Para mais informações, favor contactar: Coimbra Sirica: +1 631 757 4027 ou [email protected] Megan Dold: +1 301 280 5720 ou [email protected] EMBARGADO PARA PUBLICAÇÃO ATÉ AS 11:00 GMT/12:00 PM BRAZZAVILLE DE 9 DE MAIO DE 2009 À MEDIDA QUE AUMENTA A PRESSÃO PARA A EXTRAÇÃO MADEIREIRA NA AFRICA, A UNIÃO EUROPEIA CONCLUI ACORDO COM A REPÚBLICA DO CONGO PARA QUE APENAS MADEIRA LEGAL SEJA COMERCIADA Primeiro Pacto Bilateral com Nação na Bacia do Congo emprega Poderio do Mercado Europeu para Frear o Aumento da Exploração Ilegal de Madeira na África; Autoridades do Congo Comprometem-se a Monitorar todas as Exportações, Inclusive Vendas para a China Nota aos Editores: Mais informações e fotografias estão disponíveis no seguinte sítio: http://www.efi.int/portal/projects/flegt/roc_vpa_conclusion BRUXELAS E BRAZZAVILLE (9 DE MAIO DE 2009) – A União Europeia e o Governo da República do Congo anunciaram hoje um novo acordo que, pela primeira vez, estabelece um sistema para assegurar que produtos fabricados a partir da madeira e exportados pela República do Congo para a União Europeia contenham apenas madeira legalizada e extraída de florestas exploradas de modo a gerar benefícios para as comunidades locais. A República do Congo – também conhecida como Congo-Brazzaville – exporta cerca de USD$330 milhões anualmente em madeira e produtos feitos a partir dela, sendo que aproximadamente metade desse valor é comprada por países da União Europeia. Itália, Espanha, Portugal, França, Alemanha, Holanda e Bélgica são os principais importadores da União Europeia. No entanto, tem sido difícil confirmar se a madeira comprada pela União Europeia da República do Congo é derivada de extração que obedece às leis nacionais e se os benefícios dessas vendas chegam às comunidades florestais. “Com um total de 1 891 630 hectares de florestas certificadas até março deste ano, o Congo atingiu o mais alto escalão na hierarquia de países produtores de madeira extraída de florestas tropicais e está a tornar-se um laboratório para o desenvolvimento sustentável”, disse Henri Djombo, Ministro da Economia Florestal do Congo. “A conclusão desse acordo irá garantir ao nosso país novas oportunidades no mercado do comércio de madeira, ao mesmo tempo em que irá reforçar nossa participação no gerenciamento desse setor e demonstrar o comprometimento político do Congo em trabalhar nesse sentido.” O acordo anunciado hoje em Brazzaville é um pacto de união bilateral denominado Acordo de Parceria Voluntário (APV) – um instrumento que surge do chamado FLEGT (Plano de Ação para a Aplicação da Legislação, Governação e Comércio no Setor Florestal), de 2003, da Comissão Europeia. Esse plano foi estabelecido para estancar o fluxo de madeira ilegal para os mercados da União Européia. É a culminação de vários anos de trabalho entre a União Européia, o Governo da República do Congo e grupos da sociedade civil, que, em vez de impor padrões da União Européia, permite ao governo nacional, bem como a vários grupos de acionistas, estabelecerem seus próprios sistemas para definir e fazer observar requisitos legais para a venda da madeira. “Com medidas tomadas para reforçar o controle da legalidade da madeira tombada e para garantir a maior transparência e o monitoramento de práticas em termos de vigilância, o acordo contém fortes elementos que irão garantir aos consumidores europeus a origem da madeira importada da República do Congo”, disse Stefano Manservisi, Diretor Geral de Desenvolvimento da Comissão Européia. “Isto irá, por sua vez, dar mais vigor aos esforços tomados em anos recentes pela República do Congo em relação à exploração sustentável de florestas e irá permitir o desenvolvimento de um comércio legal e lucrativo entre a União Européia e a República do Congo.” O Banco Mundial estima que a escassa regulamentação da produção de madeira custa milhões [de dólares] por ano à República do Congo em perdas financeiras. Além disso, agora que o país encontra-se muito dependente da renda proveniente das exportações de petróleo, o Banco Mundial alertou, em fevereiro último, que a renda nesse setor na República do Congo irá brevemente decair de modo abrupto. Essa queda colocaria mais pressão sobre as florestas na frágil bacia do Congo – a segunda maior floresta tropical do mundo –, no sentido de se obterem, a partir da exploração delas, os tão necessários ganhos com as exportações, o que faria aumentar, desse modo, o incentivo para que a madeira seja extraída ilegalmente. Sob o novo acordo, a partir de 2011, a totalidade da madeira e dos produtos feitos a partir dela que entrarem na União Europeia originários da República do Congo terão que ter uma licença que demonstre que foram extraídos e vendidos de modo legal e que foram obtidos de modo tanto a manter a saúde das florestas daquele país quanto a gerar benefícios para as comunidades florestais locais. Por exemplo, o acordo estabelece um sistema de transparência para os impostos relacionados à exploração da madeira e assegura que a extração e a venda dela estejam de acordo com a lei nacional. Por seu lado, a União Europeia comprometeu-se a estabelecer medidas relacionadas à vigilância das fronteiras de seus países que irão excluir madeira sem a devida licença, ao mesmo tempo em que fornecerá assistência técnica à República do Congo para sistemas de monitoramento e auditoria. Para assegurar seu cumprimento, o acordo inclui uma extensiva cadeia de requisitos obrigatórios de supervisão para que se possa, de modo independente, rastrear todos os carregamentos de madeira em relação a seus respectivos pontos de produção, desde a derrubada das árvores nas florestas até seu transporte às serralherias e sua chegada ao ponto de exportação. Além disso, o processo do APV criou um mecanismo que, pela primeira vez, está a permitir a grupos da sociedade civil na República do Congo participar diretamente no aprimoramento das leis e das políticas de gerenciamento e monitoramento industriais das operações madeireiras. O APV com a República do Congo é o primeiro na Bacia do Congo e o segundo de uma série de acordos bilaterais que estão a serem negociados entre a União Européia e os países produtores de madeira. O APV entre a União Européia e Gana foi anunciado em setembro do ano passado, e as negociações estão em andamento para que se chegue a acordos semelhantes com Camarões, Libéria, Malásia, Indonésia e Vietnã. Além disso, discussões preliminares já se iniciaram com o Governo do Gabão, e a República Centro-Africana também expressou seu interesse nesse mesmo sentido. “Resta muito trabalho a ser feito, mas acreditamos que um cenário foi estabelecido, e que ele 2 tenha potencial de permitir a comunidades locais na República do Congo influenciar, de modos sem precedentes, no que ocorre às florestas, que são tão criticas para a sobrevivência dessas comunidades e para as suas culturas”, disse Roch Euloge N’Zobo, Diretor de Programa do Observador Congolês para os Direitos do Homem (OCDH), organização não governamental que está envolvida nas negociações do APV. “Um mecanismo posto em cena irá trazer à mesa a sociedade civil, o governo, grupos locais, monitores independentes e europeus, e isso nos dá esperança de que os povos das florestas locais serão ouvidos; seus direitos respeitados e suas preocupações tornadas públicas.” O APV anunciado hoje cobre apenas o comércio com a União Européia. Mas autoridades da República do Congo indicaram que irão aplicar tanto as regras de licenciamento quanto os intensos níveis de fiscalização, como prescritos pelo pacto, para toda a madeira exportada pelo país. Essa ação tem o potencial de intensificar a supervisão das crescentes exportações de madeira tropical para a China proveniente de operações madeireiras na região sul do país, onde têm sido levantadas dúvidas sobre a legalidade e a sustentabilidade das concessões para a exploração madeireira. A exportação de madeira em toras é geralmente vista como indesejável, porque ela gera renda doméstica quase desprezível quando comparada à madeira serrada ou tratada mecanicamente e é considerada pelos especialistas como tendo maior probabilidade de incentivar a extração não sustentável. Hoje, mais de 70 por cento das exportações para a União Européia vindas da República do Congo são de madeira serrada. No entanto, o rápido crescimento nas exportações de madeira para a China – de USD$ 3 milhões em 2000 para USD$130 milhões em 2007 – tem envolvido principalmente toras. “Os comerciantes britânicos congratulam o Governo da República do Congo e a Comissão Européia pelo progresso, o qual irá tornar mais fácil para as empresas certificarem-se da legalidade dos produtos por elas comprados do Congo Brazzaville”, disse Rachel Butler, Chefe de Sustentabilidade da Federação de Comércio de Madeira do Reino Unido, que representa as indústrias de madeira e produtos madeireiros daquele país. “Temos sempre sido bem receptivos ao FLEGT, plano de ação da União Européia, e, em particular, à DDR (Regulamentação de Dever de Diligência), recentemente proposta pela União Européia. Essa regulamentação irá dar apoio ao nosso pleito sobre um nível para o campo de atuação nesse mercado e irá encorajar os comerciantes a comprar madeira legal e, portanto, dar suporte aos produtores que agem de forma responsável.” Para além dos APVs, o FLEGT inclui compromissos previstos pela União Européia em relação à compra de madeira legal, bem como extraída de modo sustentável, por parte dos governos dos Estados-Membros, e (ainda não definidas) medidas legislativas para aumentar os riscos associados com a importação de madeira de origem desconhecida e potencialmente ilegal. Os requisitos para a compra pública de madeira legal e extraída de modo sustentável têm sido tratados como uma política de estado pela Bélgica, Dinamarca, França, Alemanha, Holanda e pelo Reino Unido. Estima-se que a procura por madeira e produtos feitos a partir dela chegue a até 20 por centro do total do mercado da União Européia. A União Européia está criando uma legislação para aprimorar esses acordos de parceria, os quais devem complementar a recente revisão do chamado Ato Lacey, dos Estados Unidos, que tornou a importação e as vendas de produtos ilegais de produtos de madeira passíveis de punição pelas leis norte-americanas. 3 ### Nota de esclarecimento: Este comunicado de imprensa está sendo publicado com suporte financeiro da União Europeia. O conteúdo desse comunicado não reflete, de modo algum, a opinião oficial da União Europeia. O Instituto Europeu de Florestas (EFI) é financiado pela Comissão Europeia, bem como pelos Governos do Reino Unido e da Finlândia, e tem como um de seus objetivos fornecer suporte técnico para a preparação, negociação e implementação de Acordos de Parceria Voluntários com base no FLEGT em vários países dotados de florestas tropicais. O EFI é uma organização internacional estabelecida pelos Estados Europeus. É uma instituição líder e atua na condução e na promoção da pesquisa florestal e na facilitação, em nível pan-europeu, da formação de redes de pesquisa florestal. É uma referência reconhecida na condução e promoção de políticas florestais e no fornecimento de informações imparciais e relevantes sobre florestas europeias, bem como sobre gerenciamento e manutenção florestais. Mais informações sobre o EFI em http://www.efi.int [fim do comunicado] 4