Por volta de 1820, Francisco Alzagaray (argentino) vem a Paranaguá, movido por este interesse. Primeiramente aperfeiçoou a técnica de produção de erva-mate, segundo as exigências do consumidor platino e depois dinamizou a exportação. NOVA FASE DE DESENVOLVIMENTO PARA O PARANÁ A partir de então se abre para o Paraná uma nova fase de desenvolvimento, fundamentada na erva-mate. As relações entre o Paraguai e a Argentina explicam o interesse dos argentinos pelo mate paranaense. Em 1813 o ditador paraguaio Dr. Francia, movido por razões nacionalistas, restringiu o comércio de seu país com a Argentina e o Uruguai. Sem o mate paraguaio os argentinos apelaram para as reservas paranaenses, proporcionando grande impulso ao progresso do Paraná. A ERVA-MATE EM 1826 Em 1826 o mate representava 70% das exportações paranaenses. Permaneceu como riqueza principal até 1930, quando se fortaleceram os ciclos da madeira e do café. A atividade ervateira estava ligada à mão-deobra escrava, semi-escrava e livre. Em 1767, Curitiba contava com 1968 habitantes, sendo que 47,5% deles eram escravos. ENGENHO DE ERVA-MATE A ERVA-MATE EM 1853 Em 1853 o Paraná possuía 90 engenhos de beneficiamento do mate, tendo o produto paranaense alcançado grande consumo nos mercados de Buenos Aires, Valparaíso no Chile e Rio de Janeiro. AS FASES DO PROCESSO DE PRODUÇÃO DO MATE A coleta ou poda ( a técnica utilizada era de corte de galhos com facão ou foice). A sapeca (as folhas eram sapecadas no próprio erval). O quebramento ( a erva é quebrada ou desfolhada). A confecção dos fardos ( era enfeixada em fardos). A secagem no carijó (após a secagem a erva era transportada para o “carijó” ou “barbaquás” que são primitivas câmaras de aquecimento, por onde se processa a secagem que dura de 10 a 20 horas) O cancheamento (aparelho triturador). O soque (inicialmente dependia do pilão e do braço escravo). A COLETA DA ERVA-MATE A SAPECA DA ERVA-MATE CONFECÇÃO DOS FARDOS DA ERVA-MATE A SECAGEM DA ERVA-MATE NO CARIJÓ O CANCHEAMENTO DA ERVAMATE O SOQUE DA ERVA-MATE O COMÉRCIO DA ERVA-MATE Terminada a safra, a erva é vendida aos armazéns, cujos comerciantes realizam as devidas transações com os industriais exportadores. Entre o produtor e o consumidor existem três intermediários, que através deste mecanismo, auferem grandes lucros: a) o “b o d e g u e i r o " ou comerciante do interior que compra ou troca e armazenava a erva. b) o e x p o r t a d o r que compra do bodegueiro para fins de beneficiamento, embalagem e venda nos mercados nacionais e internacionais. c) o v a r e j i s t a , único elemento imprescindível para a distribuição comercial. A ausência do controle da produção e do comércio deixava a economia ervateira a mercê das mais desenfreadas especulações por parte daqueles que visavam lucros cada vez maiores.