UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ SETOR DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA LUCAS CAMACHO FERREIRA SILVA LUIZ ANDRÉ PIEKARSKI CHUVEIRO COM CONTROLE AUTOMÁTICO DE TEMPERATURA DA ÁGUA CURITIBA - 2011 LUCAS CAMACHO FERREIRA SILVA LUIZ ANDRÉ PIEKARSKI CHUVEIRO COM CONTROLE AUTOMÁTICO DE TEMPERATURA DA ÁGUA Trabalho de Conclusão de Curso, Departamento de Engenharia Elétrica, Setor de Tecnologia, Universidade Federal do Paraná. Orientador: Prof. Dr. Gustavo Henrique da Costa Oliveira. CURITIBA - 2011 LUCAS CAMACHO FERREIRA SILVA LUIZ ANDRÉ PIEKARSKI CHUVEIRO COM CONTROLE AUTOMÁTICO DE TEMPERATURA DA ÁGUA TRABALHO APRESENTADO AO CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA, DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ, COMO REQUISITO À OBTENÇÃO DO TÍTULO DE GRADUAÇÃO. COMISSÃO EXAMINADORA PROF. DR. GUSTAVO HENRIQUE DA COSTA OLIVEIRA – UFPR PROF. DR. EDUARDO PARENTE RIBEIRO - UFPR PROF. DR. GIDEON VILLAR LEANDRO – UFPR CURITIBA, JUNHO DE 2011 RESUMO O aumento do uso da eletrônica e eletrônica de potência tem propiciado melhorias em diversos produtos e segmentos. Este é o caso dos chuveiros elétricos, que antes eram simplesmente resistências ligadas à rede elétrica através de chaves mecânicas. Modelos mais novos já apresentam regulagem de temperatura analógica com utilização da eletrônica de potência, mas sem nenhuma automação aplicada. O foco deste projeto é o desenvolvimento de um chuveiro com controle automático de temperatura da água. Será utilizado um microcontrolador (PIC) responsável pelo controle digital, um MOSFET de potência com os devidos complementos elétricos e eletrônicos atuando na carga (resistência) utilizando a técnica de PWM a fim de se variar a potência média aplicada à mesma e um sensor de temperatura que realimentará o sistema. Palavras chave: PWM e controle. ABSTRACT The increasing use of electronics and power electronics has enabled improvements in different products and segments. This is the case of electric showers, that before were just resistance connected to the electrical source through mechanical switches. Newer models already have analog temperature control using power electronics, but with no automation applied. The focus of this project is the development of a shower with automatic control of water temperature. A microcontroller (PIC) will be responsible for digital control, a power MOSFET with appropriated electric and electronics additions will switch the load (resistance) whit PWM technique in order to vary the average power applied to it, and a temperature sensor will feedback the system. Keywords: PWM and control. LISTA DE FIGURAS Figura 2.1: Chuveiro Lorenzetti Evolution Master original.................................13 Figura 2.2: Esquema de funcionamento do chuveiro........................................14 Figura 3.1: Flange de fixação e dissipação do atuador.....................................15 Figura 3.2: Flange de fixação e dissipação da ponte retificadora.....................16 Figura 3.3: Encaixe do relé................................................................................17 Figura 3.4: Local da fixação do sensor..............................................................18 Figura 3.5: Proteção do sensor..........................................................................18 Figura 3.6: Fixação dos contatos e fios com cola quente..................................19 Figura 3.7: Cabo de ligação entre atuador e circuito eletrônico........................19 Figura 4.1: Circuito de Alimentação...................................................................20 Figura 4.2: Circuito oscilador e alimentação do PIC..........................................21 Figura 4.3: Ligação dos botões e “display” LCD................................................22 Figura 4.4: Circuito de aquisição de dados........................................................23 Figura 4.5: Circuito para comunicação serial.....................................................24 Figura 4.6: Circuito atuador completo................................................................25 Figura 4.7: Característica on/off do MOSFET....................................................27 Figura 4.8: Circuito “snubber” em paralelo com o atuador................................28 Figura 4.9: Circuito completo.............................................................................29 Figura 5.1: Exemplo de PWM............................................................................32 Figura 6.1: Curva inicial da planta.....................................................................35 Figura 6.2: Parâmetros para modelagem de sistemas......................................35 Figura 6.3: Curva ajustada para fluxo mínimo de água.....................................37 Figura 6.4: Curva ajustada para fluxo máximo de água....................................37 Figura 6.5: Curva ajustada para fluxo médio de água.......................................38 Figura 6.6: Interface da ferramenta “rltool” do “MATLAB”.................................39 Figura 6.7: Reposta dos controladores para planta com fluxo mínimo de água...................................................................................................................42 Figura 6.8: Reposta dos controladores para planta com fluxo máximo de água...................................................................................................................42 Figura 6.9: Reposta dos controladores para planta com fluxo médio de água...................................................................................................................43 Figura 7.1: Temperatura e “Set point” x instante (com fluxo máximo de água)..............................................................................44 Figura 7.2: Temperatura e “Set point” x instante (com fluxo mínimo de água)..............................................................................45 Figura 7.3: Temperatura e “Set point” x instante (com fluxo pequeno de água)............................................................................46 Figura 7.4: Temperatura e “Set point” x instante (com fluxo médio de água)................................................................................47 LISTA DE SIGLAS A/D - Analógico/ Digital BJT - Bipolar Junction Transistor (Transistor de Junção Bipolar) CI - Circuito integrado HMI – Human Machine Interface – Interface homem máquina LCD – Liquid Crystal Display (Display de Cristal Líquido) MOSFET - Metal Oxide Semiconductor Field Effect Transistor (Transistor de Efeito de Campo de Semicondutor de Óxido Metálico) PC - Personal Computer (Computador Pessoal) PIC - Programmable Interrupt Controller (“Microcontrolador”) PWM - Pulse Width Modulation (“Modulação por largura de pulso”) TRIAC - TRIode Alternative Currente (Triodo de corrente alternada) TTL - Transisto Transistor Lógic (Lógica Transistor Transistor) SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO……………………………………………………………………..11 1.1 OBJETIVOS………………………………………………………………12 1.2 ESTRUTURA DO TRABALHO……………………………………........12 2 MODO DE FUCIONAMENTO……………………………………………………13 3 ADAPTAÇÕES MECÂNICAS…………………………………………………....15 3.1 SISTEMA DE ATUAÇÃO……………………………………………….15 3.1.1 ADAPTAÇÃO DO MOSFET………………………………….15 3.1.2 DISSIPADOR DA PONTE RETIFICADORA………………..16 3.1.3 POSICIONAMENTO DO RELÉ………………………………16 3.2 LOCALIZAÇÃO DO SENSOR DE TEMPERATURA………………...17 3.3 LIGAÇÃO DO CHUVEIRO AO CIRCUITO ELETRÔNICO…………19 4 CIRCUITOS ELETRÔNICOS……………………………………………………20 4.1 CIRCUITO DE ALIMENTAÇÃO………………………………………..20 4.2 CIRCUITO DE PROCESSAMENTO…………………………………..21 4.2.1 INTERFACE COM O USUÁRIO……………………………..21 4.2.2 AQUISIÇÃO DE DADOS……………………………………..23 4.3 CIRCUITO DE COMUNICAÇÃO………………………………………24 4.4 CIRCUITO ATUADOR………………………………………………….25 4.4.1 “DRIVERS” ………………………………………………….....25 4.4.2 UTILIZAÇÃO DO MOSFET....……………………….…….....26 4.4.3 CIRCUITO “SNUBBER” ....……………………………..........27 4.5 CIRCUITO COMPLETO....……………………………........................29 5 PROGRAMAÇÃO……………………………………………………..................30 5.1 UTILIZAÇÃO DO LCD....……………………………...........................30 5.2 UTILIZAÇÃO DO CONVERSOR A/D………………………………....31 5.3 UTILIZAÇÃO DO “TIMER” …………………………………………….32 5.4 UTILIZAÇÃO DO PWM………………………………………………....32 5.5 UTILIZAÇÃO DA COMUNICAÇÃO SERIAL………………………....33 6 CONTROLE………………………………………………………………………..34 6.1 AMOSTRAGEM DA PLANTA……………………………………….....34 6.2 REPRESENTAÇÃO DA PLANTA…………………………………......35 6.2.1 REPRESENTAÇÃO NA PRÁTICA……………………….....36 6.3 CONTROLADOR DIGITAL…………………………………………......38 6.3.1 CONTROLADOR NA PRÁTICA…………………………......40 7 ANÁLISE DOS RESULTADOS………………………………………………....44 7.1 TESTE FLUXO MÁXIMO…………………………………………….....44 7.2 TESTE FLUXO MÍNIMO …………………………………………….....45 7.3 TESTE FLUXO MÉDIO … …………………………………………......47 8 CONCLUSÃO……………………………………………………………………...49 REFERÊNCIAS BILIOGRÁFICAS………………………………………………...50 ANEXO I: FLUXOGRAMA DO SOFTWARE……………………………………..51 ANEXO II: CÓDIOGO DE PROGRAMAÇÃO…………………………………….52 1 INTRODUÇÃO Com o aumento da utilização da eletrônica nos mais variados produtos, é possível implementar sistemas que proporcionem maior economia de energia elétrica e comodidade para o usuário. No caso dos chuveiros de uso residencial mais comuns, a regulagem de temperatura da água é feita através de uma chave com três posições: Inverno, verão e desligado. Também é comum o controle, feito pelo usuário, da temperatura regulando-se o fluxo de água, isto é, quanto menor o fluxo mais quente fica a água. Uma evolução deste chuveiro é o modelo com controle analógico de temperatura já com aplicação da eletrônica de potência, mas sem nenhuma automatização, o que dá ao usuário um controle analógico gradativo da temperatura, mas esse sistema ainda é muito sensível quanto ao fluxo de água que entra no chuveiro. Neste projeto foi desenvolvido um dispositivo para controle digital de temperatura da água que sai de um chuveiro, onde o usuário escolhe a temperatura desejada para o banho e o sistema a mantém constante independente de qualquer distúrbio, como a quantidade de água que entra no sistema Com esse sistema o consumo de energia elétrica pode ser reduzido, uma vez que só é aplicada a potência necessária para se chegar a uma temperatura confortável diferente dos chuveiros convencionais que dispõem de apenas três regulagens. Para tal fim, foi empregada a teoria de controle digital de processos aliada a eletrônica e a eletrônica de potência. O circuito de controle e sensoriamento foi projetado para receber um sinal de tensão obtido através de um sensor de temperatura e processar esse sinal para ser comparado com a temperatura escolhida pelo usuário (“set point”) e então ser aplicado o controle automático que atua na potência média aplicada a resistência do chuveiro. 11 1.1 OBJETIVOS O objetivo deste projeto é o desenvolvimento de um chuveiro para uso residencial que se utiliza de controle digital para regular a temperatura da água automaticamente possibilitando um melhor ajuste da variável controlada e maior conforto térmico para o usuário do sistema. 1.2 ESTRUTURA DO TRABALHO Este trabalho está estruturado em 8 capítulos, sendo que o capitulo 1 é introdutório. Os capítulos 2 a 8 tratam do desenvolvimento do trabalho, começando no capítulo 2 com o modo de funcionamento do projeto. No capítulo 3 é apresentada a descrição da planta e as adaptações mecânicas necessárias. O capítulo 4 trata dos circuitos eletrônicos utilizados, desde a alimentação até os atuadores. No capítulo 5 é mostrada a programação do microcontrolador para funcionamento do PWM, conversor A/D, timer e comunicação serial. O capítulo 6 é a respeito do desenvolvimento do controle aplicado à planta, desde a aquisição de dados até o algoritmo para o microcontrolador. No capítulo 7 são apresentados os resultados práticos do projeto. Por fim o capítulo 8 é a conclusão. 12 2 MODO DE FUNCIONAMENTO O funcionamento básico do chuveiro é descrito neste capítulo. O modelo escolhido como ponto de partida foi um chuveiro da Lorenzetti com 5500W de potência total. A figura abaixo mostra o modelo utilizado: Figura 2.1: Chuveiro Lorenzetti Evolution Master original. O chuveiro original possui ajuste analógico da temperatura da água que funciona através da técnica “phase control”, aplicada a um TRIAC. Variando-se a resistência de um potenciômetro ajusta-se a constante RC do circuito de disparo, que tem como sinal de entrada a senoide da rede de energia elétrica e como saída um sinal dente de serra com a mesma frequência da rede, porém com pico defasado de acordo com a constante RC. Assim, o ângulo de disparo do TRIAC, que é controlado pelo circuito de disparo, varia a potência média aplicada à carga. No projeto desenvolvido, utiliza-se uma técnica de controle diferente da “phase control”, que é a técnica PWM. Para esse fim é usado um MOSFET, uma ponte retificadora e um relé. Como a carga do chuveiro é composta de duas resistências ligadas em paralelo, sendo uma delas correspondente a 58% da potência total (3150W) e a outra correspondente a 42% da potência total (2350W), optou-se por utilizar o MOSFET juntamente com a ponte retificadora, para controlar a potência demandada para a resistência que corresponde a 58% da potência total e o relé para ativar a outra resistência. 13 Inicialmente o usuário abre o registro para que a água flua através da tubulação, até que a pressão de água seja suficiente para mover o diafragma do chuveiro, conectando assim a resistência do chuveiro ao circuito de controle e alimentação. Então o usuário escolhe a temperatura desejada para o banho através dos botões de seleção situados no painel de interface com o usuário, que possui também um display LCD para que seja possível a visualização da temperatura escolhida. No primeiro instante em que a água sai pelo chuveiro um sensor capta a temperatura e a converte em um sinal de tensão que é proporcional a essa medida. Esse sinal é digitalizado através de um conversor A/D que está integrado ao processador (PIC) e é então comparado com o “set point” previamente escolhido pelo usuário. Com base na diferença entre a temperatura da água e a temperatura escolhida para o banho, o processador calcula o ciclo de trabalho de um sinal PWM que controla o chaveamento do MOSFET, que por sua vez varia a potência média aplicada à sua parcela da carga (58%). Se mesmo usando os 58% da potência a temperatura da água não atingir o “Set point”, então o relé é ativado adicionando os 42% da potência total, fazendo com que o sinal de controle aplicado ao MOSFET varia a potência dos 42% ligados pelo relé, até sua plenitude. Esse ciclo do cálculo do sinal de controle é repetido a cada 500 milissegundos até que o chuveiro seja desligado pelo usuário. Este esquema de funcionamento pode ser visualizado na figura abaixo. Figura 2.2: Esquema de funcionamento do chuveiro. 14 3 ADAPTAÇÕES MECÂNICAS Como o projeto foi desenvolvido para operar em um modelo de chuveiro já existente no mercado, algumas adaptações foram necessárias para fixar os componentes, uma vez que toda a parte eletrônica foi feita de acordo com o projeto. 3.1 SISTEMA DE ATUAÇÃO 3.1.1 ADAPTAÇÃO DO MOSFET O chuveiro é uma carga de potência elevada (5500 W), e no caso do projeto 58% da corrente que a carga demanda passa pelo MOSFET, é necessário dissipar o calor no componente para evitar que o mesmo queime. O chuveiro original utilizado já possuía um flange para dissipação, no atuador, que fica em contato direto com a água fria que entra no sistema. Sendo assim o atuador foi fixado neste flange conforme mostra a figura 3.1: Figura 3.1: Flange de fixação e dissipação do atuador. Para melhor a dissipação de calor foi utilizado pasta condutora entre o flange e o MOSFET. 15 3.1.2 DISSIPADOR DA PONTE RETIFICADORA Assim como o MOSFET, a ponte retificadora precisa suportar 58% da corrente que a carga demanda, sendo assim, torna-se necessário um dissipador de calor para este componente também. O chuveiro original não tem nenhum suporte para a ponte retificadora, mas tem uma cavidade com uma tampa parafusada por onde passa água fria logo após o flange do MOSFET. Então, foi feito um flange torneado em alumínio com o mesmo encaixe da tampa original do chuveiro, que serve tanto para fixar a ponte retificadora como para dissipar seu calor. O flange pode ser visto na figura 3.2. Flange Figura 3.2: Flange de fixação e dissipação da ponte retificadora. 3.1.3 POSICIONAMENTO DO RELÉ Uma vez que o MOSFET atua em 58% da potência da carga, o relé atua nos outros 42% da potência, mas este componente não necessita de dissipador de calor. O suporte onde estava fixado originalmente o circuito de disparo do TRIAC foi o local escolhido para acoplar o relé possibilitando um encaixe firme, conforme mostrado através da figura 3.3. 16 Figura 3.3: Encaixe do relé. 3.2 LOCALIZAÇÃO DO SENSOR DE TEMPERATURA A posição do sensor de temperatura é muito importante, pois é ele quem vai realimentar o circuito de controle, sendo assim sua leitura deve ser o mais próximo possível da temperatura que o usuário vai sentir. O local de fixação escolhido para o sensor foi o local por onde passa toda a água que sai da câmara em que a resistência esta fixada. O encapsulamento do sensor ficou em contato direto com a água, fixado com resina epóxi para evitar vazamento de água nos contatos elétricos que ficam na parte superior do chuveiro. Como os contatos do sensor são mecanicamente frágeis, após serem soldados os fios, os contatos foram fixados com cola quente. A localização do sensor de ser vista nas figuras 3.4 e 3.5. 17 Figura 3.4: Local da fixação do sensor. Figura 3.5: Proteção do sensor. 18 Figura 3.6: Fixação dos contatos e fios com cola quente. 3.3 LIGAÇÃO DO CHUVEIRO AO CIRCUITO ELETRÔNICO Para que o usuário tenha fácil acesso ao painel de seleção de temperatura, o circuito eletrônico correspondente foi instalado fora do chuveiro. Essa opção também facilitou o projeto como um todo, pois os componentes do circuito (transformador etc.) ocupam um espaço indisponível dentro do chuveiro. Para ligar o circuito eletrônico ao atuador instalado no chuveiro foi utilizado um cabo multivias 6 x 1mm² , como é mostrado através da figura 3.7. Figura 3.7: Cabo de ligação entre atuador e circuito eletrônico. 19 4 CIRCUITOS ELETRÔNICOS Para o controle e acionamento da planta utilizou-se da eletrônica como base do desenvolvimento de um circuito controlador que possibilita a aquisição do sinal correspondente à temperatura, o processamento dessa informação, o acionamento do chuveiro e também a comunicação com o PC. Para questões de implementação foi utilizada uma “protoboard”, pois a mesma facilita as alterações e a montagem dos componentes. Para efeito de análise o circuito foi subdividido em quatro circuitos: Circuito de alimentação, circuito de processamento, circuito atuador e circuito de comunicação. 4.1 CIRCUITO DE ALIMENTAÇÃO O circuito de alimentação foi desenvolvido separadamente, pois eram necessários dois níveis de tensão: 5V para alimentação do processador, “display” de LCD, CI para comunicação serial (MAX 232) e 12V para alimentação do sensor e acionamento do circuito atuador. Para abaixar a tensão de 127V para 12V empregou-se um transformador com potência de 2,7VA. Após isso para retificar a tensão foi colocada uma ponte retificadora de 2A. Tanto o PIC quanto o MAX232 são muito sensíveis ao “ripple” e não funcionam se o nível de tensão não for estável. Para deixar a tensão estável e diminuir o “ripple” colou-se em paralelo à saída da ponte retificadora um capacitor eletrolítico de 2200µF. Para se conseguir a tensão de 5V foi empregado o CI regulador de tensão 7805 e um capacitor eletrolítico em paralelo de 1µF. O circuito completo pode ser visualizado na figura 4.1 abaixo. Figura 4.1: Circuito de Alimentação. 20 4.2 CIRCUITO DE PROCESSAMENTO Neste projeto são imprescindíveis para o controle da planta três funções de um processador: Sinal PWM, Conversor A/D e comunicação serial de dados. Por isso foi escolhido o microcontrolador PIC 16F877A [5], pois o mesmo atende a todas essas necessidades além de possuir uma frequência de operação elevada o que implica em alta velocidade de processamento. Para colocar o PIC em funcionamento foi escolhida a frequência de “clock” de 12MHz empregada ao sistema através de um circuito oscilador, proposto pelo fabricante do microcontrolador, composto por 2 capacitores de 4ηF e um cristal de quartzo de 12MHz. Também foi colocado um resistor de 10KΩ conectado entre a fonte (5V) e o pino 1 do PIC, essa ligação é chamada de “habilita geral” e sem ela o processador não funciona. Esse circuito pode ser observado na figura abaixo. Figura 4.2: Circuito oscilador e alimentação do PIC. 4.2.1 INTERFACE COM O USUÁRIO Para que a temperatura possa ser escolhida pelo usuário foi desenvolvida uma HMI composta por dois botões de pulso e um “display” LCD onde é mostrada a temperatura desejada. Quando os botões são acionados a tensão de 5V é aplicada aos pinos 37 ou 38 do PIC. Através do pino 37 a temperatura é incrementada e através do 21 pino 38 é decrementada. Também foram usados dois resistores de “pull-up” de 10KΩ para evitar o curto circuito na fonte. No funcionamento do LCD para regulagem do contraste utiliza-se um divisor de tensão resistivo composto por resistores de 10KΩ e 1,2KΩ ligados a alimentação de 5V e ao pino 3 do “display” o que resulta em uma tensão de 0,8V que corresponde a um contraste aceitável. Os pinos 21, 22, 23 e 24 do PIC fazem a transferência de dados para o LCD que lê esses dados nos pinos 14, 13, 12 e 11 sendo que o pino 14 é o bit mais significativo. Os pinos 19 e 20 do PIC são responsáveis pelas funções de escrita e habilitação para a escrita e são conectados respectivamente aos pinos 4 e 6 do “display”. Os pinos 1, 5, 7, 8, 9 e 10 do LCD são ligados ao terra e o pino 2 é a alimentação do mesmo que deve ser de 5V. O esquema elétrico desse circuito pode ser visualizado na figura 4.3 abaixo. Figura 4.3: Ligação dos botões e “display” LCD. 22 4.2.2 AQUISIÇÃO DE DADOS Para aquisição de dados da planta foi utilizado o sensor de temperatura LM35 alimentado em 12V ligado na entrada A/D do PIC que é correspondente ao pino 3 do mesmo. O sensor de temperatura LM35 [4] com o encapsulamento “TO-92” foi escolhido pelo fato de ser pequeno o suficiente para ser adaptado dentro do duto por onde sai toda a água da câmara onde a resistência do chuveiro está fixada conforme mostrado na seção 3.2.2. A temperatura de operação do sensor vai de -55°C à +150°C o que mostra que o mesmo suporta a faixa de operação do chuveiro que vai desde a temperatura ambiente até 50°C. Além de suportar as altas temperaturas o mesmo tem uma relação linear entre temperatura e tensão de saída de 10mV/°C e uma precisão, garantida pelo fabricante, de 0,25°C. Como a temperatura máxima da água é 50°C a tensão de saída máxima do sensor será de 500mV. Para melhor compreensão das ligações elétricas o circuito pode ser visualizado na figura 4.4 a seguir. Figura 4.4: Circuito de aquisição de dados. 23 4.3 CIRCUITO DE COMUNICAÇÃO Para que o projeto do controlador fosse implementado ao sistema, fez-se necessária a amostragem da planta e o processamento dos resultados da mesma. A forma mais eficiente e simples encontrada para possibilitar essa ação foi o envio de dados do PIC a um PC através de comunicação serial. O computador utiliza o protocolo RS232 para esse tipo de comunicação e o circuito eletrônico utiliza níveis TTL de tensão, então para facilitar a implementação da transferência de dados utilizou-se o CI MAX232 [6] conectado ao circuito conforme mostra a figura 4.5. Assim a interface com o PC depende apenas do “software” implementado no PIC. Como o circuito somente envia dados, a conexão entre o circuito eletrônico e o terminal foi feita através de um cabo e um conector do tipo DB contendo 9 pólos dos quais apenas 2 foram utilizados sendo o pólo 5 a referência e o pólo 2 o envio dos dados do CI MAX232 para o PC. Figura 4.5: Circuito para comunicação serial. 24 4.4 CIRCUITO ATUADOR Para que a potência entregue a carga fosse controlada foi necessária a aplicação de componentes de potência capazes de conduzir grandes valores de corrente elétrica. Por esse motivo foram utilizados dois componentes principais, que são um MOSFET de potencia e um relé. Porém para acioná-los e protegê-los foram usados alguns circuitos complementares que serão apresentados na sequência. Figura 4.6: Circuito atuador completo. 4.4.1 “DRIVERS” A tensão máxima de saída das portas do PIC é 5V porém para o funcionamento correto dos atuadores é necessário um nível de tensão maior do que este. Para que o MOSFET possa conduzir a máxima corrente ele 25 necessita de um sinal de controle aplicado ao terminal chamado “Gate” de aproximadamente 6V. Já o relé para ser acionado necessita de um sinal de controle aplicado ao pólo 86 de 12V e uma corrente de aproximadamente 120mA. Por esse motivo foram empregados circuitos chamados “Drivers” que são transistores operando como chaves estáticas [8] que consistem em BJTs polarizados na região de saturação, portanto o transistor que serve de drive para o MOSFET liga e desliga na frequência do sinal PWM de controle que é emitido pelo PIC fazendo com que a tensão de 12V seja utilizada para o acionamento do MOSFET que controla a potência disponibilizada para a resistência. No circuito de acionamento do relé foram necessários dois transistores ligados em cascata, pois além da tensão de acionamento ser alta a corrente para o mesmo fim também era alta. Um BJT foi utilizado como chave para o acionamento de um MOSFET IRFZ46N de baixa potência que por sua vez foi utilizado para acionar o relé. O IRFZ46N foi utilizado pelo fato de o BJT utilizado (BC548) limitar a corrente de saída no coletor em algumas vezes o valor da corrente que flui através da base e isso resulta em aproximadamente 100mA. 4.4.2 UTILIZAÇÃO DO MOSFET A resistência do chuveiro demanda 5500W de potência. Ligada a rede elétrica, que fornece 127V de tensão, a corrente elétrica máxima que fluirá neste circuito, segundo a equação 1, é de 43,3 A. Para esse fim um componente que suporte um elevado nível de corrente se faz necessário, por isso foi escolhido o MOSFET IRFP260N [3] que suporta correntes de até 50A e tensões máximas de 200V. P =U *I (1) Os MOSFETs possuem um tempo de chaveamento intrínseco (tr e tf) (um exemplo dessa dinâmica pode ser observado na figura 4.7). Com base nesse tempo de chaveamento chega-se aos parâmetros de di/dt e dv/dt que são variáveis fundamentais no projeto de circuitos de potência pois se os mesmos não forem levados em consideração o componente chega a ruptura. 26 Figura 4.7: Característica on/off do MOSFET. Possuindo um di/dt máximo de 486A/µs esse componente é sensível a grande variação de corrente em um curto espaço de tempo. Como o tempo que o componente leva para entrar em condução (tr) é de 60ηs o di/dt em A/µs ou seja a variação de corrente elétrica que flui pelo transistor a cada µs, quando a corrente é máxima na resistência do chuveiro é de 721,67A/µs o que é maior do que o máximo suportado pelo componente. No intuito de diminuir a corrente que passa pelo MOSFET optou-se por dividir a carga do chuveiro em duas resistências ligadas em paralelo, onde a menos potente referente à 2300W (resistência verão) é acionada por um relé (12V/25A) e a que demanda maior potência, referente a 3200W (resistência inverno) é acionada e controlada pelo MOSFET. Dessa maneira o di/dt máximo a que o transistor é submetido passa de 721,67 para 419,9 A/µs que está abaixo do valor máximo aceitável. Outra peculiaridade do MOSFET que deve ser observada é que o mesmo não suporta tensões negativas entre os terminais “Drain” e “Source”, ou seja, VDS deve ser sempre maior ou igual a zero. Por este motivo foi adaptada uma ponte retificadora com capacidade de 50A conectada ao circuito para que no semi ciclo negativo da tensão da rede o componente não fosse submetido a -127V. A ponte é refrigerada por um dissipador que por sua vez é refrigerado pela água corrente como foi observado na seção 3.2.1.2. 4.4.3 CIRCUITO “SNUBBER”. “Snubbers” [7] são circuitos inseridos em conversores de potência, cuja função é controlar os efeitos produzidos pelas reatâncias intrínsecas do circuito. Eles podem amortecer oscilações, controlar as taxas de dv/dt e di/dt 27 além de grampear sobre tensões. Os mesmos podem ser ativos ou passivos, dissipativos ou regenerativos [2]. No intuito de proteger o MOSFET de potência de sobre tensões, surtos de tensão e principalmente tensões reversas foi utilizado uma topologia clássica de “Snubber” passivo dissipativo chamada de “Snubber” RCD que utiliza um diodo, um resistor e um capacitor dispostos da maneira apresentada a seguir: Figura 4.8: Circuito “snubber” em paralelo com o atuador. Nesta topologia de “Snubber” cada componente tem uma função importante na proteção do circuito atuador. O circuito RC série colocado em paralelo com o MOSFET serve para controlar a taxa de variação de tensão durante o bloqueio e dissipar a energia no resistor evitando assim um pico de corrente. Mesmo assim a energia é dissipada tanto no bloqueio quanto na condução do atuador por isso é adicionado o diodo para que a energia seja dissipada durante o período de bloqueio e não na condução. 28 4.5 CIRCUITO COMPLETO Após concluir o projeto e montagem de cada circuito os mesmos foram montados de forma que o funcionamento de todo o sistema pudesse acontecer, resultando no circuito mostrado na figura abaixo. Figura 4.9: Circuito completo. 29 5 PROGRAMAÇÃO Todo o “software” foi desenvolvido em linguagem C de programação, uma vez que para essa linguagem existe um número maior de bibliotecas, o que facilita o desenvolvimento das rotinas para LCD, Timer, controle etc. Assim que o software é inicializado as configurações para o PWM, LCD, comunicação serial, “timer” e os registradores das portas I/O do PIC são executados. Então o programa entra na rotina principal que fica em loop até que o microcontrolador seja desligado ou “resetado”. A rotina principal começa com as sub rotinas de seleção de temperatura, que dependem da ação do usuário. Logo em seguida é feita a média de temperatura lida pelo sensor e a filtragem de ruídos do mesmo. Então é realizada a comunicação serial dos dados relevantes. Depois da comunicação concluída entra a rotina do controle digital, que calcula os parâmetros de erro e sinal de controle conforme a equação 6.23 da seção 6.3.1. Uma vez calculado, o sinal de controle é aplicado ao ciclo de trabalho do PWM, e então são feitos os cálculos para o acionamento ou não do relé. Concluída a parte de controle, as variáveis são atualizadas e o ciclo recomeça. Como o sistema digital necessita de uma amostragem e atuação discreta, o “timer” trabalha em paralelo com a rotina principal possibilitando a temporização para o sistema. Para melhor entendimento o fluxograma do software pode ser visto no anexo I, e o código de programação no anexo II. 5.1 UTILIZAÇÃO DO LCD O modo de visualização da temperatura, ou “Set point”, escolhido pelo usuário é através do “display” LCD. Para utilização do mesmo foram usados quatro bits responsáveis pelo envio da informação a ser mostrada, e mais dois bits responsáveis pela escrita e habilitação para a escrita, conforme é mencionado na seção 4.2.1. 30 Os bits referentes à informação enviada ao “display” são das portas C e D do microcontrolador, e são eles RD2, RD3, RC4 e RC5, onde o último bit é o mais significativo e o primeiro é o menos significativo. Já para realizar a escrita habilitação para a escrita foram usados bits da porta D, que são RD0 e RD2 respectivamente. Estes bits bem como os referentes à informação enviada foram configurados como bits de saída através dos registradores TRISD e TRISC do microcontrolador. Os comandos para inicialização, envio de dados e alteração de configurações do “display” foram feitos de acordo com as bibliotecas disponíveis no programa de desenvolvimento e compilação. 5.2 UTILIZAÇÃO DO CONVERSOR A/D O conversor A/D foi utilizado para passar o sinal do sensor de temperatura, que é analógico, para um valor binário a fim de facilitar o processamento. O PIC 16F877A dispõem de conversores A/D, na porta A, de 10 bits que suportam uma tensão máxima de 5V, possibilitando uma resolução de 4,88mV por nível, o que corresponde a uma precisão de 0,5°C na leitura d temperatura. O conversor A/D escolhido foi o AN1, no bit RA1 da porta A, que foi configurado como entrada através do registrador TRISA. Como a temperatura máxima do chuveiro não passa de 50°C o sensor de temperatura não aplicará na entrada A/D uma tensão maior que 500mV, de acordo com a resposta do sensor que pode ser vista na seção 4.2.2. O “software”, através de um comando de leitura do conversor A/D, lê o sinal proveniente do sensor de temperatura e armazena a informação em uma variável especifica. No intuito de diminuir o ruído que é medido juntamente com o sinal de temperatura o “software” realiza uma média de cada 100 leituras, que são realizadas a cada 5ms como será visto na seção 5.3. 31 5.3 UTILIZAÇÃO DO “TIMER” Como a proposta do projeto é a aplicação do controle digital, é necessário que a planta, o sinal de temperatura e até mesmo o sinal de controle sejam amostrados com intervalos iguais de tempo. Para isso foi utilizado no “software” o “Timer 0” disponível no PIC. O “timer 0” é uma registrador de 8 bits, configurado através dos registradores OPTION_REG e INTCON, que é incrementado a cada ciclo de máquina e quando ocorre estouro do mesmo um bit de interrupção é “setado” no registrador INTCON e a contagem recomeça. A frequência utilizada para o microcontrolador foi de 12MHz, o que corresponde a um período de 83,33ηs e um ciclo de máquina de 0,3333µs. Para ajustar a temporização foi utilizado um “Prescaler” de 1:64 no “timer 0” que resultou em 5ms de temporização, e mais um contador na rotina principal do “software” totalizando 500ms, que foi a amostragem utilizada para o projeto. 5.4 UTILIZAÇÃO DO PWM Para que a potência média na carga (resistência) seja variável de forma controlada, a técnica usada foi o PWM (“Pulse Width Modulation”), que consiste na variação do ciclo de trabalho de um sinal de frequência fixa, como mostra a figura 5.1. Com essa técnica o circuito atuador, possibilita a variação da potencia média entregue à carga. Figura 5.1: Exemplo de PWM. 32 O PIC 16F877A possui esta ferramenta no bit RC1 e RC2 da porta C. O escolhido foi o PWM2, no bit RC1. A configuração da freqüência de operação, o ciclo de trabalho e os comandos de ligar e desligar o PWM foram feitos através de software na rotina principal. A freqüência usada foi de 800Hz, o que é suficiente em relação à rede elétrica de 60Hz para um bom PWM. 5.5 UTILIZAÇÃO DA COMUNICAÇÃO SERIAL Com o intuito de possibilitar a amostragem da planta, e até mesmo o envio dos dados em tempo real, optou-se por estabelecer uma comunicação com um PC através da comunicação serial. Uma vez que a necessidade era de envio de informação e não de recebimento, no software foi configurado apenas um bit, para esse fim, da porta B. O bit RB1 configurado como saída através do registrador TRISB foi escolhido para esse fim. Por meio do software os comandos referentes à comunicação serial foram configurados, como por exemplo, a velocidade de envio (14400 bits/s) bem como o bit para envio de dados. O pino RB1 foi ligado ao CI MAX232, como mostrado na seção 4.3. 33 6 CONTROLE A aplicação do controle digital é o ponto principal para se obter um projeto capaz de controlar automaticamente a temperatura da água, mas para se chegar ao projeto do controlador foram necessários alguns passos que serão mostrados nas seções a seguir. 6.1 AMOSTRAGEM DA PLANTA O primeiro passo para o projeto do controlador foi encontrar uma boa representação da planta, pois assim a dinâmica do processo é levada em conta e o controlador pode ser ajustado de forma mais precisa. Como visto na seção 5.3, o tempo de amostragem do projeto foi de 500ms, ou seja, a cada meio segundo o software captura o valor da temperatura na saída do sistema, aplica o sinal de controle no atuador e ainda envia pela comunicação serial as informações necessárias. A técnica usada para levantar a curva da planta foi o da aplicação de um degrau no sinal de controle, ou seja, a aplicação da potência máxima do chuveiro. Sendo assim esse processo se deu da seguinte maneira: Primeiro o registro de água foi aberto possibilitando a vazão de água, e então se ligou a chuveiro na potência máxima. No instante em que o chuveiro foi ligado, os dados da temperatura de saída do sistema e o respectivo instante em que foram medidos começaram a ser enviados para o PC através da comunicação serial, gerando uma tabela de dados. Este processo aconteceu por cerca de 60s e então o chuveiro foi desligado. Com os dados no PC foi possível gerar um gráfico com uma curva inicial da planta, como mostra a figura 6.1. 34 Figura 6.1: Curva inicial da planta. 6.2 REPRESENTAÇÃO DA PLANTA Uma vez com a curva da planta, foi necessário representá-la através de uma equação, denominada equação da planta, com um formato adequado para facilitar o projeto do controlador. Para se chegar a esse formato foi usada a técnica de modelagem paramétrica conhecida como “caixa preta”. Para essa técnica retiram-se alguns parâmetros da curva da planta, que são aplicados a um modelo padrão de equação. A figura 6.2 mostra os parâmetros tirados de uma resposta ao degrau padrão. τ Figura 6.2: Parâmetros para modelagem de sistemas. 35 O ganho da planta é o parâmetro k, que é o ponto de saturação da curva. O parâmetro τ é o atraso da planta, e é obtido traçando-se uma reta tangente ao ponto de inflexão da curva. O valor de τ é o ponto de cruzamento desta reta com o eixo x. Já o parâmetro T é o tempo de subida da planta até 63% do ponto de saturação. O modelo de equação padrão para essa modelagem paramétrica é: H ( s ) = e −τs k Ts + 1 (6.1) Utilizando a aproximação de Padé de primeira ordem obtém-se: ex = 1+ x 1! (6.2) e, e −x = 1 1+ x (6.3) chegando à seguinte equação: H (s) = k τTs 2 + (τ + T ) s + 1 (6.4) 6.2.1 REPRESENTAÇÃO NA PRÁTICA Para aplicar a teoria mostrada nas equações 6.1 à 6.4, levou-se em conta também a questão do fluxo de água. Uma vez que a abertura do registro de água é feita pelo o usuário, o fluxo pode ser diferente a cada uso. Com o intuito de prever a mudança no fluxo de água foram levantadas três curvas para a planta, uma com fluxo mínimo, outra com fluxo máximo e outra com fluxo médio de água. Para o fluxo mínimo de água a curva da planta ficou conforme a figura 6.3, e a representação da planta conforme a equação 6.5. Hmín ( s ) = 19 12,06 s + 8,5s + 1 2 (6.5) 36 Figura 6.3: Curva ajustada para fluxo mínimo de água. Para o fluxo máximo de água a curva da planta ficou conforme a figura 6.4, e a representação da planta conforme a equação 6.6. Hmáx ( s ) = 10,5 8,82 s + 6,7 s + 1 2 (6.6) Figura 6.4: Curva ajustada para fluxo máximo de água. 37 Por fim, para o fluxo médio de água a curva da planta ficou conforme a figura 6.5, e a representação da planta conforme a equação 6.7. Hmed ( s ) = 15 11,7 s + 8,3s + 1 2 (6.7) Figura 6.5: Curva ajustada para fluxo médio de água. 6.3 CONTROLADOR DIGITAL Com as equações da planta formadas, foi possível projetar o controlador através do “MATLAB”, com a ferramenta “rltool”. Nessa ferramenta um controlador contínuo é projetado pela alocação de pólos e zeros e sua resposta é vista em tempo real para se obter a dinâmica esperada. Para a planta em questão a melhor dinâmica encontrada foi alocando o pólo em zero, ajustando o ganho do controlador para um valo pequeno (<0,3) e posicionando o zero de forma a se obter o menor tempo de estabilização com a menor sobre elevação possível. A interface da ferramenta “rltool” pode ser vista na figura 6.6, bem como a resposta do controlador aplicado à planta em malha fechada com um sinal degrau unitário na entrada. 38 Figura 6.6: Interface da ferramenta “rltool” do “MATLAB”. A partir do controlador contínuo (domínio s), foi possível representá-lo no domínio z utilizando o método “Tustin” [1], que é mostrado na equação 6.8. s= 2 ( z − 1) ∆t ( z + 1) (6.8) onde ∆t é o período de amostragem do sistema (usado no projeto ∆t=0,5s). No caso do chuveiro os controladores projetados foram todos de primeira ordem, sendo assim, aplicando-se a equação 6.8, chegou-se a um controlador em z também de primeira ordem, como o da equação 6.9. C ( z) = Az − B z −1 (6.9) Por fim com o controlador no domínio z foi possível chegar ao controlador discreto através das equações 6.10 à 6.13. C ( z) = U ( z) E( z) (6.10) onde U(z) é o sinal de controle e E(z) é o erro. 39 E ( z) = W ( z) − Y ( z) (6.11) onde W(z) é o “set point” e Y(z) é o sinal medido. X ( z ) = x( k ) zX ( z ) = x( k + 1) (6.12) (6.13) Usando as equações 6.9 e 6.10 obteve-se: C (z) = U ( z ) Az − B = E ( z) z −1 U ( z )( z − 1) = E ( z )( Az − B) U ( z ) z − U ( z ) = E ( z ) zA − E ( z ) B e com as equações 6.12 e 6.13 obteve-se: u (k + 1) − u ( k ) = e(k + 1) A − e( k ) B u (k + 1) = u (k ) + e( k + 1) A − e(k ) B Então chegou-se ao controlador discreto, como mostra a equação 6.14. u (k ) = u ( k − 1) + e( k ) A − e( k − 1) B (6.14) 6.3.1 CONTROLADOR NA PRÁTICA Como foi visto na seção 6.2.1, foram levantadas três equações para representar a planta, sendo assim, chegou-se a três controladores diferentes, um para cada situação. Através das ferramentas e da teoria mostrada acima os controladores projetados foram: Controlador para fluxo mínimo de água: C ( s ) mín = 0,1224 s + 0,017 s (6.15) 40 C ( z ) mín = 0,1309 z − 0,1139 z −1 u (k )mín = u ( k − 1) + 0,1309e( k ) − 0,1139e( k − 1) (6.16) (6.17) Controlador para fluxo máximo de água: C ( s ) máx = 0,217 s + 0,035 s C ( z ) máx = 0,2345 z − 0,1995 z −1 u (k )máx = u (k − 1) + 0,2345e( k ) − 0,1995e( k − 1) (6.18) (6.19) (6.20) Controlador para fluxo médio de água: C ( s )med = 0,162 s + 0,02 s C ( z )med = 0,172 z − 0,152 z −1 u (k ) med = u ( k − 1) + 0,172e( k ) − 0,152e( k − 1) (6.21) (6.22) (6.23) Por mais que a planta apresente respostas diferentes para a variação do fluxo de água, o controlador usado no microcontrolador deve ser apenas um. Então cada controlador foi aplicado nas três situações de planta para se escolher o que tem o melhor desempenho. Os resultados de cada controlador para as planta com fluxo mínimo, máximo e médio, respectivamente, podem ser vistos nas figuras a seguir. A resposta do controlador projetado para fluxo máximo é mostrada em roxo, a do controlador para fluxo mínimo é mostrada em amarelo e em azul pode ser visualizada a resposta do controlador para fluxo médio. 41 Controladores para fluxo mínimo de água: Figura 6.7: Reposta dos controladores para planta com fluxo mínimo de água. Controladores para fluxo máximo de água: Figura 6.8: Reposta dos controladores para planta com fluxo máximo de água. 42 Controladores para fluxo médio de água: Figura 6.9: Reposta dos controladores para planta com fluxo médio de água. Analisando as figuras acima nos aspectos referente à sobre elevação e tempo de estabilização do sistema, optou-se por implementar o controlador para fluxo médio de água. 43 7 ANÁLISE DOS RESULTADOS O sistema foi testado em diversas condições de fluxo de água e com variações no “set point”. As respostas apresentadas pelo sistema a cada tipo de teste serão mostradas e comentadas a seguir. 7.1 TESTE FLUXO MÁXIMO Na figura 7.1 a seguir pode-se observar a resposta do sistema à variação do “set point”, atuando com o fluxo de água máximo que a instalação hidráulica podia fornecer. No eixo das abscissas os valores chamados de instantes representam intervalos de tempo fixos de 0,5s e no eixo das ordenadas estão os valores de temperatura que são expressos em ºC. Figura 7.1: Temperatura e “Set point” x instante (com fluxo máximo de água). Nesse ensaio a torneira foi aberta ao máximo e a água que fluía pela tubulação estava inicialmente a 19ºC. Após os contatos do chuveiro fecharem, ligou-se o controlador escolhendo a temperatura de 24ºC. Observou-se então uma rápida resposta do sistema que eleva e estabiliza a temperatura em 24ºC 6,5s após a temperatura ser escolhida pelo usuário. Em 50s de funcionamento verificou-se que a temperatura média após a estabilização era de 23,5ºC. Depois de 50s com a temperatura estabilizada mudou-se o “set point” para 44 32ºC e verificou-se então um tempo maior para o aquecimento da água que chega e se estabiliza em 31ºC após 15s. Ao longo de 40s de funcionamento a temperatura média da água foi 31,2ºC, porém através da figura 7.1 nota-se a tendência de que em um tempo maior de funcionamento essa média aumente. Após isso a temperatura escolhida foi a de 37ºC para que o sistema chega-se a saturação, que ocorreu em torno de 33ºC em um tempo de 6,5s. No intuito de testar a velocidade da resposta à uma diminuição da temperatura escolhida pelo usuário variou-se a temperatura do “set point” de 35ºC para 24ºC e observou-se que o tempo para se chegar até a temperatura de 25ºC foi de 12s e a média após 45s de funcionamento foi de 23,5ºC. 7.2 TESTE FLUXO MÍNIMO Semelhantemente ao teste do fluxo máximo foi realizado um teste para um fluxo mínimo de água que resultou na resposta do sistema conforme apresentado no gráfico da figura 7.2. Figura 7.2: Temperatura e “Set point” x instante (com fluxo mínimo de água). Nesse ensaio a água estava inicialmente a 19ºC. Então, ligou-se o controlador escolhendo a temperatura de 24ºC e observou-se a estabilização 45 do sistema em 6,5s, e uma média de temperatura de 23,6°C nos 43s seguintes. Após isso o “set point” foi levado a 30°C, apresentando um tempo de estabilização de 9s e uma média de temperatura de 29,5°C nos 37s seguintes. Então o “set point” foi levado a 37°C e observou-se a estabilização do sistema em 15s. Nota-se na figura 7.2 que no instante 245 ocorreu uma queda na temperatura lida pelo sensor até 28°C. Isso se deu pois, neste instante houve um distúrbio no fluxo de água fazendo com que o diafragma do chuveiro desligasse, mas no instante 265, quando o fluxo voltou ao normal, o sistema controlou novamente a temperatura da água chegando ao “set point” em 10s, e apresentando uma média de 36,1°C nos 35s seguintes. Aqui também pode-se notar que a média tende a aumentar com o passar do tempo. Como o sistema ainda não estava saturado, foi escolhida uma temperatura de 42°C para testar a resposta do sistema, que em 7 ,5s chegou a 40°C onde ocorreu a saturação para o fluxo mínimo de água. Então para finalizar o teste baixou-se o “set point” para 27°C e observou-se a estabilização do sistema em 11s, com uma média de 26,3°C nos 26s seguintes. Como para o fluxo mínimo de água a probabilidade de acorrerem distúrbios é maior, como foi visto na figura 7.2, então se realizou mais um teste com fluxo pequeno de água, um pouco acima do mínimo e os resultados podem ser vistos na figura 7.3. Figura 7.3: Temperatura e “Set point” x instante (com fluxo pequeno de água). 46 Nesse teste com o “set point” em 24ºC observou-se a estabilização do sistema em 5,5s, e uma média de temperatura de 23,65°C nos 53s seguintes. Com o “set point” em 31°C o sistema estabilizou-se em 12s e apresent ou uma média de 30,4°C nos 47s seguintes. Então foi testad a a saturação do sistema para esse fluxo de água, com “set point” de 41°C, tempo de estabilização de 8,5s e temperatura máxima de 36°C. Por fim baixou-se o “set point” para 24°C, e observou-se a estabilização em 13s, com média de 23,5°C nos 33s seguintes. 7.3 TESTE FLUXO MÉDIO Para completar os três casos de planas foi realizado um teste para um fluxo médio de água que resultou na resposta do sistema conforme apresentado no gráfico da figura 7.4. Figura 7.4: Temperatura e “Set point” x instante (com fluxo médio de água). Nesse teste com o “set point” em 25ºC observou-se a estabilização do sistema em 5,5s, e uma média de temperatura de 24,55°C nos 40s seguintes. Então o “set point” foi elevado a 30°C e o sistema estabilizou-se em 1 2s, com 47 uma média de 29,43°C nos 45s seguintes. Para testar a saturação do sistema o “set point” usado foi de 36°C, com tempo de estabilização de 6 s e temperatura máxima de 34°C. Para finalizar baixou-se o “set point” para 25°C, e observou-se a estabilização em 9,5s, com média de 24,43°C nos 37s seguintes. 48 8 CONCLUSÃO Depois de realizados e analisados os testes descritos no capítulo 7 concluise que a temperatura da água que sai do chuveiro foi devidamente controlada com uma pequena variação de ± 0,5ºC, que é correspondente a precisão do sensor de temperatura resultado que é imperceptível para o usuário. Isso ocorre dentro de um tempo previsto de aproximadamente 15 segundos. Esses resultados práticos estão de acordo com o controlador projetado no capítulo 6, mostrando um resultado positivo no desenvolvimento da proposta do projeto. Para se chegar aos resultados apresentados acima foram necessárias várias etapas, onde barreiras que não haviam sido estudadas a fundo na teoria apareciam, fazendo com que o desenvolvimento do projeto fosse prejudicado. Entre as maiores dificuldades estavam a utilização do MOSFET, pois o fato de a corrente variar de 0 a 43,3A no tempo de chaveamento do mesmo fazia com que o componente rapidamente queimasse. Outra dificuldade foi descobrir que o tempo de envio de dados ao LCD atrapalhava os cálculos do software fazendo com que o controlador não atuasse corretamente levando o sistema a um regime oscilatório. Problemas como esses fizeram com que o tempo de conclusão do projeto aumentasse levando a não otimização de alguns circuitos. As áreas de conhecimento envolvidas neste projeto englobam controle digital de processos, eletrônica, eletrônica de potencia, programação e instrumentação eletrônica, sendo assim um projeto bastante abrangente fazendo com que sirva de base para futuros estudos nas áreas já citadas. 49 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS [1] ASTRON Karl J.; WITTENMARK Bjorn. Computer-Controlled Systems Theory and Design (3ª edição). Prentice Hall, New Jersey, 1996. [2] CAVALCANTI, Claudio Marzo; PINHEIRO, André Alves. Circuitos de Auxílio à Comutação. Trabalho da disciplina Eletrônica de Potencia (Pós Graduação em Engenharia Elétrica) – UFC, Fortaleza. 2003. [3] Data sheet – IRFP260N. Disponível em: http://www.datasheetcatalog.com/datasheets_pdf/I/R/F/P/IRFP260N.shtml Acesso em: 21 de abril de 2011. [4] Data sheet – LM35. Disponível em: http://www.datasheetcatalog.com/datasheets_pdf/L/M/3/5/LM35.shtml Acesso em: 21 de abril de 2011. [5] Data sheet – PIC16F877A. Disponível em: http://www.datasheetcatalog.net/pt/datasheets_pdf/1/6/F/8/16F877.shtml Acesso em: 24 de abril de 2011. [6] MEISSNER, José Walter. Controle de temperatura do fluxo de água através de um misturador. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Engenharia Mecatrônica) – PUC PR, Curitiba. 2005. [7] RASHID, Muhamed H. Eletrônica de Potencia, Circuitos, Dispositivos e Aplicações. Makron Books, São Paulo.1999. pp.712. [8] SEDRA, Adel. S.; SIMITH Kenneth. C. Microeletrônica (5ª edição). Pearson Makron Books, São Paulo. 2007. pp.256. 50 INÍCIO ANEXO I Inicialização do LCD FLUXOGRAMA Config. comunicação serial Config. timer e interrupção Config. PWM Config. Portas I/O 0 Altera Set point 1 Estouro Timer Seleção Set point Imprime Set point 0 1 0 Armazena co temperatura (A/D) K = 100 1 Incrementa k Filtragem sinal do sensor de temperatura Atualização das variáveis auxiliares (k=0, incrementa m) Envio de dados (Comunicação Serial) Cálculo do sinal de controle 1 1 Cálculo Relé m = 10 0 Liga relé 0 Desliga relé Sinal de controle p/ PWM m =0 Atualização variáveis de controle 51 ANEXO II: CÓDIGO DE PROGRAMAÇÃO #include <built_in.h> //============LCD_config================ sbit LCD_RS at RD0_bit; sbit LCD_EN at RD1_bit; sbit LCD_D4 at RD2_bit; sbit LCD_D5 at RD3_bit; sbit LCD_D6 at RC4_bit; sbit LCD_D7 at RC5_bit; sbit LCD_RS_Direction at TRISD0_bit; sbit LCD_EN_Direction at TRISD1_bit; sbit LCD_D4_Direction at TRISD2_bit; sbit LCD_D5_Direction at TRISD3_bit; sbit LCD_D6_Direction at TRISC4_bit; sbit LCD_D7_Direction at TRISC5_bit; //===============Funçoes=============== void Inicializar (); void interrupt (); void Imprime_pwm_T(); void Imprime_Setpoint(); //===============Variaveis============= unsigned float T=0, T1=0, T2=0, TF_atual=0, TF_antigo=0, alfa=0.8, Temperatura=0, T_rele=0, Media_T_rele=0, Media_S_rele, Rele_on=0, Rele_off=0, Set_rele=0, Erro_atual=0, Erro_passado=0, Setpoint=10, Duty_Cicle=0, DT=0, PWM=0, PWM_invertido=0, Sinal_controle_atual=0, Sinal_controle_passado=0, c1=0.172, c2=0.152, K1=0, K2=0, K3=0, K4=0; unsigned short PWM_lcd, j=0, k=0, l=0, m=0; char txt[4]; 52 void main() { Inicializar(); Imprime_Setpoint(); while(1) { OPTION_REG = 0x85; INTCON = 0xA0; if (RB4_bit && Setpoint<50 && l==50) //Seleção da temp. pelo usuário. { // Setpoint=Setpoint+1; // Imprime_Setpoint(); // l=0; // } // // if (RB5_bit && Setpoint>10 && l==50) // { // Setpoint=Setpoint-1; // Imprime_Setpoint(); // l=0; // } if (k==100) //Seleção da temp. pelo usuário. //Contagem 0,5s p/ rotina de controle. { Temperatura=T/(2*k); T1=TF_antigo*alfa; T2=Temperatura*(1-alfa); TF_atual=T1+T2; //Média da Temperatura. //Filtragem da Temperatura. // // TF_antigo=TF_atual; //Filtragem da Temperatura. k=0; //Atualização do contadores. 53 l=0; // T=0; // m=m+1; //Atualização do contadores. PWM_lcd=PWM*100; Soft_UART_Write(TF_atual); //Comunicação serial. Soft_UART_Write(Setpoint); // Soft_UART_Write(PWM_lcd); // Soft_UART_Write(RB1_bit); //Comunicação serial. Erro_atual=Setpoint-TF_atual; //Cálculo controle digital. K1=c1*Erro_atual; // K2=c2*Erro_passado; // K3=K1-K2; // K4=Sinal_controle_passado+K3; // Sinal_controle_atual=K4; //Cálculo controle digital. T_rele=T_rele+TF_atual; //Rotina do relé. Set_rele=Set_rele+Setpoint; // if (m==10) // { // Media_T_rele=T_rele/m; // Media_S_rele=Set_rele/m; // Rele_on=Media_S_rele-Media_T_rele; // Rele_off=Media_T_rele-Media_S_rele; // if (Rele_on>=3) // { // RB1_bit=0; // PWM=0; // } // if (Rele_off>=3) // { // RB1_bit=1; // 54 PWM=1; // } // T_rele=0; // Set_rele=0; // m=0; } // //Rotina do relé. PWM=Sinal_controle_atual; //Sinal de controle para o PWM. if (PWM>1){PWM=1;} // if (PWM<0){PWM=0;} // DT=(PWM*255); // Duty_cicle=DT+8; // PWM_invertido=255-Duty_cicle; // PWM2_Set_Duty(PWM_invertido); //Sinal de controle para o PWM. Erro_passado=Erro_atual; //Atualização das variáveis de controle. Sinal_controle_passado=PWM; //Atualização das variáveis de controle. } } } //================FIM======================= //===============Funções===================== void interrupt (){ T=T+ADC_read(1); k=k+1; l=l+1; INTCON = 0xA0; } 55 void inicializar(){ Soft_UART_Init(&PORTC, 7, 6, 14400, 0); OPTION_REG = 0x85; INTCON = 0xA0; TMR0 = 0x00; PWM2_Init(800); PWM2_Start(); TRISA = 0x02; TRISB = 0x30; TRISC = 0x00; TRISD = 0x00; PORTB = 0x02; PORTC = 0x00; PORTD = 0x00; RB6_bit = 1; Lcd_Init(); Lcd_Cmd(_LCD_CLEAR); Lcd_Cmd(_LCD_CURSOR_OFF); return; } void Imprime_Setpoint(){ ByteToStr(Setpoint, txt); Lcd_Out(1,1,"SetP="); for (j=1; j<=2; j++) { Lcd_Chr_Cp(txt[j]); } Lcd_Out_Cp("C"); return; } 56