ESCOLA DE ENFERMAGEM WENCESLAU BRAZ
EDUARDO JOSÉ MACIEL PELÚCIO
REINALDO RIBEIRO MACIEL
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE ACIDENTES POR MORDIDAS DE CÃES, GATOS
E OUTROS
ITAJUBÁ-MG
2013
EDUARDO JOSÉ MACIEL PELÚCIO
REINALDO RIBEIRO MACIEL
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE ACIDENTES POR MORDIDAS DE CÃES, GATOS
E OUTROS: análise documental
Monografia do Curso de Especialização
de
Enfermagem
em
Urgência
e
Emergência e Terapia Intensiva da Escola
de Enfermagem Wenceslau Braz, como
requisito parcial para obtenção do título
de especialista.
Orientadora: Prof.ª M.ª Ana Maria Nassar
Cintra Soane
Coorientador: Prof. M.e Ewerton Naves
Dias
ITAJUBÁ-MG
2013
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Escola de Enfermagem Wenceslau Braz (EEWB)
Bibliotecária - Karina Morais Parreira - CRB /2777
© reprodução autorizada pelos autores, desde que citada a fonte.
C255 Pelúcio, Eduardo José Maciel.
P381p
Perfil epidemiológico de acidentes por mordidas de cães,
gatos e outros : análise documental / Eduardo José Maciel
Pelúcio ; Reinado Ribeiro Maciel. – Itajubá, 2013.
48 f.
Orientadora: Prof.ª M.ª Ana Maria Nassar Cintra Soane.
Monografia (Especialização em Urgência e Emergência
e Terapia Intensiva)-Escola de Enfermagem Wenceslau
Braz - EEWB, Itajubá, 2013.
1. Perfil epidemiológico. 2. Atendimento antirrábico. 3.
Vigilância epidemiológica. I. Maciel, Reinaldo Ribeiro. II.
Título.
NLM: ZWA 105
DEDICATÓRIA
Dedicamos esta pesquisa às nossas famílias, bases de nossa formação como seres
humanos capazes de sentir, sonhar e de sorrir.
AGRADECIMENTOS
’
Primeiramente a Deus pela vida,
’
Aos professores que compartilharam conosco o seu conhecimento,
’
Aos pacientes, que nos oferecem a oportunidade de sermos, a cada dia,
profissionais capazes de agir em consonância com a nossa prática.
“O mundo não será destruído por aqueles
que fazem o mal, mas por aqueles que os
olham e não fazem nada.”
Albert Einstein
RESUMO
A raiva é uma zoonose letal que embora seja uma doença perfeitamente passível de
prevenção, continua sendo uma importante causa de mortalidade humana em
muitas partes do mundo, representando, além disso, um grande desafio para as
autoridades sanitárias. Assim, esta pesquisa de abordagem quantitativa, do tipo
epidemiológico, descritivo, de campo e transversal tem como objetivo identificar o
perfil epidemiológico dos usuários acidentados por mordidas de cães e gatos
atendidos no pronto socorro do Hospital Cônego Monte Raso de Baependi-MG. O
estudo respeitou os preceitos estabelecidos pela Resolução nº 196/96, do Conselho
Nacional de Saúde (CNS) e os dados foram coletados após a aprovação do projeto
pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz
(EEWB) utilizando o registro das fichas de investigação de atendimento antirrábico
humano do SINAN dos usuários atendidos. A amostragem foi intencional. A amostra
constituiu de 108 fichas de investigação dos usuários atendidos no período de
janeiro a dezembro de 2011. Os dados foram analisados utilizando a estatística
descritiva por meio de frequência absoluta e relativa, com a apresentação dos
resultados por meio de gráficos. A maioria dos acidentes as vítimas eram do sexo
masculino (64%); a faixa etária variou de 15 a 49 anos (45%); 84% o ataque foi com
mordedura. Apenas 3% sofreu agressão por lambedura. As vítimas que sofreram
ataque nas mãos e pés somam 54% do percentual. 71% tiveram ferimento único e
77% superficial. Em relação à espécie do animal agressor, o cão foi a maior
incidência (87%) e em 80% dos casos o animal encontrava-se sadio. 66% dos casos
foram indicados às vítimas o tratamento por observação mais vacina e 99% fez o
tratamento indicado. Como profissionais da saúde, devemos continuar atuando
sempre em benefício do paciente e da comunidade como um todo, oferecendo um
tratamento de qualidade aos animais, no sentido de vacinações adequadas,
conscientização de ação correta dos proprietários dos animais e da população em
geral, contribuindo de forma significativa para eliminar a raiva, que ainda hoje é um
grande desafio para todas as unidades sanitárias.
Palavras-chaves:
epidemiológica.
Perfil
epidemiológico.
Atendimento
antirrábico.
Vigilância
ABSTRACT
Rabies is a fatal zoonotic disease that although it is a perfectly preventable disease,
remains a major cause of human mortality in many parts of the world, representing
also a major challenge for health authorities. Thus, this research a quantitative
approach, an epidemiological, descriptive, cross-country and aims to identify the
epidemiological profile of users injured by bites from dogs and cats treated at the
emergency room of the Hospital Canon Mount Champaign Baependi-MG. The study
complied with the principles established by Resolution No. 196/96, the National
Health Council (CNS) and the data were collected after the project was approved by
the Ethics Committee in Research of the School of Nursing Wenceslao Braz (EEWB)
using the log of investigation forms of care anti-rabies human SINAN of users served.
The sample was intentional. The sample consisted of 108 sheets investigation of
patients seen in the period from January to December 2011. Data were analyzed
using descriptive statistics through absolute and relative frequency, with the
presentation of results through graphs. Most accident victims were male (64%), the
age ranged from 15 to 49 years (45%), 84% attack was to bite. Only 3% suffered
aggression by licking. Victims who suffered attack the hands and feet 54% of the
total percentage. 71% were single and 77% wound surface. Regarding the species of
animal abuser, the dog was a higher incidence (87%) and in 80% of cases found to
be healthy animals. 66% of the cases the victims were given treatment by
observation more vaccine and 99% made the indicated treatment. As health
professionals, we must always continue to act for the benefit of the patient and the
community as a whole, providing quality care to the animals, to appropriate
vaccinations, awareness of correct action of the owners of the animals and the
general population, contributing significantly to eliminate anger, which is still a great
challenge for all health units.
Keywords: Epidemiology. Anti-rabies care. Epidemiological.
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Sexo das vítimas acidentadas por cães, gatos e outros nos meses
de janeiro a dezembro de 2011. Baependi-
(n= 108).................................27
Gráfico 2 - Faixa etária das vítimas de acidentes com cães, gatos e outros nos
meses de janeiro a dezembro de 2011.
(n=108)........................................28
Gráfico 3 - Tipo de exposição ao vírus das vítimas de acidentes com cães,
gatos e outros nos meses de janeiro a dezembro de 2011.
(n=108).......28
Gráfico 4 - Localização das lesões corporais das vítimas de acidentes com
cães, gatos e outros nos meses de janeiro a dezembro de 2011. (n=108).......29
Gráfico 5 - Número de Ferimentos das vítimas de acidentes com cães, gatos e
outros nos meses de janeiro a dezembro de 2011.
(n=108) ....................30
Gráfico 6 - Tipo de Ferimento das vítimas de acidentes com cães, gatos e
outros nos meses de janeiro a dezembro de 2011.
(n=108) ....................30
Gráfico 7 - Tratamento antirrábico anteriormente ao acidente atual das vítimas
de acidentes com cães, gatos e outros nos meses de janeiro a dezembro de
2011.
(n=108).................................................................................................31
Gráfico 8 - Espécie do animal agressor das vítimas de acidentes com cães,
gatos e outros nos meses de janeiro a dezembro de 2011.
(n=108).............31
Gráfico 9 - Condição do animal agressor das vítimas de acidentes com cães,
gatos e outros nos meses de janeiro a dezembro de 2011.
(n=108).............32
Gráfico 10 - Tratamento indicado das vítimas de acidentes com cães, gatos e
outros nos meses de janeiro a dezembro de 2011.
(n=108) .............32
Gráfico 11 - Realização do tratamento indicado pelas vítimas de acidentes com
cães, gatos e outros nos meses de janeiro a dezembro de 2011
(n=108).......33
SUMÁRIO
1
INTRODUÇÃO ...............................................................................................12
1.1
JUSTIFICATIVA DO ESTUDO .......................................................................14
1.2
OBJETIVO DO ESTUDO................................................................................17
2
MARCO CONCEITUAL..................................................................................18
2.1
ACIDENTES POR MORDIDAS COM CÃES E GATOS .................................18
3
TRAJETÓRIA MÉTODOLOGICA ..................................................................22
3.1
CENÁRIO DO ESTUDO .................................................................................22
3.1.1 Local do estudo ............................................................................................23
3.2
DELINEAMENTO DO ESTUDO .....................................................................23
3.3
PARTICIPANTES, AMOSTRA E AMOSTRAGEM .........................................24
3.4
COLETA DE DADOS......................................................................................25
3.4.1 Procedimentos para coleta de dados .........................................................25
3.4.2 Instrumento para coleta de dados ..............................................................25
3.5
PRÉ-TESTE ...................................................................................................25
3.6
ANÁLISE DOS DADOS E APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS ..............26
3.7
ASPECTOS ÉTICOS DO ESTUDO................................................................26
4
APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS..............................27
5
CONCLUSÕES ..............................................................................................35
6
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...........................................................................36
REFERÊNCIAS..............................................................................................38
APÊNDICE A - Carta de autorização para coleta de dados ......................40
APÊNDICE B - Instrumento de coleta de dados dos atendimentos dos
acidentes por cães e gatos..........................................................................41
ANEXO A - Ficha de investigação de atendimento antirrábico humano .43
ANEXO B - Folha de Rosto para Pesquisa Envolvendo Seres Humanos
.......................................................................................................................45
ANEXO C - Parecer Consubstanciado N. 95.268/2012 ..............................46
12
1
INTRODUÇÃO
A raiva é uma zoonose letal causada por vírus da família Rhabdoviridae,
gênero Lyssavirus, que pode acometer em todos os mamíferos. (HUGH-JONES et
al., 1995, p. 19).
Embora seja uma doença perfeitamente passível de prevenção, a raiva
continua sendo uma importante causa de mortalidade humana em muitas partes do
mundo, representando, além disso, um grande desafio para as autoridades
sanitárias.
A importância que a raiva assume para a saúde pública reside no fato de se
tratar de uma antropozoonose invariavelmente letal e, no impacto psíquico e
emocional que causa nas pessoas mordidas, mediante o temor de contrair a doença.
De acordo com Mundim (2005) e Schabbach (2004) os acidentes causados
por cães e gatos “constituem um grave problema para a comunidade, para outros
animais e para a saúde pública”, pois, existem os custos relacionados ao tratamento
médico dos acidentes de mordedura por cão, desde infecções localizadas até
cirurgias plásticas de reconstituição. Estes tratamentos consomem recursos públicos
que poderiam ser aplicados em programas de promoção à saúde, atendendo um
número maior de pessoas.
As autoridades de saúde pública têm implantado medidas para o controle da
raiva no Brasil, determinando grande redução dos casos de raiva humana e animal.
Entretanto, não há redução proporcional no número de tratamentos antirrábicos pósexposição em pacientes vítimas de agressões por animais (BRASIL, 2006).
Conforme constatado pelo Ministério da Saúde:
A persistência de casos de raiva em animais faz pensar na falha de
qualidade e eficácia das medidas sanitárias adotadas, uma vez que o
sucesso no controle da Raiva canina depende de uma cobertura vacinal de,
no mínimo, 80%, o que não ocorre tratamento em grande parte dos
municípios brasileiros. As campanhas de vacinação são falhas, pois se não
realizadas de casa em casa, a população de baixa renda nem sempre tem
como transportar o animal até um posto de vacinação, devendo, portanto,
contar com um número maior de postos em bairro mais distantes, inclusive
com a existência de postos móveis. (BRASIL, 2010, p. 43).
Todo cuidado na profilaxia, ou também no tratamento completo quando
indicado, torna-se crucial para assegurar ao paciente continuidade no tratamento,
encaminhando ao posto de saúde onde será acompanhado durante o período da
13
vacinação, ou no período de observação do animal, caso o tratamento seja vacina
mais observação.
Pensando em todo esse histórico, há o interesse em buscar e tentar descobrir
se de fato todos os acidentes estão sendo encaminhados adequadamente,
recebendo tratamento completo e orientados corretamente.
O interesse pelo estudo sobre “acidentes com cães e gatos” surgiu da grande
demanda destes atendimentos em nossos serviços de saúde, no pronto atendimento
de nossa cidade, Baependi - Sul de MG e que observamos que alguns membros da
equipe que fazem atendimento desconhecem a importância do preenchimento
correto e completo da ficha do Sistema de Informação de Agravos de Notificação
(SINAN) visto que, muitos são recém-formados, sem experiência ainda na área,
relatando que esta ficha é muito extensa para ser preenchida e perdem muito tempo
em detrimento a outros atendimentos que precisam realizar.
O crescimento deste tipo de atendimento nos despertou a possibilidade de
realizarmos um levantamento epidemiológico de nossa cidade, além de verificar
como está o preenchimento desta ficha.
Tem-se que contribuir como profissionais de saúde, uma vez que estamos
sempre atuando para beneficiar o paciente, a comunidade e auxiliar a ciência no
desenvolvimento de novas pesquisas, para se conseguir eliminar a raiva, dando um
tratamento de qualidade aos animais, no sentido de vacinações adequadas a estes
animais, conscientização de ação adequada de donos e da população em geral, por
meio de palestras nas escolas e nas Unidades de Saúde, visto que, se verifica que
muitos pacientes, são mais submetidos a tratamento com vacina de soroterapia
antirrábica, por desconhecerem a procedência do animal (cão de rua) ou cão
desconhecido. A própria vítima de acidente desconhece essa importância de
verificar com os vizinhos, no local onde ocorreu a agressão, a procedência do
animal. Fogem do local, na maioria das vezes, haja vista estarem de motos ou haver
muitos animais por perto.
Às vezes, os ferimentos são únicos e superficiais e em locais do corpo não
considerados de gravidade segundo o Ministério da Saúde em seu protocolo de
tratamento e profilaxia para Raiva. (BRASIL, 2010, p. 45)
É relevante levar ao conhecimento dos profissionais de saúde o que vem
ocorrendo neste aspecto, para que participem mais ativamente da situação e
14
possam possibilitar medidas aos municípios adjacentes, evitando que soltem seus
animais (cães e gatos) nos arredores de outras cidades.
Na cidade de Baependi, MG não tem o soro antirrábico, necessita-se de
deslocar até a cidade vizinha para adquiri-lo. Sua distribuição é por região, adotada
pelas secretarias de saúde de abrangência estadual, de acordo a que o município
pertence e a regional que atende este município. Neste caso é a cidade de
Varginha, MG.
Então, quando se conhece a procedência do animal agressor, pode-se
dispensar de tratamentos quando se avalia com seus donos, os hábitos dos cães e
gatos e os cuidados que estes recebem de seus proprietários.
1.1
JUSTIFICATIVA DO ESTUDO
Para definir as necessidades de saúde é preciso considerar os fatores
biológicos, meio físico e fatores ambientais.
A concepção abrangente de saúde assumida na Constituição de 1988,
através da determinação da implantação do SUS, foi um importante passo
para uma mudança significativa no modelo assistencial e na tradução das
necessidades de saúde da população brasileira. Ao suprimir, ainda que
inicialmente em termos discursivos, a existência de um modelo centrado na
doença, deu margem para a construção de um modelo de atenção integral à
saúde, pautada em princípios doutrinários jurídico-legais asseguradores de
práticas de saúde que respondam não às relações de mercado, mas a
direitos humanos. Tal concepção prevê a incorporação de ações de
proteção e recuperação da saúde como referências capazes de suprir as
necessidades de saúde do povo brasileiro (MOTA, 2006, p.229-230).
É de suma importância que as práticas de saúde implantadas atendam às
reais necessidades do indivíduo, garantindo a qualidade de vida.
Na concepção de Mattos apud Brasil (2010, p. 336) a promoção de saúde se
faz por meio de educação, da adoção de estilos de vida saudáveis, do
desenvolvimento de aptidões e capacidades individuais, da produção em ambientes
saudáveis e, também, à eficácia da sociedade em garantir a implantação de políticas
públicas voltadas para a qualidade de vida e de analisar criticamente a realidade
promovendo a transformação positiva dos fatores determinantes da condição de
saúde.
Ressaltando o tema proposto, pode-se dizer que o cão e o gato são os
principais transmissores de doenças em nosso meio. Dentre os fatores que
15
contribuem para o aumento da agressividade animal destacam-se o número elevado
de animais mantidos em residências particulares, a falta de higiene no local onde
vivem, os maus tratos a estes animais, o livre acesso dos mesmos às ruas e às
residências vizinhas.
Segundo Ettinger e Feldman (1997, p. 27) “o comportamento agressivo, assim
como qualquer outra forma de conduta animal, pode ser ensinados ou causados
propositalmente”. A agressão pode ser causada ainda por determinados estímulos
como dor, dominância, alteração hormonal, medo, proteção a alimentos, pessoas e
filhotes.
Dentre os principais tipos de acidentes, as mordeduras causadas por animais,
principalmente por cães, são objeto de grande preocupação devido à possibilidade
de transmissão de zoonoses, como a raiva, de desenvolvimento de infecções
secundárias, de sequelas físicas e psicológicas, entre outras.
As pessoas agredidas por cão ou gato que com certeza, não têm risco de
contrair a infecção rábica, por exemplo, animais que vivem em apartamentos,
exclusivamente e, que não circulam em área com presença de morcegos. Mesmos
os outros animais, não necessariamente os que vivem em apartamentos, mas os
que se conhecem os donos e procedência poderão ser observados por um período
de dez dias, dependendo do local do corpo em que ocorreu a agressão, receberão
ou não a vacinação, não, especificamente, o tratamento com o soro antirrábico, que
pode trazer reações adversas, manifestadas imediata ou tardiamente.
Além deste aspecto, tem-se, também, o modo precário em que as
notificações sobre os acidentes de mordedura de cães e gatos são habitualmente
realizadas quando no decorrer dos atendimentos às vítimas, talvez por
desconhecimento de sua importância, pela equipe de profissionais que atuam no
pronto socorro.
Observando a existência de tais dificuldades no sentido de estabelecer uma
rotina adequada pelos profissionais no encaminhamento deste atendimento para os
setores ambulatoriais, as policlínicas ou postos de saúde onde
receberiam
vacinações ou para iniciar o período de observação conforme solicitado no primeiro
atendimento do pronto socorro, sente a necessidade de buscar procedimentos que
viabilizem um melhor atendimento ao paciente, pois não havendo esse processo
perde-se todo o controle sobre este tratamento e sua continuidade. Nota-se certa
16
dificuldade em geral deste atendimento, desde a prescrição até a idealização do
tratamento em si.
É importante que o profissional da área de saúde adquira conhecimentos que
lhe indiquem a melhor seleção de procedimentos e métodos, que devem ser
dimensionados em função de atendimentos dos pacientes.
Quando o profissional está voltado para uma prática, eficiente e eficaz, está
apto para ser um agente transformador da sociedade, afinal não basta saber fazer, é
preciso saber fazer bem e, somente através de um despertar de consciência, um
refletir ético, podemos instaurar uma prática comprometida.
Pelo fato de sermos profissionais atuantes neste tipo de atendimento e de
estarmos cumprindo uma função dentro dele, nos leva a pensar e tomar consciência
do real significado social, político e humano de nossas atitudes, destacando entre
elas a habilidade de influenciar pessoas para trabalharem entusiasticamente na
busca de objetivos identificados como sendo para o bem comum.
Dessa forma, este estudo é relevante, pois, pretende, ao avaliar o perfil
epidemiológico dos atendimentos dos usuários que sofreram mordidas de cães e
gatos no serviço de pronto-atendimento do Hospital Cônego Monte Raso, Baependi,
MG, fornecer dados sobre esta população e do próprio serviço, permitindo dessa
maneira intervir com a elaboração de estratégias que visem propor melhorias juntos
aos órgãos de saúde, seja nas vacinações dos animais ou nas disponibilizações de
vacinas e soros para tratamento e profilaxia dos casos suspeitos e de maior
gravidade, melhorando, dessa forma, a qualidade da atenção.
Os profissionais envolvidos direta ou indiretamente poderão direcionar a
assistência de maneira adequada, sem negligencias no atendimento e até mesmo
mais humanizado e com isso os usuários perceberão uma atenção diferenciada e de
qualidade.
Cientificamente esta pesquisa poderá despertar o desenvolvimento de novos
estudos sobre esta temática, uma vez que instalada a raiva acarreta óbito em 100%
dos casos, sendo assim, todo cuidado no atendimento e na prevenção torna-se de
crucial importância no atendimento destes acidentes.
Sendo assim, este trabalho tem como questão de investigação: “Qual o perfil
epidemiológico dos atendimentos realizados aos usuários acidentados por mordidas
de cães, gatos e outros atendidos no pronto socorro do Hospital Cônego Monte
Raso de Baependi-MG”?
17
1.2
OBJETIVO DO ESTUDO
Este estudo tem como objetivo:
• Identificar o perfil epidemiológico dos usuários acidentados por mordidas de
cães, gatos e outros atendidos no pronto socorro do Hospital Cônego
Monte Raso de Baependi-MG.
18
2
MARCO CONCEITUAL
Nesta parte do trabalho serão descritos os acidentes com cães e gatos
abrangendo os aspectos epidemiológicos destes acidentes e o tratamento
propriamente dito.
2.1
ACIDENTES POR MORDIDAS COM CÃES E GATOS
A raiva canina foi pela primeira vez descrita por Democritus, em 500 a.C. “A
doença no homem foi denominada hidrofobia, já que os indivíduos acometidos
apresentavam ao mesmo tempo sede e medo de água” (ALMEIDA, 1998, p. 9).
Segundo o mesmo autor, em 1860 a raiva urbana já havia se espalhado por
toda a América e sua ocorrência foi atribuída à grande quantidade de cães vadios.
No século XX foram realizados muitos estudos a respeitos dos morcegos e de
sua importância na epidemiologia da raiva no Brasil. A partir daí foram sendo
elaborados programas de controle e erradicação da doença.
De acordo com o Manual de Norma Técnica do Tratamento Profilático
Antirrábico Humano (2004, p. 65), a raiva:
É uma antropozoonose que afeta os animais mamíferos e o homem. Sua
evolução determina a morte do doente. Dentre os animais que a transmitem
para o homem, cães, gatos e morcegos são os mais importantes na cadeia
epidemiológica da enfermidade. É uma enfermidade infecciosa, causada
pelo vírus do gênero Lyssavirus, família Rhabdoviridae, caracterizada por
sintomas de comprometimento do Sistema Nervoso Central, sob forma de
encefalite ou paralisias.
Apesar de conhecida desde a antiguidade, a raiva continua sendo um
problema de saúde pública nos países em desenvolvimento, especialmente a
transmitida por cães e gatos, em áreas urbanas, mantendo a cadeia de transmissão
animal doméstico/homem.
Segundo o Manual de Norma Técnica de Tratamento Profilático Antirrábico
Humano (2004, p. 16), em Minas Gerais, assim como no Brasil, nos últimos anos, a
raiva humana transmitida por cães e gatos vem sendo reduzida gradativamente, em
decorrência das atividades de vigilância, controle e profilaxia desenvolvidas por
instituições dos governos municipal, estadual e federal.
19
Contudo, houve mudança no perfil epidemiológico da doença, com ocorrência
de casos de raiva humana tendo no morcego a principal espécie transmissora, além
de casos de raiva humana tendo herbívoros envolvidos na transmissão. De acordo
com Almeida (1998, p. 10) “os herbívoros podem transmitir o vírus ao homem,
quando este entra em contato direto, ou seja, principalmente através da pele lesada
das mãos com a saliva do animal infectado”.
Os morcegos podem eliminar o vírus pela saliva, dias ou semanas antes do
aparecimento da doença. O cão e o gato transmitem a doença através da
eliminação do vírus pela saliva de 3 a 5 dias antes dos primeiros sintomas,
o que persiste durante toda a doença do animal. A morte do animal
acontece, em média, de 5 a 7 dias após o início dos sintomas (ALMEIDA,
1998, p. 10).
Não se conhece efetivamente o processo de infecção e eliminação do vírus
nos animais como morcegos e herbívoros, portanto, estes não são animais
observáveis.
O período de incubação é o período entre a penetração do vírus no
organismo e o aparecimento dos primeiros sintomas da doença. É extremamente
variável.
O Ministério da Saúde afirma que o período de incubação:
Ocorre desde dias até anos, com média de 45 dias, no homem, e de 10 dias
a 2 meses, no cão. Em criança, existe tendência para um período de
incubação menor que o do indivíduo adulto. O período de incubação está
intrinsecamente relacionado à localização e gravidade da mordedura,
arranhadura ou lambedura de animais infectados, proximidade de troncos
nervosos e concentração de partículas virais inoculadas. (BRASIL, 2010, p.
337).
O Ministério da Saúde enfatiza que “o morcego é considerado hoje como o
segundo maior transmissor da Raiva Humana no país, ocorrendo aumentos
progressivos do número de agressões a humanos”. (BRASIL, 2010, p. 57).
“As porcentagens de coincidências de casos de Raiva em Herbívoros e Raiva
em Humanos indicam que esses dados podem ser utilizados para determinação de
áreas de risco para Raiva Humana no Brasil” (ALMEIDA, 1998, p. 12).
É de conhecimento geral que o tratamento específico só tem valor como
terapêutica profilática, uma vez que atingindo o Sistema Nervoso Central (SNC) o
vírus rábico é invariavelmente letal, a despeito de qualquer tratamento ministrado.
20
Uma vez instalada a raiva, a evolução é inexoravelmente para a morte. As
medidas terapêuticas inespecíficas são apenas de suporte e visam
basicamente manter vivo o paciente. Tais medidas incluem um
monitoramento ininterrupto do paciente nas 24 horas em regime de
isolamento total, controle horário dos sinais vitais e auxílio respiratório,
desde que o óbito geralmente ocorre por parada respiratória (COSTA, 2000,
p. 72).
Tanto no Homem como nos animais, quando os sintomas se manifestam, não
há cura possível. Este fato justifica que todo o tratamento tenha que ser feito durante
o período de incubação.
No entender de Andrade apud Costa (2000, p. 78):
O tratamento (imunização efetiva pós-exposição) funciona porque o
transporte do vírus ao longo dos nervos periféricos para a espinal-medula e
cérebro demora algumas semanas (longo período de incubação), e a
doença não começa antes que ele aí chegue.
O tratamento específico no Brasil é feito através da vacinação e soroterapia
específica. As orientações para tal é matéria normativa do Ministério da Saúde
através de Portaria ministerial publicada em 29 de junho de 1993.
A vacina contra a raiva, para uso humano, empregada rotineiramente no
Brasil é a vacina Fuenzalida-Palacios, constituída por vírus da raiva
cultivados em cérebros de camundongos recém-nascidos e inativados por
luz ultravioleta ou betapropiolactona, tendo o fenol e o timerosal como
preservativos. Essa vacina contém 2% de tecido nervoso isento de mielina.
A vacina contra a raiva é apresentada sob a forma líquida ou liofilizada em
ampola ou frasco-ampola com uma ou múltiplas doses. O soro contra a
raiva ou soro anti-rábico contém imunoglobulinas específicas extraídas do
plasma de cavalos hiperimunizados com a vacina contra a raiva e é
apresentado sob a forma líquida em ampolas (COSTA, 2000, p. 76).
Havendo indicação, a vacina e o soro contra a raiva podem ser aplicados em
qualquer idade.
Qualquer acidente com animal vadio, especialmente o cão, e animais
silvestres, é imperativo o tratamento específico pós-exposição, mesmo que
as lesões tenham sido superficiais e fora das áreas de maior risco (cabeça,
pescoço, mãos e mucosas), além é claro, do curativo da lesão e tratamento
profilático do tétano. (LEÃO, 1997).
E indispensável manter o animal (cão ou gato) que provocou o acidente sob
rigorosa observação, com orientação do profissional de saúde. Segundo Costa
(2000, p. 78) “a duração da observação é de 10 dias para cães e gatos. Nunca se
21
deve sacrificar o animal que provocou o acidente. Ocorrendo a morte do animal, a
cabeça deve ser encaminhada para exame, em laboratório de referência”.
Em 2004, nos Estados Unidos, foi feito o primeiro relato, na literatura
internacional, de cura da raiva em paciente que não recebeu vacina. Nesse
caso, foi realizado um tratamento baseado na utilização de antivirais e
sedação profunda, denominado de Protocolo de Milwaukee. (BRASIL, 2010,
p. 338).
No Brasil, em 2008 foi realizado na cidade de Recife, PE um tratamento
semelhante a este dos EUA em um jovem de 15 anos de idade mordida por um
morcego hematófago, tendo como resultados a eliminação viral (clearance viral) e a
recuperação clínica (BRASIL, 2010).
A primeira cura de raiva humana no Brasil, bem como o sucesso terapêutico
da paciente dos Estados Unidos, abriram novas perspectivas para o tratamento
desta doença, considerada até então letal. Diante disso, o Ministério da Saúde
reuniu especialistas no assunto e elaborou o primeiro protocolo brasileiro de
tratamento para raiva humana baseado no protocolo americano de Milwaukee.
(BRASIL, 2010).
22
3
TRAJETÓRIA MÉTODOLOGICA
Neste tópico está apresentado o cenário do estudo, o delineamento, os
participantes, a amostra, a amostragem, a coleta de dados, o pré-teste, a análise
dos dados como também os aspectos éticos da pesquisa.
3.1
CENÁRIO DO ESTUDO
Baependi é um município localizado na encosta da Serra de Santa Maria, na
região sul do Estado de Minas Gerais. De acordo com o censo realizado pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2011), sua população é de 18 292
habitantes.
Atualmente, a economia do município é baseada na agricultura, no comércio,
no artesanato, na comercialização de pedras de quartzito e no turismo, já que a
beleza natural é o forte da cidade, cercada de montanhas, matas, rios e inúmeras
cachoeiras. O artesanato é uma importante atividade econômica em Baependi. As
peças feitas em bambu, palha de milho e tronco de cafeeiro são distribuídas em
grandes centros urbanos, como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e capitais
da Região Nordeste do Brasil.
O município faz parte do Circuito das Águas e é servido pelas rodovias
federais BR-267, BR-354 e BR-383. O acesso à sede do município é feito pelas
rodovias estaduais AMG-1030 e AMG-1045.
A cidade de Baependi conta com várias unidades de Saúde, como o Hospital
Cônego Monte Raso, a Policlínica Municipal, o Consórcio intermunicipal de saúde e
vários postos de saúde, nos bairros rurais e nas periferias da cidade.
Em dezembro de 2012 foi inaugurado o Centro de Especialidades Médicas do
Consórcio-CIS, em Baependi, MG. Este consórcio é composto pelas cidades de
Caxambu, Baependi, Minduri, Conceição do Rio Verde, Cruzília, São Thomé das
Letras e Serranos. O atendimento aos pacientes será uma grande conquista para os
que necessitam de exames especiais, pois diminuirá a distância das outras cidades
como Varginha, Belo Horizonte e São Paulo.
A coleta de dados ocorreu no Hospital Cônego Monte Raso.
23
3.1.1 Local do estudo
O Hospital Cônego Monte Raso, situado à Rua Antônio Nicoliello, 251,
Centro, na cidade de Baependi-MG. É considerado de médio porte, possuindo em
média 5 alas e o pronto atendimento, dividas de acordo com as patologias. Possui
equipamentos de diagnóstico por imagem, equipamentos de infra-estrutura,
equipamentos
de
odontologia,
equipamentos
para
manutenção
da
vida,equipamentos por métodos gráficos, equipamentos por métodos ópticos e
outros equipamentos, como aparelho de estimulação, aparelho para hemodiálise e
forno de Bier.
Possui um Pronto Atendimento muito bem equipado, com uma sala de
urgência e emergência composta com equipamentos adequados como: respirador,
desfibrilador, monitor cardíaco, ECG, KED, oxímetro, bomba de infusão, carrinho de
emergência completo. Além disso, possui uma sala de observação feminina adulto,
uma masculina adulto, uma pediátrica, uma sala completa de sutura, curativo, uma
sala de preparo de medicamentos e um consultório médico.
3.2
DELINEAMENTO DO ESTUDO
O presente estudo é de abordagem quantitativa, do tipo epidemiológico,
descritivo, de campo e transversal.
A pesquisa quantitativa, nas palavras de Rodrigues (2007), permite a
quantificação e dimensionamento do universo pesquisado e os resultados são
apresentados através de relatórios estatísticos.
No entender de Pereira (2007) a pesquisa epidemiológica estuda o
comportamento das doenças em uma comunidade, isto é, em que situações elas
ocorrem na coletividade, segundo características ligadas à pessoa (quem), ao lugar
ou espaço físico (onde) e ao tempo (quando) fornecendo elementos importantes
para se decidir que medidas de prevenção e controle estão mais indicadas para o
problema em questão e também avaliar se as estratégias adotadas causaram
impacto, diminuindo e controlando a ocorrência da doença em estudo.
A pesquisa descritiva permite “abordar fenômenos naturais, descrevendo as
relações existentes entre as variáveis, sem a preocupação de elucidar as causas
24
que as produzem. Serve para tornar os resultados de pesquisa significativos e
interpretáveis”. (POLIT; BECK; HUNGLER, 2004, p. 65).
Para Baffi apud Polit, Beck e Hungler (2004, p.73) “a pesquisa de campo é a
observação dos fatos tal como ocorrem. Não permite isolar e controlar as variáveis,
mas perceber e estudar as relações estabelecidas”.
Os estudos transversais descrevem os indivíduos de uma população com
relação às suas características pessoais e suas histórias de exposição a fatores
causais suspeitos e são observados num mesmo momento histórico. (GIL, 2002 p.
27).
3.3
PARTICIPANTES, AMOSTRA E AMOSTRAGEM
Os participantes deste estudo foram representados pelo registro das fichas de
investigação de atendimento antirrábico humano do SINAN dos usuários atendidos
na Unidade de Pronto Socorro do Hospital Cônego Monte Raso da cidade de
Baependi, MG.
De acordo com Mandim (2003) amostra é a parcela da população selecionada
para se obter um dado relevante. Gil (2002) complementa essa ideia dizendo que
essa parcela é definida como um conjunto de elementos que possuem determinadas
características em comum.
Diante disso, o tamanho da amostra foi de 108 fichas de investigação dos
usuários atendidos na Unidade de Pronto Socorro do Hospital em questão no
período de janeiro a dezembro de 2011, visto que o número de atendimentos por
mês ocorridos é de dez a quinze.
Para a seleção da amostra das fichas de investigação de atendimento
antirrábico humano do SINAN foram respeitados os critérios de elegibilidade:
• Ter sido preenchida com o atendimento realizado no Hospital Cônego
Monte Raso da cidade de Baependi, MG;
• Ter sido preenchida no período de janeiro a dezembro de 2011;
• Ter permissão do diretor técnico para a coleta de dados.
Como critérios de inelegibilidade foram excluídas as fichas que contrapõem
os critérios de elegibilidade.
25
A amostragem foi intencional, em que são selecionados os participantes pelo
critério do pesquisador, baseado no objetivo do estudo e em sua experiência. Sendo
assim, não há obtenção de conceitos estatísticos, somente é focado em o que o
elemento selecionado possa acrescentar ao estudo (SAMARA, 2002).
3.4
COLETA DE DADOS
A coleta de dados se efetivou após a anuência da Carta de autorização para
coleta de dados (APÊNDICE A). E, aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa
(CEP) da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz (EEWB) (ANEXO C).
3.4.1 Procedimentos para coleta de dados
Para a coleta de dados foram agendadas data e hora com o responsável pelo
local onde as fichas de investigação estavam arquivadas, isto é, na Unidade de
Saúde - Policlínica da cidade de Baependi. Para o registro das informações destas
fichas utilizou-se do instrumento construído pelos pesquisadores (APÊNDICE B).
3.4.2 Instrumento para coleta de dados
O instrumento, Apêndice B, foi construído pelos próprios pesquisadores, com
perguntas pertinentes ao perfil epidemiológico dos usuários que sofreram acidentes
por picadas de cães e gatos atendidos no hospital em questão, utilizando como base
a ficha própria de investigação utilizada pelo Ministério da Saúde (ficha de
investigação de atendimento antirrábico humano do SINAN). (ANEXO A).
Neste instrumento tem informações sobre os dados pessoais dos usuários
acidentados, de residência, antecedentes epidemiológicos e o tratamento recebido.
3.5
PRÉ-TESTE
O pré-teste é uma fase fundamental da pesquisa, em que a população alvo
entra em contato com as questões e possibilitam ao pesquisador verificar ajustes e
detecção de incoerências no instrumento de coleta. (WEIDENFEL; TREFFERS,
2005).
26
Foi realizado, neste estudo, um pré-teste em cinco (05) fichas de investigação
registrando os dados no instrumento construído. Não houve necessidade de
alteração do instrumento.
Para Marconi e Lakatos (2010) para a realização do pré-teste é suficiente
realizar a mensuração em 5% a 10% do tamanho da amostra e deve ser aplicado
em populações com características semelhantes. Durante o pré-teste o pesquisador
identifica também o tempo gasto para a aplicação do instrumento.
3.6
ANÁLISE DOS DADOS E APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS
Os dados foram inseridos, eletronicamente em um banco de dados
construídos pelos próprios pesquisadores, e foram analisados utilizando a estatística
descritiva por meio de frequência absoluta e relativa. Na apresentação dos
resultados foram utilizados gráficos.
3.7
ASPECTOS ÉTICOS DO ESTUDO
O presente estudo esteve de acordo com os preceitos estabelecidos pela
Resolução número 196/96, do Conselho Nacional de Saúde (CNS), de 10 de
outubro de 1996 (ANEXO B). Incorpora sob a ética do indivíduo e das coletividades
os
quatro
referenciais
básicos
da
bioética:
autonomia,
não
maleficência,
beneficência e justiça, entre outros, e visa assegurar os direitos e deveres que dizem
respeito à comunidade científica, aos sujeitos da pesquisa e ao Estado (BRASIL,
2011).
O anonimato foi respeitado utilizando com identificação da ficha de
investigação de atendimento antirrábico humano do SINAN a letra F seguida de
numeração arábica conforme a ordem que esta ficha é selecionada. Ex.: Ficha 1 –
F1.
A pesquisa foi iniciada após a aprovação pelo Comitê de Ética e Pesquisa da
Escola
de
Enfermagem
Wenceslau
consubstanciado n.10968 (ANEXO C).
Braz,
Itajubá,
MG
com
o
parecer
27
4
APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Nesta etapa do trabalho são apresentados, analisados e discutidos os dados
que foram obtidos das fichas de atendimentos antirrábico humano do Hospital
Cônego Monte Raso, situado à Rua Antônio Nicoliello, 251, Centro, na cidade de
Baependi-MG.
Para caracterizar os acidentes com as vítimas de cães e gatos, primeiramente
traz-se o perfil das vítimas quanto à faixa etária e sexo e, posteriormente, tipo de
exposição ao vírus, localização, tipo de ferimento, espécie de animal agressor,
condição do animal e tratamento indicado.
O Gráfico 1 mostra o número de vítimas de acidentes com cães, gatos e
outros nos meses de janeiro a dezembro de 2011, sendo 36% delas do sexo
feminino e 64% do sexo masculino.
Gráfico 1 – Sexo das vítimas acidentadas por cães, gatos e outros nos meses de janeiro a
dezembro de 2011. Baependi(n= 108)
Fonte: Dos autores
Nota: Dados do instrumento de pesquisa
28
Gráfico 2 – Faixa etária das vítimas de acidentes com cães, gatos e outros nos meses de
janeiro a dezembro de 2011.
(n=108)
Fonte: Dos autores
Nota: Dados do instrumento de pesquisa
O Gráfico 2 demonstra a distribuição por faixa etária das vítimas nos
acidentes. A distribuição foi feita de 0 a 14 anos, de 15 a 49 anos e acima de 50
anos de idade. Houve maior incidência de acidentes com as vítimas entre 15 a 49
anos de idade, perfazendo 45% do total de vítimas acidentadas, seguidas pela faixa
etária de 0 a 14 anos que soma 29%. A distribuição acima de 50 anos soma 27%
das vítimas de acidentes. O grupo das pessoas entre 50 e 60anos, e o grupo das
pessoas entre 0-14 anos apresenta, praticamente, percentual semelhante de vítimas
de acidentes.
Gráfico 3 - Tipo de exposição ao vírus das vítimas de acidentes com cães, gatos e outros nos
meses de janeiro a dezembro de 2011.
(n=108)
Fonte: Dos autores
Nota: Dados do instrumento de pesquisa
29
O tipo de exposição ao vírus ficou assim distribuído: mordedura, contato
direto, arranhadura e lambedura, conforme mostra o Gráfico 3. A exposição ao vírus
por mordedura foi o maior número de vítimas, somando 84%, seguido de 14% das
vítimas por arranhadura e, podendo dizer 3% por lambedura. Não houve vítima por
contato direto.
Gráfico 4 - Localização das lesões corporais das vítimas de acidentes com cães, gatos e
outros nos meses de janeiro a dezembro de 2011.
(n=108)
Fonte: Dos autores
Nota: Dados do instrumento de pesquisa
O Gráfico 4 mostra a localização das lesões corporais dos acidentes ocorridos
com as vítimas atacadas por cães, gatos e outros. Cerca de 54% das vítimas foram
atacadas nas mãos e pés, seguidas de 33% das vítimas atacadas nos membros
inferiores e 6% atacadas nos membros superiores. As vítimas atacadas no tronco e
na cabeça/ pescoço, somam, praticamente, 8%. Não houve vítimas com ataque na
mucosa. Segundo o Instrumento de Coleta de dados Epidemiológicos da Ficha de
Atendimento Antirrábico Humano do SINAN, as vítimas atacadas na cabeça e no
pescoço foram crianças entre 0 e 6 meses de idade.
Em relação ao local do acometimento, geralmente os adultos apresentam
lesões nas extremidades, principalmente mãos, já as crianças apresentam mais
comumente lesões na cabeça e pescoço.
De acordo com Batista et al. (2003, p. 38) “além do trauma físico causado
pelas mordidas, deve-se ter a preocupação com as doenças infecciosas, que podem
30
ser transmitidas. Estas podem ser causadas por bactérias, fungos, vírus dentre
outros agentes biológicos”.
Gráfico 5 – Número de Ferimentos das vítimas de acidentes com cães, gatos e outros nos
meses de janeiro a dezembro de 2011.
(n=108)
Fonte: Dos autores
Nota: Dados do instrumento de pesquisa
O Gráfico 5 mostra que 71% das vítimas apresentaram ferimento único e 29%
delas apresentaram ferimento múltiplo. Não houve vítimas sem ferimento e ferimento
ignorado.
Gráfico 6 - Tipo de Ferimento das vítimas de acidentes com cães, gatos e outros nos meses de
janeiro a dezembro de 2011.
(n=108)
Fonte: Dos autores
Nota: Dados do instrumento de pesquisa
31
Das 108 vítimas que foram atacadas por cães, gatos e outros, 77% sofreram
ferimentos do tipo superficial, seguido de 29% com ferimento profundo e cerca de
4% com ferimento dilacerante.
As mordeduras são em grande parte causadas por cães, sendo estimado que
80% das ocorrências são de pequenos ferimentos, não havendo necessidade de
atendimento de urgência.
Gráfico 7 - Tratamento antirrábico anteriormente ao acidente atual das vítimas de acidentes
com cães, gatos e outros nos meses de janeiro a dezembro de 2011.
(n=108)
Fonte: Dos autores
Nota: Dados do instrumento de pesquisa
Observa-se no Gráfico 7 que 106 vítimas de acidentes não fizeram tratamento
antirrábico anteriormente ao acidente atual, totalizando 98%, enquanto um
percentual de 2% fez o tratamento anteriormente.
Gráfico 8 - Espécie do animal agressor das vítimas de acidentes com cães, gatos e outros nos
meses de janeiro a dezembro de 2011.
(n=108)
Fonte: Dos autores
Nota: Dados do instrumento de pesquisa
32
Conforme demonstração no Gráfico 8, a maior incidência de ataque, quanto à
espécie do animal agressor é o cão, com um percentual de 87%. Em seguida vem o
gato somando 10% e outros, com menor incidência, 3%.
Gráfico 9 - Condição do animal agressor das vítimas de acidentes com cães, gatos e outros
nos meses de janeiro a dezembro de 2011.
(n=108)
Fonte: Dos autores
Nota: Dados do instrumento de pesquisa
O Gráfico 9 demonstra que dentre os 108 casos de agressão, 91 deles o
animal se encontra na condição de sadio, o que soma 80%, seguido de 2% suspeito,
13% morto e desaparecido e, apenas 1% se encontra na condição de raivoso.
A conduta correta nos casos de mordidas de animais é encaminhar a vítima
para um serviço de saúde para receber a orientação específica. Pois, deve-se
avaliar: a espécie animal envolvida, as circunstâncias da mordida, o status
imunológico do animal e o histórico de zoonoses, principalmente raiva, na região.
Gráfico 10 - Tratamento indicado das vítimas de acidentes com cães, gatos e outros nos
meses de janeiro a dezembro de 2011.
(n=108)
Fonte: Dos autores
Nota: Dados do instrumento de pesquisa
33
O Gráfico 10 expressa que 66% do tratamento indicado foi observação mais
vacina, seguido de 17% somente de vacina igualmente com 17% de observação do
animal. Não houve, em nenhum caso dispensa do tratamento e nem pré-exposição.
Gráfico 11 - Realização do tratamento indicado pelas vítimas de acidentes com cães, gatos e
outros nos meses de janeiro a dezembro de 2011
(n=108)
Fonte: Dos autores
Nota: Dados do instrumento de pesquisa
Quase 100% dos casos de acidentes, ou seja, das 108 vítimas acidentadas,
106 fizeram o tratamento indicado, enquanto somente duas (02) vítimas não fizeram
o tratamento. (GRÁFICO 11)
A partir dos resultados desta pesquisa, constatamos que, apesar da raiva ser
uma zoonose que causa a mortalidade das pessoas em muitas partes do mundo, é
passível, como também imprescindível a sua prevenção.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde “é muito frequente a procura
de assistência médica, em especial, nos setores de emergência devido a mordidas
de animais”.
Apesar da demanda dos atendimentos nos serviços de saúde de todo o
Estado de Minas Gerais, o município de Baependi-MG apresenta um número
relativamente pequeno de vítimas acidentadas por cães e gatos, segundo as
informações contidas nas Ficha de Atendimento Antirrábico Humano do SINAN.
Entre as vítimas que são socorridas nas primeiras oito horas, frequentemente
não há risco de infecção desde que o atendimento inicial seja adequado.
34
Segundo o Brasil (2002) existem algumas recomendações que devem ser
seguidas, a fim de evitar acidentes com animais domésticos:
ƒ Vacinar todos os animais domésticos anualmente;
ƒ Ensinar as crianças a não provocar os cães e gatos e a não brincar com
cães e gatos desconhecidos;
ƒ Em caso de dúvidas sobre a contaminação com o vírus da raiva, manter o
animal sob observação por dez dias;
ƒ Se animal apresentar sintomas da raiva, fugir, ou morrer, providenciar,
imediatamente, o tratamento antirrábico da vítima.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que a população canina
represente, em média, 10 a 20% da população humana. Essa porcentagem varia de
município para município. Portanto, torna-se cada vez mais evidente a necessidade
dos municípios fazerem o censo animal.
A meta a ser atingida pela vacinação de cães e gatos no sistema de
campanha é de, no mínimo, 80% da população animal estimada, segundo OMS.
O sistema de campanha de vacinação realizada no município de Baependi é
de grande valia, uma vez que consegue atingir os objetivos propostos, de quase
90% dos animais vacinados.
As campanhas de vacinação no município de Baependi abrange toda área
urbana e rural, sendo de grande eficácia, pois conta com maior número de postos
móveis para atender os bairros mais distantes.
Podemos observar um cuidado na profilaxia e no tratamento completo dos
pacientes, que procuram o pronto atendimento do Hospital Cônego Monte Raso de
Baependi, fator crucial para assegurar ao paciente a continuidade no tratamento.
Pois eles recebem as devidas orientações em relação à vacinação e observação do
animal.
35
5
CONCLUSÕES
De acordo com os objetivos desta pesquisa, conclui-se que:
• A maioria dos acidentes com vítimas agredidas por cães, gatos e outros,
atendidos no pronto socorro do Hospital Cônego Monte Raso no município
de Baependi-MG, foram do sexo masculino com 64%;
• A faixa etária variou de 15 a 49 anos, com 45% dos casos de acidentes.
Destes houve a menor incidência na idade acima de 50 anos, com 27%;
• Das vítimas que sofreram acidentes, 84% foi por ataque com mordedura.
Apenas 3% sofreu agressão por lambedura;
• As vítimas que sofreram ataque nas mãos e pés somam 54% do
percentual. As vítimas de 0 a 6 meses de idade foram atacadas na cabeça
e pescoço;
• Das vítimas envolvidas nos acidentes, 71% teve ferimento único e 77% com
ferimento superficial. Apenas 4% teve ferimento dilacerante;
• Em relação à espécie do animal agressor, o cão soma a maior incidência
de ataque, em 87% dos casos ocorridos;
• Em 80% dos casos de acidentes o animal encontrava-se em estado sadio;
• Em 66% dos casos, foi indicado às vítimas o tratamento por observação
mais vacina;
• Das vítimas acidentadas, 99% fez o tratamento indicado.
36
6
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir da realização desta pesquisa constata-se que a raiva é uma encefalite
viral grave transmitida por mamíferos. Não existe tratamento específico para a raiva.
Após o início dos sintomas, a conduta é sintomática, visando apenas diminuir o
sofrimento do paciente. A profilaxia para indivíduos potencialmente infectados pelo
vírus deve ser executada rigorosamente, sendo essa a abordagem primária para a
raiva. Por essa razão é considerada uma urgência médica, devendo o tratamento
ser instituído o mais rápido possível.
Para que uma campanha de prevenção seja eficiente deve-se começar pela
educação do público em geral, no sentido deste evitar o contacto com animais
selvagens e domésticos desconhecidos e em caso de mordedura procurar
tratamento imediato.
Devem-se conduzir campanhas de vacinação antirrábica em massa (de cães,
gatos e animais de quinta), tal como proceder à captura de animais extraviados.
Além de que se devem notificar as autoridades competentes quando se
suspeitar que algum animal infectado.
Quanto às fichas observadas no pronto atendimento de nossa cidade,
analisamos que o preenchimento das mesmas foi feito corretamente, tendo sido
preenchido todos os campos necessários às informações.
Ao final desta pesquisa concluí-se que a unidade de saúde de nossa cidade
encontra-se em perfeita condição de atendimento, disponibilizando de profissionais
capacitados para atuarem de acordo com a demanda. Em nenhum momento
verificamos dificuldades dos profissionais em realizar o encaminhamento dos
atendimentos para os setores ambulatoriais.
A capacitação é necessária para a maior conscientização da equipe de saúde
sobre a infecção humana, possibilitando a indicação adequada e oportuna da
profilaxia, evitando que a prevenção da doença seja negligenciada.
Para tanto, é fundamental que os profissionais se sintam seguros para avaliar
todos os aspectos envolvidos em cada caso: as características do ferimento, o
estado de saúde do animal agressor, a possibilidade de observação para cães e
gatos, a situação epidemiológica do local de origem do animal para a adequada
prescrição do tratamento, enfatizando a necessidade da conclusão do esquema
vacinal prescrito.
37
As ações de educação em saúde devem ser desenvolvidas visando à
responsabilização dos usuários por sua própria saúde. Essas se baseiam no
estímulo à posse responsável de animais; castração e vacinação dos animais
domésticos; na informação da população para o reconhecimento da gravidade da
exposição às agressões animais, necessidade de atendimento imediato e medidas
auxiliares que devem ser seguidas pelas pessoas expostas ou agredidas; e na
identificação dos sintomas de um animal suspeito.
Além disso, é importante divulgar os serviços de referência existentes;
desmistificar o tratamento antirrábico humano e estimular a responsabilidade do
paciente no cumprimento do esquema prescrito com vistas a reduzir o abandono e o
risco da ocorrência da doença.
Conhecer as a procedência do animal agressor, é essencial, pois muitas
vezes, depende dela a prescrição do tratamento.
Os cães e gatos devem, obrigatoriamente, ser vacinados contra a raiva, mas
cabe ao proprietário responsável providenciar também as vacinas próprias de cada
espécie, além da administração de vermífugos.
O proprietário responsável, portanto, deve criar seus animais em perfeitas
condições de saúde e contenção, de tal forma que não sejam causa de qualquer
espécie de constrangimento ou riscos a todos em seu convívio social.
Como profissionais da saúde, devemos atuar sempre em benefício do
paciente e da comunidade como um todo, oferecendo um tratamento de qualidade
aos animais, no sentido de vacinações adequadas, conscientização de ação correta
dos proprietários dos animais e da população em geral, a unidade de saúde estará
contribuindo de forma significativa para eliminar a raiva, que ainda hoje é um grande
desafio para todas as unidades sanitárias.
38
REFERÊNCIAS
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Estado da Saúde de Minas Gerais, 1998.
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______. Manual de vigilância epidemiológica de eventos adversos pósvacinação: Brasília, DF, 2008.
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Brasília, DF: FUNASA, 2002.
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Pediatria, Porto Alegre, v. 75, n. 1, p. 135-148, 1999.
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KNIPE, D. M., HOWLEY, P. M. Fields Virology. Philadelphia: Lippincott Williams &
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Paulo: Manole, 1997. v.1, p. 242-252.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
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INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTCA (IBGE). @ Cidade,
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LEÃO, N. Q. (Coord.) Doenças infecciosas e parasitárias: Belém: CEJUP, 1997.
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MARCONI, M. de A.; LAKATOS, E. M. Fundamentos de metodologia científica. 7.
ed. São Paulo: Atlas, 2010.
MUNDIM, A. P. M. Exposição à raiva humana no município de Cuiabá-MT:
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(Mestrado em Saúde Coletiva)-Universidade Federal do Mato Grosso, Cuiabá, 2005.
39
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com poucas doses e o efeito de apenas uma dose de reforço. Revista
Macrobiologia, [S.l], 2007. Não paginado.
POLIT, D. F.; BECK, C. T.; HUNGLER, B. P. Fundamentos de pesquisa em
enfermagem. 5. ed. Porto Alegre: ARTMED, 2004.
40
APÊNDICE A – Carta de autorização para coleta de dados
41
APÊNDICE B - Instrumento de coleta de dados dos atendimentos dos
acidentes por cães e gatos
Baseado na ficha de atendimento anti-rábico humano do SINAN
Codinome:...............................
1ª PARTE - DADOS PESSOAIS
1. Idade .................................................... 2. Sexo .....................................................
3. Raça: ( ) branca ( ) negra ( ) parda ( ) amarela ( ) ignorado ( ) não registrado
4. Escolaridade: ( ) analfabeto ( ) 1ª a 4ª série incompleta ( ) 4ª série completa
( ) 5ª a 8ª série incompleta ( ) Ensino fundamental completo ( ) Ensino médio
incompleto ( ) Ensino médio completo ( ) Ensino Superior incompleto ( ) Ensino
Superior completo
5. Município de residência: ................................................. Distrito: ........................
Bairro: .................................. Zona: ( ) urbana ( ) rural ( ) periurbana
2ª PARTE - DADOS DE ANTECEDENTES EPIDEMIOLÓGICOS DO CASO
6. Ocupação: ................................................................................................................
7. Tipo de exposição ao vírus: ( ) sim ( ) não ( ) ignorado
( ) Contato indireto ( ) Arranhadura ( ) Lambedura ( ) Mordedura ( ) Outro:
8. Localização: ( ) sim ( ) não ( ) desconhecida ( ) Mucosa ( ) Cabeça/Pescoço
( ) Mãos/Pés ( ) Tronco ( ) Membros superiores ( ) Membros inferiores
9. Ferimento: ( ) único ( ) múltiplo ( ) sem ferimento ( ) ignorado Tipo de
ferimento: ( ) sim ( ) não ( ) ignorado ( ) Profundo ( ) Superficial ( )Dilacerante
10. Data de exposição: .................................... Fez tratamento antirrábico
anteriormente: ( ) sim ( ) não ( ) ignorado. Se houve, quando foi concluído: ( ) até
90 dias ( ) após 90 dias ( ) nº de doses
11. Espécie de animal agressor: ...............................................................................
12. Condições do animal: ( ) Sadio ( ) Suspeito ( ) Raivoso ( ) Morto/desaparecido
Animal passível de observação (se for cão ou gato): ( ) sim ( ) não
13. Tratamento indicado: ( ) Pré-exposição ( ) Dispensa do tratamento
( )Observação do animal (se for cão ou gato) ( ) Observação + vacina ( ) Vacina
42
14. Fez o tratamento proposto até o final: ( ) sim ( ) não ( ) Por que?
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
OBSERVAÇÕES:
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
43
ANEXO A – Ficha de investigação de atendimento antirrábico humano
44
45
ANEXO B – Folha de Rosto para Pesquisa Envolvendo Seres Humanos
46
ANEXO C – Parecer Consubstanciado N. 95.268/2012
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