Escola Estadual de
Educação Profissional - EEEP
Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
Curso Técnico em Agropecuária
Práticas de
Convivência com Semiárido
Governador
Cid Ferreira Gomes
Vice Governador
Domingos Gomes de Aguiar Filho
Secretária da Educação
Maria Izolda Cela de Arruda Coelho
Secretário Adjunto
Maurício Holanda Maia
Secretário Executivo
Antônio Idilvan de Lima Alencar
Assessora Institucional do Gabinete da Seduc
Cristiane Carvalho Holanda
Coordenadora da Educação Profissional – SEDUC
Andréa Araújo Rocha
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
PRÁTICAS DE CONVIVÊNCIA COM O SEMIÁRIDO
Ecologia
O termo ecologia foi utilizado pela primeira vez em meados de 1870 pelo biólogo
alemão Ernst Haeckel, discípulo de Charles Darwin, para designar a ciência das relações
dos organismos com o meio ambiente. A palavra ecologia deriva de duas palavras de
origem grega: olkos, que significa casa, ou em um sentido mais amplo, ambiente, e
logos, que quer dizer ciência ou estudo. Dessa forma, ecologia significa ciência do
ambiente, ou, em uma definição mais completa, pode ser entendida como a ciência que
estuda as relações entre os seres vivos e o ambiente onde vivem.
Atualmente, a designação que tem sido mais utilizada, define a ecologia como sendo a
ciência que estuda os ecossistemas.
Nos dias atuais, a ecologia passou a ser um dos temas de maior destaque nos meios de
informação. Isso se deve em grande parte aos desastres ecológicos que se sucedem não
apenas em nosso país, mas também em vários outros, de tal maneira, que a ecologia
passou a adquirir grande importância prática.
O homem é o ser vivo que mais agride o ambiente em que vive, sendo que até certo
tempo ele acreditava que poderia interferir no meio ambiente da maneira que lhe fosse
mais conveniente. Aos poucos, porém, foi percebendo que o descarte inadequado dos
subprodutos de suas indústrias, o uso indiscriminado de agrotóxicos, e o descuido com
rios, lagos e fontes não só acabava com a vida existente nesses meios, mas também
trazia enormes transtornos a ele próprio, pois uma vez que o homem alterava o meio
onde vivia, a natureza lhe respondia cada vez mais de uma maneira mais ríspida e
rápida.
Sem sombra de dúvida, o homem já fez progressos consideráveis na tentativa de
recuperar os ecossistemas que foram destruídos e de preservar aqueles que poderiam
ser atacados. Um exemplo disso foi o encontro da comunidade científica internacional
em conjunto com políticos em junho de 1992, na cidade do Rio de Janeiro, na
conferência que ficou conhecida como ECO-92, durante a qual foram discutidas
soluções e responsabilidades de problemas que são comuns aos países.
O ponto alto desse encontro foi a elaboração da Carta da Terra. Em contrapartida,
a saída dos Estados Unidos, um dos maiores poluidores do meio ambiente, do Tratado
de Kyoto foi uma prova cabal que não são todos que aprenderam com as respostas da
natureza.
Ecossistema
Um conjunto de seres vivos e o meio onde eles vivem, com todas as interações que estes
organismos mantêm entre si, formam um ecossistema. Qualquer ecossistema apresenta
dois componentes básicos: o componente biótico, que é representado pelos seres vivos,
e o componente abiótico, que é representado pelas condições químicas e físicas do
meio.
Em qualquer ecossistema, os representantes do componente biótico podem ser divididos
em outros dois grupos: os autótrofos e os heterótrofos. O termo autótrofo é usado para
designar os seres fotossintetizantes que conseguem captar a energia luminosa e utilizá-la
para suprir suas necessidades energéticas. Já o termo heterótrofo é usado para
denominar os organismos que necessitam captar, do meio onde vivem, o alimento que
lhes forneça energia e matéria-prima para a sua sobrevivência.
Curso Técnico em Agropecuária – Práticas de Convivência com Semiárido
Página 1
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
Dessa forma, os seres autótrofos são ditos produtores dos ecossistemas, pois são eles
que produzem toda a matéria orgânica e energia que será utilizada como alimento por
outros seres vivos. É por meio deles que toda a energia necessária para a manutenção da
comunidade biótica entra no ecossistema.
Os heterótrofos são os consumidores dos ecossistemas: eles apenas utilizam o alimento
produzido pelos autótrofos para assim sobreviver. Um grupo muito particular de
heterótrofos são os decompositores, pois estes se utilizam de matéria orgânica morta
como fonte de alimentação. Os decompositores são de grande importância, pois é a
partir deles que muitos nutrientes são devolvidos ao meio ambiente, tornando assim
cíclica a permanência desses nutrientes.
Em termos de fatores abióticos, estes podem ser classificados em físicos e químicos,
sendo que temperatura, luminosidade e umidade são exemplos de fatores físicos. Entre
os fatores químicos, pode ser citada a presença de água e de minerais no solo.
Dentre os fatores físicos, a radiação solar é a que ocupa lugar de destaque, pois ela é
quem comanda a maioria dos outros fatores. Dela provém toda a energia necessária
para a sobrevivência dos seres vivos, além de ser ela a responsável pela manutenção
da temperatura no planeta. Essa manutenção da temperatura é fator fundamental na
distribuição dos seres vivos na superfície da Terra. Além disso, a radiação solar também
afeta outros fatores climáticos como umidade relativa do ar e pluviosidade.
Com relação aos fatores químicos, pode-se dizer que a presença ou ausência de um
determinado elemento na água é decisiva para a manutenção da vida em um dado
ambiente. Por exemplo, a presença de fósforo, encontrado na forma de fosfato em
alguns tipos de rochas, é fundamental, pois o fósforo é constituinte importante da
matéria viva.
Outros elementos, como o cálcio, o boro, o carbono, o nitrogênio e o oxigênio, são
essenciais para a manutenção da vida, tanto animal quanto vegetal, sendo que esses
elementos ficam presentes no meio ambiente em uma forma cíclica, ou seja, de alguma
maneira eles são retirados do meio, cumprem o seu papel, seja formar uma proteína ou
um ácido nucléico, como no caso do nitrogênio, seja a de um fosfolipídio no caso do
fósforo, e, de alguma forma, eles devem retornar ao meio para novamente se tornarem
parte do ciclo.
Curso Técnico em Agropecuária – Práticas de Convivência com Semiárido
Página 2
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
SEMIÁRIDO BRASILEIRO
Características da zona semiárida nordestina
Para caracterizar as regiões semiáridas, internacionalmente definiu-se um Índice de
Aridez (IA) com base na razão entre a precipitação e a evapotranspiração potencial
e considerando a água que evaporaria se houvesse água e vegetação o ano todo.
Nas regiões semiáridas do mundo esse índice fica entre 0,21 e 0,50. No semiárido
nordestino, este valor é de 0,35. Mas considerar apenas esse índice pode ser
insuficiente.
Muitos estudiosos levam em conta outros elementos, entre eles: o começo da estação
úmida, que é incerto, e a concentração da precipitação, que chega a 95% durante a
estação chuvosa e é muito variável de um ano para outro.
Outro exemplo ilustrativo para avaliar a oferta de água no semiárido pode ser feito a
partir do volume de água gerado pela pior seca que ocorreu na região. No entanto, o
problema está na distribuição pluviométrica, cuja concentração em apenas dois a quatro
meses no ano, associada aos elevados índices de evaporação tornam ineficientes os
sistemas de armazenamento superficial de água como também sua disponibilidade para
as plantas via solo.
No período úmido, as chuvas apresentam elevada intensidade que associada ao
significativo escorrimento superficial contribuem acentuadamente para reduzir o
aproveitamento da água caída. Essa situação de baixa efetividade da chuva associada
com a reduzida capacidade de armazenamento de água no solo coincide com os meses
mais secos e de temperaturas elevadas. Estas condições determinam a quantidade e o
tipo de vegetação que tem condições de viver nesta zona ambiental.
O semiárido nordestino é um dos mais úmidos do planeta. Na maioria das zonas áridas
de outros países, a precipitação média anual é da ordem de 80 a 250mm. No trópico
semiárido da Bahia, por exemplo, a média de precipitação anual é de 750mm. O total de
chuvas que cai na região semiárida como um todo, equivale a um volume 20 vezes
superior ao da barragem de Sobradinho, que é o maior reservatório de água do Nordeste
brasileiro.
Ao contrário do pensamento generalizado a região semiárida do Brasil não é homogênea
quanto a condições ambientais e apresenta elevada diversidade de unidades
geoambientais. Nas zonas onde não é possível a irrigação encontram-se áreas de vales e
áreas de encosta e topo. Por sua posição topográfica as áreas de vales possuem, em
geral, maior disponibilidade hídrica, e, consequentemente, são os locais preferenciais de
agricultura.
Não obstante limitadas em volume, a flora e a fauna do semiárido são das mais
abundantes quanto a sua diversidade, apresentando múltiplas utilidades tanto para o
homem quanto para os animais. Devido à intensidade da aridez as condições ambientais
são inóspitas para o estabelecimento de espécies sem adaptação. No semiárido os
fatores climáticos são mais marcantes que outros fatores ecológicos, na definição da
cobertura vegetal. Por isso, a vegetação da zona semiárida é composta por espécies
xerófilas, lenhosas, deciduais, em geral espinhosas, com ocorrências de plantas
suculentas e áfilas, de padrão tanto arbóreo quanto arbustivas.
Os recursos hídricos de superfície têm como principais representantes os rios São
Francisco, Parnaíba, Paraguaçu e Contas.
A geologia no ambiente semiárido é bastante variável, porém com predomínio de rochas
cristalinas, seguidas de áreas sedimentares e em menor proporção encontram-se áreas de
cristalino com uma cobertura pouco espessa de sedimentos arenosos ou areno-argilosos.
Curso Técnico em Agropecuária – Práticas de Convivência com Semiárido
Página 3
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
Em consequência da diversidade de material de origem, de relevo e da intensidade de
aridez do clima, verifica-se a ocorrência de diversas classes de solo no semiárido, os
quais se apresentam em grandes extensões de solos jovens e também solos evoluídos e
profundos.
De modo geral, os solos são poucos profundos, apresentam baixa fertilidade natural e
pH normalmente ácido, mas podendo tornar-se alcalino nas áreas calcárias. Estão
sujeitos a erosão devido à intensidade das chuvas torrenciais, baixa permeabilidade e
profundidade efetiva.
Nova delimitação do semiárido brasileiro
A iniciativa do Ministério da Integração Nacional (MI) de propor a criação de um grupo
de trabalho, integrado por instituições do governo federal, com vistas à redelimitar a
área geográfica de abrangência do semiárido brasileiro, decorreu da constatação da
inadequabilidade do critério anteriormente adotado, em vigor desde 1989, que levava em
conta apenas a precipitação média anual dos municípios dessa região.
Com efeito, a Lei Nº 7.827, de 27 de dezembro de 1989, que criou e estabeleceu as
condições de aplicação dos recursos dos Fundos Constitucionais de Financiamento do
Norte (FNO), do Nordeste (FNE) e do Centro-Oeste (FCO), definiu como semiárido: “A
região inserida na área de atuação da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste
(SUDENE), com precipitação pluviométrica média anual igual ou inferior a 800mm
(oitocentos milímetros), definida em portaria daquela Autarquia” (inciso IV do art. 5 do
Capítulo II Dos Beneficiários).
A última atualização dos municípios do semiárido foi feita em 1995, por meio da Portaria
Nº 1.181 da antiga SUDENE. Com a extinção dessa autarquia, em 2001.
Caracterização da área potencial de intervenção no Nordeste e no Ceará
Neste contexto inter-tropical brasileiro, o Nordeste constitui-se como a região que
contem a maior diversidade ambiental. Dentre a área de domínio das feições das
paisagens ou de características morfoclimáticas do país, praticamente todas elas
observam-se na região do nordeste. Há, todavia, um fato singular, que a vasta porção de
sua superfície está sujeita aos efeitos do clima semiárido.
No Semiárido nordestino, de conformidade com Ab’Sáber (1974), fica situado em
posição marginal, relativamente aos ambientes de climas áridos e semiáridos tropicais e
subtropicais do mundo. Afirma ainda que o clima sertanejo do nordeste constitua
exceção quando comparado a outros climas zonais de mesma latitude.
Na região semiárida apenas a temperatura é que se apresenta com uma certa
regularidade, a média são sempre superiores a 20ºC,e amplitude térmicas com
baixíssimos valores, as taxas de evaporação e de evapotranpiração. As precipitações
pluviais por outro lado são bastante variadas. Em geral, as precipitações anuais ficam
entre 400 a 800 mm. O regime de chuva é de grande variação, apresentando ainda uma
extrema irregularidade no tempo e no espaço.
O semiárido brasileiro apresenta ainda sérios problemas do ponto de vista geoambientais e de potencialidade dos recursos naturais dos quais se destacam:
[a]– Extensa área semiárida quente, com baixos índices pluviométricos inferiores a
800mm – concentrados em poucos meses e acentuada irregularidade tempero-espacial
das precipitações pluviométricas;
Curso Técnico em Agropecuária – Práticas de Convivência com Semiárido
Página 4
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
[b]– Altas taxas de evapotranspiração em consequência de coeficientes térmicos
elevados durante todo o ano, juntamente com pequena disponibilidade hídrica para as
plantas;
[c] – Reduzida capacidade retenção de água no solo nas áreas situadas nas depressões
sertanejas e nas demais unidades geo-sistemicas localizadas nas regiões onde predomina
o embasamento cristalino;
[d] – Pequenas proporção e dispersão relativa de feições geo-sistemicas onde ocorram
solos com elevada potencialidade e aptidões favoráveis a seu uso e topografia
compatível a intensidade de exploração racional;
[e] – Proporções reduzidas de áreas com terras simultaneamente favorecidas por
condições edafo-climáticas e apresentando limitações decorrentes de fatores
topográficos ( relevos montanhosos das serras cristalinas;
[f] – Baixo potencial concernente aos aspectos de natureza hidro-energética em função
de elevada malha de drenagem composta de rios intermitentes sazonais.
De conformidade com BERTRAND (1969) as Unidades Geossistêmicas
concebidas, associam diversos ecossistemas aos tipos de suportes naturais. Tais
unidades estabelecidas sintetizam os conhecimentos acumulados no RADAMBRASIL
(1983), IBGE (1985), EMBRAPA (1991) e ICID (1992). A denominação das Unidades
Geossistêmicas obedece a critérios geomorfológicos e de toponímia regional, por serem
de mais fácil percepção e delimitação. Considerou-se ainda, de acordo com
FERNANDES (2006) critérios climáticos e fito-ecológicos – um domínio semiárido
totalmente superposto por uma província fitogeográfica.
Curso Técnico em Agropecuária – Práticas de Convivência com Semiárido
Página 5
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
QUADRO 01. Correspondência entre as Unidades Propostas.
UNIDADES
GEOMORFOLÓGICAS
IBGE - (1985)
UNIDADES
DE PAISAGEM
EMBRAPA – (1991)
GRANDES UNIDADES
GEOSSISTÊMICAS
FUNCEME – (1993)
(a) – Depressão São Francisco
(b) – Depressão Cearense
(c) – Planuras do Baixo São
Francisco
[F] – Depressão Sertaneja
[Q] – Áreas de Dunas
[H] – Superfícies Dissecadas
Diversas
[V] – Serrotes, Inselbergs e
Maciços Residuais
[N] – Grandes Áreas Aluviais
[A] – Chapadas Altas
[B] – Chapadas Intermediarias
e
Baixas
[I] – Bacias Sedimentares
1) – Depressão Sertaneja
[D] – Planalto da Borborema
3) – Planalto da Borborema
4) – Planalto com coberturas
Calcarias
(d) – Cuestas do Meio Norte –
Chapada do Araripe
(e) – Chapadões e Chapadas do
Meio Norte
(f) – Chapadão Oriental do São
Francisco
(g) – Bacia Sedimentar
Tucano-Jatobá
(h) – Superfície Borborema
(i) – Depressão São Francisco
e Centro Norte do
Espinhaço
(j) – Maciço “Inselberg”
(l) – Inselberg e Testemunhos
(m) – Serra do Espinhaço
(n) – Superfície Conquista –
Maracás
(o) – Litoral com Tabuleiros e
Dunas
[J] – Superfície Cársticas
2) – Planaltos
Sedimentares
[S] – Maciços e Serras Altas
[T] – Maciços e Serras Baixas
[C] – Chapada Diamantina
[E] – Superfície Retrabalhadas
5) – Maciços Serranos Residuais
[L] – Tabuleiros Costeiros
7) – Tabuleiros Pré-Litoraneos
e Parte das Planície
Costeira.
6) – Chapada Diamantina e
Encostas do Planalto Baiano
Fonte: FUNCEME (1993)
Depressões Sertaneja – Sertões
Esta unidade geossistêmica constitui a feição geomorfológica mais expressiva e
com ampla distribuição em todos estados nordestinos. Corresponde a uma superfície da
ordem de 415.921,36 km², equivalente a 48,74% da área do semiárido. A depressão
sertaneja representa o maior espaço em comparação com as demais unidades
geossistêmicas consideradas.
A Depressão Sertaneja apresenta-se como uma superfície praticamente continua,
que se expande nos estado do Ceará Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco. Esta
feição ao sul no Estado da Bahia ela sofre uma bifurcação entre os níveis elevados da
Chapada Diamantina e os Planaltos com coberturas Calcárias. Nos estados de Alagoas
e Sergipe ela se estende à leste da Chapada Sedimentares e ao sul da Borborema
ocupando grandes espaços desses estados. Apenas no estado do Piauí a sudoeste dos
Planaltos Sedimentares a depressão se expande perifericamente não há grande
significado territorial da unidade em questão.
Os principais problemas concernentes aos aspectos ambientais dessa unidade são
em primeiro lugar de ordem climática, ou seja: precipitações pluviométricas
concentradas em um curto período do ano e longa estação seca; intensa irregularidade
do regime de chuvas; temperaturas médias anuais bastante elevadas com baixa
amplitude anual; elevadas taxas de evapotranspiração; balanço hídrico deficitário ao
longo da maior parte do ano; grande incidência periódica de “seca verde” ou seca
extrema.
Curso Técnico em Agropecuária – Práticas de Convivência com Semiárido
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
Além do óbice de ordem climática as depressões sertanejas, apresentam grande
ocorrência de solos rasos e pedregosos decorrente da excessiva erosão hídrica motivada
pelas chuvas torrenciais e pela pouca cobertura vegetal proporcionada pela vegetação da
caatinga. Há um baixo potencial de água subterrânea, mas com uma elevada malha de
drenagem composta de rios e riachos intermitentes em bom período do ano.
Planaltos Sedimentares – Chapadas e Chapadões
Esta unidade geossistêmicas apresenta sua superfície de forma descontinua,
abrangendo uma área de 134.060 km² o que corresponde a 15,71% do território do
semiárido. De conformidade com estudos geomorfológico realizado na região, os
planaltos nordestinos são considerados apenas parcialmente em relação ao semiárido,
em face de uma parte significativa desta unidade estrutural se estende por toda a
superfície oeste do estado do Piauí, Maranhão e a região noroeste da Bahia, onde sofrem
a influencia de zonas mais úmidas.
Na região semiárida esta feição geomorfologica, abrange toda porção oriental do
estado do Piauí englobando grandes áreas da bacia sedimentar do Meio Norte. Estão
ainda incluídas no âmbito do semiárido, a bacia Tucano-Jatobá na Bahia e em
Pernambuco e a bacia do Araripe no Ceará e na zona limítrofe com Pernambuco. Vale
ainda ressaltar, a ocorrência de bacias de dimensões reduzidas nos estados do Rio
Grande do Norte e Ceará (formação Ibiapaba).
No que concerne a sua geologia os planaltos sedimentares predomina idades
originadas do Paleo-mesozóico, capeado por arenitos. Quanto sua hipsometria seu
relevos variam de 400 a 800 metros. A pluviometria é mais elevada nos planalto do
Piauí e na Chapada do Araripe onde se observam valores em torno de 600 a 900mm.
Quanto aos recursos hídricos de superfície ,é de baixo potencial, todavia, apresenta uma
compensação pela elevada reserva de água subterrânea. Os solos são profundos e de
baixa fertilidade, predominando as classes de Latossolos e Neossolos Quartzarênico. A
cobertura vegetal predomina as caatingas hipoxerófila e transição Caatinga-Cerrado.
Planalto da Borborema
Este planalto estende-se na parte oriental do semiárido nordestino, situando-se
entre a Zona da Mata e a Depressão Sertaneja, desde o sul do estado do Rio Grande do
Norte até Alagoas. A mais importante extensão desta unidade geomorfológica está
situada no estado da Paraíba e Pernambuco, ocupando uma área de 39.673,31 km²,
correspondendo o equivalente a 4,65% da superfície do Semiárido.
É constituído por um conjunto de estrutura composta de maciços falhados
localizados em embasamento cristalino. Configura-se como uma vasta extensão sobre a
forma “dômica” com altitudes variando entre 600 a 800 metros. Evidencia-se ainda,
uma densa malha fluvial gerando feições dessecadas em colinas, cristas paralelas e
patamares escalonados. Os índices pluviométricos variam de entre 500 a 800mm em
grande parte de suas áreas. O relevo propicia a dispersão da drenagem superficial,
orientada para todas as direções. Apresenta baixa potencialidade de água subterrânea em
Curso Técnico em Agropecuária – Práticas de Convivência com Semiárido
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
consequência de sua geologia. No que diz respeito a sua pedologia, observa-se a
ocorrência de Argissolos medianamente profundos, nas vertentes mais altas ocorrem os
Neossolos Litolicos, nos fundo dos vales e alvéolos prevalecem os Neossolos Flúvicos.
Planaltos com Coberturas Calcárias
Esta feição distribui-se de forma dispersas por toda a área da região. Encontra-se
em maior dimensão na parte central do estado da Bahia, onde a altimetria observada é
superior a 900m. Áreas com características semelhantes, porem com menor proporção
espacial, podem ser registradas na porção norte do estado de Minas Gerais. Na região
mais ao norte do semiárido, encontra-se a bacia potiguar disposta em um nível muito
rebaixado em torno de 100m, onde se situa a Chapada do Apodi na parte noroeste do
Rio Grande do Norte, estendendo-se pelo nordeste do Ceará.
A área do Planalto de Cobertura Calcária compreende uma superfície de
62.868,50 km²,ocupando o equivalente de 7,37% da área total do semiárido. No Estado
da Bahia a pluviometria total anual oscila entre 430 e 690mm. Na Chapada do Apodi,
embora localizada mais próxima do litoral seu regime pluviométrico raramente
ultrapassa a 700 mm. Nesta unidade observa-se ainda a característica típica de
semiaridez, onde se verifica a baixa incidência cursos de água superficiais. A elevada
permeabilidade, condutividade hidráulica e a percolação da água favorecem a existência
de um potencial razoável de água subterrânea. Segundo a EMBRAPA (1991) Na Chapa
de Irecê na Bahia é formado por um vasto platô, com altitude variando de 500 a
800metros. Os solos são Latossolos e Cambissolos profundos com fertilidade natural
variando de média a alta, sendo recoberto por uma cobertura vegetal de caatinga
hiperxerófila. Este padrão de cobertura vegetal reveste da mesma forma a Chapada do
Apodi no Ceará e no Rio Grande do Norte.
Maciços Serranos Residuais
Estas formações tratam de relevos residuais de serras no semiárido nordestino,
sobre um embasamento cristalino distribuídas de forma dispersas pelas depressões
sertanejas e apresentando formas e dimensões bastante variadas. Ocorrem em todo o
nordeste abrangendo uma superfície de 40.375,73 km² equivalente a 4,74% da
superfície global do território do Semiárido.
Os Maciços Residuais ou serras secas em questão, diferem das serras úmidas em
face desta serem formadas em níveis mais elevados em um regime climáticos mais
favoráveis e apresentam uma cobertura como enclaves de matas no contexto ambiental
do semiárido.
Estas feições, correspondem às denominadas “serras secas” de baixas altitudes
posicionadas no interior do continente semiárido, à distancia relativamente longa do
oceano. Estas formações são mais frequentes nos Estados do Ceará, em Pernambuco –
Paraíba e na Bahia. Estas serras no que concernem as suas formas apresentam se
alongadas e estreitas em alguns casos em formas de cristas orientadas pela direção das
estruturas. Os níveis de altimétria giram em torno de 500 a 600 metros destacando um
relevo moderadamente dessecado em colina rasa e cristas de curta extensão. As
pluviometrias nestas feições são semelhante as que ocorrem nas áreas de depressões
sertanejas ou seja, de 600 a 750mm anuais. A temperatura é influenciada pela altitude
contrastando com as regiões de pediplanação do sertão. A rede fluvial é influenciada
pelo embasamento cristalino e sua elevada impermeabilidade.
Curso Técnico em Agropecuária – Práticas de Convivência com Semiárido
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
Os solos em sua em sua maioria são muitos rasos em função da matriz com
predomínio dos Argissolos moderadamente profundo. Nas vertentes e cristas de maior
declividade observa-se a ocorrência Neossolos Litolicos associados com afloramento de
rochas. De um modo geral a cobertura das serras secas são composta por uma caatinga
arbóreo-arbustiva, sendo mais densa onde é menor a ação antrópica.
Chapada Diamantina e Encostas do Planalto Baiano
Compreende parte do centro-meridional do Estado da Bahia, destacando uma
superfície praticamente continua no semiárido, com exceção pelo eventual aparecimento
de áreas úmidas. Esta feição corresponde a uma continuidade da serra do Espinhaço ou
dorsal do planalto brasileiro. A referida área possui um superfície de 129.305,28 km² o
que corresponde a 15,15% da área semiárida nordestina. Além do Estado da Bahia, uma
estreita porção territorial se estende para o Estado de Minas Gerais.
A região da Chapada Diamantina se , relativamente conservada se apresenta com
uma conformação tabular. Sua altitude gira em torno de 1000 metros, representando ao
mais importante divisor de água do centro-sul baiano O sistema de drenagem ocorre de
maneira dispersa parte sendo direcionada para o oeste (bacia do São Francisco) e parte
para leste drenando para o Atlântico. Em sua porção meridional destaca-se o vale do
Jequitinhoa e o prolongamento da Serra do Espinhaço em território mineiro. Em direção
oeste, a unidade em questão contacta com a feição da depressão do São Francisco no
contexto da extensa depressão sertaneja nordestina.
Com relação a pluviometria da área, são geralmente de níveis inferiores a 800
mm. Observa-se ainda, dentro desta unidade geossistêmica valores decrescente de forma
significativa chegando a variar entre 350 e 600 mm. A drenagem superficial é
representa por rios intermitentes e uma baixa potencialidade de água subterrânea. A
distribuição dos solos é uma consequência do relevo, onde nos platôs de topografia
plana os solos são profundos e bem drenados destacando a classe dos Latossolos e a
classe dos Neossolos Quartzarênicos, sendo esta ultima dotada de baixa fertilidade. Nas
partes mais acidentadas do embasamento cristalino verifica-se a predominância dos
Argissolos dotados de fertilidade média a alta distribuídos em de forma associada a
classe de Neossolos Litolicos e afloramento de rocha. A cobertura vegetal dominante é
composta por parte de caatinga hipoxerófila e hiperxerófila.
Tabuleiros Pré-Litorâneos e Parte da Planície Costeira
Esta unidade geossistêmica ocupa de forma quase continua toda a faixa prélitorânea nos Estado do Ceará e Piauí e a parte norte e nordeste do Estado do Rio
Grande do Norte. No outros Estados do Nordeste a partir da parte sul do Rio Grande do
Norte ocorre o inicio do domínio da Mata Atlântica (Zona da Mata), a feição dos
tabuleiros sofre a influência de climas úmidos. Desta maneira, excluem-se da área de
domínio do Semiárido.
Dentre as grandes unidades geossistêmica de acordo FUNCEME/BNB (2005), que
compõem o semiárido nordestino, de conformidade com os estudos realizados, esta
unidade litorânea apresenta a menor extensão territorial de 25.985,15 km² equivalente a
3,04% total da área do semiárido. Nesta unidade, observa-se uma largura irregular com
uma média em torno 45 km, desde alinha da costa até o interior. No Estado do Ceará
Curso Técnico em Agropecuária – Práticas de Convivência com Semiárido
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
onde esta faixa representa uma maior abrangência observa-se o contato com a depressão
sertaneja. Apenas no nordeste do Ceará e no oeste do Rio Grande do Norte ela contacta
com a Chapada do Apodi, pertencente a unidade Geossistêmica dos Planaltos com
Cobertura Calcárias.
QUADRO 02.
Nordeste.
Distribuição das grandes Unidades Geossistêmicas do Semiárido do
Grandes Unidades Geossistêmicas do
Semiárido do Nordeste
Depressões Sertanejas – Sertões
Planaltos Sedimentares – Chapadas e Chapadões
Planalto Borborema
Planalto com Coberturas Calcárias
Maciços Serranos Residuais (Serras Secas)
Chapada Diamantina e Encostas do Planalto
Baiano
Tabuleiro Pré-Litorâneo e Planície Costeira
(parte)
Áreas de Represas e Grandes Açudes
TOTAL DE AREAS
Área Total
em km²
415.921,36
134.060,46
39.673,31
62.868,50
40.375,75
% Em Relação a
Área Total
48,74
15,71
4,65
7.37
4,73
129.305,28
15,15
25.985,15
3,04
5.193,80
853.383,59
0,61
100,00
Fonte: Pesquisa FUNCEME / BNB
QUADRO 03. Distribuição das Áreas Semiáridas e Úmidas / Sub-úmidas por Estados.
Estados da Área do
Semiárido Nordestino
Área Total do
Estado (em km²)
Área Semiárida
(em km²)
Área Úmida/Sub-úmida
Não
inserida
no
semiárida (em km²)
Piauí
Ceará
Rio Grande do
Norte
Paraíba
Pernambuco
Alagoas
Sergipe
Bahia
Norte de M. Gerais
TOTAL DE ÁREA
251.273,30
148.016,00
53.166,60
112.402,03
136.142,17
48.749,12
138.871,27
11.873,83
4.417,48
56.372,00
101.023,40
27.689,10
21.862,60
566.978,50
194.723,80
1.421.105,30
50.536,85
83.046,18
12.427,00
11.736,14
325.882,37
72.461,73
853.383,59
5.835,15
17.977,22
15.262,10
10.126,46
241.096,13
122.262,07
567.722,71
Fonte: Pesquisa FUNCEME / BNB
Curso Técnico em Agropecuária – Práticas de Convivência com Semiárido
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
QUADRO 04. Municípios por Estados Total e /ou parcialmente inseridos no
Semiárido
Estados
Nº Municípios com
Área no Semiárido
Nº Municípios com
Parte no Semiárido
Total de Município
Piauí
Ceará
R.Grande do Norte
Paraíba
Pernambuco
Alagoas
Sergipe
Bahia
Norte de M. Gerais
TOTAL DE ÁREA
36
60
65
86
34
13
09
67
18
388
107
124
96
117
98
38
38
216
90
924
143
184
161
203
132
51
47
283
108
1.312
Fonte: Pesquisa FUNCEME / BNB
De conformidade com a pesquisa realizada, revelou que o Semiárido Brasileiro
compreende a uma superfície da ordem de 853.383,59 km² o que corresponde a 10,02%
do Território Brasileiro. Neste contexto podemos observar:
 A área levantada pelo o estudo apresenta uma configuração diferente daquela
apresentada pelo o Polígono da Secas;
 Pelos os critérios apresentados de define uma delimitação espacial que
extrapolou a superfície configurada pela a isoieta modal de 800 mm.
Para o Estado do Ceará com vistas ao fornecimento de informações para um
aproveitamento racional dos Recursos Naturais, ou para indicação de algumas diretrizes
que conduzam uma adequada política de utilização agrícola. O conhecimento e a
caracterização das formas de relevo terrestre representa um aspecto da natureza, e como
tal, decorre da influencia de numerosos eventos naturais. No Ceará, dentro desta
caracterização são identificadas com certo grau de homogeneidade, as seguintes
unidades geomorfológicas:
QUADRO 05. Unidades Geomorfologica do Ceará
Unidades Geomorfologica
1 – Planície Litorânea
2 – Os Tabuleiros Sub-Litorâneos
3 – A Depressão Sertaneja
4 – A Chapada do Apodi
5 – A Chapada do Araripe
6 – O Planalto da Ibiapaba
7 – Os Maciços Residuais Cristalino
8 – As Cristas e Inselberg
9 – As Planícies Fluviais
10 – TOTAL
Área Ocupada – km²
% Em relação a área
Total
746,00
14.484,00
101.992,00
2.146,00
2.586,00
8.014,00
11.402,00
2.306,00
4.340,00
148.016,00
0,50
9,79
68,91
1,45
1,75
5,41
7,70
1,56
2,93
100,00
Fonte: SOUZA,M.J.N
QUADRO 06. Distribuição da Área semiárida no Estado do Ceará
Curso Técnico em Agropecuária – Práticas de Convivência com Semiárido
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
LOCALIZAÇÃO
MICORREGIÃO MUNICIPIO
Baixo Curu
Baixo Jaguaribe
Barro
Baturité
Brejo Santo
Canindé
Cariri
Caririaçu
Cascavel
Chapada
Araripe
do
Área Total
(km²)
Paracuru
295,25
Paraipaba
312,73
S. G do Amarante
842,06
Alto Santo
1.317,20
Ibicuitinga
378,93
Jaguaruana
743,14
Limoeiro do Norte
767,65
Morada Nova
2.784,38
Palhano
436,90
Quixeré
598,17
Russas
1.607,27
S. J do Jaguaribe
285,58
Tabuleiro doNorte
829,05
Aurora
888,39
Barro
694,76
Mauriti
1.041,08
Acarape
135,87
Aracoiaba
625,33
Aratuba
156,77
Baturité
345,80
Capistrano
186,03
Itapiuna
590,29
Palmacea
150,18
Redenção
239,63
Abaiara
181,85
Brejo Santo
681,37
Jati
346,00
Milagres
617,86
Penaforte
177,33
Canindé
3.191,35
Caridade
788,20
Itatira
737,38
Paramoti
512,49
Barbalha
450,00
Crato
1.112,70
Jardim
498,73
Juazeiro do Norte
234,35
Missão Velha
531,66
Nova Olinda
289,43
Porteiras
189,41
Santana do Cariri
803,05
Altaneira
86,74
Caririaçu
687,56
Farias Brito
474,73
Granjeiro
98,57
Beberibe
1.619,72
Cascavel
816,82
Pidoretama
75,74
Araripe
1.038,08
Assaré
1.122,40
Campos Sales
1.088,46
Potengi
333,08
(Continuação)
ÁREA
Área semiárida
(km²)
88,45
202,62
694,92
1.317,20
378,93
743,14
767,65
2.781,83
430,93
597,39
1.607,27
285,58
827,57
884,51
690,18
1.041,08
128,03
604,67
17,16
165,23
139,25
590,29
29,39
65,41
152,90
635,23
346,00
613,06
172,59
3.103,34
667,08
737,38
512,49
171,67
588,07
352,80
234,35
401,91
248,75
145,42
726,86
86,74
687,56
474,73
98,57
1.248,09
708,78
75,34
1.037,96
1.119,34
1.087,90
333,08
Curso Técnico em Agropecuária – Práticas de Convivência com Semiárido
% Inserido
no
Semiárido
29,96
64,79
82,53
100,00
100,00
100,00
100,00
99,91
98,63
99,87
100,00
100,00
99,82
99,56
99,34
100,00
94,23
96,70
10,95
47,78
74,85
100,00
19,57
27,30
84,08
93,23
100,00
99,22
97,33
97,24
84,63
100,00
100,00
38,15
52,85
70,74
100,00
75,60
85,95
76,78
90,51
100,00
100,00
100,00
100,00
77,06
86,77
100,00
99,99
99,73
99,95
100,00
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
Chorozinho
Coreaú
Fortaleza
Ibiapaba
Iguatu
Ipu
Itapipoca
Lavras
da
Mangabeira
Litoral deAracati
Litoral de
Camocim e
Acaraú
Salitre
Barreira
Chorozinho
Ocara
Coreaú
Frecheirinha
Moraujo
Uruoca
Aquiraz
Caucaia
Eusébio
Fortaleza
Guaiubá
Itaitinga
Maracanau
Maranguape
Pacatuba
Carnaubal
Croatá
Guaraciaba
Ibiapina
São Benedito
Tianguá
Ubajara
Viçosa do Ceará
Cedro
Icó
Iguatu
Orós
Quixeló
Ipu
Ipueiras
Pires Ferreira
Poranga
Reriutaba
Varjota
Amontada
Itapipoca
Trairi
Baixio
Ipaumirim
Lavras da Mg.
Umari
Aracati
Fortim
Icapui
Itaiçaba
Acarau
Barroquinha
Bela Cruz
Camocim
Chaval
Cruz
Granja
Itarema
Jericoacoara
(Continuação)
794,09
227,33
306,91
771,82
811,39
136,85
468,88
684,08
480,65
1.190,35
77,67
312,38
270,10
154,58
98,12
651,91
137,34
290,92
381,04
534,72
366,52
299,74
644,67
289,21
1.296,23
675,90
1.928.45
1.038,11
596,12
552,09
633,19
1.126,79
246,46
246,35
364,39
221,66
1.186,36
1.574,94
939,07
141,17
285,02
989,09
264,44
1.270,46
278,43
427,56
239,15
835,44
366,26
842,52
1.152,35
246,80
327,64
2.693,04
735,11
195,07
794,09
223,45
306,91
767,50
776,76
106,97
468,88
683,25
316,17
981,13
68,41
186,44
204,38
150,55
91,19
462,95
117,39
285,76
381,04
421,64
271,69
201,56
373,77
171,86
782,69
675,90
1.928.45
901,23
502,89
551,32
449,28
1.126,79
199,62
242,81
240,69
219,87
1.018,40
1.290,01
585,20
136,62
279,41
985,12
264,44
1.270,46
220,96
427,56
237,44
580,13
197,43
837,06
964,88
235,14
226,87
2.424,45
522,17
109,06
Curso Técnico em Agropecuária – Práticas de Convivência com Semiárido
100,00
98,29
100,00
99,44
95,73
78,16
100,0
99,88
65,78
82,42
88,08
59,68
75,67
97,39
92,94
71,02
85,47
98,23
100,00
78,85
74,13
67,25
57,98
59,43
60,38
100,00
100,00
86,81
84,35
99,86
70,95
100,00
81,00
98,57
66,05
99,19
85,84
81,91
62,32
96,78
98,,03
99,60
100,00
100,00
79,36
100,00
99,29
69,44
53,90
99,35
83,73
95,28
69,24
90,03
71,03
55,91
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
Médio Curu
Médio Jaguaribe
Meruoca
Pacajus
Santa Quiteria
Serra do Pereiro
Sertão de Crateús
Sertão do
Inhamuns
Sertão do
Quixeramobim
Sertão de
Senador Pompeu
Sobral
Marco
Martinópolis
Morrinhos
Apuiares
Gel .Sampaio
Pentecoste
S.Luis do Curu
Tejuçuoca
Jaguaretama
Jaguaribara
Jaguaribe
Alcantara
Meruoca
Horizonte
Pacajus
Catunda
Hidrolândia
Santa Quiteria
Ereré
Iracema
Pereiro
Potiretama
Ararendá
Crateús
Independência
Ipaporanga
Mons. Tabosa
Nova Russas
Novo Oriente
Quiterianópolis
Tamboril
Aiuaba
Arneiroz
Catarina
Parambu
Saboeiro
Tauá
Banabuiu
Boa Viagem
Choró
Ibaretama
Quixadá
Quixeramobim
Acopiara
Dep. Ir. Pinheiro
Milhã
Mombaça
Pedra Branca
Piquet Carneiro
Senador Pompeu
Solonópole
Cariré
Forquilha
Graça
Groairas
Irauçuba
581,21
264,57
402,46
566,81
184,06
1.346,01
125,11
800,96
1.862,70
592,97
1.814,46
134,30
154,73
191,00
240,86
804,07
974,49
4.251,82
321,61
766,63
421,31
493,07
353,19
2.787,43
3.183,23
643,58
873,83
738,12
928,13
1.064,73
2.037,67
2.460,97
937,89
579,58
2.429,58
1.348,36
3.940,28
1.220,16
2.725,61
789,24
818,73
2.050,67
3.260,80
2.286,30
507,39
522,95
2.104,94
1.284,63
577,61
1.039,35
1.433,90
708,08
546,01
260,43
155,39
1.378,80
579,70
264,57
398,17
566,81
183,10
1.342,45
125,11
763,86
1.862,70
588,08
1.814,46
119,34
10,51
191,00
235,68
800,74
974,49
4.251,82
321,61
762,21
421,31
493,07
352,12
2.783,69
3.183,23
638,78
873,83
738,12
925,37
1.064,73
2.037,67
2.457,48
937,89
579,58
2.427,05
1.342,60
3.939,58
1.220,16
2.725,61
789,24
818,73
2.050,67
3.260,80
2.280,36
502,96
517,31
2.104,62
1.280,08
577,61
1.039,35
1.433,90
703,00
546,01
99,12
153,44
1.294,56
(Continuação)
Curso Técnico em Agropecuária – Práticas de Convivência com Semiárido
99,74
100,00
98,93
100,00
99,48
99,74
100,00
95,37
100,00
99,18
100,00
88,86
6,79
100,00
97,85
99,59
100,00
100,00
100,00
99,42
100,00
100,00
99,70
99,87
100,00
99,25
100,00
100,00
99,70
100,00
100,00
99,86
100,00
100,00
99,90
99,57
99,98
100,00
100,00
100,00
100,00
100,00
100,00
99,74
99,13
98,92
99,98
99,65
100,00
100,00
100,00
99,28
100,00
38,10
98,75
93,89
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
Massapé
Miraima
Mucambo
Pacujá
Santana do Acarau
Senador Sá
Sobral
Uruburetama
Itapajé
Tururu
Umirim
Uruburetama
Várzea Alegre
Antonina do Norte
Cariús
Jucás
Tarrafas
Várzea Alegre
TOTAL
Fonte: Dados de Pesquisa BNB/FUNCEME
531,08
762,69
239,15
65,50
1.013,25
429,33
2.119,66
397,28
202,30
319,86
124,88
249,74
1.051,35
936,61
449,20
807,77
145.40639
437,45
708,66
169,16
65,50
1.013,25
427,91
2.079,25
84,26
199,82
294,88
32;28
249,74
1.051,12
936,61
444,45
801,78
136,142,17
Notas: * Área total dos Municípios inseridos no semi-árido – 145.406,39 km²
Área total do Estado - 148.016,00 km²
Percentual em relação à Área Total do Estado – 91,98 %
Curso Técnico em Agropecuária – Práticas de Convivência com Semiárido
82,37
92,92
70,74
100,00
100,00
99,67
98,09
21,21
98,78
92,10
25,85
100,00
99,98
100,00
98,94
99,26
-
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
PRÁTICAS E TÉCNICAS DE CONSERVAÇÃO E CONVIVÊNCIA NO
SEMIÁRIDO
Mata Ciliar
Consiste na revitalização do ambiente, caracterizado pela grande heterogeneidade
de condições ecológicas que atua na seletividade das espécies arbustivas e arbóreas. No
semiárido esta vegetação riparia tem sofrido uma ação do homem de forma intensa. O
regime de cheias dos rios e de oscilações do freático exerce importante influência sobre
o encharcamento do solo, afetando diretamente a vegetação, definindo as espécies que
ocorrem em condições mais úmidas e as que são encontradas apenas nas áreas secas. O
regime de inundação atua também no transporte de serrapilheira, e consequentemente na
fertilidade de solo e na dispersão de sementes, variando de intensidade à medida que se
afasta da margem do curso d água. Como os rios e riachos presentes em nossa região, a
vegetação é influenciada ainda pelo clima, topografia e pela e pela formação florestal
em que está inserida. Desta forma, uma grande heterogeneidade fisionômica florística e
estrutural é encontrada nas matas ciliares.
Uma das situações mais comum, observada na prática, onde o rio é delimitado por
um dique, sujeito a inundações temporárias. As áreas adjacentes ao dique e aquelas mais
baixas são encharcadas permanentemente Nestas condições de ambiência, ocorre uma
seletividade de espécies com capacidade de sobreviver por períodos variados de
inundação e adaptadas a uma umidade maior do solo.
Determinadas espécies são peculiares destes ambientes, ou seja, só ocorrem em
solos muito encharcados. À medida que se afasta do curso d água e o terreno começam
a apresentar declividade, torna-se menor a influência do regime de inundação na
definição da vegetação, ou seja, há um gradiente de vegetação em resposta ao regime do
lençol freático e das inundações do solo. Portanto, a topografia é também um fator
determinante na influência da umidade do solo a vegetação. Mesmo na inundação
periódica e naquelas caracterizadas pelo encharcamento permanente do solo, como as
matas de brejos, à medida em que se afasta do rio, a vegetação torna-se menos adaptada
à umidade do solo.
Via de regra, recomenda-se adotar os seguintes critérios básicos na seleção de
espécies para recuperação de Matas Ciliares:
 Plantar espécies nativas com ocorrência em matas ciliares da região;
 Plantar o maior número possível de espécies para gerar alta diversidade;
 Utilizar combinação de espécies pioneiras de rápido crescimento junto com
espécies não pioneiras (secundarias tardias e climáticas);
 Plantar espécies atrativas à fauna;
Curso Técnico em Agropecuária – Práticas de Convivência com Semiárido
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
 Respeitar a tolerância das espécies à umidade do solo, isto é plantar espécies
adaptadas a cada condição de umidade do solo.
Na escolha de espécies a serem plantadas em áreas ciliares é imprescindível levar
em consideração a variação de umidade do solo nas margens dos cursos d águas. Além
das espécies frutíferas as áreas ribeirinhas dos riachos e rios, nos solos aluviais, poderão
ser florestadas racionalmente, com inúmeras espécies florestais de grande valor como:
Pau d’arco, Angico, Umburana, Cedro, Jatobá, Pau Branco, Sabonete, Aroeira e
Angelim respeitando contudo a faixa da mata ciliar que não deverá ser objeto de
exploração.
Fonte: João Bosco de Oliveira – PRODHA Foto – Mata Ciliar
Nas regiões semiáridas, as matas ciliares podem ser classificadas em quatro
categorias. Na primeira, enquadram-se as que formam galerias propriamente ditas,
ladeando riachos e rios muito estreitos. Na segunda, as matas dos grandes e largos rios.
Na terceira as dos reservatórios, cuja oscilação do nível das águas é função da recarga
dos mesmos. Na quarta, as matas ciliares dos lagos naturais pouco variável.
Segundo BASTOS TIGRE (1964), não são muitas as espécies botânicas,
incluindo árvores e arbustos, que possam beneficiar as matas ciliares, atendendo as
exigências alimentares dos animais silvestres com seus produtos: frutos e folhas
forrageiras. Entretanto não será difícil encontrar nas matas existente no Nordeste,
espécies frondosas que oferecendo abundante sombra, possam ser introduzidas nas
matas ciliares para enriquecê-las com mencionados recursos.
Entre as poucas espécies de arvores e arbustos que podem enriquecer as matas
ciliares serão citadas as seguintes:
ALMÉCEGA – Protium sp., Da família Burseráceas, árvore frondosa com frutos
comestíveis.
ARATICUM – Arona sp., Da família das Anonáceas, nome que engloba diversas
variedades, não
especificadas.
ARAÇA – Psidium sp., Da família das Mirtáceas, arbusto de baga redonda comestível.
CAMBUCA – Rubachia glomerata, Da família das Mirtáceas,árvore de pequeno porte
com frutos
de polpa rica em sulco e doce,que atrai insetos e é ótimo
alimento para a fauna.
Curso Técnico em Agropecuária – Práticas de Convivência com Semiárido
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
CAJUEIRO – Anacardium occidentale Linn., Da família das Anacardiáceas, árvore
frondosa com frutos aquênio reniforme com pedúnculo carnoso, suculento e
comestível.
CAJAZEIRA – Spondia sp., Da família das Anacardiáceas, árvore alta e frondosa no
inverno, com fruto drupáceo comestível.
CAMARÁ – Lantana sp., Da família das Verbenáceas, arbusto de copa densa com
frutos drupáceos
comestíveis.
CAMBOIM – Eugenia sp., Da família das Mirtáceas, arbusto com copa densa.
CANAFISTULA – Cássia fistula Linn. Da família das Leguminosas Cesalpinóideas
com folhas altamente de valor forrageiros.
CARNAUBA – Copernicia cerifera Mart., Da família das Palmáceas com fruto em
bagas.
COAÇU – Coccoloba cordifolia Meissn., Da família das Poligonáceas. Árvore de
copa densa e folhas grandes com baga drupácea comestível.
GOIABEIRA – Psidium guajava Linn., Da família das Mirtáceas com fruto em
baga polpuda aromáticas comestível.
ENXERTO DE PASSARINHO – Phoradendron sp., Da família das Lorantáceas,
com fruto em drupa muito comestível pelos pássaro que deixam suas sementes nas
arvores pelas fezes, vivendo da seiva como parasita.
GUABIRABA – Eugenia sp., Da família das Mirtáceas. Arbusto de copa erecta com
fruto em baga carnosa e alimentícia.
INGA – Ingá sp., Da família das Leguminosas Mimosoides com frutos pequenos e de
pouca polpa, envolvendo as sementes, polpa essa, que a fauna aquática se alimenta,
quando a semente se desprende da vagem, ainda envolta com mencionada polpa.
JARAMATAIA – Vitex gardneriana Schau. Da família das verbenáceas. Árvore em
solos úmidos coluviais de textura arenosa onde esta planta apresenta vasto sistema
radicular profundo. Seu fruto é uma baga rósea.
JUAZEIRO – Zizyphus joazeiro Mart. Árvore da família das Ramnáceas sempre
verde cujos frutos são comestíveis e as folhas forrageiras. Pode vegetar nos barrancos
dos rios e riachos.
MAMA DE CACHORRO – Vitex Pausheana Moldenke, Árvore da família das
Verbenáceas, arvore pouco frondosa com fruto pequeno em drupa alimentícia.
MURICI DA MATA – Byrsonima sp. Da família das Malpiguiácea, arvore de grande
porte e frondosa com fruto em drupa comestível.
OITICICA – Licania rígida Benth., Planta da família das Rosáceas, árvore ribeirinha
nos barrancos, muito frondosa, cuja copa em forma de umbrela proporcionando grande
refrigério para fauna silvestre e aquática.
PAU POMBO – Tapirira guianensis Aubl., da família das Anacardiáceas com fruto
drupáceo pequeno que depois de cair na água e amolecer, servira de alimento à fauna
aquática.
PITANGA – Eugenia sp. Da família das Mirtácea com baga em gomos, aromática
com caroço redondo bem comestível.
PUÇÁ – Cauwolfia ternifolia H.B.K da família das Apocináceas, planta arbustiva com
fruto drupáceo liso com bastante sulco e alimentício.
QUIXABA – Bumelia sartorum Mart., da família das Sapotáceas, arvore frondosa com
baga comestível.
ROSA TURQUIA – Parkinsonia aculeata Linn., da família das Leguminosas
Cesalpiniódes também denominada de “TURCO” ou “CEDRO BRAVO” com
Curso Técnico em Agropecuária – Práticas de Convivência com Semiárido
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
sementes dispostas em vargem linear, de alto valor alimentícios para aves, caprinos e
ovinos. Ocorre em terras úmidas e palustres.
SABIÁ – Mimosa caesalpiniaefolia Benth da família das Leguminosas Cesalpinióides,
folhas altamente forrageiras que podem servir de alimento à fauna aquática, ao cair nas
águas.
TORÉM – Cecropia sp., planta da família das Moráceas, também chamada de
“UMBAUBA” ou “IMBAUBA”, com fruto drupáceas pequenos comestíveis. É uma
arvore que ocorre em terras férteis com suficiente umidade.
TRAPIÁ – Crataeva Trapiá Linn., da família das Caprifoliáceas .Árvore frondosa
com fruto em bagas mole e comestível de cor branca.
Energia Solar
O Sol pode fornecer energia por processos térmicos (calor), químicos (fotossíntese),
mecânicos (movimento) e elétricos (eletricidade), que podem constituir diversas formas
de aproveitamento.
A energia solar térmica pode ser usada para aquecimento da água e de ambientes,
condicionamento de ar, refrigeração, evaporação, destilação, produção de vapor d’água,
fornos solares e transformação em energia mecânica e elétrica.
A conversão fotoquímica da energia solar é uma reação endotérmica (absorve calor) que
transforma o sistema original em outro com maior quantidade de energia.
Esta conversão pode ocorrer por via química pura ou fotoconversão, ou com a
intervenção de processo vital ou bioconversão.
A fotossíntese é um exemplo típico de bioconversão, processo no qual as plantas verdes,
na presença da luz solar, produzem hidrocarbonetos (CnHn) e oxigênio (O2), a partir da
água (H2O) e do dióxido de carbono (CO2). A eficiência global da fotossíntese é muito
baixa (cerca de 1%), portanto, são necessárias grandes superfícies de vegetais para
fornecer uma parte importante das necessidades de energia da humanidade através deste
processo.
Algumas formas de utilização da energia solar
Energia solar térmica: nesse caso, determinado equipamento é capaz de absorver uma
quantidade de energia, sob a forma de calor, a partir da radiação solar que incide sobre o
mesmo. A utilização dessa forma de energia precisa de tecnologia adequada para captar
e armazenar o calor dos raios do Sol.
Coletores solares: são aquecedores de fluidos (líquidos e gases) e podem ser
classificados em coletores concentradores e coletores planos em função da existência ou
não de mecanismos de concentração da radiação solar. O fluido é aquecido pela adição
solar e mantido em reservatórios com isolamento térmico (para conservar o calor) até o
seu uso final, na forma de água aquecida para banho, ar quente para secagem de cereais,
gases para acionamento de turbinas, etc.
Coletores solares planos: são muito utilizados hoje em dia para aquecimento de água
em residências, hospitais, hotéis, restaurantes e até mesmo em fábricas. Esses coletores
são importantes porque apresentam como vantagens, além do conforto, a redução do
consumo de eletricidade para os seus usuários.
Coletores solares com concentrador: Estes coletores possibilitam concentrar a radiação
Curso Técnico em Agropecuária – Práticas de Convivência com Semiárido
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
solar em um determinado lugar do equipamento e, com isso, obter temperaturas mais
altas nos fluidos. A temperatura mais alta permite uma maior eficiência energética na
captação da radiação solar.
Usinas solares termoelétricas: Atualmente muitos países utilizam o calor do Sol para
produzir eletricidade em locais com alta radiação solar através desses equipamentos.
Um exemplo deste tipo de equipamento é o complexo comercial de usinas termosolares
Kramer Junction, localizado no deserto de Mojave, no sul da Califórnia/EUA. Na
década de 1980, foram instalados nove sistemas de concentradores parabólicos com
tamanhos que variam entre 14 MW e 80 MW, totalizando 354 MW de potência
instalada.
Energia solar fotovoltaica: outra forma de conversão da energia solar é conseguida
através do chamado efeito fotovoltaico que ocorre em dispositivos conhecidos como
células fotovoltaicas. Essas células são equipamentos que convertem diretamente a
radiação solar em eletricidade. São basicamente constituídas de materiais
semicondutores, sendo o silício o material mais empregado. No início, o
desenvolvimento da tecnologia fotovoltaica se apoiou na procura por fontes de energia
para sistemas de telecomunicação instalados em localidades sem energia elétrica. O
segundo agente motivador foi a “corrida espacial”. A célula fotovoltaica era, e continua
sendo, o meio mais adequado (menor custo e peso) para fornecer a quantidade
de energia necessária para longos períodos de permanência no espaço.
Outro uso espacial que impulsionou o desenvolvimento das células solares foi a
necessidade de energia para satélites.
Fig. 10 – Coletor solar térmico plano
Fonte:www.solares-online.com.br/index.php?codpagina=00019169
Curso Técnico em Agropecuária – Práticas de Convivência com Semiárido
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
Energia Eólica
A energia eólica é uma fonte renovável e uma das formas indiretas da energia solar. A
palavra eólica vem de eolo, deus dos ventos e das tempestades da mitologia grega.
Os ventos são causados pela associação do movimento de rotação da Terra com a
radiação solar incidente, gerando diferença de aquecimento entre o Equador e os polos.
Como estes fenômenos naturais se repetem, a energia eólica é considerada renovável,
abundante, limpa e disponível em todos os lugares. A energia eólica é uma forma
indireta da energia solar.
A quantidade de energia disponível no vento varia de acordo com as estações do ano e
as horas do dia. A topografia e a rugosidade do solo também têm grande influência na
ocorrência dos ventos e de sua velocidade em um local. Além disso, a quantidade de
energia eólica que pode ser obtida em uma região depende das características de
desempenho, altura de operação e espaçamento horizontal dos sistemas de conversão
nela instalados.
A avaliação precisa do potencial de vento em uma região é o primeiro e fundamental
passo para o aproveitamento do recurso eólico como fonte de energia. Para a avaliação
do potencial eólico de uma região é necessário a coleta de dados de vento com precisão
e qualidade, durante um período contínuo de pelo menos um ano.
O vento usado pelos conversores eólicos é o vento próximo à superfície da Terra.
Esta energia é utilizada principalmente para produção de energia mecânica, para
bombeamento de água e para produção de energia elétrica destinada à utilização direta
ou ao armazenamento em baterias.
Curso Técnico em Agropecuária – Práticas de Convivência com Semiárido
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
O Problema Hidroambiental e da Biodiversidade
De forma geral podemos afirmar que a erosão hídrica e o desmatamento indiscriminado
da cobertura vegetal, são os principais problemas em recursos hidroambientais no
Estado do Ceará. Como se trata de um Estado onde a economia é muito dependente do
setor agrícola, o convívio com tais problemas significa aceitar o empobrecimento
gradativo dos recursos naturais a médio e longo prazo.
Na realidade a erosão não é o único problema em recursos naturais, porém outros,
apesar de muito importantes, não atingem o seu nível de magnitude, mesmo porque
esses problemas, no todo ou parte, são efeitos decorrentes do processo erosivo.
Ao efetuar análise do diagrama a seguir podemos compreender de que forma os
problemas hidroambientais se interagem e muitas vezes passam a ser as causas dos
outros.
Tomando-se como problema central a erosão do solo, tem-se como consequência os
problemas ligados ao assoreamento e poluição de mananciais. No entanto, a erosão é o
resultado de vários outros fatores existentes, todos eles ligados ao uso e manejo
inadequado dos recursos naturais. A baixa produtividade e a degradação do solo, da
mesma forma interferem sobre a erosão, à medida que afetam a produção vegetal, são
também causados por ela, fechando um ciclo extremamente prejudicial à preservação
ambiental e ao bem-estar social.
O Eng.º Agr. Guimarães Duque, no seu trabalho Solo e Água no Polígono das
Secas destaca que: “ O sistema conduziu à erosão desenfreada, ao desnudamento da
terra, rompendo o equilíbrio criado pela natureza entre o solo, a flora, a água, a fauna e
a vida econômica do homem. A devastação da vegetação nativa pelo homem traz
milhares de consequências prejudiciais quando não são usados métodos racionais de
manter o jogo harmonioso das forças do clima, da terra, das plantas, das águas e dos
animais.”
Curso Técnico em Agropecuária – Práticas de Convivência com Semiárido
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
Além da vegetação, tipo de solo e topografia, a erosão é muito reforçada pela
velocidade do vento, pela intensidade da chuva e a temperatura ambiente ressecando o
solo. Estes três agentes climáticos, no semiárido, são muito desfavoráveis à manutenção
do solo fértil.
Os elementos climáticos além de serem desfavoráveis à conservação do solo há
ainda a circunstância de serem rasos os solos da região, da vegetação perder folhagem
no verão possibilitando o vento atingir a superfície do chão.
A terra nua no verão, a evaporação, o vento constante, causam, nesta estação, a
erosão eólica do solo. No inverno, o efeito danoso da enxurrada que se inicia com as
primeiras chuvas, que encontra a vegetação seca, solo quase nu. Efetivamente os solos
do semiárido estão submetidos aos desgastes durante 12 meses cada ano.
PRÁTICA DE CARÁTER HIDROAMBIENTAL
Barragem de Contenção de Sedimentos.
Consiste em uma estrutura de pedra solta arrumada em forma de cunha distribuídas em
um formato de arco romano, implantado regularmente na rede de drenagem de uma
determinada micro-bacia. Esta obra tem como objetivo efetuar a retenção de sedimentos
gerados pelo o processo erosivo, a montante das áreas cultivadas em consequência do
mau uso do solo e da cobertura vegetal. A implementação das Barragens de Pedras de
forma sucessivas visa entre outras finalidades destacam:
 Promover o assoreamento / sedimentação gradativa dos leitos erodidos e
rochosos dos pequenos cursos d água dentro da rede de drenagem da microbacia;
 Contribuir para redução da salinidade nos leitos dos riachos e promover
gradualmente a fertilização dos sedimentos retidos entre uma obra e outra;
 Proporcionar o ressurgimento espontâneo de diversas formas de vida vegetal
e animal;
 Prover uma disponibilidade de água para consumo animal, segundo uma
distribuição temporal e espacial satisfatória, viabilizando o aproveitamento
da produção vegetal da caatinga;
 Promover nos terraços sedimentados formados no fundo dos pequenos vales
das micro-bacias, um substrato vegetal, que junto com a água disponível
permitirá um exploração pecuária diversificada.
 No conjunto das Barragens de Contenção de Sedimentos a parte mais
importante do processo de implantação das barragens é correta o trinômio
executivo: “localização” “amarração” e “marcação”, antes de iniciar-se a
construção da “Obra”.
 Em qualquer caso, a escolha dos locais adequados à construção das
barragens de pedras deve atender á algumas exigências fundamentais. A
mais fundamental de todas as exigências, é que, nos pontos eleitos para a
localização das obras existam caso a caso, condições mínimas de amarração
das estruturas às margens do curso d água. Além disto, no local de cada
Curso Técnico em Agropecuária – Práticas de Convivência com Semiárido
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
obra deve haver material adequado e em quantidade suficiente para atender
às necessidades da construção.
 Após a eleição do tributário (Riacho) a ser trabalhado dentro da micro-bacia,
a operação de construção deve ser executada sempre de jusante para
montante.
Para atender às necessidades de amarração estrutural, nas diferentes situações de
execução da obra devem serem eleitas as quatros maiores pedras ás margens do riacho a
ser trabalhado para que sirvam de pontos de ancoragem.
Fonte João Bosco de Oliveira -PRODHAM
Foto – Barragens de Contenção de Sedimentos
Cordões de Pedra
Prática conduzida para segmentar o comprimento de rampa, induzindo a diminuição do
volume e velocidade das enxurradas. Os cordões de pedras forçam a deposição de
sedimentos, induz o aumento da profundidade efetiva, a infiltração e armazenamento da
água no solo.
PRODHAM – Cordões de pedra – MBH do rio Cangati – Iguassu - Canindé.
Curso Técnico em Agropecuária – Práticas de Convivência com Semiárido
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
EMATERCE – Cordões de pedra – MBH do Riacho São Francisco - Crateús.
Barragens Subterrâneas.
A barragens subterrânea consiste em construir um septo ou “cut of” no deposito aluvial
com a finalidade de impedir que a água nele acumulada continue a escoar durante o
período de estiagem. A partir do local do eixo da barragem para à montante, isto é, na
parte superior do sentido do fluxo do riacho onde a água irá acumular. Enquanto isso a
jusante da barragem, ou seja, no sentido do baixo curso do riacho o nível irá continuar
baixando com o tempo. Desta forma, como resultado esperado, teremos a garantia de
água e de um substrato úmido para o cultivo. Para sua localização alguns critérios
básicos deverão ser obedecidos como sejam:
 Aspectos Sociais e Demanda – A primeira condição estabelecida é a
importância que a obra irá desempenhar, pois um investimento publico numa
obra que não desperte interesse da comunidade local não faz qualquer
sentido. Portanto, é necessário verificar qual a demanda, hídrica que a obra
vai atender, que uso ou usos se espera de água a ser acumulada, quantas
pessoas serão beneficiadas e se há um real interesse na sua construção,
comprometendo-se o proprietário do terreno a conserva-la e explorar o
máximo da sua disponibilidade principalmente através do plantio de culturas
adequadas.
 Qualidade da Água – A água não deve possuir salinidade elevada pois
tenderia a aumentar a concentração de sais e prejudicar o solo e as culturas
nele implantadas. O ideal seria coletar uma amostra de água numa cacimba
existente e medir a sua condutividade elétrica com um condutivímetro
portátil. Na inexistência de um condutivímetro, pode-se experimentar (sem
ingerir) um pouco d água para verificar o seu sabor ao paladar (doce,
amarga, salobra e salgada. etc...). Se não existir água no leito, em
escavação ou em cacimba, deve-se consultar os moradores da região sobre
a condição de uso da água quando o riacho está “correndo” se o homem
aceita bem aquela água, ou em caso negativo se os animais bebem da
mesma. Um outro elemento a observar é a existência de crostas de sal no
depósito aluvial ou ainda a presença de determinadas gramíneas (para
quem as conhece) que são típicas de água salgada.
Curso Técnico em Agropecuária – Práticas de Convivência com Semiárido
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
 Espessura do Depósito Aluvial – Considerando que a evaporação alcança
até 0.5 m de profundidade, o depósito aluvial deve possuir, na “calha viva”
do curso ( rio ou riacho) pelo menos 1.5 m de espessura para justificar a
implantação de uma barragem subterrânea. Para se detectar a espessura
do deposito, deve-se efetuar três sondagens, sendo uma “calha viva” e as
outras, dispostas uma para cada lado, à distância aproximadamente
equidistante entre “calha viva” e as margens do depósito aluvial .
Eventualmente, poderá vir a ser necessária a perfuração de mais um dois
furos.
 Constituição Granulométrica do Aluvião – O aluvião deverá ser de
constituição predominantemente arenosa, podendo conter alguma mistura
com material fino (silte ou argila ); porém deve haver nas amostras
retiradas das sondagens, uma predominância de areias sobre as frações
mais finas.
Sistemática de Localização da Barragem Subterrânea
Apesar de simples, os estudos para localização e dimensionamento de uma Barragem
Subterrânea não devem ser prescindidos sob pena de malogro no resultado esperado. As
atividades envolvidas no estudo, na ordem cronológica de execução, são descriminadas
a seguir:
a) – Levantamento de Dados
Essa atividade inicial prevê a escolha das comunidades mais carentes para o
atendimento hídrico a partir de intervenções de baixo custo e que não impliquem em
acumulação de grandes volumes de água e elevados custos. Se o uso da água
armazenada for também para a irrigação, devem ser observadas as condições de
instalação de culturas irrigadas.
Os elementos a serem levantados nessa etapa são os dados demográficos mais atuais,
sobretudo de demanda hídrica, relatórios sócio-econômicos da região, relatórios hidrogeológicos, mapas topográficos e geológico e, em especial as aerofotos.
b) – Foto-interpretação e Analise de Cartas Topográficas
A foto-interpretação geológica constitui uma atividade importante na pesquisa desses
mananciais aluviais, pois permite detectar a existência dos depósitos aluviais, definir a
sua geometria, delimitar e dimensionar a sua área ,estabelecer as relações morfológicas
entre a calha viva e os terraços aluviais, escolher os locais mais estreitos para a
localização do eixo barrável com diminuição dos custos construtivos, e ainda
complementar as informações sobre as condições de atendimento à população
circunvizinha.
A conjugação da foto-interpretação com a analise cartográfica, permite definir as
dimensões superficiais do depósito aluvial, bem como o dimensionamento da bacia
hidrográfica, elementos esses de grande importância para os cálculos de reserva e
recursos exploráveis a serem efetuados no estudo.
Curso Técnico em Agropecuária – Práticas de Convivência com Semiárido
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
c) – Reconhecimento de Campo
A visita de reconhecimento do local é imprescindível, pois muitos dos elementos do
estudo não podem ser observados na foto-interpretação.
A morfologia do depósito aluvial, sobretudo a relação entre a calha menor ou calha viva
e a calha maior, bem como os terraços aluviais que podem estar integrados ao depósito
aluvial ou constituírem terraços suspensos, são aspectos, de fundamental importância e
que muitas vezes chegam a inviabilizar a construção da barragem. Outro elemento
fundamental do estudo é a qualidade da água devendo nessa visita ser efetuada uma
medição expedita da condutividade elétrica por meio de um condutivímetro portátil.
Por outro lado, pode existir um depósito de boas características de potencialidade e
qualidade da água, porem com nível da água já bem próximo à superfície ou mesmo
aflorando, decorrente da existência de barra mentos naturais (soleira do embasamento
cristalino) ao longo do vale. Nesses casos o barramento subterrâneo se torna
desnecessário, devendo apenas ser recomendada a construção de poços rasos ou
amazonas, tecnicamente bem construídos.
d) – Sondagens com ou sem Geofísica
As Sondagens destinam-se a esclarecer a geometria e a natureza granulométrica dos
aluviões. As amostras coletadas em cada furo são classificadas pelo técnico, devendo os
furos ir até o embasamento rochoso, anotando-se ainda a profundidade em que se
atingiu(quando ocorrer) o nível d’ água. Assim, as sondagens têm como finalidade a
identificação da composição granulométrica do deposito aluvial, a sua espessura e a
profundidade do nível d’ água, ou zona de saturação do deposito aluvial.
A detecção da profundidade do embasamento e consequentemente a espessura do
deposito aluvial pode ser afetada de maneira mais precisa, através de métodos
geofísicos (sísmico ou eletrorressistividade), desde que se efetue paralelamente a um a
ou duas sondagens de aferição.
Em função das sondagens, é posicionado o local do eixo barrável, levando-se em conta
a seção de menor largura e de menor profundidade; também o local onde perfurar um
poço para ensaio é definido pelas sondagens.
e) Coleta de Água para Analise Físico-Químico e Biológico
Durante o ensaio de bombeamento, preferencialmente próximo ao seu termino, devera
ser coletada uma amostra de 2 litros de água para realização de analise físico-química
completa. O resultado da analise permitira caracterizar hidro-químicamente a água do
deposito aluvial, classificando-a quanto a probabilidade e uso para irrigação.
No caso de não ter sido necessário realizar um ensaio de bombeamento a coleta de água
poderá ser efetuada num cacimbão existente na área aluvial ou numa escavação
executada na ocasião com a finalidade especifica de coleta d água .
Da água coletada pode-se efetuar uma analise físico-química, ou ainda, no caso de se ter
uma certa urgência na definição do local para execução imediata da barragem, pode-se
simplesmente a condutividade elétrica da água a partir de um condutivímetro portátil.
Curso Técnico em Agropecuária – Práticas de Convivência com Semiárido
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
Fonte João Bosco de Oliveira – PRODHAM
Foto – Barragens Subterrâneas
Barragem subterrânea – Assentamento Boa União - Ibaretama.
Reflorestamento
Os beneficiários diretos da cobertura vegetal são seus produtos úteis ao homem,
como madeira, resinas, óleos essenciais, plantas medicinais, frutos, mel dentre outros.
Os benefícios indiretos u serviços da cobertura vegetal do reflorestamento estão em
grande parte contribuindo para a conservação do solo, o controle dos ventos, a redução
dos riscos de enchentes, a redução da poluição do ar e da água, a polinização, controle
biológico de pragas e a manutenção da estabilidade dos cursos d água.
No que diz respeito para esta atividade, é muito comum pensa-se que a
silvicultura é direcionada somente para grandes empresas madeiras afirmativa esta, não
condizente com a realidade de nosso semiárido. No entanto, os reflorestamentos para
produção de madeira podem ser uma importante fonte de renda para pequenos, médios
Curso Técnico em Agropecuária – Práticas de Convivência com Semiárido
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
e grandes proprietários rurais, contanto que sejam plantados e manejados com
qualidade apropriada para atender as demandas dos diversos mercados consumidores.
Quando se planta uma arvore, deve-se pensar muito bem na espécie e no objetivo
que se quer atingir. Quando se quer sombra, de nada adianta plantar uma árvore com
poucos ramos, de copa pequena e que perde folhas na época de maior insolação e
calor. Para lenha, estacas, mourões e carvão, é desejável ter madeira de densidade
média a alta. Para construção civil, boas propriedades de resistência mecânica, aliadas a
estabilidade dimensional são desejáveis. Os móveis são feitos de madeiras bonitas e
fáceis de ser manipuladas e trabalhadas. Entretanto, se a madeira for destinada a serraria
ou laminação é desejável produzir toras de diâmetros grandes, provenientes de arvores
que tenham sido podadas, para não apresentarem nós. Toras com diâmetros pequenos
proporcionam menos rendimento industrial. Os nós são considerados defeitos na
madeira serrada e em laminas e diminuem o seu preço no mercado.
Fonte João Bosco de Oliveira PRODHAM
Foto - Reflorestamento
Baseado em estudo realizado pelo por Alberto Loefregen, técnico alemão
contratado pelo o DNOCS, em seu relevante trabalho para a questão florestal do
semiárido ressaltou: “o processo de reflorestamento das zonas secas é o natural,
escolhendo essência que se adaptam perfeitamente às condições climáticas e edáficas
existentes, que tenham crescimento rápido e tenham folhas persistentes”.
Esse cientista, contudo não considerou o reflorestamento racional, embora o
econômico. O reflorestamento racional é executado por técnico especializado valendose das experiências e pesquisa desenvolvida em área similar a região de estudo. No
reflorestamento quer de matas artificiais, quer de capoeiras degradadas ou matas em
exploração racional, as falhas de plantios ou replantio devem ser preenchidas
imediatamente com novas mudas de origem de viveiros ou obtidas na próprias matas se
existir em abundancia em locais onde a regeneração natural é muito densa. É preferível
ao preenchimento por meio de sementes. Se as arvores do primeiro plantio estiverem
muito crescidas deve-se tomar uma espécie nobre de rápido crescimento e tolerante.
Recuperação de áreas Degradadas
Um dos maiores desafios do homem tem sido utilizar de forma equilibrada os
recursos naturais. Na intensa busca de tirar da natureza os meios para seu sustento e
Curso Técnico em Agropecuária – Práticas de Convivência com Semiárido
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
desenvolvimento, provocando à degradação ambiental, comprometendo desta forma a
vida futura (REIS & NAKAZONO – 1999).
Esta prática destina-se as áreas que sofreram processo de desmatamento intensivo
e erosão severa onde se evidencia parte do horizonte superficial do solo já foi erodido.
Sua recuperação, será efetuada através de uma combinação de práticas edáficas e de
reflorestamento conservacionista. Por reflorestamento conservacionista entende-se o
reflorestamento cujo o objetivo básico é a obtenção de benefícios indiretos decorrentes
da presença da cobertura vegetal. Dentre os valores indiretos podem ser citados o
melhoramento do clima local a proteção à fauna, prevenção da erosão e a regularização
do ciclo hidrológico, bem como a manutenção da qualidade da água.
Raramente são realizados reflorestamento em sítios de alta qualidade, ficando
estes reservados para a agricultura. Os plantios são feitos geralmente, em áreas
naturalmente de baixa qualidade ou que apresentam algum tipo de degradação causada
principalmente pela agricultura, pecuária e obras de engenharia civil. Os principais
problemas apresentados por essas áreas alteradas são a altas densidades do solo
(compactado), que induz a uma drenagem deficiente e maior resistência física ao
crescimento das raízes: empobrecimento do solo, e exposição do horizonte C, com
afloramento de cascalhos e pedras.
Entende-se por degradação a alteração das características originais de uma área em
função de causas naturais ou pala ação do homem. Deste modo, existem diferentes
graus de degradação desde os mais leves (desmatamento) até o mais profundo (jazidas
de construção de obras de engenharia e ou cavas de mineração).
Com a remoção da cobertura vegetal, o impacto mecânico das gotas de chuva
desagrega a estrutura superficial do solo. As pequenas partículas resultantes selam os
poros, diminuindo a taxa infiltração. Ao mesmo tempo, a precipitação que era
interceptada pela folhagem, passa a atingir diretamente do solo, provocando o aumento
do escorrimento superficial e conseqüentemente, da erosão.
No que tange as causas da degradação do solo, sua intensidade está estreitamente
ligada as atividades mineração e de jazidas são as principais causadoras. Muitas vezes,
com término da exploração de uma jazida e/ou de um recurso mineral, a cava encontrase em um elevado grau de degradação, inviabilizando qualquer tentativa de revegetação,
deixando como saída mais racional a reabilitação da área.
Em termos de extensão, as atividades agropecuárias são as principais
degradadoras dos solos. O pastoreio excessivo provoca empobrecimento e compactação
do solo, deixando-o propenso ao estabelecimento de processos erosivos. As práticas
agrícolas sem adoção de medidas de conservação também contribuem para queda da
qualidade das características físicas, químicas e biológicas do solo.
Curso Técnico em Agropecuária – Práticas de Convivência com Semiárido
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
Fonte João Bosco de Oliveira
PRODHAM
Foto – Recuperação de Áreas Degradas através de
Mudas
As voçorocas também se constituem em áreas degradadas e são causadas
principalmente pelo mau uso do solo na agricultura, pela exploração de recursos
minerais e pela falta de medidas de conservação do solo nas áreas contíguas às estradas,
principalmente as vicinais.
A compactação do solo é uma característica presente em quase todas as áreas
degradadas. Segundo SEIXAS (1988), a compactação é o ato de forçar a agregação das
partículas do solo e, por sua vez, reduzir o volume por elas ocupado. A densidade do
solo é uma importante característica de campo e as conseqüências da compactação
incluem: aumento na densidade natural do solo; decréscimo no volume de macro-poros;
redução na velocidade de infiltração e movimento interno de água é possivelmente a
característica do solo que melhor indica a ocorrência de um processo de degradação das
características físicas do mesmo; redução da capacidade de armazenamento de água;
diminuição da aeração e aumento da resistência mecânica do solo ao crescimento das
raízes.
Adequação de Estradas Vicinais e Caminhos de Serviços
Ao se buscar o manejo integrado do Solo e as Água, não se pode prescindir de medidas
complementares das estradas dentro da micro-bacia hidrográfica. A inadequação das
estradas, não integrada ao correto sistema de manejo de solos, faz com que inúmeros
problemas ocorrem, agravando a erosão nas áreas de exploração agropecuária, bem
como dificultando a manutenção e acelerando a degradação dessas.
A manutenção de estradas mal locadas e mal construídas é de alto custo e difícil
execução, onerando prefeituras municipais. Ao mesmo tempo, uma vez resolvido o
problema da água das lavouras, que é jogada nas estradas, torna-se necessário
solucionar o problema representando pela água captada pelas estradas e que adentram
pelas áreas de agropecuária, acelerando a erosão e até mesmo impossibilitando a
instalação de praticas conservacionistas.
Desta maneira, a adequação de estradas de modo integrado às práticas de manejo do
solos, propícia um melhor controle da erosão, bem como reduz drasticamente as
necessidades de custo de manutenção, o que representa substancial economia ao
município e ao produtor rural.
Curso Técnico em Agropecuária – Práticas de Convivência com Semiárido
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
Fonte João Bosco de Oliveira PRODHAM
e Josualdo
Foto – Adequação de Estradas Vicinais e Caminhos de Serviço
Alves
Fustino
EMATERCE
As obras de adequação de estradas compreendem, basicamente, a relocação de
trechos críticos, a correção do leito de rolagem o revestimento primário de trechos
críticos, a construção de caixas de infiltração e a construção de lombadas para
integração ao sistema de terraceamento e a caixas de infiltração.
O trabalho em estradas de maneira integrada com as demais práticas de manejo
de solo, deve levar em consideração alguns princípios básicos, citados abaixo:
 A água das áreas da agropecuária ou seja culturas e pastagens não devem
chegar às estradas;
 A água captada pelo leito da estrada deve ser bem distribuída, nas áreas de
agropecuária, de modo a não causarem erosão.
Para tanto, deve-se implantar simultaneamente o sistema de conservação dos
solos e adequação de estradas. Sempre que possível, recomenda-se trabalhar a
adequação das estradas no seu traçado (leito) original, sem relocação de traçado é
recomendada quando não se pode solucionar algum problema sério, apenas com as
práticas de adequação. As principais situações em que a relocação de trechos de leito de
estrada pode ser necessária, são:
 Quando a pendente for excessivamente longa e provoca excessivo acúmulo
de água, pode-se relocar o traçado, para redução do comprimento de rampa,
observando o limite de inclinação admissível para o tipo de tráfego;
 Quando o custo de adequação do leito original for mais caro que recolocar o
leito em novo traçado;
 Quando não for possível no leito original solucionar, algum problema
técnico de entrada de água na propriedade ou na própria estrada.
O leito abandonado face à relocação, deverá ser recuperado para o sistema
produtivo, ou seja, lavouras criações, reflorestamento e / ou área de preservação.
Curso Técnico em Agropecuária – Práticas de Convivência com Semiárido
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
Terraceamento
Conceitualmente dá-se o nome de Terraço a
combinação de um canal com um camalhão ou dique de
apropriados no sentido transversal ao declive do terreno,
enxurradas, forçando a absorção da água pelo solo ou
excesso de água.
um conjunto formado pela
terra, construído a intervalos
que permite a contenção das
drenagem lenta e segura do
O terraço é uma prática eficiente para controle da erosão, desde que seja
criteriosamente planejado, executado e mantido. Um sistema de terraços, se mal
planejado ou executado, poderá ocasionar muito danos que benefícios.
É indicado para declives de até 20 % ou pouco mais, dependendo de vários
fatores e condições que deverão ser estudados para cada caso particular. Nem todos os
solos e declives podem se feitos terraços com êxito. Nos pedregosos ou muito rasos,
com subsolo adensado, são muito dispendiosos e difíceis manter um sistema de terraço.
As dificuldades de construção e manutenção aumentam à medida que cresce a
declividade.
UFV – MG e CNPT/EMBRAPA
Foto – Terraceamentos em Micro-bacias Hidrográficas
O terraço, quando bem planejado e bem construído, reduz as perdas de solo de água
pela erosão e previne a formação de sulcos e grotas, sendo mais eficiente quando usado
em combinação com outras práticas como plantio em contorno, cobertura morta e
culturas em faixa, sistema Guimarães Duque, Captação “In Situ” dentre outras. Após
vários anos, seu efeito se pode notar nas melhores produções das culturas, devido à
conservação do solo e da água.
Os terraços devem ser construídos onde outras práticas conservacionistas mais
simples não sejam suficientes para o controle adequado da erosão. Todavia, as seguintes
recomendações devem ser observadas:
 Na construção do terraço, é fundamental que o coroamento do camalhão
esteja nivelado ou seja na mesma altura, não podendo ficar com altos e
baixos. No fundo canal a própria água será encarregada de nivelar, levando
terra da parte mais alta para a mais baixa. Mas, a crista do camalhão é a parte
mais fraca e vulnerável do terraço;
 Um terraço deve ir de uma extremidade a outra do terreno. Quando
construído com auxilio de trator, e este, no final da gleba tenha cerca , a
Curso Técnico em Agropecuária – Práticas de Convivência com Semiárido
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
manobra fica limita e a “boca” do canal do terraço deverá ficar em um plano
mais baixo. O excesso de água acumulado deverá ser direcionado para um
talvegue natural ou um canal escoadouro previamente planejado;
 Deve-se ter especial cuidado com as águas que vêm de fora da gleba, onde se
deseja construir um sistema de terraço. Os terraços não têm condições de
receber fluxo de água oriundo de outro terreno. Águas vindas de áreas
vizinhas, acima (a montante) ou de lado, principalmente se vierem
concentradas (juntas em valetas, sulcos etc...) “arrebentam” os terraços.
Antes de se marca e construir os terraços deve-se percorrer as divisas da
gleba e observar, atentamente, se vem água de fora Se estiver entrando água
de fora: desvia-la com canais divergentes; se o volume escoado for reduzido,
construir “caixas de contenção”. Não sendo possível livrar-se das águas de
vizinhas, é preciso pensar duas vezes antes de construir os terraços;
Um terraço não fica pronto no primeiro ano de sua construção. O camalhão sofre
“acamamento”; a água vai “trabalhar” o canal; algumas partes do camalhão vão ceder
mais que as outras; haverá grandes assoreamento do canal em alguns pontos. Um
terraço deve ir sendo trabalhado, melhorado, acertado com o passar dos anos. Um
manejo bem feito da área onde foi construídos os terraços, com aração, gradagem,
limpezas do canal, plantios bem feitos melhoram o terraço. Quando se marca e constrói
os terraços ficam muitas curvas, até bicos devido a existência de sulcos de erosão e
ravinas. Com o tempo, á medida que se acerta a superfície do solo, fechando sulcos e
ravinas, é possível e, é desejável que se tire as curvas bruscas, os bicos, que se suavize
os terraços.
O comprimento e o gradiente dos terraços é um ponto importante a ser observado
em um planejamento de conservação de solo. Para os terraços em nível não há limite
teórico do comprimento dos terraços principalmente quando as extremidades destes
forem bloqueadas. Entretanto, como raramente se consegue manter o canal com zero de
gradiente, recomenda-se construir “travesseiros” a intervalos de aproximadamente 100
metros ou bloqueios de terra, para evitar que a água escorra no canal por grandes
extensões.
Normalmente usa-se dar uma caída de 3%o (3 por mil) (3 metros de caída a cada
1.000 metros de terraços) ou seja, 0,3% ( 0,3 por cento), isto quer dizer:
 Dar caída de 3 metros em 1.000 metros, ou
 Dar caída de 30 centímetros em 100 metros, ou
 Dar caída de 3 centímetros em cada 10 metros.
O gradiente maior que 3 por mil, pode provocar erosão no canal do terraço e
gradiente menor que 3 por mil não realiza bom escamento das águas. Os solos argilosos
suportam até 5 por mil, mas não ir além de 3 por mil nos solos de textura arenosa.
Outra forma de dar inclinação aos terraços é o que chamamos de gradiente
progressivo.
Progressivo porque começa com zero por mil e vai aumentando até
chegar 5 por mil. Desta maneira:
 Nos primeiros 100 metros, gradiente de 0%o - 0 por mil;
 Nos segundos 100 metros, gradiente de 1%o - 1 por mil;
 Nos terceiros 100 metros, gradiente de 2%o - 2 por mil;
Curso Técnico em Agropecuária – Práticas de Convivência com Semiárido
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
 Nos quartos 100 metros, gradiente de 3%o - 3 por mil;
 Nos quintos 100 metros, gradiente de 4%o - 4 por mil;
 Nos sextos
100 metros gradiente de 5%o - 5 por mil;
Para o caso de se ter que fazer terraços maiores (mais que 400 metros para os
solos arenosos e mais que 600 metros para os solos argilosa ) deve-se fazer cair para os
dois lados. Por exemplo:
 Do centro da área cai 400 metros para um lado e 400 metros para outro lado, ou;
 Das duas extremidades fazer cair 400 metros para o centro da área.
Para se terracear uma gleba em desnível deve-se ter um lugar por onde a água
saia para fora gleba através dos escoadouros naturais, “os talveges”.
Terraço: Corte indicando a seção (C) camalhão (B) largura (A).
Terraço: Secção de rampa para diminuição da velocidade das enxurradas.
Classificação dos Terraços
Quanto à Função
Curso Técnico em Agropecuária – Práticas de Convivência com Semiárido
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
Terraços de Retenção ou Absorção  Terraços construídos sobre as niveladas básicas,
em nível e com extremidades fechadas, cujo objetivo é captar a água das enxurradas no
sulco, promovendo a infiltração, a distribuição no solo e o acúmulo de sedimentos. Esse
tipo de terraço é recomendado para regiões de baixa precipitação pluviométrica e solos
permeáveis, com declividade de 0 a 8%, podendo chegar até 12%.
Terraços de Drenagem ou Escoamento  Terraços construídos em desnível com
extremidades abertas, sendo o seu objetivo captar a água das enxurradas e conduzir o
seu excesso para canais escoadouros construídos. Esse tipo é recomendado para regiões
de altas precipitações pluviométricas, solos de permeabilidade moderada a lenta, e
declividade variando de 8% a 20%.
Quanto à Construção
Tipo Nichols  Seção mais ou menor triangular, corte e tombamento da terra sempre
para baixo, podendo ser construídos em declive até 15%, excepcionalmente, pode-se
chegar a 18%.
Tipo Magnum  Construídos com movimentação da terra de cima para baixo e de
baixo para cima, ora num sentido, ora em outro sentido, em passadas de ida e volta no
sentido das niveladas, para formar o camalhão. É recomendado em área com até 10% de
declividade, baixas precipitações e solos permeáveis.
Quanto ao Tamanho da Base ou Faixa de Movimentação de Terra
Base estreita  Quando a movimentação ou largura de terra é de até 3,0 m. É indicado
para áreas pequenas e de grandes declives. A partir de 15% recomenda-se vegetar. Pode
ser construído do tipo Nichols e Magnum.
Dimensões para Construção de Terraços de Base Estreita
Largura Largura
Secção
Movimento
do
do
Profundidade mínima
de
terra
canal
camalhão do canal (m)
(m2)
(m)
(m)
(m)
2,0
0,50
1,5
0,50
3,0
1,2 -1,8
-
0,4 -0,7
0,7
2,0 - 3,0
Autor
ZENKER,
1977
AMARAL,
1978
Base Média  Quando a largura da movimentação ou largura de terra é de 3,0 m a 6,0
m podendo ser do tipo Nichols ou Magnum, sendo o segundo o processo mais utilizado.
É indicado para declives de 8% a 15%. É um terraço de dimensões maiores que o
anterior. É construído com implementos de pequeno porte (arado ou draga em V).
Curso Técnico em Agropecuária – Práticas de Convivência com Semiárido
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
Dimensões para Construção de terraços de base média
Largura
do
canal
(m)
0,2
0,3
Largura
do
camalhão
(m)
-
Profundidade
do canal (m)
Secção
mínima
(m2)
Movimento
de
terra
(m)
0,4 - 0,8
0,0
0,75
3,0 - 6,0
-
Autor
AMARAL,
1978
Base Larga  Quando a largura da movimentação de terra de 6,0 m a 12,0 m. É
indicado em áreas com declividade inferior a 12%.
Dimensões para Construção de Terraços de Base Larga
Largura
Largura
Secção
Movimento
do
Profundidade
do canal
mínima
de
terra Autor
camalhão do canal (m)
(m)
(m2)
(m)
(m)
0,75
–
RIO GRANDE
3,0 – 4,0
0,50 – 0,60
6 a 12
1,20
DO SUL, 1977
2,0 – 3,0
0,50 – 0,90
6,0 a 12,0
AMARAL, 1978
Outros Tipos de Terraços - Informações
Terraço Patamar ou Terraço Tipo Banqueta  Compreende um degrau ou plataforma
para implantação de culturas e um talude revestido de grama. É indicado para áreas com
declives de 22% a 55%.
Os patamares são construídos cortando a linha de maior declive, ficando sua
superfície interna inclinada em direção à base ou pé. A largura do patamar pode variar
de 1 a 3m, dependendo principalmente do declive, da profundidade do solo e da
maquinaria (RIO GRANDE DO SUL/Secr. da Agric., 1985).
A inclinação do talude varia de 1:4 a 1:2, podendo ser modificada conforme o tipo de
solo e da vegetação de revestimento. Para promover o escoamento da água ao longo
do patamar, sugere-se uma declividade de 0,25 a 1% para o canal.
Terraço de irrigação  Difere do patamar por apresentar o degrau ou plataforma de
nível limitado por um pequeno cordão de terra, onde é cultivada a cultura com
irrigação por inundação.
Terraço embutido  O terraço embutido caracteriza-se por ser construído de modo
que o canal tenha a forma triangular, ficando o talude que separa o canal do camalhão
praticamente na vertical. Este tipo de terraço tem boa aceitação entre os agricultores
de São Paulo, tendo em vista a sua estabilidade e a pequena área inutilizada no
plantio. Normalmente é construído com motoniveladora ou trator com lâmina.
Curso Técnico em Agropecuária – Práticas de Convivência com Semiárido
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
Terraço murundum ou leirão  São terraços que se caracterizam pela movimentação
de um grande volume de terra. Em função disso, é construído somente por máquinas
pesadas e tem um custo elevado em relação a outros tipos de terraços. O murundum é
constituído por um camalhão alto, em média com 2 metros de altura, e um canal em
forma triangular. Em função da raspagem do solo para formar o camalhão, é
necessário fazer a recuperação da área raspada para que não haja redução da
produtividade das culturas. Por ocasião de períodos chuvosos mais ou menos longos,
em áreas mal manejadas ou com solos de drenagem lenta, o murundum pode provocar
problemas de encharcamento em áreas consideráveis, uma vez que é locado
totalmente em nível.
O murundum pode ser considerado uma medida de impacto para o controle da erosão
e traz consigo a necessidade de adoção de outras práticas de manejo e conservação do
solo que, devidamente utilizadas, podem promover, em um curto espaço de tempo, a
transformação dos mesmos murunduns em terraços de base larga.
Terraço meia-cara invertido  Tendo como nome técnico terraço com talude
posterior do dique íngreme, é um terraço que se caracteriza pelo cultivo de culturas no
canal e talude anterior do camalhão, permanecendo íngreme o talude posterior.
Sugere-se que este talude seja gramado para proporcionar maior estabilidade à
estrutura. Este tipo de terraço proporciona um mínimo de perda de área agricultável e
pode ser utilizado em áreas de declive médio (10 - 15%).
Cordões vegetados  São utilizados em áreas com acentuada inclinação,
profundidade rasa e impossibilidade de usar motomecanização pela existência de
pedras na superfície do solo. Estes cordões consistem em um pequeno terraço de base
estreita, demarcado em nível ou desnível, com capim plantado sobre o camalhão, o
que permite diminuir em até 80% as perdas de terra e adubo. Dentre algumas plantas
utilizadas neste cordão estão a cana de açúcar e o capim elefante.
Patamar de pedra e patamar vegetado  O patamar de pedra ou vegetado é uma
prática conservacionista que, à semelhança do terraço, baseia-se no princípio do
seccionamento do comprimento da rampa com a finalidade de atenuar a velocidade e
o volume do escoamento superficial. Esta prática é recomendada para áreas com
declives de 26 a 35% com espaçamento entre patamares de acordo com
recomendações da Tabela. Entre as principais vantagens desta prática, destacam-se:
controle da erosão, facilidade para as operações de remoção de pedras, aumento da
eficiência das atividades de preparo, semeadura e capina, possibilidade de adoção da
tecnologia preconizada para a cultura (insumos, espaçamento, “stand”).
Curso Técnico em Agropecuária – Práticas de Convivência com Semiárido
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
Espaçamento Recomendado para Locação de Patamares
Declividade
(do terreno %)
entre 26 e 27
entre 28 e 29
entre 31 e 31
entre 32 e 33
entre 34 e 35
Distância entre patamares
Textura argilosa
Textura média
11
10
10
9
9
8
8
7
7
6
É oportuno frisar que os terraços, isoladamente, não resolvem por completo o problema
da erosão, é preciso associar a eles outras práticas de caráter conservacionista como
aquelas acima citadas e, no processo de construção alertar para os seguintes problemas:
(1) Não pensar que o terraço sozinho resolverá o problema da erosão; (2) Não subdimensionar a capacidade do terraço, por economia da operação; (3) Ter o
conhecimento do solo e de sua aptidão agrícola; (4) Utilizar os critérios, fórmulas e
tabelas recomendadas no dimensionamento; (5) Estradas vicinais – maioria são
projetadas sem considerar o escoamento das águas de chuva que vem de fora da área
agrícola; (6) Manutenção sistemática dos terraços e (7) Alertar para baixa aceitabilidade
por parte dos agricultores (as) e técnicos.
Para conter esses problemas, é necessário que se difunda junto as comunidades rurais,
processos educativos de natureza sócio-ambiental, promova-se cursos e treinamentos
para os atores envolvidos (agricultores e agricultoras, operadores de máquinas agrícolas,
técnicos, etc.) sobre educação ambiental, conservação do solo e água, enfim, utilizar a
microbacia hidrográfica como unidade básica de planejamento e forma racional de
ocupação do espaço agrário. Práticas isoladas podem levar a resultados indesejáveis.
Procedimentos e Passos para Alocação dos Terraços
1. Determinação da declividade da Área (D%);
2. Alocação das niveladas básicas (NB);
3. Determinação dos espaçamentos vertical (EV) e horizontal (EH).
EV = [ 2 + D% / X ] 0,305
Onde:
D  Declividade do terreno (%)
X  Coef. Variável com o tipo de solo: Argiloso = 1,5; Textura média = 2,0
Arenoso = 2,5
EH = [ EV X 100 ] / D%
Curso Técnico em Agropecuária – Práticas de Convivência com Semiárido
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
QUADRO 07. Espaçamentos para culturas perenes e anuais sem gradiente.
Declividade
Textura arenosa
Textura Média
argilosa
(%)
< 15% de Argila
15% a 35% Argila
35%
E.H.
E.V.
E.H.
E.V.
E.H.
E.V.
metros
1
73
0,73
76
0,76
81
2
43
0,85
46
0,92
1,02
3
33
0,98
36
1,07
1,22
4
28
1,10
31
1,22
1,42
5
24
1,22
27
1,37
1,63
6
22
1,34
26
1,53
1,83
7
21
1,46
24
1,68
2,03
8
20
1,59
23
1,83
2,24
9
19
1,71
22
1,98
2,44
10
18
1,83
21
2,14
2,64
FONTE: EMBRAPA
Construção de terraços – Iracema – Ce.
Textura
>
0,81
51
41
36
33
31
29
28
27
26
Construção de terraços manual – Aratuba – Ce.
Curso Técnico em Agropecuária – Práticas de Convivência com Semiárido
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
Área terraceada - Pentecoste – Ce.
Área terraceada - SP.
Instrumentos simples usados para determinação de declividades e niveladas (NB).
Cordões de Vegetação Permanente
Esta prática hidroambiental consiste em implantar fileiras de plantas perenes e
crescimento rápido denso tal como o capim elefante e/ou cana de açúcar, dentre outras
com plantio sempre efetuado em contorno:
 Em Culturas Anuais – Cultivadas continuamente na mesma faixa, ou em
rotação, cerradas formando os cordões de vegetação permanente;
 Em Culturas Perenes – Como ocorrem nas culturas de pomares, os cordões de
vegetação permanentes são colocados entre as fileiras de arvores com
determinado espaçamento horizontal formando “Barreiras Vivas” para o
controle da erosão.
Curso Técnico em Agropecuária – Práticas de Convivência com Semiárido
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
UFV – MG e João Bosco de Oliveira
Foto – Cordões de Vegetação Permanente com C. Elefante e
ou Palma Forrageira
Os Cordões de Vegetação Permanente é uma prática bastante eficiente de
controle de erosão chegando a ser equivalente aos terraços. Dados obtidos pela seção de
conservação de solo do IAC – SP revelam que essa prática controla cerca de 80 % das
perdas de solo e 60 % das perdas de água. Para as condições de exploração agrícola do
semiárido, os cordões de vegetação permanente de maneira geral apresentam vantagens
sobre o sistema de terraços traduzidos pela simplicidade e facilidade de execução.
Mesmo locados sem muita precisão. Mesmo locados sem muita precisão, sua eficiência
é satisfatória, permitindo o seu emprego pelo pequeno produtor, pois demanda pouco
conhecimento técnico.
O sistema de cordão de vegetação permanente apresenta limites de aplicação com
sucesso que ultrapassam aos dos sistemas de terraço. Segundo MARQUES &
BERTONI (1961),os cordões podem ser empregados com relativa segurança em relevo
de até 60%. Estes sistemas são utilizados como meio de formação de terraço, devendo
ser locados com espaçamento recomendados para os sistemas de terraços, sendo
necessários desta forma, mais cuidado e precisão na sua marcação. O principal
inconveniente, em relação ao sistema de terraço diz respeito a diminuição da
disponibilidade de área para cultura anuais.
Os cordões de vegetação permanente deverão ter de 1 a 2 metros de largura. A
vegetação empregada em sua formação deverá ter, valor econômico para as atividades
da propriedade, deverá ainda, possuir as características seguintes:





Ter crescimento rápido;
Proporcionar a formação de barreira densa junto ao solo;
Elevada longevidade ou durabilidade;
Não possuir caráter invasor para as terras de cultura adjacente;
Não fornecer abrigo para moléstia e pragas das culturas em que estiver que ser
intercaladas.
Curso Técnico em Agropecuária – Práticas de Convivência com Semiárido
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
O espaçamento entre os cordões de vegetação permanente varia com o grau de
declividade e com textura do solo. Esta distancia entre os cordões poderá ser usado o
mesmo do sistema de terraço. As espécies mais utilizadas na formação dos cordões de
vegetação permanente são:
 Cana de açúcar – ( Saccharum officinarum. linn.) que oferece valor econômico
fonte forrageira para alimentação do rebanho;
 Capim Elefante – (Pennisetum purpureum. Schum.) através das variedades
Napier e Mercker podem ser utilizado na formação dos cordões;
 Erva Cidreira – (Melissa officinalis Linn.), que também fornece um óleo
essencial medicinal, além de proporcionar uma boa barreira de contenção de
solo;
 Capim Braquiaria – (Brachiaria humidicula sp.) além ser um excelente
forrageira de porte herbáceo é também muito boa pata segurar os solos
vulneráveis a erosão hídrica;
 Capim Gordura – (Melinis minutiflora Beauv.) uma das mais resistentes e úteis
gramíneas, desenvolve-se bem em terreno secos, boa para realizar fixação de
solo;
 Capim Touceira – (Panicum paniculatum) apresentam um sistema radicular
longo e forte, com bons resultados no combate à erosão.
Outras gramíneas poderão ser utilizadas nas práticas de formação de
cordões de vegetação permanentes.
Quebra Vento
Quando o vento atravessa uma barreira de árvores, sua velocidade perto do solo
é diminuída e sua temperatura e umidade também é modificada. Baseados nesses fatos,
os Quebra-ventos têm varias utilidades em áreas rurais, para proteção de pessoas,
cultivos animais e prédios contra extremas ações do clima.
Os Quebra-Ventos evitam a erosão eólica dos solos. Partículas finas do solos,
desnudos são carregadas facilmente, quando o vento excede a 21 km/hora. Os Quebraventos podem reduzir significativamente a velocidade a sotavento, isto é, depois que o
vento atravessa a barreira vegetal. Esse efeito se estende por uma distância de oito a
quinze vezes a altura das maiores arvore da barreira, depois que o vento recupera sua
velocidade primitiva.
Segundo GUIMARÃES DUQUE (1962), não é aconselhável fazer
desmatamento em largas e extensas, nas áreas de caatinga e capoeiras, porque o
intemperismo físico e químico associado com elevado índice de insolação contribui para
a degradação do solo. Em tal situação, deixa-se em 100 a 200 metros de largura de
desmatamento, uma faixa de vegetação nativa de 20 a 30 metros de largura, localizada
em posição perpendicular aos ventos dominantes. Se a vegetação espontânea, alta, já foi
destruída, os renques de árvores são plantadas com a largura e a distância citadas acima
mencionadas. A barreira viva composta de arvores unidas impele o vento baixo para
cima protegendo o solo. Entre as essências mais indicadas para compor um sistema de
Curso Técnico em Agropecuária – Práticas de Convivência com Semiárido
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
Quebra-Ventos destacamos o eucalipto, o juazeiro, o tamarindo, o bambu,o avelós e a
canafistula, servem para este fim, devendo escolher-se bem a espécie que melhor se
adapte às condições do solo e do clima. As estruturas dos Quebra-Ventos servem para
efetuar divisões de parcelas ou talhões de áreas cultiváveis e de pastagens.
Fonte: João Bosco de Oliveira PRODHAM
Foto – Quebra Ventos
Os efeitos dos Quebra-ventos também se estendem à pecuária, podendo
proporcionar conforme o caso, redução de mortalidade de animais recém-nascidos a
redução da necessidade de ingestão de alimentos no inverno, a manutenção da
produtividade e a melhoria da qualidade da pastagem. Os Quebra-ventos ainda
constituem sombra para o gado, o que è outra fonte de benefícios variados. O uso de
Quebra-vento deve ser considerado quando a erosão causada pelo vento se constituir
num serio problema, e quando outras práticas se revelarem pouco efetivas.
Cordões de Pedras em Contorno
Esta prática tem a função de segmentar o comprimento de rampa, ou seja, a maior
declividade da área, fazendo diminuir o volume e a velocidade das enxurradas, forçando
a deposição de sedimentos nas áreas onde são construídos e formando patamares
naturais. Em consequência, provocam aumento na profundidade efetiva do solo e
diminuem os desgastes provocados exportação de sedimentos, nutrientes e matéria
orgânica, melhorando a condição de infiltração e o armazenamento de água para as
plantas. Considerando ainda, que o conhecimento dessa técnica conservacionista e sua
aplicação no campo influencia no aumento da capacidade produtiva do solo. Esta
prática dentre outra finalidade, tem como objetivos:
 Redução da massa de sedimentos, por meio do controle da erosão proporcionado
pelos cordões de pedras em contorno;
 Modificar o micro-relevo entre as faixa de solo compreendida entre dois cordões
de pedras sucessivos como também o aumentar a profundidade do solo;
 Melhoria das condições físicas e química do solo onde essa técnica de
conservacionista foi aplicada.
Quanto a sua aplicabilidade desta prática, é indicada para unidade solo com elevada taxa
de pedregosidade superficial, neste caso destacando-se os Luvissolos e os Argissolos. A
Curso Técnico em Agropecuária – Práticas de Convivência com Semiárido
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
eficiência dos Cordões de Pedras em Contorno como prática conservacionista é
claramente evidenciada por meio da retenção de sedimentos podendo alcançar valores
da ordem de 60 t / ha / ano de material retido ano.
Em função da massa de sedimentos retida pelo Cordão de Pedra em Contorno na área de
deposito, verifica-se uma sensível melhoria, em todas as propriedades físicas e química
em relação a área de remoção, sobretudo no que refere-se aos teores de matéria
orgânica, teor de argila água disponível, e nutrientes .
Fonte João Bosco de Oliveira PRODHAM
Foto – Cordões de Pedras em contorno
O espaçamento entre os Cordões de Pedra em Contorno deverá obedecer aos
dados contidos em tabelas, semelhantes ao espaçamento adotado nos terraços. No
processo construtivo dos Cordões de Pedra em Contorno deve ter as seguintes etapas:
 Determinação da declividade da área a ser trabalhada para escolha do
espaçamento horizontal ou vertical, segundo a textura do Solo;
 Localização no campo das curvas de nível de acordo com espaçamento
determinado;
 Construção dos cordões de pedras seguindo as curvas de nível locadas no
campo;
 As pedras deverão ser transportadas para a formação dos Cordões de Pedras com
auxilio de padiola ou “pá de cavalo”.
A construção é feita normalmente, aproveitando as pedras que afloram no
próprio terreno. Os Cordões de Pedras é uma espécie de taipa construída sempre em
nível. A natureza e a forma de manejo do solo encarregam-se de nivelar a área entre os
Cordões de Pedra.
Curso Técnico em Agropecuária – Práticas de Convivência com Semiárido
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
Restauração de Áreas Degradadas e de Empréstimo para Construção Civil
A metodologia que envolve a restauração de áreas degradadas oriundas do
manejo inadequado do uso do solo para fins agrícola, ou proveniente de áreas de jazidas
para construção civil, poderá ser viabilizada mediante a utilização de praticas
conservacionista como a subsolagem a escarificação, adubação orgânica e o sulcamento
como pré-requisito para aplicação da TÉCNICA DO INÓCULO – SERAPILHEIRA.
[a] – Função da Operação – A Subsolagem é a prática que tem como objetivo único
romper camadas compactadas do solo, abaixo da camada arável, atingindo profundidade
de trabalho de pelo menos 25 a 30 cm, utilizando os subsoladores. A subsolagem não é
uma operação de preparo primário do solo. Não deve ser executada na mesma área em
um intervalo de tempo menor que três (03) anos. Não tem a função de eliminar as ervas
daninhas e sim de soltar o solo apenas e em faixas.
[b] – Subsolador – É um implemento, que consta de um quadro “porta ferramentas”
onde são acoplados os braços ou hastes, separadas entre si a distâncias geralmente
maiores que 50 cm, chegando até a um metro ou mais. Este implemento é capaz de
proporcionar uma penetração no solo a uma profundidade maior que 30 cm e pode
manter essa profundidade durante o trabalho sem que ocorram embuchamentos, sendo
tracionado com tratores de potencia superior a 100 HP.
[c] – Época de Execução – A operação de subsolagem deve ser feita preferencialmente
em solo seco para aumentar a sua eficiência, ou seja, permitir o rompimento lateral no
seio do solo. Quase nenhum efeito de soltar o solo se consegue quando o mesmo está
muito úmido, visto que neste caso as hastes somente cortam o solo sem quebrá-lo
lateralmente.
[a] – Função da Operação – Escarificar significa romper o solo da camada arável, até o
máximo de 20 a 25 cm visando soltar o solo para permitir um aumento da taxa de
infiltração, proteger contra a erosão motivada pela não incorporação total de restolho da
cultura e menor pulverização do solo, sem inversão da leiva, promovendo ainda a
diminuição da enxurrada sobre a superfície do solo.
[b] – Escarificador – São implementos amplamente utilizados em regiões desenvolvidas
para o preparo primário e melhor conservação do solo, com menor consumo de
combustível. Este implemento deixa na superfície do solo maior quantidade de resíduos
vegetais protegendo-o contra a erosão e permite ainda uma maior rugosidade e
conseqüentemente uma melhor infiltração.
[c] – Época de Execução - Esta operação deverá ser realizada com a consistência do
solo abaixo da friabilidade, ou seja aproximadamente a 20% abaixo da capacidade de
campo, o que pode ser obtido logo após as primeiras chuvas da quadra invernosa. Deve
ser executada logo depois de estabelecidas as niveladas básicas e antes da operação de
sulcamento.
Curso Técnico em Agropecuária – Práticas de Convivência com Semiárido
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
Fonte: João Bosco de Oliveira PRODHAM
Foto - Serapilheira / Técnica do Inoculo
A função destas práticas é proporcionar pré-condições para a recuperação do solo,
da vegetação e da água através da infra-estrutura implantada, mediante aos seguintes
procedimentos:
 O primeiro passo, será estabelecimento das niveladas básicas sobre o terreno e
implantar nestas linhas um sistema de terraços de base estreita cujo espaçamento
dependerá do grau de declividade da área e da natureza do solo, dando proteção
às praticas que irão ser implementadas em seguida;
 Após a materialização do sistema de terraço de base estreita, será, executada na
faixa entre terraço, a mobilização do solo com escarificador ou subsolador, para
em seguida sofrer o sulcamento em nível para retenção das águas e receber a
serapilheira e o esterco;
 Esta etapa descrita no item anterior, deverá ser realizada antes da ocorrência da
quadra chuvosa e da aplicação da Técnica do Inoculo.

A Técnica do Inoculo segundo MENDES, B.V.(2002), o nome desta pratica de
restauração ambiental advém do fato de que esta tecnologia fundamenta-se no principio
da restauração da vida biológica em áreas degradadas, com ausência da vida vegetal e
animal. O inoculo de acordo com este pesquisador “consiste da serapilheira obtida a
partir da raspagem do solo da caatinga pouco antropizada, contendo semente e
propágulos vegetativos de ervas, arbusto e arvores além de bactérias, fungos, algas,
protozoários, vermes, insetos, ácaros e de outras espécies que vivem no solo. O inoculo
(serapilheira) vai propiciar o desenvolvimento da atividade microbiana do solo e
repovoar a área com plantas superiores.”
A “Técnica do Inoculo” permite após, determinado período, a melhoria dos
atributos físicos e químicos do solo, além de sua recuperação no que concerne a vida
microbiana e da cobertura vegetal. A correção física da área adensada será corrigida
mediante a escarificação e o sulcamento à tração mecânica executado em curva de nível.
As condições químicas serão corrigidas mediante aplicação do esterco de curral e
serapilheira. A adubação orgânica além de proporcionar o enriquecimento do solo do
ponto vista da fertilidade, permite ainda a elevação das taxas de capacidade de
armazenamento de água e da estabilidade dos agregados do solo.
A cobertura vegetal deverá ser estratificada em unidades geo-ambientais
homogêneas com destaque para os remanescentes da vegetação herbácea, arbustiva e
arbórea.Deverá ser elaborado um inventário vegetal utilizando o sistema de amostragem
Curso Técnico em Agropecuária – Práticas de Convivência com Semiárido
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
estratificado, identificando diretamente no campo as espécies vegetais, diâmetro e altura
total. Deverá ainda ser determinada a composição florística, dominância e abundância
existente entre as espécies e estabelecer a estrutura vertical e horizontal de cada vegetal
identificado.
Pequenas Barragens para a contenção de Água – Barraginha
Para este tipo de intervenção, conhecida como Barragens para a retenção do
escoamento superficial, também comumente denominada de Barraginhas como pratica
de caráter mecânico de conservação de solos objetivando a contenção do escoamento de
encosta onde sua localização é estabelecida a partir da observação da presença de sulcos
oriundos do processo de erosão hídrica. A identificação dos sulcos comprova a
necessidade de interceptar o escoamento superficial.
Segundo PRUSKI,F.F.(2006), neste tipo de obra, a principal diferença entre a
Barraginha e a Bacia de Acumulação (Retenção) é caracterizada pelo fato de a
primeira ser implantada em áreas de exploração agropecuária propriamente ditas e de
utilizar para definição de local de implantação dessa o critério de observação de sinais
de ocorrência da erosão por sulcos. Já as Bacias de acumulação estão associadas à
retenção do escoamento superficial advindo de estradas. O mesmo pesquisador ressalta
ainda que comparando com sistema de terraceamento, uso de Barraginhas implica
menor interceptação e retenção de escoamento superficial e consequentemente, em
menor volume de água infiltrado e para a recarga do lençol freático, á medida que
apenas uma parcela da área é efetivamente protegida, implicando, consequentemente,
menor retenção do escoamento superficial.
Apesar de esta pratica ser utilizada com bastante freqüência, não apresenta,
contudo, uma metodologia concreta para o seu adequado dimensionamento. Um
procedimento metodológico com o qual se pode proceder ao dimensionamento desse
tipo de prática mecânica de conservação de solo através das equações:
V = A x ES / 1000 em que :
V = volume de água a ser armazenado pela Barraquinha – m³
ES = lâmina de escoamento superficial, - mm e
A = área de contribuição para a Barraginhas m².
[a] – Para Barraginhas formato Semicircular
R = √ 4 . V / ╥. H em que
R = raio das Barraginhas, m;
V = volume acumulado, m³; e
H = profundidade máxima de água acumulada m.
[b] – Para as Barraginhas de formato retangular
B = 2.V / H . L em que
B = largura das Barraginhas,m;
L = comprimento das barraginhas m.
Curso Técnico em Agropecuária – Práticas de Convivência com Semiárido
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
Fonte: Circular Técnica nº 2 / CNPMS – EMBRAPA
Foto de Barraginhas de acumulação, e de retenção de drenagem de estradas.
Controle da erosão – entrada interrompida pela
Área de contribuição.
Controle
da
terraços e bacias
de captação.
erosão
–
Curso Técnico em Agropecuária – Práticas de Convivência com Semiárido
sistema
de
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
PRÁTICAS E TÉCNICAS DE CARÁTER FITO-EDÁFICO
Plantio Direto
Práticas agronômicas caracterizada pelo baixo tráfico de maquinas sobre as áreas
agrícolas com o objetivo de promover a redução dos custos com o preparo e cultivo do
solo, através da redução do número de horas maquinas utilizadas nestas operações. Por
outro lado, este sistema de manejo visa ainda a diminuição dos riscos de compactação do
solo e consequentemente promove a redução dos efeitos danosos da erosão hídrica,
além da manutenção da fertilidade do solo e aumento as taxas de retenção de umidade
das áreas cultivadas. Este sistema de manejo tanto poderá ser utilizado nas condições de
“Lavoura de Sequeiro como em Lavoura Irrigada”.
Um dos mais importantes questionamentos sobre Plantio Direto é o que acontece
com o desenvolvimento das raízes e com a densidade do solo. Sabe-se que as raízes têm
somente condições propícias ao seu desenvolvimento em solos dotados de um número
adequado de canais suficientemente grandes para sua penetração. Em outras palavras, se
o solo estiver demasiadamente compacto, por ação dos equipamentos, aquele
desenvolvimento é inibido e a cultura evoluirá satisfatoriamente. A densidade do solo é
em geral resultado dos efeitos das máquinas, ou seja, de seu peso e de suas passagens
sobre a área.
Os pesquisadores HAWKINS & BROWN (1967), realizaram avaliações sobre
preparo do solo e desenvolvimento de raízes, concluindo que quando o controle das
ervas daninhas é feito unicamente pelo emprego de herbicidas, possivelmente há
necessidade de lavrar a terra nos trilhas das máquinas (por onde passam as rodas), em
virtude da compactação sofrida por estas áreas .Entre as muitas vantagens
proporcionadas pelo sistema de plantio direto situam-se:






Maior controle da erosão;
Melhor manutenção da umidade do solo;
Conservação da matéria orgânica do solo e de sua estrutura;
Melhor germinação das sementes;
Melhor desenvolvimento das plantas;
Menos trabalho e menor custo de produção.
A combinação destes fatores se traduz por maior flexibilidade para o produtor,
possibilitando-lhe melhores colheitas mesmo em períodos desfavoráveis. Tendo em
vista que este sistema deixa os resíduos das plantas sobre a superfície da terra,
melhorando, portanto, a sua retenção de água, a menor dependência de chuvas para
efetivação do plantio.
O Plantio Direto propicia, igualmente, melhores condições para a germinação,
dado o fato de as sementes serem colocadas em um sulco ,o qual se apresenta úmido, e
levemente comprimidas pela máquina plantadora. Assim, elas podem obter umidade
com facilidade, por ação capilar.
A germinação das invasoras sofre retardamento, pois o solo não é perturbado entre
as linhas da cultura, em consequência do que as plantas ficam praticamente livres de sua
concorrência, em especial durante o período de crescimento inicial, quando se
apresentam mais sensíveis. Como todas as sementes são colocadas a uma mesma
profundidade, lavoura resulta mais uniforme.
Curso Técnico em Agropecuária – Práticas de Convivência com Semiárido
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
No Plantio Direto, no ponto de vista estrutural e gerencial em relação a propriedade,
esta prática exige:
 Necessidade de capacitação de técnicos, produtores e operadores de maquinas;
 Difundir praticas de uso e manejo de solo maquinas e herbicidas;
 Compatibilizar a potencia dos Tratores com as maquinas de plantio.
Dentre os aspectos tecnológicos considerados fundamentais para o sucesso na
implantação e condução das lavouras, ressaltam-se:
 Implantação de estrutura básica de conservação do solo (terraço concordância
com talvegues gradientes etc...). O plantio direto deve ser vista como pratica
substitutiva, mas sim, complementar para a conservação do solo;
 Eliminar as camadas compactadas e adensadas “pé de grade” no solo trabalhado, que
afetam o desenvolvimento do sistema radicular das plantas;
 Eliminar sulcos e valetas de erosão pelo nivelamento da superfície do terreno, para
facilitar o deslocamento e trabalho mais eficiente das maquinas semeadouras e
pulverizadoras;
 Correção preventiva da acidez e da fertilidade do solo, principalmente no que se
refere ao fósforo e potássio;
 Produção de cobertura morta em quantidade suficientes (4 a 6 t/ha) para proteger
pelo menos 50% da superfície do terreno;
 Eliminação das ervas daninhas de difícil controle e redução do grau de infestação
através
de medidas preventivas de controle integrado
Fonte: Josualdo Alves Justino Foto
– Plantio Direto na Palhada da Cultura do Milho
As principais dificuldades constatadas na execução do plantio direto dizem
respeito a exigência de investimentos iniciais e da necessidade de mudança nos hábitos e
processos rotineiro de trabalho. O plantio direto ainda é um sistema em evolução para as
condições do semi-árido cearense e nordestino. A melhoria do grau tecnológico e
econômico advirá dessa evolução nas diferentes condições em que o sistema tem sido
implantado.
Curso Técnico em Agropecuária – Práticas de Convivência com Semiárido
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
Propor-se oferecer a solução definitiva através de “receitas prontas” para o
plantio direto é inviável e por demais pretensioso, pois não só nesse, mas em qualquer
outro sistema de plantio, novas soluções podem gerar novos problemas quando
empregado de uma maneira generalizada.
A adoção do sistema requer uma qualificação técnica e cultural do produtor, bem
como a conscientização da real necessidade de sua adoção. Requer também um
adequado acompanhamento de pesquisa e assistência técnica e, sobretudo, a frequente
troca de experiência agricultores e técnicos.
Nessa situação, é desejável que a adoção e a expansão do sistema ocorram de
forma gradual, para que a expansão do sistema ocorra de forma gradual, para que os
técnicos e os agricultores, através do tempo e da experiência vivida, se familiarizem
com as exigências e limitações próprias do sistema.
Cultivo Mínimo
Prática agronômica, que tem como principal objetivo a reduzida mobilização do
solo, o aumento significativo dos níveis de matéria orgânica no solo, proporcionando
desta forma, a elevação da retenção da umidade disponível para as plantas, durante todo
o seu período fenológico, diminuindo desta forma os riscos de frustrações de safras. Este
apresenta fundamentos similares ao anterior, apresentando grande viabilidade para
pequenos cultivos.
Quando falamos das técnicas de “Cultivo ou preparo mínimo” para o plantio de
culturas, deveríamos em primeiro lugar entender o sentido destes termos, os quais estão
rapidamente entrando no vocabulário dos técnicos e agricultores. As expressões “cultivo
mínimo” ou “preparo mínimo” podem ser usadas quando se refere a qualquer sistema de
cultivo onde há menos movimento do solo do que o normalmente empregado na forma
de preparo convencional. Nesta categoria existem muitos sistemas diferentes. Variam de
verdadeiras técnicas de “nenhum preparo” ou “plantio direto” onde é cortado apenas um
sulco no solo não cultivado para os sistemas que envolvem cultivo total.
Fonte:Josualdo Alves Justino FAZNOR/EMATERCE e Gastão Silveira ESALQ/USP
Foto – Cultivo Mínimo
Curso Técnico em Agropecuária – Práticas de Convivência com Semiárido
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
Deste modo, deveríamos entender que as técnicas cultivo mínimo e plantio direto não
são necessariamente apropriadas para todas as situações apresentada pela cultura.
Primeiramente, o produtor precisa ter motivos definidos para usá-las, ou seja, a
necessidade de controlar erosão do solo e reduzir as exigências de mão-de-obra, ou
simplesmente diminuir despesas. Em segundo lugar, qualquer técnica de cultivo mínimo
deve ser apropriada às condições locais de cultivo. Não seria adequado o cultivo
mínimo numa área muito infestada de gramínea perene ou ervas com características
arbóreas; e nos solos pesados e mal drenado o sistema de cultivo mínimo . Também,
não seria aconselhável começar este tipo de cultivo em áreas de baixa fertilidade ou em
terrenos onde já exista o problema de solo muito compactado. E, também, pode-se
entender por cultivo mínimo a utilização de cultivo que se traduza por diminuição da
necessidade de preparo do solo.
Em regiões onde se observa problemas de adensamento superficial do solo o cultivo
mínimo se faz necessário. Este método em uma única passada após o cultivo anterior,
proporcionar a quebra de estrutura superficial adensada e incorporando restos de
culturas, e desagregando os torrões maiores deixando a superfície em condições de
receber a operação seguinte de semeadura. Neste caso, a redução do trafico de maquinas
também reduz o efeito do adensamento do solo.
Escarificação
Escarificar significa romper o solo na camada superficial até no máximo de 25 a
30 cm, utilizando implemento denominado de “Escarificadores”, utilizados para o
preparo primário do solo.
Pela forma de trabalhar, o escarificador pulveriza menos o solo do que o arado
ou grade, deixando a superfície do terreno escarificado sem enterrar a maior parte dos
resíduos vegetais. Este implemento é altamente válido no controle da erosão, é
apropriado o seu uso para quebrar as camadas compactadas existentes na superfícies dos
solos mecanizados.
Como preparo primário do solo a pratica da escarificação objetiva: destruir as
ervas daninhas e soltar o solo para permitir a colocação das sementes no solo. Como
escarificação propriamente dita visa proteger o solo da erosão pela não incorporação
total de resteiva ou restolho da cultura anterior e menor pulverização do solo.A
escarificação objetiva anda romper camadas compactadas e adensadas do solo a
profundidade de 10 a 25 cm, permitindo uma melhor infiltração de água no solo e
diminuindo a enxurrada ou escoamento superficial.
Os escarificadores são implementos amplamente utilizados nos paises como
Estados Unidos e Europa para o preparo primário e melhor conservação do solo, além de
permitir economia de combustível. O escarificador substitui com vantagens o arado e a
grade pesada, podendo ser utilizado continuamente no preparo do solo de uma
propriedade.
A comparação dos escarificadores com a grade pesada e o arado de discos nos
permite afirmar que:
Curso Técnico em Agropecuária – Práticas de Convivência com Semiárido
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
 O gasto de combustível é bem menor que usando o arado de discos, alem de
permitir preparar o dobro de área no mesmo espaço de tempo;
 Os escarificadores apresentam gasto de combustível levemente maior que a grade
pesada, tendo rendimento ligeiramente menor, mas não observando-se qualquer
ocorrência de erosão em áreas escarificadas;
 A escarificação deixa na superfície do solo maior quantidade de resíduos vegetais
(80%),protegendo-o contra a erosão;
 Dentre os escarificadores, consegue-se o melhor controle de ervas daninhas com
aquele munido de enxada pé-de-pato e com a menor distancia entre braços (20
cm);
 Após o preparo primário do solo e antes do uso da grade, o índice de rugosidade
é superior na escarificação, ou seja, com terreno mais resistente a erosão;
 A aração pulveriza o solo o dobro a mais que a escarificação;
 Aumenta a infiltração e a capacidade de retenção de água no solo;
Os rendimentos das culturas têm-se mostrado após a escarificação, iguais ou maiores do
que quando o solo é preparado com arado ou grade.
Fonte: Josualdo Alves Justino FNOR/EMATERCE
Foto – Escarificação do Solo
Assim sendo, para nossas conduções de solo e clima, é importante adotar
sistemas de preparo que não pulverizem excessivamente e sejam capazes de manter os
restos de outras culturas na superfície, total ou parcialmente. Desse modo, tem se
procurado estudar o arado escarificador como implemento alternativo para o preparo
primário do solo. Dados oriundos de pesquisa tem mostrado o efeito benéfico da
escarificação no controle do solo e da água no processo erosivo.
É evidente a eficiência dos sistemas conservacionistas de preparo de solo no
controle do escorrimento superficial e, consequentemente, nas perdas de água. Isso pode
representar maior armazenamento de água, e menor risco de veranico e também a
possibilidade de redução da frequência de irrigação em áreas irrigável.
Devido sua forma de trabalhar, o escarificador promover menor efeito de
desestabilização dos agregados do solo e consequentemente a preservação de sua
estrutura e não enterra a maior parte dos resíduos vegetais. Fato, altamente valido para o
controle da erosão, seu uso é apropriado para o cultivo mínimo onde se efetua a quebra
das camadas compactadas e adensadas existente na superfície dos solos intensamente
manejados. Nessas condições, o escarificador pode realizar um bom trabalho de preparo
do solo, através do afofamento, da boa granulação e incorporação de restolho, provocar a
inversão da leiva. Sua necessidade de potencia é cerca de 60% da de aração.
Curso Técnico em Agropecuária – Práticas de Convivência com Semiárido
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
O objetivo da escarificação como prepara primário do solo são destruir ervas
daninhas e soltar o solo. Já como escarificação visa proteger o solo da erosão pela não
incorporação total da restolho da cultura anterior e menor pulverização do solo, além de
romper camadas compactadas a profundidade de 10 a 25 centímetros, permitindo
melhor infiltração de água e diminuindo as enxurradas.
Captação “IN SITU”
Prática agronômica de caráter edáfica, visando a implantação na superfície do
solo de uma pequena estrutura de captação, estabelecida pela forma de mobilização da
superfície da área trabalhada, através da criação de sulcos em nível, objetivando a
retenção de água oriunda da precipitação pluviométrica e consequentemente a
disponibilidade a disponibilidade de umidade em todo o ciclo da cultura. Esta prática é
concebidas para regiões semiáridas, onde se evidencia a presença de solos rasos a
moderadamente profundo sujeitos a problemas de formação de crostas superficiais de
baixa taxa de infiltração, e, zonas sujeitas as irregularidades climáticas no tempo e no
espaço.
O CPTSA, estudando métodos de Lavoura Seca efetuou dois métodos
diferenciados embora com a mesma finalidade. O método “ IN SITU ( I )” – consiste
na construção na área de trabalhada de sulcos paralelos em nível, sendo que entre os
dois sulcos consecutivo deve ser implantado um plano inclinado formado pela borda do
sulco e o sulco vizinho. A parte mais elevada do sulco serve de área de plantio, e o
plano inclinado servirá de bacia de captação d água. Todo este sistema deve ser
implantado, segundo as niveladas básicas
Josuldo Alves Justino FNOR/EMATERCE
Foto – Captação “in situ” realizada à tração Animal e
Mecânica
O método de captação “IN SITU (II)” – consiste em efetuar uma pequena
variação do método “IN SITU (I)”. Para implantação deste método, efetua-se o preparo
normal do solo, fazendo-se a abertura do sulco de acordo com o espaçamento da cultura
que se deseja implantar, seguindo sempre as niveladas básicas pré-marcadas. A segunda
operação consiste na adaptação de uma lâmina sulcadora adaptada, cujo trabalho
realizado é deixar um camalhão e uma área de captação com declive duplo de sentido
contrário.
Curso Técnico em Agropecuária – Práticas de Convivência com Semiárido
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
As principais vantagens das técnicas de captação “IN SITU”, dentre outras,
podemos mencionar:
 Maior área de captação de água entre as linhas de plantio;
 Pode ser implantado plantio em fileira dupla;
A desvantagem do método está relacionada ao fato de que o sistema necessita
sempre adaptações nos implementos tanto a tração motora como a tração animal. As
capinas devem ser feitas logo que ocorra o aparecimento das primeiras ervas daninhas;
em seguida efetua-se uma nova passagem com a lâmina sulcadora, para reformar a
estrutura de captação.
Método Guimarães Duque
Este método consiste em efetuar na área trabalhada um sulcamento em nível, de
acordo com as niveladas básicas, segundo o espaçamento da lavoura que se deseja
implantar. Os sulcos podem ser abertos através de arado de disco a tração motora, arado
de aiveca a tração animal ou ainda através de soladores tanto a tração motora como a
tração animal. A operação de plantio da lavoura escolhida será efetuada será efetuada em
cima do bordo da leiva tombada pelo arado ou então na berma do sulco deixado pelo
sulcador.
No Método Guimarães Duque dentre outras vantagens, destacamos:
 Diminuição do custo de preparo primário do solo, em comparação com o sistema
convencional;
 Menor mobilização do solo, reduzindo as perdas por erosão hídrica resultante dos
elevados índices de erosividade e erodibilidade do solo na região semiárida;
 Melhoria do “stand” da cultura, motivado pela maior disponibilidade de água às
plantas de um cubo de terra mais friável, facilitando desta forma a melhor
penetração do sistema radicular da planta, maior desenvolvimento das mesmas,
pelo adicional de umidade concentrada dentro do sulco, proporcionada pelo
método.
Josualdo Alves Justino FNOR/EMATERCE e Francisco Holanda CCA/UFC
Foto – Método Guimarães Duque
As capinas deverão ser efetuadas com auxilio do cultivador acoplado com enxadas do
tipo “picões” logo que as ervas daninhas venham a brotar, deixando o solo em
Curso Técnico em Agropecuária – Práticas de Convivência com Semiárido
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
condições de absorver mais água. Esta capina deve ser feita com profundidade mais rasa
possível. A correção do fator limitante do solo toda região semiárida, a disponibilidade
umidade para as plantas, poderá ser solucionado através da adoção deste método.
Captação da água de chuva “in situ” – Local de Plantio
Barradores de sulcos
Principais Vantagens e Limitações da Prática
 Controla a Erosão;
 Conserva o Solo;
 Maior disponibilidade de água para as planta, aumentando a resistência aos
veranicos;
 Baixo custo de implantação - os custos de construção dos sulcos e camalhões
equivalem aos da aração e gradagem;
 Baixo custo de manutenção dos sulcos e camalhões;
 Favorece a recarga do lençol d’água;
 Não é recomendada para áreas com declividade superior a 8%;
 Implementação difícil em solos pedregosos;
 Não deve ser usada em solos muito arenosos, pois a água se perde por
infiltração.
Curso Técnico em Agropecuária – Práticas de Convivência com Semiárido
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
Preparo do solo e construção dos sulcos
Área “In Situ” com a cultura do feijão – CE.
Área “In Situ” com a cultura do milho
Área “In Situ” com a cultura do sorgo – CE.
Bacia de Chuvas
Prática agronômica de caráter edáfica direcionada mais especificamente para
culturas permanente ou semi-permanentes e em áreas de relevo movimentado. Este
método consiste em fazer sobre a superfície do solo, uma pequena “bacia” de captação
de água, seguindo o alinhamento das niveladas básicas. Estas bacias são construídas
manualmente com auxilio de uma enxada ou então através de um arado de disco
adaptado ou seja pré-dentado. A água da chuva é conduzida, sem perdas, para o nível
das raízes e mesmo a sua penetração profunda é útil para os órgãos subterrâneos em
crescimento descendente. A cultura é plantada no bordo da terra escavada com os
implemento usados na sua construção.
Bacia de Chuva
Sulco Barrado
Fonte: CPTSA / EMBRAPA
Curso Técnico em Agropecuária – Práticas de Convivência com Semiárido
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
Sulcos Barrados
O método de captação de água também denominado de Sulcos com Retenção
são práticas agronômicas de Lavoura Seca, bastante utilizada em varias regiões
semiáridas do mundo especialmente em Portugal e Espanha. Este método consiste em
sulcar a área em nível, e construir dentro do próprio sulco pequenos diques, objetivando
proporcionar uma maior uniformidade de infiltração da água acumulada dentro do sulco
barrado.
O método deve ser recomendado para áreas de relevo plano a suave ondulado,
onde o solo apresente uma permeabilidade moderada a lenta. Em áreas de relevo
fortemente ondulado este método deve ser evitado. No caso de usar solos com declive
um pouco acentuado, a água deve estar protegida por um sistema de terraço. Após a
capina, o sistema de sulco barrado deverá ser refeito para que possa continuar a
captação de água de chuva. O espaçamento do Sistema de sulcos barrado deve ser igual
ao da lavoura a ser implantado. A sua construção é realizada através do uso do sulcador
convencional à tração motora ou animal ou então com o barrador de sulco, podendo ser
ainda efetuado com auxilio de uma enxada.
Cobertura Morta
É uma prática agronômica de caráter edáfica consistindo em efetuar sobre a
superfície do solo da área cultivada material de origem vegetal seco em forma picada ou
de roço da vegetação nativa existente no local. Esta prática também conhecida como
“mulch”, permite uma melhor retenção de umidade para as plantas, alem da redução da
competição das ervas daninhas e evaporação direta da água do solo.
O principio básico deste método é a manutenção sobre a superfície do solo, dos
restos culturais, que formam uma camada protetora na superfície. Esta prática sem
duvida é fundamental por vários motivos, dentre eles destacamos:
 Contribui para manutenção da umidade do solo, impedindo o ressecamento da
superfície do solo pelo o sol.
 Diminui as oscilações de temperatura na superfície do solo, proporcionando uma
média térmica adequada para o desenvolvimento da vida microbiana;
 Permite a multiplicação da micro, meso macro-vida pela decomposição da
matéria orgânica no solo;
 Protege o solo contra ação das chuvas, que provocam desestruturação dos
agregados;
 Diminui a concorrência das ervas daninhas.
Curso Técnico em Agropecuária – Práticas de Convivência com Semiárido
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
A cobertura morta exerce influência marcante nas características físicas,
químicas e biológicas do solo. A superfície do solo protegida pelo “mulch”, não sofrerá
o impacto direto das gotas de chuvas e a desagregação. Com isto, ocorrerá:
 Redução do selamento superficial, onde a ação da chuva em áreas não protegida
irá desagregar as partículas do solo obstruindo seus poros;
 Elevação das taxas de infiltração e uma conseqüente diminuição do escoamento
superficial.
Tanto a qualidade quanto a quantidade dos resíduos vegetais exercem influência
na infiltração de água no solo. A densa e espessa cobertura morta promovida por restos
vegetais proporciona as maiores taxas de infiltração da água no solo.
É importante lembrara que na execução da prática da cobertura morta, para sua
perfeita consecução é necessário evitar alguns problemas como sejam:
 Risco de fogo, o material seco, principalmente capins e palhas, e nos período
mais secos incendeia com bastante facilidade;
 Poderá ocorrer uma maior concentração de raízes nas camadas mais superficiais
do solo;
 Pode constituir-se em abrigos de pragas;
 O material devera ser bem escolhido para evitar a proliferação de plantas com
sementes de ervas invasoras;
 Ás vezes, o material é escasso e difícil ou pode estar a grandes distancias
tornando a prática cara e até inexeqüível.
Fonte: João Bosco de Oliveira Aratuba –Ce
Foto – Cobertura Morta com Roço e Aplicação de
Bagana de Carnaúba
A cobertura morta tende a promover uma melhoria da estrutura do solo na camada
superficial ou seja no horizonte (A). Mas, o seu efeito mais importante, no que
concerne ao controle da erosão hídrica, pela proteção que oferece contra o impacto das
gotas de chuva e contra o escoamento acelerado da enxurrada, pode ser observado.
Observa-se que há um controle de 53% nas perdas de solo e de 57% nas perdas de água.
Curso Técnico em Agropecuária – Práticas de Convivência com Semiárido
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
A cobertura morta em algumas regiões, tem se mostrado de grande valia não só para o
controle da erosão hídrica, mas também no controle da erosão eólica, é pois de grande
eficiência. Entretanto para se ter bons resultados alguns requisitos deverão ser
satisfeitos:
 A pratica da cobertura morta, demanda um bom nível de fertilidade do solo nas
condições naturais;
 Níveis de nitrogênio no solo devem ser satisfatórios;
 A vida microbiana do solo deve ter suas atividades estimulada.
Para que a cobertura morta tenha sucesso na produtividade do solo se faz necessário
que haja adequado suprimento de nitrogênio para a atividade microbiana do solo e para
o uso da planta.
Adubação Orgânica
Esta, se constitui em uma prática de caráter edáfica traduzida pela aplicação
direta no solo de adubo orgânico de origem vegetal e animal, tais como o esterco, resto
de vegetais e adubos verdes, através da incorporação no solo da biomassa oriunda de
plantas.
A matéria orgânica do solo é originaria das plantas, dos minerais e dos
microrganismos que vivem na terra ou a ela vão ter. As plantas são as principais fontes
de matéria orgânica, quer pela deposição dos ramos folhas, quer pela contribuição
oferecida pelas raízes. No solo, a matéria orgânica é encontrada em diferentes estádios
de decomposição. O conteúdo e a composição da matéria orgânica são conseqüência de
fatores diversos tais como: o tipo de vegetação, a topografia, o clima e o tempo (idade).
No solo, o acumulo ou a destruição sofre o efeito da atividade dos microrganismos, os
quais são afetados pelas condições de umidade, aeração, temperatura e areação do meio
(pH), além do indispensável suprimento de nutrientes e de fontes energéticas.
A importante da matéria orgânica pode ser evidenciada pela sua influência nas
propriedades físicas, químicas e biológicas do solo.
Nas propriedades físicas do solo como as densidades aparente e real, a porosidade,
a superfície especifica, a estrutura e a retenção de água , a importância da matéria
orgânica já foi demonstrada. A influencia da matéria orgânica se faz notar ainda, na cor
consistência, permeabilidade, aeração, temperatura e outras propriedades físicas do solo.
Nas propriedades químicas e físico-químicas do solo, a matéria orgânica tem sua
importância ressaltada na reação do solo, nos conteúdos de bases trocáveis e na
capacidade de troca catiônica , atributos esses que muito contribuem no suprimento de
nutrientes às plantas. A capacidade de a matérias orgânica adsorverem Ca, Mg, K e
outros elementos, evita a lavagem desses nutrientes em solos pobres em argila; a CTC
da matéria orgânica pode ser de 2 a 20 vezes a das argilas.
Curso Técnico em Agropecuária – Práticas de Convivência com Semiárido
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
Fonte; Gastão Silveira ESALDQ/ USP
Foto – Aplicação de Adubo Orgânico Sólido e Líquido
Na biologia do solo a matéria orgânica tem importância como fonte de energia e
de nutrição para os microrganismos heterotróficos.
É importante conhecer-se a relação C:N da matéria orgânica para se ter a
informação do tempo necessário a ser aguardado para se efetuar um plantio, bem como,
se o nitrogênio inorgânico do solo será imobilizado ou se o nitrogênio orgânico está
mineralizado.
Merece especial referencia a afirmação de que um dos mais importantes papeis
desempenhados pela matéria orgânica no solo é a sua propriedade de formar quelatos
com cátions reconhecido como nutrientes das plantas.
A matéria orgânica do solo resulta da decomposição dos vegetais (raízes e partes
aéreas), dos animais incluindo excrementos e outros resíduos importados de outros
locais, como o lixo. Estes resíduos orgânicos são importados às terras de cultura
diretamente, ou na forma de compostos.
Para estimar a quantidade de matéria orgânica presente no solo dosa-se o
Carbono orgânico ou o Nitrogênio Total. Considerando-se que a matéria orgânica
decomposta contém cerca 58% de carbono e 5% de nitrogênio, tem-se:
% Matéria Orgânica = C orgânico (%) x 1,7
% Matéria Orgânica = Nitrogênio (%) x 20
A matéria orgânica é de inestimável importância ao solo, não apenas servindo de
fonte de nutrientes, notadamente de nitrogênio, enxofre e micro-nutrientes, mas
aumentando a capacidade de troca catiônica, a capacidade de retenção de água,
resistência a erosão e a estabilidade de agregados.
Controle das Queimadas
A queimada como prática agrícola na atividade de preparo primário dos solos e
principalmente na área semiárida, torna-se altamente prejudicial ao mesmo. Esta prática
desgasta o solo, em especial a população de microorganismo, sendo também indutor do
processo de compactação superficial dos solos, propiciando os grandes riscos de erosão
das áreas trabalhadas no período de ocorrência de chuvas no inicio da quadra invernosa.
O manejo adequado da área desbravada, após retirada da madeira destinada a sua
utilização para mourões, estacas e lenha e outros tipos para uso múltiplos, deixando a
superfície do solo uma grande quantidade ramos, garranchos e folhas, no volume
Curso Técnico em Agropecuária – Práticas de Convivência com Semiárido
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
aproximado de 16t/ha, além da ocorrência significativa de serapilheira da ordem de
4t/ha, dependendo do grau de densidade da área que foi desbravada.
O fogo é, realmente, uma das maneiras mais fáceis e econômicas de limpar um
terreno recém-derrubado, de eliminar o trabalho e as dificuldades do enterrio de restos
culturais, de combater certas moléstias ou pragas das culturas, de limpar e renovar as
pastagens. Entretanto, os prejuízos ocasionados pelo fogo, na destruição da matéria
orgânica e na volatilização do nitrogênio, são de grande importância para a fertilidade
do solo.
Dentre as desvantagens apresentadas queima generalizada das áreas cultivadas
destacamos:
 Consome a matéria orgânica do solo
 Volatiliza as substancias necessárias a nutrição das plantas;
 Elimina os microorganismos do solo;
 Deixa o solo desnudo aumentando a vulnerabilidade à erosão hídrica;
 Diminui a produtividade.
Fonte: Josualdo Alves Justino e João Bosco de Oliveira
Foto – Controle de Queimadas através do
Enleiramento da Vegetação
Na proposta para o semiárido do nordeste se propõe efetuar difusão de uma
pratica simples, visando evitar os efeitos danosos das queimadas, através do
enleiramento em nível dos materiais acima mencionados. Essa prática poderá ser
implementadas nas novas áreas agregadas as novas fronteiras agrícolas. Admitiram-se
apenas as queima pontual dos troncos remanescentes da vegetação arbóreas e arbustivas
existente na área a ser trabalhada.
Curso Técnico em Agropecuária – Práticas de Convivência com Semiárido
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
Subsolagem
A subsolagem é uma pratica agronômica que tem como objetivo único romper
camadas compactadas do solo, abaixo da camada arável, atingindo profundidade de
trabalho de pelo menos 30 a 35 cm, utilizando os subsoladores.
A subsolagem não é uma operação não é uma operação de preparo primário do
solo. Por conseguinte não se deve ser executada no mesmo local antes de três anos. É
uma operação pouco eficiente na eliminação de plantas daninhas e solta o apenas em
faixa.
O subsolador é um implemento constituído de um quadro porta-ferramenta onde
são montados os “braços” ou haste, separados entre si a distancia geralmente maiores de
50cm, chegando até no máximo de 80 cm.
Sua ação é capaz de fazer penetrar suas hastes a uma profundidade da ordem de
30 a 35 cm, pode manter essa profundidade durante o trabalho sem que ocorram
embuchamentos, sendo tracionado por trator com potencia nominal superior 110 CV.
Quando após a subsolagem e usada a grade pesada para destorroar ou eliminar ervas
daninhas o efeito da subsolagem fica totalmente anulado
Fonte Josualdo Alves Justino FNOR/EMATERCE
Foto – Subsolagem
Quando se pensar em realizar a subsolagem, é necessário julgar a sua necessidade
ou não. Observações de perfis do solo devem ser feitas no local a ser trabalhado e para
isto recomenda-se que o agricultor recorra a um técnico da área para devida assistência.
Não se deve efetuar subsolagem sem necessidade.
O julgamento deve ser feito através de abertura de uma trincheira na área
questionada. Na parede do perfil aberto, com auxilio de um canivete ou faca verifica-se a
presença ou não de camadas compactadas ou adensadas, sua espessura e profundidade.
Na presença da compactação, buscam-se as alternativa para rompe-las:
 No caso da presença de compactação na profundidade de 10 a 20 cm, utilizar-se á
o escarificador, associado à adubação verde. É a solução mais comum;
 No caso do adensamento ocorrer a partir de 35 cm de profundidade, quando a
lavoura exige maiores profundidade para o sistema radicular, utilizar-se-á o
subsolador.
Curso Técnico em Agropecuária – Práticas de Convivência com Semiárido
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
A operação de subsolagem deve ser feita de preferência em solo seco para
aumentar sua eficiência, ou seja, permitir o rompimento lateral do solo Quase nenhum
efeito de soltar o solo se consegue quando o mesmo está muito úmido, visto que neste
caso os ferros somente cortam o solo, sem quebrá-lo lateralmente.
O processo de compactação do solo envolve aspectos que se relacionam com a
física, química e propriedades biológicas, como também, com os fatores ambientais,
tais como o clima, tratamentos agronômicos do solo, principalmente o manejo e o tipo
de culturas.
O processo de compactação é basicamente a mudança de volume de uma de uma
massa de solo. É uma alteração na densidade global do solo, reflete na relação de vazios
ou na porosidade.
Para entender o processo da compactação, é preciso ter em mente que o solo é
formado por três fases: a fase sólida, composta de material, mineral e orgânico, a fase
liquida, representada pela água, e a fase gasosa, constituída pelo ar. Embora essas três
fases mantenham certo equilíbrio, em determinado solo, ocorrem algumas variações
temporárias, devido a fatores como a chuva, a seca a movimentação de máquinas sobre
o terreno. “Um solo considerado ideal mantém um equilíbrio entre a fases sólida,
liquida e gasosa, contendo cerca de 50% de sólido, 20% de poros grandes que
abrigam o ar do solo e 30% de poros pequenos que retém a solução ou água do
solo.”
Quando o solo é sujeito a uma pressão, como acontece quando um peso repousa
sobre ele, ocorre uma deformação, das partículas sólidas e da fase liquida, levando a
uma diminuição do seu volume. Esse rearranjo ou movimentação das partículas depende
das características de cada solo e ocorre de maneira que que as fases sólida e liquida
tomam parte do espaço destinado à fase gasosa.
Entretanto, algumas medidas que se pode adotar com a finalidade de diminuir
a incidência de compactação dos solos agrícolas:
 Utilizar tratores com quatro rodas traseiras, a fim de distribuir melhor o peso;
 Conduzir o trator com velocidade o mais alta possível, para diminuir o tempo de
compressão do terreno;
 Evitar trafegar pelos solos agrícolas quando estão muito molhados, os solos secos
são mais resistente a compactação;
 Diminuir o tráfico de veículos em áreas estabelecerem áreas para a
movimentação.
Escarificação / Descompactação de Área
Sistema de preparo de solo conduzido com a finalidade de romper a camada
superficial em áreas compactadas, decorrente do uso inadequado de máquinas ou
implementos agrícolas.
A compactação normalmente acontece pela ação dos implementos, principalmente, se as
operações são realizadas quando o solo não está no estágio de umidade ideal para o
preparo, ou seja, friável.
Se o solo apresenta umidade acima da ideal, e sendo as operações de preparo realizadas
repetidamente à mesma profundidade, e ainda, com fluxo intensivo das máquinas na
área, certamente, irá ocorrer a compactação da área, conhecida como pé-de-grade ou péde-arado. Essa situação remete a elevação do escoamento superficial – “run off”,
Curso Técnico em Agropecuária – Práticas de Convivência com Semiárido
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
diminuição da taxa de infiltração, em muitas situações chegando a níveis críticos,
aumenta a resistência à penetração das raízes das plantas e, com a estrutura do solo
deformada, também, aumenta a resistência à penetração dos implementos de preparo
com elevação dos custos.
A descompactação pode ser feita com o subsolador ou escarificador, desde que sejam
utilizados na profundidade adequada. A condição ideal para realização dessas operações
é com o solo seco.
Espaçamento recomendado entre as hastes é de 1,2 a 1,3 vezes a profundidade de
trabalho pretendida. O espaçamento das hastes determina o grau de rompimento da
camada compactada pelo implemento.
A eficiência dessa prática está condicionada ao manejo do solo adotado após a
descompactação.
Recomenda-se em sequência a esta operação, a implantação de culturas com alta
produção de massa vegetativa, com alta densidade de plantas e com sistemas radicular
abundante e agressivo, além de redução na intensidade dos preparos de solo
subsequentes.
Os solos compactados favorecem o aparecimento de sintomas de deficiência de água na
planta, mesmo sob pequenos períodos de estiagens.
Escarificação / Descompactação de área - Fazenda Recanto das Águas – Baturité
Curso Técnico em Agropecuária – Práticas de Convivência com Semiárido
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
Adubação Verde
Entende-se por adubo verde a incorporação de plantas não maduras, especialmente as
plantas destinadas para a melhoria da fertilidade do solo e sua produtividade podendo se
enterradas ou deixadas sobre a superfície. Quando a adubação verde é plantada para
cobrir o solo e protege-lo contra a erosão hídrica, também é chamada de cobertura
morta.
Fonte:João Bosco de Oliveira e Josualdo Alves Justino
Foto – adubação verde
O solo deve ser mantido coberto com plantas em crescimento ou com seus
resíduos durante o maior tempo possível, para evitar a ação dos agentes climáticos, água
das chuvas e enxurradas evitando a erosão hídrica. Dentre as funções da Adubação
Verde, destaca-se:
 Proteger o solo do impacto das gotas de chuva sobre a superfície do solo
desnudo, evitando a sua degradação e transporte de material pelo o processo
erosivo;
 Aumentar a infiltração das águas das chuvas no solo, através do sistema radicular
das espécies vegetais;
 Diminuir a velocidade de escoamento da enxurrada;
 Produção de matéria orgânica, tanto pela parte aérea como pelas raízes, para ser
aproveitada;
 Soltar as camadas compactadas e realizar o chamado “preparo biológico do
solo”;
 Evitar a lavagem de nutrientes e adubo para as camadas inferiores do solo.
Diminuir os custos com adubação química;
 Diminuir a temperatura do solo, mantendo-a estável e favorecendo a vida de
pequeno seres vivos;
 Aumentar o rendimento das culturas posteriores pelo efeito residual da adubação
verde, que melhora a fertilidade e a capacidade produtiva do solo.
 Evitar o crescimento das ervas daninhas, abafando-as.
Curso Técnico em Agropecuária – Práticas de Convivência com Semiárido
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
Os adubos verdes deverão ter as seguintes características:
 Devem ser resistentes a condições climáticas adversas mostrando constância de
produção;
 Apresentar resistência a pragas e doenças e não exigir controle fitossanitário
específicos;
 Não devem ser hospedeiras de doenças e pragas que prejudiquem a cultura
comercial;
 Apresentar crescimento inicial rápido, abafando plantas daninhas, e ciclo
compatível com as culturas principais;
 Produzir grande quantidade de massa verde, com alto teor de nitrogênio.
Preferencialmente devem ser plantas leguminosas, ou seja, fixadoras de
nitrogênio no solo.
 Não devem ser trepadeiras agressivas ou invasoras de difícil controle;
 Apresentar fácil e abundante produção de sementes, para que não haja
dependência da produção por terceiros e /ou importação das sementes;
 Não devem ser concorrentes de culturas produtoras de alimentos ou outras
utilizações comerciais, mas devem ser plantas em áreas que de outra forma
ficariam em pousio.
Calagem
A acidez do solo além de certos limites prejudica o desenvolvimento das plantas
cultivadas, diminuindo a sua produção. Nos solos ácidos, o desenvolvimento de
microrganismo é bastante reduzido, principalmente de bactérias fixadoras de nitrogênio
atmosférico; a acidez torna o fósforo do solo dificilmente aproveitável.
A correção da acidez se faz com aplicação de cálcio ao solo, na operação
conhecida como calagem. O papel do cálcio aplicado na calagem é neutralizar a acidez
do solo, proporcionando melhores condições para o desenvolvimento das plantas. Em
geral, se quer que todas as culturas se beneficiem pela a calagem do solo, e algumas,
como as leguminosas, exigem um solo menos acido para desenvolvimento pleno da
cultura.
A calagem proporciona melhor cobertura vegetal do solo, o que reflete em maior
proteção contra o impacto direto das gotas de chuvas, diminuindo, portanto as perdas de
solo e água pela a erosão hídrica.
Na aplicação do calcário, há dois pontos a considerar: o material deve ser
distribuído com antecedência suficiente para provocar no solo a mudança desejada no
pH. Segundo MALAVOLTA (1973), na pratica, como regra, recomenda-se distribuir e
incorporar o calcário entre dois a três meses antes do plantio.
De conformidade com GOMES & MALAVOLTA (1973) para culturas anuais
recomenda que a dose de calcário deve ser divida de preferência em duas aplicações,
metade antes no preparo primário do solo e a segunda metade no preparo secundário. O
material é distribuído sobre todo o solo, numa operação manual ou mecânica. No
primeiro caso podem ser feitos montes de calcário na superfície de maneira uniforme; o
Curso Técnico em Agropecuária – Práticas de Convivência com Semiárido
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
operador com auxilio de uma pá distribui o material em sua volta. A distribuição
mecânica é feita por implementos de diferentes modelos.
Fonte: IAPAR
Foto – Calagem / Formas de Distribuição de Calcário
Nas culturas perenes o calcário é aplicado em primeiro lugar sobre o solo e
incorporado antes da abertura das covas ou sulcos. Nas plantações já estabelecidas, mas
ainda novas o material é distribuído ao redor das plantas em faixa larga e depois
incorporado.
Diminuindo a acidez do solo até níveis adequados para a vida das plantas a calagem
eleva a produção por uma combinação favorável de fatores:
 Diminui a concentração de elementos que nas terras acidas podem se tornar
tóxicos como é o caso do alumínio e do manganês: 1 p.p.m de alumínio solúvel é
tóxico para grande numero de plantas cultivadas; 20 p.p.m de manganês também
o é, sendo encontrado geralmente em valores de pH, mais elevados que aqueles
em que se verifica a toxidez de alumínio;
 Aumenta a disponibilidade do N, do P do S do B e de outros nutrientes;
 Fornece cálcio e magnésio prevenindo ou corrigindo possíveis deficiências
“fundo preto do tomateiro” e “vermelhão do algodoeiro”;
 Fornece condições adequadas principalmente pH, e alta concentração cálcio
para a fixação simbiótica do nitrogênio;
 Melhora as propriedades físicas do terreno tornando “leves” os solos pesados e
mais facilitando o arejamento e armazenamento e a circulação da água.
Cultivo de Vazante
Os Órgãos Gestores de Recursos Hídricos ao longo do tempo vem desenvolvendo a
montante de seus reservatórios, uma política de implementação do Cultivo de Vazante.
Todavia nas condições atuais há necessidade que seja reavaliado este programa dentro
de uma ótica de avaliação dos solos com potencial para esta atividade, assim como dos
usuários beneficiados por este tipo de exploração agrícola.
Para tanto, esta avaliação poderá ser realizada a luz de levantamentos de solos e de
aptidão agrícola já existente da área ou então pelos Estudos de Impacto Ambiental das
Curso Técnico em Agropecuária – Práticas de Convivência com Semiárido
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
áreas dos reservatórios, onde se propõe a implantação festa prática agrícola. Torna-se
necessário também a analise dos arranjos produtivos executados pelos os vazanteiros.
Fonte: P.Audry e A.C.D.Antonino UFPE/ IRD
Foto – Cultivo de Vazante
Deste modo após esta analise efetuada, deve ser estabelecido um modelo de exploração
racional deste sistema de cultivo em torno dos reservatórios selecionados para esta
atividade. Na definição do modelo levar em consideração os seguintes pontos:
 Identificação das áreas aptas para o cultivo de vazante levando em consideração
os aspectos concernentes a profundidade efetiva do solo a qualidade da água, o
relevo local, largura da faixa de plantio, sua superfície e o regime de posse da
terra;
 Processo de seleção dos vazanteiros através de critérios preestabelecidos e
sistema de cadastramento junto ao órgão gestor do reservatório, estabelecimento
do tempo de validade da concessão de uso e ocupação da área;
 A área a ser cedida deverá estar de acordo com a potencialidade do solo e da
água para atividade, resguardando todas as recomendações de controle e
preservação ambiental;
 Estabelecer um Plano de Exploração das áreas destinadas a vazantes através de
uma instituição de prestação de assistência técnica, com ênfase da não utilização
agrotóxica e outros derivados químicos;
 O plano de exploração previsto, além de esta em consonância com o plano
ambiental do reservatório, devera ser formulado com base na exploração de
culturas subsistência de ciclo curto e de forrageiras herbáceas não invasoras
adaptadas aos solos de balanço hídrico variável;
 As culturas deverão ainda apresentar elevada tolerância aos níveis de salinidade
tanto água como do lençol freático do próprio solo;
 O manejo do solo, da água e da cobertura vegetal deverá ser realizado segundo
as praticas hidroambientais e edaficlimatica preconizada para o semiárido, de
caráter conservacionista;
 O plantio em torno do reservatório será realizado em um sistema de faixa, onde
a mobilização do solo será efetuada por implemento leve de tração animal ou
motora, de modo a não proporcionar elevada pulverização da camada superficial
do solo trabalhado, em especial em áreas de alta taxa de argila dispersa em água
que ira induzir a um adensamento e compactação desta área motivando a
ocorrência de risco de erosão hídrica e consequentemente a geração de
sedimentos para o reservatório;
Curso Técnico em Agropecuária – Práticas de Convivência com Semiárido
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
 Construir uma infra-estrutura de acesso ao espelho de água, destinado a
circulação de pessoas e do rebanho existente.
CISTERNA DE PLACAS: CONCEPÇÃO E CONSTRUÇÃO
O Que é a Cisterna de Placas
É um reservatório de captação da água de chuva, construído com placas de cimento prémoldadas, cuja finalidade é armazenar água para o consumo básico das famílias rurais
residentes na região semiárida durante o período de estiagem ou quando não há
disponibilidade de água com qualidade para o consumo residencial.
A cisterna de placas tem forma cilíndrica ou arredondada, é coberta, para evitar a
poluição e a evaporação da água armazenada, e semi-enterrada, aproximadamente dois
terços da sua altura, para garantir a segurança de sua estrutura.
A água, captada na cisterna, vem do telhado das casas, conduzida por calhas de zinco ou
PVC, que direcionam a água até o tanque de armazenamento da cisterna, cuja
capacidade é defi nida a partir do número de pessoas que irão utilizá-la.
Segundo Gnadlinger (2008), os tipos de cisternas mais conhecidos e construídas nas
comunidades rurais da região Nordeste, com sucesso, são: cisterna de placas de
cimento, tela-cimento, de tijolos, ferro cimento e cisternas de cal; cada tipo
apresentando suas características próprias, vantagens e desvantagens.
Nesse documento será abordada apenas a cisterna de placas, apresentando suas
características, os critérios de alocação, dimensionamento, simplicidade e facilidade de
construção e o baixo custo.
Pontos a Serem Observados e Escolha do Local da Cisterna
Quando se decide pela construção de uma cisterna de placas é importante destacar
alguns pontos-chaves para se ter melhor segurança no dimensionamento da obra, na
viabilização da construção e na eficácia de seu uso.
Os pontos importantes a serem observados são:
• Número de pessoas que irão utilizar a cisterna;
• finalidade do consumo (beber, higiene pessoal, cozinhar ou lavar louça);
• período de uso – definir o período de uso, em meses;
• conhecimento da área e altura do telhado disponível para captar a água. O telhado
deve estar em um plano mais alto que a cisterna, permitindo que a água desça pelas
calhas, até chegar ao tanque de armazenamento da cisterna por gravidade;
• conhecimento da precipitação pluviométrica média local em milímetros de chuva por
ano;
• as limitações ou tipo do terreno, onde será realizada a construção da cisterna. O
terreno arenoso é mais apropriado, o pedregoso e raso, dificulta a construção, pois,
reduz a capacidade de armazenamento da cisterna, e o argiloso é pouco adequado, pois
quando encharcado dilata e seca, contraindo-se. Essa movimentação poderá provocar
rachaduras nas paredes da cisterna;
• evitar a construção em locais próximos a árvores, cujas raízes possam danifi car as
paredes, provocando vazamentos;
• evitar local próximo a fossas, currais ou depósito de lixo, para evitar contaminação.
• construir próximo às cozinhas, para facilitar o abastecimento da casa.
Essas informações reúnem dados sufi cientes para se efetuar o dimensionamento
adequado da cisterna.
Curso Técnico em Agropecuária – Práticas de Convivência com Semiárido
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
DIMENSIONAMENTO E CONSTRUÇÃO
Conhecendo a necessidade da família pelo abastecimento de água potável e, ainda, a
disponibilidade de dados necessários para o dimensionamento, procura-se determinar o
volume da cisterna. Na elaboração deste capítulo recorreu-se aos ensinamentos contidos
em: Caatinga (2001); Bernat; Courcier e Sabourin (1993); Ceará (2005a); Ceará (2005b)
e Jalfim e Bezerra Neto (2001).
Volume de Captação de uma Cisterna de Placas
As cisternas mais comumente construídas no sertão nordestino são as com capacidade
de 16.000 e 21.000 litros.
A construção de uma cisterna de placa é baseada no tamanho do telhado da moradia.
A seguir apresenta-se exemplos desses dois tamanhos de cisternas:
1º Exemplo:
Um telhado com área de 60m² pode captar quantos litros de água de chuva? Qual será o
volume dessa cisterna de placas?
A = 60 m²
B = Precipitação anual de 600 mm = 0,60m
C = Eficiência de captação de 80% = 0,8
V = Volume captado
Solução:
V=AxBxC
V = 60 x 600 x 0,8 = 60 m² x 0,6 m x 0,8 = 28.8 m³ = 28.800 litros
Portanto, um telhado de 60 m², recebendo uma precipitação anual de 600 mm com uma
efi ciência de captação de 80%, pode suprir o volume necessário para uma cisterna de
28.800 litros, conforme exemplo acima.
Essa cisterna, com capacidade de receber 28.800 litros durante a quadra invernosa,
abastece uma família de 05 pessoas que gasta 200 litros por dia, durante 5 meses.
2º Exemplo:
Para construção de uma cisterna de placa com volume de 16.000 litros, qual a área do
telhado para abastecê-la?
A = Área do telhado
V = volume de cisterna = 16.000 l = 16 m³
B = precipitação anual = 600 mm = 0,60 m
C = efi ciência de captação de 80% = 0,8
Solução:
V = A x B x C � A = V÷( B x C)
B x C = 600 mm x 0,80 = 0,60 m x 0,80 = 0,48
A = 16m³ ÷ 0,48m � A = 33m²
Portanto, para abastecer uma cisterna de 16.000 litros basta um telhado de 33 m².
Vantagens e Desvantagens
a) Vantagens:
• Ferramentas e moldes disponíveis nas comunidades rurais;
• retirada da água pelo lado de cima;
• curto período de construção;
• baixo custo de construção;
• água de boa qualidade;
• equipamento ecologicamente correto;
Curso Técnico em Agropecuária – Práticas de Convivência com Semiárido
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
• redução das verminoses;
• redução de tempo gasto na busca de água;
• redução do custo governamental de fornecimento de água tratada;
• redução da dependência dos carros-pipa; e
• fi xação do homem no campo.
b) Desvantagens:
• Necessidade de pedreiros qualificados;
• indisponibilidade de recursos financeiros, por parte das famílias rurais;
• dificuldades para identificar vazamentos;
• elevado custo para se fazer a escavação do alicerce;
• elevada disciplina no uso da cisterna;
• tamanho da cisterna condicionada pela área do telhado das casas;
• necessidade do pleno envolvimento e colaboração dos beneficiários;
• forte dependência, do público-alvo, da iniciativa governamental e de Organizações
Não Governamentais (ONGs) tanto de promoção como de financiamento das cisternas.
Construção de cisterna de placas – Assentamento Boa União - Ibaretama.
Curso Técnico em Agropecuária – Práticas de Convivência com Semiárido
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
PARTE – IV – GLOSSÁRIO.
O presente Glossário, foi estabelecido neste trabalho, procurando esclarecer alguns
termos contido neste documento sobre o domínio de área especificas apresentadas no
trabalho em pauta, em especial no que diz respeito a pedologia, geologia geomorfologia
dentre outros temas abordados:
ABA – Parte mais baixa de uma montanha ou de um anticlíneo, não devendo ser
confundida com os flancos de uma montanha.
ABLAÇÃO FLUVIAL – Trabalho erosivo de carregamento de solo e rochas
decompostas pelas águas das chuvas, o mesmo que pluvierosão.
ABRASÃO – Termo usado para definir o solapamento por todas as formas de ações
exodinâmica fluvial, eólica e pluvial.
ABRUPTO – Termo de natureza de mudança de estrutura muito usado na geologia na
geomorfologia e pedologia para descrição da paisagem física.
ACUMULAÇÃO – O mesmo que processo de Sedimentação.
AFLORAMENTO – Toda e qualquer exposição de rochas na superfície da terra. Partes
das rochas aparecem cobertas com material decomposto.
AIVECA – Termo usado na mecanização a tração motora ou animal, para definir o
componente de corte de um arado de aiveca.
ALUVIÃO OU ALUVIO – detritos ou sedimentos de qualquer natureza carregados e
depositados pelos rios. é arrastados para as margens e das vertentes, sendo levados em
suspensão pelas águas dos rios que o acumulam em bancos, constituindo os depósitos
aluvionares.
APO – Componente de um arado a tração animal onde fica acoplado o suporte de
fixação da aiveca, roda guia e cabresto de tração motriz.
AREA DE DRENAGEM – O mesmo que Bacia de Drenagem ou Bacia Hidrográfica.
ARENITO – Rocha sedimentar resultante da junção de grão de areia por um agente
cimentante, oxida de ferro ou acido orgânico.
Curso Técnico em Agropecuária – Práticas de Convivência com Semiárido
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
ASSOREAMENTO – Processo geomorfológico de deposição por via fluvial, eólica ou
marinha
BACIA HIDROGRÁFICA – Área delimitada por vertentes ou divisores de água, e é
drenada por um rio dito principal e seus tributários, cuja vazão efluente deságua no mar
ou em grande lago.
BACIA SEDIMENTAR – Depressão enchida com detritos carregados das áreas
circunjacentes.
BANCO – Camada ou estrato de material depositado, tendo uma espessura
relativamente grande. Geralmente se usa este termo para os depósitos de areia
estratificada – banco de areia
BARLAVENTO – Diz respeito a encosta voltada para o vento. Tem grande
importância para o estudo da geomorfologia, pois as encosta nesta situação apresenta
uma camada de decomposição mais espessa que a as de sotavento.
BARRO BRANCO – Denominação dada pelo o povo as argilas oriunda do “caulim”
ocorre em alguns Argissolos.
BARRO VERMELHO – Denominação popular para argilas de cor vermelha.
BASE CARTOGRAFICA – É o documento cartográfico elaborado a partir de um
levantamento original ou copilado de outros existentes. A base cartográfica devera
contemplar ao usuário com informações indispensáveis à compreensão, localização
geográfica e a quantificação dos dados.
BETUME – É o material rico em hidrocarbonetos, isto é, compostos orgânicos de
carbono e hidrogênio. Ele pode ser liquido como o petróleo, ou sólido como o asfalto.
CABECEIRAS OU NASCENTES – Área ou região que dá origem aos cursos d’água,
inicio dos alargamento dos vales.
CALCIFICAÇÃO DO SOLO – Diz- se da aplicação do calcário na correção da acidez
do solo de grande importância agrícola, o mesmo que calagem.
CANELURA – São pequenos sulcos ou regos que cortam as rochas, geralmente no
sentido do declive da encosta. A origem desses pequenos sulcos pode ser devida à
dissolução da rocha ao longo de uma Diáclase (fratura).
CAÑON – Nome de origem espanhola usado para designar vales de paredes abruptas,
isto é vales encaixados.
CARTA BATIMETRICA – Mapa onde as curvas batimétricas ligam pontos de igual
profundidade, isto é a topografia submersa ou seja a representação do relevo negativo.
CARTA HIPSOMETRICA – É aquela onde as curvas de nível ligam pontos de igual
altitude, dando a representação da topografia continental emersa isto é, o relevo
positivo.
Curso Técnico em Agropecuária – Práticas de Convivência com Semiárido
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
CARTA OU MAPA TOPOGRAFICO – Constitui a representação cartográfica dos
acidentes naturais, permitindo, a partir de um levantamento topográfico, o
conhecimento das formas de relevo e a determinação de cotas e altitudes.
CARTOGRAFIA – Ciência e arte da representação gráfica da superfície da Terra em
parte ou seu todo de acordo com uma escala.
CATENA – Sucessão de tipos de solos, desde um espigão ou qualquer ponto alto, até o
fundo do vale ou da planície, variando o solo de acordo a posição topográfica.
CAULIM – Argila de cor branca resultante da decomposição dos feldspatos por efeito
da hidratação. O caulim é explorado para a produção de porcelanas..
CICLO GEOMORFOLOGICO – Fases por que passa o relevo de uma região
também conhecido como ciclo da erosão – desagregação – transporte e deposição do
material erodido.
CICLO HIDROLOGICO – Tem origem na evaporação. As águas das chuvas ao
caírem na superfície do solo tomam os seguintes destinos: uma parte pode infiltrar-se
outra corre superficialmente, e outra evaporar-se, retornando à atmosfera para constituir
um novo ciclo.
CIMENTAÇÃO – Agregação de grãos de areia ou fragmentos de rochas tornando
coerentes por um cimento que pode ser de natureza silicosa, argilosa, calcaria ou
ferruginosa.
COLINA – São pequenas elevações isoladas que normalmente apresentam declives
suaves com altitudes não superior a 50 metros.
COLUVIO – Material transportado de um local para outro, principalmente por efeito
da gravidade. O material coluvial só aparece no sopé de vertentes em lugares pouco
afastados de declive que lhe estão acima.
CONCREÇÃO – Nódulo que se formam graças a uma precipitação que se processa em
torno de um núcleos de sílicas ou material calcário.
CONFLUENCIA – ponto onde um ou mais rios se encontram.
CRISTA – Intersecção do plano das vertentes – constitui o oposto do talvegue. A crista
é constituídas por uma linha determinada pelos pontos mais altos. A partir da qual
divergem os dois declives das vertentes.
CUESTA - Forma de relevo dessimétrico constituída por uma sucessão alternada das
camadas com diferentes resistências ao desgaste e que se inclinam numa direção,
formando um declive suave na parte reversa, e um corte abrupto ou íngreme na
chamada “frente de cuesta”.É o tipo de relevo predominante nas bacias sedimentares.
DATUM HORIZONTAL – É o ponto de referencia geodésico com coordenadas
conhecidas, que serve de base para levantamento planimétricos ou horizontais - (SAD
69).
Curso Técnico em Agropecuária – Práticas de Convivência com Semiárido
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
DATUM VERTICAL – É a superfície de referencia de nível , a partir da qual são
calculadas as altitudes.
DEPRESSÃO SERTANEJA – Compreende em termos de extensão geográfica a
unidade de maior expressão para o semiárido. Representa uma superfície embutida,
entre planalto e maciços cristalinos e/ou sedimentares com níveis altimétrico variáveis
entre 100 – 350 m, com topografia expressivamente aplainada ou ligeiramente
ondulada e recoberta por caatingas de porte e flora bastante diferenciadas.
DESSECADA – Área cuja drenagem foi regularizada,ou cuja superfície freática foi
rebaixada. Não se deve confundir região decessecada, com região dissecada. Esta
ultima diz respeito ao intenso trabalho dos agentes erosivos.
DIVISOR DE AGUAS – É a linha separadora das águas pluviais, local onde estão as
cotas mais altas que delimitam a bacia hidrográfica, a sub-bacia e/ou a micro-bacia dos
sistemas hidrográficas.
DOLINA - Depressão de forma acentuadamente afunilada, com largura e profundidade
variadas que aparecem em terrenos calcários.
DOMO – Elevação do solo com a forma acentuada de uma meia esfera. Morro com es
formato em consequência da erosão geológica.
EDAFOLOGIA – Segmento da ciência do solo que estuda as formas de manejo sem
degrada-lo.
ELUVIÃO – Deposito detrítico ou simplesmente capa de detritos resultantes da
desintegração da rocha matriz permanecendo “in situ”.
EQUIDISTANCIA DAS CURVAS DE NIVEL – É a diferença de altitude
estabelecida entre sucessivas curvas de nível de uma carta ou mapa topográfico.
ERODIBILIDADE – É a resistência oferecida pelo solo a ser erodido por uma
determinada intensidade de chuva, dependendo de suas condições física e químicas e
sua estabilidade de agregados em água. Também denominado fator solo.
EROSÃO ANTRÓPICA – O desenvolvimento de processos que transformam a
paisagem natural, após a realização de trabalho feito pelo homem. Também denominada
erosão acelerada.
EROSÃO DIFERENCIAL – Diz respeito ao trabalho desigual dos agentes dos agentes
erosivos ao desgastarem a superfície do relevo. Há rochas que resistem mais a um
determinado tipo de erosão do que outras.
EROSÃO FLUVIAL – Trabalho realizado de modo continuo e espontâneo pelos rios e
riachos na superfície terrestre. Também denominada de erosão normal.
EROSÃO GEOLÓGICA – É realizada normalmente pelos os diversos agentes
erosivos sem que haja a intervenção do homem acelerando o processo.
Curso Técnico em Agropecuária – Práticas de Convivência com Semiárido
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
EROSIVIDADE – É capacidade de uma chuva provocar erosão no solo, dependo de
sua energia cinética, duração e intensidade.
ESCALA – Relação existente entre as dimensões representadas no mapa e s dimensões
reais no terreno.
ESCALA DE DECLIVIDADE - É a escala que permite a determinação declividade
do terreno compreendido entre duas ou mais curvas de níveis, sem necessidade de
calculo numérico, tomando por base por base a eqüidistância e a distancia horizontal
entre os pontos.
ESCALA GRAFICA – É a representação gráfica da escala, sob a forma de linhas
(simples ou duplas) graduadas, onde estão representadas as distancias do terreno,
reduzidas proporcionalmente na escala do mapa.
ESCALA NUMERICA – É aquela representada na forma fracionária (1:25.000 ou
1/25.000) e indica a proporção ou o numero de vezes que foi reduzida uma superfície
real qualquer para seu desenho no mapa.
ESPIGÃO – Denominação dada geralmente aos altos ou dorsoss das serras,
constituindo penhasco de arestas vivas ao longo das mesmas.
FEIÇÃO MORFOLOGICA – O mesmo que paisagem geomorfológica ou formas de
relevo.
FITOGEOGRAFIA – Parte de biogeografia que estuda a distribuição geográfica dos
vegetais na superfície terrestre.
FORMA DE RELEVO – o mesmo que tipo de relevo, paisagem geomorfológica
feições geomorfológica.
FORMAÇÃO BARREIRA – Formações encontradas onde aparece as falésias desde o
território do Amapá ate o estado Espírito Santo. Estes barrancos têm por vezes de 40 a
50 metros de altura e terminam de forma abrupta.
GEOFISIOGRAFIA – Denominação usada para as descrições das formas de relevo,
ou para a paisagem física de modo geral.
GEOLOGIA – Ciência que estuda a estrutura da crosta terrestre, seu modelado
externo e as diferentes fase evolutiva ao longo do tempo.
GEOMORFOLOGIA – Ciência que estuda as formas de relevo, tendo em vista a
origem, estrutura, natureza das rochas, o clima da região e as diferentes forças
endógenas e exógena que atuam nobre a área em questão.
GRADIENTE – Diferença de nível entre dois pontos ou declividade de uma área.
GRANULAÇÃO – Tamanho dos elementos cristalino que entram na composição de
uma rocha. A textura da rocha pode ser granular ou compacta..
Curso Técnico em Agropecuária – Práticas de Convivência com Semiárido
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
HIDROMORFISMO – O mesmo que encharcamento ou brejo.
HIPERXERÓFILA – Maior índice do caráter xerófilo da cobertura vegetal da região
semiárida.
HIPOXEROFILA – Menor índice do caráter xerófilo da cobertura vegetal da região
semiárida.
ILUVIAÇÃO – Processo que resulta no aparecimento de um horizonte, constituído por
uma camada compactada. Ao contrario da eluviação, ela recebe as partículas, os
colóides e as soluções que vêm de cima da superfície.
INSELBERGUE – Denominação usada para as elevações rochosas, ilhadas que
aparece nas regiões de clima árido e semiárido.
INTERFLUVIO – Pequenas ondulações que separam os vales, cuja as vertentes são na
maioria dos casos de forma convexa, constituído pequenas colinas.
MACIÇOS RESIDUAIS – Constituem restos de antigas superfícies, ou melhor, de
antigos pediplanos geralmente relacionados com as rochas duras.
MAPA TEMATICO – É a representação cartográfica que permite, de forma
sintetizada, localizar geograficamente, qualificar e quantificar as áreas e pontos de
ocorrência de fenômenos físicos ou atividades humanas, bem como as alterações
introduzidas no ambiente com a exploração dos seus recursos naturais.
MICROBACIA HIDROGRAFICA – É uma área ou unidade espacial mínima
integrante de um sistema hidrográfico maior (bacia ou sub-bacia), cujos ou limites são
constituídos pelas vertentes ou divisores de água e vazão efluente ocorre diretamente em
um outro rio ou canal.
MONTANHA – Grande elevação natural com altitude superior a 300 metros e
constituída por um grupamento de morros.
MONTE – É uma grande elevação do terreno, surgindo na paisagem como forma
isolada, A forma é variável às vezes abrupta sem vegetação na parte superior. Altura de
200 a 300 metros.
MORRO – é uma elevação semelhante ao monte, mas de menor altura de 100 a 200
metros.
NIVEL DE BASE DE EROSÃO – O nível de base de erosão é , o limite inferior,
abaixo do qual não pode haver mais erosão.
NIVEL DE BASE DO RIO – É o ponto limite abaixo do qual a erosão das águas
correntes não pode trabalhar constituindo o ponto mais baixo que o rio pode chegar,
sem prejudicar o escoamento de suas águas.
Curso Técnico em Agropecuária – Práticas de Convivência com Semiárido
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
NORTE GEOGRAFICO – Também denominado Norte Verdadeiro (NV) é a direção
da posição do observador para o pólo norte geográfico, ou seja, a direção norte de
qualquer meridiano.
PATAMAR DE VERTENTE – Corresponde a uma superfície plana que interrompe a
continuidade do declive de uma vertente. Estes patamares podem ser motivados por
uma retomada de erosão.
PAVIMENTAÇÃO DESÉRTICA – Camada superficial de cascalho e matações sobre
a superfície do solo principalmente na classe dos Luvissolos. O material exposto
observa-se a predominância de Quartzo leitoso e róseo.
PEDIMENTO / PEDIPLANO – Formação que ocorre em região de clima árido
quente ou semiárido, cujo o material é trazido pelos riachos rios que fazem um lençol à
semelhança de um leque , logo à saída da montanha ou serra.
PEDOLOGIA – Ciência que estuda a origem e o desenvolvimento do solo. Seu campo
de estudo vai desde a superfície do solo até a rocha de composta.
PLANALTO – É uma extensão de terrenos, de grandes dimensões, situado em altitudes
variáveis. a topografia é geralmente ondulada com declives suaves, limitada por
escarpas íngremes.
PLANICIE - Trata-se de terreno mais ou menos planos, de natureza sedimentar, e
geralmente, de baixa altitude. As planícies normalmente são drenadas por rios de
escoamento lento.
RABIÇA – Componente de madeira dos implementos a tração animal onde o operador
se posiciona para conduzir e operar o trabalho a ser realizada.
REDE ANOSTOMÓTICA - Ocorre em áreas de fraca declividade, onde os meandros
se recortem.
REDE DE DIACLASE – Fendas que aparecem nas rochas cortando os minerais. As
redes de fratura ou diáclase resultam dos esforços sofrido pela rocha.
RELEVO DISSECADO – Compreende-se em geomorfologia como a parte emersa da
crosta terrestre sulcada com grande vigor pela rede hidrográfica.
RELHA – Componente de um arado á tração animal responsável pela largura de corte
que compõe o sulco de aração.
RIO ALOCTONO – São cursos d’água que ao atravessarem uma determinada região,
no trecho médio e inferior do seu curso, não recebem a contribuição de nenhum
afluente.
RIO DE FOZ SUSPENSA – É aquele que possui seu nível de base acima do nível do
rio principal.
Curso Técnico em Agropecuária – Práticas de Convivência com Semiárido
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
RIO DECAPTADO – É aquele cujo o curso de água teve capturado sua fontes de
cabeceira.
RIO EFEMERO – o mesmo que rio temporário.
RIO EMISSARIO – É o rio que tem sua origem em um lago ou lagoa.
RIO INTERMITENTE – O mesmo que rio efêmero só corre durante a quadra
chuvosa.
RIO PERENE – Curso d’água cujo o leito está sempre transportando o deflúvio da
bacia contribuinte.
RIO TEMPORARIO – o mesmo que rio efêmero.
SAIBO – Material oriundo a partir da decomposição “in situ” do granito e do gnaisse
com parte do silicato alumínio hidratado (argila).
SALÃO – Denominação usada no nordeste para solos muito argilosos e salinos.
SEDIMENTAÇÃO – Processos pelo qual se verifica a deposição dos sedimentos ou de
substancias que poderão vir a ser mineralizadas. Os depósitos sedimentares são
resultantes da desagregação ou mesmo da decomposição das rochas primitivas.
SERRA – Cadeia de montanhas de forma alongada, cuja parte mais elevada apresentase como dente de uma serra.
SISTEMA DE COORDENADAS – Consiste no referencial (Sistema de Eixos
Orientados) e no conjunto de valores (coordenadas lineares) que indicam a posição
ocupada por um único ponto as superfície terrestre em relação ao referencial adotado.
SISTEMA DE COORDENADAS GEOGRAFICAS – É um sistema de coordenadas
angulares (graus, minutos e segundos) medidas a partir do Equador Terrestre (latitude),
variando de 0º a 90º para o norte e para sul e, a partir do Meridiano de Greenwich em
Londres – Inglaterra, variando de 0º a 180º para leste e oeste.
SISTEMA DE COORDENADAS UTM – (Universal transversa de Mercator) – É
um sistema um sistema de coordenadas planas (lineares) medidas a partir de um
referencial cartesiano.
SOLO ABCR – Diz respeito aos Solos em os perfil se encontra o horizonte A seguido
dos horizontes B, C e R (rocha matriz) solo “in situ” completo sem horizonte truncado.
SOLO AC – Denominação usada para os perfis de Solos que possuem somente
horizontes A e C.
SOLO AZONAL – Qualquer grupo de solo, o perfil não se apresenta perfeitamente
desenvolvido, havendo por conseguinte grande influencia da natureza geológica da
rocha ou do tipo do tipo de topografia.
Curso Técnico em Agropecuária – Práticas de Convivência com Semiárido
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
SOLO BC – Diz respeito ao solos que tiveram removida pela a erosão a capa mais
externa, isto é o horizonte A.
SOLO LATERITICO – Solos que surgem em regiões de clima quente e úmido com
estações alternadas. Este solo adquire uma coloração avermelhada em virtude da
concentração de minério de ferro e pela lixiviação das bases trocáveis.
SOLO ZONAL – solos típicos de regiões de clima árida e quente. São geralmente
salinos e/ou alcalinos devido a concentrações de sais solúveis na superfície.
SOTAVENTO – Corresponde a encosta abrigada do vento. Oposto de Barlavento . Do
ponto de vista da geomorfologia os processos meteorização das rochas são bem
diferentes nos dois tipos de encostas.
SUB-BACIA HIDROGRÁFICA – O conceito é idêntico ao da Bacia Hidrográfica,
porém a vazão efluente ocorre diretamente em um outro rio.
TABATINGA – Termo de regional de origem indígena para designar as argilas de
coloração branca ou cinza claro.
TABULEIRO – Forma topográfica de terreno plano de baixa altitude, no nordeste
antecede a zona praiana.
TAGUÁ - Termo popular para designar as argilas aluviais pretas ou cinzentas escuras,
sendo a camada superior de áreas alagadiças, podendo ocorrer em camada superposta a
Tabatinga .
TALVEGUE - Linha de maior profundidade no leito fluvial. Resulta da intersecção
dos planos das vertentes de dois sistemas de declives convergentes; é oposto da crista.
O termo talvegue significa “caminho do vale”.
TERRA ROXA – Denominação da aos solos com argilas férteis de coloração vermelha
ou roxa, resultante da decomposição de rochas básicas, mas quando exposto a um
processo erosivo facilmente se degrada. Sendo difícil sua recuperação.
TERRAÇO - Pratica conservacionista, que consiste em seccionar um declive para
reduzir o escoamento superficial e consequentemente o processo de erosivo de uma
área.
TERRAÇO FLUVIAL – Superfície horizontal ou ligeiramente inclinada, constituída
por deposito sedimentar ou superfície topográfica modelada pela erosão fluvial e
limitada por dois declives do mesmo sentido.
TESTEMUNHO – Resto de antigas superfície erodidas. São de grande importância
para a geomorfologia, pois graças a eles é possível a reconstituição dos ciclos erosivos.
Apresentam forma tabular quando a estrutura é horizontal e de cristas, quando
inclinada.
TRIBUTARIO – o mesmo que rio afluente.
Curso Técnico em Agropecuária – Práticas de Convivência com Semiárido
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
UNIDADE FISIOGRÁFICA – Também denominada de Unidade Morfológica região
caracterizada por certos elementos de ordem física (morfológica), isto é estrutura e
natureza das rochas. Estes elementos serão complementados com as indicações da rede
hidrográfica, do clima , da topografia e da idade das rochas.
VALE – Corredores ou depressão de forma longitudinal que pode ter, por vezes, vários
quilômetros de extensão. Os vales são formas topográficas constituídas por talvegue e
duas vertentes com dois sistemas de declives convergentes.
VALE EM GARGANTA – Diz respeito a um vale encaixado à semelhança de um
cânon. O vale em garganta adquire maior expressão quando o entalhe é feito numa
estrutura sedimentar horizontal.
VALE ENCAXADO – Vale cujo afundamento do talvegue foi muito grande dando
aparecimento de margens pouco largas e vertentes de forte declives.
VAU – Palavra de origem portuguesa usada para os trecho de rio onde o nível das águas
permite travessia a pé, ou a cavalo.
VAZANTE – Do ponto de vista hidrográfico significa época de águas baixas no leito
do rio. É oposto a cheias. No nordeste é usado para designar cultivo de áreas de
montante de açudes ou leito de rios perenizados artificialmente.
VERTENTES – Planos de declives variados que divergem das cristas ou dos inter
flúvios, enquadrado o vale. Nas zonas de planície ou depressões muitas vezes, as
vertentes são mal esboçadas e o rio divaga amplamente. Nas zonas montanhosas as
vertentes podem ser abruptas e formam gargantas; ai as vertentes estão mais próximas
do leiro do rio, enquanto nas planícies estão mais afastadas.
Curso Técnico em Agropecuária – Práticas de Convivência com Semiárido
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
Literatura Consultada
ALVES, J.J.; Convivência com o semiárido (práticas associadas ao manejo e
conservação do solo e água), Fortaleza-CE, Janeiro 2005;
ALVES, J.J.; OLIVEIRA, J.B.de; SILVA, J.J.; SANTOS, G.A.; Projeto de convivência
com o semiárido cearense (Manual Técnico Operativo e de Consulta, Maio, 2008;
CEARÁ. Secretaria dos Recursos Hídricos. Bacias hidrográficas: aspectos conceituais,
uso manejo e planejamento/João Bosco de Oliveira. - Fortaleza : Secretaria dos
Recursos Hídricos, 2010. 267 p.;
CEARÁ, S. R. H.;Práticas Inovadoras de Controle Edáfico e Hidroambiental para o
Semiárido do Ceará / elaboração, João Bosco de Oliveira. Fortaleza: Secretaria de
Recursos Hídricos, 2010.190p. ;
CEARÁ, S.R. H.; Avaliação socioeconômica dos resultados e impactos do Projeto de
Desenvolvimento Hidroambiental do Estado do Ceará (PRODHAM) e sugestões de
políticas / coordenador geral, Francisco Mavignier Cavalcante França. – Fortaleza:
Secretaria dos Recursos Hídricos, 2010.174 p.;
CEARÁ, S. R. H. Barragens sucessivas de contenção de segmentos / João Bosco de
Oliveira, Josualdo Justino Alves, Francisco Mavignier Cavalcante França.- Fortaleza:
Secretaria dos Recursos Hídricos, 2010.33 p. (Cartilhas temáticas tecnologias e práticas
hidroambientais para convivência com o Semiárido; v. 1);
CEARÁ, S.R.H;. Cisterna de placas: construção, uso e conservação / Francisco
Mavignier Cavalcante França ... [et al.] - Fortaleza: Secretaria dos Recursos
Hídricos,2010. 33p. (Cartilhas temáticas tecnologias e práticas hidroambientais para
convivência com o Semiárido ; v. 2);
CEARÁ, S.R. H.; Barragem subterrânea / João Bosco de Oliveira, Josualdo Justino
Alves, Francisco Mavignier Cavalcante França. - Fortaleza: Secretaria dos Recursos
Hídricos, 2010. 31p. (Cartilhas temáticas tecnologias e práticas hidroambientais para
convivência com o Semiárido ; v. 3);
CEARÁ. S.R. H.; Práticas de manejo e conservação de solo e água no semiárido do
Ceará / João Bosco de Oliveira, Josualdo Justino Alves, Francisco Mavignier
Cavalcante França. - Fortaleza: Secretaria dos Recursos Hídricos, 2010. 37 p. (Cartilhas
temáticas tecnologias e práticas hidroambientais para convivência com o Semiárido ; v.
IV);
CEARÁ, S.R.H.; Recomposição da mata ciliar e reflorestamento no semiárido do Ceará
/ João Bosco de Oliveira, Josualdo Justino Alves, Francisco Mavignier Cavalcante
Curso Técnico em Agropecuária – Práticas de Convivência com Semiárido
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
França. - Fortaleza: Secretaria dos Recursos Hídricos, 2010. 25p. (Cartilhas temáticas
tecnologias e práticas hidroambientais para convivência com o Semiárido ; v. v);
CEARÁ, S. R. H.; Recuperação de áreas degradadas no semiárido do Ceará / João
Bosco de Oliveira, Francisco Roberto Bezerra Leite, Sonia Roberto Perdigão Fortaleza: Secretaria dos Recursos Hídricos, 2010. 30p. (Cartilhas temáticas tecnologias
e práticas hidroambientais para convivência com o Semiárido ; v. 6);
CEARÁ, S. R. H. Sistema plantio direto no Semiárido do Ceará / João Bosco de
Oliveira, Josualdo Justino Alves. - Fortaleza: Secretaria dos Recursos Hídricos, 2010.;
CEARÁ, S. R. H.; Quebra-ventos na propriedade agrícola / Francisco Mavignier
Cavalcante França, João Bosco de Oliveira. – Fortaleza: Secretaria dos Recursos
Hídricos, 2010. 21p. (Cartilhas temáticas tecnologias e práticas hidroambientais para
convivência com o Semiárido; v. 8);
CEARÁ, S. R. H. Controle de queimadas / Francisco Mavignier Cavalcante França,
Jaime Martins de Sousa Neto. - Fortaleza: Secretaria dos Recursos Hídricos, 2010. 28 p.
(Cartilhas temáticas tecnologias e práticas hidroambientais para convivência com o
Semiárido ; v. 9);
CEARÁ, S. R. H.; Sistema de produção agrossivilpastoril no Semiárido do Ceará / João
Ambrósio de Araújo Filho ... [et al.] - Fortaleza: Secretaria dos Recursos Hídricos,
2010. 33 p. (Cartilhas temáticas tecnologias e práticas hidroambientais para convivência
com o Semiárido ; v. 10);
CEARÁ, S. R. H.; Educação ambiental para o semiárido do Ceará / Francisco
Mavignier Cavalcante França, Ana Zenaide Quezado de Figueiredo. - Fortaleza:
Secretaria dos Recursos Hídricos, 2010. 37p. (Cartilhas temáticas tecnologias e práticas
hidroambientais para convivência com o Semiárido ; v. 11);
CUNHA, F.M.; Barragem Subterrânea, EMATERCE-Escritório de Itapajé, Abril, 2008;
BRAGA, R. Plantas do Nordeste especialmente do Ceará. Fortaleza: UFC, 1953. 525 p;
COSTA DUARTE, W. Manual de barragens subterrâneas. Recife: Universidade Federal
de Pernambuco, 1998. 50 p.;
DUQUE, J. G. Solo e água no Polígono das Secas. Fortaleza: BNB, 2004. 334 p.;
EMATERCE-Convivência com o semiárido (Uso de Práticas de Lavoura seca
associadas ao manejo/Conservação do Solo e Água);
EMBRAPA Utilização e conservação de recursos hídricos em áreas rurais dos tópicos
semiárido do Brasil. [S.l.]: CPATSA, 1982. 127 p.;
Curso Técnico em Agropecuária – Práticas de Convivência com Semiárido
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
EMBRAPA. Leguminosas promissoras para região semiárida. Petrolina, 1997. 16 p.
(Circular, n. 35);.
EMBRAPA. Práticas de conservação do solo. (Mircelândia, n. 3). [S.l.]: SNLCS,
1981.165 p.;
EMBRAPA. Serviço Nacional de Levantamento e Conservação de Solos. Sistema
Brasileiro de Classificação de Solos. Rio de Janeiro, 1981. 107 p;
GUERRA. P. B. A Civilização da seca, o nordeste é uma história mal contada.
Fortaleza: DNOCS, 1981. 324 p.;
IAPAR. Manual técnico de conservação de solo. Londrina: IAPAR, 1994. 305 p.;
INFAOL. A lavoura seca e sua importância para o desenvolvimento agrícola de regiões
semiárido. Recife: Infaol, 1973. 20 p.;
JORGE, J. A . Física e manejo dos solos tropicais. São Paulo: ICEA, 1986. 327 p.;
KIEHL, E. J. Fertilização orgânica. São Paulo CERES, 1985. 489 p.;
LUCENA, E.M.P.; Ecossistema do Nordeste (Semiárido)- Fascículo 10; Mudanças
Climáticas e Desenvolvimento Sustentável; Universidade Aberta do Nordeste.;
MAGALHÃES. P. S. Manejo do solo e seus efeitos na compactação. In: CICLO DE
ESTUDOS SOBRE MECANIZAÇÃO AGRÍCOLA, 4., 1990, Piracicaba. Anais...
Piracicaba. Fundação CARGILL, 1990. 265 p.;
MARGOLIS, E.; SILVA, A. B. da; REIS, O. V. dos. Controle da erosão com diferentes
práticas conservacionistas num solo litólico de Caruaru (PE). Revista Brasileira de
Ciência do Solo, v.9, p.161-164, 1985b.;
MELA M. P., Manual de edafologia. Barcelona: Salvat, 1966. 480 p.
Curso Técnico em Agropecuária – Práticas de Convivência com Semiárido
Hino Nacional
Hino do Estado do Ceará
Ouviram do Ipiranga as margens plácidas
De um povo heróico o brado retumbante,
E o sol da liberdade, em raios fúlgidos,
Brilhou no céu da pátria nesse instante.
Poesia de Thomaz Lopes
Música de Alberto Nepomuceno
Terra do sol, do amor, terra da luz!
Soa o clarim que tua glória conta!
Terra, o teu nome a fama aos céus remonta
Em clarão que seduz!
Nome que brilha esplêndido luzeiro
Nos fulvos braços de ouro do cruzeiro!
Se o penhor dessa igualdade
Conseguimos conquistar com braço forte,
Em teu seio, ó liberdade,
Desafia o nosso peito a própria morte!
Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!
Brasil, um sonho intenso, um raio vívido
De amor e de esperança à terra desce,
Se em teu formoso céu, risonho e límpido,
A imagem do Cruzeiro resplandece.
Gigante pela própria natureza,
És belo, és forte, impávido colosso,
E o teu futuro espelha essa grandeza.
Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada,Brasil!
Deitado eternamente em berço esplêndido,
Ao som do mar e à luz do céu profundo,
Fulguras, ó Brasil, florão da América,
Iluminado ao sol do Novo Mundo!
Do que a terra, mais garrida,
Teus risonhos, lindos campos têm mais flores;
"Nossos bosques têm mais vida",
"Nossa vida" no teu seio "mais amores."
Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!
Brasil, de amor eterno seja símbolo
O lábaro que ostentas estrelado,
E diga o verde-louro dessa flâmula
- "Paz no futuro e glória no passado."
Mas, se ergues da justiça a clava forte,
Verás que um filho teu não foge à luta,
Nem teme, quem te adora, a própria morte.
Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada, Brasil!
Mudem-se em flor as pedras dos caminhos!
Chuvas de prata rolem das estrelas...
E despertando, deslumbrada, ao vê-las
Ressoa a voz dos ninhos...
Há de florar nas rosas e nos cravos
Rubros o sangue ardente dos escravos.
Seja teu verbo a voz do coração,
Verbo de paz e amor do Sul ao Norte!
Ruja teu peito em luta contra a morte,
Acordando a amplidão.
Peito que deu alívio a quem sofria
E foi o sol iluminando o dia!
Tua jangada afoita enfune o pano!
Vento feliz conduza a vela ousada!
Que importa que no seu barco seja um nada
Na vastidão do oceano,
Se à proa vão heróis e marinheiros
E vão no peito corações guerreiros?
Se, nós te amamos, em aventuras e mágoas!
Porque esse chão que embebe a água dos rios
Há de florar em meses, nos estios
E bosques, pelas águas!
Selvas e rios, serras e florestas
Brotem no solo em rumorosas festas!
Abra-se ao vento o teu pendão natal
Sobre as revoltas águas dos teus mares!
E desfraldado diga aos céus e aos mares
A vitória imortal!
Que foi de sangue, em guerras leais e francas,
E foi na paz da cor das hóstias brancas!
Download

Práticas e convivência com o semiarido