ESCOLA DE ENFERMAGEM WENCESLAU BRAZ EDUARDO JOSÉ MACIEL PELÚCIO REINALDO RIBEIRO MACIEL PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE ACIDENTES POR MORDIDAS DE CÃES, GATOS E OUTROS ITAJUBÁ-MG 2013 EDUARDO JOSÉ MACIEL PELÚCIO REINALDO RIBEIRO MACIEL PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE ACIDENTES POR MORDIDAS DE CÃES, GATOS E OUTROS: análise documental Monografia do Curso de Especialização de Enfermagem em Urgência e Emergência e Terapia Intensiva da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz, como requisito parcial para obtenção do título de especialista. Orientadora: Prof.ª M.ª Ana Maria Nassar Cintra Soane Coorientador: Prof. M.e Ewerton Naves Dias ITAJUBÁ-MG 2013 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Escola de Enfermagem Wenceslau Braz (EEWB) Bibliotecária - Karina Morais Parreira - CRB /2777 © reprodução autorizada pelos autores, desde que citada a fonte. C255 Pelúcio, Eduardo José Maciel. P381p Perfil epidemiológico de acidentes por mordidas de cães, gatos e outros : análise documental / Eduardo José Maciel Pelúcio ; Reinado Ribeiro Maciel. – Itajubá, 2013. 48 f. Orientadora: Prof.ª M.ª Ana Maria Nassar Cintra Soane. Monografia (Especialização em Urgência e Emergência e Terapia Intensiva)-Escola de Enfermagem Wenceslau Braz - EEWB, Itajubá, 2013. 1. Perfil epidemiológico. 2. Atendimento antirrábico. 3. Vigilância epidemiológica. I. Maciel, Reinaldo Ribeiro. II. Título. NLM: ZWA 105 DEDICATÓRIA Dedicamos esta pesquisa às nossas famílias, bases de nossa formação como seres humanos capazes de sentir, sonhar e de sorrir. AGRADECIMENTOS Primeiramente a Deus pela vida, Aos professores que compartilharam conosco o seu conhecimento, Aos pacientes, que nos oferecem a oportunidade de sermos, a cada dia, profissionais capazes de agir em consonância com a nossa prática. “O mundo não será destruído por aqueles que fazem o mal, mas por aqueles que os olham e não fazem nada.” Albert Einstein RESUMO A raiva é uma zoonose letal que embora seja uma doença perfeitamente passível de prevenção, continua sendo uma importante causa de mortalidade humana em muitas partes do mundo, representando, além disso, um grande desafio para as autoridades sanitárias. Assim, esta pesquisa de abordagem quantitativa, do tipo epidemiológico, descritivo, de campo e transversal tem como objetivo identificar o perfil epidemiológico dos usuários acidentados por mordidas de cães e gatos atendidos no pronto socorro do Hospital Cônego Monte Raso de Baependi-MG. O estudo respeitou os preceitos estabelecidos pela Resolução nº 196/96, do Conselho Nacional de Saúde (CNS) e os dados foram coletados após a aprovação do projeto pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz (EEWB) utilizando o registro das fichas de investigação de atendimento antirrábico humano do SINAN dos usuários atendidos. A amostragem foi intencional. A amostra constituiu de 108 fichas de investigação dos usuários atendidos no período de janeiro a dezembro de 2011. Os dados foram analisados utilizando a estatística descritiva por meio de frequência absoluta e relativa, com a apresentação dos resultados por meio de gráficos. A maioria dos acidentes as vítimas eram do sexo masculino (64%); a faixa etária variou de 15 a 49 anos (45%); 84% o ataque foi com mordedura. Apenas 3% sofreu agressão por lambedura. As vítimas que sofreram ataque nas mãos e pés somam 54% do percentual. 71% tiveram ferimento único e 77% superficial. Em relação à espécie do animal agressor, o cão foi a maior incidência (87%) e em 80% dos casos o animal encontrava-se sadio. 66% dos casos foram indicados às vítimas o tratamento por observação mais vacina e 99% fez o tratamento indicado. Como profissionais da saúde, devemos continuar atuando sempre em benefício do paciente e da comunidade como um todo, oferecendo um tratamento de qualidade aos animais, no sentido de vacinações adequadas, conscientização de ação correta dos proprietários dos animais e da população em geral, contribuindo de forma significativa para eliminar a raiva, que ainda hoje é um grande desafio para todas as unidades sanitárias. Palavras-chaves: epidemiológica. Perfil epidemiológico. Atendimento antirrábico. Vigilância ABSTRACT Rabies is a fatal zoonotic disease that although it is a perfectly preventable disease, remains a major cause of human mortality in many parts of the world, representing also a major challenge for health authorities. Thus, this research a quantitative approach, an epidemiological, descriptive, cross-country and aims to identify the epidemiological profile of users injured by bites from dogs and cats treated at the emergency room of the Hospital Canon Mount Champaign Baependi-MG. The study complied with the principles established by Resolution No. 196/96, the National Health Council (CNS) and the data were collected after the project was approved by the Ethics Committee in Research of the School of Nursing Wenceslao Braz (EEWB) using the log of investigation forms of care anti-rabies human SINAN of users served. The sample was intentional. The sample consisted of 108 sheets investigation of patients seen in the period from January to December 2011. Data were analyzed using descriptive statistics through absolute and relative frequency, with the presentation of results through graphs. Most accident victims were male (64%), the age ranged from 15 to 49 years (45%), 84% attack was to bite. Only 3% suffered aggression by licking. Victims who suffered attack the hands and feet 54% of the total percentage. 71% were single and 77% wound surface. Regarding the species of animal abuser, the dog was a higher incidence (87%) and in 80% of cases found to be healthy animals. 66% of the cases the victims were given treatment by observation more vaccine and 99% made the indicated treatment. As health professionals, we must always continue to act for the benefit of the patient and the community as a whole, providing quality care to the animals, to appropriate vaccinations, awareness of correct action of the owners of the animals and the general population, contributing significantly to eliminate anger, which is still a great challenge for all health units. Keywords: Epidemiology. Anti-rabies care. Epidemiological. LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 - Sexo das vítimas acidentadas por cães, gatos e outros nos meses de janeiro a dezembro de 2011. Baependi- (n= 108).................................27 Gráfico 2 - Faixa etária das vítimas de acidentes com cães, gatos e outros nos meses de janeiro a dezembro de 2011. (n=108)........................................28 Gráfico 3 - Tipo de exposição ao vírus das vítimas de acidentes com cães, gatos e outros nos meses de janeiro a dezembro de 2011. (n=108).......28 Gráfico 4 - Localização das lesões corporais das vítimas de acidentes com cães, gatos e outros nos meses de janeiro a dezembro de 2011. (n=108).......29 Gráfico 5 - Número de Ferimentos das vítimas de acidentes com cães, gatos e outros nos meses de janeiro a dezembro de 2011. (n=108) ....................30 Gráfico 6 - Tipo de Ferimento das vítimas de acidentes com cães, gatos e outros nos meses de janeiro a dezembro de 2011. (n=108) ....................30 Gráfico 7 - Tratamento antirrábico anteriormente ao acidente atual das vítimas de acidentes com cães, gatos e outros nos meses de janeiro a dezembro de 2011. (n=108).................................................................................................31 Gráfico 8 - Espécie do animal agressor das vítimas de acidentes com cães, gatos e outros nos meses de janeiro a dezembro de 2011. (n=108).............31 Gráfico 9 - Condição do animal agressor das vítimas de acidentes com cães, gatos e outros nos meses de janeiro a dezembro de 2011. (n=108).............32 Gráfico 10 - Tratamento indicado das vítimas de acidentes com cães, gatos e outros nos meses de janeiro a dezembro de 2011. (n=108) .............32 Gráfico 11 - Realização do tratamento indicado pelas vítimas de acidentes com cães, gatos e outros nos meses de janeiro a dezembro de 2011 (n=108).......33 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ...............................................................................................12 1.1 JUSTIFICATIVA DO ESTUDO .......................................................................14 1.2 OBJETIVO DO ESTUDO................................................................................17 2 MARCO CONCEITUAL..................................................................................18 2.1 ACIDENTES POR MORDIDAS COM CÃES E GATOS .................................18 3 TRAJETÓRIA MÉTODOLOGICA ..................................................................22 3.1 CENÁRIO DO ESTUDO .................................................................................22 3.1.1 Local do estudo ............................................................................................23 3.2 DELINEAMENTO DO ESTUDO .....................................................................23 3.3 PARTICIPANTES, AMOSTRA E AMOSTRAGEM .........................................24 3.4 COLETA DE DADOS......................................................................................25 3.4.1 Procedimentos para coleta de dados .........................................................25 3.4.2 Instrumento para coleta de dados ..............................................................25 3.5 PRÉ-TESTE ...................................................................................................25 3.6 ANÁLISE DOS DADOS E APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS ..............26 3.7 ASPECTOS ÉTICOS DO ESTUDO................................................................26 4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS..............................27 5 CONCLUSÕES ..............................................................................................35 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...........................................................................36 REFERÊNCIAS..............................................................................................38 APÊNDICE A - Carta de autorização para coleta de dados ......................40 APÊNDICE B - Instrumento de coleta de dados dos atendimentos dos acidentes por cães e gatos..........................................................................41 ANEXO A - Ficha de investigação de atendimento antirrábico humano .43 ANEXO B - Folha de Rosto para Pesquisa Envolvendo Seres Humanos .......................................................................................................................45 ANEXO C - Parecer Consubstanciado N. 95.268/2012 ..............................46 12 1 INTRODUÇÃO A raiva é uma zoonose letal causada por vírus da família Rhabdoviridae, gênero Lyssavirus, que pode acometer em todos os mamíferos. (HUGH-JONES et al., 1995, p. 19). Embora seja uma doença perfeitamente passível de prevenção, a raiva continua sendo uma importante causa de mortalidade humana em muitas partes do mundo, representando, além disso, um grande desafio para as autoridades sanitárias. A importância que a raiva assume para a saúde pública reside no fato de se tratar de uma antropozoonose invariavelmente letal e, no impacto psíquico e emocional que causa nas pessoas mordidas, mediante o temor de contrair a doença. De acordo com Mundim (2005) e Schabbach (2004) os acidentes causados por cães e gatos “constituem um grave problema para a comunidade, para outros animais e para a saúde pública”, pois, existem os custos relacionados ao tratamento médico dos acidentes de mordedura por cão, desde infecções localizadas até cirurgias plásticas de reconstituição. Estes tratamentos consomem recursos públicos que poderiam ser aplicados em programas de promoção à saúde, atendendo um número maior de pessoas. As autoridades de saúde pública têm implantado medidas para o controle da raiva no Brasil, determinando grande redução dos casos de raiva humana e animal. Entretanto, não há redução proporcional no número de tratamentos antirrábicos pósexposição em pacientes vítimas de agressões por animais (BRASIL, 2006). Conforme constatado pelo Ministério da Saúde: A persistência de casos de raiva em animais faz pensar na falha de qualidade e eficácia das medidas sanitárias adotadas, uma vez que o sucesso no controle da Raiva canina depende de uma cobertura vacinal de, no mínimo, 80%, o que não ocorre tratamento em grande parte dos municípios brasileiros. As campanhas de vacinação são falhas, pois se não realizadas de casa em casa, a população de baixa renda nem sempre tem como transportar o animal até um posto de vacinação, devendo, portanto, contar com um número maior de postos em bairro mais distantes, inclusive com a existência de postos móveis. (BRASIL, 2010, p. 43). Todo cuidado na profilaxia, ou também no tratamento completo quando indicado, torna-se crucial para assegurar ao paciente continuidade no tratamento, encaminhando ao posto de saúde onde será acompanhado durante o período da 13 vacinação, ou no período de observação do animal, caso o tratamento seja vacina mais observação. Pensando em todo esse histórico, há o interesse em buscar e tentar descobrir se de fato todos os acidentes estão sendo encaminhados adequadamente, recebendo tratamento completo e orientados corretamente. O interesse pelo estudo sobre “acidentes com cães e gatos” surgiu da grande demanda destes atendimentos em nossos serviços de saúde, no pronto atendimento de nossa cidade, Baependi - Sul de MG e que observamos que alguns membros da equipe que fazem atendimento desconhecem a importância do preenchimento correto e completo da ficha do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) visto que, muitos são recém-formados, sem experiência ainda na área, relatando que esta ficha é muito extensa para ser preenchida e perdem muito tempo em detrimento a outros atendimentos que precisam realizar. O crescimento deste tipo de atendimento nos despertou a possibilidade de realizarmos um levantamento epidemiológico de nossa cidade, além de verificar como está o preenchimento desta ficha. Tem-se que contribuir como profissionais de saúde, uma vez que estamos sempre atuando para beneficiar o paciente, a comunidade e auxiliar a ciência no desenvolvimento de novas pesquisas, para se conseguir eliminar a raiva, dando um tratamento de qualidade aos animais, no sentido de vacinações adequadas a estes animais, conscientização de ação adequada de donos e da população em geral, por meio de palestras nas escolas e nas Unidades de Saúde, visto que, se verifica que muitos pacientes, são mais submetidos a tratamento com vacina de soroterapia antirrábica, por desconhecerem a procedência do animal (cão de rua) ou cão desconhecido. A própria vítima de acidente desconhece essa importância de verificar com os vizinhos, no local onde ocorreu a agressão, a procedência do animal. Fogem do local, na maioria das vezes, haja vista estarem de motos ou haver muitos animais por perto. Às vezes, os ferimentos são únicos e superficiais e em locais do corpo não considerados de gravidade segundo o Ministério da Saúde em seu protocolo de tratamento e profilaxia para Raiva. (BRASIL, 2010, p. 45) É relevante levar ao conhecimento dos profissionais de saúde o que vem ocorrendo neste aspecto, para que participem mais ativamente da situação e 14 possam possibilitar medidas aos municípios adjacentes, evitando que soltem seus animais (cães e gatos) nos arredores de outras cidades. Na cidade de Baependi, MG não tem o soro antirrábico, necessita-se de deslocar até a cidade vizinha para adquiri-lo. Sua distribuição é por região, adotada pelas secretarias de saúde de abrangência estadual, de acordo a que o município pertence e a regional que atende este município. Neste caso é a cidade de Varginha, MG. Então, quando se conhece a procedência do animal agressor, pode-se dispensar de tratamentos quando se avalia com seus donos, os hábitos dos cães e gatos e os cuidados que estes recebem de seus proprietários. 1.1 JUSTIFICATIVA DO ESTUDO Para definir as necessidades de saúde é preciso considerar os fatores biológicos, meio físico e fatores ambientais. A concepção abrangente de saúde assumida na Constituição de 1988, através da determinação da implantação do SUS, foi um importante passo para uma mudança significativa no modelo assistencial e na tradução das necessidades de saúde da população brasileira. Ao suprimir, ainda que inicialmente em termos discursivos, a existência de um modelo centrado na doença, deu margem para a construção de um modelo de atenção integral à saúde, pautada em princípios doutrinários jurídico-legais asseguradores de práticas de saúde que respondam não às relações de mercado, mas a direitos humanos. Tal concepção prevê a incorporação de ações de proteção e recuperação da saúde como referências capazes de suprir as necessidades de saúde do povo brasileiro (MOTA, 2006, p.229-230). É de suma importância que as práticas de saúde implantadas atendam às reais necessidades do indivíduo, garantindo a qualidade de vida. Na concepção de Mattos apud Brasil (2010, p. 336) a promoção de saúde se faz por meio de educação, da adoção de estilos de vida saudáveis, do desenvolvimento de aptidões e capacidades individuais, da produção em ambientes saudáveis e, também, à eficácia da sociedade em garantir a implantação de políticas públicas voltadas para a qualidade de vida e de analisar criticamente a realidade promovendo a transformação positiva dos fatores determinantes da condição de saúde. Ressaltando o tema proposto, pode-se dizer que o cão e o gato são os principais transmissores de doenças em nosso meio. Dentre os fatores que 15 contribuem para o aumento da agressividade animal destacam-se o número elevado de animais mantidos em residências particulares, a falta de higiene no local onde vivem, os maus tratos a estes animais, o livre acesso dos mesmos às ruas e às residências vizinhas. Segundo Ettinger e Feldman (1997, p. 27) “o comportamento agressivo, assim como qualquer outra forma de conduta animal, pode ser ensinados ou causados propositalmente”. A agressão pode ser causada ainda por determinados estímulos como dor, dominância, alteração hormonal, medo, proteção a alimentos, pessoas e filhotes. Dentre os principais tipos de acidentes, as mordeduras causadas por animais, principalmente por cães, são objeto de grande preocupação devido à possibilidade de transmissão de zoonoses, como a raiva, de desenvolvimento de infecções secundárias, de sequelas físicas e psicológicas, entre outras. As pessoas agredidas por cão ou gato que com certeza, não têm risco de contrair a infecção rábica, por exemplo, animais que vivem em apartamentos, exclusivamente e, que não circulam em área com presença de morcegos. Mesmos os outros animais, não necessariamente os que vivem em apartamentos, mas os que se conhecem os donos e procedência poderão ser observados por um período de dez dias, dependendo do local do corpo em que ocorreu a agressão, receberão ou não a vacinação, não, especificamente, o tratamento com o soro antirrábico, que pode trazer reações adversas, manifestadas imediata ou tardiamente. Além deste aspecto, tem-se, também, o modo precário em que as notificações sobre os acidentes de mordedura de cães e gatos são habitualmente realizadas quando no decorrer dos atendimentos às vítimas, talvez por desconhecimento de sua importância, pela equipe de profissionais que atuam no pronto socorro. Observando a existência de tais dificuldades no sentido de estabelecer uma rotina adequada pelos profissionais no encaminhamento deste atendimento para os setores ambulatoriais, as policlínicas ou postos de saúde onde receberiam vacinações ou para iniciar o período de observação conforme solicitado no primeiro atendimento do pronto socorro, sente a necessidade de buscar procedimentos que viabilizem um melhor atendimento ao paciente, pois não havendo esse processo perde-se todo o controle sobre este tratamento e sua continuidade. Nota-se certa 16 dificuldade em geral deste atendimento, desde a prescrição até a idealização do tratamento em si. É importante que o profissional da área de saúde adquira conhecimentos que lhe indiquem a melhor seleção de procedimentos e métodos, que devem ser dimensionados em função de atendimentos dos pacientes. Quando o profissional está voltado para uma prática, eficiente e eficaz, está apto para ser um agente transformador da sociedade, afinal não basta saber fazer, é preciso saber fazer bem e, somente através de um despertar de consciência, um refletir ético, podemos instaurar uma prática comprometida. Pelo fato de sermos profissionais atuantes neste tipo de atendimento e de estarmos cumprindo uma função dentro dele, nos leva a pensar e tomar consciência do real significado social, político e humano de nossas atitudes, destacando entre elas a habilidade de influenciar pessoas para trabalharem entusiasticamente na busca de objetivos identificados como sendo para o bem comum. Dessa forma, este estudo é relevante, pois, pretende, ao avaliar o perfil epidemiológico dos atendimentos dos usuários que sofreram mordidas de cães e gatos no serviço de pronto-atendimento do Hospital Cônego Monte Raso, Baependi, MG, fornecer dados sobre esta população e do próprio serviço, permitindo dessa maneira intervir com a elaboração de estratégias que visem propor melhorias juntos aos órgãos de saúde, seja nas vacinações dos animais ou nas disponibilizações de vacinas e soros para tratamento e profilaxia dos casos suspeitos e de maior gravidade, melhorando, dessa forma, a qualidade da atenção. Os profissionais envolvidos direta ou indiretamente poderão direcionar a assistência de maneira adequada, sem negligencias no atendimento e até mesmo mais humanizado e com isso os usuários perceberão uma atenção diferenciada e de qualidade. Cientificamente esta pesquisa poderá despertar o desenvolvimento de novos estudos sobre esta temática, uma vez que instalada a raiva acarreta óbito em 100% dos casos, sendo assim, todo cuidado no atendimento e na prevenção torna-se de crucial importância no atendimento destes acidentes. Sendo assim, este trabalho tem como questão de investigação: “Qual o perfil epidemiológico dos atendimentos realizados aos usuários acidentados por mordidas de cães, gatos e outros atendidos no pronto socorro do Hospital Cônego Monte Raso de Baependi-MG”? 17 1.2 OBJETIVO DO ESTUDO Este estudo tem como objetivo: • Identificar o perfil epidemiológico dos usuários acidentados por mordidas de cães, gatos e outros atendidos no pronto socorro do Hospital Cônego Monte Raso de Baependi-MG. 18 2 MARCO CONCEITUAL Nesta parte do trabalho serão descritos os acidentes com cães e gatos abrangendo os aspectos epidemiológicos destes acidentes e o tratamento propriamente dito. 2.1 ACIDENTES POR MORDIDAS COM CÃES E GATOS A raiva canina foi pela primeira vez descrita por Democritus, em 500 a.C. “A doença no homem foi denominada hidrofobia, já que os indivíduos acometidos apresentavam ao mesmo tempo sede e medo de água” (ALMEIDA, 1998, p. 9). Segundo o mesmo autor, em 1860 a raiva urbana já havia se espalhado por toda a América e sua ocorrência foi atribuída à grande quantidade de cães vadios. No século XX foram realizados muitos estudos a respeitos dos morcegos e de sua importância na epidemiologia da raiva no Brasil. A partir daí foram sendo elaborados programas de controle e erradicação da doença. De acordo com o Manual de Norma Técnica do Tratamento Profilático Antirrábico Humano (2004, p. 65), a raiva: É uma antropozoonose que afeta os animais mamíferos e o homem. Sua evolução determina a morte do doente. Dentre os animais que a transmitem para o homem, cães, gatos e morcegos são os mais importantes na cadeia epidemiológica da enfermidade. É uma enfermidade infecciosa, causada pelo vírus do gênero Lyssavirus, família Rhabdoviridae, caracterizada por sintomas de comprometimento do Sistema Nervoso Central, sob forma de encefalite ou paralisias. Apesar de conhecida desde a antiguidade, a raiva continua sendo um problema de saúde pública nos países em desenvolvimento, especialmente a transmitida por cães e gatos, em áreas urbanas, mantendo a cadeia de transmissão animal doméstico/homem. Segundo o Manual de Norma Técnica de Tratamento Profilático Antirrábico Humano (2004, p. 16), em Minas Gerais, assim como no Brasil, nos últimos anos, a raiva humana transmitida por cães e gatos vem sendo reduzida gradativamente, em decorrência das atividades de vigilância, controle e profilaxia desenvolvidas por instituições dos governos municipal, estadual e federal. 19 Contudo, houve mudança no perfil epidemiológico da doença, com ocorrência de casos de raiva humana tendo no morcego a principal espécie transmissora, além de casos de raiva humana tendo herbívoros envolvidos na transmissão. De acordo com Almeida (1998, p. 10) “os herbívoros podem transmitir o vírus ao homem, quando este entra em contato direto, ou seja, principalmente através da pele lesada das mãos com a saliva do animal infectado”. Os morcegos podem eliminar o vírus pela saliva, dias ou semanas antes do aparecimento da doença. O cão e o gato transmitem a doença através da eliminação do vírus pela saliva de 3 a 5 dias antes dos primeiros sintomas, o que persiste durante toda a doença do animal. A morte do animal acontece, em média, de 5 a 7 dias após o início dos sintomas (ALMEIDA, 1998, p. 10). Não se conhece efetivamente o processo de infecção e eliminação do vírus nos animais como morcegos e herbívoros, portanto, estes não são animais observáveis. O período de incubação é o período entre a penetração do vírus no organismo e o aparecimento dos primeiros sintomas da doença. É extremamente variável. O Ministério da Saúde afirma que o período de incubação: Ocorre desde dias até anos, com média de 45 dias, no homem, e de 10 dias a 2 meses, no cão. Em criança, existe tendência para um período de incubação menor que o do indivíduo adulto. O período de incubação está intrinsecamente relacionado à localização e gravidade da mordedura, arranhadura ou lambedura de animais infectados, proximidade de troncos nervosos e concentração de partículas virais inoculadas. (BRASIL, 2010, p. 337). O Ministério da Saúde enfatiza que “o morcego é considerado hoje como o segundo maior transmissor da Raiva Humana no país, ocorrendo aumentos progressivos do número de agressões a humanos”. (BRASIL, 2010, p. 57). “As porcentagens de coincidências de casos de Raiva em Herbívoros e Raiva em Humanos indicam que esses dados podem ser utilizados para determinação de áreas de risco para Raiva Humana no Brasil” (ALMEIDA, 1998, p. 12). É de conhecimento geral que o tratamento específico só tem valor como terapêutica profilática, uma vez que atingindo o Sistema Nervoso Central (SNC) o vírus rábico é invariavelmente letal, a despeito de qualquer tratamento ministrado. 20 Uma vez instalada a raiva, a evolução é inexoravelmente para a morte. As medidas terapêuticas inespecíficas são apenas de suporte e visam basicamente manter vivo o paciente. Tais medidas incluem um monitoramento ininterrupto do paciente nas 24 horas em regime de isolamento total, controle horário dos sinais vitais e auxílio respiratório, desde que o óbito geralmente ocorre por parada respiratória (COSTA, 2000, p. 72). Tanto no Homem como nos animais, quando os sintomas se manifestam, não há cura possível. Este fato justifica que todo o tratamento tenha que ser feito durante o período de incubação. No entender de Andrade apud Costa (2000, p. 78): O tratamento (imunização efetiva pós-exposição) funciona porque o transporte do vírus ao longo dos nervos periféricos para a espinal-medula e cérebro demora algumas semanas (longo período de incubação), e a doença não começa antes que ele aí chegue. O tratamento específico no Brasil é feito através da vacinação e soroterapia específica. As orientações para tal é matéria normativa do Ministério da Saúde através de Portaria ministerial publicada em 29 de junho de 1993. A vacina contra a raiva, para uso humano, empregada rotineiramente no Brasil é a vacina Fuenzalida-Palacios, constituída por vírus da raiva cultivados em cérebros de camundongos recém-nascidos e inativados por luz ultravioleta ou betapropiolactona, tendo o fenol e o timerosal como preservativos. Essa vacina contém 2% de tecido nervoso isento de mielina. A vacina contra a raiva é apresentada sob a forma líquida ou liofilizada em ampola ou frasco-ampola com uma ou múltiplas doses. O soro contra a raiva ou soro anti-rábico contém imunoglobulinas específicas extraídas do plasma de cavalos hiperimunizados com a vacina contra a raiva e é apresentado sob a forma líquida em ampolas (COSTA, 2000, p. 76). Havendo indicação, a vacina e o soro contra a raiva podem ser aplicados em qualquer idade. Qualquer acidente com animal vadio, especialmente o cão, e animais silvestres, é imperativo o tratamento específico pós-exposição, mesmo que as lesões tenham sido superficiais e fora das áreas de maior risco (cabeça, pescoço, mãos e mucosas), além é claro, do curativo da lesão e tratamento profilático do tétano. (LEÃO, 1997). E indispensável manter o animal (cão ou gato) que provocou o acidente sob rigorosa observação, com orientação do profissional de saúde. Segundo Costa (2000, p. 78) “a duração da observação é de 10 dias para cães e gatos. Nunca se 21 deve sacrificar o animal que provocou o acidente. Ocorrendo a morte do animal, a cabeça deve ser encaminhada para exame, em laboratório de referência”. Em 2004, nos Estados Unidos, foi feito o primeiro relato, na literatura internacional, de cura da raiva em paciente que não recebeu vacina. Nesse caso, foi realizado um tratamento baseado na utilização de antivirais e sedação profunda, denominado de Protocolo de Milwaukee. (BRASIL, 2010, p. 338). No Brasil, em 2008 foi realizado na cidade de Recife, PE um tratamento semelhante a este dos EUA em um jovem de 15 anos de idade mordida por um morcego hematófago, tendo como resultados a eliminação viral (clearance viral) e a recuperação clínica (BRASIL, 2010). A primeira cura de raiva humana no Brasil, bem como o sucesso terapêutico da paciente dos Estados Unidos, abriram novas perspectivas para o tratamento desta doença, considerada até então letal. Diante disso, o Ministério da Saúde reuniu especialistas no assunto e elaborou o primeiro protocolo brasileiro de tratamento para raiva humana baseado no protocolo americano de Milwaukee. (BRASIL, 2010). 22 3 TRAJETÓRIA MÉTODOLOGICA Neste tópico está apresentado o cenário do estudo, o delineamento, os participantes, a amostra, a amostragem, a coleta de dados, o pré-teste, a análise dos dados como também os aspectos éticos da pesquisa. 3.1 CENÁRIO DO ESTUDO Baependi é um município localizado na encosta da Serra de Santa Maria, na região sul do Estado de Minas Gerais. De acordo com o censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2011), sua população é de 18 292 habitantes. Atualmente, a economia do município é baseada na agricultura, no comércio, no artesanato, na comercialização de pedras de quartzito e no turismo, já que a beleza natural é o forte da cidade, cercada de montanhas, matas, rios e inúmeras cachoeiras. O artesanato é uma importante atividade econômica em Baependi. As peças feitas em bambu, palha de milho e tronco de cafeeiro são distribuídas em grandes centros urbanos, como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e capitais da Região Nordeste do Brasil. O município faz parte do Circuito das Águas e é servido pelas rodovias federais BR-267, BR-354 e BR-383. O acesso à sede do município é feito pelas rodovias estaduais AMG-1030 e AMG-1045. A cidade de Baependi conta com várias unidades de Saúde, como o Hospital Cônego Monte Raso, a Policlínica Municipal, o Consórcio intermunicipal de saúde e vários postos de saúde, nos bairros rurais e nas periferias da cidade. Em dezembro de 2012 foi inaugurado o Centro de Especialidades Médicas do Consórcio-CIS, em Baependi, MG. Este consórcio é composto pelas cidades de Caxambu, Baependi, Minduri, Conceição do Rio Verde, Cruzília, São Thomé das Letras e Serranos. O atendimento aos pacientes será uma grande conquista para os que necessitam de exames especiais, pois diminuirá a distância das outras cidades como Varginha, Belo Horizonte e São Paulo. A coleta de dados ocorreu no Hospital Cônego Monte Raso. 23 3.1.1 Local do estudo O Hospital Cônego Monte Raso, situado à Rua Antônio Nicoliello, 251, Centro, na cidade de Baependi-MG. É considerado de médio porte, possuindo em média 5 alas e o pronto atendimento, dividas de acordo com as patologias. Possui equipamentos de diagnóstico por imagem, equipamentos de infra-estrutura, equipamentos de odontologia, equipamentos para manutenção da vida,equipamentos por métodos gráficos, equipamentos por métodos ópticos e outros equipamentos, como aparelho de estimulação, aparelho para hemodiálise e forno de Bier. Possui um Pronto Atendimento muito bem equipado, com uma sala de urgência e emergência composta com equipamentos adequados como: respirador, desfibrilador, monitor cardíaco, ECG, KED, oxímetro, bomba de infusão, carrinho de emergência completo. Além disso, possui uma sala de observação feminina adulto, uma masculina adulto, uma pediátrica, uma sala completa de sutura, curativo, uma sala de preparo de medicamentos e um consultório médico. 3.2 DELINEAMENTO DO ESTUDO O presente estudo é de abordagem quantitativa, do tipo epidemiológico, descritivo, de campo e transversal. A pesquisa quantitativa, nas palavras de Rodrigues (2007), permite a quantificação e dimensionamento do universo pesquisado e os resultados são apresentados através de relatórios estatísticos. No entender de Pereira (2007) a pesquisa epidemiológica estuda o comportamento das doenças em uma comunidade, isto é, em que situações elas ocorrem na coletividade, segundo características ligadas à pessoa (quem), ao lugar ou espaço físico (onde) e ao tempo (quando) fornecendo elementos importantes para se decidir que medidas de prevenção e controle estão mais indicadas para o problema em questão e também avaliar se as estratégias adotadas causaram impacto, diminuindo e controlando a ocorrência da doença em estudo. A pesquisa descritiva permite “abordar fenômenos naturais, descrevendo as relações existentes entre as variáveis, sem a preocupação de elucidar as causas 24 que as produzem. Serve para tornar os resultados de pesquisa significativos e interpretáveis”. (POLIT; BECK; HUNGLER, 2004, p. 65). Para Baffi apud Polit, Beck e Hungler (2004, p.73) “a pesquisa de campo é a observação dos fatos tal como ocorrem. Não permite isolar e controlar as variáveis, mas perceber e estudar as relações estabelecidas”. Os estudos transversais descrevem os indivíduos de uma população com relação às suas características pessoais e suas histórias de exposição a fatores causais suspeitos e são observados num mesmo momento histórico. (GIL, 2002 p. 27). 3.3 PARTICIPANTES, AMOSTRA E AMOSTRAGEM Os participantes deste estudo foram representados pelo registro das fichas de investigação de atendimento antirrábico humano do SINAN dos usuários atendidos na Unidade de Pronto Socorro do Hospital Cônego Monte Raso da cidade de Baependi, MG. De acordo com Mandim (2003) amostra é a parcela da população selecionada para se obter um dado relevante. Gil (2002) complementa essa ideia dizendo que essa parcela é definida como um conjunto de elementos que possuem determinadas características em comum. Diante disso, o tamanho da amostra foi de 108 fichas de investigação dos usuários atendidos na Unidade de Pronto Socorro do Hospital em questão no período de janeiro a dezembro de 2011, visto que o número de atendimentos por mês ocorridos é de dez a quinze. Para a seleção da amostra das fichas de investigação de atendimento antirrábico humano do SINAN foram respeitados os critérios de elegibilidade: • Ter sido preenchida com o atendimento realizado no Hospital Cônego Monte Raso da cidade de Baependi, MG; • Ter sido preenchida no período de janeiro a dezembro de 2011; • Ter permissão do diretor técnico para a coleta de dados. Como critérios de inelegibilidade foram excluídas as fichas que contrapõem os critérios de elegibilidade. 25 A amostragem foi intencional, em que são selecionados os participantes pelo critério do pesquisador, baseado no objetivo do estudo e em sua experiência. Sendo assim, não há obtenção de conceitos estatísticos, somente é focado em o que o elemento selecionado possa acrescentar ao estudo (SAMARA, 2002). 3.4 COLETA DE DADOS A coleta de dados se efetivou após a anuência da Carta de autorização para coleta de dados (APÊNDICE A). E, aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz (EEWB) (ANEXO C). 3.4.1 Procedimentos para coleta de dados Para a coleta de dados foram agendadas data e hora com o responsável pelo local onde as fichas de investigação estavam arquivadas, isto é, na Unidade de Saúde - Policlínica da cidade de Baependi. Para o registro das informações destas fichas utilizou-se do instrumento construído pelos pesquisadores (APÊNDICE B). 3.4.2 Instrumento para coleta de dados O instrumento, Apêndice B, foi construído pelos próprios pesquisadores, com perguntas pertinentes ao perfil epidemiológico dos usuários que sofreram acidentes por picadas de cães e gatos atendidos no hospital em questão, utilizando como base a ficha própria de investigação utilizada pelo Ministério da Saúde (ficha de investigação de atendimento antirrábico humano do SINAN). (ANEXO A). Neste instrumento tem informações sobre os dados pessoais dos usuários acidentados, de residência, antecedentes epidemiológicos e o tratamento recebido. 3.5 PRÉ-TESTE O pré-teste é uma fase fundamental da pesquisa, em que a população alvo entra em contato com as questões e possibilitam ao pesquisador verificar ajustes e detecção de incoerências no instrumento de coleta. (WEIDENFEL; TREFFERS, 2005). 26 Foi realizado, neste estudo, um pré-teste em cinco (05) fichas de investigação registrando os dados no instrumento construído. Não houve necessidade de alteração do instrumento. Para Marconi e Lakatos (2010) para a realização do pré-teste é suficiente realizar a mensuração em 5% a 10% do tamanho da amostra e deve ser aplicado em populações com características semelhantes. Durante o pré-teste o pesquisador identifica também o tempo gasto para a aplicação do instrumento. 3.6 ANÁLISE DOS DADOS E APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS Os dados foram inseridos, eletronicamente em um banco de dados construídos pelos próprios pesquisadores, e foram analisados utilizando a estatística descritiva por meio de frequência absoluta e relativa. Na apresentação dos resultados foram utilizados gráficos. 3.7 ASPECTOS ÉTICOS DO ESTUDO O presente estudo esteve de acordo com os preceitos estabelecidos pela Resolução número 196/96, do Conselho Nacional de Saúde (CNS), de 10 de outubro de 1996 (ANEXO B). Incorpora sob a ética do indivíduo e das coletividades os quatro referenciais básicos da bioética: autonomia, não maleficência, beneficência e justiça, entre outros, e visa assegurar os direitos e deveres que dizem respeito à comunidade científica, aos sujeitos da pesquisa e ao Estado (BRASIL, 2011). O anonimato foi respeitado utilizando com identificação da ficha de investigação de atendimento antirrábico humano do SINAN a letra F seguida de numeração arábica conforme a ordem que esta ficha é selecionada. Ex.: Ficha 1 – F1. A pesquisa foi iniciada após a aprovação pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Escola de Enfermagem Wenceslau consubstanciado n.10968 (ANEXO C). Braz, Itajubá, MG com o parecer 27 4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Nesta etapa do trabalho são apresentados, analisados e discutidos os dados que foram obtidos das fichas de atendimentos antirrábico humano do Hospital Cônego Monte Raso, situado à Rua Antônio Nicoliello, 251, Centro, na cidade de Baependi-MG. Para caracterizar os acidentes com as vítimas de cães e gatos, primeiramente traz-se o perfil das vítimas quanto à faixa etária e sexo e, posteriormente, tipo de exposição ao vírus, localização, tipo de ferimento, espécie de animal agressor, condição do animal e tratamento indicado. O Gráfico 1 mostra o número de vítimas de acidentes com cães, gatos e outros nos meses de janeiro a dezembro de 2011, sendo 36% delas do sexo feminino e 64% do sexo masculino. Gráfico 1 – Sexo das vítimas acidentadas por cães, gatos e outros nos meses de janeiro a dezembro de 2011. Baependi(n= 108) Fonte: Dos autores Nota: Dados do instrumento de pesquisa 28 Gráfico 2 – Faixa etária das vítimas de acidentes com cães, gatos e outros nos meses de janeiro a dezembro de 2011. (n=108) Fonte: Dos autores Nota: Dados do instrumento de pesquisa O Gráfico 2 demonstra a distribuição por faixa etária das vítimas nos acidentes. A distribuição foi feita de 0 a 14 anos, de 15 a 49 anos e acima de 50 anos de idade. Houve maior incidência de acidentes com as vítimas entre 15 a 49 anos de idade, perfazendo 45% do total de vítimas acidentadas, seguidas pela faixa etária de 0 a 14 anos que soma 29%. A distribuição acima de 50 anos soma 27% das vítimas de acidentes. O grupo das pessoas entre 50 e 60anos, e o grupo das pessoas entre 0-14 anos apresenta, praticamente, percentual semelhante de vítimas de acidentes. Gráfico 3 - Tipo de exposição ao vírus das vítimas de acidentes com cães, gatos e outros nos meses de janeiro a dezembro de 2011. (n=108) Fonte: Dos autores Nota: Dados do instrumento de pesquisa 29 O tipo de exposição ao vírus ficou assim distribuído: mordedura, contato direto, arranhadura e lambedura, conforme mostra o Gráfico 3. A exposição ao vírus por mordedura foi o maior número de vítimas, somando 84%, seguido de 14% das vítimas por arranhadura e, podendo dizer 3% por lambedura. Não houve vítima por contato direto. Gráfico 4 - Localização das lesões corporais das vítimas de acidentes com cães, gatos e outros nos meses de janeiro a dezembro de 2011. (n=108) Fonte: Dos autores Nota: Dados do instrumento de pesquisa O Gráfico 4 mostra a localização das lesões corporais dos acidentes ocorridos com as vítimas atacadas por cães, gatos e outros. Cerca de 54% das vítimas foram atacadas nas mãos e pés, seguidas de 33% das vítimas atacadas nos membros inferiores e 6% atacadas nos membros superiores. As vítimas atacadas no tronco e na cabeça/ pescoço, somam, praticamente, 8%. Não houve vítimas com ataque na mucosa. Segundo o Instrumento de Coleta de dados Epidemiológicos da Ficha de Atendimento Antirrábico Humano do SINAN, as vítimas atacadas na cabeça e no pescoço foram crianças entre 0 e 6 meses de idade. Em relação ao local do acometimento, geralmente os adultos apresentam lesões nas extremidades, principalmente mãos, já as crianças apresentam mais comumente lesões na cabeça e pescoço. De acordo com Batista et al. (2003, p. 38) “além do trauma físico causado pelas mordidas, deve-se ter a preocupação com as doenças infecciosas, que podem 30 ser transmitidas. Estas podem ser causadas por bactérias, fungos, vírus dentre outros agentes biológicos”. Gráfico 5 – Número de Ferimentos das vítimas de acidentes com cães, gatos e outros nos meses de janeiro a dezembro de 2011. (n=108) Fonte: Dos autores Nota: Dados do instrumento de pesquisa O Gráfico 5 mostra que 71% das vítimas apresentaram ferimento único e 29% delas apresentaram ferimento múltiplo. Não houve vítimas sem ferimento e ferimento ignorado. Gráfico 6 - Tipo de Ferimento das vítimas de acidentes com cães, gatos e outros nos meses de janeiro a dezembro de 2011. (n=108) Fonte: Dos autores Nota: Dados do instrumento de pesquisa 31 Das 108 vítimas que foram atacadas por cães, gatos e outros, 77% sofreram ferimentos do tipo superficial, seguido de 29% com ferimento profundo e cerca de 4% com ferimento dilacerante. As mordeduras são em grande parte causadas por cães, sendo estimado que 80% das ocorrências são de pequenos ferimentos, não havendo necessidade de atendimento de urgência. Gráfico 7 - Tratamento antirrábico anteriormente ao acidente atual das vítimas de acidentes com cães, gatos e outros nos meses de janeiro a dezembro de 2011. (n=108) Fonte: Dos autores Nota: Dados do instrumento de pesquisa Observa-se no Gráfico 7 que 106 vítimas de acidentes não fizeram tratamento antirrábico anteriormente ao acidente atual, totalizando 98%, enquanto um percentual de 2% fez o tratamento anteriormente. Gráfico 8 - Espécie do animal agressor das vítimas de acidentes com cães, gatos e outros nos meses de janeiro a dezembro de 2011. (n=108) Fonte: Dos autores Nota: Dados do instrumento de pesquisa 32 Conforme demonstração no Gráfico 8, a maior incidência de ataque, quanto à espécie do animal agressor é o cão, com um percentual de 87%. Em seguida vem o gato somando 10% e outros, com menor incidência, 3%. Gráfico 9 - Condição do animal agressor das vítimas de acidentes com cães, gatos e outros nos meses de janeiro a dezembro de 2011. (n=108) Fonte: Dos autores Nota: Dados do instrumento de pesquisa O Gráfico 9 demonstra que dentre os 108 casos de agressão, 91 deles o animal se encontra na condição de sadio, o que soma 80%, seguido de 2% suspeito, 13% morto e desaparecido e, apenas 1% se encontra na condição de raivoso. A conduta correta nos casos de mordidas de animais é encaminhar a vítima para um serviço de saúde para receber a orientação específica. Pois, deve-se avaliar: a espécie animal envolvida, as circunstâncias da mordida, o status imunológico do animal e o histórico de zoonoses, principalmente raiva, na região. Gráfico 10 - Tratamento indicado das vítimas de acidentes com cães, gatos e outros nos meses de janeiro a dezembro de 2011. (n=108) Fonte: Dos autores Nota: Dados do instrumento de pesquisa 33 O Gráfico 10 expressa que 66% do tratamento indicado foi observação mais vacina, seguido de 17% somente de vacina igualmente com 17% de observação do animal. Não houve, em nenhum caso dispensa do tratamento e nem pré-exposição. Gráfico 11 - Realização do tratamento indicado pelas vítimas de acidentes com cães, gatos e outros nos meses de janeiro a dezembro de 2011 (n=108) Fonte: Dos autores Nota: Dados do instrumento de pesquisa Quase 100% dos casos de acidentes, ou seja, das 108 vítimas acidentadas, 106 fizeram o tratamento indicado, enquanto somente duas (02) vítimas não fizeram o tratamento. (GRÁFICO 11) A partir dos resultados desta pesquisa, constatamos que, apesar da raiva ser uma zoonose que causa a mortalidade das pessoas em muitas partes do mundo, é passível, como também imprescindível a sua prevenção. De acordo com a Organização Mundial de Saúde “é muito frequente a procura de assistência médica, em especial, nos setores de emergência devido a mordidas de animais”. Apesar da demanda dos atendimentos nos serviços de saúde de todo o Estado de Minas Gerais, o município de Baependi-MG apresenta um número relativamente pequeno de vítimas acidentadas por cães e gatos, segundo as informações contidas nas Ficha de Atendimento Antirrábico Humano do SINAN. Entre as vítimas que são socorridas nas primeiras oito horas, frequentemente não há risco de infecção desde que o atendimento inicial seja adequado. 34 Segundo o Brasil (2002) existem algumas recomendações que devem ser seguidas, a fim de evitar acidentes com animais domésticos: Vacinar todos os animais domésticos anualmente; Ensinar as crianças a não provocar os cães e gatos e a não brincar com cães e gatos desconhecidos; Em caso de dúvidas sobre a contaminação com o vírus da raiva, manter o animal sob observação por dez dias; Se animal apresentar sintomas da raiva, fugir, ou morrer, providenciar, imediatamente, o tratamento antirrábico da vítima. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que a população canina represente, em média, 10 a 20% da população humana. Essa porcentagem varia de município para município. Portanto, torna-se cada vez mais evidente a necessidade dos municípios fazerem o censo animal. A meta a ser atingida pela vacinação de cães e gatos no sistema de campanha é de, no mínimo, 80% da população animal estimada, segundo OMS. O sistema de campanha de vacinação realizada no município de Baependi é de grande valia, uma vez que consegue atingir os objetivos propostos, de quase 90% dos animais vacinados. As campanhas de vacinação no município de Baependi abrange toda área urbana e rural, sendo de grande eficácia, pois conta com maior número de postos móveis para atender os bairros mais distantes. Podemos observar um cuidado na profilaxia e no tratamento completo dos pacientes, que procuram o pronto atendimento do Hospital Cônego Monte Raso de Baependi, fator crucial para assegurar ao paciente a continuidade no tratamento. Pois eles recebem as devidas orientações em relação à vacinação e observação do animal. 35 5 CONCLUSÕES De acordo com os objetivos desta pesquisa, conclui-se que: • A maioria dos acidentes com vítimas agredidas por cães, gatos e outros, atendidos no pronto socorro do Hospital Cônego Monte Raso no município de Baependi-MG, foram do sexo masculino com 64%; • A faixa etária variou de 15 a 49 anos, com 45% dos casos de acidentes. Destes houve a menor incidência na idade acima de 50 anos, com 27%; • Das vítimas que sofreram acidentes, 84% foi por ataque com mordedura. Apenas 3% sofreu agressão por lambedura; • As vítimas que sofreram ataque nas mãos e pés somam 54% do percentual. As vítimas de 0 a 6 meses de idade foram atacadas na cabeça e pescoço; • Das vítimas envolvidas nos acidentes, 71% teve ferimento único e 77% com ferimento superficial. Apenas 4% teve ferimento dilacerante; • Em relação à espécie do animal agressor, o cão soma a maior incidência de ataque, em 87% dos casos ocorridos; • Em 80% dos casos de acidentes o animal encontrava-se em estado sadio; • Em 66% dos casos, foi indicado às vítimas o tratamento por observação mais vacina; • Das vítimas acidentadas, 99% fez o tratamento indicado. 36 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir da realização desta pesquisa constata-se que a raiva é uma encefalite viral grave transmitida por mamíferos. Não existe tratamento específico para a raiva. Após o início dos sintomas, a conduta é sintomática, visando apenas diminuir o sofrimento do paciente. A profilaxia para indivíduos potencialmente infectados pelo vírus deve ser executada rigorosamente, sendo essa a abordagem primária para a raiva. Por essa razão é considerada uma urgência médica, devendo o tratamento ser instituído o mais rápido possível. Para que uma campanha de prevenção seja eficiente deve-se começar pela educação do público em geral, no sentido deste evitar o contacto com animais selvagens e domésticos desconhecidos e em caso de mordedura procurar tratamento imediato. Devem-se conduzir campanhas de vacinação antirrábica em massa (de cães, gatos e animais de quinta), tal como proceder à captura de animais extraviados. Além de que se devem notificar as autoridades competentes quando se suspeitar que algum animal infectado. Quanto às fichas observadas no pronto atendimento de nossa cidade, analisamos que o preenchimento das mesmas foi feito corretamente, tendo sido preenchido todos os campos necessários às informações. Ao final desta pesquisa concluí-se que a unidade de saúde de nossa cidade encontra-se em perfeita condição de atendimento, disponibilizando de profissionais capacitados para atuarem de acordo com a demanda. Em nenhum momento verificamos dificuldades dos profissionais em realizar o encaminhamento dos atendimentos para os setores ambulatoriais. A capacitação é necessária para a maior conscientização da equipe de saúde sobre a infecção humana, possibilitando a indicação adequada e oportuna da profilaxia, evitando que a prevenção da doença seja negligenciada. Para tanto, é fundamental que os profissionais se sintam seguros para avaliar todos os aspectos envolvidos em cada caso: as características do ferimento, o estado de saúde do animal agressor, a possibilidade de observação para cães e gatos, a situação epidemiológica do local de origem do animal para a adequada prescrição do tratamento, enfatizando a necessidade da conclusão do esquema vacinal prescrito. 37 As ações de educação em saúde devem ser desenvolvidas visando à responsabilização dos usuários por sua própria saúde. Essas se baseiam no estímulo à posse responsável de animais; castração e vacinação dos animais domésticos; na informação da população para o reconhecimento da gravidade da exposição às agressões animais, necessidade de atendimento imediato e medidas auxiliares que devem ser seguidas pelas pessoas expostas ou agredidas; e na identificação dos sintomas de um animal suspeito. Além disso, é importante divulgar os serviços de referência existentes; desmistificar o tratamento antirrábico humano e estimular a responsabilidade do paciente no cumprimento do esquema prescrito com vistas a reduzir o abandono e o risco da ocorrência da doença. Conhecer as a procedência do animal agressor, é essencial, pois muitas vezes, depende dela a prescrição do tratamento. Os cães e gatos devem, obrigatoriamente, ser vacinados contra a raiva, mas cabe ao proprietário responsável providenciar também as vacinas próprias de cada espécie, além da administração de vermífugos. O proprietário responsável, portanto, deve criar seus animais em perfeitas condições de saúde e contenção, de tal forma que não sejam causa de qualquer espécie de constrangimento ou riscos a todos em seu convívio social. Como profissionais da saúde, devemos atuar sempre em benefício do paciente e da comunidade como um todo, oferecendo um tratamento de qualidade aos animais, no sentido de vacinações adequadas, conscientização de ação correta dos proprietários dos animais e da população em geral, a unidade de saúde estará contribuindo de forma significativa para eliminar a raiva, que ainda hoje é um grande desafio para todas as unidades sanitárias. 38 REFERÊNCIAS ALMEIDA, G. A. de. Manual de raiva e leptospirose: Belo Horizonte: Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais, 1998. ANDRADE, J.; BRANDÃO, A.P. Contribuição ao conhecimento da epidemiologia da raiva humana. Rio de Janeiro: Vozes, 1961. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Doenças infecciosas e parasitárias. Brasília, DF, 2010. ______. Manual de vigilância epidemiológica de eventos adversos pósvacinação: Brasília, DF, 2008. ______. Fundação Nacional da Saúde. Guia de Vigilância Epidemiológica. 5. ed. Brasília, DF: FUNASA, 2002. COSTA, W. A. Aspectos práticos na prevenção da raiva humana. Jornal de Pediatria, Porto Alegre, v. 75, n. 1, p. 135-148, 1999. COSTA, W. A. da et al. Profilaxia da raiva humana. 2. ed. São Paulo: Instituto Pasteur, 2000. DE MATTOS, C. A.; DE MATTOS, C. C.; RUPPRECHT, C. E. Rhabdoviruses. In: KNIPE, D. M., HOWLEY, P. M. Fields Virology. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins, 2001. ETTINGER, S. J.; FELDMAN, E. C. Tratado de medicina interna veterinária. São Paulo: Manole, 1997. v.1, p. 242-252. GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002. HOSPITAL CÔNEGO MONTE RASO. Nossa história. Baependi, 2011. HUGH-JONES, M. E.; HUBBERT, W. T.; HAGSTAD, H. V. Zoonoses: recognition, control and prevention. USA: University Press, 1995. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTCA (IBGE). @ Cidade, Baependi, 2011 LEÃO, N. Q. (Coord.) Doenças infecciosas e parasitárias: Belém: CEJUP, 1997. cap. 24, p. 378-395. MARCONI, M. de A.; LAKATOS, E. M. Fundamentos de metodologia científica. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010. MUNDIM, A. P. M. Exposição à raiva humana no município de Cuiabá-MT: epidemiologia e avaliação das medidas preventivas. 2005. 108 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Coletiva)-Universidade Federal do Mato Grosso, Cuiabá, 2005. 39 PEREIRA, O. A. C. et al. Revacinação anti rábica humana; II imunização preventiva com poucas doses e o efeito de apenas uma dose de reforço. Revista Macrobiologia, [S.l], 2007. Não paginado. POLIT, D. F.; BECK, C. T.; HUNGLER, B. P. Fundamentos de pesquisa em enfermagem. 5. ed. Porto Alegre: ARTMED, 2004. 40 APÊNDICE A – Carta de autorização para coleta de dados 41 APÊNDICE B - Instrumento de coleta de dados dos atendimentos dos acidentes por cães e gatos Baseado na ficha de atendimento anti-rábico humano do SINAN Codinome:............................... 1ª PARTE - DADOS PESSOAIS 1. Idade .................................................... 2. Sexo ..................................................... 3. Raça: ( ) branca ( ) negra ( ) parda ( ) amarela ( ) ignorado ( ) não registrado 4. Escolaridade: ( ) analfabeto ( ) 1ª a 4ª série incompleta ( ) 4ª série completa ( ) 5ª a 8ª série incompleta ( ) Ensino fundamental completo ( ) Ensino médio incompleto ( ) Ensino médio completo ( ) Ensino Superior incompleto ( ) Ensino Superior completo 5. Município de residência: ................................................. Distrito: ........................ Bairro: .................................. Zona: ( ) urbana ( ) rural ( ) periurbana 2ª PARTE - DADOS DE ANTECEDENTES EPIDEMIOLÓGICOS DO CASO 6. Ocupação: ................................................................................................................ 7. Tipo de exposição ao vírus: ( ) sim ( ) não ( ) ignorado ( ) Contato indireto ( ) Arranhadura ( ) Lambedura ( ) Mordedura ( ) Outro: 8. Localização: ( ) sim ( ) não ( ) desconhecida ( ) Mucosa ( ) Cabeça/Pescoço ( ) Mãos/Pés ( ) Tronco ( ) Membros superiores ( ) Membros inferiores 9. Ferimento: ( ) único ( ) múltiplo ( ) sem ferimento ( ) ignorado Tipo de ferimento: ( ) sim ( ) não ( ) ignorado ( ) Profundo ( ) Superficial ( )Dilacerante 10. Data de exposição: .................................... Fez tratamento antirrábico anteriormente: ( ) sim ( ) não ( ) ignorado. Se houve, quando foi concluído: ( ) até 90 dias ( ) após 90 dias ( ) nº de doses 11. Espécie de animal agressor: ............................................................................... 12. Condições do animal: ( ) Sadio ( ) Suspeito ( ) Raivoso ( ) Morto/desaparecido Animal passível de observação (se for cão ou gato): ( ) sim ( ) não 13. Tratamento indicado: ( ) Pré-exposição ( ) Dispensa do tratamento ( )Observação do animal (se for cão ou gato) ( ) Observação + vacina ( ) Vacina 42 14. Fez o tratamento proposto até o final: ( ) sim ( ) não ( ) Por que? ........................................................................................................................................ ........................................................................................................................................ ........................................................................................................................................ ........................................................................................................................................ OBSERVAÇÕES: ........................................................................................................................................ ........................................................................................................................................ ........................................................................................................................................ ........................................................................................................................................ 43 ANEXO A – Ficha de investigação de atendimento antirrábico humano 44 45 ANEXO B – Folha de Rosto para Pesquisa Envolvendo Seres Humanos 46 ANEXO C – Parecer Consubstanciado N. 95.268/2012 47 48