ROTEIRO ETAPAS DA ENTREVISTA DE ELEGIBILIDADE 3) Fornecimento de informações básicas sobre o processo • Definição de refugiado: Convenção de 1951, Protocolo de 1967, Declaração de Cartagena, Declaração do Brasil, Lei nº 9474/97. • Direito: confidencialidade. • Obrigações: provar sua identidade, falar a verdade e fornecer provas. a) Apresentou passaporte: Tirar cópia integral do documento e anexar à entrevista. b) Esqueceu passaporte, mas possui: Remarcar a entrevista ou garantir que o solicitante envie a cópia integral posteriormente. c) Entrada irregular: Perguntar ao solicitante se é possível ele conseguir algum documento com familiares em seu país de origem ou seguir o roteiro de perguntar para confirmar a nacionalidade. • Conseqüências de fraude na solicitação de refúgio. 4) Explicar o processo da entrevista • Propósito da entrevista e seu papel como entrevistador. • Necessidade de responder às perguntas e esclarecer contradições. • Fundamental que o solicitante entenda que a entrevista é a sua oportunidade de apresentar o seu caso perante o Estado brasileiro e que os seguintes elementos de sua solicitação devem ser claramente esclarecidos: O solicitante tem um temor de perseguição? É fundado este temor? A perseguição é por algum dos motivos da legislação nacional e internacional? 5) Revisão das informações pessoais básicas 6) Confrontar o solicitante sempre que necessário. • Não implica necessariamente uma atitude crítica. • Manter a confiança. • Registre qualquer discrepância, inconsistência e contradição pendente e que, mesmo confrontado, o solicitante não quis ou não pôde esclarecer. • Utilize o COI. 7) Alternativa de fuga interna / Cláusula de exclusão • Tratar abertamente com o solicitante no momento da entrevista, pois ele tem o direito de saber o que será considerado em seu caso. 8) Encerramento da entrevista • Perguntar se há algo mais a acrescentar. • Pedir para o solicitante atualizar seus contatos, principalmente o e-mail e explicar que ele tomará conhecimento da decisão via e-mail. • Explicar próximas etapas do procedimento. a) Deferimento: documentação e reunião familiar. b) Indeferimento: recurso. • Explicar que ele tem direito a advogado e a apresentar documentos após a entrevista. • Agradecer solicitante e intérprete (quando houver). IMPORTANTE! Se alguma das etapas não tiver sido cumprida ou satisfeita a contento, considerar a possibilidade de INTERROMPER a entrevista e remarcar para outra data. ANTES DA ENTREVISTA 1) Ler todo o processo do solicitante antes da entrevista. • Estudar COI. • Identificar informações em falta, incompletas, contraditórias ou confusas. 2) No caso de auxílio de intérprete, que não seja o oficial do CONARE, instruí-lo antes do início da entrevista sem a presença do solicitante, explicando: • Como será realizada a entrevista; • Que tipo de perguntas; • Processo de DCR; • Terminologia básica; • Código de ética aplicável; • Confidencialidade das informações; • Neutralidade e objetividade: não resumir ou embelezar o que é dito; AMBIENTE DA ENTREVISTA 1) Local neutro, silencioso, oficial. 2) No local, deve conter: • Prisma: nome, órgão da Oficial de Elegibilidade e brasão da república. • Aviso na entrada: ‘Não interrompa’. • Mapa confiável do país de cada solicitante que será entrevistado. • Ficha de país de origem de cada solicitante que será entrevistado. ETAPAS DA ENTREVISTA 1) 2) Apresentação pessoal • Demonstre cortesia e respeito. • Chame o solicitante pelo nome e ajude-o a ficar calmo e confortável. • Apresente-se (nome/cargo) • Assegure-se de portar o seu crachá identificativo do CONARE • Peça desculpas em caso de atraso. • Pergunte se o solicitante está pronto para ser entrevistado. • Lembrar ao solicitante que a entrevista não é um julgamento, mas sim uma oportunidade para discutir e apresentar todos os fatos e acontecimentos relevantes. • Evite mostrar-se crítico, indiferente, compassivo, paternalista, etc. Apresentação do intérprete • Explicar o papel do intérprete. • Verificar se intérprete e solicitante efetivamente se comunicam. • Intérprete fica ao lado do entrevistador: contato visual deve ser sempre com o solicitante e não com o intérprete. • Não satisfeito com a qualidade da tradução? Encerre a entrevista. PREPARAÇÃO ENTREVISTA Capacidade Identidade Competência mental Criança/ PTSD Nome Pais Religião Língua materna Grupo étnico Temor subjetivo Demora para sair do pais Demora para solicitar refugio Indeferimento da solicitação em outros países NEXO CAUSAL Raça Religião Nacionalidade Pertencimento a um grupo social específico Opinião política Grave e Generalizada violação de Direitos Humanos CREDIBILIDADE PROTEÇÃO ESTATAL IFA Confiabilidade dos documentos do solicitante Inconsistências na evidencia do solicitante Inconsistências com o COI Recusa Incapacidade Segura Razoável PROTEÇÃO COMPLEMENTAR EXCLUSÃO O solicitante enfrentaria um risco real de danos graves em razão de pena de morte ou execução? O solicitante enfrentaria um risco real de danos graves em razão de tortura ou tratamento desumano, cruel e degradante? Lei N 9.474. Artigo 3. III- tenham cometido crime contra a paz, crime de guerra, crime contra a humanidade, crime hediondo, participando de atos terroristas ou tráfico de drogas Lei N 9.474. Artigo 3. IV- sejam considerados culpados de atos contrários aos fins e princípios das Nações Unidas. CHECKLIST INTRODUÇÃO ENTREVISTA DCR Apresentar-se (nome e cargo) Pergunte se o solicitante concorda em gravar a entrevista Falar data e local da entrevista; nome e número do protocolo do solicitante Pergunte se o solicitante está pronto para ser entrevistado. Apresentação do intérprete Explicar o papel do intérprete Verificar se intérprete e solicitante efetivamente se comunicam Fornecimento de informações básicas sobre o processo Definição de refugiado: Convenção de 1951, Protocolo de 1967, Declaração de Cartagena, Declaração do Brasil, Lei nº 9474/97 Direito: confidencialidade. Obrigações: provar sua identidade, falar a verdade e fornecer provas. Consequências da fraude Explicar o processo da entrevista Propósito da entrevista. Papel como entrevistador Lembrar ao solicitante que a entrevista é a oportunidade para discutir e apresentar todos os fatos e acontecimentos relevantes para o estudo do seu pedido Os elementos de sua solicitação devem ser claramente esclarecidos: O solicitante tem um temor de perseguição? É fundado este temor? A perseguição é por algum dos motivos da legislação nacional e internacional? Necessidade de responder às perguntas e esclarecer contradições Possível duração da entrevista Possibilidade de solicitar uma pausa Revisão das informações pessoais básicas CHECKLIST DURANTE ENTREVISTA DCR Nome do Solicitante País Motivo da Solicitação Data de entrevista PERSEGUIÇÃO É perseguição ou discriminação? Quais foram os danos que você É perseguição ou persecução penal? sofreu ou teme sofrer se retornar É perseguição, crime ou vingança? para o seu país de origem? AGENTE PERSEGUIDOR Quem é o agente perseguidor? NEXO CAUSAL Por que você teme ser perseguido? PROTEÇÃO ESTATAL Você pode receber proteção estatal? IFA Você poderia se deslocar de maneira segura no seu país de origem? PROTEÇÃO COMPLEMENTAR É o Estado? É um ator não-estatal? Raça Religião Nacionalidade Grupo social Opinião política Grave e Generalizada violação de Direitos Humanos Você buscou proteção das autoridades? Você buscou proteção das autoridades antes de deixar o país? Outras pessoas que você conhece buscaram proteção das autoridades por problemas similares? Você poderia se deslocar de maneira segura e legal até este local? Você poderia viver neste local com segurança? Se a IFA é relevante, é razoável que você solicitante viva nesta localidade? O solicitante enfrentaria um risco real de danos graves em razão de pena de morte ou execução? O solicitante enfrentaria um risco real de danos graves em razão de tortura ou tratamento desumano, cruel e degradante? CHECKLIST ENCERRAMENTO ENTREVISTA DCR Perguntar se há algo mais a acrescentar. Explicar próximas etapas do procedimento. Deferimento: documentação e reunião familiar. Indeferimento: recurso. Explicar que ele tem direito a advogado; Explicar que ele pode apresentar documentos após a entrevista para apoiar o seu caso Pedir para o solicitante atualizar seus contatos, principalmente o e-mail. Explicar que ele tomará conhecimento da decisão via e-mail. Facilitar ao solicitante os contatos do CONARE Perguntar se está satisfeito com a forma em que a entrevista foi realizada Agradecer o(a) solicitante e o(a) intérprete (quando houver) CHECKLIST APÓS ENTREVISTA ASPECTOS QUESTÕES ESPECÍFICAS NOTAS DO OFICIAL Há evidências de perseguição pretérita ou dano grave? COLETAR FATOS MATERIAIS Existe alguma característica pessoal do solicitante que agravar sua vulnerabilidade para ser vítima de perseguição ou sua habilidade para buscar proteção estatal? Qual é a situação de pessoas com o perfil Reúna todas as evidências semelhante? antes de proceder para o próximo item Existe alguma base para exclusão? ANALISE DE CREDIBILIDADE Existem fatores que suscitam dúvidas de credibilidade em seu relato? Caso positivo, foi dada a oportunidade para o solicitante esclarecer os fatos? PERSEGUIÇÃO Quais foram os danos que o solicitante sofreu ou teme sofrer se retornar para o país de origem? PROTEÇÃO ESTATAL Há contradições, inconsistências ou omissões percebidas durante a entrevista centrais na solicitação? Os documentos apresentados pelo solicitante são coerentes com seu relato? Se houver entrevista com outros membros da família, esta é consistente com o relato do solicitante? A pesquisa COI é consistente com o relato do solicitante? O solicitante esclareceu contraditórios ou omissos? os pontos Qual é a natureza da perseguição temida? Quem é o agente perseguidor? É caso de perseguição cumulativa? Se o solicitante foi vítima de perseguição, ele buscou proteção estatal? Se o solicitante foi vítima de perseguição e não buscou proteção estatal, qual é O solicitante pode receber motivo? proteção estatal? Se o solicitante retornar ao seu país de origem, ele acredita que o Estado poderia lhe oferecer proteção? OK Raça NEXO CAUSAL Religião Nacionalidade Por qual fundamento o solicitante teme ser perseguido? IFA O solicitante poderia se deslocar de maneira segura no seu país de origem? PROTEÇÃO COMPLEMENTAR Grupo social Opinião política Grave e Generalizada violações aos Direitos Humanos Se uma IFA foi identificada como relevante, o solicitante poderia se deslocar de maneira segura e legal? Se a IFA é relevante, o solicitante poderia viver neste local com segurança? Se a IFA é relevante, é razoável que o solicitante se estabeleça nesta localidade? O solicitante enfrentaria um risco real de danos graves em razão de pena de morte ou execução? O solicitante enfrentaria um risco real de danos graves em razão de tortura ou tratamento desumano, cruel e degradante?