Sumário, aula 5 Especialização • 1) Especialização • Um indivíduo não é capaz de produzir todos os bens que consome (?) • As razões são diversas – Vantagem Absoluta – Vantagem Relativa – Exercícios – Indivisibilidade do processo produtivo – Necessidade de conhecimento – Questões locais • 2) Curva das possibilidades de produção • Climatéricas • Factores de produção não transaccionáveis 1 Especialização 2 Especialização • Indivisibilidade do processo produtivo • Questões locais – Não se pode produzir apenas um litro de gasolina – Climatéricas • Não é possível produzir bananas na Suécia nem salmão em Angola • Necessidade de conhecimento – Para construir um automóvel é necessário muito conhecimento – Factores de produção não transaccionáveis • Não posso deslocar os terrenos xistosos da região vitivinícula do Douro para outro local • Não posso cultivar arroz na Argélia 3 Especialização 4 Especialização • Torna-se obrigatório que os agentes económicos se especializem – Na produção de apenas alguns BS – Na execução de apenas algumas actividades 5 • Mas, mesmo que o processo produtivo fosse divisível e não houvesse questões locais, • Como as pessoas são diferentes • Idade; altura; peso; sexo; etc. • Há actividades em que são mais produtivas (em termos absolutos ou relativos) 6 1 Especialização Vantagens absolutas • Se os AE se especializarem nas operações em que são mais produtivos, surge um aumento da eficiência • E.g., nas economias de mercado, os AE estão especializados em – ‘Famílias’ ( ≈99% dos indivíduos) Vendem trabalho e compram BS – ‘Firmas’ ( ≈1% dos indivíduos) Compram trabalho e vendem BS • Um ganho de eficiência implica – Produzir mais com os mesmos recursos – Produzir o mesmo com menos recursos • Produzir mais com mais recursos não diz nada sobre a eficiência – Veremos que poderá não ser assim 7 Vantagens absolutas 8 Vantagens absolutas • Notar que • Apenas é possível a especialização dos indivíduos se os indivíduos poderem trocar BS entre si • “If a foreign country can supply us with a commodity cheaper than we ourselves can make it, better buy it of them with some part of the produce of our own industry, employed in a way in which we have some advantage. " Smith, Adam (1776), An Inquiry into the Nature and Causes of the Wealth of Nations. 9 Vantagens absolutas Vantagens absolutas – Um indivíduo tem uma vantagem absoluta quando realiza uma tarefa com menor custo que todos os outros • Exemplo • No processamento de animais, temos Operação Cortar Embalar Congelar João 10m 15m 13m Manuel Duarte 15m 10m 15m 13m 13m 10m 10 • Vamos supor que cada um faz as três operações durante 8 h. a produção será Operação T. Total João 38m Manuel 40m Duarte 36m Corta Embala Congela 12,6 12,6 12,6 12 12 12 13,3 13,3 13,3 • Nas 8 h são processam 38 animais – O Duarte é o trabalhador mais produtivo 11 12 2 Vantagens absolutas Vantagens absolutas • O Duarte, na operação ‘Congelar’ demora menos tempo que todos os outros. Como o tempo traduz o custo da operação, • O Duarte tem uma vantagem absoluta na operação ‘Congelar’ • Vamos supor que eles se especializam na operação em que têm vantagem absoluta. – O Manuel tem uma vantagem absoluta na operação ‘Embalar’ – O João tem uma vantagem absoluta na operação ‘Cortar’ Operação Cortar Embalar Congelar João 48 0 0 Manuel 0 48 0 Duarte 0 0 48 • No total, processam 48 animais (+10) – Qual é o trabalhador mais produtivo? 13 Vantagens comparativas 14 Vantagens comparativas • Num casal, com 6 crianças e 20 m2 de relva, há duas tarefas a realizar • Mesmo que haja um AE pior em tudo que os outros, com a especialização podem melhorar todos. • Não é nada intuitivo • Tem a ver com os custos de oportunidade – A actividade com menor CO M demora 10m a banhar uma criança e 2m a cortar 1m2 de relva; H demora 30m a banhar uma criança e 3m a cortar 1m2 de relva; – M tem vantagem absoluta em ambas as tarefas. – Será que M vai fazer tudo e H ficar a descansar? 15 Vantagens comparativas 16 Vantagens comparativas • Avaliar os custo de oportunidade de M e H de dar banho e de cortar a relva (em termos relativos) M demora 10m a dar um banho às crianças e 2m a cortar 1m2 de relva; • Em termos de custo de oportunidade, – Dar Banho • M, 1 banho tem um CO de 5m2 de relva; • H, 1 banho tem um CO de 10m2 de relva; – Cortar Relva • M, 1m2 de relva tem um CO de 0,2 banhos; • H, 1m2 de relva tem um CO de 0,1 banhos; H demora 30m a dar um banho às crianças e 3m a cortar 1m2 de relva; • H tem uma vantagem relativa na relva 17 18 3 Vantagens comparativas Vantagens comparativas • Vamos supor que cada um tem disponível 1 hora. • Especializados • Vamos supor que cada um tem disponível 1 hora. • Não especializados • M dá banho às 6 crianças • H corta os 20m2 de relva • M lava 4 crianças e corta 10 m2 de relva • H esgota o tempo a lavar 2 crianças • No total, só cortariam 10m2 de relva – Para podermos compara as situações vamos fixar uma das quantidades, e.g., têm que dar banho a 6 crianças – A especialização permite, mantendo as crianças lavadas e cortar toda a relva 19 20 Exercício 1 - VC Exercício 1 Cortar • J 1 cortado ⇒ CO de 11/11=0.91 embalado *M 1cortado ⇒ CO de 12/15 = 0,80m embalado Embalar *J 1 embalado ⇒ CO de 11/10 = 1.10 Cortados M 1 embalado ⇒ CO de 15/12=1,25 Cortados No processamento de animais, temos Operação Cortar Embalar João 10m 11m Manuel 12m 15m A) Em que actividade se vão especializar os trabalhadores? B) Qual o ganho de eficiência? O J tem uma vantagem relativa a Embalar O M tem uma vantagem relativa a Cortar 21 Exercício 1 22 Possibilidades de produção Com especialização (8 horas) J embala 43,6 animais M corta 40 animais Sem especialização (cada um corta 20 an.s) J corta 20 e embala 25,5 animais M corta 20 e embala 16 animais Embalam 41,5 < 43,6 Mantendo a quantidade cortada, embalam mais 2,1 animais 23 Vamos aplicar este conceito quando Existe um factor de produção que pode ser usados alternativamente na produção de dois Bens ou Serviços Por exemplo, Tenho um terreno fixo onde posso cultivo milho ou feijão em que se cultivar mais milho, terei menos feijão e vice-versa 24 4 Possibilidades de produção Possibilidades de produção Quando falarmos do ‘produtor’, vamos estender este conceito a quando Existem dois factores de produção que podem ser usados em substituição na produção de um BS Voltemos ao exercício 1 do talho • No processamento de animais, temos Operação Cortar Embalar Por exemplo, Com adubo e trabalho, cultivo milho Com mais adubo, produzo mais milho Com mais trabalho, produzo mais milho João 10m 11m Manuel 12m 15m Tendo o João 8 horas de trabalho, quanto pode produzir? 25 26 Possibilidades de produção • Possibilidades de produção No processamento de animais, temos E Operação João Manuel Cortar 10m 12m Embalar 11m 15m Em 8 horas de trabalho, será que o João Pode cortar 10 e embalar 30 animais? C 10,0 30,0 25,0 Pode 30,0 Sim 10,0 Sim 25,0 Não Tempo 6,8 7,2 8,8 Pode cortar 30 e embalar 10 animais? Pode cortar 25 e embalar 25 animais? 27 Possibilidades de produção 28 Possibilidades de produção 40,0 Corta 40,0 Corta 35,0 35,0 30,0 30,0 Não pode 25,0 25,0 20,0 20,0 15,0 15,0 10,0 10,0 5,0 5,0 0,0 0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 Empacota 29 0,0 0,0 Pode 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 Empacota 30 5 Curva das Possibilidades de produção CPP • Sobre condições ‘normais’ (?) • Traduz a fronteira das combinações do que eu posso produzir. – A CPP é côncava (não tem entradas) – Com o recurso disponível. 40,0 Corta 35,0 30,0 • Traduz a curva de eficiência 25,0 – Em qualquer ponto interior, eu posso produzir mais de um BS sem diminuir a produção do outro BS 20,0 15,0 10,0 5,0 0,0 0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 Empacota 31 CPP 32 CPP • Sobre condições normais • O declive da CPP, d, é • O CO do BS da abcissa relativamente ao da ordenada. • O CO do BS da ordenada relativamente ao da abcissa é 1/d. – Esgota os recursos disponíveis (?) • O que permite a sua determinação – Relativamente ao J T= 11E + 10C = 480 ⇒ C(E) = 48 –1.1 E – Quanto mais inclinada a CPP, maior é o CO do BS da abcissa e menor é CO do bem da ordenada. Para produzir 25E, só pode produzir 20,5C 33 CPP Exercício 2 - cpp + co • Considerando dois pontos da recta, (x0,y0), (x1,y1), o declive vem dado por d= 34 • Sabemos que o Zé no dia 1 produziu 50 sapatos e 100 sandálias e no dia 2 produziu 75 sapatos e 50 sandálias • A) Sendo diligente, qual o seu custo de oportunidade de produzir sapatos? y1 − y0 x1 − x0 35 36 6 Exercício 2 Sandálias 100 95 90 85 80 75 70 65 60 55 50 50 Exercício 2 • A)Sendo a inclinação da recta dada por d = (100-50)/(50-75) = -2 • O custo de oportunidade de produzir um sapato é deixar de produzir duas sandálias 55 60 65 70 Sapatos 75 37 38 CPP - Agregação CPP A CPP, como é uma curva eficiente, terá em conta a especialização ‘no bom sentido’ Operação Susana Tono Nozes Café 3kg/h 1,5kg/h 0,75kg/h 0,75kg/h Os custos de oportunidade serão • Nozes Susana: 1 kg, perde 0,5kg de café Tono: 1 kg, perde 1kg de caf é • Café Susana: 1 kg, perde 2kg de nozes Tono: 1 kg, perde 1kg de nozes Será óptimo especializarem-se? Em quê? v Será óptimo especializarem-se? Em quê? v Como será a CPP considerando em simultâneo a Susana e o Tono? 39 40 CPP • A Susana especializa-se em Nozes • O Tono especializa-se em Caf é • • CPP • 1º) Vamos utilizar os ‘especialistas’ • Com 8 horas cada um, a produção total ser á • Nozes: 24kg • Café: 6kg • Mas eu posso querer outra mistura E.g., posso produzir 12kg de nozes e de café? 41 A Suzana vai produzir os 12 kg de nozes, ficando com 4 h de tempo ‘livre’ 8h - 12kg ÷ 3kg/h = 4h 2º) a Suzana vai produzir café no tempo remanescente, esgotando-o 4h.1,5kg/h = 12kg de caf é Ø Acresce o tempo do Tono 8h.0.75kg/h = 6kg 42 7 CPP • CPP Somando a produção da Suzana com o Tono, temos exactamente a produção pretendida. 30 N 25 Ø É possível a produção de 12kg de Nozes e 12 kg de Caf é. Como esgotaram o tempo, estar ão sobre a CPP ‘conjunta’. Ø Na figura seguinte represento a CPP individual e continua Ø Dentro da roda está a ‘especialização total’ 20 CPP-T+S 15 CPP-S 10 CPP-T 5 0 0 5 10 15 20 Café 43 44 CPP CPP • Em termos de análise gráfica • Para o Tono, pensando nos pontos (0,6) e (6,0), teremos como inclinação • O custo de oportunidade da Susana produzir café será d = (24-0)/(0-12) = -2 kg Nozes/ kg Café (6-0)/(0-6) = -1 kg Nozes/ kg Café – O sinal menos traduz que é um custo. Assim, tiramos o sinal menos e fica • Para a Susana, o CO de produzir 1 kg de café é deixar de produzir 2kg de Nozes. • Para o Tono, o CO de produzir 1 kg de café é deixar de produzir 1kg de Nozes. 45 CPP 46 CPP - agregação • O CO da Susana produzir nozes é o inverso do CO de produzir café. • -1/2 • Para a Susana, o CO de produzir 1 kg de nozes é deixar de produzir 0.5kg de café. • Para Tono, o CO de produzir 1 kg de nozes é deixar de produzir 1kg de café. • Se a CPP de cada AE for uma recta, • Se houver muitos AE, • Se os AE se especializarem na actividade em que têm CO menor • A CPP agregada será côncava. – Tem uma inclinação crescente ⇒O custo de oportunidade é crescente 47 48 8 Exercício 3 – CPP + V + CO Exercício 3 • A CPP diária de dois cozinheiros é a seguinte: • A: R = 50-1/2P • B: R = 10-1/4P • sendo R o número de bolos-rei e P o número de pães-de-ló. • A) Quem tem uma vantagem absoluta na produção de bolo-rei e na de pão-de-ló? • Só produzindo R, o A produz 50, demora 9.6m e o B produz 10, demora 48m a produzir cada bolo-rei • O A tem uma vantagem absoluta na produção de bolo-rei 49 50 Exercício 3 Exercício 3 • Só produzindo P, o A produz 100, demora 4.8m e o B produz 40, demora 12m a produzir cada pão-de-ló • O A também tem uma vantagem absoluta na produção de pão-de-ló • Quem tem uma vantagem comparativa a produzir bolo-rei? • E pão-de-ló? 51 52 Exercício 3 Exercício 3 • A inclinação da recta é o CO de produzir P sendo o inverso o CO de produzir R • B Represente graficamente a curva de possibilidades de produção de cada cozinheiro. • E a CPP conjunta CO A: para produzir +1kg R, produz - 2 kg de P CO B: para produzir +1kg R, produz - 4 kg de P • O A tem uma vantagem comparativa na produção de bolo-rei. • Resulta logo que B tem uma VC na produção de pão-de-ló. 53 54 9 Exercício 3 Exercício 4 – CPP - CO 70 60 50 RA* 40 RB 30 R • Sem relevância para a avaliação • Em termos agregados, a CPP dos bens A eBé A( B) = 3(10 − B) 0,5 20 • Sendo que B = 5, qual o CO de B relativamente a A? 10 0 0 50 100 150 55 Exercício 4 56 Exercício 4 • O CO de B em termos de A vem A10 ∂A( B) − 1 .5 = 1.5(10 − B) −0 ,5 = = −0,67 ∂B 5 7,5 5 • Para eu aumentar a produção de B em 1, diminuirei a produção de A em 0,67. 2,5 – É o CO ‘no ponto’ 0 0 2,5 5 7,5 B10 57 58 Exercício 4 • Em termos do arco, para o incremento de B de 5 para 6 (numa unidade) – Estamos em (A,B) = (6.71,5) e passáramos para (A,B) = (6,6) • Para aumentar o B de 5 para 6, o CO seria de 0,71 A 59 10