Cuidados de Saúde Primários Portugal Coordenação Estratégica Reforma dos Cuidados de Saúde Primários – Relatório de Progresso 2 Destaques Revisto em 30 de Abril de 2011 Índice Tópico Pág. 1. Ponto de situação geral ……………………………………………………………………………………………………….………………….. 01 2. Concretização dos “projectos-guia” (2.º semestre de 2010) ………………………………………………. 02 3. Análise do processo de mudança nos CSP (1996-2011) ………………………………………..………………. 03 4. Inovação e boas práticas ……………………………………………………………………….………………………………………………. 05 5. Saúde da pessoa e da família (USF e UCSP) …………………………………….……………………………………….… 07 6. Intervenção comunitária e cuidados a grupos com necessidades especiais (UCC) 09 7. Saúde da população / saúde pública (USP) …………….……………………..……………………………………………. 11 8. Diversidade disciplinar nos cuidados de saúde primários ………………………………………..…………. 13 9. Formação – Candidaturas e aprovações (POPH) ………….……………………………………………………….…... 14 10. Formação de novos especialistas em medicina geral e familiar ………………………………..….. 16 11. Contratualização ……………………………………………………………………………….………..………………………………………..….. 17 12. Formação dos directores executivos e dos conselhos clínicos ………………………………………. 19 13. Auto-avaliação formativa de desempenho dos directores executivos ……………………… 20 14. Participação dos cidadãos e da comunidade …………………………………….…………………….……………….. 21 15. Mobilização do potencial científico e tecnológico - Investigação em CSP …………………... 23 [email protected] Lisboa, Abril de 2011 1. Ponto de situação geral Em Abril de 2011, todas as transformações estruturantes da reforma dos cuidados de saúde primários (CSP) estavam concretizadas, excepto a de conferir aos agrupamentos de centros de saúde (ACES) a adequada autonomia de gestão. Os ACES ficaram, por constrangimentos vários, amarrados às administrações regionais de saúde (ARS) ou satelizados em algumas unidades locais de saúde (ULS) com gestão centralista. Os 18 pontos de decisão que estavam nas sedes dos distritos, passaram para 5 pontos regionais. Isto é, em vez de se deslocarem para onde as decisões podem ser mais céleres e certeiras, seguiram o caminho inverso. Um caminho que tem causado situações disfuncionais. Este problema está intrinsecamente ligado ao contexto da administração pública em geral, mas é possível dar passos concretos no sentido da autonomia e da responsabilização de alguns ACES, ainda em 2011. As transformações que dependeram da vontade, da iniciativa, da energia, do brio e do talento dos profissionais foram feitas. As que implicavam mudar a lógica, os hábitos e os processos anquilosados da administração ainda estão por fazer, havendo em alguns aspectos regressão a atitudes e práticas centralistas conflituantes com a reforma dos CSP. O período 2005-2010 correspondeu à fase conduzida pela Missão para os Cuidados de Saúde Primários (MCSP). Esta fase foi desencadeada com o início das primeiras duas centenas de unidades de saúde familiar (USF) a que se seguiu o início da reorganização dos centros de saúde em ACES e da implementação dos órgãos de governação (directores executivos, conselhos clínicos, conselhos da comunidade e conselhos executivos), bem como o processo de candidaturas das unidades de cuidados na comunidade (UCC) e o início da constituição dos restantes tipos de unidades - cuidados de saúde personalizados (UCSP), saúde pública (USP) e recursos assistenciais partilhados (URAP), bem como as unidades de apoio à gestão (UAG) e os gabinetes do cidadão. Incluem-se ainda a definição dos modelos de apoio, de contratualização, de afectação financeira, de avaliação e de responsabilização. Actualmente, a ausência de autonomia contratualizada dos ACES, com responsabilização e consequências, é um dos maiores entraves à prossecução da reforma dos CSP, a par das dificuldades ao nível dos recursos humanos e dos sistemas de informação. Paralelamente, é necessário consolidar as mudanças já realizadas e desenvolver instrumentos de gestão e de governação clínica e organizacional. Os processos de crescimento, de maturação e da harmonização do funcionamento do conjunto devem designar-se como desenvolvimento organizacional. Este, por definição, nunca estará concluído, pois sempre haverá espaço e motivos para crescer, para inovar, para desenvolver, para melhorar, para aperfeiçoar continuamente. Ministério da Saúde - Reforma dos Cuidados de Saúde Primários – Coordenação Estratégica (2010-2011) 1 2. Concretização dos “projectos-guia” (2.º semestre de 2010) Os projectos-guia definidos para o segundo semestre de 2010 foram todos concretizados, embora alguns com atraso (Quadro I). Este atraso foi, em parte, devido a situações imprevistas como, por exemplo, aposentações antecipadas de médicos e o agravamento da situação económico-financeira geral. Mas, num processo de longo curso, um semestre é um lapso de tempo relâmpago e esta iniciativa foi inédita no contexto da administração pública da saúde e da reforma dos CSP. Desse teste foram retirados ensinamentos que orientaram as “Áreas de Trabalho e Objectivos para 2011”. Quadro I Concretização dos “projectos-guia” (2.º semestre de 2010) Projectos-guia Meta Realização Unidades de saúde familiar (USF) Pelo menos, 32 novas USF, entre 1 de Setembro e 31 de Dezembro Realizado Unidades de cuidados na comunidade (UCC) Pelo menos, 10 novas UCC por mês, entre 1 de Setembro e 31 de Dezembro 8 semanas de atraso Realizado 8 semanas de atraso Início de actividade estruturada e qualificada de, pelo menos, 30 novas USP até 31 de Dezembro Realizado Conselhos da Comunidade Constituídos e a funcionar regularmente, pelo menos 20 conselhos da comunidade até 31 de Dezembro 2010 Realizado Recrutamento célere dos novos especialista em MGF Pelo menos 90% dos novos especialistas em MGF, aprovados nas provas de avaliação final do internato da época de 2010, estarem vinculados ao SNS Realizado Formação Devem todas as entidades responsáveis pela condução e execução da reforma dos CSP ter formalizado os seus planos de formação e candidaturas ao POPH para 2011 até 31 de Dezembro de 2010 Unidades de Saúde Pública (USP) Investigação Concurso de projectos de investigação em apoio da reforma dos CSP lançado até 31 de Dezembro de 2011 Realizado Todas as ARS apresentaram candidaturas ao POPH 2011, à excepção da ARSLVT Realizado Foram apresentadas 194 candidaturas Ministério da Saúde - Reforma dos Cuidados de Saúde Primários – Coordenação Estratégica (2010-2011) 2 3. Análise do processo de transformação dos CSP (1996-2011) A mudança em sistemas sociais humanos complexos, tal como nos sistemas biológicos, não acontece em linha recta ascendente. A curva é, habitualmente, de tipo “S”, mais ou menos horizontalizado. Se observarmos a Figura 1, o início do processo remonta, pelo menos, a 1996-1998 com os “projectos Alfa” a que se seguiram os grupos “RRE” (regime remuneratório experimental), ao mesmo tempo que se deu início ao processo de contratualização. Em relação às USF, que foram precursoras e, mais tarde, a ponta de lança da reforma, o arranque ascendente ocorreu em 2006/2007. Isto, após o Governo ter adoptado as Linhas Orientadoras para a Reforma dos CSP, em 2005 e criado a seguir a Missão para os Cuidados de Saúde Primários (MCS). Este impulso permitiu mobilizar e ultrapassar largamente os previsíveis 20 a 25% de “starters” e de pioneiros. Passados quatro anos começou, naturalmente, a entrar-se numa fase de planalto. Por isso se previu a organização das USCP que são, igualmente, um elemento estruturante da reforma. A formação de USF é um processo voluntário que não pode ser imposto. Novos inovadores e desenvolvimento organizacional ? “Starters” e pioneiros (25 a 30%) USF UCC “Projectos Alfa” Linhas da reforma e MCSP Grupos “RRE” UCSP ACES USP Pré-USF URAP Contratualização 1996 1998 2005/2006 2009/2010 2011 Figura 1 – Curva do processo de “descongelamento” e transformação dos CSP Em 2009-2010 foi iniciado o processo de transformação dos centros de saúde no seu todo através da constituição dos ACES e dos seus órgãos de governação e de gestão. Tratou-se, então, de interferir com largas zonas de inércia e, até, de resistência à mudança. Nesta fase, a abertura das candidaturas a unidades de cuidados na comunidade (UCC) veio reforçar a vertente dinâmica da iniciativa e energia transformadora dos profissionais. Adicionou-se assim à “frente USF” uma nova frente motriz da transformação organizacional dos CSP. Ministério da Saúde - Reforma dos Cuidados de Saúde Primários – Coordenação Estratégica (2010-2011) 3 Ao longo de 2010 foram sendo constituídas as restantes unidades funcionais dos ACES, designadamente as UCSP, as USP e as URAP. Em relação às USF, e nos próximos anos, o “drive” para a constituição de novas unidades e para uma eventual reedição de nova curva em “S”, noutro patamar, são os novos especialistas de MGF cujo número está, felizmente, a crescer ano após ano. Alguns profissionais, com excepcional visão, já conceptualizam esta segunda geração de USF na qual os seus profissionais são maioritariamente jovens com um horizonte de vinte a trinta anos de projecto profissional pela frente. Quanto ao facto de algumas USF e UCC iniciarem actividade sem estarem reunidas as todas condições ideais para tal, isso sempre tem acontecido ao longo destes anos, embora com variações, claro. Mas, se assim não fosse, pouco se avançaria. É a dinâmica das equipas que desafia e contraria a inércia da máquina administrativa para completar as condições necessárias. Não é o contrário! A autonomia organizativa e técnica das diversas unidades funcionais e a a autonomia de gestão dos ACES pressupõem o funcionamento adequado de duas funções-chave: a função contratualização e a função apoio. Elas têm princípios, objectivos e métodos distintos, embora concorram para a mesma finalidade que é a de assegurar cuidados de saúde acessíveis e próximos dos cidadãos, com elevada qualidade. Apesar dos progressos registados devem reconhecer-se as fragilidades e insuficiente desenvolvimento de ambas as funções tanto a nível regional como a nível local, nos ACES. De igual modo não será possível prosseguir a reforma dos CSP sem uma clara opção de redireccionar recursos e investimentos para os cuidados de saúde primários. Neste domínio coloca-se com especial acuidade o problema dos recursos humanos dos CSP. Também em relação aos ACES enquanto mecanismos integradores da rede de unidades e de optimização e racionalização de recursos, existe um longo caminho de qualificação gestionária e de governança dos CSP a percorrer. A reforma dos CSP têm tido como protagonistas os profissionais organizados nos diversos tipos de unidades funcionais que, no seu conjunto, dão corpo e vida aos ACES. Espera-se que esse protagonismo se alargue rapidamente aos utentes e às comunidades, lado-a-lado com as equipas multiprofissionais. Os conselhos da comunidade têm imensas potencialidades para fazer avançar a cidadania e o envolvimento dos cidadãos nos processos de decisão e na acção organizada em CSP. Ministério da Saúde - Reforma dos Cuidados de Saúde Primários – Coordenação Estratégica (2010-2011) 4 4. Inovação e boas práticas A inovação é um dos catalizadores mais poderosos para transformar qualquer sistema social. Por isso, ela é considerada uma das prioridades estratégicas da reforma dos cuidados de saúde primários em Portugal. Está em curso um recenseamento para divulgação e partilha de projectos e de actividades inovadores nos cuidados de saúde primários. Os temas ou capítulos principais estão indicados no Quadro I - Projectos inovadores por região de saúde. No site Cuidados de Saúde Primários (Figura 2) apresentam-se exemplos concretos de projectos inovadores em ACES, inter-ACES, em unidades funcionais, inter-unidades funcionais, de participação da comunidade, entre outras. Figura 2 – Página da Inovação no site dos Cuidados de Saúde Primários Portugal Ministério da Saúde - Reforma dos Cuidados de Saúde Primários – Coordenação Estratégica (2010-2011) 5 Quadro II - Projectos inovadores por região de saúde Projectos recenseados por região de saúde Áreas Norte Centro LVT Alent. Algarve Total Promoção da Saúde 10 8 6 20 0 44 Práticas 8 15 13 19 0 55 Qualidade 2 0 0 0 0 2 Equipa e Apoio aos profissionais 4 0 1 1 0 5 Comunicação e interfaces 1 5 4 3 0 13 Cidadania 1 0 1 0 0 2 26 28 25 43 0 122* Total * Valores com base nos projectos recebidos em [email protected] até 04 de Abril de 2011 Dos contactos efectuados ficou a percepção de que há muitos outros projectos, a nível local, em especial das equipas multiprofissionais das diversas unidades funcionais, que ainda não foram comunicados à Coordenação Estratégica. A sistematização dos projectos por áreas de intervenção, com indicação dos contactos dos respectivos responsáveis, permitirá a construção de comunidades de práticas por focos específicos de interesses, a nível nacional. Nesta primeira fase foram recenseados e aceites todos os projectos enviados. Porém, nem todos têm a mesma “intensidade” inovadora. No primeiro semestre de 2011 será testada uma escala de “medição” da inovação de cada projecto e iniciar-se-à a revisão da situação evolutiva e dos resultados e impactos concretos de cada projecto. Link: http://www.mcsp.min-saude.pt/engine.php?cat=141 Acreditação de unidades de saúde Estão actualmente acreditadas três unidades de saúde familiar: USF de Valongo; USF Dafundo (Algés-Oeiras) e USF Grão Vasco (Viseu). Em 2011, este processo deverá ser alargado a, pelo menos, mais 10 unidades funcionais. Alguns dos elementos destas unidades poderão integrar as equipas que permitirão alargar exponencialmente a capacidade de acreditação de unidades funcionais dos ACES. A responsabilidade deste processo incumbe ao Departamento de Qualidade da Direcção-geral da Saúde. Ministério da Saúde - Reforma dos Cuidados de Saúde Primários – Coordenação Estratégica (2010-2011) 6 5. Saúde da pessoa e da família Apresentam-se quadros da situação das USF, por região de saúde e uma tabela com as USF que iniciaram actividade após 30 de Junho de 2010, bem como algumas notas adicionais. Quadro III – Situação das USF em actividade por região de saúde ARS Norte ARS Centro ARS LVT ARS Alentejo ARS Algarve TOTAL Em 31 de Dezembro de 2009 Em 30 de Junho de 2010 Em 31 de Dezembro de 2010 Em 30 de Abril de 2011 111 26 79 5 8 229 120 27 80 8 9 244 140 30 88 8 9 275 149 30 89 8 9 285 Figura 3 – Situação das USF em actividade por região de saúde Fontes: ARS / ERA Notas: A USF Gerações, em Lisboa, iniciou actividade em 04.05.2009 e extinguiu-se em 01.11.2010 por saída de 4 dos 6 médicos da equipa fundadora. Assim, a taxa de viabilidade global das USF, após início de actividade, tem-se mantido superior a 98%. A totalidade das USF abrange, em 30 de Abril de 2011, 5 656 profissionais para 3 559 489 utentes, com um ganho adicional de mais 468 381 utentes que passaram a ter o seu médico de família, em relação à situação pré-USF (ver informação mais detalhada no site www.csp.minsaude.pt) Ministério da Saúde - Reforma dos Cuidados de Saúde Primários – Coordenação Estratégica (2010-2011) 7 Quadro IV – USF que iniciaram actividade desde 1 de Janeiro de 2011 Região de Saúde ACES Data de Início de Actividade Trofa Norte Santo Tirso/Trofa 24-01-2011 Braga Barcelos/Barcelinhos Esposende Leça Da Palmeira Arouca Paços De Ferreira Paços De Ferreira Braga Norte Norte Norte Norte Norte Norte Norte Norte Braga Barcelos/Esposende Barcelos/Esposende Matosinhos Feira/Arouca Vale Do Sousa Norte Vale Do Sousa Norte Braga 02-02-2011 07-02-2011 07-02-2011 15-02-2011 21-02-2011 21-04-2011 21-04-2011 02-05-2011 Designação Uma Ponte Para A Saúde Maxisaúde Barcel Saúde Esposende Norte Progresso Escariz Terras De Ferreira Citânia S. Lourenço Localização Fontes: ARS / ERA Notas: - Em 30 de Abril de 2011 estão activas 115 candidaturas a USF, das quais se prevê que, em 2011, iniciem actividade, pelo menos, 66, dados os constrangimentos de recrutamento e/ou de mobilidade de profissionais, de obras e equipamentos e dos sistemas de informação. - De 31 de Dezembro de 2010 até 31 de Março de 2011 deram entrada 16 novas candidaturas a USF - O fenómeno da constituição e mobilização de equipas em torno de novos projectos USF está a ter evoluções qualitativas muito interessantes como, por exemplo, a apresentada pelo coordenador da USF Ramada, de Odivelas, que iniciou actividade em Dezembro de 2010: “… ser uma USF de referência a nível nacional, dotada de algumas ideias inovadoras, consolidando outras já devidamente testadas, criando um conceito de USF de 2.ª geração a saber: … gestão operacional e simultaneamente uma gestão estratégica a 10 anos; … lógica de criação de valor na USF, … ; … racionalização sustentada dos custos; …gestão de competências e não gestão de pessoas, procurando capitalizar não a pessoa em si, mas o seu input de conhecimentos, experiência, características de personalidade, motivações, aspirações, expectativas; USF com competência multicultural, responsabilidade social, preservação do meio ambiente; … e aposta nas novas tecnologias e nas redes sociais …” (entre outros aspectos mencionados). - O potencial de criação de novas USF radica em duas fontes essenciais: a) o crescente número de novos especialistas em medicina geral e familiar que, ano após ano, adquirem o seu título de especialista e que desejam, em geral, exercer a sua profissão em USF, geraria, só por si, um número previsível de 30 a 60 novas USF, cada ano; b) a provável adesão de mais UCSP ao modelo USF, dadas as vantagens e estímulos organizacionais e retributivos. Ministério da Saúde - Reforma dos Cuidados de Saúde Primários – Coordenação Estratégica (2010-2011) 8 6. Intervenção comunitária e cuidados a grupos com necessidades especiais Apresentam-se quadros da situação nacional das unidades de cuidados na comunidade (UCC), por região de saúde e um quadro com as UCC que iniciaram actividade após 30 de Junho de 2010. Quadro V – Situação das UCC em actividade por região de saúde ARS Norte ARS Centro ARS LVT ARS Alentejo ARS Algarve TOTAL Em 30 de Junho de 2010 Em 31 de Dezembro de 2010 Em 30 de Abril de 2011 6 0 16 2 3 27 17 5 39 6 7 74 28 7 41 12 7 95 Fontes: ARS / ERA Figura 4 – Situação das UCC em actividade por região de saúde Fontes: ARS / ERA Ministério da Saúde - Reforma dos Cuidados de Saúde Primários – Coordenação Estratégica (2010-2011) 9 Quadro VI – UCC que iniciaram actividade desde 1 de Janeiro de 2011 Designação Barreiro Arco Ribeirinho 03-01-2011 Braga Braga Soure Norte Norte Centro Braga Braga Baixo Mondego II 07-01-2011 07-01-2011 11-01-2011 Almeirim LVT Lezíria II 31-01-2011 Belmonte Belmonte Centro Cova Da Beira 01-02-2011 Inovar Arcozelo Ermesinde Al-Qantara Campo Maior Entrepassos e Concelhos Elvas Alter Crato Rio Tinto Arcozelo Ermesinde Arronches e Monf. Campo Maior Fronteira e Aviz Norte Norte Norte Alentejo Alentejo Alentejo Gondomar Espinho/Gaia Valongo Caia Caia Caia 01-02-2011 11-02-2011 01-03-2011 07-02-2011 07-02-2011 07-02-2011 Elvas Alter do Chão e Crato Sousel Almôdovar Ferreira do Alentejo Portalegre Castelo de Vide e Marvão Niza Ponte de Sôr e Gavião Alentejo Alentejo Caia São Mamede 06-01-2011 08-02-2011 Alentejo Alentejo Alentejo Caia Baixo Alentejo Baixo Alentejo 07-02-2011 15-02-2011 16-03-2011 Alentejo Alentejo São Mamede São Mamede 06-01-2011 08-02-2011 Alentejo Alentejo São Mamede São Mamede 08-02-2011 06-01-2011 Assucena Teixeira Lopes Braga Saudável Soure Cuidar Mais Almeirim S. Miguel Almôdovar Cuidar Ferreira Ammya A Castanha Niza Sorgilav - Espelho de água ACES Data de Início de Actividade Região de Saúde LVT Barreiro Localização Fontes: ARS / ERA O trabalho das UCC caracteriza-se pela selectividade e pela prioridade de cada intervenção na comunidade, em pessoas, famílias ou grupos com necessidades especiais de cuidados de saúde. Isto é, pressupõe uma hierarquização de prioridades e decisões de intervenção criteriosas, não normativas, em função da magnitude e da gravidade de cada situação ou problema e das necessidades de cuidados, tendo em conta os recursos disponíveis. Estes cuidados são, em geral, prestados na comunidade, fora dos muros institucionais e guiados por critérios estritos. Complementarmente, pode ser necessário recorrer às competências disciplinares organizadas nas USP e nas URAP e, frequentemente, à participação das USF e UCSP através dos médicos e enfermeiros de família dos utentes visados pelas intervenções. Ministério da Saúde - Reforma dos Cuidados de Saúde Primários – Coordenação Estratégica (2010-2011) 10 7. Saúde da população / saúde pública Apresentam-se quadros da situação das unidades de saúde pública (USP), por região de saúde, e informação sucinta sobre a formação dos coordenadores e dos profissionais das USP. Quadro VII – Situação das USP em actividade por região de saúde ARS Norte ARS Centro ARS LVT ARS Alentejo ARS Algarve TOTAL USP constituídas em 31 de Dezembro Respostas completas ao questionário de D.O.* USP com, pelo menos, 7 das 9 actividades essenciais com nível 3, 4 ou 5* 26 17 22 5 3 73 17 10 5 1 2 35 6 6 2 0 2 16 *Fonte – Questionário de Monitorização do Desenvolvimento Organizacional (D.O.) aos coordenadores de USP (44 respostas) – Projecto: Monitorização do Desenvolvimento Organizacional dos Cuidados de Saúde Primários (MS-ENSP/UNL) – 1.ª medição 2011 Formação dos profissionais das Unidades de Saúde Pública na ENSP I. Finalidade O curso tem por finalidade reforçar as competências necessárias, por um lado, à coordenação e gestão eficiente das USP dos ACES e das Unidades Locais de Saúde (ULS) e, por outro lado, à prática da saúde pública entendida como governação de saúde populacional. A formação visará reforçar o nível de conhecimentos, atitudes e capacidades técnicas dos médicos de saúde pública que coordenarão as USP e dos outros profissionais, médicos e técnicos, que irão integrar aquelas Unidades. Esta intervenção formativa visa promover uma rede de saber e de capacidades que facilite uma uniformidade da direcção e da intervenção das USP, a nível nacional, dinamizadora da melhoria da prestação de cuidados de Saúde e, consequentemente, promova o bem-estar da população. Estão planeados três cursos, sendo os dois primeiros destinados aos coordenadores das USP e aos outros médicos de saúde pública que integram aquelas Unidades. Um terceiro curso será destinado aos demais profissionais das USP. II. Objectivos Os objectivos dos dois primeiros cursos são: a) Capacitar os coordenadores das USP e os médicos de saúde pública que integram as USP para a coordenação, organização e gestão das equipas de saúde das unidades de saúde pública ao nível dos Cuidados de Saúde Primários, sobretudo para a: 1. Recolha, elaboração e divulgação de informação de saúde; 2. Definição de necessidades em saúde; 3. Elaboração de planos de saúde; Ministério da Saúde - Reforma dos Cuidados de Saúde Primários – Coordenação Estratégica (2010-2011) 11 4. Investigação e vigilância epidemiológicas; 5. Gestão do risco. 6. Gestão e participação em programas no âmbito da defesa, protecção e promoção da saúde da população em geral ou de grupos específicos; 7. Garantia de qualidade dos cuidados de saúde e auditoria em saúde; 8. Colaboração no exercício das funções de autoridade de saúde. O terceiro curso abordará a mesma temática e terá uma tónica mais ligada à execução prática e adaptada ao perfil profissional dos formandos. Programa Calendário Maio de 2010 até Junho de 2011 ARS que participam 5 ARS (seleccionaram os formandos) ARS Norte - 31 formandos ARS Centro – 22 formandos ARS Lisboa e Vale do Tejo - 25 formandos ARS Alentejo - 6 formandos ARS Algarve - 3 formandos Total Geral – 87 Formandos (74 Coordenadores das USP + 10 Representantes regionais + 2 Médicos de Saúde Pública). Produtos - Produção de um “Manual de Saúde Pública” - Desenvolvimento organizacional das Unidades de Saúde Pública - Criação de uma rede activa de informação e de conhecimento dos profissionais de Saúde Pública Ministério da Saúde - Reforma dos Cuidados de Saúde Primários – Coordenação Estratégica (2010-2011) 12 8. Diversidade disciplinar nos cuidados de saúde primários Apresenta-se quadro das várias disciplinas e número de profissionais, quer os organizados nas unidades de recursos assistenciais partilhados (URAP), quer os integrados noutras unidades funcionais, por região de saúde. Quadro VIII - Número total de profissionais organizados por disciplina nos ACES (30/06/2010) Disciplinas Anatomia Patológica Assistentes Técnicos Cardiologia Cardiopneumologia Cirurgia Medicina Dentária Dermatologia Dietética Endocrinologia Enfermagem Enfermagem de Reabilitação Estomatologia Farmácia Fisioterapia Gastro Ginecologia Higiene Oral Laboratório de Análises Clínicas Medicina Geral e Familiar Medicina Interna Medicina Pedagógica Medicina (não especializada) Nutrição Oftalmologia ORL Ortopedia Ortoptica Pediatria Pneumologia Podologia Psicologia Psiquiatria Radiologia Serviço Social Terapia da Fala Terapia Ocupacional Total Número de profissionais, por disciplina, organizados nas URAP Número de profissionais, por disciplina integrados noutras unidades funcionais 3 3 23 2 18 1 3 1 7 3 3 81 1 4 55 14 1 1 1 5 29 2 9 5 2 122 1 91 126 10 22 646 1 2 9 12 7 2 2 41 43 1 2 3 21 16 1 1 10 3 1 52 37 72 7 6 355 Total 3 3 1 25 2 27 13 10 1 7 3 5 2 122 1 4 98 15 3 1 1 8 50 16 1 1 12 12 6 2 174 1 128 198 17 27 1001 Fontes: ACES / URAP Notas: As principais áreas profissionais representadas, embora com distribuição díspar são: serviço social, psicologia, fisioterapia, higiene oral, radiologia, nutrição e dietética. A distribuição das disciplinas e profissionais varia muito de ACES para ACES. Ministério da Saúde - Reforma dos Cuidados de Saúde Primários – Coordenação Estratégica (2010-2011) 13 9. Formação – candidaturas ao POPH Foram definidas as prioridades formativas para a formação ao processo de reforma dos CSP – divulgadas nos sites da ACSS e dos Cuidados de Saúde Primários As candidaturas ao POPH decorreram até ao dia 28 de Outubro de 2010 O Quadro IX resume o número de candidaturas ao POPH recebidas. Nem todas estas candidaturas poderão ser co-financiadas pelo POPH, dado o limite de recursos financeiros disponíveis Quadro IX - Número de candidaturas ao POPH 2011 na área dos CSP Nº de Entidades Nº de Cursos Nº de Formandos ARS 4* 217 10 845 ULS 5 26 1.185 Total 9 243 12 030 * A ARS de Lisboa e Vale do Tejo não apresentou candidaturas Fonte: ACSS – Equipa POPH Notas: - As candidaturas apresentam um amplo leque de temas, enfoques e objectivos e, na sua maioria, enquadram-se nas Prioridades definidas pela Coordenação Estratégica para 2011. Quadro X - Número de candidaturas ao POPH 2011 aprovadas Nº de Entidades Nº de Cursos Nº de Formandos ARS 4 174 4 623 ULS 4 9 610 Total 9 183 5 233 * A ARS de Lisboa e Vale do Tejo não apresentou candidaturas Fonte: ACSS – Equipa POPH Ministério da Saúde - Reforma dos Cuidados de Saúde Primários – Coordenação Estratégica (2010-2011) 14 Quadro XI – Candidaturas ao POPH aprovadas, por região, no âmbito da tipologia de intervenção 3.6 – Qualificação dos profissionais da saúde – 2011 Desenvolvimento de equipas e coordenadores Comunicação e relação profissionalutente e atendimento Secretariado Clínico e aspectos de Gestão Sistemas de Informação e Registos Clínico e Técnico Qualidade e Acreditação Governação Clínica e de Saúde Contratualização Formação técnica e clínica Formação de dirigentes Outros Total Norte Centro LVT Alentejo Algarve Total 6 1 0 0 2 9 4 4 0 4 0 12 3 0 0 1 1 5 0 6 0 0 0 6 5 0 0 4 0 9 4 1 0 0 0 5 0 0 0 1 0 1 59 34 0 26 8 127 0 0 0 0 1 1 7 0 0 0 1 8 88 46 0 36 13 183 Fonte: ACSS – Equipa POPH Ministério da Saúde - Reforma dos Cuidados de Saúde Primários – Coordenação Estratégica (2010-2011) 15 10. Formação de novos especialistas em medicina geral e familiar O Quadro XII apresenta dados (alguns dos quais ainda em apuramento) sobre a evolução de formação e recrutamento de futuros especialistas em MGF. Quadro XII – Recrutamento e formação médicos de família Ano Vagas a concurso Internos colocados e taxa ocup. Novos especialistas MGF Unidades / centros de formação Orientadores Universo de MF em funções no SNS 2001 168 a) a) a) a) 2002 154 a) a) a) a) 7362 2003 147 135 ( 92%) a) a) a) 7357 2004 182 123 (68% ) a) a) a) 7079 2005 350 b) 219 (63% ) a) a) a) 6768 2006 185 171 (92% ) a) a) a) 6781 2007 205 194 (95% ) a) a) a) 6711 2008 247 238 (96% ) 102 a) a) 6525* 2009 320 307 (96%) 197 261 a) 6607 2010 328 323 ( 98%) 189 284 2011 387 2012 450 c) a) 185 c) 647 a) a) 6394* a) 176 c) Fontes: ACSS e Coordenações do Internato Médico de MGF a) dados em apuramento b) este concurso corresponde a 2 anos c) previsão * Dados provisórios, em virtude de dificuldades de consolidação da Base de Dados Ministério da Saúde - Reforma dos Cuidados de Saúde Primários – Coordenação Estratégica (2010-2011) 16 11. Contratualização O Quadro XIII apresenta dados dos resultados apurados na sequência do processo de contratualização com as USF e desempenhos observados em 2009 e comparação com 2008. Quadro XIII – EVOLUÇÃO DOS INDICADORES PARA ATRIBUIÇÃO DE INCENTIVOS INSTITUCIONAIS [2008 (N=101 USF) E 2009 (N=158 USF)] Indicador % de consultas ao utente pelo seu próprio médico de família Taxa de utilização global de consultas Taxa de visitas domiciliárias médicas por 1.000 inscritos Taxa de visitas domiciliárias de enfermagem por 1.000 inscritos % de primeiras consultas de gravidez efectuadas no primeiro trimestre % de primeiras consultas na vida efectuadas até aos 28 dias % de crianças com PNV actualizado aos 2 anos % de crianças com PNV actualizado aos 6 anos % de mulheres entre os 25 e 64 anos com colpocitologia actualizada (uma em três anos) % de mulheres entre os 50 e 69 anos com mamografia registada nos últimos 2 anos % de diabéticos com pelo menos três HbA1C registadas nos últimos doze meses, desde que abranjam os dois semestres % de hipertensos com registo de pressão arterial nos últimos 6 meses Custo médio de medicamentos, por utilizador Custo médio de meios complementares de diagnóstico e terapêutica, por utilizador Mediana 2008 Mediana 2009 85,5 85,8 67,3 67,5 29,0 29,4 155,1 155,1 80,0 85,2 83,8 83,8 98,6 99,0 98,7 99,0 40,0 46,6 56,6 60,7 68,0 68,0 82,8 82,6 176,0 186,2 55,6 61,9 VALORES APURADOS POR UTILIZADOR _ ANO 2009 Ano 2009 ACES USF USF Mod. A USF Mod. B Medicamentos por utilizador (PVP) 245 € 186 € 195 € 179 MCDT por utilizador 81 € 62€ 60€ 63€ Fonte: ACSS. PROCESSO DE CONTRATUALIZAÇÃO COM AS USF: ANO DE 2009 – ANÁLISE NACIONAL – RESUMO – NOV 2010 Dos relatórios regionais e nacional da Contratualização com as USF em 2009 destacam-se alguns aspectos essenciais como, por exemplo: - valores muito favoráveis das medianas dos indicadores de desempenho, com progressos na maioria deles entre 2008 e 2009 em acessibilidade, desempenho assistencial e outros indicadores de qualidade, com contenção de custos relativamente aos ACES no seu todo; - menores custos por utilizador com medicamentos e meios complementares de diagnóstico e terapêutica, comparativamente aos ACES (mesmo beneficiando estes do efeito USF). Se consideramos a diferença de custos por utilizador por ano (2009) nestas rubricas, chega-se a um valor superior a 120 milhões de euros que, previsivelmente, teriam sido gastos a mais se não existissem USF. Este valor ultrapassa muito largamente a soma de todos os incentivos aos profissionais a às USF, para além de terem de considerar-se os ganhos em acessibilidade, qualidade, resultados de saúde e satisfação dos utentes e dos profissionais. É muito importante apurar, com a máxima brevidade possível, os valores de 2010, que provavelmente rondarão os 150 milhões de euros, que as USF terão evitado gastar inadequadamente. Ministério da Saúde - Reforma dos Cuidados de Saúde Primários – Coordenação Estratégica (2010-2011) 17 - lamentavelmente, a insuficiência dos sistemas de informação existentes impossibilita comparações, no todo nacional, entre os desempenhos das USF e os das restantes unidades, ou mesmo dos ACES no seu todo, à excepção dos custos com medicamentos e meios complementares de diagnóstico e terapêutica (MCDT) que têm sistemas de facturação/informação específicos; - verifica-se nos diferentes indicadores entre regiões, e entre USF na mesma região, grandes amplitudes de variação nos resultados conseguidos pelas diferentes USF. Tal deve conduzir a uma análise mais aprofundada das razões dessa amplitude e a uma melhor caracterização das USF, designadamente através da sua clusterização tendo em conta variáveis sóciodemográficas, geográficas e epidemiológicas das populações que servem, bem como varáveis organizacionais e da própria equipa, sem esquecer os sistemas de informação e aplicações informáticas de que dispõem. Igualmente, deverão os conselhos clínicos dos ACES eleger como prioridade para 2011 o apoio e acompanhamento das USF, em colaboração com os seus conselhos técnicos, para ajudar as USF com valores menos favoráveis em alguns indicadores a aproximarem-se dos melhores valores conseguidos por USF com condições idênticas às suas; - será igualmente útil aperfeiçoar a metodologia subjacente à negociação das metas, com valores de referência que tenham em conta: a) os melhores valores conseguidos em cada indicador, em cada cluster de USF; b) as condições e constrangimentos de cada USF; c) comparadores externos adequados, designadamente dando atenção permanente a estudos da produção científica nacional e internacional. A contratualização, os indicadores e as metas, devem servir para estimular, entusiasmar, despertar brio e não para desmotivar e desencorajar os profissionais. Por isso, os comparadores de referência devem ser tanto quanto possíveis externos e concretos – isto é, deve saber-se quem, onde e em que condições foi possível atingir um determinado resultado. Conclusão O processo de contratualização, pelos efeitos subsequentes que desencadeia, tem-se revelado um motor poderoso da Reforma dos CSP, da adequação dos cuidados às necessidades da população e da melhoria do desempenho das USF. Tem sido concretizado com a dedicação e esforço de equipas, por vezes de duas ou três pessoas, tanto a nível nacional, como a nível dos departamentos de contratualização regionais. Elas são, actualmente, a par das Equipas Regionais de Apoio (ERA) as instâncias que têm influenciado decisivamente as transformações organizacionais e a melhoria contínua dos desempenhos. Parece, portanto, ser de recomendar o reforço substancial destas equipas. Também são elas que têm produzido a informação mais consistente e relevante sobre a evolução dos principais componentes da reforma, as transformações organizacionais e a evolução de desempenhos, no terreno. Igualmente têm exercido, juntamente com as equipas das unidades, pressão positiva e construtiva sobre os responsáveis pelos sistemas de informação. A este respeito devem assinalar-se as assimetrias de sofisticação tecnológica entre as várias aplicações, designadamente quanto à existência de dispositivos flexíveis e céleres de análise microepidemiológia e estatística “aqui e agora” que algumas aplicações oferecem e outras não, bem como de sistemas avançados à monitorização de desempenhos. Estas diferenças, que parecem depender, apenas, de aspectos técnicos e do desenvolvimento tecnológico das aplicações, devem ser resolvidas com a máxima brevidade possível. Ministério da Saúde - Reforma dos Cuidados de Saúde Primários – Coordenação Estratégica (2010-2011) 18 12. Formação dos directores executivos e dos conselhos clínicos Programas PACES Direct e PACES Team e elementos abrangidos PACES Direct – Formação dos directores executivos dos ACES (já concluída) 74 participantes (Directores Executivos – divididos em 3 grupos de 31, 16 e 26) 400h de formação Constituído por 7 módulos: Módulo 1 – Gestão Pública em Saúde e Sistemas de Informação Módulo 2 – Estratégia, Gestão de Projectos e Inovação Módulo 3 – Liderança, Colaboração e Gestão de Recursos Humanos Módulo 4 – Gestão Orçamental e de Recursos Materiais e Contrato-Programa Módulo 5 – Contratualização, Acompanhamento e Avaliação Módulo 6 – Governação Clínica Módulo 7 – Acompanhamento Tutorial PACES Team – Formação dos membros dos conselhos clínicos dos ACES A 7 de Maio de 2009 teve início o programa de formação PACES TEAM com a duração de um ano, focado na criação de uma rede de aprendizagem e de partilha, um espaço de reflexão, para encontrar soluções, trocar experiências e ideias, e potenciar a cultura de governação clínica em 73 ACES abrangendo cerca de 250 elementos. A dinâmica e a pedagogia do PACES foram suportadas por um portal (website) que permitiu a partilha dos documentos como exemplo do novo paradigma de partilha e de liberdade de acção, o exemplo a continuar no ACES, entre as várias unidades funcionais. Os membros dos 73 Conselhos Clínicos dos ACES de Portugal Continental desenvolveram um projecto de governação clínica seleccionado como uma prioridade a resolver na região. Prevêse a edição de um “Livro de Boas Práticas” para os CSP. Em Maio de 2010, estiveram todos os Conselhos Clínicos reunidos em Évora para apresentar os objectivos, o cronograma, o orçamento e os resultados que foram obtidos com os seus projectos no terreno. Programa de Boas Práticas de Governação O Programa de Boas Práticas de Governação, iniciado em 2010, decorre em parceria do Ministério da Saúde com o Gabinete de Análise Económica da Universidade Nova de Lisboa (GANEC) e a empresa Novartis. Nele estão envolvidos os seguintes ACES: Matosinhos; Gondomar; Porto Ocidental; Baixo Mondego I; Almada; Seixal-Sesimbra; Alentejo Litoral; Sotavento. Ministério da Saúde - Reforma dos Cuidados de Saúde Primários – Coordenação Estratégica (2010-2011) 19 13. Auto-avaliação formativa do desempenho dos directores executivos dos ACES Está a decorrer o processo de auto-avaliação formativa de desempenho dos directores executivos (DE) dos ACES. É uma estratégia formativa focalizada nos compromissos assumidos por cada DE em Abril de 2009. Tem 5 passos: 1. Um exercício de reflexão individual de cada DE, anotando as reflexões numa matriz delineada para o efeito; 2. Partilha desse documento escrito com os membros do conselho clínico, o presidente do conselho da comunidade e os coordenadores das diversas unidades do seu ACES – reflexão conjunta sobre o desempenho do DE, pontos fortes a reforçar, pontos fracos a corrigir e perspectivas a desenvolver no futuro; 3. Reformulação da auto-avaliação à luz da reflexão conjunta e dos contributos recebidos dos colaboradores, incorporando no documento perspectivas e ensinamentos aprendidos no passo 2; 4. Encontro e partilha inter-pares (grupo de 3 a 7 DE) da última versão do documento de auto-avaliação formativa de cada DE. Seguidamente, reformulação de cada documento, na medida em que uma componente essencial é a dos “objectivos e acções para melhoria do desempenho pessoal em 2011”; 5. Reunião de discussão do documento final de cada DE com uma comissão de apoio ao desenvolvimento da governação integrada nos ACES, nomeada pelo CD da respectiva ARS, I.P.. Os objectivos são: a) identificar pontos fortes, fragilidades e dificuldades de cada DE e do processo de gestão integrada dos DE, na situação actual; b) dar sugestões e apoio aos DE para o seu trabalho em 2011; c) identificar áreas em que seja urgente intervir a nível nacional e regional para corrigir deficiências nos serviços e apoiar o desenvolvimento da reforma dos CSP em 2011. Cada CD da respectiva ARS, I.P. decidiu sobre a composição desta comissão, tendo em conta os objectivos definidos. Foram incluídos convidados externos, docentes de instituições do ensino superior da área da gestão, preferencialmente administração pública, conhecedores as especificidades da administração de saúde e da gestão de unidades de saúde. Ministério da Saúde - Reforma dos Cuidados de Saúde Primários – Coordenação Estratégica (2010-2011) 20 14. Participação dos cidadãos e da comunidade Quadro XIV – Conselhos da comunidade que iniciaram actividade ARS Norte Presidente Aveiro Norte Hermínio Loureiro (Presidente C. M. de Oliveira de Azeméis) Baixo Cávado Raquel Vale (Vereadora C. M. de Esposende) Braga Ilda Carneiro (Vereadora C. M. de Braga) Cabreira Gerês José Barbosa (Presidente C. M. de Amares) Douro Sul António Carlos S. E. de Carvalho (Presidente C.M. de Penedono) Espinho Gaia Amélia Traça (Vereadora C. M. de Gaia) Famalicão Pedro Sena (Vereador C. M. de Vila Nova de Famalicão) Feira/ Arouca Emídio Sousa (Vereador) Gaia Amélia Traça (Vereadora C. M. de Gaia) Gondomar Fernando Paulo (Vereador C. M. de Gondomar) Guimarães Vizela Diniz Costa (Presidente C. M. de Vizela) Maia António Bragança Fernandes (Presidente C.M. de Maia) Marão e Douro Norte Alberto Monteiro Pereira (Presidente da C. M. de Mesão Frio) Porto Ocidental Jorge Ribas (C. M. do Porto) Porto Oriental Póvoa de Varzim/Vila Conde Santo Tirso Trofa Centro LVT António José Brito Silva Santos (C. M. do Porto) do Mário Almeida (Presidente C. M. de Vila do Conde) Terras de Basto Magalhães Moreira (Vice-Presidente C. M. da Trofa) Joaquim Barreto (Presidente C. M. de Cabeceiras de Basto) – rotativo anualmente Vale de Sousa Sul Pedro Mendes (Vereador C. M. de Paredes) Baixo Tâmega José Luís Carneiro (Presidente C. M. de Baião) Valongo Luís António Lourenço (C. M. de Valongo) Baixo Vouga I Mário João Oliveira (Presidente C. M. Oliveira do Bairro) Baixo Vouga II Ribau Esteves (Presidente C. M. de Ílhavo) Baixo Vouga III José Eduardo Matos (Presidente C.M. Estarreja) Cova da Beira Carlos Abreu (Presidente da Assembleia Municipal da Covilhã) Baixo Mondego III Afonso Abrantes (Presidente C. M. Mortágua) Baixo Mondego II João Ataíde (Presidente C. M. Figueira da Foz) Pinhal Interior Norte I Fernando Santos Carvalho (Presidente C. M. da Lousã) Pinhal Interior Norte II Rui Alexandre Rocha (Presidente C. M. de Ansião) Dão afões II Alexandre Vaz (Presidente C.M. de Sátão) Dão afões III Isaura Pedro (Presidente C. M. de Nelas) Grande Lisboa I – Lisboa Norte Susana Ramos (Dep. Acção Social C.M. Lisboa) Grande Lisboa II – Lisboa Susana Ramos (Dep. Acção Social C.M. Lisboa) Oriental Grande Lisboa III – Lisboa Susana Ramos (Dep. Acção Social C.M. Lisboa) Central Grande Lisboa IV – Oeiras Elisabete Oliveira (Vereadora da área da Saúde C.M. Oeiras) Grande Lisboa V – Odivelas Sandra Pereira (Vereadora C. M. Odivelas) Grande Lisboa VI – Loures Carlos Teixeira (Presidente C. M. Loures) Ministério da Saúde - Reforma dos Cuidados de Saúde Primários – Coordenação Estratégica (2010-2011) 21 Grande Lisboa VII – Amadora Grande Lisboa VIII – SintraMafra Grande Lisboa IX – AlgueirãoRio de Mouro Grande Lisboa X – Cacém – Queluz Joaquim Raposo (Presidente C. M. Amadora) António Ministro dos Santos (Presidente C.M. Mafra) Fernando Seara (Presidente C. M. Sintra) Fernando Seara (Presidente C. M. Sintra) Grande Lisboa XI – Cascais Mariana R. Ferreira (Veread. A.Social Saúde –C.M. Cascais) Grande Lisboa XII – Vila Franca Maria Luz Rosinha (Presidente C.M. Vila Franca de Xira) de Xira Oeste I – Oeste Norte Clara Abrantes (Vereadora C. M. Peniche) Oeste II – Oeste Sul José Manuel Custódio (Presidente C. M. Lourinhã) Médio Tejo I – Serra d’Aire Fernanda Asseiceira (Presidente C. M. Alcanena) Médio Tejo II – Zêzere Maria Céu Albuquerque (Presidente C. M. Abrantes) Lezíria I – Ribatejo Veiga Maltez (Presidente C. M. Golegã) ACES da Lezíria II Dionísio Simão Mendes (Presidente C. M. Coruche) Alentejo Alentejo Litoral Algarve Pedro Paredes Central António Paulo Jacinto Henrique Sotavento Francisco Amaral Barlavento Isabel Cristina Andrez Guerreiro Bica Ministério da Saúde - Reforma dos Cuidados de Saúde Primários – Coordenação Estratégica (2010-2011) 22 15. Mobilização do potencial científico e tecnológico – investigação Uma das linhas de acção actuais da reforma dos cuidados de saúde primários (CSP) é a de mobilizar em seu apoio o potencial científico e tecnológico do País. A reforma dos CSP é um processo evolutivo de aprendizagem sistémica e enfrenta no seu diaa-dia dificuldades de decisão quando estas se referem a aspectos pioneiros, tanto a nível nacional como internacional. Por isso, é necessário produzir novos conhecimentos para responder às perguntas formuladas nas fronteiras do dia-a-dia do processo. A ordem de grandeza dos custos do SNS (mesmo só a nível dos CSP) é tal, que a persistência de práticas obsoletas ou inúteis, ou decisões tomadas sem qualquer base de evidência, podem causar desperdício de muitos milhões de euros, com perdas em custos de oportunidade quanto a ganhos em saúde que deixam de ser alcançados. Assim, o Ministério da Saúde, através do Instituto Nacional de Saúde, Dr. Ricardo Jorge (INSA), promoverá no início de 2011 um concurso específico de projectos de investigação em serviços de saúde de apoio às tomadas de decisão na reforma dos CSP, nos domínios abaixo enumerados. Para 2011, elegeram-se as prioridades indicadas na página seguinte. Os projectos que se enquadrem numa dessas prioridades serão objecto de uma majoração da pontuação atribuída ao projecto, de acordo com a ponderação dos critérios a definir pelo Júri do concurso. Só serão apoiados os que se enquadrem inequivocamente nas áreas de investigação e tenham em conta as perguntas enunciadas no documento “Agenda de Investigação – Reforma CSP” previamente publicitada. O edital e o regulamento desse concurso estão publicados no Diário da República, 2.ª série, n.º 39, de 24 de Fevereiro de 2011, nas páginas 9583 e 9584. As candidaturas decorreram até 31.03.2011 e estão sistematizadas no Quadro XV, por prioridades: Quadro XV – Número de candidaturas ao Concurso de Projectos de Investigação em Serviços de Saúde – CSP Nº de candidaturas Prioridades 2011 Estudos de custo-efectividade, custo-benefício e custo-utilidade 39 Desenvolvimento de modelos para apoio à decisão de organização de unidades e de aplicação de recursos humanos 28 Projectos de intervenção em saúde da comunidade – prioritização 44 Equidade e desigualdades (acesso e resultados); 17 Interfaces, referenciação e interligação com hospitais e RNCCI – 16 medição de efeitos 09 Estudos de apoio aos processos de contratualização. Candidaturas não enquadráveis nas prioridades 2011 38 Sem preenchimento de campos obrigatórios 03 TOTAL 194 Fonte: INSA Ministério da Saúde - Reforma dos Cuidados de Saúde Primários – Coordenação Estratégica (2010-2011) 23